Soares
repete
congresso
anti--austerídade
Contestação
Ex-Presidente
quer alargar
iniciativa
à
direita.
Adriano
Moreira
e
Freitas do
Amaral
apontados
como
possíveis
presenças
Mário
Soares vaiorganizar
mais um congresso das esquerdas para defender a Constituição e o Esta-do social. Oanúncio foi feito pelo histórico socialista em declaraçõesaos jornais Expresso ei.
"Quando não serespeita a Cons-tituição, está acaminhar-se para uma nova ditadura", alertou Soa-res, assumindo que o encontro
ser-virá para "defender aConstituição, tal como ela está". O encontro de-verá realizar-se ainda este mês, no dia 21, na Aula Magna, o mesmo palco do congresso das esquerdas,
que serealizou em Maio, para con-testar as políticas de austeridade do Governo.
A nova reunião volta ater o exe-cutivo de Passos Coelho na mira. Segundo o ex-Presidente da Repú-blica, oobjectivo é
juntar
"todos quantos estejam contra oGoverno, numa ampla frente de rejeição". Além dos nomes que participaram naprimeira
iniciativa, sãoapon-tadas como prováveis as presen-ças de duas figuras históricas da direita: Adriano Moreira eFreitas do Amaral.
Mas oactual Presidente da Re-pública não é esquecido. Cavaco Silva "não pode continuar aserum agente deum partido político", cri-tica Mário Soares, apelando à con-vocação de eleições para pôr fim "à violência social e ao desespero das pessoas".
O novo congresso das esquer-das surge numa
altura
em que oTribunal
Constitucional está sob pressão, incluindo de vários diri-gentes internacionais,por
causa do Orçamento do Estado para 2014e em que odesejo de mudança da Constituição tem sido assumido por várias personalidades da direita e
até algumas de centro-esquerda, como osociólogo António Barreto, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, ou o ex-ministro das Finanças Fernando
Teixeira
dos Santos.
Oprimeiro congresso das
esquer-das juntou várias personalidades, como Mário Soares, Manuel Alegre, Sampaio da Nóvoa eatéJosé Pache-co Pereira. PÚBLICO
Soares
faz
novo
congresso
das
esquerdas
Depois do encontro da Aula Magna, o ex-Presidente volta à carga com nova reunião, desta vez com o tema "Constituição". A intenção de
Mário
Soares, além da esquerda, é conseguiragregar nomes como Adriano
Constituição
0
encontro
pretende
ir
"além
das esquerdas"
e
terá lugar
no dia
21
Soares
volta
a
fazer
congresso
antigoverno
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no Soares vaibi-g
sar o encontro\
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das esquerdasg
que reuniu emju-\g
nho mais deV
2300
pessoas naAula Magna nu-ma manifestação contra as
políti-cas de austeridade, mas desta vez o te-ma éa defesa da Constituição e da De-mocracia Social.
Os promotores são os mesmos — um
amplo leque de personalidades, onde pontuam, entre outros, Manuel Alegre, Pacheco Pereira, Sampaio da Nóvoa, Boaventura Sousa Santos, Maria do Ro-sário Gama (APRE), o líder da UGT, Carlos Silva, e o membro da Comissão Executiva da CGTP Armando Farias — e os partidos apoiantes também (PS, PCP eBloco de Esquerda), mas os convi-dados serão muitos mais. O grupo quer alargar a reunião além da esquerda a "todos quantos estejam contra o Gover-no, numa ampla frente de rejeição",
co-mo disse Soares ao Expresso, incluindo assim nomes surpreendentes como Adriano Moreira eFreitas do Amaral.
Para o ex-Presidente e"alma" do pro-jeto, há dois objetivos fundamentais neste encontro: a defesa da Constitui-ção, como principal legado do 25 de abril, "que não pode ser posto em
cau-sa eprevine a instauração de uma dita-dura em Portugal", ea defesa do Esta-do social, que na sua opinião está aser destruído em todos os sectores, da saú-de ao ensino ou às Forças Armadas.
Pedra detoque serão, aliás, as
inter-venções, que vão
privilegiar
aspes-soas conhecidas pela sua exposição pública, seja das universidades e do mundo da
cultura,
daigreja
ou mes-mo damagistratura
e das ForçasAr-madas, mais do que os
representan-tes dos partidos. O traço de união dos participantes é o inconformismo
perante
a situação que o país vive. Para Soares, é fundamental "mostrar à sociedade eao Presidente da Repúbli-ca em particular que há uma ampla frente de repúdio por estas políticas" eque Cavaco Silva "não pode continuar a ser agente de um partido político" e
que "é possível outro Governo" —uma aparente tentativa de pressionar o
atual Presidente a pedir a fiscalização
preventiva do Orçamento do Estado. O histórico dirigente socialista apela aliás à convocação de eleições, como úni-caforma de pôr cobro "à violência social eao desespero das pessoas". "Estamos a caminho de uma ditadura", declarou.
Manuel Alegre, outro dos promoto-res da iniciativa, disse por sua vez ao Expresso que "as pessoas esperam ini-ciativas novas e de outra natureza co-mo esta, porque há uma crise de con-fiança nas instituições e nos partidos políticos em geral, além de que estes
têm também dificuldades de comunica-ção entre si".
"O
paísestá
desarmado"
Alegre exclui, por outro lado, como "uma ilusão", a ideia de que haja uma união da esquerda, mas tão-só "uma convergência nas ações e reflexões", sendo que há pessoas capazes de criar
essas pontes, como Mário Soares e ele próprio, disse.
"O país está um pouco desarmado", afirmou o antigo deputado, tanto mais que, segundo afirma, o Presidente da República fez "da estabilidade um dog-ma". Ereitera: "Não vão conseguir re-ver a Constituição, nem pôr oPS à tre-la", numa declaração de claro aviso à atual direção socialista.
Oanterior encontro ("Libertar Portu-gal da austeridade") foi o primeiro que reuniu desde o 25 de abril de 1974 os
partidos de esquerda numa iniciativa po-lítica concreta. Cada um destacou os
seus representantes: oPSenviou o depu-tado António Ramos Preto, considera-do uma "segunda linha", mas António
José Seguro, embora tenha conversado com Mário Soares, fez questão dese
dis-tanciar da iniciativa. Na sala estiveram presentes muitos militantes socialistas, mas ninguém da direção. Cecília Honó-rio representou oBE eo então candida-to à presidência da Câmara de Lisboa, João Ferreira, foi o homem do PCP.
A novidade ficou por conta do social--democrata Pacheco Pereira, que não esteve presente mas enviou uma men-sagem bastante crítica do Governo, que lhe valeu uma ovação nasala e for-tes censuras por parte de vários mem-bros do PSD. LUÍSA MEIRELES lmeireles@expresso.impresa.pt
A
IDEIA
É
REUNIR
TODA
A
ESQUERDA
MAS
CONSEGUIR
AGREGAR
TAMBÉM
NOMES
MAIS À DIREITA,
COMO
FREITAS
E
ADRIANO
MOREIRA
Portugal
—
estado
de
urgência
É o mais recente livro de Mário Soares: "Portugal — estado de urgência" (Portugal — état d'urgence) foi escrito de propósito para o público francês — e em francês —eo fundador do Partido Socialista vai lançá-lo pessoalmente na próxima semana em Paris. A ideia é
juntar
olançamento (pela editora La différence) com agitação política e
jornalística, chamando aatenção não só para a situação de crise
portuguesa, como também sobre a espanhola e a crise europeia no seu conjunto. Em dois dias, Soares vai dar múltiplas entrevistas (France Inter, Radio France Internationale, TVS Monde eFrance 24 e "Politique Internationale"). Olançamento propriamente dito éna quarta-feira, estando prevista uma receção eum encontro na Câmara de Paris.
Soares
volta
à
Aula
Magna
em
defesa
da
Constituição
Soares
chama
a
esquerda
para
resistir
ao
ataque
ao
Estado
social
ANA SÁ LOPES
ana.lopes(wionlnie.pt
Oex-Presidente da República
volta achamar aesquerda à
Aula Magna Será nodia 21de
Novembro eomote éa
defe-sada Constituição, da
demo-cracia edo Estado social. Numa altura em queoTribunal
Cons-titucional está sob pressão
-inclusivamente do
presiden-teda Comissão Europeia Durão
Barroso
-
para se render aoOrçamento do Estado de 2014,
e aprópria Constituição é
ques-tionada diariamente. Soares
decidiu juntar os partidos e
personalidades de esquerda para uma sessão em defesa da lei fundamental.
"Quando não se respeita a
Constituição, está a
caminhar-separa uma nova ditadura", afirma o ex-Presidente da República ao /, lembrando
que oactual Presidente
tam-bém jurou defender esta
Cons-tituição e"também sabe per-feitamente isso". Oobjectivo
da iniciativa deMário Soares
e'defender aConstituição tal
como ela é".
Desta vez, aocontrário do
que aconteceu quando Soa-res reuniu pela primeira vez
aesquerda na Aula Magna, em Lisboa, não serão repre-sentantes dos partidos a
dis-cursar, mas outras persona-lidades. Contudo, o ex-Pre-sidente da República já deu
aconhecer a António José Seguro asua iniciativa, assim
como às direcções do PCP e
do BE.
A primeira vez que Soares
juntou aesquerda foi no
pas-sado 30de Maio, sob olema "libertar Portugal da
auste-ridade" eencheu aAula Mag-na da Universidade de
Lis-boa. Pacheco Pereira era um dos promotores
-
não estevepresente, mas enviou uma
mensagem. Um dos
momen-tos altos da noite, para láda
intervenção inicial de Mário
Soares, foi odiscurso de
Sam-paio da Nóvoa, visto como
potencial candidato da
esquer-daaBelém. Entretanto,
Soa-res parte para Paris na ter-ça-feira, onde será homena-geado pelo presidente da câmara da capital francesa.
SOARES |
CONGRESSO
Mário Soares organiza, nopróximo dia 21, na
Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, osegundo congresso das esquerdas
Soares organiza
novo congresso
das
esquerdas
MÁRIO SOARESvai organizar
um segundo congresso das esquerdas, desta vez para
de-fender aConstituição e o
Es-tado Social. Os alvos serão o
Governo e opresidente da República. Oprimeiro
con-gresso, na Aula Magna, jun-tou várias personalidades,
como Mário Soares, Manuel
Alegre, Sampaio daNóvoa e José Pacheco Pereira.