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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Encontro Pedagógico SEED/NREs

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA

(2)

A LEITURA EM

FILOSOFIA

Edson Pegoraro Valéria Arias

(3)

A Filosofia e a Leitura

As características do modo como a Filosofia

historicamente produz e organiza seus conhecimentos e objetos de análise, a relacionam, necessariamente, à leitura, interpretação e escrita de textos.

(4)

• A leitura, em uma acepção mais geral, compreende um grande

espectro de teorias e interpretações. • No campo pedagógico, não raro nos

deparamos com discursos acerca das diversas formas que o ato de ler

assume, ou pode vir a assumir. Assim fala-se em leitura da

realidade, do contexto, de imagens, etc.

(5)

• Não raro também, é a utilização do termo leitura como sinônimo de

reflexão ou de interpretação.

• Há autores que tentam elaborar tipificações para o ato de leitura; assim fala-se em leitura

informativa, leitura vertical, leitura horizontal...

(6)

Leitura filosófica

• O processo de fruição, a partir do ato de leitura, é um fenômeno mais

afeito ao diálogo intersubjetivo leitor-texto literário (seja ele ficcional ou

não) do que propriamente aos registros da tradição filosófica,

embora muitos deles apresentem-se nas formas típicas da arte literária

(7)

Leitura filosófica

Em Filosofia, o processo de

leitura-interpretação se dá, principalmente, a partir dos textos propriamente

filosóficos, ou seja, textos, cujas

características nos permitem

relacioná-los às especificidades da Filosofia.

(8)

Leitura filosófica

Lembrando que, em linhas gerais, a inscrição epistemológica da Filosofia,

independente da concepção em que esta se apresenta, a institui como conhecimento:

√ racional; √ radical; √ rigoroso;

√ que visa a totalidade; √ crítico.

(9)

Leitura e leitura filosófica

Entende-se que, de modo geral, todo ato de leitura propriamente dito

presume algum tipo de interpretação; estabelece-se um diálogo entre leitor-texto; leitor- realidade.

Na sua forma escolar, a leitura em e da Filosofia, objetiva:

▪ a problematização de uma situação (histórica, vivencial, conjuntural,

(10)

▪ a compreensão de diferentes ideias, enunciados e posicionamentos;

▪ a elaboração de conceitos por parte do estudante;

▪ o estabelecimento de novos significados para a experiência cotidiana do estudante.

Ressalta-se que estes objetivos relacionam-se diretamente à

construção da autonomia intelectual do estudante, o que é uma meta não só do ensino de Filosofia, mas da educação

(11)

A matéria da Filosofia é essencialmente abstrata,

conceitual, o que não significa que não seja relativa ao mundo vivido e não tenha finalidades objetivas. Por isso, o exercício de leitura

filosófica é sempre um ato de

mobilização do entendimento e de reflexão do sujeito concreto que o realiza

.

(12)

• Em se tratando da análise filosófica dos diferentes contextos, fenômenos e objetos de estudo, afirma-se que não só é possível mas, necessário, que nas aulas da disciplina, a leitura de textos de quaisquer gêneros seja orientada em conformidade com a

inscrição epistemológica da Filosofia.

Leitura filosófica de textos de Filosofia e

leitura filosófica de textos de gêneros diversos

(13)

Os conteúdos/ conceitos filosóficos podem

apresentar-se de modos variados nos diversos gêneros, porém é no texto de Filosofia que

se expressam as particularidades da disciplina.

(14)

É preciso que o professor, uma vez estabelecidas as metas de

ensino-aprendizagem, selecione textos e/ou fragmentos e organize seus

encaminhamentos metodológicos de forma a tornar o ato de

leitura/interpretação de textos

relevante para os estudantes. Eles desenvolverão, ao longo do tempo, seus próprios mecanismos de

(15)

Há objetividade e critérios de veracidade e autenticidade nos conceitos, ideias e conteúdos da

Filosofia para o EM. Mesmo assim, não se não se presume que é

possível, ou desejável,

« administrar » completamente o entendimento dos estudantes.

(16)

Os exercícios de leitura analítica de

textos filosóficos e de leitura filosófica de textos e situações diversas, são

elementos fundamentais para a

compreensão e produção de conceitos, sem as quais não há o filosofar.

(17)

É importante considerar que a

relação leitor-texto é contingenciada por uma série de fatores, entre eles: • repertório intelectual, experiências e

expectativas do leitor;

• intelegibilidade e relevância do texto; • grau de tensão estabelecido entre

intenção e experiência do leitor e

(18)
(19)

A leitura/interpretação de textos filosóficos e a leitura filosófica de textos de registros

diversos, bem como a elaboração escrita/oral a partir das reflexões suscitadas nesses

processos, deve ser encarada como parte da explicitação da autonomia de pensamento

que todo indivíduo possui.

De certa forma, quando se trata da educação filosófica, busca-se inverter, como afirma o polêmico, J. Rancieri, “ a lógica do sistema

explicador”, elemento basilar das diversas

escolas pedagógicas desde meados do século XVIII. (RANCIERE, op. cit. p. 22)

(20)

“ A explicação não é necessária para socorrer uma incapacidade de

compreender. É, ao contrário, essa incapacidade, a ficção estruturante da concepção explicadora de mundo. É o explicador que tem necessidade do incapaz, e não o contrário, é ele que constitui o incapaz como tal.

(…) a explicação é o mito da pedagogia (…).” (id. ibid.)

(21)

“O homem – e a criança em particular – pode ter a necesidade de um mestre,

quando sua vontade não é

suficientemente forte para colocá-la e mantê-la em seu caminho. Mas a

sujeição é puramente de vontade a vontade. Ela se torna embrutecedora

quando liga uma inteligência uma outra inteligência. No ato de ensinar e de

aprender, há duas vontades e duas inteligências." (ibid. p. 31)

(22)

“(…) Chamar-se-á emancipação à

diferença conhecida e mantida entre duas relações , o ato de uma

inteligência que não obedece senão ela mesma, ainda que a vontade obedeça outra vontade”.

(ibid. p. 32)

A emergência em termos da leitura em todo o ambiente escolar é, portanto,

estabelecer o contato leitor-texto propriamente dito.

(23)

Coerente com este posicionamento acerca da leitura em Filosofia no Ensino Médio, pode-se citar a proposta de encaminhamento

metodológico presente nas DCEs da Disciplina (VER DCEs, op. cit).

(24)

Coerente com este posicionamento acerca da leitura em Filosofia no Ensino Médio, pode-se citar a proposta de encaminhamento

metodológico presente nas DCEs da Disciplina. Esquemas tradicionais que orientam a Leitura Analítica (recurso elementar da Filosofia)

também não são contraditórios às ideias apresentadas, desde que sejam

instrumentos voltados à autonomia do estudante.

No decorrer Do processo os estudantes irão desenvolver seu próprio repertório e métodos de leitura/interpretação.

Esquemas tradicionais que orientam a leitura analítica (recurso elementar da Filosofia

acadêmica) também são condizentes coma as ideias apresentadas, desde que sejam

instrumentos voltados à autonomia do estudante e às particularidades do EM.

(25)

No decorrer do processo os estudantes irão desenvolver seu próprio repertório e métodos de leitura/interpretação.

Esquemas tradicionais que orientam a leitura analítica (recurso elementar da Filosofia

acadêmica) também são condizentes coma as ideias apresentadas, desde que sejam

instrumentos voltados à autonomia do estudante.

(26)

Demonstrando a proposição...

Aprenderemos a “subir escadas” com Julio Cortázar!

(27)

• Em se tratando da análise filosófica dos

diferentes contextos, fenômenos e objetos de estudo, afirma-se que não só é possível mas,

necessário, que nas aulas da disciplina a leitura de textos de quaisquer gêneros seja orientada em conformidade com a inscrição

epistemológica da Filosofia.

Texto literário (Op. cit.) que constitui-se em paralelo da percepção que o indivíduo

experimenta ao ser instado a “ler” um texto, para ele distante e sem qualquer elemento desafiador, e nele identificar “as explicações já dadas”, ou, a partir dele, “responder as

(28)

Segundo passo...

Aplicação de proposta de análise de texto, considerando os elementos tradicionais da leitura analítica, de forma a realizar um

exercício pedagógico de transposição.

Leitura e interpretação do texto: Ensinar a

Pensar de Kant ( Op. cit.) – Técnica das

lacunas.

Aplicação de método clássico de leitura analítica - A. J. Severino (op. cit. p. 61).

(29)

OBSERVAÇÕES E “DICAS” PARA OS

PROFESSORES

▪ A leitura/interpretação de textos é atividade que caracteriza a Filosofia.

▪ Não se pode prescindir do texto propriamente filosófico.

▪ A leitura/interpretação de texto deve ser

encarada como um processo ao longo dos três anos do EM.

▪ O trabalho com textos exige preparação, sobretudo nas primeiras experiências.

(30)

▪ O filosofar é ato autônomo! Diferente do

domínio de tópicos de conteúdos selecionados pela escola/professores, a reflexão, apreensão e proposição de ideias não pode ser avaliada do mesmo modo como se aquilata a

capacidade de repetição de informações. Cabe ao professor orientar, discutir, incluir a

argumentação e os juízos dos estudantes nos debates coletivos e submetê-los aos crivos

necessários e não, simplesmente, considerá-los «certos ou errados».

▪ A produção existente sobre o tema da leitura indica que o exercício é tanto mais produtivo quanto mais desafiador.

(31)

Existem várias técnicas que auxiliam o trabalho de transposição didática de textos, entre elas: ⧫ embaralhamento de parágrafos;

⧫ comparação de ideias contraditórias (textos

sobre mesmo tema de diferentes autores, lidos e estudados por grupos diferentes, os quais têm a tarefa de defender as ideias dos respectivos

(32)

⧫ distribuição de textos sem os parágrafos conclusivos, seguida de complementação da ideia pelos alunos. Conclui-se com a

realização de trabalho coletivo e exposição dos ensaios de alguns estudantes;

⧫ atividades em que a leitura/interpretação do texto é pré-requisito ( juri simulado, seminário, painel);

(33)

⧫ combinação de textos literários com textos

filosóficos; comparação de situações e conceitos; ⧫ o texto deve ser uma unidade completa; mesmo que seja uma “montagem” (seleção de

fragmentos);

⧫ a Antologia e os Livros Didáticos apresentam boas opções de textos;

⧫ entrevistas com filósofos e intelectuais também são boas opções.

(34)

É preciso superar o tabu segundo o qual o

todo texto filosófico é muito difícil. Há muitos

exemplos de professores que utilizam textos filosóficos com muito sucesso. Selecionar textos e desenvolver estratégias para

trabalhá-los faz parte da prática cotidiana desses profissionais.

Por fim, ressalta-se que filosofar envolve refletir, questionar, investigar e, também, elaborar os resultados (sempre provisórios) destes exercícios.

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Por isso, o exercício da escrita e/ou da exposição oral é fundamental. Nessa fase se organiza o conhecimento;

elaboram-se conceitos. Cabe propor, como atividades de síntese:

▪ composição de textos (mais

elaborados, quanto maior for o desenvolvimento da turma ou do estudante;

(36)

▪ confecção de esquemas (dica! Indique o cmap tolls free);

▪ seleção ou criação de imagens;

▪ apresentação de pequenas exposições orais (não devem ser usadas para

(37)

REFERÊNCIAS

CORTÁZAR, J. Histórias de cronópios e de famas. São Paulo: Civilização Brasileira, 2009.

KANT, I. Anúncio do Programa do Semestre de

Inverno de 1765-1766 in Theoretical Philosophy, 1755-1770 . Edição de David Walford e Ralf Merbote.

Cambridge University Press, 1992, pp. 2:306-7. Tradução: Desidério Murcho. Disponível em

http://ateus.net/artigos/ceticismo/ensinar-a-pensar/ . Acesso em 15/02/2012.

(38)

LAVADO, J. S. (QUINO). Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes. 1997.

RANCIERE, J. O mestre ignorante. Belo Horizonte:

Autêntica, 2005. (Nota: título constante na Biblioteca do Professor).

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000.

(39)

PARANÁ, SEED. Diretrizes curriculares orientadoras da

Educação Básica para a Rede Pública Estadual do Paraná. Filosofia. Curitiba, 2008.

Referências

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