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JORNAIS E FOLHETINS LITERÁRIOS DA PARAÍBA NO SÉCULO XIX

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULOS

Jornais e Folhetins Literários da Paraíba do Século XIX

Taíde Santiago Ângelo

Relatório parcial apresentado como cumprimento

das atividades do projeto de Pesquisa coordenado

pela professora Drª Socorro de Fátima Pacífico

Vilar e financiado pelo Programa Institucional de

Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq.

Junho/2005

JORNAIS E FOLHETINS LITERÁRIOS

DA PARAÍBA NO SÉCULO XIX

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO--- 04

OBJETIVOS --- 05

METODOLOGIA --- 06

CONTEÚDO DESENVOLVIDO ATÉ O MOMENTO --- 08

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• INTRODUÇÃO

A história da literatura brasileira que se tem é um simples resumo de uma análise mal feita da verdadeira literatura nacional. Esse engano resulta da influência política e econômica que os grandes centros exerceram sob as demais regiões, ou seja, a literatura produzida na corte foi conceituada como a melhor e generalizada para as outras províncias. (LELIS, 1950).

A literatura paraibana tem, igualmente às outras, os seus problemas. Muitos escritores não conseguiram publicar seus escritos em livro no século XIX, exceto Monteiro da Franca, com vida e poesia, editado na Paraíba e de alguns poucos que conseguiram publicar suas obras no final deste século e início do século XX. A grande maioria desses escritores divulgaram suas obras nos jornais que circulavam regularmente na província (BARBOSA FILHO, 2001). Essa dificuldade encontrada pelos escritores resultou num problema ainda maior: a ausência de muitos desses autores do cânone historiográfico literário.

Partindo dessas observações, esse projeto tem como objetivo buscar o que de fato foi produzido pelos autores que divulgaram suas obras nos periódicos, a fim de averiguar o que foi lido pelo público paraibano no século XIX – período em que a Paraíba dava seus primeiros sinais de desenvolvimento cultural – e resgatar nomes e obras que ficaram de fora do cânone literário.

O que se tem feito ao longo dos anos sob a denominação de história da literatura, foi apenas uma análise superficial, indo de encontro ao plano da realidade. Nesse sentido, esse projeto visa fazer uma análise mais profunda sobre os textos, estilos, que circulavam e eram apreciadas pelo público leitor.

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• OBJETIVOS

A partir da compreensão que se tem a respeito das folhas existentes na história da literatura, esse projeto pretende mostrar, através de pesquisas nos jornais que circulavam quase diariamente nesse período – século XIX –, o que mais interessava ao público leitor; que autores se destacaram e o público mais visado pelos mesmos; resgatar autores e gêneros que não foram incluídos no cânone por não terem sido publicados em livros nessa época; buscar artigos com notícias a respeito de livros, publicação e reedição de obras literárias, livros infantis, enfim, todas as informações da vida literária da Paraíba.

A literatura paraibana foi mais influenciada que influenciadora. Sua produção se restringiu nos moldes do “poder central”, sobretudo, em sua fase inicial, que se caracterizou por essa imitação servil dos modelos consagrados a nível nacional (BARBOSA FILHO, 2001).

Apesar disso, esse projeto ousa buscar a fundo, penetrar na vida literária da Paraíba e descobrir as suas manifestações mais marcantes até atingir um estado de exatidão para se chegar à verdadeira história das práticas literárias do século XIX e as características do público leitor que elas representavam.

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• METODOLOGIA

Ao logo das 20 (vinte) horas distribuídas semanalmente, nessa Segunda fase de atividades houve uma leitura em progresso da bibliografia indicada.

As reuniões ocorreram no ambiente 5, do CCHLA, a fim de que todas as dúvidas a respeito das leituras e da pesquisa fossem dirimidas.

Os Textos Teóricos principais “História Crítica da Literatura Paraibana”, de Gemy Cândido (1983) e “Maiores e Menores” de João Lelis (1950) foram às leituras que trouxeram uma compreensão ainda maior e mais ampla sobre as propostas desse projeto.

O texto de Gemy Cândido apresentou informações importantes sobre o modo como se estruturou a literatura no território paraibano nos séculos XIX e XX; a atividade jornalística, como um veículo fundamental na divulgação dos Textos literários; e, nomes de muitos autores paraibanos com suas respectivas obras, acrescentando e enriquecendo ainda mais o conhecimento sobre muitosescritores e da literatura do estado.

Já no livro de João Lelis, enfatizou-se a importância da pesquisa literária como uma forma de observar e corrigir as falhas existentes na história da literatura, em especial, da Paraíba. Além disso, trouxe muitas informações sobre os escritores paraibanos, seus estilos, suas obras, enfim uma completa análise crítica da literatura local.

O Texto “História da Literatura Brasileira e outros ensaios”, de Joaquim

Norberto de Souza e Silva (2002), apresentou o conceito de literatura como a identidade de um povo, ou seja, a nacionalidade ou originalidade da literatura brasileira reside na língua, por isso as traduções de obras estrangeiras nada têm a acrescentar pois não são originais, isto é, não trazem a história e a cultura do povo brasileiro. Esse texto contribuiu muito pois ampliou a compreensão a respeito da importância do estudo da literatura.

O livro “A aventura do livro: do leitor ao navegador”, de Roger Chartier

(1999), entre outros assuntos, apresentou uma abordagem sobre o leitor ao longo da história. O leitor, a princípio era visto como um sujeito mais próximo do texto, entretanto, devido a essa nova era da informatização, o texto ganhou um novo suporte: o computador. Essa leitura trouxe reflexões sobre esse distanciamento que se criou entre o leitor e o texto, graças a esse novo suporte da escrita que está se expandindo

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rapidamente; e, questionamentos sobre o destino do livro com essa revolução tecnológica.

Além dessas leituras, outros textos foram discutidos como: “Literatura de

Rodapé”, de Regina Zilberman (2003); “Crítica textual e História Cultural” (1997),

“Literatura e leitura” (2001), e “A ordem dos livros” (1999), de Roger Chartier; “A

ordem do discurso”, de Michel Foulcalt (2004) e “Primeiros passos para a História da leitura”, de Robert Darnton (1990).

Paralelamente a essas leituras, pesquisas em jornais do século XIX foram realizadas no Instituo Histórico e Geográfico da Paraíba e no NDIHR/UFPB.

Por fim, como cumprimento das atividades do projeto, houve a elaboração do texto que corresponde a esse presente relatório final.

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• CONTEÚDO DESENVOLVIDO ATÉ O MOMENTO

No período colonial a Paraíba não demonstrava condições para a configuração efetiva de uma vida cultural e literária, apresentando apenas no século XIX os primeiros sinais de desenvolvimento através das manifestações poéticas. Essa origem da literatura paraibana graças à poesia, ocorreu devido a vários fatores, entre eles, a maior facilidade de divulgação que a prosa. Por isso, os escritores procuraram se exprimir das formas mais adequadas do processo de comunicação: os jornais (BARBOSA FILHO, 2001).

Na Paraíba existiam vários periódicos, quase todos com vida efêmera, se auto-intitulavam de políticos, informativos, noticiosos, religiosos, literários etc.

A Gazeta da Parahyba era um periódico que trazia notícias políticas,

econômicas e literárias, não só do Brasil mas do mundo; circulava regularmente, exceto nas segundas-feiras.

Foram pesquisados os números da Gazeta de maio a junho, de 1888, e de janeiro a maio, de 1889.

Alguns levantamentos foram feitos com relação à publicação e reedição de livros, contos, poesias, folhetins e atividades na área da educação.

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PUBLICAÇÃO E REEDIÇÃO DE LIVROS

Alguns livros foram publicados de autores brasileiros e estrangeiros na Gazeta de 1889; muitos desses autores eram conhecidos e consagrados a nível nacional.

CONTOS E POESIAS OS CONTOS

Muitos contos foram encontrados na pesquisa.

De autoria desconhecida: “As três gotas”, “Como se morre para o mundo”,

“Caso misterioso”, “A dama branca”, “A gruta das três gêmeas”, “Poema em prosa”, “História eterna”, “O amigo do homem”, e “O regato”.

AS POESIAS

Havia 3 seções nesses periódicos que, regularmente, apareciam com poesias:

“Piparotes”, de Bocacio Júnior; “Ecos locais”, de Elmano; e, “Carambolas”, de Taco.

Muitas poesias encontradas não tinham os nomes dos autores: “Cantares

andaluzes”, “Cavaco”, “Meu pensamento”, “Fatalidade”, “Poema de amor”, “Trop

Noir”, “Cantigas de Alentejo”, “Logogripho por letra”, “Epigrama”, “Um segredo”,

“Literatura”, e “Logogripho”.

Diferentemente dos contos, as poesias são em sua maioria de escritores brasileiros.

Muitos escritores utilizavam suas poesias para fazer críticas, homenagens ou declarações.

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FOLHETINS

Apenas 1 folhetim foi encontrado nos números pesquisados na Gazeta de 1888: “O collar de aço”, por F. de Boisgobery, traduzido por A Cruz Cordeiro Júnior.

Na Gazeta de 1889 encontramos “A Emboscada”, de Júlio Mary, e, “Rosa Mignon”, de A Dalséme, romance de grande sucesso em Paris, segundo a Gazeta.

Ambos os folhetins foram também traduzidos por A Cruz Cordeiro Júnior.

NOTÍCIAS SOBRE A EDUCAÇÃO

No decorrer do século XIX uma série de providências foram tomadas na área da educação no sentido de oferecer condições para o exercício pleno das atividades intelectuais, pois a literatura passou a ser uma prática comum da elite dominante (CÂNDIDO, 1983). Por isso, muitos anúncios voltados para a área da educação apareciam quase freqüentemente na Gazeta.

Anúncio como aulas noturnas e aulas particulares, cursos gratuitos para libertos e analfabetos, anúncios de escolas, propaganda de livrarias, além de anúncios sobre professores oferecendo aulas particulares, ou notícias sobre a saúde de alguns professores em especial.

Além disso, era comum encontrar nesses anúncios uma ênfase com relação à importância da educação como uma atividade fundamental para a vida de um cidadão.

CONCLUSÃO

Diante dos dados levantados na pesquisa, podemos concluir que:

Existia uma diversidade de gêneros literários apreciados pelo público leitor – folhetins, poesias, contos, cartas e até mesmo piadas.

O público feminino e infantil também fazia parte do público leitor dessa época. Forte presença de contos e veros.

Não foi possível destacar nenhum escritor paraibano devido à insuficiência de dados para uma conclusão exata dos nomes que marcaram essa fase.

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A educação era vista como um fator de extrema importância pela elite intelectual. Presença de muitos escritores estrangeiros, sobretudo, na prosa.

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BIBLIOGRAFIA

BARBOSA FILHO, Hildeberto. “Das origens ao simbolismo”. IN: Arrecifes e lajedos.

João Pessoa: EDUF PB, 2001, pp. 53 – 89.

CÂNDIDO, Gemy. História crítica da literatura paraibana. João Pessoa: Secretaria de Educação e Cultura da Paraíba, 1983.

CHARTIER, Roger. “Crítica textual e História Cultural”.IN: Revista Semestral da Leitura da Associação de o Brasil. Campinas, São Paulo n 30, dez, 1997, pp. 67-75. ________________ “Literatura e Leitura”. IN: Cultura escrita, Literatura e História. Porto Alegre: Artmed, 2001, pp. 83-111.

________________ A Ordem dos livros. 2. ed. Brasília: UnB, 1999.

________________A aventura do livro do leitor ao navegador. São Paulo: UNESP, 1999.

CERTEAU, Michel. “Ler: Uma operação de caça”. IN: A Invenção do cotidiano. 2. ed. Rio de Janeiro :Vozes, 1994.

DARNTON, Robert. “Primeiros passos para uma História da leitura”. IN: O Beijo de Lamourette; mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das letras,1990. LELIS, João. Maiores e menores. João Pessoa: Edigraf, 1950.

SILVA, Joaquim Norberto de Souza. “Livro Primeiro: Introdução histórica”. IN: História da Literatura brasileira e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zé Mário Editor, 2002.

Referências

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