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Avaliação da qualidade do sono em lactentes praticantes de atividade aquática precoce

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Avaliação da qualidade do sono em lactentes praticantes de atividade

aquática precoce

Brasília 2012

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VANESSA LÚCIA DA SILVA DE SOUSA

Avaliação da qualidade do sono em lactentes praticantes de atividade

aquática precoce

Projeto apresentado ao curso de Especialização em Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia do Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

Orientadora: Prof. Dra. Silvana Alves Pereira.

Brasília 2012

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RESUMO

Ao nascerem, os bebês podem apresentar movimentos coordenados de braços e pernas, para se deslocar na água. As habilidades básicas na locomoção aquática resultam na diversificação motora pela qual o nadar passa durante a infância. Objetivos: Caracterizar a atividade física precoce em lactentes através da avaliação da qualidade do sono.

Metodologia: Foram inclusos no estudo lactentes entre 0-24 meses praticantes de natação.

Todos os responsáveis responderam um questionário pré-catalogado com 15 questões fechadas sobre a qualidade do sono. Resultados: Foram avaliados 14 bebês. O tempo médio de natação entre eles foi de seis meses (±4.13). A média de horas de sono noturno foi de 10horas (±0.94) e 2horas diurno (±0.83), a idade média foi de 15 (±4.15) meses e o peso médio foi de 10Kg (±1.38). Dos 14 bebês avaliados, sete acordam durante a noite e cinco choram ao acordar, sete usam chupeta para dormir, cinco mamam e dois sugam os dedos, 12 dormem sozinhos e 13 dormem com a luz apagada. Apenas quatro bebês possuem televisão no quarto, mas nenhum deles dorme com a televisão ligada. Quando perguntamos qual a reação dos pais ao perceber que o bebê acordou, 11 disseram conversar com o bebê e três pegam seus bebês no colo. Dez são vistos com comportamento ativo pelos pais. Ao dormir cinco dormem em posição prono, dois em supino e sete em decúbito lateral, apenas um bebê apresenta respiração bucal ao dormir e 93% dos responsáveis têm a percepção que seu bebê dorme bem durante a noite. Conclusão: Verificamos em nossos dados que os bebês que praticam atividade aquática precoce apresentam boa qualidade de sono. A prática da atividade física é essencial pra promover um crescimento e maturação adequada na aptidão física e vigor mental e os ciclos do sono são essenciais para o desenvolvimento, aprendizado, memória e preservação da plasticidade cerebral na vida do indivíduo.

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INTRODUÇÃO

Análise Teórica

Atividade Aquática e Qualidade do Sono

Ao nascerem, os bebês podem apresentar movimentos coordenados de braços e pernas, para se deslocar na água desde que eles sejam colocados na posição de decúbito ventral. As habilidades básicas na locomoção aquática resultam na diversificação motora pela qual o nadar passa durante a infância (FILHO & MANOEL, 2002).

A descrição comportamental da locomoção aquática considera três elementos básicos: movimentação de braços e pernas, controle postural e controle respiratório. O reflexo de natação consiste em flexões e extensões alternadas dos membros inferiores e superiores, coordenadas com a flexão e extensão do tronco (FILHO & MANOEL, 2002).

Crianças que tem atitudes positivas em relação à atividade física e conhecimento adequado provavelmente adotarão um estilo de vida ativo com o hábito continuado da infância a vida adulta. A prática da atividade física é essencial pra promover um crescimento e maturação adequada na aptidão física e vigor mental (GLANER, 2003).

A sequência de desenvolvimento da locomoção aquática foi dividida em três etapas: fase do reflexo de nadar (até os 4 meses de idade); fase dos movimentos desorganizados (do 4º aos 12 meses de idade); fase dos movimentos voluntários (dos 12 meses de idade em diante) (FILHO & MANOEL, 2002).

O aumento da diversificação motora contribui para a ampliação do repertório motor. Esse aumento de unidades de ação motora se completa com um processo em que elas são integradas, formando ações mais complexas, um processo que corresponde ao aumento de aquisições motoras (FILHO & MANOEL, 2002).

Os ciclos do sono são essenciais para o neurodesenvolvimento, o aprendizado, a memória e a preservação da plasticidade cerebral na vida do indivíduo. Pesquisas indicam que técnicas de banho (imersão na água) podem promover tanto a redução do choro e da angústia como a melhora do comportamento e qualidade do sono (TOUCHETTE et al, 2007; SANTOS et al, 2008; VIGNOCHI et al, 2010).

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No primeiro ano de vida, ocorre um processo de maturação em que o sono fragmentado dos primeiros meses se torna contínuo durante a noite (SANTOS et al, 2008).

Há um estabelecimento do ciclo circadiano no ritmo sono-vigília dos três aos cinco meses de idade, período em que os lactentes podem estabelecer um sono diurno prolongado sem persistência de despertares. Aos seis meses podem ter mais relações com os aspectos da relação materna (CONVERTINI e TRIPODI, 2007).

Aos seis meses, há uma diminuição progressiva de sono diurno paralelamente à reorganização do sono noturno, esse período diminui de três a quatro para duas horas aos 12 meses, desaparecendo totalmente entre os dois e sete anos de vida (GEIB, 2007).

Essa reorganização sincronizada com os fatores ambientais, caracterizada por períodos mais longos de sono noturno com aumento de sono quieto na primeira parte da noite, possivelmente seja responsável pela melhora das funções biológicas e psicológicas do sono durante o desenvolvimento (GEIB, 2007).

Fatores como a personalidade e psicopatologia dos pais - especialmente materna -o modo de interação estabelecido com a criança, os rituais adotados para dormir e os estressores psicossociais podem modular os padrões e os hábitos de sono. Há dois tipos de resposta aos estímulos estressores na criança: 1) resposta a situações agudas de estresse externo ou ameaça que levam a criança a tornar-se hiperalerta ou vigilitante, um estado psicológico incompatível com a consolidação do sono, que se manifesta por dificuldade de adormecer e por muitos despertares; 2) resposta a situações crônicas ou incontroláveis de estresse, com tendência da criança a afastar-se do ambiente estressante, gastando mais tempo em sono profundo, com elevado limiar de despertar (GEIB, 2007).

O sono possui a função de destaque por envolver a vida noturna da criança, além de sua importância para o desenvolvimento infantil. A compreensão da maturação do ciclo sono-vigília contribui para a realização de práticas necessárias ao bem-estar e ao desenvolvimento infantil saudável (GEIB, 2007).

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Justificativa

Poucos estudos foram publicados associando os quesitos atividade física precoce e qualidade do sono em lactentes durante os primeiro estágios da vida. Portanto, temos como proposta neste estudo apresentar a qualidade do sono dos lactentes em atividade física precoce.

Porém, as experiências culturais e ambientais, como atividade física precoce e sono podem levar os resultados do desenvolvimento para uma ou outra direção, provavelmente promovendo ou inibindo taxas de maturação e a época de surgimento de certas habilidades. Essas diferenças se apresentam tanto a grupos culturais distintos quanto aos lactentes do mesmo grupo cultural, com uma possível explicação nas diferenças socioeconômicas (SILVA

et al, 2006; FORMIGA et al, 2004).

Por isso o objetivo desse estudo é apresentar a qualidade do sono dos lactentes em atividade física precoce através de um questionário pré-catalogado pelas pesquisadoras.

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CASUÍSTICA E MÉTODOS

Caracterização do estudo

O estudo é observacional e analítico, de caráter transversal. Amostra/População

Foram inclusos no estudo um total de 14 lactentes, entre 0 a 24 meses, saudáveis cujos responsáveis aceitaram assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A). Todos os bebês eram praticantes de natação específica para bebês há pelo menos um mês na academia Nadarte, unidade Asa Norte (SGAN 604, conjunto D). Os dados demográficos da amostra estão apresentados na tabela 1.

Os critérios de exclusão englobam: lactentes com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor já pré-estabelecido, doenças infectocontagiosas, musculoesqueléticas e deficiências física, visual e auditiva, lactentes que estão em acompanhamento com algum tratamento complementar.

Instrumento e Coleta de Dados

Foram utilizados os seguintes instrumentos para coleta de dados: Ficha de avaliação

A ficha de avaliação é composta por questões objetivas de fácil compreensão que trás dados pessoais (nome completo, sexo, idade, peso, altura, nome dos pais ou responsável, telefone para contato) (Anexo B).

Questionário pré-catalogado sobre a qualidade do sono

O questionário pré-catalogado consta perguntas a respeito da qualidade do sono do lactente (horário que dorme pela noite e acorda pela manhã, quanto tempo de sono durante o dia, reação do bebê ao acordar, reação dos pais ou responsável quando o bebê acorda, se tem o sono interrompido pela noite, características do ambiente, tipo de respiração) (Anexo B). Procedimento

Inicialmente houve uma solicitação de autorização ao proprietário da academia Nadarte para convidar os responsáveis pelos bebês a participarem da pesquisa. Com a

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autorização em mãos o trabalho foi entregue para a aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa da UNICEUB.

Após a aprovação do CEP/UniCEUB (Parecer 323/11) os responsáveis pelos lactentes foram convidados a participar do estudo e, quando aceito, em um horário agendado entre a pesquisadora e o responsável, este assinou o TCLE e recebeu explicações sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa.

A aplicação do questionário ocorreu no ambiente doméstico de cada criança ou nas dependências da academia. Estavam presentes no momento da avaliação a pesquisadora, o bebê e um responsável.

Aspectos ético-legais

O estudo foi realizado conforme as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde), após ser aprovado pelo CEP da UNICEUB. Todos os responsáveis pelos bebês participantes foram informados sobre os procedimentos utilizados no estudo e concordaram em participar de maneira voluntária do mesmo, assinando o TCLE. Não houve em nenhum momento a desistência do responsável pelo participante e do participante em participar da pesquisa.

Aos participantes convidados a integrar este estudo foram assegurados a privacidade durante a coleta de dados e execução dos procedimentos supracitados. Os resultados da pesquisa serão divulgados garantindo o anonimato dos participantes, sendo as fichas e os vídeos, identificados por siglas apenas para o controle da pesquisadora. Cabe destacar que os resultados deste estudo serão comparados a outras pesquisas com metodologias semelhantes.

Os objetivos do estudo foram apresentados aos responsáveis de forma oral e por escrito, através do TCLE. Após o término do estudo, a pesquisadora oferecerá devolutivas individuais sobre os resultados da pesquisa. Além disso, será informado aos responsáveis o dia e local da apresentação oral do trabalho. As informações coletadas serão arquivadas pela pesquisadora por um período de 5 anos ou mais, caso sejam mudados os prazos atualmente em vigor. Após este prazo, os arquivos serão destruídos. É válido ressaltar que toda pesquisa acarreta riscos e benefícios, contudo no presente estudo os benefícios superam os riscos, que por sua vez são ínfimos.

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No que tange aos benefícios da pesquisa, além da contribuição à ciência, há comprovação da atividade física precoce auxiliando na qualidade do sono desses bebês. Dentre os possíveis riscos cita-se: detectar alteração na qualidade do sono em uma criança aparentemente saudável e ativa. Para esse possível risco fica assegurado pela pesquisadora através do relatório fisioterapêutico, um encaminhamento a um médico especialista caso houvesse alguma alteração na qualidade do sono.

Estatística

Os dados coletados da ficha de avaliação e do questionário da qualidade do sono foram expostos em planilhas do Microsoft Office Excel 2007. Ainda neste verificou-se por uma análise estatística descritiva a frequência, média e desvio padrão dos resultados observados do questionário de qualidade do sono.

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RESULTADOS

Foram entrevistados para responder o questionário sobre a qualidade do sono dos bebês 14 responsáveis (mães ou pais). Observou-se uma idade média entre os bebês de 15 meses cujo tempo médio de natação foi de seis meses, sendo oito do sexo masculino e seis do sexo feminino, dois da raça negra e 13 da raça branca. Apresentaram um peso médio de 10 Kg. Em relação ao sono, tiveram uma média de 10 horas do noturno e duas horas do diurno (Tabela 1).

Tabela 1: Dados demográficos

Idade (meses) Peso (Kg) Altura (cm) Tempo de natação (meses) Sono noturno (horas) Sono diurno (horas) Média 15 10 78 6 10 2 Desvio padrão 4,13 1,38 4,10 4,13 0,94 0,83

Verificamos que a duração total do sono noturno de 10 horas (DP ± 0,94) e duração total do sono diurno de 2 horas (DP ± 0,83).

Dos 14 bebês avaliados, 10 são ativos, três tranquilos e um agitado, 12 dormem sozinhos no quarto, um dorme com irmão e um dorme com os pais, apenas um bebê dorme com a luz acesa e nenhum deles utiliza a televisão para dormir, porém quatro precisam de canção para ninar.

Ao dormir, cinco dormem em posição prono, dois em supino e sete em decúbito lateral, apenas um bebê apresenta respiração bucal ao dormir e 93% dos responsáveis têm a percepção que seu bebê dorme bem durante a noite.

Cinco bebês choram ao acordar e nove possuem reações como sorrir, chamar a mãe e brincar e quando o bebê acorda 11 responsáveis disseram conversar com o bebê e três disseram pegar no colo.

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DISCUSSÃO

Essa reorganização do sono ocorre, possivelmente, pela melhora das funções biológicas e psicológicas durante o desenvolvimento infantil. Este fato se mostra em sincronia com fatores ambientais controlados pelos próprios cuidadores e se associa com os distúrbios de sono mais prevalentes na infância, como a dificuldade de colocar a criança para dormir, dormirem juntos aos seus pais ou os múltiplos despertares durante a noite (GEIB, 2007; SANTOS et al, 2008).

Em nosso estudo verificamos que um bebê dorme com irmão e outro com os pais, o que representa 14% da amostra. E apenas um bebê possui múltiplo despertares noturnos. Pode-se pensar em associar estes fatores ao fato da atividade física precoce favorecer a uma boa qualidade de sono noturna, sem interrupções e hábitos positivos dos responsáveis observando que a média de idade dos bebês se enquadra a um ciclo sono-vigília organizados.

No trabalho de Geib (2007) observou-se que a partir dos seis meses de idade há uma diminuição progressiva de sono diurno paralelamente à reorganização do sono noturno. O sono diurno diminui de três a quatro para duas horas aos 12 meses, desaparecendo totalmente entre os dois e sete anos de vida.

Nossos dados corroboram os descritos acima quando mostramos que as crianças com idade média de 15 meses (DP± 4,13) apresentaram uma média de 2 horas de sono diurno (DP±0,83).

O despertar noturno, por sua vez, costuma gerar maior preocupação aos pais, por interferir na rotina familiar, especialmente se vários episódios ocorrem em uma mesma noite. A maioria dos estudos que investigaram a prevalência de co-leito (sono noturno compartilhado) e de despertar noturno foram conduzidos em países desenvolvidos, sendo escassas as informações sobre a epidemiologia dessas características do sono em países em desenvolvimento (SANTOS et al, 2008).

Em defesa do sono compartilhado, McKenna (2000) apresenta evidências que crianças inglesas que nunca tinham dormido com seus pais tinham tendências a serem mais difíceis de serem controladas, menos felizes e mais mal-humoradas e temerosas em relação àquelas que sempre dormiam na cama dos pais durante a noite toda. Estas últimas foram consideradas

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pelos pais como mais dependentes. Meninos que até os cinco anos de idade haviam dormido com seus pais apresentaram na idade adulta significativamente maior auto-estima, vivenciaram menos sentimento de culpa e ansiedade e revelaram maior frequência de relações sexuais; as meninas que estiveram em co-leito na infância apresentaram, quando adultas, menos desconforto nos contatos físicos e maior auto-estima.

Em nosso estudo não avaliamos os efeitos em longo prazo do co-leito, mas verificamos que apenas duas crianças dormem em companhia de outra pessoa, porém todas as crianças avaliadas nesse estudo necessitam de intervenção para dormir, seja ela o uso de chupeta, alimentação, hábito de sugar os dedos ou canção de ninar e apenas uma criança necessita de luz acesa ao dormir.

Geib (2007) revelam prevalências maiores de distúrbios de sono entre as crianças em co-leito ou quarto compartilhado em relação àquelas que dormem sozinhas. O co-leito mostrou associação com a menor probabilidade de manter um horário regular para dormir, adormecer sozinho ou usar uma iluminação à noite.

Santos et al (2008) realizaram um acompanhamento domiciliar dos 12 primeiros meses de vida de bebês e 3.907 mães foram entrevistadas quanto às características habituais e das 2 últimas semanas do sono da criança e os autores pontuam que a prevalência habitual de co-leito foi de 45,8%, e o despertar noturno foi de 46,1%. Somente 6,1% das crianças dormiam sozinhas no quarto, e 48,1% não dividiam a cama, mas compartilhavam o quarto com outras pessoas. Dentre as que apresentavam co-leito, a maioria (60,8%) dividia a cama com ambos os pais e 89,9% compartilhavam a cama durante a noite inteira, e apenas 16,1% das mães relataram que a qualidade do sono da criança atrapalhava seu bem-estar.

Neste mesmo estudo quando foi comparado o sono nas duas últimas semanas verificou-se que as crianças dormiram em média 10+1,6 horas por noite; 64,4% acordaram no meio da noite, sendo que 56,5% acordaram todas as noites. Praticamente todas as crianças sestearam durante o dia (99%). O sono da criança nas duas últimas semanas foi classificado por 21,8% das mães como regular ou ruim.

Nossos dados não corroboram os descritos acima, uma vez que, sete lactentes acordam pela noite e apenas um bebê acorda ás vezes, 12 dormiam sozinhas em seu próprio quarto e apenas um deles dormia com os pais. Dos 14 responsáveis apenas um relatou que achava que

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seu filho não dormia bem. Porém, quando comparamos o total de horas dormidas durante a noite e dia, verificamos uma similaridade entre os dois estudos, nossos bebês dormiam em média 10 horas por noite e duas horas por dia.

Outro dado discutido no contexto sono é a posição ao dormir. Convertini & Tripodini (2007) avaliaram 300 bebês de até dois anos de idade e encontraram que a posição supina predominou em 51,2%, prono em 18,6%, e lateral em 30,2%.

Verificamos que 50% dos bebês dormem em decúbito lateral, 35,7% em prono e 14,% em supino, 48,3% das crianças com um ano de idade fazem duas sestas e 19,2% das crianças com dois anos de idade fazem duas sestas, demonstrando o diferente perfil do ciclo circadiano de crianças com um e dois anos de idade.

O estudo de Santos et al (2008) apresentou uma frequência de 77,9% de crianças com até 1 ano de idade que amamentam durante a noite e apenas 43,8% em crianças com dois anos, e a alimentação noturna, sobretudo a amamentação, associou-se com os despertares noturnos em 80,3%.

Geib (2007) corrobora com tal fato ao afirmar que lactentes em aleitamento materno tendem a acordar mais frequentemente durante a noite do que os lactentes em uso de mamadeiras.

Estes autores observaram que a maturação do ciclo sono-vigília durante o primeiro ano de vida, varia de 4.9% nas comunidades rurais italianas a 64% nos Estados Unidos.

Neste estudo, das oito crianças que acordam pela noite, 100% necessitam de algum tipo de intervenção dos pais. Quanto ao uso de objetos transicionais, sete crianças usam chupeta, cinco mamam mamadeira, duas leite materno e duas sugam os dedos, podendo ocorrer a associação dessas intervenções simultaneamente.

Reconhecendo as competências do recém-nascido para o engajamento ativo no mundo físico e social, além do processamento de informações e para a escolha de certos estímulos em detrimento de outros, há um modelo transacional. Esse modelo apoia-se no pressuposto de que o desenvolvimento normal do sono do lactente pode variar não apenas dentro de diferentes subgrupos culturais, mas também de criança para criança, dependendo da interação dos fatores intrínsecos e extrínsecos importantes em cada fase do desenvolvimento infantil.

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Os fatores intrínsecos incluem o temperamento da criança, o padrão de crescimento, as condições neurológicas ao nascer, entre outros. Os fatores extrínsecos podem incluir a forma de alimentação; padrão de alimentação; local de dormir posição para dormir; contato físico noturno com os pais e o fato de ser filho único ou ter irmãos. A conjunção desses fatores resulta em hábitos de sono culturalmente orientados, que potencialmente modulam a fisiologia do sono (ANDERS, 1994).

Acreditamos que a qualidade do sono encontrada em nosso estudo esteja relacionada com a característica do nosso grupo. Analisamos bebês em atividade física precoce, todos os bebês inclusos na proposta praticam natação há pelo menos um mês com regularidade, além das famílias dos bebês estudados apresentarem um nível socioeducacional elevado e com preocupação e investimento na qualidade de vida de seus filhos.

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CONCLUSÃO

Verificamos em nossos dados que os bebês que praticam atividade aquática precoce apresentam boa qualidade de sono. A prática da atividade física é essencial pra promover um crescimento e maturação adequada na aptidão física e vigor mental e os ciclos do sono são essenciais para o desenvolvimento, aprendizado, memória e preservação da plasticidade cerebral na vida do indivíduo. Crianças que tem atitudes positivas em relação à atividade física e conhecimento adequado provavelmente adotarão um estilo de vida ativo com o hábito continuado da infância a vida adulta.

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REFERÊNCIAS

ANDERS, TF. Infant sleep, nighttime relationships, and attachment. Psychiatry 1994; 57(1): 11-21.

CONVERTINI, G; TRIPODI, MR. Hábitos de sueño en menores de 2 años. Arch Argent Pediatr 2007; 105(2):122-128.

FILHO, EX; MANOEL, EJ. Desenvolvimento do comportamento motor aquático: implicações para a pedagogia da Natação. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v. 10 n. 2 p. 84-94, abril 2002.

FORMIGA, CK; PEDRAZZANI, FPSS; LIMA, CD. Eficácia de um programa de intervenção precoce com bebês pré-termo. Paidéia (Ribeirão Preto) v.14 n.29 Ribeirão Preto set./dez. 2004.

FORMIGA, CKMR; PEDRAZZANI, ES; TUDELLA, E. Desenvolvimento Motor de lactentes pré-termos participantes de um programa de intervenção fisioterapêutica precoce. Rev. bras. fisioter. Vol. 8, No. 3 (2004), 239-245.

GEIB, LTC. Desenvolvimento dos estados de sono na infância. Rev. bras. enferm. vol.60 no.3 Brasília May/June 2007.

GHERA MM, MARSHALL PJ, FOX NA, ZEANAH CH, NELSON CA, SMYKE AT, ET AL. The effects of foster care intervention on socially deprived institutionalized children’s attention and positive affect: results from the BEIP study. J Child Psychol Psychiatry 2009;50:246-53.

GLANER, MP. Importância da aptidão física relacionada à saúde. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, Volume 5 – Número 2 – p. 75 - 85 – 2003.

McKENNA J. Cultural influences on infant and childhood sleep biology and the science that studies it: toward a more inclusive paradigm. In: Loughlin GM, Carrol JL, Marcus CL, editors. Sleep and breathing in children: a developmental approach. New York (NY): Marcel Dekker Inc; 2000. p. 99-130.

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SANTOS, IS; MOTA, DM; MATIJASEVICH, A. Epidemiologia do co-leito e do despertar noturno aos 12 meses de idade em uma coorte de nascimentos. J. Pediatr. (Rio J.) vol.84 no.2 Porto Alegre Mar./Apr. 2008.

VIGNOCHI, C; TEIXEIRA, PP; NADER, SS. Efeitos da fisioterapia aquática na dor e no estado de sono e vigília de recém-nascidos pré-termo estáveis internados em unidade de terapia intensiva neonatal. Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 3, p. 214-20, maio/jun. 2010.

TOUCHETTE, E; PETIT, D; SÉGUIN, JR; BOIVIN, M; TREMBLAY, RE; MONTPLAISIR, JY. Associations Between Sleep Duration Patterns and Behavioral/Cognitive Functioning at School Entry. SLEEP, Vol. 30, No. 9, P. 1213-19, 2007.

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ABSTRACT

At birth, babies may have coordinated movements of arms and legs to move through the water. The basic skills in moving water resulting in the diversification motive by which the swim takes place during childhood. Objectives: To characterize the physical activity early in infants by evaluating the quality of sleep. Methodology: the study included infants aged 0-24 months swimmers. All answered a questionnaire pre-cataloged with 15 closed questions about the quality of sleep. Results: A total of 14 babies. The mean swimming between them was six months (± 4.13). The average hours of nocturnal sleep was 10 o'clock (± 0.94) and day 2 hours (± 0.83), the mean age was 15 (± 15.4) months and mean weight was 10 kg (± 1.38). Of the 14 infants evaluated, seven wake up at night and cry when you wake up five, seven using a pacifier to sleep, five suck and suck two fingers, 12 and 13 sleep alone sleep with the lights off. Only four babies have a bedroom TV, but none of them sleeping with the television on. When asked what the reaction of parents to realize that the baby woke up, 11 said talk to the baby and take her three babies on her lap. Ten active behavior are seen by parents. When sleeping five sleep in the prone position, supine and two lateral in seven, only one baby has mouth breathing during sleep and 93% of parents have the perception that your baby sleeps well at night. Conclusion: We found in our data that babies who practice aquatic activity early have good quality sleep. The physical activity is essential to promote proper growth and maturation on physical fitness and mental stamina and sleep cycles are essential for development, learning, memory and preservation of brain plasticity in the life of the individual.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você, pai e/ou responsável, para que seu filho (a) possa participar da pesquisa “Avaliação do desenvolvimento motor e da qualidade do sono em lactentes” que é coordenada pela Professora Silvana Alves.

A participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Essa pesquisa procura estudar o desenvolvimento motor do lactente de 0 a 18 meses, seguindo a escala de avaliação AIMS e a qualidade do sono nesses mesmos lactentes. Caso decida aceitar o convite, seu filho será submetido (a) aos seguintes procedimentos: aplicação da escala de avaliação AIMS através da observação dos movimentos do seu filho realizados em lugar apropriado, sem as vestimentas, com o estímulo de brinquedos e você responderá um questionário sobre a qualidade do sono do seu lactente.

Os riscos envolvidos com a participação do seu filho são: possível irritabilidade durante a aplicação da escala, que será minimizada com a presença do responsável no local do teste para a confiança do lactente; baixa na temperatura corporal devido a falta das vestimentas, que será minimizadas com a aplicação da escala em sala fechada, em ar ambiente; possíveis quedas ao tentar ficar na posição de pé, que será minimizada com a proximidade da pesquisadora junto ao lactente e descoberta de atrasos no desenvolvimento motor, que será solucionado com o encaminhamento a um médico especialista junto ao relatório fisioterapeutico.

Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: ter conhecimento sobre o desenvolvimento motor do seu filho e da sua qualidade de sono, bem como obter orientações caso o resultado não seja o esperado para a idade.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome e o nome de seu filho não serão identificados em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.

Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.

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Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Vanessa Lúcia da Silva de Sousa, no endereço Chácara 51, lote 17, Guará Park ou pelo telefone (61) 9644- 9345ou Cássia Stumpf, no endereço SHIS QI 26, Chácara 27, Lago Sul ou pelo telefone (61) 8140- 0198.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNICEUB no endereço SEPN 707/907, Asa Norte, Campus do UNICEUB ou pelo telefone (61) 3966- 1252.

Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Avaliação do desenvolvimento motor e da qualidade do sono em lactentes”.

Participante da pesquisa (responsável):

Nome:____________________________________________________________________ Assinatura:________________________________________________________________ Nome do bebê:_____________________________________________________________ Pesquisador responsável: Vanessa Lúcia da Silva de Sousa / Cássia Stumpf

Comitê de ética e Pesquisa do UNICEUB SEPN 707/907, Asa Norte, Campus do UNICEUB , telefone (61) 3966- 1252.

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APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO- “QUALIDADE DO SONO DO BEBÊ”

Nome: ______________________________________ Data de nasc.:______________ Idade:________Sexo:_______Peso:___________Altura:__________ Cor:__________ Nome mãe:_______________________________Tel. para contato:________________ Nome pai:________________________________Tel. para contato:________________ 1)Qual o horário que o bebê dorme pela noite?_________________________________ 2) Qual o horário que o bebê acorda pela manhã?_______________________________ 3)Duração total do sono noturno:____________________________________________ 4)Quanto tempo o bebê dorme durante o dia?__________________________________ 5)Qual a reação do bebê ao acordar (chora, fica quieto)?_________________________

6)Qual a sua reação (mãe, pai ou responsável) quando o bebê acorda?________________________________________________________________ 7)O bebê tem o sono interrompido pela noite?__________________________________ 8)Se sim no item 7, o bebê volta a dormir sozinho ou precisa de intervenção?____________________________________________________________9)Ond e dorme (quarto sozinho, irmãos ou pais)?________________________________

10)Com luz acesa ou apagada?______________________________________________

11)Tem televisão no quarto? Liga para dormir?

______________________________________________________________________ 12) Precisa de música ou canção de ninar?____________________________________

13)Usa chupeta, mama (se sim, leite materno ou mamadeira) ou suga os dedos para dormir?________________________________________________________________ 14)Qual a posição que dorme (prono, supino ou decúbito lateral)?________________________________________________________________ 15)Você acha que o bebê dorme bem?________________________________________ 17) Como definiria o temperamento do bebê (calmo ou tranqüilo)?_________________

19)Tipo da respiração quando dorme (nasal ou

Referências

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