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Acesso a Justica

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(1)

O MOVIMENTO MUNDIAL DE ACESSO À JUSTIÇA

O MOVIMENTO MUNDIAL DE ACESSO À JUSTIÇA

E OS CAMINHOS PARA A PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA

E OS CAMINHOS PARA A PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA

JURÍDICA GRATUITA

JURÍDICA GRATUITA

THE GLOBAL MOVEMENT FOR ACCESS TO JUSTICE AND

THE GLOBAL MOVEMENT FOR ACCESS TO JUSTICE AND

THE ROADS FOR THE PROVISION OF FREE LEGAL AID

THE ROADS FOR THE PROVISION OF FREE LEGAL AID

Gárdia Rodrigues Silva

Gárdia Rodrigues Silva11

Olga Jubert Gouveia Krell

Olga Jubert Gouveia Krell22

RESUMO:

RESUMO: Observa-se os conornos do movimeno mundial de acesso à jusiça. Observa-se os conornos do movimeno mundial de acesso à jusiça.

Para ecer os fios que o consroem, a ênfase recai em auores que realizam uma

Para ecer os fios que o consroem, a ênfase recai em auores que realizam uma

incursão nos meandros da assisência jurídica grauia, a exemplo de Mauro

incursão nos meandros da assisência jurídica grauia, a exemplo de Mauro

Cappelleti e Bryan Garh, assim como Boavenura de Sousa Sanos e Kim

Cappelleti e Bryan Garh, assim como Boavenura de Sousa Sanos e Kim

Economides. Nesse senido, o esudo abrange desde a evolução do conceio

Economides. Nesse senido, o esudo abrange desde a evolução do conceio

de acesso à jusiça aé os obsáculos e as soluções para alcançar aldireio,

de acesso à jusiça aé os obsáculos e as soluções para alcançar aldireio,

percorrendo a rajeória e as esraégias adoadas por disinos sisemas

percorrendo a rajeória e as esraégias adoadas por disinos sisemas

judiciários.

judiciários.

PALAVRAS�CHAVE

PALAVRAS�CHAVE:: Acesso à Jusiça; Assisência Jurídica Grauia; MovimenoAcesso à Jusiça; Assisência Jurídica Grauia; Movimeno

Mundial.

Mundial.

ABSTRACT:

ABSTRACT: IWe can observe he conours of he worldwide movemen of access IWe can observe he conours of he worldwide movemen of access

o jusice. To weave he hreads ha consruc i, he emphasis falls on auhors

o jusice. To weave he hreads ha consruc i, he emphasis falls on auhors

who make a foray ino he inricacies of free legal aid, such as Mauro Cappelleti

who make a foray ino he inricacies of free legal aid, such as Mauro Cappelleti

and Bryan Garh, as well as Boavenura de Sousa Sanos and Kim Economides.

and Bryan Garh, as well as Boavenura de Sousa Sanos and Kim Economides.

In his sense, he sudy ranges from he evoluion of he concep of access o

In his sense, he sudy ranges from he evoluion of he concep of access o

jusice o obsacles and soluions o achieve his righ, racing he rajecory and

jusice o obsacles and soluions o achieve his righ, racing he rajecory and

sraegies adoped by differen judicial sysems.

sraegies adoped by differen judicial sysems.

KEY WORDS�

KEY WORDS�Access o Jusice; Free Legal Aid; World Movemen.Access o Jusice; Free Legal Aid; World Movemen.

1

1 Douoranda Douoranda em em Sociologia Sociologia e e Direio Direio pela pela Universidade FUniversidade Federal ederal Fluminense (UFF). Fluminense (UFF). AdvogadaAdvogada

Orienadora do Núcleo de Práica Jurídica, da Faculdade de Direio, da Universidade Federal

Orienadora do Núcleo de Práica Jurídica, da Faculdade de Direio, da Universidade Federal

de Alagoas

de Alagoas (EMAJ/FD(EMAJ/FDA/UFAL).A/UFAL).

2

2 Douora Douora em Diem Direio reio Público Público pela pela Universidade Universidade FederaFederal dl de Pername Pernambuco buco (UFPE). (UFPE). ProfessoraProfessora

Associada da Faculdade de Direio, da Universidade Federal de Alagoas (FDA/UFAL).

(2)

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

On one occasion, when the medieval justices of the king

On one occasion, when the medieval justices of the king

of England went out into the country on General Eyre, one

of England went out into the country on General Eyre, one

 Al

 Alicice, e, ththe e daudaughghteter r of of PiPierers s KnKnotottete, , cacame me bebefofore re ththe e cocoururtt

and begged for help, saying that: “Alice can get no justice at

and begged for help, saying that: “Alice can get no justice at

all, seeing that she is poor and this Thomas is rich.” She told

all, seeing that she is poor and this Thomas is rich.” She told

the court that she had no one to plead for her, praying: “For

the court that she had no one to plead for her, praying: “For

God’s sake, Sir Justice, think

God’s sake, Sir Justice, think of me, for I have none to help of me, for I have none to help meme

save God and you”.

save God and you”.33

Ao longo dos anos 1960 e seguines, imporanes esudos volam a

Ao longo dos anos 1960 e seguines, imporanes esudos volam a

aenção para o

aenção para o acesso à justiçaacesso à justiça e seus desdobramenos. Para raar do ema, e seus desdobramenos. Para raar do ema,

é imprescindível recorrer à obra de Mauro Cappellei, James Gordley e Earl

é imprescindível recorrer à obra de Mauro Cappellei, James Gordley e Earl

Johnson Jr.,

Johnson Jr.,Toward Equal Justice: a comparative study of legal aid in modernToward Equal Justice: a comparative study of legal aid in modern societies.

societies.44 O excero em epígrafe revela o fio conduor da obra em comeno: a O excero em epígrafe revela o fio conduor da obra em comeno: a

presação de serviços de assisência jurídica para os pobres.

presação de serviços de assisência jurídica para os pobres.55  Cappellei, ao  Cappellei, ao

valer-se da hisória de

valer-se da hisória de Alice, Alice, inaugura a inaugura a primeira seção do primeira seção do livro, iniuladalivro, iniulada

Legal Aid: modern themes and variations

Legal Aid: modern themes and variations, com o exo, com o exo The Emergence ofThe Emergence of a Modern Theme

a Modern Theme  e, a parir dela, faz alusão a inúmeras ouras hisórias de  e, a parir dela, faz alusão a inúmeras ouras hisórias de

pessoas desprovidas de meios econômicos para arcar com gasos decorrenes

pessoas desprovidas de meios econômicos para arcar com gasos decorrenes

da conraação de advogado e cusos do processo.

da conraação de advogado e cusos do processo. Toward Equal JusticeToward Equal Justice raz raz

uma compilação de exos e maeriais relacionados às resposas que os

uma compilação de exos e maeriais relacionados às resposas que os

empos conemporâneos conferem a esse anigo dilema envolvendo o

empos conemporâneos conferem a esse anigo dilema envolvendo o acessoacesso à justiça

à justiça..

Ao versar sobre os avanços da assisência jurídica pa

Ao versar sobre os avanços da assisência jurídica para os pobres os auoresra os pobres os auores

direcionam o olhar para os meandros do

direcionam o olhar para os meandros doacesso à justiçaacesso à justiça em disinos conexos em disinos conexos

mundiais. É de regisrar-se que esse olhar é consruído sob os auspícios de um

mundiais. É de regisrar-se que esse olhar é consruído sob os auspícios de um

ambicioso projeo de invesigação coordenado por Cappellei, desenvolvido

ambicioso projeo de invesigação coordenado por Cappellei, desenvolvido

ao longo dos anos 1970, e volado para o esudo do ema

ao longo dos anos 1970, e volado para o esudo do ema acesso à justiçaacesso à justiça emem

uma perspeciva comparada: o

uma perspeciva comparada: o Projeto de FlorençaProjeto de Florença. O documeno oficial de. O documeno oficial de

finalização desse projeo consise em uma obra de seis omos, publicados

finalização desse projeo consise em uma obra de seis omos, publicados

enre os anos de 1978 e 1979, com conribuições de diversos pesquisadores,

enre os anos de 1978 e 1979, com conribuições de diversos pesquisadores,

3

3 CAPPELLETTI, Mauro; CAPPELLETTI, Mauro; GORDLEY, James; GORDLEY, James; JOHNSON JR., JOHNSON JR., Earl. Earl. TTowards owards Equal Equal Jusice: aJusice: a

compara

comparaive sudy of legal aid in ive sudy of legal aid in modern socieies. Milano: Dot. A. Giuffrè, 1975. modern socieies. Milano: Dot. A. Giuffrè, 1975. p. 5.p. 5.

4

4 Id. Id. Ibid.Ibid.

5

(3)

de diferenes localidades.

de diferenes localidades.66 No enano, é a sua edição resumi No enano, é a sua edição resumida que demarca oda que demarca o

início do

início doaccess to justice access to justice movemenmovementt, surgido após a , surgido após a Segunda Guerra Mundial,Segunda Guerra Mundial,

e desinado a ornar o sisema jurídico acessível a odos, independenemene

e desinado a ornar o sisema jurídico acessível a odos, independenemene

da renda. Com efeio, é a parir do Relaório Geral do

da renda. Com efeio, é a parir do Relaório Geral do Projeto de FlorençaProjeto de Florença,,

consubsanciado no livro

consubsanciado no livro Acc Acces es to to JustJusticeice: t: the he worlworldwidwide de movememovement nt to to makemake rights effective – a general report

rights effective – a general report, sob a coordenação de Cappellei e Bryan, sob a coordenação de Cappellei e Bryan

Garh,

Garh,77 que o ema é  que o ema é alçado à paua das mais diversas agendas.alçado à paua das mais diversas agendas.

Esse ensaio, publicado no Brasil já nos anos finais de 1980, com o íulo

Esse ensaio, publicado no Brasil já nos anos finais de 1980, com o íulo

 Ace

 Acesso sso à Jà Justiustiçaça,,88 raz um compêndio das invesigações empíricas realizadas raz um compêndio das invesigações empíricas realizadas

por esses pesquisadores sobre o funcionameno dos sisemas judiciários de

por esses pesquisadores sobre o funcionameno dos sisemas judiciários de

alguns países, a exemplo da Iália, França, Espanha, Porugal, Esados Unidos,

alguns países, a exemplo da Iália, França, Espanha, Porugal, Esados Unidos,

enre ouros. Nessa direção, o esudo aborda desde a evolução do conceio de

enre ouros. Nessa direção, o esudo aborda desde a evolução do conceio de

acesso à justiça

acesso à justiça  aé os obsáculos e as soluções para alcançar esse direio.  aé os obsáculos e as soluções para alcançar esse direio.

Liiganes do Judiciário, leis vigenes, sujeios coleivos, ineresses difusos,

Liiganes do Judiciário, leis vigenes, sujeios coleivos, ineresses difusos,

disparidades socioeconômicas, reformas judiciais, reformas em ouras

disparidades socioeconômicas, reformas judiciais, reformas em ouras

insiuições da sociedade são algumas quesões que aravessam a obra em

insiuições da sociedade são algumas quesões que aravessam a obra em

apreço. Apesar do viés eórico-processualisa que dá início ao projeo, dado

apreço. Apesar do viés eórico-processualisa que dá início ao projeo, dado

que o debae emerge a parir do Cenro de Esudos de Direio Processual

que o debae emerge a parir do Cenro de Esudos de Direio Processual

Comparado de Florença ou, em ouras palavras, do

Comparado de Florença ou, em ouras palavras, do  Projeto Florentino  Projeto Florentino dede acesso à justiça

acesso à justiça, a inv, a invesigação apreseesigação apresena um viés sócio-jurídico, e o resuladona um viés sócio-jurídico, e o resulado

final reraa um imporane diagnósico do lugar reservado na sociedade

final reraa um imporane diagnósico do lugar reservado na sociedade

para os problemas concernenes à efeividade de direios.

para os problemas concernenes à efeividade de direios.

1

1DOS CONTORNOS DO ACESSO À JUSTIÇADOS CONTORNOS DO ACESSO À JUSTIÇA

 Acesso à

 Acesso à justiçjustiçaa é uma  é uma caegoricaegoria que pode ser a que pode ser uilizada a parir de disinosuilizada a parir de disinos

espaços e empos. Por isso, se configura como um problema “amplo e complexo,

espaços e empos. Por isso, se configura como um problema “amplo e complexo,

além de comporar múliplas inerpreações: jurídica, econômica, políica

além de comporar múliplas inerpreações: jurídica, econômica, políica

ou sociológica”.

ou sociológica”.99 De acordo com Cappelleti e Garh, o ermo De acordo com Cappelleti e Garh, o ermo acesso à justiça acesso à justiça

é de difícil definição, mas indica as finalidades basilares do sisema jurídico,

é de difícil definição, mas indica as finalidades basilares do sisema jurídico,

6

6 CAPPELLETTI, Mauro; CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, GARTH, Bryan.Bryan. Dimensioni della giusizia nelle socieàDimensioni della giusizia nelle socieà

conemporanee:

conemporanee:sudi di dirito sudi di dirito giudiziario comparagiudiziario comparao. Bologna: Il o. Bologna: Il Mulino, 1994.Mulino, 1994.

7

7 CAPPELLETTI, Mauro; CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, GARTH, Bryan. Access Bryan. Access o o Jusice: he Jusice: he newes newes wave wave in in he whe worldwideorldwide

movemen o make righs effecive. Milano: Dot. A. Giuffrè, 1978.

movemen o make righs effecive. Milano: Dot. A. Giuffrè, 1978.

8

8 CAPPELLETTI, CAPPELLETTI, Mauro; Mauro; GARTH, GARTH, Bryan.Bryan. Acesso à Jusiça.Acesso à Jusiça. Tradução: Ellen Gracie Norhflee. Tradução: Ellen Gracie Norhflee.

Poro Alegre: Sergio Anônio Fabris, 1988.

Poro Alegre: Sergio Anônio Fabris, 1988.

9

9 FALCÃO, FALCÃO, Joaquim. Joaquim. Acesso à Acesso à jusiça: jusiça: diagnósico diagnósico e rae raameno. ameno. In: AMB In: AMB (Org.).(Org.). Jusiça,Jusiça,

Promessa e Realidade:

Promessa e Realidade:o acesso à jusiça em países ibero-americanos. Rio de Janeiro: Novao acesso à jusiça em países ibero-americanos. Rio de Janeiro: Nova

Froneira

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como um “sisema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direios e/

como um “sisema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direios e/

ou resolver seus liígios sob os auspícios do Esado”. Sendo assim, “o sisema

ou resolver seus liígios sob os auspícios do Esado”. Sendo assim, “o sisema

deve ser igualmene acessível a odos”, assim como “deve produzir resulados

deve ser igualmene acessível a odos”, assim como “deve produzir resulados

que sejam individual e socialmene jusos.” Embora a ênfase recaia sobre a

que sejam individual e socialmene jusos.” Embora a ênfase recaia sobre a

primeir

primeira finalidade, a a finalidade, a segunda ambém é levada em segunda ambém é levada em considerconsideração no esudo, jáação no esudo, já

que “a jusiça social, al como desejada pelas sociedades modernas,

que “a jusiça social, al como desejada pelas sociedades modernas, pressupõ pressupõee

o acesso efeivo.”

o acesso efeivo.” 10 10

Acompanhar a evolução eórica de

Acompanhar a evolução eórica de acesso à justiça acesso à justiça é acompanhar as próprias é acompanhar as próprias

ransformações do Esado. No esado de mariz liberal, o

ransformações do Esado. No esado de mariz liberal, o acesso à justiçaacesso à justiça éé

adsrio ao ingresso em juízo (

adsrio ao ingresso em juízo (inputinput), ou seja, abrange ão somene o exercício), ou seja, abrange ão somene o exercício

do direio de ação, com a aividade judicial considerada apenas sob o aspeco

do direio de ação, com a aividade judicial considerada apenas sob o aspeco

formal e descriivo. Aplicação objeiva do direio legislado ao

formal e descriivo. Aplicação objeiva do direio legislado ao caso concreo, juizcaso concreo, juiz

especador do processo, conceio de acesso arelado a uma

especador do processo, conceio de acesso arelado a uma concepção privaiconcepção privaisa,sa,

filosofia essencialmene individualisa dos direios, são ouros demarcadores

filosofia essencialmene individualisa dos direios, são ouros demarcadores

desse modelo. Nesse momeno, “afasar a ‘pobreza no senido legal’ — a

desse modelo. Nesse momeno, “afasar a ‘pobreza no senido legal’ — a

incapacidade que muias pessoas êm de uilizar a jusiça e as

incapacidade que muias pessoas êm de uilizar a jusiça e as insiuiçõeinsiuições — nãos — não

é preocupação do Esado”.

é preocupação do Esado”.1111 No Nolaissez fairelaissez faire, a “jusiça […] só podia ser obida por, a “jusiça […] só podia ser obida por

aqueles que pudessem arcar com os

aqueles que pudessem arcar com os seus cusos”.seus cusos”.1212

No esado de mariz social ou de bem-esar social, o

No esado de mariz social ou de bem-esar social, o acesso à justiçaacesso à justiça  esá  esá

em consonância com uma concepção mais publicisa do Direio. Crescimeno

em consonância com uma concepção mais publicisa do Direio. Crescimeno

das funções esaais, aumeno e insrumenalização dos poderes judiciais,

das funções esaais, aumeno e insrumenalização dos poderes judiciais,

aplicação mais livre e subjeiva do direio pelos juízes, iso é, juiz adminisrador

aplicação mais livre e subjeiva do direio pelos juízes, iso é, juiz adminisrador

do processo como agene da mudança social, e processo considerado como

do processo como agene da mudança social, e processo considerado como

poencial insrumeno de ransformação social, são alguns elemenos

poencial insrumeno de ransformação social, são alguns elemenos

que perpassam esse modelo. “Insiuições mais compromeidas com as

que perpassam esse modelo. “Insiuições mais compromeidas com as

coningências sócio-políicas e menos apegadas ao formalismo conservador do

coningências sócio-políicas e menos apegadas ao formalismo conservador do

período liberal” demarcam esse momeno.

período liberal” demarcam esse momeno.1313

O esado procedimenal do Direio esá assenado em pressuposos

O esado procedimenal do Direio esá assenado em pressuposos

disinos dos modelos precedenes. Aqui, Cândido Rangel Dinamarco fala em

disinos dos modelos precedenes. Aqui, Cândido Rangel Dinamarco fala em

acesso à justiça

acesso à justiça como “sínese de odo o pensameno insrumenalisa e doscomo “sínese de odo o pensameno insrumenalisa e dos

grandes

grandes princípios e princípios e garanias consiucionais do garanias consiucionais do processo”. processo”. Ao Ao raar raar dada

instrumentalidade do processo

instrumentalidade do processo, o auor refere que quando se fala em processo, o auor refere que quando se fala em processo

10

10 CAPPELLETTI, CAPPELLETTI, Mauro; Mauro; GARTH, GARTH, Bryan. Bryan. op. op. ci., ci., p. p. 8.8.

11

11 Id. Id. ibid., ibid., p. p. 9.9.

12

12 NUNES, NUNES, Dierle; Dierle; TEIXEIRA, TEIXEIRA, Ludmila.Ludmila.Acesso à jusiça Acesso à jusiça democrádemocráicoico. Brasília: Gazea . Brasília: Gazea Jurídica,Jurídica,

2013. p. 21.

2013. p. 21.

13

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como insrumeno, como meio para se chegar a

como insrumeno, como meio para se chegar a um fim, os um fim, os seus fios conduoresseus fios conduores

devem ser previamene raçados para que os seus objeivos sejam alcançados,

devem ser previamene raçados para que os seus objeivos sejam alcançados,

ou seja, os escopos jurídicos, sociais e políicos devem ser previamene

ou seja, os escopos jurídicos, sociais e políicos devem ser previamene

delineados. Ao eleger esses escopos, o processo é invocado a “assumir as

delineados. Ao eleger esses escopos, o processo é invocado a “assumir as

responsabilidades que dele espera a nação, devendo ser sempre permeável aos

responsabilidades que dele espera a nação, devendo ser sempre permeável aos

influxos da sociedade e abero aos valores subsanciais eleios”.

influxos da sociedade e abero aos valores subsanciais eleios”.1414

T

Traa-se de uma nova concepção, pauada pela subsiraa-se de uma nova concepção, pauada pela subsiuição do olhar dirigidouição do olhar dirigido

para o jurisdicionado: “de um sujeio de piedade, como cliene, para ouro

para o jurisdicionado: “de um sujeio de piedade, como cliene, para ouro

cenrado no sujeio políico, auor e desinaário das decisões que afeam o seu

cenrado no sujeio políico, auor e desinaário das decisões que afeam o seu

desino”.

desino”.1515 Para eviar a represenação discriminaória da perspeciva liberal, Para eviar a represenação discriminaória da perspeciva liberal,

assim como a represenação paernalisa da perspeciva social dos direios,

assim como a represenação paernalisa da perspeciva social dos direios,

o

o acesso à justiça democráticoacesso à justiça democrático  raz oura proposa para a reconsrução das  raz oura proposa para a reconsrução das

noções de direios, de jurisdição e de

noções de direios, de jurisdição e de processo, e resa assim definido:processo, e resa assim definido:

O acesso à

O acesso à jusiça democrájusiça democráico refere-se à consideração com queico refere-se à consideração com que o jurisdicionado em suas reivindicações recebidas nas esferas o jurisdicionado em suas reivindicações recebidas nas esferas oficiais de poder (inpu), a profundidade do diálogo (respeio aos oficiais de poder (inpu), a profundidade do diálogo (respeio aos direios fundamenais processuais), ao poder de influência que direios fundamenais processuais), ao poder de influência que ele exerce sobre as decisões que lhe submeem (conradiório ele exerce sobre as decisões que lhe submeem (conradiório como direio de influência e não surpresa), e não só à eficácia como direio de influência e não surpresa), e não só à eficácia quaniaiva e a produividade do sisema como um odo.

quaniaiva e a produividade do sisema como um odo. 1616

Depreende-se que de uma perspeciva de acesso formal, o referido conceio

Depreende-se que de uma perspeciva de acesso formal, o referido conceio

passa a ser acolhido a

passa a ser acolhido a parir de uma perspeciva de acesso maerial, e é parir de uma perspeciva de acesso maerial, e é aponadoaponado

como o “requisio fundamenal — o mais básico dos direios humanos — de um

como o “requisio fundamenal — o mais básico dos direios humanos — de um

sisema jurídico moderno que preenda garanir, e não apenas proclamar os

sisema jurídico moderno que preenda garanir, e não apenas proclamar os

direios de odos”.

direios de odos”.1717 Para Marc Galaner, com o movimeno mundial de Para Marc Galaner, com o movimeno mundial de acessoacesso

à justiça

à justiça, o ermo adquire conornos que revelam “a capacidade de uilizar, o ermo adquire conornos que revelam “a capacidade de uilizar

as várias insiuições, governamenais e não governamenais, judiciais e

as várias insiuições, governamenais e não governamenais, judiciais e

exrajudiciais, onde um requerene poderia pleiear jusiça”, em conraposição

exrajudiciais, onde um requerene poderia pleiear jusiça”, em conraposição

aos momenos aneriores, nos quais

aos momenos aneriores, nos quais acesso à justiçaacesso à justiça referia-se ão somene ao referia-se ão somene ao

acesso às insiuições judiciais governamenais.

acesso às insiuições judiciais governamenais.1818

14

14 DINAMARCO, DINAMARCO, Cândido Cândido Rangel. Rangel. AA  Insrumenalidade do Processo.  Insrumenalidade do Processo.  São Paulo: Malheiros,  São Paulo: Malheiros,

1999, p. 149/320;.

1999, p. 149/320;.

15

15 NUNES, NUNES, Dierle; Dierle; TEIXEIRA, TEIXEIRA, Ludmila. Ludmila. op. op. ci., ci., p. p. 197.197.

16

16 Id. Id. ibid., ibid., pp. pp. 60-61.60-61.

17

17 CAPPELLETTI; CAPPELLETTI; GARTH. GARTH. op. op. ci. ci. p. p. 12.12.

18

18 GALANTER, MaGALANTER, Marc. Acesso à rc. Acesso à Jusiça em Jusiça em um mundo um mundo com capcom capacidade socacidade social em ial em expansão.expansão.

In: FERRAZ, Leslie Sherida (Coord.).

In: FERRAZ, Leslie Sherida (Coord.). Repensando o acesso à jusiça no Brasil:Repensando o acesso à jusiça no Brasil:  esudos  esudos

inernacionais. Araca

(6)

 Nessa direção, acesso à jusiça é um amálgama desses exos e conexos,

 Nessa direção, acesso à jusiça é um amálgama desses exos e conexos,

em palavras ouras, raa-se de uma concepção ampla, de um direio não

em palavras ouras, raa-se de uma concepção ampla, de um direio não

adsrio ao acesso aos órgãos judiciários, eis que abrange equivalenes

adsrio ao acesso aos órgãos judiciários, eis que abrange equivalenes

jurisdicionais adequados ao raameno de conflios, e revela um senido

jurisdicionais adequados ao raameno de conflios, e revela um senido

axiológico em consonância com uma ordem jurídica jusa. Apesar de,

axiológico em consonância com uma ordem jurídica jusa. Apesar de,

paulainamene, alcançar o saus de direio social básico, o conceio de

paulainamene, alcançar o saus de direio social básico, o conceio de

efeividade é, de per si, algo vago. Conforme Cappellei e Garh, no conexo

efeividade é, de per si, algo vago. Conforme Cappellei e Garh, no conexo

de um dado direio subsanivo, a plena efeividade pode ser enendida como

de um dado direio subsanivo, a plena efeividade pode ser enendida como

“igualdade de armas” enre as pares, ou seja, “a garania de que a conclusão

“igualdade de armas” enre as pares, ou seja, “a garania de que a conclusão

final depende apenas dos mérios jurídicos relaivos das pares anagônicas,

final depende apenas dos mérios jurídicos relaivos das pares anagônicas,

sem relação com diferenças que sejam esranhas ao Direio e que, no enano,

sem relação com diferenças que sejam esranhas ao Direio e que, no enano,

afeam a afirmação e reivindicação de direios”.

afeam a afirmação e reivindicação de direios”.1919  Ocorre que as diferenças  Ocorre que as diferenças

enre as pares dificilmene são compleamene erradicadas. Nesse senido,

enre as pares dificilmene são compleamene erradicadas. Nesse senido,

os auores idenificam os obsáculos que circunscrevem al direio.

os auores idenificam os obsáculos que circunscrevem al direio.

2

2 DOS OBSTÁCULOS AO ACESSO À JUSTIÇADOS OBSTÁCULOS AO ACESSO À JUSTIÇA

[...] os cidadãos de menores recursos endem a conhecer pior os [...] os cidadãos de menores recursos endem a conhecer pior os seus direios e, porano, a 

seus direios e, porano, a er mais dificuldades em reconhecerer mais dificuldades em reconhecer um problema que os afea como sendo problema jurídico; [...] um problema que os afea como sendo problema jurídico; [...] mesmo reconhecendo o problema como jurídico, como violação mesmo reconhecendo o problema como jurídico, como violação de um direio, é necessário que a pessoa se disponha a

de um direio, é necessário que a pessoa se disponha a inerpor ainerpor a ação. Os dados mosram que os indivíduos das classes mais baixas ação. Os dados mosram que os indivíduos das classes mais baixas hesiam muio mais que os ouros em recorrer aos ribunais hesiam muio mais que os ouros em recorrer aos ribunais mesmo quando reconhecem esar perane um problema legal; mesmo quando reconhecem esar perane um problema legal; [...] quano mais baixo é o esrao socioeconômico do cidadão, [...] quano mais baixo é o esrao socioeconômico do cidadão, menos provável é que conheça advogado ou que enha amigos menos provável é que conheça advogado ou que enha amigos que conheçam advogados, menos provável é que saiba onde, que conheçam advogados, menos provável é que saiba onde, como e quando pode conraar o advogado, e maior é a disância como e quando pode conraar o advogado, e maior é a disância geográfica enre o lugar onde vive e a zona da cidade onde se geográfica enre o lugar onde vive e a zona da cidade onde se enconram os escriórios de advocacia e os ribunais.

enconram os escriórios de advocacia e os ribunais.2020

Dificuldades de acesso a uma série de direios perpassam as experiências

Dificuldades de acesso a uma série de direios perpassam as experiências

hisóricas de diversos países. O

hisóricas de diversos países. O acesso à justiçaacesso à justiça  é um desses direios.  é um desses direios.

O fragmeno em realce, de Boavenura de Sousa Sanos, apona alguns

O fragmeno em realce, de Boavenura de Sousa Sanos, apona alguns

enraves para a reivindicação de direios e/ou a solução de liígios perane as

enraves para a reivindicação de direios e/ou a solução de liígios perane as 19

19 CAPPELLETTI, CAPPELLETTI, Mauro; Mauro; GARTH, GARTH, Bryan.Bryan. Acesso à Jusiça. Acesso à Jusiça. Tradução: Ellen Gracie Norhflee. Tradução: Ellen Gracie Norhflee.

Poro Alegre: Sergio Anônio Fabris Edior, 1988, p. 14.

Poro Alegre: Sergio Anônio Fabris Edior, 1988, p. 14.

20

20 SANTOS, SANTOS, Boavenura Boavenura de de Sousa. Inrodução Sousa. Inrodução à à Sociologia da Sociologia da AdminisAdminisração ração da da Jusiça.Jusiça.RevisaRevisa

Críica de Ciências

(7)

insâncias judiciárias. Quando reivindicados, o

insâncias judiciárias. Quando reivindicados, o vuluoso número de vuluoso número de processos,processos,

o excessivo formalismo das práicas forenses e a morosidade processual são

o excessivo formalismo das práicas forenses e a morosidade processual são

ouros obsáculos que circunscrevem a ramiação da ação judicial. Consoane

ouros obsáculos que circunscrevem a ramiação da ação judicial. Consoane

Cappelleti e Garh,

Cappelleti e Garh,2121  (I) cusas judiciais; (II) possibilidade das pares e (III)  (I) cusas judiciais; (II) possibilidade das pares e (III)

problemas relaivos aos ineresses difusos figuram como emas principais

problemas relaivos aos ineresses difusos figuram como emas principais

quando se fala em obsáculos ao

quando se fala em obsáculos ao  acesso à justiça  acesso à justiça  e, em conjuno com ouros  e, em conjuno com ouros

subemas, figuram como imporane diagnósico para as proposições e

subemas, figuram como imporane diagnósico para as proposições e

conclusões do Relaório Geral do

conclusões do Relaório Geral do Projeto de FlorençaProjeto de Florença..

No ocane às cusas

No ocane às cusas judiciais:judiciais:

a)

a) em geral, a resolem geral, a resolução formal de liígioução formal de liígios é excs é excessivamene dispeessivamene dispendiosa, ondiosa, o

que implica alos cusos para as pares, inviabilizando, assim, o acesso à

que implica alos cusos para as pares, inviabilizando, assim, o acesso à

jusiça pelos mais

jusiça pelos mais necessiadosnecessiados;;

b)

b) nas pequenas cnas pequenas causas, muias ausas, muias vezes, ovezes, os cusos do s cusos do processo judicprocesso judiciário podemiário podem

ulrapassar o monane da conrovérsia; e

ulrapassar o monane da conrovérsia; e

c)

c) o empo de o empo de ramiação ramiação do processo do processo pode elevpode elevar ainda mais oar ainda mais os seus cusos seus cusos,s,

pressionando as pares mais desfavorecidas economicamene para

pressionando as pares mais desfavorecidas economicamene para

abandonar a causa ou

abandonar a causa ou aceiar acordos com valores inferiores aos de aceiar acordos com valores inferiores aos de direio.direio.

Em relação à possibilidade das pares, Cappelleti e Garh valem-se dos

Em relação à possibilidade das pares, Cappelleti e Garh valem-se dos

esudos de Galaner

esudos de Galaner2222 sobre o ema, e uilizam o ermo cunhado pelo auor para sobre o ema, e uilizam o ermo cunhado pelo auor para

raar das vanagens e desvanagens que os liiganes podem evenualmene

raar das vanagens e desvanagens que os liiganes podem evenualmene

dispor. Nesses ermos, enumeramos algumas

dispor. Nesses ermos, enumeramos algumas delas:delas:

a)

a) a recursos a recursos financeiros, cofinanceiros, considerando nsiderando a capacidade de a capacidade de cusear o procusear o processo ecesso e

seus

seus desdobramedesdobramenos;nos;

b)

b) apidão para recapidão para reconhecer um direionhecer um direio e propor uma ação ou sua defesa,o e propor uma ação ou sua defesa,

considerando a capacidade de reconhecer a exisência de um direio

considerando a capacidade de reconhecer a exisência de um direio

juridicamene exigível, assim como a capacidade de ranspor barreiras

juridicamene exigível, assim como a capacidade de ranspor barreiras

como diferença de recursos financeiros, de educação e

como diferença de recursos financeiros, de educação e dede statusstatus social; social;

c) liiganes “habiuais” (

c) liiganes “habiuais” (repeat playerrepeat player) e liiganes “evenuais” () e liiganes “evenuais” (one- one-shotter

shotter), considerando a habiualidade no exercício de liigação.), considerando a habiualidade no exercício de liigação.

Aqui, Galaner

Aqui, Galaner2323 ressala as vanagens dos primeiros liiganes: maior ressala as vanagens dos primeiros liiganes: maior

conhecimeno do Direio e, correlaivamene, maior capacidade de

conhecimeno do Direio e, correlaivamene, maior capacidade de

esruurar o liígio; economia de escala, dado o volume de processos;

esruurar o liígio; economia de escala, dado o volume de processos; 21

21 CAPPELLETTI, CAPPELLETTI, id. id. ibid.ibid.

22

22 GALANTER, MaGALANTER, Marc. Why rc. Why he “havhe “haves” come oues” come ou ahead: spe ahead: speculaions culaions on he limon he limis of legais of legall

change.

change.Law and Sociey ReviewLaw and Sociey Review, Amhers, n. 9, n.º 1, 1974., Amhers, n. 9, n.º 1, 1974.

23

(8)

possibilidade de maior esreiameno das relações com os membros do

possibilidade de maior esreiameno das relações com os membros do

Poder Judiciário, enre ouras.

Poder Judiciário, enre ouras.

No que ange aos problemas especiais dos ineresses difusos, os auores

No que ange aos problemas especiais dos ineresses difusos, os auores

referem-se à uela adequada de direios difusos ou coleivos, a exemplo

referem-se à uela adequada de direios difusos ou coleivos, a exemplo

da proeção ao meio ambiene e da proeção ao consumidor. Diane da

da proeção ao meio ambiene e da proeção ao consumidor. Diane da

complexidade das sociedades conemporânea

complexidade das sociedades conemporâneas, revela-se s, revela-se insuficiene a uelainsuficiene a uela

meramene individua

meramene individual. “Os direios e os deveres não se apresenam mais, comol. “Os direios e os deveres não se apresenam mais, como

nos Códigos radicionais, de inspiração individualísica-liberal, como direios

nos Códigos radicionais, de inspiração individualísica-liberal, como direios

e deveres essencialmene individuais, mas mea-individuais e coleivos”. É

e deveres essencialmene individuais, mas mea-individuais e coleivos”. É

possível falar em “ipos novos de uela, não confiados exclusivamene ao

possível falar em “ipos novos de uela, não confiados exclusivamene ao

ineresse maerial e ao capricho da iniciaiva individual”, eis que “o indivíduo

ineresse maerial e ao capricho da iniciaiva individual”, eis que “o indivíduo

pessoalmene lesado, legiimado a agir exclusivamene para a preparação do

pessoalmene lesado, legiimado a agir exclusivamene para a preparação do

dano a ele advindo, não esá em posição de assegurar nem a si mesmo nem à

dano a ele advindo, não esá em posição de assegurar nem a si mesmo nem à

coleividade uma adequada uela conra violações de ineresses coleivos”.

coleividade uma adequada uela conra violações de ineresses coleivos”.2424

Obsáculos de ordem econômica (pobreza, fala de acesso à informação,

Obsáculos de ordem econômica (pobreza, fala de acesso à informação,

represenação ineficaz), procedimenal (inadequação de formas radicionais

represenação ineficaz), procedimenal (inadequação de formas radicionais

de resolução de conflios e insiuos jurídicos) e organizacional (fala de

de resolução de conflios e insiuos jurídicos) e organizacional (fala de

uela e regulamenação de ineresses difusos), apresenam maior ou menor

uela e regulamenação de ineresses difusos), apresenam maior ou menor

imporância e incidência, em consonância com a pessoa, a insiuição e a

imporância e incidência, em consonância com a pessoa, a insiuição e a

demanda em quesão. Da idenificação desses óbices, depreende-se que são

demanda em quesão. Da idenificação desses óbices, depreende-se que são

mais recorrenes e desfavoráveis para pequenas causas e auores individuais,

mais recorrenes e desfavoráveis para pequenas causas e auores individuais,

noadamene, pessoas em siuação de

noadamene, pessoas em siuação de pobreza e vulnerabilidade. Nessa eseira,pobreza e vulnerabilidade. Nessa eseira,

são esses casos que revelam maiores problemas quano à afirmação e/ou

são esses casos que revelam maiores problemas quano à afirmação e/ou

reivindicaç

reivindicação de ão de direios. Segundo Galaner,direios. Segundo Galaner,2525 as empresas e o Esado figuram as empresas e o Esado figuram

com maior frequência nos

com maior frequência nos processos, assim como apresenam maiores índicesprocessos, assim como apresenam maiores índices

de viória. Ao raar do assuno, o auor coloca em evidência que a parir da lei,

de viória. Ao raar do assuno, o auor coloca em evidência que a parir da lei,

muias dessas desigualdades poderiam resar afasadas ou

muias dessas desigualdades poderiam resar afasadas ou minimizadas, mas,minimizadas, mas,

em muias siuações, o problema é agravado.

em muias siuações, o problema é agravado.

Os novos direios subsanivos, que são caracerísicos do Os novos direios subsanivos, que são caracerísicos do moderno Esado de bem-esar social, no enano, êm moderno Esado de bem-esar social, no enano, êm precisamene eses conornos:

precisamene eses conornos: por um por um lado, envolvlado, envolvem esforçosem esforços para apoiar os cidadãos conra os governos, os consumidores para apoiar os cidadãos conra os governos, os consumidores conra os comercianes, o povo conra os poluidores, os conra os comercianes, o povo conra os poluidores, os

24

24 CAPPELLETTCAPPELLETTI, MaI, Mauro. Furo. Formações socormações sociais e iais e ineresses colineresses coleivos eivos diane ddiane da jusia jusiça ciça civil.vil.RivisaRivisa

di Dirito Processuale.

di Dirito Processuale. Padova, vPadova, v. 30, p. 365, 1975.. 30, p. 365, 1975.

25

25 GALANTER, GALANTER, Marc.Marc.  Why he “haves” come ou ahead:  Why he “haves” come ou ahead: speculaions on he limis of legalspeculaions on he limis of legal

change. Law and Sociey Review. Amhers, n. 9,

(9)

locaários conra os locadores, os operários conra os parões locaários conra os locadores, os operários conra os parões (e os sindicaos); por ouro lado, o ineresse econômico de (e os sindicaos); por ouro lado, o ineresse econômico de qualquer indivíduo — como auor ou ré

qualquer indivíduo — como auor ou réu — será provavelmeneu — será provavelmene pequeno. É evidenemene uma arefa difícil ransformar esses pequeno. É evidenemene uma arefa difícil ransformar esses direios novos e muio imporanes

direios novos e muio imporanes — para odas as sociedades— para odas as sociedades modernas — em vanagens concreas para as pessoas comuns. modernas — em vanagens concreas para as pessoas comuns.2626

Para Galaner,

Para Galaner,2727 o o acesso à justiçaacesso à justiça desponou no cenário legal como pare de desponou no cenário legal como pare de

um “rio inelecual”, composo pela perspeciva da dispua em

um “rio inelecual”, composo pela perspeciva da dispua em esudos jurídicosesudos jurídicos

e pelo movimeno

e pelo movimeno Alternative Dispute Resolution Alternative Dispute Resolution (ADR). Apesar da emergência (ADR). Apesar da emergência

em conjuno nos anos 1970, decorrene de um movimeno de responsabilidade

em conjuno nos anos 1970, decorrene de um movimeno de responsabilidade

(accountability

(accountability) e recursos) e recursos (remedy(remedy) promovido pelos ribunais e legislaivos,) promovido pelos ribunais e legislaivos,

os “rigêmeos”, adoados por diferenes países, seguiram disinas rajeórias e

os “rigêmeos”, adoados por diferenes países, seguiram disinas rajeórias e

foram combinados com ouros mecanismos. A perspeciva da dispua

foram combinados com ouros mecanismos. A perspeciva da dispua nos esudosnos esudos

jurídicos consise em uma

jurídicos consise em uma consrução eórico-iconsrução eórico-inelecual com ênfase na nelecual com ênfase na pirâmidepirâmide

da dispua. De acordo com o auor, a disposição de qualquer seor conforma uma

da dispua. De acordo com o auor, a disposição de qualquer seor conforma uma

pirâmide, na qual a base dos problemas ou danos é subjacene a uma camada de

pirâmide, na qual a base dos problemas ou danos é subjacene a uma camada de

danos percebidos que, por sua vez, leva a uma

danos percebidos que, por sua vez, leva a uma camada sucessivamene menor decamada sucessivamene menor de

queixas, reivindicações e dispuas.

queixas, reivindicações e dispuas.

“Uma pare dessas dispuas é levada a advogados e Tribunais, como pares

“Uma pare dessas dispuas é levada a advogados e Tribunais, como pares

sucessivamene menores são objeo de julgamenos, recursos e decisões

sucessivamene menores são objeo de julgamenos, recursos e decisões

judiciais publicadas.” Valendo-se dos ensinamenos de William Felsiner,

judiciais publicadas.” Valendo-se dos ensinamenos de William Felsiner,

Richard Abel e Ausin Sara em

Richard Abel e Ausin Sara em The Emergence and Transformation osThe Emergence and Transformation os Disputes: Naming, Blaming, Claiming

Disputes: Naming, Blaming, Claiming  (1980-1981), Galaner faz referência  (1980-1981), Galaner faz referência

às camadas da pirâmide: “nomeando (o reconhecimeno e a idenificação de

às camadas da pirâmide: “nomeando (o reconhecimeno e a idenificação de

um dano), acusando (a idenificação de um agene humano responsável por

um dano), acusando (a idenificação de um agene humano responsável por

al dano) e, finalmene, reivindicando (ajuizando uma ação conra a pare)” e

al dano) e, finalmene, reivindicando (ajuizando uma ação conra a pare)” e

realça os obsáculos de

realça os obsáculos de acesso à justiçaacesso à justiça decorrenes das disparidades enre os decorrenes das disparidades enre os

usuários dos sisemas

usuários dos sisemas judiciais.judiciais.

Em uma releiura do ema, a parir de uma experiênci

Em uma releiura do ema, a parir de uma experiência brasileira, os esudosa brasileira, os esudos

empíricos de Sanos, realizados em uma comunidade do Rio de Janeiro, com

empíricos de Sanos, realizados em uma comunidade do Rio de Janeiro, com

o nome ficício de Pasárgada, ao longo da década de seena, acrescenam

o nome ficício de Pasárgada, ao longo da década de seena, acrescenam

ouros obsáculos ao

ouros obsáculos ao acesso à justiça acesso à justiça, como sociais e culurais. Nas palavras, como sociais e culurais. Nas palavras

do auor, a discriminação social no

do auor, a discriminação social no acesso à justiçaacesso à justiça  é um fenômeno mais  é um fenômeno mais

26

26 CAPPELLETTI; CAPPELLETTI; GARTH. GARTH. Op. Op. ci., ci., p. p. 12.12.

27

27 GALANTER, MaGALANTER, Marc. Acesso à rc. Acesso à Jusiça em Jusiça em um mundo um mundo com capcom capacidade socacidade social em ial em expansão.expansão.

In: FERRAZ, Leslie Sherida (Coord.). Repensando o acesso à jusiça no Brasil: esudos

In: FERRAZ, Leslie Sherida (Coord.). Repensando o acesso à jusiça no Brasil: esudos

inernacionais. Araca

(10)

complexo do que parece, pois, “para além das condicionanes econômicas,

complexo do que parece, pois, “para além das condicionanes econômicas,

sempre mais óbvias, envolve condicionanes sociais e culurais resulanes

sempre mais óbvias, envolve condicionanes sociais e culurais resulanes

de processos de

de processos de socialização e de ineriorização de valores socialização e de ineriorização de valores dominanedominanes muios muio

difíceis de ransformar”.

difíceis de ransformar”.2828

Ao coejar o Direio oficial esaal e o Direio informal não oficial, fundado

Ao coejar o Direio oficial esaal e o Direio informal não oficial, fundado

na Associação de Moradores dessa comunidade, como insância de resolução

na Associação de Moradores dessa comunidade, como insância de resolução

de conflios enre vizinhos, principalmene em quesões sobre habiação e

de conflios enre vizinhos, principalmene em quesões sobre habiação e

propriedade, Sanos desvela uma realidade que, diane do

propriedade, Sanos desvela uma realidade que, diane do disanciameno enredisanciameno enre

as insiuições e a sociedade, abarca a adoção de ouros procedimenos para a

as insiuições e a sociedade, abarca a adoção de ouros procedimenos para a

resolução de conflios, disinos dos procedimenos esaais. De acordo com o

resolução de conflios, disinos dos procedimenos esaais. De acordo com o

auor, o Esado conemporâneo não em

auor, o Esado conemporâneo não em o monopólio da o monopólio da produção e disribuiçãoprodução e disribuição

do direio, “o direio esaal coexise na sociedade com ouros modos de

do direio, “o direio esaal coexise na sociedade com ouros modos de

juridicidade, ouros direios que com ele se ariculam de modos diversos.”

juridicidade, ouros direios que com ele se ariculam de modos diversos.”2929 AA

parir dessas idenificações, são proposas algumas soluções para se alcançar

parir dessas idenificações, são proposas algumas soluções para se alcançar

ouro paamar de

ouro paamar deacesso à justiçaacesso à justiça..

3

3 DOS MODELOS DE PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICADOS MODELOS DE PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA

Para superar os obsáculos econômicos, organizacionais e procedimenais,

Para superar os obsáculos econômicos, organizacionais e procedimenais,

Cappelleti e Garh apresenam um conjuno ariculado de reformas jurídicas,

Cappelleti e Garh apresenam um conjuno ariculado de reformas jurídicas,

caegorizadas cronologicamene. São algumas soluções práicas ou “ondas

caegorizadas cronologicamene. São algumas soluções práicas ou “ondas

renovaórias” que emergem a parir dos anos 1960, reunindo “seus coneúdos e

renovaórias” que emergem a parir dos anos 1960, reunindo “seus coneúdos e

objeivo

objeivos, na s, na demonsração das ransformações conceiuais do acesso à demonsração das ransformações conceiuais do acesso à jusiça,jusiça,

como paradigma a ser aplicado no esudo do fenômeno processual e noreador

como paradigma a ser aplicado no esudo do fenômeno processual e noreador

de projeos de reformas nos

de projeos de reformas nos sisemas jurídicos processuaissisemas jurídicos processuais”.”.3030 Essas soluções ou Essas soluções ou

“ondas” esão

“ondas” esão consubsanciadasconsubsanciadas::

(I) na criação de assisência judiciária para aqueles desprovidos de recursos

(I) na criação de assisência judiciária para aqueles desprovidos de recursos

para cusear esses serviços;

para cusear esses serviços;

(II) na inclusão de ineresses difusos como objeos de proeção jurídica,

(II) na inclusão de ineresses difusos como objeos de proeção jurídica,

sobreudo na área de proeção do meio ambiene e proeção do consumidor; e

sobreudo na área de proeção do meio ambiene e proeção do consumidor; e

(III)

(III) no acesso à jusiça efeivo, com a reforma dos modelos em voga. Tno acesso à jusiça efeivo, com a reforma dos modelos em voga. Traa-se,raa-se,

como refere Cappelleti, de uma série de

como refere Cappelleti, de uma série de avanços insiuciavanços insiucionais.onais. 28

28 SANTOS, SANTOS, Boavenura Boavenura de de Sousa. Inrodução Sousa. Inrodução à à Sociologia da Sociologia da AdminisAdminisração ração da da Jusiça.Jusiça.RevisaRevisa

Críica de Ciências Sociais,

Críica de Ciências Sociais, n.o 21, nov 1986, pp. 21-22. n.o 21, nov 1986, pp. 21-22.

29

29 SANTOS, SANTOS, op. op. ci.ci.

30

30 GOMES GOMES NETO, NETO, José José Mário Mário WanderleWanderley.y. O acesso à justiça em Mauro Cappellei:O acesso à justiça em Mauro Cappellei: análiseanálise

eórica desa concepção como “movimeno” de ransformação das esruuras do processo civil

eórica desa concepção como “movimeno” de ransformação das esruuras do processo civil

brasileiro.

(11)

A primeira onda, iniciada em 1965 com os escriórios de advocacia de A primeira onda, iniciada em 1965 com os escriórios de advocacia de bairro do programa do Deparameno de Oporunidades Econômicas bairro do programa do Deparameno de Oporunidades Econômicas (

(Office of Economic OpportunityOffice of Economic Opportunity), compreendeu a reforma de), compreendeu a reforma de

insiuições para o provimeno de serviços legais para os pobres. A insiuições para o provimeno de serviços legais para os pobres. A segunda onda buscou ampliar a represenaividade dos “ineresses segunda onda buscou ampliar a represenaividade dos “ineresses difusos”, ais como aqueles de consumidores e ambienalisas: difusos”, ais como aqueles de consumidores e ambienalisas: começou nos Esados Unidos com o

começou nos Esados Unidos com o desenvoldesenvolvimeno de “escrióriosvimeno de “escriórios de advocacia de ineresse público”, manidos por fundações. A de advocacia de ineresse público”, manidos por fundações. A erceira onda adveio nos anos 1970 com a mudança de foco para erceira onda adveio nos anos 1970 com a mudança de foco para as insiuições de processameno de dispuas em geral, ao invés de as insiuições de processameno de dispuas em geral, ao invés de simplesmene as insiuições de

simplesmene as insiuições de represenação legal; alernaivasrepresenação legal; alernaivas menos formais às cores e aos

menos formais às cores e aos procedimenos judiciaprocedimenos judiciais.is.3131

Em um primeiro momeno, “os esforços para incremenar o acesso à

Em um primeiro momeno, “os esforços para incremenar o acesso à

jusiça nos países ocidenais concenraram-se, muio adequadamene, em

jusiça nos países ocidenais concenraram-se, muio adequadamene, em

proporcionar serviços jurídicos para os pobres”.

proporcionar serviços jurídicos para os pobres”.3232 Ao versar sobre a assisência Ao versar sobre a assisência

jurídica para os pobres, a primeira solução ou “onda” faz referência a alguns

jurídica para os pobres, a primeira solução ou “onda” faz referência a alguns

modelos de presação desses serviços. Um deles é o modelo

modelos de presação desses serviços. Um deles é o modelo JudicareJudicare (a), adoado (a), adoado

na Áusria, Inglaerra, Holanda, França e Alemanha. Esse sisema é pauado na

na Áusria, Inglaerra, Holanda, França e Alemanha. Esse sisema é pauado na

assisência como direio e, nessa eseira, envolve a presação de serviços por

assisência como direio e, nessa eseira, envolve a presação de serviços por

advogados pariculares cuseados pelo Esado, para fins de proporcionar aos

advogados pariculares cuseados pelo Esado, para fins de proporcionar aos

liiganes hipossuficienes a mesma represenação em juízo que eriam caso

liiganes hipossuficienes a mesma represenação em juízo que eriam caso

pudessem pagar por esses serviços. Ouro modelo, advindo do Programa de

pudessem pagar por esses serviços. Ouro modelo, advindo do Programa de

Serviços Jurídicos do

Serviços Jurídicos do Offi Offi ce of Ecce of Economonomic Oppic Opportortunitunityy, em 1965, com o moe, em 1965, com o moe

“guerra conra a pobreza”

“guerra conra a pobreza”3333 é o (b) advogado remunerado pelos cofres públicos. é o (b) advogado remunerado pelos cofres públicos.

São serviços jurídicos presados por

São serviços jurídicos presados por advogados de “escriórios de vizinhança”,advogados de “escriórios de vizinhança”,

siuados na própria comunidade. Os serviços, volados para a promoção dos

siuados na própria comunidade. Os serviços, volados para a promoção dos

ineresses dos pobres, são pagos pelo governo, sendo adepo desse sisema os

ineresses dos pobres, são pagos pelo governo, sendo adepo desse sisema os

Esados Unidos.

Esados Unidos.

E, o erceiro modelo, refere-se ao sisema miso (c), no qual os países

E, o erceiro modelo, refere-se ao sisema miso (c), no qual os países

buscam o encadeameno dos modelos aneriores, como sisemas que se

buscam o encadeameno dos modelos aneriores, como sisemas que se

complemenam, a exemplo da Suécia e da Província de Quebec, no Canadá,

complemenam, a exemplo da Suécia e da Província de Quebec, no Canadá,

com a possibilidade de escolha enre o aendimeno por advogados servidores

com a possibilidade de escolha enre o aendimeno por advogados servidores

públicos ou por advogados pariculares. Essas soluções são direcionadas para

públicos ou por advogados pariculares. Essas soluções são direcionadas para

superar obsáculos econômicos para o efeivo

superar obsáculos econômicos para o efeivo acesso à justiçaacesso à justiça. Levando-se em. Levando-se em

31

31 CAPPELLETTI, CAPPELLETTI, Mauro.Mauro. Access o Jusice and Welfare Sae. Access o Jusice and Welfare Sae. 1981, p. 56. 1981, p. 56.

32

32 CAPPELLETTI, CAPPELLETTI, Mauro; Mauro; GARTH, GARTH, Bryan.Bryan. Acesso à JusiçaAcesso à Jusiça. Tradução: Ellen Gracie Norhflee.. Tradução: Ellen Gracie Norhflee.

Poro Alegre: Sergio Anônio Fabris Edior, 1988,

Poro Alegre: Sergio Anônio Fabris Edior, 1988, pp. 31-32.pp. 31-32.

33

(12)

cona que “o auxílio de um advogado é essencial”, é dever do Esado garanir o

cona que “o auxílio de um advogado é essencial”, é dever do Esado garanir o

acesso à justiça

acesso à justiça aos  aos necessiadosnecessiados..3434

“O segundo grande movimeno no esforço de melhorar o acesso à jusiça

“O segundo grande movimeno no esforço de melhorar o acesso à jusiça

enfrenou o problema da

enfrenou o problema da represenação dos ineresses difusos, assim chamadosrepresenação dos ineresses difusos, assim chamados

os ineresses coleivos ou grupais, diversos daqueles dos pobres”

os ineresses coleivos ou grupais, diversos daqueles dos pobres”. Esse movimeno. Esse movimeno

enseja reflexões sobre as básicas e radicionais noções de processo civil e sobre

enseja reflexões sobre as básicas e radicionais noções de processo civil e sobre

o papel dos

o papel dos ribunais, e correlaas ransformaçõeribunais, e correlaas ransformações. A s. A perspeciva individualiperspeciva individualisasa

do processo judicial é subsiuída por oura, com um viés mais social e coleivo.

do processo judicial é subsiuída por oura, com um viés mais social e coleivo.

Sendo assim:

Sendo assim:

(II) objeos de proeção jurídica, incluídos como ineresses difusos,

(II) objeos de proeção jurídica, incluídos como ineresses difusos,

compreende a:

compreende a:

a) proposiura de ações em defesa de ineresses públicos ou coleivos por

a) proposiura de ações em defesa de ineresses públicos ou coleivos por

meio governamenal;

meio governamenal;

b) proposiura por meio de Procurador-Geral privado, al como ocorre nos

b) proposiura por meio de Procurador-Geral privado, al como ocorre nos

Esados Unidos; ou ainda por meio de

Esados Unidos; ou ainda por meio de

c) sociedades de advogados pariculares do ineresse público, al como

c) sociedades de advogados pariculares do ineresse público, al como

ocorre na França. Para superar os obsáculos organizacionais, os auores

ocorre na França. Para superar os obsáculos organizacionais, os auores

sugerem uma solução “pluralísica para o

sugerem uma solução “pluralísica para o problema de represenação dosproblema de represenação dos

ineresses difusos”, que “combine recursos e iniciaivas ano do seor

ineresses difusos”, que “combine recursos e iniciaivas ano do seor

público quano de grupos de pariculares para uma reivindicação mais

público quano de grupos de pariculares para uma reivindicação mais

eficiene dos ineresses difusos”.

eficiene dos ineresses difusos”.3535

A erceira solução ou “onda” converge para uma (III) concepção mais

A erceira solução ou “onda” converge para uma (III) concepção mais

ampla de

ampla de acesso à justiçaacesso à justiça, e al abrangência “inclui a advocacia, judicial ou, e al abrangência “inclui a advocacia, judicial ou

exrajudicial, seja por meio de advogados pariculares ou públicos,

exrajudicial, seja por meio de advogados pariculares ou públicos, mas vaimas vai além

além”.”.3636 Essa solução não abandona as écnicas aneriores, mas sim amplia a Essa solução não abandona as écnicas aneriores, mas sim amplia a

gama de possibilidades para ornar o acesso efeivo, com uma muliplicidade

gama de possibilidades para ornar o acesso efeivo, com uma muliplicidade

de reformas, com alerações em procedimenos, mudanças em esruuras

de reformas, com alerações em procedimenos, mudanças em esruuras

de anigos e novos ribunais, uso de pessoas leigas ou para profissionais,

de anigos e novos ribunais, uso de pessoas leigas ou para profissionais,

modificações jurídicas para eviar liígios ou faciliar sua solução, uso de

modificações jurídicas para eviar liígios ou faciliar sua solução, uso de

mecanismos alernaivos para a resolução dos liígios, enre ouros. Para

mecanismos alernaivos para a resolução dos liígios, enre ouros. Para

Mario Gryszpan,

Mario Gryszpan,3737 a erceira onda decorre e, ao mesmo em a erceira onda decorre e, ao mesmo empo, envolve, as ondaspo, envolve, as ondas

34

34 CAPPELLETTCAPPELLETTI, I, op. op. ci., ci., p. p. 38.38.

35

35 CAPPELLETTCAPPELLETTI, I, op. op. ci., ci., p. p. 49; 49; 66.66.

36

36 Id. Id. ibid., ibid., p. p. 67.67.

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Referências

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