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A rede viária do Entre-Douro-e-Tâmega, Bragança e seus termos, nos meados do século XIII. Rúben Filipe Teixeira da Conceição

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MESTRADO EM ESTUDOS MEDIEVAIS

A rede viária do Entre-Douro-e-Tâmega,

Bragança e seus termos, nos meados do

século XIII

Rúben Filipe Teixeira da Conceição

M

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Rúben Filipe Teixeira da Conceição

A rede viária do Entre-Douro-e-Tâmega,

Bragança e seus termos, nos meados do

século XIII

Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Estudos Medievais, orientada pelo Professor Doutor Luís Carlos Correia Ferreira do Amaral e pelo Professor Doutor João Carlos dos Santos Garcia

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

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Rúben Filipe Teixeira da Conceição

A rede viária do Entre-Douro-e-Tâmega,

Bragança e seus termos, nos meados do

século XIII

Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Estudos Medievais, orientada pelo Professor Doutor Luís Carlos Correia Ferreira do Amaral e pelo Professor Doutor João Carlos dos Santos Garcia

Membros do Júri

Professor Doutor (escreva o nome do/a Professor/a)

Faculdade (nome da faculdade) - Universidade (nome da universidade)

Professor Doutor (escreva o nome do/a Professor/a)

Faculdade (nome da faculdade) - Universidade (nome da universidade)

Professor Doutor (escreva o nome do/a Professor/a)

Faculdade (nome da faculdade) - Universidade (nome da universidade)

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Olá, guardador de rebanhos, Aí à beira da estrada, Que te diz o vento que passa?

Que é vento, e que passa, E que já passou antes, E que passará depois. E a ti o que te diz?

Muita coisa mais do que isso, Fala-me de muitas outras coisas. De memórias e de saudades E de coisas que nunca foram.

Nunca ouviste passar o vento. O vento só fala do vento. O que lhe ouviste foi mentira, E a mentira está em ti.

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Sumário

Declaração de honra ... 3 Agradecimentos ... 4 Resumo ... 6 Abstract ... 7 Índice de Figuras ... 8 Índice de Tabelas ... 9 Índice de Gráficos ... 10

Legenda dos mapas ... 11

Lista de abreviaturas e siglas ... 12

Introdução ... 13

1. Estado da Arte ... 15

2. Metodologia ... 25

2.1. Os conceitos e a recolha de informação ... 25

2.2. A construção da base de dados e o tratamento cartográfico ... 28

3. Análise da Fonte: a 4ª Alçada das Inquirições Gerais de 1258 ... 31

3.1. Breve introdução ao território ... 32

3.2. A necessidade de inquirir ... 34

3.3. O processo no terreno ... 38

3.4. O processo no arquivo ... 46

4. As vias no Entre-Douro-e-Tâmega, Bragança e seus termos ... 53

4.1. Antecedentes viários ... 53

4.2. As vias medievais ... 60

4.2.1. Vias entre Chaves e Bragança ... 62

4.2.2. A circulação entre os vales do Alto e Médio Tâmega, do Corgo e do Pinhão ... 64

4.2.3. Panóias – centro administrativo e nó viário ... 68

4.2.4. Vias entre o Baixo Tâmega e Panóias ... 72

4.2.5. De Panóias ao vale do Tua e a Freixo de Espada à Cinta ... 79

4.2.6. A circulação em Trás-os-Montes Oriental ... 83

4.3. A assistência ... 90

4.3.1. Os serviços associados à assistência ... 90

(8)

4.3.3. Os viajantes ... 103

4.4. A defesa do território ... 104

4.4.1. Estruturas anteriores ao século XI ... 108

4.4.2. O século XI e os castelos românicos ... 111

4.4.3. Os séculos XII e XIII: os primórdios da fronteira militarizada ... 116

Considerações Finais ... 130

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Declaração de honra

Declaro que a presente tese é de minha autoria e não foi utilizada previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências

bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Porto, 28 de setembro de 2020 Rúben Filipe Teixeira da Conceição

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Agradecimentos

Há dez anos, quando entrei pela primeira vez na Faculdade de Letras da

Universidade do Porto, não imaginaria que um dia iria estar a apresentar publicamente um trabalho na área da História Medieval. Sendo esta dissertação da minha inteira responsabilidade, não posso deixar de referir aqueles que partilharam este caminho comigo e que, de diferentes formas, contribuíram para ele.

À minha família, que sempre me apoiou neste longo trajeto. Se sacrifiquei o tempo passado convosco, foi porque sempre me ensinaram a ser mais para os outros.

À FLUP, que se tornou uma segunda casa. Ao Serviço de Infografia e à Drª Raquel Sampaio do SRI, pela disponibilidade demonstrada ao longo destes anos, e à Biblioteca Central da FLUP e às suas funcionárias, especialmente à Laura Gil, por todo o empenho e dedicação para com os estudantes.

A todos aqueles com quem tive a oportunidade de aprender um pouco mais. Aos colegas do Mestrado em Estudos Medievais. Aos meus camaradas da AEFLUP e em especial à Beatriz Fernandes, à Sónia Andrade e ao Gonçalo Meireles, pela luta

incessante em trabalharmos para todos, sem qualquer tipo de distinção. Ao Paulo Cunha, ao Tiago Reis e à Natacha Santos, pelas constantes dúvidas que lhes coloquei, sempre correspondidas sem hesitação.

Ao Estalo Académico. Ao João Teixeira, ao Bernardo Antunes, à Maria Touret, ao Rui Bressiani, ao Paulo Carmo, à Carolina Fragoso, à Margarida Nunes, ao Vasco Granja, ao Pedro Salgado e à Mariana Silva, mas sobretudo à Velha Guarda. Ao André Rodrigues, ao João Alves, ao João Fidalgo, ao Pedro Cardoso e ao Pedro Santos. De Castelo de Vide a Miranda do Douro, partilhamos momentos únicos, sempre envoltos por uma aura que nos fazia sentir invisíveis enquanto perseguíamos a quimera, mas sem nunca tirar os pés do chão. Sonhamos muito, mas realizamos ainda mais. À Patrícia Gomes.

Ao Professor Doutor Fernando Lopez Alsina da Facultad de Xeografía e História da USC, pela forma como me acolheu em Santiago de Compostela e por ter

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possibilitado a minha participação no CODOLGA, agradecimento estendido aos demais professores e colegas de doutoramento da USC.

Por último, aos meus orientadores. Ao Professor Doutor Luís Amaral, que me tem acompanhado desde a Licenciatura em História, acautelando-me para os escolhos que possam surgir pelo caminho, mas dando sempre a liberdade necessária para ir mais longe. Ao Professor Doutor João Carlos Garcia, pelo apoio constante, fazendo renascer em mim a paixão pela cartografia, ao mostrar que os mapas não são mais do que a representação do real, de séculos de ocupação e de comunhão do Homem com o espaço, o que muitas vezes nos esquecemos.

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Resumo

Esta dissertação tem como objetivo a reconstituição da rede viária do território do Entre-Douro-e-Tâmega, Bragança e seus termos, tendo como base as Inquirições Gerais de 1258. A nossa análise seguirá três linhas de ação. Em primeiro lugar, a

elaboração de um estudo preliminar da fonte, de forma a entendermos o processo dos inquéritos régios na sua génese. Depois faremos uma extensa análise às estradas e caminhos do território em estudo, quer aos seus antecedentes romanos, quer no que diz respeito ao período medieval. Para atingirmos tal propósito, iremos proceder à identificação e à recolha de referências a caminhos e a topónimos complementares, bem como a estruturas associadas às vias, como foi o caso das albergarias, barcas e pontes. Por último, procuraremos entender a relação das vias com o fenómeno da assistência, bem como com as estruturas militares, sem nos esquecermos de

identificar aqueles que usufruíam dos caminhos, fosse nas suas tarefas do dia-a-dia, fosse em viagens de longa distância. O conjunto de mapas históricos elaborados permitirá um melhor entendimento destes fenómenos por parte do leitor.

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Abstract

This dissertation has as objective the reconstitution of the road network of the Entre-Douro-e-Tâmega, Bragança e seus termos territory, having as base the General Inquiries of 1258. Our analysis will follow three lines of action. Firstly, the elaboration of a preliminary study of the source, in order to understand the process of the royal inquiries in its genesis. Then we will make an extensive analysis of the roads and paths of the territory under study, both in relation to its Roman history and to the medieval period. To achieve this, we will identify and collect references to complementary roads and toponyms, as well as to structures associated with the roads, such as shelters, barges and bridges. Finally, we will try to understand the relationship between roads and the phenomenon of assistance, as well as with military structures, without

forgetting to identify those who used these roads, either in their day-to-day tasks or on long distance journeys. The set of historical maps prepared will allow the reader to better understand these phenomena.

Key-words: Road network; Trás-os-Montes region; XIII century; General Inquiries of

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Índice de Figuras

FIGURA 1-DELIMITAÇÃO DA 4ª ALÇADA DAS INQUIRIÇÕES GERAIS DE 1258 ... 39

FIGURA 2-ITINERÁRIO DOS INQUIRIDORES NO ENTRE-DOURO-E-TÂMEGA,BRAGANÇA E SEUS TERMOS, EM 1258 ... 42

FIGURA 3–DISTRIBUIÇÃO DAS PARÓQUIAS INQUIRIDAS POR JULGADO, NO ENTRE-DOURO-E-TÂMEGA, BRAGANÇA E SEUS TERMOS, EM 1258 ... 52

FIGURA 4–REDE VIÁRIA ROMANA NO QUADRO ESPACIAL DA 4ª ALÇADA DAS INQUIRIÇÕES GERAIS DE 1258 . 55 FIGURA 5-REDE VIÁRIA MEDIEVAL NO QUADRO ESPACIAL DA 4ª ALÇADA DAS INQUIRIÇÕES GERAIS DE 1258 . 61 FIGURA 6-VIAS ENTRE CHAVES E BRAGANÇA ... 62

FIGURA 7–A CIRCULAÇÃO ENTRE OS VALES DO ALTO E MÉDIO TÂMEGA, DO CORGO E DO PINHÃO ... 64

FIGURA 8–CAMINHOS ENTRE PANÓIAS E O VALE DO RIO DOURO ... 70

FIGURA 9–AS VIAS ENTRE O BAIXO TÂMEGA E PANÓIAS ... 73

FIGURA 10–VIAS DE PANÓIAS AO VALE DO TUA E A FREIXO DE ESPADA À CINTA ... 80

FIGURA 11–A CIRCULAÇÃO EM TRÁS-OS-MONTES ORIENTAL ... 84

FIGURA 12–REDE VIÁRIA EM TRÁS-OS-MONTES ORIENTAL NO SÉCULO XIII ... 88

FIGURA 13–RECONSTITUIÇÃO DO POVOAMENTO E DA REDE VIÁRIA NO JULGADO DE ALGOSO, NO SÉCULO XIII ... 89

FIGURA 14–DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS DE APOSENTADORIA E COMEDORIA NO ENTRE-DOURO-E-TÂMEGA, BRAGANÇA E SEUS TERMOS, EM 1258 ... 92

FIGURA 15–ESTRUTURAS RELACIONADAS COM A ASSISTÊNCIA ... 97

FIGURA 16–ALCAIDES E CASTELOS NO ENTRE-DOURO-E-TÂMEGA,BRAGANÇA E SEUS TERMOS, EM 1258 . 107 FIGURA 17–REPARTIÇÃO CRONOLÓGICA DAS REFERÊNCIAS A ALCAIDES E CASTELOS NO ENTRE-DOURO-E -TÂMEGA,BRAGANÇA E SEUS TERMOS, EM 1258 ... 108

FIGURA 18-A PRESTAÇÃO DA ANÚDUVA NO ENTRE-DOURO-E-TÂMEGA,BRAGANÇA E SEUS TERMOS, EM 1258 ... 121

FIGURA 19–A EVOLUÇÃO DO SISTEMA DEFENSIVO DO ENTRE-DOURO-E-TÂMEGA,BRAGANÇA E SEUS TERMOS, EM 1258... 128

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Índice de Tabelas

TABELA 1–DISTRIBUIÇÃO DOS JULGADOS NOS TRÊS LIVROS DE ATAS REFERENTES À 4ª ALÇADA DAS INQUIRIÇÕES

GERAIS DE 1258... 47

TABELA 2-DISTRIBUIÇÃO DAS PARÓQUIAS DOS JULGADOS DE BAIÃO E PENAGUIÃO ... 48

TABELA 3–TRAVESSIAS DO RIO DOURO NA ÉPOCA ROMANA ... 59

TABELA 4–IGREJAS E ERMIDAS DEVOTAS A S.TIAGO ... 101

TABELA 5–IGREJAS E COMENDAS DA ORDEM DO HOSPITAL ... 102

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Índice de Gráficos

GRÁFICO 1-ORGANIZAÇÃO DA FOLHA «REFADMIN» ... 28 GRÁFICO 2-ORGANIZAÇÃO DA FOLHA «REFTOP» ... 29 GRÁFICO 3 E 4-NÚMERO DE OCORRÊNCIAS RELATIVAS À PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE APOSENTADORIA E

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Legenda dos mapas

... VIA MEDIEVAL EM DESTAQUE

... OUTRAS VIAS MEDIEVAIS

... PONTE

... BARCA

... ALBERGARIA

... MOSTEIRO

... IGREJA DEDICADA A S.TIAGO

... IGREJA OU COMENDA DA ORDEM DO HOSPITAL

... CELEIRO ... FEIRA ... VENDA ... MERCADOR ... ALCAIDE ... CASTELO

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Lista de abreviaturas e siglas

DGPC ... DIREÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL

DGT ... DIREÇÃO GERAL DO TERRITÓRIO

PMH:INQ. ... PORTUGALIAE MONUMENTA HISTORICA: INQUISITIONES

SIPA ... SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA O PATRIMÓNIO

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Introdução

Esta dissertação tem como objetivo principal reconstruir a rede viária transmontana, referente ao território do Entre-Douro-e-Tâmega, Bragança e seus termos, em meados do século XIII, recorrendo-se exclusivamente à 4ª Alçada das Inquirições Gerais de 12581. Este processo foi levado a cabo entre 1258 e inícios de

1259, no reinado de D. Afonso III (1248-79), com o cognome de Bolonhês, com o objetivo de conhecer e de identificar, de forma sistemática, as prevaricações contra o património régio.

Perguntar-se-á o leitor sobre a razão em reduzir a análise de um tema tão vasto e rico a uma só fonte e a um período tão concreto. A resposta prende-se a vários

fatores. Certamente a análise de outras fontes, como as chancelarias régias, as cartas de foral, documentos de emprazamento ou de outro tipo, disponibilizariam mais pistas acerca do objeto de estudo, mas as Inquirições Gerais, após entendida a sua estrutura, também o possibilitam. Não são raros os relatos, em primeira mão ou de forma

indireta, que viabilizam o cruzamento de dados e a verificação das informações. Paralelamente, a capacidade da fonte em abranger um território tão vasto e diverso como a região transmontana, por um lado, excluindo os atuais concelhos de Boticas e Montalegre, mas incluindo, por outro, os de Amarante e Marco de

Canaveses, permitiu realizar uma radiografia ao que seria o espaço à época e, consequentemente, reconstituir, com o rigor que a fonte permite, a rede viária e as estruturas a si associadas.

Acrescente-se que das cinco alçadas que compõe as Inquirições Gerais de 1258, esta é a única que utiliza a palavra “termo” na sua designação, o que se demonstrou não só um desafio no que toca à definição do espaço de fronteira com o reino de Castela e Leão, mas também no impacto que este conceito e a sua aplicação in loco poderá ter tido no dia-a-dia das populações locais, bem como nas estratégias a levar a

1 A dissertação foi redigida seguindo a NP405-1. Para tal, orientamo-nos por CERVEIRA, Maria Elisa - A referência bibliográfica de documentos impressos e electrónicos. Análise das normas NP405-1 e ISO-690-2 In. Revista do Departamento de Ciências e Técnicas do Património. Porto: FLUP-DCTP. I Série, vol.1, (2002), p.111-128.

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cabo, quer pelos estruturas de poder local, quer pelos poder régio.

Um último fator é a possibilidade de colocar em prática e refinar a metodologia desenvolvida na Licenciatura em História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo como objetivo final, no futuro, a reconstrução da rede viária do Norte de Portugal2.

Fascinados pela obra de Iria Gonçalves e desafiados pela tese de Fernanda Maurício, deixamos assim o nosso contributo para que se renove e se intensifique, na melhor das hipóteses, o interesse pelo estudo dos caminhos e dos caminhantes na Idade Média em Portugal.

2 CONCEIÇÃO, Rúben Filipe Teixeira da – «Quo Vadis?»: pelos caminhos do Entre-Cávado-e-Minho nas Inquirições Gerais de 1258. In Omni Tempore: atas dos Encontros da Primavera 2018. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2019. ISBN: 978-989-8969-08-8. p.163-197. Veja-se ainda o texto que resultou da nossaparticipação no XI Workshop de Estudos Medievais, organizado pelo Grupo Informal de História Medieval, nos dias 4 e 5 de abril de 2019: CONCEIÇÃO, Rúben Filipe Teixeira da – A rede viária de Trás-os-Montes ao longo de Duzentos In. Incipit 8 – Workshop de Estudos Medievais da

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1. Estado da Arte

Ao longo desta dissertação deparámo-nos com uma realidade que, apesar de não nos ser desconhecida, tornou-se cada vez mais presente. Referimo-nos à crescente atenção dada ao estudo das vias de comunicação, através do uso de cartografia temática. Uma constante em muitos trabalhos académicos, sobretudo como ferramenta para introduzir o leitor no espaço em análise.

Desde o século XVI até ao século XIX que alguns dos grandes contributos para o estudo deste tema advêm da cartografia antiga. Desde o mapa de Álvares Seco, de 1561, o primeiro mapa conhecido que retrata Portugal continental na sua totalidade, ou a versão de Pedro Teixeira Albernaz, de 1662, passando pelos mapas de escala regional, como as versões de Grandpré (1730) e de Carpinetti (1762) ou o mapa elaborado por José Monteiro de Carvalho (1777), culminando na Carta das principais estradas militares de Portugal, da autoria de Lourenço d’Eça e Romão Almeida, de 18083.

Outro tipo de fonte são os guias, livros e registos de viagem, elaborados por funcionários régios ou religiosos no cumprimento das suas funções, como o levantamento realizado sobre as fortalezas situadas na fronteira de Portugal com Castela, por Duarte d’Armas, em 1509-104; o percurso dos oficiais de cobrança entre

1513-275; ou os de Álvaro Vaz, aquando da realização do numeramento de 1527-32,

3 Acerca da cartografia relativa a Trás-os-Montes, em outubro de 2019 apresentamos uma comunicação no VIII Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica, intitulada “A evolução da rede de estradas em Trás-os-Montes (séculos XIII-XIX): uma análise cartográfica comparativa”, com base no confronto entre a cartografia antiga e algumas fontes textuais.

4 ARMAS, Duarte de - Livro das Fortalezas. 3ª ed. Lisboa: A.N.T.T. e Edições Inapa, 2006. ISBN: 972-8387-07-5. Introdução de Manuel da Silva Castelo Branco. Tenha-se em conta, a título de exemplo: BARROCA, Mário Jorge - O Livro das Fortalezas de Duarte de Armas - Contributo para uma análise comparativas dos manuscritos de Lisboa e de Madrid In. Genius Loci: lugares e significados/ places and meanings. Vol. 2. Porto: CITCEM, 2017. ISBN: 978-989-8351-843-5. p.183-205; GONÇALVES, Iria - Percorrendo a fronteira na companhia de Duarte de Armas In. Media Aetas - Revista de Estudos Medievais. Carnaxide:

Patrimonia. ISSN: 0874-484X. II Série, Vol.2 (2005-2006), p.67-100.

5 FREITAS, Isabel Vaz - Itinerários dos Oficiais de Cobrança de Direitos Régios. Os Livros de Portos Secos no século XVI In. Actas do III Congresso Histórico de Guimarães: D. Manuel e a sua Época. Vol. I. Guimarães: Câmara Municipal de Guimarães, 2004. p.316-331.

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considerado o primeiro “recenseamento” à escala nacional em Portugal6; o relato da

viagem de Dom Edme de Saulieu à Península Ibérica, redigido pelo seu secretário, Frei Claude Bronseval, entre 1531 e 15337; ou ainda a reconstituição de viagens de

membros do clero e da alta nobreza8, bem como de dignitários de outros Reinos

peninsulares, através de documentação ou despesas emitidas durante a viagem, como é o caso do estudo de Iria Gonçalves acerca da comitiva navarra enviada à Corte de Pedro I de Castela, que no verão de 1352 pousava em Sevilha9. Todavia, este género de

trabalhos carece do rigor pretendido no que diz respeito à reconstituição detalhada dos trajetos à escala local, com base na microtoponímia.

Simultaneamente, os itinerários régios, ao utilizarem a documentação emitida pelos monarcas, apresentam-se como um exercício interessante com o objetivo de reconstituir as movimentações da Corte, que durante a Idade Média tinha uma dimensão itinerante muito importante, pois permitia aos monarcas conhecerem e aprofundarem o seu conhecimento acerca do território, bem como permitia uma maior proximidade para com os seus vassalos. Apesar de não se poder aplicar este critério à maioria da população, este género de trabalhos tem contribuído para mitigar a ideia de que o Homem medieval se movia pouco. Publicados ao longo da segunda metade do século XX, estes estudos baseiam-se nos locais de emissão da

documentação régia para reconstituir o percurso dos monarcas pelo território,

6 DIAS, João Alves - Gentes e Espaços: em torno da população portuguesa na primeira metade do século

XVI. Vol. I. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. ISBN 972-31-0710-4; GALEGO, Júlia; Daveau,

Suzanne - O numeramento de 1527-1532: tratamento cartográfico. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 1986.

7 FARDILHA, Luís de Sá – A Reforma de Cister: Renovação espiritual ou conflito temporal? In. Congresso

Internacional Bartolomeu Dias e a sua época. Vol. V – Espiritualidade e Evangelização. Porto:

Universidade do Porto, 1989. p.411-424.

8 PEREIRA, Rui Filipe Ferreira - D. Afonso, Duque de Bragança: da morte de D. Duarte a Alfarrobeira. Porto: [s.n.], 2016. Dissertação de Mestrado em Estudos Medievais, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. p.79-86.; MARQUES, José - Os Itinerários do arcebispo de Braga D. Fernando da Guerra (1417-1467) In. Revista de História. Porto: Centro de História da Universidade do Porto. ISSN 0870-4511. Vol. 1, (1978), p.89-182.

9 GONÇALVES, Iria - Viajar na Idade Média: através da Península em meados do século XIV In. Imagens

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tornando claro, à escala nacional, a existência de corredores de circulação10.

Contudo, se os historiadores se têm debruçado indiretamente sobre a temática, salvo raras exceções, o protagonismo no estudo das vias tem recaído, em larga

medida, sobre os arqueólogos. Para a área em análise faça-se referência, desde logo, a José Leite de Vasconcelos11 e Francisco Manuel Alves, mais conhecido como Abade de

Baçal12, cujos estudos acerca da região de Trás-os-Montes, elaborados na primeira

metade do século XX, permanecem atuais, mesmo que com as devidas reservas. Mas a segunda metade do século passado trouxe novos protagonistas e

abordagens. O destaque vai para Carlos Alberto Brochado de Almeida, Francisco Sande Lemos, Jorge Alarcão, Lino Tavares Dias e Carlos Alberto Ferreira de Almeida. Se os primeiros quatro têm dedicado toda a sua carreira ao estudo da romanização no território nacional, em diferentes escalas13, o último baseou-se nas estruturas viárias

10 MORENO, Humberto Baquero - O Infante D. Pedro, duque de Coimbra: itinerários e ensaios históricos. Porto: Universidade Portucalense, 1997. ISBN 972-9354-17-0; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Itinerários

de El-Rei D. João II: 1481-1495. Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1993. ISBN 972-624-091-3;

GALEGO, Júlia et al. - Os itinerários de D. Dinis, D. Pedro e D. Fernando: interpretação gráfica. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, Instituto Nacional de Investigação Científica, 1988; MORENO, Humberto Baquero - Os itinerários de el-rei Dom João I: 1384-1433. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua

Portuguesa, 1988; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Itinerários de El-Rei D. Sebastião (1568-1578). Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1987; DIAS, João Alves - Itinerário de D. Afonso II (1211-1223) In.

Estudos Medievais. Porto: Centro de Estudos Humanísticos, Secretaria de Estado da Cultura. Nº 7,

(1986), p. 29-47; DIAS, João José Alves - Itinerário de D. Afonso III (1245-1279) In. Arquivos do Centro

Cultural Português. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian. Vol XV, (1980), p.453-519; MACHADO, J. T.

Montalvão - Itinerários de el-rei D. Pedro I: 1357-1367. Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1978; MORENO, Humberto Baquero - Itinerários de El-Rei: D. Duarte: 1433-1438. Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1976; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Itinerários de el-rei D. João II. Lisboa: Academia

Portuguesa da História, 1975; MORENO, Humberto Baquero - Os itinerários do Infante D. Pedro: 1438-1448 In. Revista de Ciências do Homem da Universidade de Lourenço Marques. Lourenço Marques: Universidade de Lourenço Marques. Vol. 1, n.º 1, Série B, (1968), p.1-168; SERRÃO, Joaquim Veríssimo -

Itinerários de El-Rei D. Sebastião. Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1967; RAU, Virgínia - Itinerários régios medievais: 1279-1325: elementos para o estudo da administração medieval

portuguesa. Itinerário del-rei D. Dinis I. Lisboa: Instituto de Alta Cultura. Centro de Estudos Históricos,

1962.

11 VASCONCELOS, José Leite de - O Douro geográfico-etnográfico. Régua: Imprensa do Douro, 1938. Coleção Estudos Durienses, Série B, Nº4; Etnografia portuguesa: tentame de sistematização. Lisboa: Imprensa Nacional, 1933-1985; Antroponimia Portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional, 1928.

12 ALVES, Francisco Manuel - Bragança: Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, 2ª ed. Bragança: Câmara Municipal de Bragança, 2000.

13 ALARCÃO, Jorge - A Lusitânia e a Galécia: do séc. II a.C. ao séc. VI d.C. Coimbra: Imprensa da

Universidade de Coimbra, 2017. ISBN:978-989-26-1479-3; Povoações Romanas da Beira Transmontana e do Alto Douro In. Côavisão: cultura e ciência. Vila Nova de Foz Côa: C.M. de Vila Nova de Foz Côa. Nº7, (2005), p.9-18; Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia - I In. Revista Portuguesa de Arqueologia.

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herdadas dos romanos para a sua posterior utilização durante a Idade Média. A tese que daí resultou, intitulada Vias Medievais Entre Douro e Minho, apresentada em 196814, explora a evolução da rede viária de uma região cujos limites espaciais em

muito se mantiveram ao longo do tempo. A definição destes parâmetros, associados à capacidade de entender que um estudo de uma área regional deve ser enquadrado à escala nacional, foi outro fator que permitiu que este trabalho permaneça, até hoje, um dos mais significativos contributos para o estudo das vias medievais em Portugal15.

Após a difusão do trabalho de Ferreira de Almeida foi necessário esperar cerca de vinte anos para se assistir a um renovar do interesse pela temática. Nas décadas de 80 e 90 do século passado, e contando já com um maior contributo por parte da

Lisboa: IPA. Vol. 7, Nº1, (2004), p.317-342; Três níveis de aglomerados populacionais romanos In. O

Arqueólogo Português. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia. Série IV, Nº 16, (1998), p.175-186; O domínio romano em Portugal. 4ª ed. Mem Martins: Publicações Europa América, 1988. ISBN

972-1-02627-1; Roman Portugal: gazetteer: inventário. Warminster: Aris & Phillips, 1988. ISBN: 0-85668-445-7;

Portugal Romano. 4ª ed. revista. Lisboa: Editora Verbo, 1987; ALARCÃO, Jorge - Portugal Romano. 1ª ed.

Lisboa: Editora Verbo, 1974; ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de – Via Veteris, antiga via romana? In.

Actas do Seminário de Arqueologia do Noroeste Peninsular, vol. III. Guimarães, 1980; A Rede Viária do

Conventus Bracaraugustanus - Via Bracara Asturicam Quarta In Minia. Braga: ASPA. 2ª Série, vol. 3, (1979), p.61-163; DIAS, Lino Tavares - Contributo para o reconhecimento de «Estratigrafia» na paisagem da bacia do Douro. O caso do território entre Marão, Montemuro, Sousa, Tâmega e Douro In. CEM –

Cultura, Espaço & Memória. Porto: CITCEM. ISSN: 2182-1097-04. Nº 4, (2013), p.177-190; Tongobriga.

Lisboa: IPPAR, 1997. ISBN: 972-8087-36-5; Contributo para a análise do ordenamento romano do território marginal do Rio Douro In. Douro - Estudos & Documentos. Porto: GEHVID. Vol. I (2), 2º. (1996), p.31-56; LEMOS, Francisco Sande; MARTINS, Carla - Explorações Auríferas no Alto Douro Português (entre a foz do rio Tua e Barca de Alva) In. Actas do V Congresso de Arqueologia - Interior Norte e Centro

de Portugal. Lisboa: DRCN, 2011. ISBN: 978-989-658-184-8. p.293-315. Povoamento e Rede Viária no

Território de Influência de Aquae Flaviae In. Mineração e Povoamento na Antiguidade no Alto

Trás-os-Montes Ocidental. Porto: CITCEM, 2010. ISBN: 978-989-8351-03-6. p.79-113; Povoamento romano de Trás-os-Montes Oriental. Braga: Universidade do Minho, 1993.

14 ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – Vias Medievais Entre Douro e Minho. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1968. Tese de Licenciatura. Do mesmo autor, ver também:

Arquitectura românica de Entre-Douro-e-Minho. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto,

1978. Dissertação de Doutoramento em História de Arte apresentada à Faculdade de Letras da

Universidade do Porto; Castelologia Medieval de Entre-Douro-e-Minho: desde as origens a 1220. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1978. Trabalho complementar para prestação de provas de Doutoramento em História da Arte; Os Caminhos e a Assistência no Norte de Portugal - Separata de "A Pobreza e a Assistência aos Pobres na Península Ibérica” In. Atas das 1ªs Jornadas Luso-Espanholas

de História Medieval. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1974. p.39-57.

15 Trabalho semelhante para a Galiza foi elaborado por Elisa Ferreira Priegue, duas décadas mais tarde, quando estudou os caminhos medievais desta região a partir das fontes existentes nos arquivos da capital espanhola. Ver FERREIRA PRIEGUE, Elisa - Los caminos medievales de Galicia. Ourense: Museo Arqueolóxico Provincial, 1988.

(25)

historiografia nacional, ao qual a vizinha Espanha não ficou alheia, com o desenvolvimento dos estudos relativos ao Caminho de Santiago16, assiste-se à

divulgação de cartografia em estudos locais e regionais17, mas também ao renovar da

temática, com ênfase para os estudos de Humberto Baquero Moreno, de Iria Gonçalves18, de José Marques19 e de Amélia Aguiar Andrade20.

16 A bibliografia acerca do caminho de Santiago é numerosa, sendo que se tornaria impossível

referenciar toda a existente sobre a temática. Assim, a lista que se segue tem o objetivo de demonstrar as múltiplas abordagens a esta matéria: PLOTZ, Robert - El peregrino y su entorno. Historia,

infraestructura y espacio In. Ad Limina. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia. ISSN 2171-620X. Vol. 3, Nº3, (2012), p.165-180; VETERE, Benedetto - Europa Mediterránea: Peregrinos y guerreros,

peregrinos guerreros In. Ad Limina. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia. ISSN: 2171-620X. Vol. I, Nº1, (2010), p.81-110; PICCAT, Marco - Montañas y peregrinos en los Caminos de Santiago In. Ad Limina. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia. ISSN: 2171-620X. Vol. I, Nº1, (2010), p.111-127; VALES VILLAMARÍN, Francisco - Las antiguas rutas jacobeas del territorio brigantino (1º, 2º y 3er itinerarios): Ligera ojeada sobre las principales sendas santiaguistas del territorio brigantino In. Anuario Brigantino. Betanzos: Concello de Betanzos. Nº25, (2002), p.389-400; LÓPEZ ALONSO, Antonio; SÁNCHEZ

TÉLLEZ, Carmen; NAVAS LÓPEZ, Antonio - El entorno sanitario en el camino de Santiago Vía de la Plata,

(norte de Zamora), durante la Edad Media. Alcalá de Henares: Universidad de Alcalá, 2001. ISBN:

84-95721-11-2; SILVA ROMERO, Manuel Antonio (dir.); PEÑAMARÍA SUÁREZ, Sergio (coord.) - Actas

Congreso sobre o Camiño Xacobeo en Ourense - Feito físico, arquitectura e urbanismo históricos. Camiño principal e tecido secundario. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia/Consellería de Cultura/Dirección

Xeral de Promoción do Camiño de Santiago, 1995. ISBN: 84-453-1288-X; ALVAREZ ALVAREZ, César et al. -

Los Constructores de catedrales: el Camino de Santiago. Vol. I. León: Deputación de León, 1993. ISBN:

84-87081-68-1; Vida y Peregrinación. Claustro de la Iglesia Catedral de Santo Domingo de La Calzada. La Rioja 9 Julio - 26 Septiembre de 1993. Madrid: Electa/Ministério da Cultura, 1993. ISBN: 84-7483-943-2; XVIII Semana de Estudios Medievales de Estella. Pamplona, 22-26 de julio de 1991 - Viajeros, Peregrinos, Mercaderes en el Occidente Medieval: atas. Pamplona: Gobierno de Navarra, Departamento de

Educación y Cultura, 1992. ISBN: 84-235-1083-2; GONZÁLEZ VÁSQUEZ, Marta - Las mujeres de la Edad

Media y el Camino de Santiago. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia, 1989.

17 A lista de obras seria extensa, por isso deixamos alguns exemplos: TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho - De

Aquae Flaviae a Chaves - Povoamento e organização do território entre a Antiguidade e a Idade Média.

Porto: [s.n.], 1996. Dissertação de Mestrado em Arqueologia, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. p.132-153; AMARAL, Luís Carlos - São Salvador de Grijó na segunda metade do

século XIV - estudo de gestão agrária. Lisboa: Edições Cosmos, 1994. p.36-37; SOUSA, Bernardo

Vasconcelos e - A propriedade das Albergarias de Évora nos finais da Idade Média. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1990. ISBN: 972-667-107-8. p.58; BARROCA, Mário Jorge; MORAIS, António J. Cardoso - A Terra e o Castelo - uma experiência arqueológica em Aguiar da Pena In.

PORTVGALIA. Porto: Departamento de Ciências e Técnicas do Património da FLUP. Nova Série, Vol.

VI/VII, (1985/86), p.89-92; PEREIRA, José da Silva – A ponte medieval de Cabreiro (Arcos de Valdevez) – Homenagem a Félix Alves Pereira In. PORTVGALIA. Porto: Departamento de Ciências e Técnicas do Património da FLUP. Nova Série, Vol. VI/VII, (1985/86), p.117-126; VENTURA, Leontina - O cavaleiro João Gondesendes - sua trajectória político-social e económica (1083-1116) In. Revista de História Económica

e Social. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora. Nº15, (1985), p.56; MATTOSO, José; KRUS, Luís;

BETTENCOURT, Olga - As Inquirições de 1258 como fonte de história da nobreza – o julgado de Aguiar de Sousa In. Revista de História Económica e Social. Lisboa: Sá da Costa Editora. Nº 9, (1982), p.26-27. 18 A autora publicou, em 1988, uma coletânea de artigos intitulada “Imagens do mundo medieval”, sendo que alguns dos textos se centram diretamente no objeto de análise deste estudo. Referenciamos ainda outras obras da autora que seguem algumas das linhas de investigação seguidas por nós. São eles:

(26)

Realcemos a obra do primeiro destes autores que publicou, em 1982, Linhas de comunicação em Trás-os-Montes no século XV21. Configurou-se então como um dos

principais estudos levado a cabo por historiadores para o espaço em questão. Nele, o autor levanta três possíveis vias de investigação, nomeadamente a das vias romanas, que neste estudo exploraremos, com ênfase para a via XVII e para as ligações às jazidas auríferas de Jales e ao vale do rio Douro. A segunda é a dos itinerários régios, com foco nos de D. Afonso III, D. João I e D. João II e, por último, o estudo dos almocreves,

GONÇALVES, Iria - Uma vila da Beira Interior nos seus caminhos medievais In. MENESES, Avelino de Freitas de; COSTA, João Paulo de Oliveira e (coord.) - O Reino, as Ilhas e o Mar Oceano. Estudos em

homenagem a Artur Teodoro de Matos. Lisboa‐Ponta Delgada: Universidade dos Açores: Centro de

História de Além‐Mar – FCSH‐UNL, 2007. Vol. I, p.47‐57; Sobre a rede viária em torno de Castelo Branco nos finais da Idade Média In. FONSECA, Luís Adão; AMARAL, Luís Carlos; SANTOS, Maria Fernanda Ferreira (coord.) - Os Reinos Ibéricos na Idade Média. Livro de homenagem ao Prof. Doutor Humberto

Carlos Baquero Moreno. Porto: Livraria Civilização Editora – Universidade Portucalense, 2003. Vol. I,

p.473‐485; Entre a Peneda e o Barroso: uma fronteira galaico‐minhota em meados de Duzentos In.

Revista da Faculdade de Letras – História. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. 2ª série,

Tomo XV, vol. I, (1998), p.63‐76; Alguns aspectos da visita régia ao Entre Cávado e Minho, no século XIII In. Estudos Medievais. Porto: Centro de Estudos Humanísticos, Secretaria de Estado da Cultura. Nº 10, (1993), p.33‐57. [reeditado com remodelações In. Por terras de Entre‐Douro‐e‐Minho com as Inquirições

de D. Afonso III. Porto: CITCEM – Afrontamento, 2012. ISBN: 978-989-8351-22-7. p.179‐207].

19 MARQUES, José - O Culto de S. Tiago no Norte de Portugal In. Actas del II Encuentro sobre los Caminos

Portugueses a Santiago. Vigo: Associación Amigos de los Pazos, 1994. p.59-85; O Culto de S. Tiago no

Norte de Portugal In. Lusitânia Sacra: Revista do Centro de Estudos de História Religiosa. Porto: CEHR-UCP. IIª Série, tomo 4, (1992), p.99-148; A Assistência no Norte de Portugal nos Finais da Idade Média In.

Revista de História. Porto: Centro de História da Universidade do Porto. Vol. 6, (1989), p.11-93.

20 Amélia Aguiar de Andrade foi responsável pela coordenação da coletânea As Estradas em Portugal.

Memória e História. Braga: Centro Rodoviário Português, 2003. ISBN: 972-98649-6-9, cujo propósito

ulterior foi o de “(…) facultar instrumentos de trabalho que possam propiciar a feitura de trabalhos de investigação sobre uma temática que, no nosso país, tem suscitado escassos estudos alicerçados a partir de pesquisa exaustiva e de acordo com as mais actualizadas metodologias e problemáticas”. Chamamos a atenção do leitor para o volume II desta coleção, dedicado à bibliografia existente, à data, acerca do tema. Da mesma autora, veja-se também: Um roteiro para uma Estrada-Património In. Pedra & Cal. Lisboa: GECoRPA. Nº19, (2003), p.26-27; Um percurso através da paisagem urbana medieval In. Povos e

Culturas. Lisboa: CEPCEP-UCP. Nº2, (1987), p.57-77.

21 MORENO, Humberto Baquero - Linhas de comunicação em Trás-os-Montes no século XV In. Boletim

do Arquivo Distrital do Porto. Porto: Arquivo Distrital do Porto. Vol.1, (1982), p.191-202. Ver também, do

mesmo autor: Vias portuguesas de peregrinação a Santiago de Compostela na Idade Média In. Revista

de História. Porto: Centro de História da Universidade do Porto. Vol. 3, (1986), p.77-89; A Acção dos

Almocreves no Desenvolvimento das Comunicações Inter-Regionais Portuguesas nos fins da Idade Média In. Papel das Áreas Regionais na Formação Histórica de Portugal. Actas do Colóquio. Lisboa: Academia Portuguesa de História, 1985. p.185-239; Alguns documentos para o estudo das estradas medievais portuguesas In. Revista de Ciências do Homem da Universidade de Lourenço Marques. Lourenço Marques: Universidade de Lourenço Marques. Série A, Vol. V, (1972), p.5-18.

(27)

reservando-se o seu estudo para documentação mais tardia22.

Aproveitamos a referência ao estudo de Humberto Baquero Moreno para fazer um pequeno exercício bibliográfico. É certo que o desenvolvimento dos estudos acerca das vias romanas tem sido marcado, nas últimas décadas, por novos autores que vieram trazer um novo fôlego à investigação. Aqui, a História de Portugal dirigida por José Mattoso terá tido um papel fundamental. No primeiro volume desta coletânea, publicado em 1992, Carlos Fabião comenta o panorama do estudo das vias em Portugal: à falta de fontes escritas acerca dos percursos das estradas, juntava-se a perenidade dos itinerários seguidos pelas vias romanas, tendo em conta o seu contínuo aproveitamento, bem como a confusão entre as diferentes épocas de

construção, remetendo o rótulo de romano a estruturas posteriores e vice-versa. Mas apesar destas dificuldades, a Arqueologia começava a dar os primeiros resultados nesta matéria, apresentando investigações cientificamente conduzidas e

documentadas23.

Recuando no tempo, o estudo da romanização do atual território português foi marcado, na segunda metade do século XX, por vários nomes, com destaque para o de Jorge Alarcão, como já tivemos oportunidade de referir. Aliás, foi à obra deste último24

que Humberto Baquero Moreno recorreu para levar a cabo a reconstrução da rede viária romana no espaço transmontano. Porém, os estudos mais recentes de Jorge Alarcão demonstram uma nítida evolução no que diz respeito ao delinear de

determinados traçados, sobretudo na região de Bragança e nos espaços mais a Sul25.

Se a Norte, o autor reconstrói o traçado da via XVII, excluindo a ligação a Puebla de Sanabria e privilegiando o trajeto por Castro de Avelãs e Bragança, o panorama a Sul é completamente diferente. No que antes seria um espaço desprovido de estradas

22 MORENO, Humberto Baquero - Linhas de comunicação em Trás-os-Montes no século XV (…), p. 6-7, 7-12 e 7-12-14.

23 FABIÃO, Carlos – A Romanização do actual território português In. MATTOSO, José (Coord.) – História

de Portugal. Antes de Portugal. Vol. I. Lisboa: Círculo de Leitores, 1992. ISBN: 972-42-0589-8. p.255.

24 ALARCÃO, Jorge - Portugal Romano. 1ª ed (…), p.102-103. O autor menciona, no prefácio da obra, as motivações que o levaram a redigi-la, nomeadamente, a necessidade de uma síntese que congregasse os esforços realizados nas décadas anteriores, mas que estivesse acessível a toda a comunidade, científica.

(28)

construídas pelos romanos, passam a existir itinerários que ligavam os vales dos rios Tua, Sabor e Douro, à via XVII do Itinerário de Antonino.

Tentamos entender os fundamentos para cartografar tais itinerários. Das quatro obras que o autor refere destacam-se as Vias romanas das regiões de Chaves e

Bragança” de Lereno Antunes Barradas26, e As Grandes Vias da Lusitânia de Mário

Saa27, reservando para esta última a seguinte nota: “a ler com muita cautela”.

No caso de Barradas, o autor procurou enquadrar a viação romana no espaço em questão, com registos fotográficos dos vestígios existentes e esquemas das vias que foram objeto de análise. Entre a bibliografia consultada recorreu às Memórias

Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança do Abade de Baçal, tendo estas obras um importante fator em comum: a utilização de achados arqueológicos, com destaque para os miliários28.

Retornando às últimas décadas do século XX, o maior destaque vai para a obra de Fernanda Maurício, intitulada Entre Douro e Tâmega e as Inquirições Afonsinas e Dionisinas29. Publicada postumamente, é o resultado de uma década de investigação

focada no território transmontano, e que teve como fontes principais as Inquirições Gerais desde D. Afonso II (1211-23) a D. Dinis (1279-1325), além das Chancelarias Régias, partindo do pressuposto que o meio condiciona a atividade humana, desde o povoamento, às estruturas socioeconómicas, militares e religiosas, até às divisões administrativas. A autora estuda a ocupação do território, os foros a pagar por parte dos detentores da propriedade aos seus senhores, bem como os delitos e as

reincidências face ao poder régio, mas não só. Esta análise segue uma linha comparativa, sobretudo no que diz respeito à identificação da rede paroquial e administrativa. Apesar da inexistência, à época, de algumas ferramentas e dos

26 BARRADAS, Lereno Antunes – Vias romanas das regiões de Chaves e Bragança In. Revista de

Guimarães. Guimarães: Casa de Sarmento. Nº66, (1956), p.159-239. O próprio autor admite, no início do

seu trabalho, “(…) haver neste trabalho muitas deficiências, e até mesmo possíveis incorrecções, difíceis de evitar” (p.160).

27 SAA, Mário – As Grandes Vias da Lusitânia. Lisboa: [s.n.], 1956-1967. 6 vols.

28 BARRADAS, Lereno Antunes – Vias romanas das regiões de Chaves e Bragança (…), p.239.

29 MAURÍCIO, Maria Fernanda – Entre Douro e Tâmega e as Inquirições Afonsinas e Dionisinas. Lisboa: Edições Colibri, 1997. ISBN: 972-8288-40-9.

(29)

numerosos estudos locais e regionais de que hoje dispomos, conseguiu identificar 257 das 290 paróquias diretamente referidas na 4ª Alçada das Inquirições Gerais de 1258.

No que diz respeito à análise da rede viária, a herança romana não podia ser negada. A partir dela e munindo-se das informações que recolheu, bem como de bibliografia actualizada, Fernanda Maurício realizou uma cuidada reconstrução à escala regional. O mapa que daí resultou demonstra a existência de uma estrutura viária com um ordenamento radial, sistema que seria o mais favorável a uma

articulação da organização agrária camponesa no planalto transmontano, adaptada a um modelo específico de colonização da terra. Essa rede tinha, por um lado, Vila Real e Torre de Moncorvo como importantes centros distribuidores, dos quais saíam várias das rotas utilizadas pelos mercadores, almocreves e pela população da região nas suas deslocações, e por outro, o rio Douro, que atuava como importante via de escoamento da produção regional, sobretudo do seu vinho30. Apesar de bastante ilustrativa, a

construção da cartografia histórica falhou no sentido em que existe uma replicação de traçados, como é o caso da ligação entre Vila Real e Freixo de Espada à Cinta, da mesma maneira que não terão sido levados em conta importantes acidentes geográficos.

Paralelamente, não são raras as vezes em que a autora resume o exame de alguns tópicos a pouco mais do que umas linhas ou parágrafos. Opta por privilegiar uma abordagem mais elementar, no que toca à análise dos dados, através da enumeração dos casos, não explorando de forma aprofundada os elementos

recolhidos. O melhor exemplo é a própria conclusão da obra, reduzida a duas páginas, onde se constata, com raras exceções, o óbvio31. Não obstante, a investigação de

Fernanda Maurício deve ser encarada como uma das referências para quem estuda a região transmontana, pois lança as traves mestras para a análise de um espaço algo “marginalizado” pela historiografia nacional, quando comparado com as demais

30 MAURÍCIO, Maria Fernanda – Entre Douro e Tâmega e as Inquirições Afonsinas e Dionisinas (…), p.56 (mapa); p.269-270.

31 MAURÍCIO, Maria Fernanda – Entre Douro e Tâmega e as Inquirições Afonsinas e Dionisinas (…), p.269-270. Tomem-se ainda como exemplos as análises realizadas à “fronteira” com Leão (p.35-37) e ao tema da insegurança (p.251-267).

(30)

regiões de Portugal.

Apesar da primeira década do século XXI ter ficado marcada por algumas contribuições no estudo das vias32, desde 2010 que se tem assistido a um aumento

substancial da produção científica na área, através da proliferação de estudos de nível local e regional33, incluindo a análise do impacto de estruturas associadas aos

caminhos, onde se incluem, por exemplo, as feiras ou a questão da assistência34.

32 Ver v.g. COSTA, Marco António da Silva - Date et dabitur vobis: aspectos cristãos na Assistência

Medieval Portuguesa. Porto: [s.n.], 2008. Dissertação de Mestrado em História Medieval e do

Renascimento, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto; LOPES, Paulo - Os livros de viagens medievais In. Medievalista. Lisboa: IEM-FCSH-UNL. Ano 2, Nº2, (2006), p.1-32; PEREIRA, Angelina (coord.) - Actas das I Jornadas - As Vias do Algarve. São Brás de Alportel: Câmara Municipal de São Brás de Alportel/CCDR Algarve, 2006; SALDANHA, Júlia - Itinerâncias e comunicações no Portugal medieval In. Códice. Lisboa: Fundação Portuguesa das Comunicações. Ano VIII, Série II, nº2, (2005), p.4-19; BARROS, Amândio Morais; BARROS, Susana Pacheco – Caminhos e devoções: viajar no Douro medieval e moderno In. Douro: Estudos & Documentos. Porto: GEHVID. Vol. 6, n.º 11 (1º), (2001), p.181-195.

33 Para o estudo dos caminhos na década passada, destacamos os seguintes trabalhos: FIALHO, Manuel - O Sistema Viário da Lisboa Medieval In. Meios Vias e Trajetos… Entrar e Sair de Lisboa. Fragmentos de

Arqueologia de Lisboa 2. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa/ Sociedade de Geografia de Lisboa, 2018.

ISBN: 978-972-8543-49-5. p.135-145; FAURE, Francisco G. C. Líbano Monteiro – Viajar no Tempo de D. Afonso Henriques. Vias e Pontes no território vimarenense In. BARROCA, Mário (coord.) - No tempo de

D. Afonso Henriques: reflexões sobre o primeiro século português. Porto: CITCEM-Centro de Investigação

Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, 2017. ISBN 978-989-8351-75-3. p.303-357; BALSA, Carlos - Via do Marão - Contributos para a identificação do traçado do antigo caminho do Marão In. Oppidum -

Revista de Arqueologia, História e Património. Lousada: C.M. de Lousada. Nº10, (2017), p.39-61;

GONÇALVES, Iria - À Mesa nas Terras de Alcobaça em Finais da Idade Média. Alcobaça: DGPC/Mosteiro de Alcobaça, 2017. ISBN: 978-972-776-512-6. p.67-100; Para o estudo da percepção do espaço nos finais da Idade Média: a identificação da rede viária na Beira Interior In. Paisagens Rurais e Urbanas: fontes,

metodologias, problemáticas. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Centro de Estudos Históricos. Vol. V,

(2013), p.163-182; Por terras de Entre‐Douro‐e‐Minho com as Inquirições de D. Afonso III. Porto: CITCEM – Afrontamento, 2012. ISBN: 978-989-8351-22-7; FERREIRA, Pedro Ricardo Gonçalves - Os caminhos da

estrutura do território do Baixo Ave. Porto: FAUP, 2016. Dissertação de Mestrado Integrado em

Arquitectura apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; RESENDE, Nuno – Pontes e vias medievais a sul do Douro na região de Montemuro: as primeiras questões In. CARDOSO, António Barros (dir.) - Douro: vinho, história & património. Porto: APHVIN/GEHVID. ISSN: 2182-8490. Nº 3, (2014), p.205-232; CONDE, Manuel Sílvio Alves e VIEIRA, Marina Afonso – Elementos para o estudo da rede viária de Trás-os-Montes no início de Quinhentos In. GONÇALVES, Iria (coord.) – Paisagens Rurais e

Urbanas: fontes, metodologias, problemáticas. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Centro de Estudos

Históricos. Vol. II, (2013), p.67-97; MONTEIRO, Helena Patrícia Romão - A estrada da Beira:

reconstituição de um traçado medieval. Lisboa: [s.n.], 2012. Dissertação de Mestrado em História

Medieval apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; ROMÃO, João Maia - No encalço do passo do Homem medieval: as vias de comunicação do antigo termo

e atual concelho de Tomar. Lisboa: [s.n.], 2012. Dissertação de Mestrado em Arqueologia apresentada à

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

34 Estes são alguns dos autores que na última década têm abordado vários tipos de estruturas associadas aos vcaminhos: CUNHA, Paulo Morgado - As Feiras no Portugal Medieval (1125-1521):

(31)

2. Metodologia

Apesar da larga utilização das Inquirições Gerais para o desenvolvimento de conhecimento científico em diversas áreas da História, o mesmo não se pode dizer para o estudo dos caminhos. Mesmo os autores e as análises com um forte pendor socioeconómico tendem a registar esta temática como um subproduto da informação recolhida da fonte, deixando a sua análise para segundo plano. Deste modo, para o estabelecimento de uma metodologia que permitisse retirar o máximo de informação possível, foi necessário ter em conta estudos realizados para outras cronologias e espaços, com o objetivo de recolher diferentes métodos e, a partir daí, realizar as adaptações necessárias, de forma a potenciar os dados obtidos, com ênfase para o seu tratamento cartográfico.

2.1.

Os conceitos e a recolha de informação

Não recuando a períodos anteriores, a construção de estradas e caminhos sob o Império Romano obedeceu, em primeiro lugar, à ligação entre os grandes centros de poder, servindo estas vias para a circulação de militares, oficiais administrativos,

Evolução, Organização e Articulação. Porto: [s.n.], 2019. Dissertação de Mestrado em Estudos

Medievais, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto; ROCHA, Ana Rita - O Vale do Tua desde a formação da nacionalidade ao fim da Idade Média In. CARVALHO, Pedro C.; GOMES, Luís Filipe Coutinho; MARQUES, João Nuno (coord.) - Estudo Histórico e Etnológico do Vale do Tua (Concelhos

de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor). Vol. II. Porto: Fundação EDP/Edições

Afrontamento, 2017. ISBN: 978-972-36-1601-9. p.59-125; SILVA, Leonardo Manuel Cabral - Arquitetura

das estruturas de assistência no Norte de Portugal (século XII a XVI). Porto: [s.n.], 2017. Dissertação de

Mestrado em Arqueologia, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto; TEIXEIRA, Ricardo Jorge Teixeira - A Evolução do Povoado e Castelo de Monforte de Rio Livre na Idade Média. Porto: [s.n.], 2015. Dissertação de Mestrado em Arqueologia, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. 2 vols. p.126-131; CASTRO, Ana Sampaio - O Mosteiro de Santa Maria de

Salzedas: Da fundação à extinção. Lamego: Vale do Varosa: Direção Regional de Cultura do Norte, 2014.

ISBN: 978-989-98708-2-6. p.8-19; BARCELOS, Hugo Nuno Aguiar - Os julgados de Lanhoso, São João de

Rei e Vieira em meados do século XIII. O testemunho das Inquirições de 1258. Lisboa: [s.n.], 2013.

Dissertação de Mestrado em História Medieval apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. p.36-40; CAMPOS, Maria Amélia Álvaro de - Marcos de referência e topónimos da cidade medieval portuguesa: o exemplo de Coimbra nos séculos XIV e XV In. Revista de

História da Sociedade e da Cultura. Coimbra: Centro de História da Sociedade e da Cultura da

(32)

correios e cobradores de impostos35. Para o território em estudo, o destaque vai para a

via XVII, que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga) por Aquae Flaviae (Chaves) (fig.4). Paralelamente, foi desenvolvida uma rede de estradas de âmbito regional que obedecia a objetivos socioeconómicos, interligando “a rede de cidades com as estruturas rurais, as explorações de minas e as termas medicinais, ligando-as aos rios navegáveis como o Douro e o Tâmega que atravessavam por ponte e por barco, prosseguindo encosta acima e, daqui, ao mundo globalizado de então, centrado no Mediterrâneo (…)”36.

Foi este o panorama que moldou a atividade humana no território transmontano ao longo dos séculos, cujas marcas, apesar da sua parca quantidade, são indeléveis, como é possível verificar através das Inquirições Gerais de 1258. Conta-se para tal, com as alusões feitas a estruturas mais antigas, como é o caso dos povoados fortificados, referidos como castrum, cidadela ou cividade, ou ainda a referência a edificados funerários, como anta e mamoa. As primeiras são um sinal claro do uso continuado de estruturas castrejas, como é o exemplo da paróquia de São Vicente de Cidadelhe37, com igreja localizada nas proximidades do castro de Cidadelhe,

sobranceiro à ribeira da Seromenha, num ponto estratégico que permitia controlar a ponte dos Martinhos, que se julga de fabrico romano, e que integrava a estrada que ligava Panóias à barca de Caldas de Moledo. Já as segundas, também foram utilizadas como pontos de referência relativamente aos limites de propriedade ou de espaços fronteiriços, como é o caso da anta que dividia o Reino de Portugal com o de Leão por Castro de Alcañices (Crasto de Latronis)38.

35 ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – Vias Medievais Entre Douro e Minho (…), p.17.

36 DIAS, Lino Tavares - Contributo para o reconhecimento de «Estratigrafia» na paisagem da bacia do Douro. O caso do território entre Marão, Montemuro, Sousa, Tâmega e Douro (…), p.184.

37 PMH: Inq., fasc. VIII, p.1200. – “Roy Martinz abade dessa igreja jurado jurado (sic) e preguntado se hi El Rei a algun dereito disse que nõ. Preguntado quen son ende padroes disse que netos de dõ Affonso Ermigit e abadana e ouviu dizer a omees que sabiã que a aldeya de Cidadelha foy regeẽga del Rei e ora an a netos de don A. Ermigit.”

38 PMH: Inq., fasc. VIII, p.1280 – “(…) Pena Roya fuit Domni Regis sicut diuidit com Legione per Antas qui stant ultra Crasto de Latronis ergo uillas de Malada (...)”. Acerca da manutenção do topónimo, veja-se FERREIRA, Manuela Barros - A situação actual da língua mirandesa e o problema da delimitação histórica dos dialectos asturo-leoneses em Portugal In. Revista de Filología Románica. Madrid: Universidad Complutense. ISSN: 0212-999X. Vol. 18, (2001), p.125.

(33)

Paralelamente, foi possível identificar outros topónimos viários, de origem romana, mas que são amplamente replicados na Idade Média. Palavras-chave como via e caminho, estradam e carrariam, são essenciais para a reconstrução da rede viária em Portugal, devido à sua ampla utilização nas fontes39. Todavia, existem diferenças

no emprego destes termos, não só no que toca às suas especificidades, mas também à sua proliferação. Entre estes, destaca-se o termo carreira, por onde passavam os carros de bois, às vezes utilizado com atributos, como carreira cova ou carreira velha, esta última em oposição a uma estrutura mais recente. Como termos semelhantes, aparecem-nos os termos carril e carril velho, bem como o de corredoura, termos igualmente utilizados para descrever caminhos calcetados, pelo menos em locais lamacentos40. Tomamos ainda como indicadores de via o termo encruzilhada, mas

também estruturas utilizadas para transpor cursos de água, nomeadamente ponte41 e

barca42.

No que diz respeito à toponímia, prestamos atenção a topónimos como chão, laje, entrada, porta, porto, portela, vale e veiga. Se os primeiros pressupõem a existência de pavimentação do terreno, os demais eram pontos de passagem, que possibilitavam a transposição dos acidentes geográficos43. Ao glossário construído por

Carlos Alberto Ferreira de Almeida, que inclui vocábulos relativos à assistência dos viandantes44, como albergaria, pousada, pousa, venda e mesão, associamos termos

ligados à passagem e pousada de pessoas e ao armazenamento de bens e mercadorias, nomeadamente banca, celeiro ou serviçaria, gafaria e parada, ou ao controlo do

39 ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – Vias Medievais Entre Douro e Minho (…), p.46.

40 ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – Vias Medievais Entre Douro e Minho (…), p.47. Atente-se à evolução do termo já no final da Idade Média, dada por Joaquim de Santa Rosa de Viterbo em VITERBO, Joaquim de Santa Rosa de - Elucidário das palavras, termos e frases que em Portugal antigamente se

usaram. Vol. I. Lisboa: Livraria Civilização, 1966. p.167.

41 Apesar do termo ponte ser o mais utilizado, refira-se a utilização de pontezelha (p.1251) e pontido (p.1374-1375), provavelmente referindo-se ao tamanho mais pequeno destas estruturas, bem como

arco (p.1295), que identificamos como sendo a ponte romana em Barrela de Jales (c. Vila Pouca de

Aguiar).

42 Existem ainda variações deste termo, barco, barqueiro e balsa. 43 FERREIRA PRIEGUE, Elisa - Los caminos medievales de Galicia (…), p.30.

(34)

espaço, com destaque para os castelos45.

Elementos importantes para a estruturação do território foram as igrejas e os mosteiros. Quantas às primeiras, daremos ênfase às dedicadas ao orago S. Tiago, Santo padroeiro dos peregrinos, bem como às igrejas e comendas da Ordem do

Hospital, no que toca ao seu papel na assistência e proteção dos viajantes. Quanto aos mosteiros, considerámo-los como elementos hierarquizadores do espaço.

Embora em quantidade reduzida, procuramos ainda o que entendemos como agentes e os seus possíveis percursos no território, fossem eles os monarcas e os seus oficiais, eclesiásticos, nobres, mercadores, peregrinos ou a “arraia miúda”.

2.2.

A construção da base de dados e o tratamento cartográfico

No que diz respeito à construção da base de dados, optamos por dividi-la em duas partes: a primeira, nomeada «RefAdmin» (Gráfico 1), agrega em si as referências onomásticas a agentes, bem como aos direitos e deveres a cumprir pela população e às estruturas que eram alvo de uma ação específica. Como é possível observar nos

gráficos 1 e 2, optamos por recolher outras informações que, apesar de não dizerem respeito ao trabalho em curso, poderão ser importantes em futuras investigações.

Gráfico 1-Organização da folha «RefAdmin»

45 Às referências a castelos, somam-se aquelas recolhidas relativamente ao serviço de anúduva, temática que será abordada mais à frente.

(35)

A segunda, designada «RefTop» (Gráfico 2), inclui, além das referências

toponímicas a estruturas, aquelas que dizem respeito a elementos naturais, utilizados na transposição de acidentes geográficos ou para a vigilância do território.

Gráfico 2 - Organização da folha «RefTop»

Todavia, o desenrolar da investigação levou a que optássemos pela

especialização no que toca a determinados dados, como aconteceu com o inventário das paróquias incluídas na 4ª Alçada das Inquirições de 1258, tópico que será alvo de análise no ponto 3.3 «O processo no arquivo». A decisão foi tomada aquando da recolha de informação sobre os mosteiros, sendo que neste caso em concreto,

optamos por compilar todas as estruturas citadas, incluindo aquelas existentes fora do espaço em análise.

Outro dos nossos focos foi a reconstituição da rede viária romana, antecessora das vias medievais. Por um lado, devido à elevada quantidade de bibliografia existente acerca da temática, esta tarefa acabou por consumir parte da nossa atenção ao longo da execução desta dissertação. Por outro lado, a existência de uma ou mais referências a determinado ponto ou percurso, por um ou mais autores, serviu de critério de

(36)

necessidade de se realizar uma apreciação crítica à obra de cada autor.

O processo, apesar de moroso, foi simples. Identificadas as monografias, os artigos, as atas de congressos, e outras publicações sobre vestígios arqueológicos ligados à rede viária romana no espaço em análise, procedeu-se à inventariação dos topónimos agregados às ruínas identificadas. Para a execução desta tarefa, recorremos de igual modo ao SIPA, sistema de informação e de documentação gerido pela DGPC46.

Procedemos de igual forma com as estruturas medievais, procurando-se identificar e cartografar o mais fielmente possível os dados recolhidos da fonte,

recorrendo para tal às ferramentas digitais disponibilizadas pela DGT47. Quando tal não

é possível e caso se verifique a existência de uma igreja nas proximidades, optamos por usar esta estrutura como ponto de referência, como por exemplo com o relato que dá a existência de uma carreira em S. Pedro de Pias (Faiões, c. Chaves)48, o que nos

possibilitou reconstruir um troço viário com um grau elevado de aproximação. De forma a ser possível executar esta tarefa, procedemos à recolha de informações geográficas sobre os pontos que compõe a nossa base de dados,

nomeadamente os correspondentes valores das coordenadas, mas também no que diz respeito aos lugares, freguesias49 e concelhos atuais, através do programa Google

Earth. Posteriormente, transitamos os dados para o software QGIS, um sistema de informação geográfica que permite a elaboração de cartografia temática.

Trabalhados os dados, construímos três tipos de mapas, mas com um ponto em comum: a utilização das paróquias “cabeça” ou sede de julgado como pontos de referência para o leitor. No mapas que dizem respeito à implantação espacial de paróquias e do povoamento, figuramos a hidrografia e o relevo, de forma a podermos

46 DGPC - Sistema de Informação para o Património Arquitetónico [Em linha]. Sacavém: Direção-Geral do Património Cultural - Ministério da Cultura. [Citado em 2020-06-24]. Disponível em <WWW:

http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SitePageContents.aspx?id=08a335ea-db85-4fdd-862b-fe6e623e44a8>.

47 DGT – Direção Geral do Território: Cartografia [Em linha]. Lisboa: Direção-Geral do Território – Ministério do Ambiente e Ação Climática. [Citado em 2020-08-28]. Disponível em <WWW: https://www.dgterritorio.gov.pt/cartografia>.

48 PMH: Inq., fasc. VIII, p.1349.

(37)

avaliar como ocorreu a colonização e consequente organização do espaço50. Na

cartografia dedicada à rede viária, optou-se por reproduzir os caminhos de forma mais esquemática, particularmente, em áreas mais extensas, com menor coesão interna, de forma a não induzir o leitor em erro com as possíveis distorções causadas pelas

características físicas do espaço ou, mais frequentemente, pela falta de informação histórica, seguindo o exemplo do que foi feito por Carlos Alberto Ferreira de Almeida, Elisa Ferreira Priegue, Fernanda Maurício ou Iria Gonçalves51. Por último, e recorrendo

à Carta Corographica de Portugal à escala 1:100 000, fizemos uma ampliação à Terra de Miranda, de modo a reconstruirmos a rede viária provável aí existente, com base nas informações recolhidas da 4ª Alçada. A metodologia deste processo é aprofundada no ponto «4.2.6. A circulação em Trás-os-Montes Oriental».

3. Análise da Fonte: a 4ª Alçada das Inquirições Gerais de 1258

No desenvolvimento desta dissertação, muito cedo sentimos a necessidade de dedicar um capítulo à análise da fonte, como forma de clarificar algumas questões acerca do que foi o processo de inquirição no Entre-Douro-e-Tâmega, Bragança e seus termos, em 1258, devido ao impacto que estas têm no resultado deste estudo.

Assim, procuramos contextualizar as etapas da inquirição no seu tempo e espaço, analisando, por exemplo, quem foram os homens que percorreram o

território, qual o trajeto que foram traçando ou quais as dificuldades que tiveram no cumprimento da sua tarefa, percetíveis nas informações que nos chegaram. Outro ponto em que nos iremos focar será o tratamento da fonte como instrumento de ação, que tinha como objetivo registar o património régio, enquadrado numa política de reforço da autoridade do Rei e da Coroa, abarcando um território com realidades

50 Cartograficamente, optámos por figurar a escala hipsométrica apenas no primeiro mapa, servindo de referência para os seguintes. A diminuição da quantidade de informação presente nos mapas, permite-nos uma leitura mais clara dos dados em análise.

51 ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – Vias Medievais Entre Douro e Minho (…), p.216-217; FERREIRA PRIEGUE, Elisa - Los caminos medievales de Galicia (…), p.78-79, 102-103, 118-119, 130-131, 150-151, 186-187, 234-235 e 248-249; MAURÍCIO, Maria Fernanda – Entre Douro e Tâmega e as Inquirições

Afonsinas e Dionisinas (…), p.56; GONÇALVES, Iria - Por terras de Entre‐Douro‐e‐Minho com as Inquirições de D. Afonso III (…), p.18.

(38)

muito díspares, a diferentes escalas.

3.1.

Breve introdução ao território

Julgámos ser necessário, para o nosso projeto, redigir umas breves linhas acerca das características físicas do espaço trasmontano, de forma a compreendermos como esta influenciou a ocupação deste território ao longo dos séculos.

Consequência de longos processos naturais, a região de Trás-os-Montes é limitada a Sul pelo rio Douro, que “entalha até grande profundidade tanto a

peneplanície pliocénica, aqui a grande altitude, como a barreira montanhosa que a fecha a oeste e que se estende desde a Serra da Padrela até à de Montemuro, passando pelo Alvão e Marão”52.

A ação erosiva do Douro, cujo grau é distinto consoante a resistência das rochas que encontra, faz-se sentir na diferença entre o topo aplanado dos interflúvios e o fundo dos vales encaixados, que pode atingir os 300 e 400 metros. Vemos este fenómeno ocorrer entre Paradela e Barca de Alva (no Douro Internacional), através dos consecutivos estrangulamentos e das vertentes com forte declive que marcam a paisagem, mas também no Peso da Régua, onde esta ação é exacerbada pela

proximidade ao nível de base marinho, traduzindo-se em vales profundamente entalhados e resultando em desníveis ainda mais acentuados: entre a Régua, na

margem do Douro, e as cristas da Serra do Marão, que lhe estão próximas, o desnível é de quase 1400 metros53.

Climaticamente, Lautensach54 divide o espaço em análise em dois. Por um lado,

a Província Continental Norte ou Terra Fria, que corresponde aos planaltos

52 LAUTENSACH, Hermann – As Características Fundamentais da Geomorfologia In. RIBEIRO, Orlando e LAUTENSACH, Hermann - Geografia de Portugal - A Posição Geográfica e o Território. Vol. I. Lisboa: Edições Sá da Costa, 1987. Organização, comentários e actualização de Suzanne Daveau. ISBN 972-9230-32-3. p.147.

53 LAUTENSACH, Hermann – As Características Fundamentais da Geomorfologia (…), p.137.

54 LAUTENSACH, Hermann – As Características Climáticas In. RIBEIRO, Orlando e LAUTENSACH, Hermann - Geografia de Portugal - O Ritmo Climático e a Paisagem. Vol. II. Lisboa: Edições Sá da Costa, 1988. Organização, comentários e actualização de Suzanne Daveau. ISBN 972-9230-32-3. p.366.

Referências

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