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DOCUMENTO DE SÍNTESE SOBRE O LEMA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS DA 47.ª ASSEMBLEIA PLENÁRIA

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Academic year: 2021

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DOCUMENTO DE SÍNTESE SOBRE O LEMA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS DA 47.ª

ASSEMBLEIA PLENÁRIA

«O PAPEL DOS PARLAMENTOS NO REFORÇO DA RESPONSABILIDADE DURANTE UMA PANDEMIA: O CASO DA COVID-19»

1.0 Introdução

A pandemia da COVID-19 trouxe consigo perturbações sem precedentes em todas as facetas da vida, em todos os sectores no mundo, e os países estão em dificuldade para adoptar medidas visando garantir a saúde pública e a segurança, e minimizar o impacto sobre a economia. Em todo o mundo, assiste-se agora a confinamentos, recolheres obrigatórios, medidas de restrições de circulação, restrições de circulação transfronteiriça e fechos de mercados e carreiras mineiras. Nem os parlamentos se viram poupados, uma vez que os mesmos têm sido também obrigados a lidar com numerosos desafios ligados à execução dos seus mandatos. O surgimento da COVID-19 levou também a mais reflexões sobre a existência das nossas instituições e forçou o mundo a remodelar o que se pensa sobre processos de trabalho inovadores, prioridades revistas e uma economia mundial reformulada. Todas as instituições na direcção do Estado, incluindo o Parlamento, deverão crescer e evoluir através do desenvolvimento de soluções adaptativas, a fim de salvaguardar as suas operações, e ao mesmo tempo, dar aos cidadãos o apoio adicional necessário para neutralizar as repercussões ligadas à COVID-19. A necessidade de os parlamentos da região da SADC encontrarem urgentemente soluções colectivas tornou imperativo que o lema da próxima sessão extraordinária de formulação de políticas da 47.ª Assembleia Plenária seja especificamente «O PAPEL DOS PARLAMENTOS NO REFORÇO DA RESPONSABILIDADE DURANTE UMA PANDEMIA: O CASO DA COVID-19».

2.0 Desafios enfrentados pelos parlamentos em garantir respostas nacionais coordenadas em matéria de COVID-19

Na região da SADC, a pandemia afectou de forma devastadora as vidas e os meios de sustento, uma vez que precipitou a implementação de várias formas de confinamentos, incluindo estados de emergência decretados pela maior

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Página 2 de 6 47th Plenary Assembly Session parte dos governos em toda a região. As referidas medidas foram consideradas como sendo necessárias para conter a propagação da COVID-19 e assegurar que haja o mínimo de cadeia de contaminação.

Os parlamentos foram de repente confrontados com desafios múltiplos, incluindo a necessidade de continuar a reunir-se no âmbito das suas actuais modalidades de realização de sessões, que não tiveram em consideração o distanciamento social, e a necessidade de mitigar a cadeia de contaminação entre os parlamentares que são os representantes eleitos dos cidadãos. Além das barreiras que se interpuseram às reuniões parlamentares presenciais, foram levantadas expectativas de a acção do Governo apoiar a economia, prevenir o desemprego e adquirir os bens e serviços essenciais necessários para o combate à pandemia. O Parlamento enquanto instituição não só tinha de se reunir para tratar dos seus assuntos normais, como também tinha políticas e quadros normativos novos e inovadores que fizeram com que a vida fosse possível para a população, apesar da COVID-19. Este processo de adaptação foi gradual, e alguns parlamentos reagiram mais espontaneamente que outros, e o financiamento sanitário para a COVID-19 era o primeiro assunto que se debatia nos parlamentos.

Além disso, a maior parte dos parlamentos tem estado a debater as seguintes questões fundamentais:

i) Como assegurar respostas eficazes e coordenadas à COVID-19 pelos ministérios e órgãos governamentais de forma transparente e dentro da prática de prestação de contas;

ii) Como garantir uma fiscalização eficaz da implementação dos regulamentos de emergência e equilibrar a necessidade da urgência com a boa governação e uma planificação financeira prudente;

iii) Como abraçar a inovação para ultrapassar os requisitos do distanciamento físico e servir-se da tecnologia informática para sustentar a eficácia parlamentar durante a pandemia da COVID-19; e iv) Como assegurar a colaboração interparlamentar visando a troca de

experiências e a análise comparativa das práticas parlamentares.

Acima de tudo o mais, os parlamentos precisam de assegurar que haja uma resposta forte e coordenada à COVID-19 por todos os intervenientes, incluindo entre os ramos do Estado. A importância de uma abordagem coordenada à COVID-19 foi devidamente registada pelo Parlamento do Zimbabwe que observou que: «...não há nenhuma competição para o espaço entre os três ramos do Estado, e os princípios de boa governação requerem que cada ramo do Estado desempenhe o seu papel sem colidir com os outros ramos

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Página 3 de 6 47th Plenary Assembly Session do Estado. Este surto requer que haja uma coordenação entre os três ramos do Estado, no interesse da saúde pública...»1

3.0 O papel do FP-SADC na promoção de uma resposta regional coordenada pelos parlamentos

Por sua vez, o FP-SADC tem estado a adoptar medidas decisivas visando garantir uma resposta regional coordenada pelos parlamentos da SADC, guiando-se por um dos seus Objectivos Estratégicos que é de «facilitar o desenvolvimento de capacidades e de outros programas de apoio para Deputados e funcionários parlamentares, com vista a aumentar as competências profissionais, conhecimentos e habilidades para fazer face aos desafios emergentes». As referidas medidas incluem consultas com organismos interparlamentares regionais e internacionais tais como a União Interparlamentar (IPU), o Parlamento Panafricano, o Parlamento da CEDEAO, a Assembleia Legislativa da África Oriental (EALA) e o Parlamento Europeu. O Fórum tem também estado a organizar uma série de diálogos entre os Presidentes dos Parlamentos nacionais e jovens, com vista a explorar as modalidades que os parlamentos podem usar para promover o acesso à saúde e direitos sexuais e reprodutivos (SRHR) e aos serviços pelos jovens durante a crise da COVID-19. Até à data foram organizados diálogos com os parlamentos das Seicheles, do Zimbabwe, Eswatini, Malawi, África do Sul e Botswana, e muitos mais serão organizados no decorrer do ano. O mais recente coincidiu com o Dia Internacional da Juventude em 2020, em 12 de Agosto de 2020, tendo contado com a participação dos Presidentes dos Parlamentos do Botswana e da África do Sul. As várias comissões permanentes que se reuniram entre 6 e 10 de Julho de 2020 colocaram também no centro das suas discussões o impacto da COVID-19 nos seus respectivos sectores, tendo feito recomendações abrangentes e muito específicas sobre o que os parlamentos poderiam fazer para melhorar o quadro, sobretudo em mulheres e raparigas que são os grupos mais vulneráveis.

Para assegurar uma resposta sistemática e coordenada pelos parlamentos nacionais à COVID-19, o Fórum elaborou e transmitiu a todos os parlamentos nacionais, no dia 25 de Março de 2020, as Directrizes do FP-SADC para o Combate dos Parlamentos nacionais da SADC ao surto da COVID-19. Nas Directrizes, o FP-SADC, entre outras coisas apelou aos «...parlamentos nacionais para continuarem a desempenhar um papel de liderança na consolidação de quadros jurídicos e de políticas que possam contribuir para a mitigação do surto tanto a curto como a longo prazo».” Além disso, o FP-SADC recomendou que as respostas à COVID-19 por cada parlamento nacional «devem basear-se em dados concretos proporcionais à urgência da situação e em conformidade com os relevantes direitos humanos».

1 Declaração à Imprensa do Parlamento do Zimbabwe sobre o Parlamento e a Resposta à

COVID-19, https://www.parlzim.gov.zw/component/k2/press-statement-parliament-and-covid-19-response-04-2020

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4.0 Partilhar experiências e ensinamentos adquiridos para a análise comparativa

No rescaldo da transmissão pelo FP-SADC das Directrizes acima referidas, os parlamentos membros têm tido experiências variadas e muito ricas do tratamento de diferentes dimensões do papel do Parlamento durante a pandemia. É, portanto, essencial que os parlamentos membros tenham a oportunidade de partilhar essas experiências para efeitos de aprendizagem e de análise comparativa. Por isso, a 47.ª sessão extraordinária de formulação de políticas da 47.ª Assembleia Plenária vai examinar o papel do Parlamento durante uma pandemia como a COVID-19. A aludida reflexão será feita através de uma declaração perante a Assembleia Plenária pela Organização Mundial da Saúde, nos termos do número 5 do art.º 44.º do Regimento Interno. A intervenção vai concentrar-se naquilo que os parlamentos podem fazer para assegurar respostas nacionais e regionais fortes e coordenadas. Além disso, os Presidentes dos Parlamentos e Chefes de Delegações, farão igualmente declarações em que compartilharão as experiências e as lições aprendidas pelos seus respectivos Parlamentos no reforço da responsabilização durante uma pandemia, de acordo com o art.º 45.º do Regulamento Interno do FP-SADC.

A finalidade é de fazer com que os parlamentos da região da SADC continuem a ser relevantes e eficazes na execução das responsabilidades que a Constituição lhes incumbe, nomeadamente a fiscalização do programa do governo, a legislação para a ordem e a boa governação dos seus países e a representação efectiva dos seus cidadãos. Como vem delineado nas Directrizes do FP-SADC, para os parlamentos nacionais da SADC combaterem o surto da COVID-19, e de acordo com os princípios de saúde pública estipulados nas leis modelos adoptadas pelo Fórum, os parlamentos têm um papel fundamental a desempenhar no sentido de assegurar respostas nacionais e regionais eficazes e coordenadas à COVID-19.

Os seguintes princípios citados nas Directrizes devem inspirar os parlamentos nacionais no desempenho do papel de liderança em garantir a responsabilização nas respostas à COVID-19 na região da SADC:

i) O objectivo que consiste em alcançar a cobertura universal dos cuidados de saúde (UHC) e cumprir o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 3 relativo à saúde e ao bem-estar para todos deve continuar a ser o princípio orientador fundamental que serve de base para as respostas em termos de políticas e legislação em toda a SADC;

ii) Embora se deva dar prioridade à mobilização de recursos para lidar com o surto de COVID-19, que não se reduza o acesso a outros serviços de cuidados de saúde igualmente essenciais, nomeadamente os serviços de saúde sexual e reprodutiva, intervenções cirúrgicas essenciais, tratamentos de doenças crónicas, despistagem do cancro do colo do útero, provisão de anti-retrovirais para o tratamento do VIH/SIDA, etc. A redistribuição do pessoal médico para lutar com a pandemia da

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Página 5 de 6 47th Plenary Assembly Session COVID-19 deve também assegurar que não haja atrasos na prestação dos serviços essenciais de assistência médica;

iii) Deve-se criar uma equipa nacional de vigilância que inclua parlamentares, para monitorar a situação diária relativa ao COVID-19; iv) As consequências da pandemia de COVID-19 sobre o tratamento de

outras doenças devem ser avaliadas cientificamente, para prevenir um colapso dos sistemas de saúde pública;

v) Em consulta com os bancos centrais, os encargos bancários e outras taxas devem ser eliminados, para facilitar o levantamento de dinheiro nos ATMs mais próximos, e promover sistemas bancários sem numerário que evitem o manuseio de dinheiro pelo público;

vi) Os parlamentos podem pensar em adoptar uma legislação especificamente orientada para a criação de fundos especiais destinados a ajudar as comunidades mais vulneráveis e as populações-chave, criar condições para um isolamento ou recolher obrigatório que preserve ainda os direitos humanos e seja proporcional à urgência da situação.

vii) Devem ser negociados acordos comerciais favoráveis com países parceiros, para garantir que haja continuidade na disponibilidade dos produtos alimentares e outros produtos básicos;

viii) Devem ser revistos quadros de propriedade intelectual para que os medicamentos essenciais, fármacos e vacinas para combater o COVID-19 sejam facilmente disponíveis ao público a preços acessíveis ou subsidiados pelo Estado;

ix) Pode ser introduzido um regime fiscal especial no âmbito da COVID-19 por um período determinado, para encorajar as empresas e as pessoas particulares a lidar com a crise económica, por exemplo, através da retirada do IVA sobre certos produtos, dando descontos, reduzindo o imposto sobre o rendimento para certos sectores económicos em dificuldade, etc.;

x) Os quadros de políticas devem ser remodelados através do orçamento, para reforçar o sistema de saúde pública e assegurar que possa ser sustentado a longo prazo, com vista a fazer face à pandemia; e

xi) Deve ser avaliado o impacto financeiro, industrial, social e ambiental a longo prazo da pandemia para cada país, e criada a cooperação entre os países da SADC, com vista a apoiarem-se uns aos outros e abrirem novas linhas de abastecimento de alimentos e de medicamentos, onde for necessário.

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5.0 Conclusão

No fim de contas, os parlamentos devem partilhar estratégias sobre as modalidades visando proteger a integridade da instituição do Parlamento em tempos de crise tais como a pandemia da COVID-19. Dado que o Parlamento é o órgão mais representativo em qualquer democracia, este tem a responsabilidade onerosa de garantir que a prática de prestação de contas continue a ser um valor cardinal na implementação de políticas públicas, mesmo em tempo de pandemia. Como observou justamente o antigo Presidente da Comissão Permanente de Democratização, Governação e Direitos Humanos, Deputado Wavel Ramkalawan, no seu discurso de abertura oficial no dia 7 de Julho de 2020, na ocasião da reunião da sua comissão: «Seja qual for o modo de confinamento obrigatório implementado pelos nossos países individualmente, os parlamentos devem garantir que a democracia não fique confinada.» Na mesma óptica, o Fórum pretende implementar na totalidade o seu Plano Estratégico (2019-2023) apesar da COVID-19 e continuar a ser o porta-estandarte da democratização e o proponente de valores democráticos, em colaboração com os seus parlamentos membros.

** Fim

Referências

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