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Por isso antes de propriamente entrares na meditação dos textos, proponho um pequeno percurso para te ajudar a fazer silêncio interior

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Academic year: 2021

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Para rezar na Semana Santa

Estamos em plena Semana Santa. Ao longo destes dias somos convidados a reflectir no mistério da Paixão-Morte e Ressurreição de Jesus. A tradição popular quis recordar os últimos acontecimentos históricos de Jesus de Nazaré. Não se trata apenas de recordar factos passados, mas de um memorial a ser actualizado… A semana Santa é semana do encontro com o Cristo-Ressuscitado: nas celebrações litúrgicas, na sua Palavra e nos irmãos… As celebrações litúrgicas são a recordação dos últimos acontecimentos da vida terrestre de Jesus de Nazaré. Cada dia da semana é um facto a ser recordado e actualizado. Trata-se da celebração do mistério Pascal na sua globalidade…

Assim proponho-te um esquema que vai incidir sobre o silêncio que é necessário fazer para meditar neste mistério da Paixão, morte e ressurreição de Jesus. Diante do Relato da Paixão, podemos ter várias atitudes: estupefacção, revolta, admiração diante da humildade e da coragem de Cristo, etc… Mas se calhar a melhor atitude é o silêncio… diante do mistério não há outra coisa a fazer senão contemplar isso no silêncio do coração… o que não é tarefa fácil…

Por isso antes de propriamente entrares na meditação dos textos, proponho um pequeno percurso para te ajudar a fazer silêncio interior…

Exercício de concentração.

1. Escolhe um lugar que favoreça a tua concentração. Procura uma posição confortável. Fecha os olhos ou concentra o olhar num ponto concreto. Procura relaxar os músculos. Faz um exercício de respiração (inspira e expira profunda e lentamente algumas vezes). Selecciona como foco uma palavra ou uma frase breve, (de um salmo, por exemplo). Repete, silenciosamente, essa palavra durante o exercício de respiração. Quando outros pensamentos chegarem à tua mente, diz simplesmente para ti mesmo: ‘Tudo bem’, e retorna lentamente à repetição. Podes continuar por algum tempo…

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Certo dia, Deus viu que estava a ficar cansado das pessoas. Elas estavam sempre a incomodá-lo, pedindo coisas e mais coisa… Então disse: “Vou esconder-me por uns tempos!” Reuniu alguns dos seus conselheiros e perguntou-lhes: “Qual é o melhor lugar para eu me esconder?” Alguns disseram: “no cume da montanha mais alta da terra!”. Outros, pelo contrário, achavam que era no fundo do mar. Aí, certamente, ninguém O encontraria. Outros responderam: “O melhor lugar é na lua! Lá é impossível alguém descobrir o Senhor.” Então Deus perguntou ao seu conselheiro mais inteligente: “Onde achas melhor eu esconder-me?” E ele, sorridente, respondeu: “Senhor, esconda-se no coração do ser humano. Esse é o único lugar onde ele nunca vai!”, Deus está no coração humano!

Coração! Na Bíblia, coração não significa exclusivamente a vida afectiva da pessoa mas expressa a própria pessoa, a sua interioridade, a sua intimidade feita de sentimentos, emoções, ideias, projectos, decisões.

Por isso, dizer que Deus está no coração é afirmar que Deus está presente na vida da pessoa; que a conhece a partir de dentro, do que ela é e tem de mais íntimo, original e singular; que age desde o seu interior…

O ser humano reza com o coração! É a pessoa toda que reza, é a pessoa toda que, com a sua riqueza interior, se abre ao mistério de Deus, à comunhão com Deus.

O coração significa a riqueza, a vida, o mistério do ser humano. Nem a razão nem ninguém o pode apreender, abarcar totalmente. Só Deus pode sondá-lo e conhecê-lo: “Deus conhece os vossos corações” (Lc 16,15), “O Senhor há-de desvendar os desígnios dos corações” (1Cor 4,5).

O coração é o lugar do encontro com Deus. Aí o ser humano experimenta o sentido de sua vida em Deus: “Ele que nos marcou com um selo e colocou em nossos corações o penhor do Espírito” (2Cor 1,22) e “Que Cristo habite pela fé

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em vossos corações, arraigados e consolidados no amor, a fim de que possais com todos os santos compreender-lhe a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer a caridade de Cristo, que supera todo conhecimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3,17-19).

A oração estabelece uma relação pessoal com Deus, pela abertura do coração a Deus, pelo diálogo com o Senhor. Porém, ela exige também silêncio. Silêncio que nos permite escutar a Palavra de Deus e dar profundidade ao diálogo interior por ela suscitado. Na oração o nosso eu profundo, silencioso, emerge e comunica-se com Deus. Isso exige silêncio, tempo, calma, quietude… A oração é um “estar com” o silêncio.

O silêncio é muito importante nas relações. Os sentimentos que se estabelecem numa relação profunda necessitam de silêncio para se expressarem. As palavras, muitas vezes, limitam, encerrando em conceitos, aquilo que se quer comunicar.

O silêncio precede, prepara o encontro com Deus: “Diante dele, cale-se toda a terra” (Hab 2,20) e “Povos das ilhas, guardai silêncio perante mim” (Is 41,1).

No silêncio, na brisa suave e amena Deus se revela: “O Senhor disse a Elias: ‘Sai e põe-te de pé no monte, diante do Senhor! Eis que ele vai passar’. Houve então um grande furacão, tão violento que dilacerava os montes e despedaçava os rochedos diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terramoto, mas o Senhor não estava no terramoto. Depois do terramoto houve fogo, mas o Senhor tampouco estava no fogo. Finalmente, passado o fogo, percebeu-se uma brisa suave e amena. Quando Elias a percebeu, encobriu o rosto com o manto e saiu, colocando-se na entrada da caverna” (1Rs 19, 11-13)’

• No silêncio da brisa suave, Deus está… • No silêncio do coração humano, Deus está…

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• No silêncio fecundo que desenvolve a atenção para Deus e para os irmãos, Deus está…

• No silêncio da beleza e da contemplação da vida, Deus está… • No silêncio que me leva a escutar o coração do irmão, Deus está…

• No silêncio paciente que sabe discernir o tempo de falar e o tempo de calar, Deus está…

• No silêncio que reconhece a riqueza e o mistério do ser humano e que se abre à partilha com Deus, Deus está…

• No silêncio…

Procura criar dentro de ti um clima de tranquilidade e de silêncio interior. Este silêncio ajuda a ver com os “ olhos do coração “ as manifestações de Deus e com os “ouvidos do coração” a sua Palavra. No teu coração, na tua vida, Deus está…

No silêncio do teu coração conversa agora com Deus… abre-lhe o teu coração. O que lhe queres dizer? O que Ele te fala?

Lê agora o texto: Jo 13, 1-17

- Que apelos te fazem este texto?

- O que pensas da atitude de Jesus ao lavar os pés dos discípulos? - O que exigiria de ti assumir uma atitude semelhante?

- Quem são os discípulos a quem precisas “lavar os pés” no teu dia a dia?

Lê novamente o texto:

Imagina a cena. Coloca-te no lugar de Jesus lavando os pés dos seus discípulos. Olha para os discípulos e vê cada um dos seus rostos. O que eles pensam do gesto? Como reagem? O que dizem?

Coloca-te agora na fila dos discípulos. Chega a tua hora de Jesus te lavar os pés… Ele olha para ti… como é esse olhar… o que revela esse olhar? Como te sentes quando Jesus te lava os pés?

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• Reza um salmo para terminar o momento de oração…

Referências

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