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FUNGOS FILAMENTOSOS ASSOCIADOS ÀS FORMIGAS CORTADEIRAS DO GÊNERO ATTA FABRICIUS E ESTUDO DA AÇÃO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

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11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas

FUNGOS FILAMENTOSOS ASSOCIADOS ÀS FORMIGAS

CORTADEIRAS DO GÊNERO ATTA FABRICIUS E ESTUDO DA

AÇÃO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

Samuel Eustáquio Morato Barbosa 1; Danival José de Sousa2;

1Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; samuelagrouft@hotmail.com. PIBIC/CNPq

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Orientador(a) do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; danivalbr@yahoo.com.br

RESUMO

Existem relatos escritos sobre as formigas cortadeiras desde a época do descobrimento do Brasil. Das muitas espécies de cortadeiras com ocorrência constatada no país, nove são do gênero Atta. O objetivo do presente trabalho foi amostrar espécies de fungos filamentosos associados a duas espécies do gênero Atta com ocorrência em Gurupi e avaliar a mortalidade ocasionada pelo fungo M. anisopliae às operárias das formigas Atta sexdens sexdens e Atta

laevigata, as quais foram coletadas em seis sauveiros diferentes livres de produtos

fitossanitários. Do total de formigas levadas a laboratório, trinta de cada ninho fizeram parte do experimento, sendo quinze para o grupo controle, mergulhadas rapidamente apenas em água destilada e esterilizada, e quinze para o grupo tratamento, mergulhadas em uma suspensão de esporos de M. anisopliae de 1,0 x 107 conídios / ml. Verificou-se que várias espécies de fungos filamentosos são encontradas em operárias das duas espécies de cortadeiras, sendo que algumas delas podem ser entomopatogênicas. Também, verificou-se que as operárias de Atta sexdens sexdens e Atta laevigata são suscetíveis a ação patogênica do

M. anisopliae.

Palavras-chave: Formigas cortadeiras, Atta sexdens sexdens, Atta laevigata, Metarrizium anisopliae.

INTRODUÇÃO

Relatos escritos sobre as formigas cortadeiras existem desde a época do descobrimento do Brasil. Das muitas espécies de cortadeiras com ocorrência constatada no Brasil – nove do gênero Atta e vinte e três do gênero Acromyrmex – algumas poucas são pragas, mas estas trazem prejuízos consideráveis para a agricultura brasileira. Por exemplo, elas representam 75% dos custos e do tempo gasto no controle de pragas florestais (Zanetti et al. 2002). O controle químico permanece a tática mais empregada no manejo de formigas cortadeiras, principalmente a utilização de iscas tóxicas granuladas. O controle biológico, principalmente

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a utilização de microrganismos, continua apenas no estágio experimental. A principal vantagem do controle biológico seria a redução do uso de inseticidas que poluem o ambiente e podem constituir uma barreira à exportação de produtos brasileiros. Saúvas é designação comum às formigas do gênero Atta ativas do Novo Mundo e abundantes na região neotropical. No Brasil, são uma das mais importantes pragas agrícolas devido ao seu hábito de cortar pedaços de folhas, que carregam para os ninhos a fim de criar os fungos que constituem seu alimento (Della Lucia 2011). Atta laevigata e Atta sexdens sexdens são espécies de formigas-cortadeiras com ocorrências constatadas no Estado do Tocantins (Borgmeier 1959; Gonçalves 1961). A saúva A. laevigata, popularmente conhecida como "saúva cabeça de vidro", utiliza como substrato para o fungo folhas de inúmeras plantas dicotiledôneas e algumas gramíneas (Paiva Castro et al. 1961). Apesar de sua importância como praga agrícola, praticamente inexistem estudos sobre bioecologia dessa espécie na região. Atta

sexdens sexdens é uma subespécie ocorrendo mais ao norte do Brasil. O objetivo do presente

trabalho foi avaliar a mortalidade ocasionada pelo fungo M. anisopliae associado às espécies de formigas Atta sexdens sexdens e Atta laevigata.

MATERIAL E MÉTODOS

As operárias de A. sexdens sexdens e A laevigata foram coletadas no Campus Universitário de Gurupi, em seis sauveiros diferentes livres de produtos fitossanitários, três de cada espécie em horário de alto forrageamento. Com o auxílio de pinça entomológica, cinquenta indivíduos de cada formigueiro foram cuidadosamente recolhidos e depositados em frascos de plástico com tampa telada e levados para laboratório. Elas foram mantidas em sala climatizada com temperatura de 26 °C e 80% U. R., em condições ideais para a sobrevivência dos insetos e desenvolvimento dos fungos. Antes dos testes de mortalidade, as formigas passaram por um período de aclimatação de três horas ao final do qual foram eliminadas as formigas que morreram ou aparentavam qualquer sinal anormal. Do total de formigas levadas a laboratório, trinta de cada ninho fizeram parte do experimento, conferindo quinze para controle, mergulhadas rapidamente apenas em água destilada e esterilizada, quinze para tratamento, mergulhadas em uma suspensão de esporos de M. anisopliae de 1,0 x 107 conídios / ml. Após essa etapa, os exemplares selecionados foram colocados em placas de Petri (9 cm de diâmetro), identificadas e vedadas com Parafilm©. As placas continham em sua parte superior dois orifícios que serviram de encaixe para dois tubo.

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s de plástico, contendo em seu interior algodão, mel e água. O experimento foi visitado diariamente para troca dos tubos contendo mel e água. Os indivíduos mortos eram removidos das placas e lavados em uma série de soluções de álcool 70%, hipoclorito 4% e água destilada esterilizada, por cinco segundos respectivamente, e colocados em papel filtro para secar e transferidos a tubos Eppendorf identificados e umedecidos internamente com algodão, tudo em condições estéreis. A cada três dias, os cadáveres de operárias eram inspecionados em lupa, observando o desenvolvimento do fungo inoculado. A avaliação terminou ao final do 12°, sendo que as operárias sobreviventes eram consideradas não recenseadas. Para comparar o efeito do fungo M. anisopliae sobre as operárias e as diferenças de mortalidade entre as colônias, foi empregada uma análise de sobrevivência de Kaplan-Meier, seguida de comparação múltipla através do teste de Log-Rank. Para análise e construção dos gráficos foi empregado o programa Statistica 7.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em A. sexdens sexdens, oito espécies foram isoladas, incluindo um isolado de

Trichoderma sp. Que pode atuar como antagonista do fungo simbionte das

formigas-cortadeiras. Em A. laevigatta, foram isoladas e identificadas 10 espécies. A comparação das múltiplas colônias mostrou que houve variação significativa entre elas, obtendo o valor de χ2

= 48,06 , Gl = 5 para A. sexdens sexdens (Fig. 1) e, χ2 = 32,07 Gl = 5 para A. laevigata (Fig. 2). A suspensão de 1,0 x 107 conídios / ml é letal. Foi observado maior índice de mortalidade a partir do terceiro dia de experimento, o que demonstra o desenvolvimento do fungo em 72 horas após ser inoculado. A esporulação em cadáveres de seus hospedeiros é uma prova da capacidade do fungo em penetrar e colonizar, causando-lhes, então, a morte (DIEHL-FLEIG et al., 1988). M. anisopliae é eficiente no manejo de formigas cortadeiras, podendo ser uma alternativa de controle biológico para as duas espécies testadas. Várias espécies de fungos filamentosos são encontradas em operárias das duas espécies de cortadeiras, sendo que algumas delas podem ser entomopatogênicas; Operárias de Atta sexdens sexdens e Atta

laevigata são suscetíveis a ação patogênica do M. anisopliae.

LITERATURA CITADA

ALVES, S.B. Fungos entomopatogênicos. In: ALVES, S.B.(Ed.). Controle microbiano de

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HERNANDEZ, J.V.; JAFFÉ, K. Dano econômico causado por populações de formigas

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LOUREIRO, E.S. Patogenicidade de isolados dos fungos Beauveria bassiana, Metarhizium

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PAIVA CASTRO,U., ZAMITH, A.P.L. & MARICONI, F. A. M. 1961 Contribuição para o conhecimento da "saúva de vidro" Atta laevigata (Fred. Smith, 1858). Anais da ESALQ 18, 313-325.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil.

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11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas Fig. 1 Tratamento Colônia 1 Controle Colônia 1 Tratamento Colônia 2 Controle Colônia 2 Tratamento Colônia 3 Controle Colônia 3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Tempo (dias) -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 P ro p o rç ã o C u m u la ti v a d e S o b re v iv ê n c ia Fig. 2 Tratamento Colônia 1 Controle Colônia 1 Tratamento Colônia 2 Controle Colonia 2 Tratamento Colônia 3 Controle Colônia 3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Tempo (dias) -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 P ro p o rçã o C u m u la ti va d e S o b re vi vê n ci a

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