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SÕBRE A ORIGEM DO R A M U S D E S C E N D E N S SUBSINUOSUS

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Academic year: 2021

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D E P A R T A M E N T O D E A N A T O M I A D E S C R I T I V A D O S A N I M A I S D O M É S T IC O S D ire to r: P ro f. D r. O rla n d o M. P a iv a SÕBRE A O R IG EM DO R A M U S D E S C E N D E N S S U B S IN U O S U S EM B O V IN O S * (A B O U T T H E O R IG IN OF T H E R A M U S D E S C E N D E N S SU B SIN U O SU S IN B O V IN E S ) Vi c e n t e Bo r e l l i An t o n i o Fe r n a n d e s Fi l h o

Pro f. Assistente D o u to r P ro í. Assistente D outo r

INTRO D U ÇÃO E L IT E R A T U R A

P esqu isa n d o re c e n te m e n te a ir r ig a ç ã o a r t e r ia l do nó sin u a tria l em co ra ç õ e s de b o v in o s d e o r ig e m e u ro p é ia ( Pi n t o e Si l v a & B o- RELLi — 1969) e de zebu in os ( Bo r e l l i — 1970), tiv e m o s a o p o r tu ­ nidade d e su rp reen d er, v a r ia ç ã o no c o m p o rta m e n to do ramus des­ cendem sübsinvosus.

Informações relativas ã distribuição das aa. coronárias, nessa espécie, colhidas em livros didáticos ( M o n t a n é & B o u r d e l l e — 1917, M a n n u In ZiM M E R L — 1930, E l l e n b e r g e r & B au m — 1932, M a r t i n & S c h a u d e r — 1938, B r u n i & Z i m m e r l — 1951, M a ssu i — 1960, K a t o — 1965, K o c h — 1963 e S is s o n & G r o s s m a n n

1965) esclarecem que a a. coronaria dextra, restringe-se ao sulcus coronarius dexter, sendo portanto representada aponas pelo ramus circum flexus dexter, enquanto que a a. coronaria sinistra, mais conspícua, fornece um ramo descendente esquerdo ( ramus descen- dens p a ra ecm lis) e um ramo circunflexo (ram us circum flexus si­ nister) que termina como ramo descendente direito (ramus des­ cendam s subsimiosus ).

Dados referentes à disposição das aa. coronárias, nesses ungu- lados, encontramos também, em várias publicações especiais.

Assim, Ba r o n e & Co l i n (1951), investigando, com auxílio da dissecção, os pontos essenciais do sistema arterial em 20 corações de bovinos e 14 de pequenos ruminantes (7 ovinos e 7 caprinos), declaram que a artéria coronária direita, menos importante que a • C o m u n ic a d o à X X I C o n fe r ê n c ia A n u a l d a S o c ie d a d e P a u lis t a d e M e d ic in a V e t e ­

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esquerda, ganha, logo após a origem, o sulco aurículo ventricular, acompanhando-o parcialmente, para, perder-se a meia altura da pa­ rede ventricular direita, jamais atingindo o sulco interventricular direito. Já, a artéria coronária esquerda, segundo os A A . acha-se formada por tronco de origem e dois terminais, a artéria inter­ ventricular e a átrio ventricular ou circunflexa. Esta apresenta uma porção horizontal que segue, não rigorosamente, o sulco átrio ventricular e outra vertical, que percorre o sulco interventricular direito, resolvendo-se a pequena distância do ápice cardíaco.

H egazi (1958), examinando os vasos do coração de 22 bovinos, 15 ovinos e 13 caprinos, mediante dissecção e corrosão, assinala que nos bovinos a a. coronário, sinistra, maior que a a. coronaria dex­ tra, fornece dois ramos: o r. circum flexus sinister, e o r. descen­ dons paraconalis. O prim eiro dêles, mais calibroso, alcança o sulcus

interventricularis subsinuosus percorrendo-o rumo ao ápice cardía­ co, como r. descendens subsinuosus. Em contrapartida, declara que a a. coronaria dextra não atinge o referido sulco, sendo portanto constituída apenas pelo r. circum flexus dexter.

Da m o d a r a n (1959), verificando, após dissecção, o comporta­ mento das artérias coronárias em corações retirados de 80 búfalos, 25 bovinos brancos incluindo 5 fetos, 30 cavalos, 1 asinino e 50 cães, afirm a que a disposição das artérias coronárias do bovino corresponde a de tipo I I I do homem, isto é, registra a predominân­ cia da artéria coronária esquerda na irrigação do órgão. O A. descreve que nestes animais, a artéria coronária direita não se divide em ramo circumflexo e descendente, sendo os ramos des­ cendentes direito e esquerdo fornecidos pela artéria coronária es­ querda, que supre tôda a parede medial do ventrículo direito, adja­ cente ao sulco longitudinal direito.

V a n D e r S t r a e t e n & M o r t e l m a n s (1963), estudando radio- lògicamente, as artérias coronárias em 62 animais cavicórneos, ou seja, em 15 bovídeos, 28 ovídeos e 19 gazelas e antílopes, informam que, em 6 corações de Bos taurus e 1 de Bos indicus, o ramo des­ cendente posterior origina-se da artéria circunflexa esquerda, sen­ do a irrigação coronariana, nesses casos, do tipo esquerdo.

Be r t h o (1964), observando em 9 corações humanos, 80 de caninos, 30 de suínos, 25 de bezerros, 15 de bovinos, 10 de ovinos, 3 de equinos, 1 de veado e 1 de rena canadense, o sistema arterial e venoso, mediante injeções de acetato de vinil e corrosão, registra que os caninos, bovinos, ovinos e veado apresentam um circulação coronariana arterial com predominância nítida da artéria coroná­ ria esquerda, que irriga todo o miocárdio do ventrículo esquerdo e aurícula esquerda, terminando como artéria coronária posterior descendente.

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Ma r t i n i (1965), ao pesquisar, cm 15 corações de bovinos (Bos taurus), 7 de ovelhas, 9 de suínos, 11 de cavalos, 6 de gatos e 11 de coelhos, a vascularização arterial por meio de dissecção e cor­ rosão, assinala que, a artéria coronária esquerda, nos bovinos pre­ valece nitidamente pelo calibre e pelo território de distribuição, sôbre a direita, como descreve Ba k o n e & Co l i n e também Be r t h o. O A. esclarece que a artéria circunflexa esquerda próximo a origem do sulco interventricular direito, flete-se para baixo, quase em ân­ gulo reto e percorre por bom trato, o referido sulco, como artéria descendente direita, enquanto que a artéria coronária direita após caminhar por tôda a extensão do sulco aurículo ventricular, ganha a face direita do coração, onde se coloca no sulco coronário, per­ correndo-o até as proximidades do sulco interventricular direito.

m a t e r i a l e m é t o d o

Examinamos o comportamento do ramus descendens subsinuo- sus em 150 corações de bovinos, 100 retirados de animais azebua- dos compreendendo 87 machos e 13 fêmeas, com diferentes e não conhecidas idades e 50 obtidos de taurinos machos, de raça holan­ desa preta e branca, com aproximadamente 3 mêses de idade.

Os órgãos de que nos servimos, após terem sido isolados, es- vasiados e lavados ventrículos e átrios, tiveram as artérias coro­ nárias injetadas separadamente, com massa de Teichmann ou com gelatina a 15% (p v ) em água, corada pelo cinábrio (H g S ). O primeiro tratamento foi aplicado à 80 peças, pertencentes a ze- buínos, posteriormente dissecadas e o segundo, às 70 restantes, submetidas depois ao método de diafanização de Spalteholz.

N a descrição, adotamos a nomenclatura usada por He g a z i, aceitos os reparos de Ha b e r m e h l (1959).

RE SU LTAD O S

No material estudado, verificam os que o ramus descendens subsinuosus representa continuação direta do ramus circum flexus dexter (F ig. 1), em 6 corações (4,0% ± 1,6), obtidos de bovinos machos, mais exatamente em 5 dentre os 50 pertencentes a taurinos (10,% ± 4,2) e em 1 dos 100 retirados de zebuínos

(1,0% ± 1,0).

Nestes casos, a artéria coronaria dextra origina-se do sinus aortae na altura da válvula semilunar direita, ganha após curto percurso, o sulco coronário direito, passando, como ramus circu m - flexus dexter, a circunscrever o átrio direito, fornecendo colaterais destinadas ao referido átrio (ram us proxim alis a trii dextri, ramus intermedius a trii d extri e ramus distalis a trii d e x tri) e ao

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ventrí-F ig . 1 — ventrí-F o t o g r a fia d a fa c ie s a fr ia !is de co­ r a ç ã o de B o s ta u ru s , m ostrando o r a m u s des­

c en d en s s u b s in u o s u s ( b ) , com o con tin u aç ã o d ire ta do ra m u s c ir c u m f le x u s d e x t e r (c ) .

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F ig. 2 — F o t o g r a fia d a fa s e ie s a t r i a l is dc cora çã o de B o s ta u ru s , m ostrando o ra m u a

d escen d en s s u b s in u o s u s ( b ) , como c o n tin u a ­

ção d ire ta do r a m u s c ir c u m f le x u s s in is te r ( a ) . w o 50 (5 » p

s

0 a < r * w p c õ 1 < oc Ht» 03 V ) p to 1—‘ o -1 o

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culo direito ( a rtéria adiposa, ramus proxim alis ven tricu li d extri ramus marginis acuti e ramus distalis ventriculi d e x tri). A seguir, alcança o sulcus in terventricularis subsinuosus, percorrendo-o co- mo ramus descendens subsinuosus, até as imediações do ápice car­ díaco, onde se anastomosa com colaterais oriundas do ramus des­ cendens paraconalis ou do ramus circum flexus sinister. N o trajeto descrito, o ramus descendens subsinuosus envia vasos inominados às paredes dos ventrículos direito e esquerdo, o ramus ventricüla- ris dexter e os ram i septi ventriculorum .

A fora essas 6 observações, nos mais 144 corações (96,0% ± 1,6) relativos a 99 bovinos azebuados (86 machos e 13 fêmeas) e a 45 taurinos (m achos), verificam os que a artéria coronária dextra apresenta-se constituída apenas pelo ramus circum flexus dexter, de comportamento semelhante ao dos casos anteriormente descritos, não alcançando, entretanto, o sulcus ventricularis subsinuosus, on­ de aparece o ramus descendens subsinuosus, oriundo do ramus c ir ­ cumflexus sinister (F ig. 2).

C O M E N TÁ R IO S E CONCLUSÕES

Segundo pudemos apurar, apesar de exaustivas pesquisas sôbre o arranjo vascular em corações de bovinos, trabalhos especializa­ dos ( B a r o n e & C o i j n , H e g a z i, D a m o d a r a n , V a n D e r S t r a e t e n & M o r t e l m a n s , B e r t h o , M a r t i n i ) bem como, os Compêndios de Anatomia Veterinária ( M o n t a n é & B o u d e l l e , M a n n u In z i m m e r l , E l l e . n b e r g e r & B a u m , M a r t i n & S c iia u d e r , B r u n i & z im m e r l ,

M a s s u i, K a t o , K o c h , S is s o n & G r o s s m a n n ) informam apenas que nesses animais, a artéria coronaria dextra acha-se constituída somente pelo ramus circum flexus dexter, sendo o ramus descendens subsinuosus fornecido sempre pela artéria coronaria sinistra, fato que tivemos oportunidade de observar em 144 corações

(96,0% + 1,6), dentre os 150 examinados.

P or outro lado, verificam os que, em 6 preparações (4,0% ± 1,6) correspondentes a 5 bovinos de origem européia (10, 0% ± 4,2) e a 1 zebuíno (1,0% ± 1,0) o ramus descendens subsinuosus apresenta-se como continuação direta do ramus circum flexus dex­ ter, sendo nestes corações a artéria coronaria dextra constituída de duas porções, uma que se estende ao longo do sulcus coronarius dexter e outra que se continua no sulcus interventricularis subsi- numus. Esse comportamento não mostra predominância da arté­ ria coronaria sinistra, no que tange à área de distribuição das aa. coronárias, como descrevem os A A . consultados, mas sim, dispo­ sição de equilíbrio.

Nestes casos, confrontadas estatisticamente as freqüências en­ contradas para bovinos azebuados e taurinos, assinalamos, ao nível de 5% , diferença significante.

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SU M M AR Y

One hundred zebuine and fift y taurine hearts were studied and it was observed that in six o f them (4.0% ± 1.6) the ramus des- cendens subsinuosus is the direct continuation o f the ramus cir- cumflexus dexter. In this cases the artéria coronária dextra is constituted by two portions: the first one appears in the sulcus coronarius dexter and the second one in the sulcus in terven tn - cularis subsinuosus.

R E F E R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S

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