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CÉLULAS-TRONCO: ARGUMENTOS FAVORÁVEIS E CONTRÁRIOS

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CÉLULAS-TRONCO: ARGUMENTOS FAVORÁVEIS E CONTRÁRIOS

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Edemeres Zanella

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Luciana Paula Grégio d'Arce Rodrigues

RESUMO: Este trabalho tem como finalidade apresentar estratégias de ação para o trabalho

com o conteúdo células-tronco, fazendo com que os alunos compreendam os avanços científicos existentes nesta área. Como objetivos de estudos planejou-se: organizar material informativo para propiciar um pensamento reflexivo a respeito do conteúdo células-tronco, para que os alunos tenham um melhor entendimento e posicionamento sobre o assunto; elaboração de textos complementares sobre células-tronco para que os alunos compreendam o que são e como funcionam; pesquisar diferentes materiais sobre o conteúdo células-tronco em sala de aula, comparando com o conteúdo apresentado no livro didático; realizar discussões e debates com os alunos sobre o tema células-tronco para que se posicionem contrários ou favoráveis ao uso dessa célula; elaborar material pedagógico, para pesquisa na escola; promover exposição dos trabalhos sobre a pesquisa do conteúdo células-tronco para socialização do conhecimento entre o grupo de alunos. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica para buscar aprofundamento do tema em estudo. A pesquisa de campo foi o desenvolvimento de atividades com 26 alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Barão do Rio Branco de Flor da Serra do Sul. Buscar novos conhecimentos, novas metodologias, novas estratégias de trabalho, permite ao professor apresentar aulas mais dinâmicas, despertando no aluno maior interesse em aprender os conteúdos trabalhados em sala de aula.

Palavras-chave: biologia; células-tronco; material didático.

1. INTRODUÇÃO

O ensino de biologia passou por diversas reformulações e avanços nos últimos anos. Os temas relacionados à área de biologia vêm sendo apresentados pelos meios de comunicação, ou seja, jornais, revistas e internet, constantemente fazendo com que o professor seja responsável em apresentar os conteúdos de maneira diferenciada e contextualizada, despertando o interesse do aluno pelos assuntos.

O presente trabalho é resultado do desenvolvimento do Caderno Pedagógico, elaborado a partir do Programa de Desenvolvimento em Educação – PDE, oferecido aos professores da rede estadual do estado do Paraná. Tem como tema ”Células-tronco no Ensino Médio”, um dos temas, atualmente, mais abordados pela mídia mundial. A temática de pesquisa surgiu pela deficiência na descrição e na apresentação de figuras sobre células-tronco nos livros didáticos do Ensino Médio na disciplina de Biologia.

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Professora de Biologia Colégio Estadual Barão do Rio Branco – Flor da Serra do Sul, PDE 2012/2013.

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Dessa forma, apesar do livro didático não ser a única ferramenta pedagógica, justifica-se este trabalho para complementação dos conteúdos, de modo que se apresentem para os alunos os avanços científicos nesta área, dando um novo enfoque aos conceitos aprendidos em sala de aula, bem como para que eles tenham oportunidade de acompanhar as novas descobertas.

Portanto, este trabalho, foi uma estratégia de ação que visou facilitar o aprendizado do aluno sobre o conteúdo células-tronco e suas possíveis aplicações, despertando o interesse do mesmo para as novas tecnologias e suas aplicações na área da biologia.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensino de biologia passou por diversas reformulações e avanços nos últimos anos. Os temas relacionados à área de biologia vêm sendo apresentados pelos meios de comunicação, ou seja, jornais, revistas e internet, constantemente fazendo com que o professor seja responsável em apresentar os conteúdos de maneira diferenciada e contextualizada, despertando o interesse do aluno pelos assuntos.

Nesse sentido, a primeira tentativa de organização da disciplina de Biologia no Brasil foi em 1938, quando houve a criação do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, com predomínio da formação humanista e poucas atividades na área de ciências. O método usado era o experimental com ênfase à teoria científica. Foram criados ainda neste período os cursos superiores de ciências naturais, ampliando a abordagem dos conhecimentos biológicos, considerando os fatores sociais e econômicos além da ampliação da abordagem dos conhecimentos biológicos. Em 1945, destaca-se o ensino em ciências a incorporação curricular de conteúdos decorrentes da produção científica. (PARANÁ, 2008).

Em 1946, foi criado o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC) com a finalidade de promover a formação científica dos alunos no ensino superior. Na década de 60 “surgiram os Centros de Ciências, com a finalidade de melhorar o ensino, treinar professores, produzir e distribuir textos didáticos e materiais de laboratório para as escolas de seus respectivos estados” (PARANÁ, 2008, p. 52). Nessa época as Ciências Biológicas assumem especialização maior na Universidade, substituindo os cursos de História Natural. A formação dos professores passa a ser preocupação específica inclusive dos legisladores (BIZZO, 2013).

No início dos anos 70, foi criada a Lei 5692/71, que reformulou o ensino de 1º e 2º grau, aprimorando um ensino mais tecnicista e a formação técnica compulsória para o 2º grau (PARANÁ, 2008). Nos anos 80, por iniciativa da comunidade científica brasileira, houve uma proposta de popularizar a ciência produzida no país. Os conteúdos eram aprendidos com base na observação, explicadas por raciocínios lógicos, comprovados pela experimentação, garantindo a revelação de fatos novos.

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Em 1998, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais, onde o ensino passou a ser organizado por áreas do conhecimento, ficando a Biologia disposta na área de: Ciências da Natureza, Matemática e suas

Tecnologias (PARANÁ, 2008). Este documento traz como ênfase o

desenvolvimento de competências e habilidades, direcionando o ensino para temas e desenvolvimento de projetos considerados necessários para a vida do aluno.

Em 2008, o estado do Paraná publica as Diretrizes Curriculares de Biologia para a Educação Básica, onde foram definidos os seguintes conteúdos

estruturantes: ”organização dos seres vivos; mecanismos biológicos;

biodiversidade e manipulação genética”. A disciplina de Biologia neste documento deve ser capaz de relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento; deve priorizar conceitos cientificamente produzidos e propiciar reflexões constantes sobre mudanças de conceitos devido às questões emergentes (PARANÁ, 2008, p. 61).

Assim, a disciplina da biologia é muita vasta e diversificada, sendo pouco provável que uma única pessoa consiga deter todos os conhecimentos disponíveis. Essa diversificação, fez com que surgisse uma inifinidade de termos e conceitos específicos. Com isso, os alunos acabam não se entusiasmando com o conhecimento da biologia, devido a estrutura do ensino médio, onde a mesma acaba sendo uma simples decoreba e preparação para o vestibular (ZATZ, 2013).

O que se observa é que a biologia está presente na vida diária das pessoas e influencia diretamente as tomadas de decisões, mesmo sem que se perceba. Os temas a seguir, por exemplo, são facilmente explicados com os conhecimentos advindos da biologia: consumo de bebidas alcoólicas, drogas, alimentos geneticamente modificados, agricultura orgânica, AIDS, gravidez na adolescência, higiene, prática de atividades físicas, preservação do ambiente, poluição, e outros (PARANÁ, 2008).

Outro avanço importante no campo da biologia é o uso das novas tecnologias, que são capazes de modificar a vida das pessoas com conseqüências em suas relações sociais. Assim, a aula de biologia precisa mostrar aos alunos as consequências diretas e indiretas das ações promovidas

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no campo da biologia, seja consigo mesmo, com o meio e com os outros seres vivos (ZATZ, 2013).

Muitas das novas tecnologias surgiram depois de 1953, com o início de uma nova era no estudo da genética, quando Watson, J. e Crick F., descreveram a estrutura química da molécula do DNA. Com isso, além do melhoramento genético, passou a existir a possibilidade de alterar a molécula do DNA (PAULINO, 2005).

Na década de 70, o geneticista Paul Berg, depois de vários estudos, fez descobertas na área da biologia molecular, desenvolvendo tecnologias com a utilização de células-tronco embrionárias. Para Zatz (2013) “as células-tronco são células progenitoras que mantêm a capacidade de diferenciar os inúmeros tecidos (sangue, músculos, nervos, ossos etc.) do corpo humano”. Porém, somente na década de 90 foi que se confirmou a existência de células-tronco embrionárias em humanos e começou o estudo de sua aplicação na cura de diversas doenças.

Existem dois tipos de células-tronco: as células-tronco embrionárias e as células-tronco reprodutivas. (PARANÀ, 2006). As extraídas de tecidos maduros (cordão umbilical ou a medula óssea) são as reprodutivas e as embrionárias são as mais eficazes para formar qualquer tecido do corpo, porém com um problema que para extrair esse tipo de célula-tronco, o embrião é destruído (ZATZ, 2013).

Para Zatz (2013), as células-tronco têm a seguinte classificação:

Totipotentes, aquelas células que são capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As células totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida; Pluripotentes ou multipotentes, aquelas células capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir de 32 - 64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de blastocisto. As células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as membranas embrionárias; Oligotentes, aquelas células que se diferenciam em poucos tecidos; Unipotentes, aquelas células que se diferenciam em um único tecido.

Pode-se dizer então que as células-tronco adultas permanecem sendo tronco e as células-tronco embrionárias podem formar qualquer tecido do corpo

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(PARANÁ, 2006).

As células-tronco embrionárias podem ser obtidas por meio de clonagem terapêutica e de embriões.

Zatz (2013), diz que,

Clonagem Terapêutica é a técnica de manipulação genética que fabrica embriões a partir da transferência do núcleo da célula já diferenciada, de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão inicia-se o processo de divisão celular, na primeira fase 16-32 são consideradas células totipotentes. Na segunda fase 32-64 serão células pluripotentes, blastocisto que serão retiradas as células-tronco para diferenciação, in vitro, dos tecidos que se pretende produzir. Nesta fase ainda não existe nenhuma diferenciação dos tecidos ou órgãos que formam o corpo humano e por isso podem ser induzidas para a terapia celular. (...). De Embriões Descartados (inviáveis para implantação) e Congelados nas clínicas de reprodução assistida

Assim, é preciso entender que “na clonagem para fins terapêuticos, serão gerados só tecidos, em laboratório, sem implantação no útero” (ZATZ, 2013).

A principal vantagem da clonagem terapêutica é a fabricação de células pluripotentes, potencialmente capazes de produzir qualquer tecido em laboratório, o que poderá permitir o tratamento de doenças cardíacas, doença de Alzheimer, Parkinson, câncer, além da reconstituição de medula óssea, de tecidos queimados ou tecidos destruídos etc, sem o risco da rejeição, caso o doador seja o próprio beneficiado com a técnica. Mas a principal limitação é que no caso de doenças genéticas, o doador não pode ser a própria pessoa porque todas as suas células têm o mesmo defeito genético (ZATZ, 2013).

Muitas discussões estão sendo feitas atualmente com relação à criação e fertilização do embrião em laboratório, considerado um benefício para a infertilidade, porém tem “aqueles que vêem nessa manipulação um atentado contra a vida e a espécie humana” (SALEM, 2013).

Para Garrafa; Pessini (2004),

(...) as células-tronco humanas podem dar origem a muitos tipos diferentes de células. Logo elas possibilitam grandes avanços no cuidado da saúde. Por exemplo, podem ser usadas para gerar células e tecidos substitutos para tratar muitas doenças e condições (...) células medulares para tratar pacientes com leucemia (...).

Mas será que todos os segmentos da sociedade são favoráveis a esse tipo de pesquisas? É importante que o aluno perceba que nem todos os

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segmentos da sociedade são favoráveis as pesquisas sobre células-tronco. A Igreja Católica, por exemplo, segundo Goldim (2013), afirma que,

A Igreja Católica Romana tem defendido esta posição, igualmente aceita por muitos cientistas e filósofos não vinculados a ela, de que a vida de uma pessoa tem início na fecundação, desta forma não há justificativa eticamente adequada para tal tipo de pesquisa.

A Igreja Católica defende seu posicionamento, dizendo que é contrária, pois o bem da sociedade não pode advir a partir da morte de alguns indivíduos, mesmo sendo ainda um embrião. A igreja defende as questões éticas que envolvem as pesquisas de embriões, ou seja, a vida de uma pessoa começa na fecundação (GOLDIM, 2013).

Outras igrejas cristãs, como a Igreja da Escócia, também defendem esta mesma posição, porém aceitam com reservas as pesquisas com embriões que visem situações que envolvam infertilidade ou doenças transmitidas geneticamente (ZATZ, 2013).

Por outro lado, existem os que são favoráveis as pesquisas sobre células-tronco,

Utilização de células tronco para produzirem materiais biológicos -tem sido utilizado como justificativa moral para esta prática. Os que defendem a realização de pesquisas com células-tronco embrionárias humanas utilizam o raciocínio moral de que um bem social, que será útil para muitas pessoas que sofrem de doenças hoje incuráveis, se sobrepõe ao de um indivíduo (GOLDIM, 2013).

Moralmente, o professor Paul Berg, considera um bem para a humanidade, as pesquisas com células-tronco, pois é a esperança de um grande número de pessoas para possíveis tratamentos para doenças incuráveis (GOLDIM, 2013).

Discutir o conteúdo células-tronco com os alunos é uma oportunidade para mostrar as novas descobertas científicas e inovações na área da Biologia, como possibilidades para o tratamento de doenças consideradas incuráveis, bem como perceber se existem riscos e benefícios na utilização de células-tronco embrionárias. Isso é possível por meio de discussões, leituras, depoimentos e outros meios, desconstruindo ideias negativas que foram disseminadas ao longo do tempo pela sociedade brasileira e os pontos positivos sobre o assunto.

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formulação de hipóteses, para investigação, dando oportunidade para que o aluno construa seu conhecimento de forma significativa. A grande maioria dos professores reclama que não ministram aulas práticas devido ao número elevado de alunos nas turmas, que não se tem estrutura e materiais adequados para desenvolver esse trabalho na escola.

Além de aulas práticas, existem outros elementos que são importantes e devem ser utilizados nas aulas de biologia, como a fotografia, a internet, aulas de campo, análise de casos reais, visitas orientadas a museus, reservas ecológicas, dentre outros.

Sabe-se que muitas experiências educacionais estão sendo

desenvolvidas nas escolas brasileiras, porém precisam ser divulgadas, para que os demais colegas compartilhem.

2. DESENVOLVIMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico foi implementado no 1º semestre de 2013, no Colégio Estadual Barão do Rio Branco – Flor da Serra do Sul/PR, com uma turma de 26 alunos do turno matutino do 3º ano do Ensino Médio, tendo como tema “Células-tronco no Ensino Médio”, onde a finalidade foi produzir material didático como complementação dos conteúdos apresentados no livro didático dos alunos.

Como metodologia foi feito a princípio uma revisão bibliográfica e documental, mediante leitura sistemática, consultando uma série de livros pertinentes ao tema escolhido, com fichamento de cada obra, para entender o tema em estudo.

Realizou-se também uma pesquisa de campo, “investigação prática realizada em um local previamente definido que atende aos objetivos propostos na pesquisa” (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2007, p. 127), com o desenvolvimento de pesquisas com os alunos durante as aulas para saber e discutir o assunto células-tronco.

Células-tronco, é o conteúdo da disciplina de Biologia, proposto para ser trabalhado na implementação do projeto de intervenção. As ações da implementação foram planejadas no 2º semestre de 2012, com ficha específica contendo o tempo de realização, as ações que seriam desenvolvidas, ciência

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da equipe pedagógica e observações do professor orientador. O desenvolvimento do trabalho teve início em fevereiro de 2013 até maio de 2013.

A primeira ação foi desenvolvida na semana pedagógica de fevereiro de 2013, onde foi apresentado o Caderno Pedagógico para toda a comunidade escolar do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, por meio de slides. Os presentes acharam o projeto muito interessante, onde houve discussões sobre o tema, sugestões de atividades e propostas de ajuda para a professora responsável pelo trabalho.

Na segunda ação foi apresentado o projeto aos alunos do 3º ano do Ensino Médio e partiu-se para uma problematização do tema células-tronco. A professora proporcionou aos alunos os seguintes questionamentos: Vocês sabem o que é células-tronco? Para que servem? Como você ficou sabendo sobre esse assunto? As células-tronco existem no corpo humano ou apenas em laboratório? Quais são os tipos de células-tronco?

Na seqüência os alunos foram lendo as respostas e o professor foi registrando no quadro e ficando atento para as respostas, na tentativa de identificar o que eles já sabiam sobre o assunto. Durante a leitura o professor foi ressaltando informações não contempladas e prestando esclarecimentos para as dúvidas apresentadas e que os alunos não soubessem responder. Depois da discussão e intervenções do professor, foi solicitado que os alunos pesquisassem num site de pesquisa, para responderem as questões iniciais em forma de texto, acrescentando outros dados que achassem interessantes. No final leram, os textos foram lidos.

Esse trabalho foi muito significativo, pois se valorizou o conhecimento prévio dos alunos e permitiu-se a pesquisa como forma do aluno construir e aumentar seu próprio conhecimento. De acordo com Marques (2013, p. 95), “pesquisar é buscar um centro de incidência, uma concentração, um pólo preciso das muitas variações ou modulações de saberes que se irradiam a partir de um mesmo ponto”.

O professor deve preparar seus alunos para uma permanente busca do conhecimento. Alunos e professores, são sujeitos da aprendizagem, devem participar em conjunto do processo escolar, pois ambos ensinam e aprendem.

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“não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.”

Nesse sentido, a pesquisa é um recurso que ajuda o aluno adquirir seu conhecimento de forma autônoma, porém as suas técnicas devem ser discutidas e elaboradas para que a mesma seja um processo consciente.

Na terceira ação a turma foi dividida em 6 grupos, que foram organizados da seguinte maneira: 1º grupo: células-tronco: características e

tipos; Texto para estudo: células-tronco – Biotecnologia – SEED; 2º grupo:

Polêmica envolvendo as células-tronco. Texto para estudo: A polêmica das células-tronco – Heloísa Agudo Simões; 3º grupo: Principais interesses no uso de células tronco. Texto para estudo: Células-tronco e suas aplicações. 4º grupo: Avanços que as pesquisas científicas com células-tronco podem trazer para a medicina; 5º grupo: Legislação sobre células-tronco; 6º grupo: Pesquisas com células-tronco: panorama nacional e mundial.

Na sequência, o professor distribuiu textos para cada grupo,

pesquisados na internet, para que lessem e fizessem um relatório destacando os pontos essenciais de cada um e compassem com o que está escrito no livro didático sobre o assunto pesquisado. Cada grupo apresentou sua produção de forma diferente. O 1º grupo fez uma poesia; o 2º grupo uma paródia; o 3º grupo um texto narrativo; o 4º grupo um diálogo; o 5º grupo: uma entrevista; e o 6º grupo: uma notícia. Cada grupo no final apresentou seu trabalho aos colegas, destacando como ele está sendo apresentado no livro didático. Os trabalhos foram expostos no saguão da escola.

Na quarta ação foi organizado com os alunos um júri simulado sobre o posicionamento favorável ou contrário ao uso das células-tronco. O júri simulado trata-se de uma encenação sem roteiro predefinido, mas exige que os alunos estudem com antecedência o conteúdo a ser dramatizado. O trabalho foi previamente organizado pelo professor, que distribuiu os papéis entre os alunos, cuidando para que todos participassem encaixando cada um nos papéis, de acordo com suas habilidades.

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andamento do júri; o promotor que acusou o réu; e o advogado de defesa que fez a defesa das acusações; as testemunhas se apresentaram. primeiro as que falaram a favor, e, na sequência as que falaram contra o réu; o corpo de jurado foi constituído por número impar de alunos, que ouviu todo o processo e a seguir, votou culpado ou inocente; o público que estava dividido em dois grupos, o da defesa e o da acusação, ajudaram seus advogados a prepararem os argumentos para acusação ou defesa. Durante o júri, os mesmos acompanharam em silêncio. Os trabalhos foram encaminhados da seguinte forma: o professor orientou os alunos, dizendo como cada um deveria proceder. Os alunos se organizaram e se prepararam para o júri.

Começaram os trabalhos quando o juiz abre a sessão. O promotor acusou o réu ou ré. O advogado de defesa o(a) defendeu. O promotor continuou a acusação. As testemunhas se apresentaram, primeiro a de defesa, depois a de acusação. O advogado de defesa voltou a defender o réu ou ré. Os jurados decidiram a sentença junto com o juiz. O público avaliou o debate entre os advogados, destacando o que foi bom, o que faltou. No final o juiz leu o veredicto final. O professor promoveu no final dos trabalhos, uma roda de conversa para as conclusões com o tema células-tronco do júri simulado.

Na quinta ação foi organizado todo o material pesquisado e selecionado durante as aulas aqui propostas para a montagem de uma apostila com todas as informações sobre células-tronco, a fim de que fique na biblioteca da escola para pesquisa de todos os alunos. Foi confeccionado também com os alunos, um panfleto com informações sobre células-tronco para ser distribuído na escola e na comunidade em geral.

Na sexta ação os alunos escrevem um texto colocando tudo que aprenderam sobre células-tronco, destacando sua posição, ou seja, se é favorável ou contrário ao uso da mesma.

Neste mesmo período teve o desenvolvimento do Grupo de Trabalho em Rede – GTR, onde os participantes discutiram e fizeram os seguintes apontamentos: acharam interessante como foi abordado o tema células tronco na produção didático pedagógico; o professor deve estimular o debate; a metodologia escolhida pela professora tutora não deixa lacunas; a proposta do júri simulado contribui para a formação do senso crítico e opinião pessoal dos alunos. Trabalhar diferentes estratégias requer tempo, 2 aulas de Biologia é

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muito pouco; o professor deve promover o conhecimento científico e o senso crítico; houve sugestões de vídeos para trabalhar células-tronco e outros.

Percebe-se, nas respostas dos professores do GTR, os quais são de diferentes regiões do Paraná, que existe uma preocupação com relação à

melhoria da aprendizagem dos alunos. Assim, essas discussões

proporcionadas pelos fóruns e diários possibilitam a troca de experiências e ideias, fazendo com que se possam aperfeiçoar as metodologias trabalhadas com os alunos e, consequentemente, favorecendo a melhoria na sua

aprendizagem. Trabalhar uma metodologia diferenciada promovendo a

interação dos alunos na sala de aula motiva os mesmos a aprenderem melhor, pois passam a ser o sujeito de sua aprendizagem.

Dessa forma, o tema células-tronco, que é um assunto bastante polêmico, que diverge muito as opiniões, não foi diferente com os alunos. O material disponível na escola sobre esse assunto é bastante restrito, não dando condições para que se discutam alguns conceitos.

Quando foi feita a proposta para os alunos pesquisarem em grupo sobre células-tronco, não levaram com seriedade no começo, mas depois que começaram a ler sobre o assunto se empolgaram e queriam saber cada vez mais sobre o tema. Eles se ajudavam, discutiam sobre as diferentes abordagens.

Quando foi proposto o júri simulado, já tinham muitas informações sobre o assunto, os quais deram condições para que argumentassem com bastante convicção ao defenderem suas ideias.

A organização final do material pesquisado e coletado durante o desenvolvimento das atividades envolveu todos os alunos da turma, que confeccionaram uma apostila que foi mostrada para toda a escola.

Pode-se dizer, ao concluir o caderno pedagógico e verificar as avaliações dos alunos, que a aprendizagem se efetivou realmente, que os alunos tiveram participação direta na aquisição do conhecimento, puderam trocar ideias com os colegas, com o professor, permitindo mudanças de opiniões, de ideias, adquirindo conceitos novos na área da Biologia.

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A referida pesquisa oportunizou os alunos adquirirem novos conhecimentos sobre o conteúdo de Biologia células-tronco, por meio da pesquisa em diferentes documentos.

Os alunos obtiveram informações que permitiu mostrar os avanços científicos nesta área, dando condições de acompanhar as novas descobertas que estão acontecendo.

Percebeu-se ao desenvolver este trabalho, que o aluno indo a busca do seu conhecimento e o professor sendo o mediador do trabalho, dá condições para os mesmos ter autonomia para adquirir sua aprendizagem.

Com relação às aulas desenvolvidas na sala com os alunos, verificou-se que o conteúdo foi muito importante, pois os alunos demonstraram interesse e participaram efetivamente das atividades com empenho e dedicação.

Portanto, o professor precisa buscar novas metodologias para trabalhar com seus alunos, peara melhorar e atualizar sua prática pedagógica para que as aulas se tornem mais interessantes e a aprendizagem realmente se efetive.

REFERÊNCIAS

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http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/07Biologia.pdf. Acesso em 04 de

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http://www.bioetica.ufrgs.br/celtron.htmAcesso em 10 nov/2010. Acesso em 15 de outubro de 2013, p. 1.

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isto é, com capacidade de gerar uma cópia idêntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vários tecidos. Disponível em: http://www.ghente.org/temas/celulas-tronco/index.htm. Acesso em 23 de agosto de 2013. p. 1-2

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