A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,
UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e
Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.
Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de
acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s)
documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença.
Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s)
título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do
respetivo autor ou editor da obra.
Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito
de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste
documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por
este aviso.
Outra abertura
Autor(es):
Gonçalves, Adelino
Publicado por:
Editorial do Departamento de Arquitectura
URL
persistente:
URI:http://hdl.handle.net/10316.2/37485
DOI:
DOI:http://dx.doi.org/10.14195/0874-6168_5_5
Accessed :
19-Mar-2021 15:09:41
digitalis.uc.pt
impactum.uc.pt
texto adelino
gon~alvesoutra abertura
(1))
"(
.
..
)
um
quad ro. Di spomos
de uma
parede: on
de
o
penduramos?
No
centre, evidentemente.
Nao,
noutro
sitio
qualquer:
a
direita,
a
esquerda,
mais
acirna ou mais abaixo, em
qualquer
parte
menos nessa. No meio,
divide a
parede
em
partes
iguais, diminui-l
h
es as
dimens6es
visuais e
banaliza
-
as
.
o
quadro parece ficar
emoldurado e
isolado pela parede, quando podia "abri
r" o
compartimento e aumentar-lhe o espac;:o para
respi
rac;:ao"
>
o globo
terrestre converteu-
se num
espa~oinstavel
e indefinido que serve
de
fundo a balsas de tempos variados que
coabitam
uma mesma regiao
e que
a
qualquer momento
se
podem
dissolver,
misturando-
se
entre elas.
o t
empo
e o
espa~oassociam-
se
menos
a
no~aode
di
stan
cia
e mais
a no~
aode
f
u
sao
to
rnando
as fro
n
teiras sociais e culturai
s
independentes da
sua
localiza~aofisica
.
Dilatado
a
dime
nsao
do planeta,
Olugar
tornou-se
palco de
interven~5es
independentes
dos
cenarios.
>Num mesmo
l
ugar exi
stem
varios tempos.
>Mas
nao sera essa a
condi~aonormal
do mundo?
>Nao tera sido sempre
assim?
>
Constr6i
em-
se
em
Espanha dois museus.
>
um deles
e
visitado por
James
Bond e
modelos
da
Quelle e
l
eva
ra
Bilbao ate ao
imaginario dos
seus
antipodas
atraves
de imagens
seleccionadas pelas
objectivas dos
m
edi
a.
o outro
agarrou
-
se
a
cidade e
viajara com ela no tempo,
com o tempo que com ela criou.
Sant
i
ago
de compostela
e,
como Bilbao,
um
lugar
co
ncreto,
mas que
ha
varios seculos participa do imaginario de
h
abitantes
distantes, reunidos
por
uma f
e
comum.
>
Constr6i
-
se em
Lisboa
com o pensamento em
M
anhattan.
>
Constr6i -
se em coi mbra, ci dade que di vi de
a sua i denti
dade
entre
a
"ci dade-
amuseu" turistica ea "cidade" do
saber
universal. Tambem
esta cidade
e
um
lugar
concreto.
Mas
tambem
foi, desde
semp
re,
o ponto de
confluencia de
varias
cul
turas
pertencentes
a
outro lugares: no reino que
se construia
na
u
sua
hist6ria, oscilando
fronteiras, cruzou
o norte
cristao com o sul
mu~ulmano e o Este e o oestede um mundo em
aberto.
>
Constr6em-se tambem ideias em folhas
no
s
lug
ares concretos
que
sao
um
a escola
ou
um
escrit6r
io. Ma
so
pensamento
e aguerrido e flui
num
mundo imaterial,
para
l
elo a este
mundo de lugares
co
n
cretos,
feito de imagens
em
revistas que
lutam
pela melhor fotografia e pelo melhor
artigo
.
>
Mas
n
ao tera sido sem
pr
e assim
(3)?
>Qual
ea
particularidade
d
o nosso
tem
po?
>
Proponho o As
tr6nomo
de
Vermeer como
ilustra~ao-metaforada
condi~aocontemporanea do arqu
ite
c
t
o
na
sua
rela~ao com o mundo.
>
o desenvo
l
vimento
da
ciencia a
partir do
sec
ulo
XVII
co
ndu
ziu ao con
he
cimento
do "infinitamente
grande"
e
do
"i
n
finitamente
pequeno",
colocando o
homem num
espa~o
i
n
termedio, com a
distancia
e com o espirito ana
li
tico que a cie
n
cia
lhe
exig
ia
, a criar
u
ma
heran~a.que e a
nossa, de seculos de
habitua~aointelectual
a
considerar
a
pr6pria
cie
n
cia como
paradigma da
"certeza".
>
A dicotomia q
u
e entao conceb
i
a a capacidade criadora
do
h
omem segun
do
dois
pontos
de
vista - a arte e o
dionisiaco, num dos p6los,
a ciencia e
o
apolineo, no
outro
- era
uma
orde
m
do
mundo que
n
ele
permitia tambem
sit
u
ar a
arquitectura enq
u
anto
dialectica entre
ambos
.
Num dos
l
ados,
a implacabilidade
d
a
ra
za
o,
no
outro, o reino
dos
significados e
dos
valores
simb6licos.
>
No
entanto, seria a
partir da
va
l
idade
dessa dialectica que
o
lugar
da
arquitectura
no mundo
come~aria a serquestionado
(4)
.
E
nessa
revolu~aoque
vejo o Astr6nomo como
metafora
da
nossa
condi~ao.>
Tanto quanta se sabe,
Vermeer
u
sava
uma
camara esc
ur
a
para
criar a
lu
z
especular dos seus
quadros.
A
l
em
disso,
as cenas
e
os temas por ele
retratados
sao
situa~oesbanais do
quotid
i
ano
.
Contudo, as suas
pinturas
superam essa
banalidade
e atingem
uma
condi~aode monumentalidade, dando uma
sensa~ao
de "i rrealidade"
ao
real mais vulgar. o rigor da
representa~aoombreia com a capacidade
de
situar o valor artistico
da pintura no
lu
gar
concreto
que
e a tela
d
e
um quadro.
>
Mas
n
o caso
do
Ast
r6n
o
mo
ha
algo
mais.
No caso do Astr6nomo a perso
n
agem
te
n
ta perceber o
universo
com
o
globo ce
l
estial q
u
e tern
a
sua frente.
Mas
o
confro
n
to e di
recto
.
Ele
nao
se
l
imita a
olha-lo, distante
e especulativo.
Ele toca-o com a
mao
...
Proponho o astr6nomo de Vermeer como
ilustra~ao-metafora
da
condi~aocontemporanea do arquitecto na sua
[
ao rea1 .]
>
A
revo1u~aoda arquitectura
mod
er
n
a
trouxe consigo a
nega~aoda
tradi~aoea
ideia
de um
contacto
di r
ecto c
om
o
rea1
,
encontrando as suas
r
azoes
num
es
pirito
de
mi
ssa
o p
ara a
construir um mundo
me1
hor, par
a
u
ma soc
i
eda
de
me1hor.
>
co
mpromet
i
d
a c
om o proj
ect
o d
a
mod
er
nidade,
a ar
qui
tec
tura
moderna ver
-
se-ia
a
bra~oscom
u
m dup1o
e
n
ca
rgo: m
a
nt
e
r
-
se
militante e
d
a
r
visibilidade,
ou representar, a fe
no pro
gress
o
e
o
novo
como
se
u
s
valores essenciais
.
Por
isso,
a
ruptur
a
com
o p
assado
implicou
a
adop~aod
e
mecanismos de
d
i
sta
nciam
e
nto re1ativ
a
ment
e
ao pa
ssa
do
e as suas
mem6ria
s, ass
im
c
om
o a
imposi~ao
d
e
um
novo
siste
ma d
e
va1ores
ass
o
cia
dos
a
um p
a
r
ad
igma
assente na
i
n
exo
r
a
bi1idade da
tecnica
e
na imp1
aca
bi1
i
d
ade
d
a
razao
.
Raciona1ismo e
F
un
cio
n
a
li
s
mo
eram entao
um
a es
p
ec
ie d
e exorc
i
s
mo
que contornava
a
s
ubject
iv
idad
e
da
interpreta~aodo
espiri
t
o
da
epoca
: est
rat
egias
d
e
um
metodo
criativo
com
aspira~oesuniversais
e
cient
i
fi
cas
que patrocinavam
a
cren~a
de que
era
pos
sive1
ligar a
arq
uitec
tura ao rea1
em termos dialecticos
se
m
o apoio do
est
i1o
s
.
criava-se,
pois,
um
a
nova
configura~aoda
re1a~aoentre os
campos
d
a sa
b
e
r
e
do
f
a
ze
r
.
>
A
distin~aoque existia
no
mundo
c
l
assico entre
teori
a
e
prat
ica
imp1i
cava,
por
um l
ado,
que
o
projecto
se caracterizasse
p
e
l
a
no~aode
adequa~ao,por outro,
que
a
teori
a
fosse
um
saber c
umul
at
i
ve e
nriqu
ecido
p
e
l
as
ex
periencias
ti
da
s como
i
d6
n
eas
,
ou
a
d
equa
d
as,
prorrogando
a
no~aode Belo
como fim
ultimo
da
o
br
a
arquitect6
ni
ca.
>
Mas
neg
a
ndo
o est
i
1o
e
a tratadi
sti
ca
, cr
i
ava-s
e
tam
b
e
m um n
ovo
r
elacio
nam
ento
entre
du
as
condi~oesantag6
ni
cas
da
ar
qui
tect
ur
a: as
rela~oesent
r
e
o
uni
versal
e
o
l
oca1 (5), e entre a a
u
to
no
mia ea
heteronomia
d
o
exe
r
cic
io
da
arquitectura.
'
>
Na primeira, a
nega~aodo
es
tilo
co
rr
es
p
o
nd
eria a
perda
d
e
um
va
lor
aceite
como
universal,
co
m
p
r
inc
i
pios formais
e esteticos
que,
apesar das
suas
transforma~oes,
criava
uma
certa co
n
t
i
nuid
a
d
e
por via
d
a transm
i
ssao
de
um
s
aber rnais ou
m
enos
norm
ative e
i
nd
epe
nd
e
n
te
de
cada
indiv
id
uo
.
Na
segunda
dessas
condi~oes, oest
iol
a
mento
do
va
1or univ
ersal
do
est
i1
o,
ou
do
ca
r
acter
re
pr
esentative
d
e
vario
s
estilos
associados a
valores politicos
e soc
iai
s
(caso
do
ec
l
ectismo
do
sec
ul
o
XIX),
i
mpl
icaria a
perda
dos
quadros
d
e
referencia com
un
s a
o
arq
uit
ecto ea s
ociedade,
atraves
d
a s
u
a c
lientela ou
do
s se
u
s
m
ece
na
s.
Com a ar
q
uitect
ur
a
mod
er
n
a, o ar
qu
itect
o
f
i
cou
desprovido
d
esses
quadros de
referencia
,
passando
a l
id
ar com a
nece
ssidade de atrib
u
ir
um
carac
ter
operative a novas
m
ateri
as
e a
novos
co
nhecim
e
nto
s
r
es
ult
antes
do
"c
onta
cto
com o real", sem
deixar
d
e e
n
a
lt
ecer a
condi~aod
e ar
t
e
da obra
arq
ui
tect6
ni
ca.
>
Aparentemente nao
se
co
n
cedia
m
a
is do
q
u
e a
dura~ao de
um
a
manh
a
a teori
a
,
Cl
u
e o pr
o
j
ecto
deixava de poder ser qualificado
em
relac;ao a uma ordem
preestabelecida, passando a
ser
uma
procura
dessa
ordem.
Doravante,
o
trabalho do
arquitecto centrar-se-ia na procura
de
o
rdem, pois
foi o que
verdadei ramente perdeu
ao
des prover
a
teori
a
do
va
l
or
que el
a
ti nha no mundo
classico. Do valor
universal
e
do valor
de "manual
"
do tratado, haveria que
passar
a conceber cada
obra como
se
de um
tratado se tratasse.
>
Fit
n
e
s
s
,
o conceito-prot
a
gonista
de
N
o
te
s o
n
t
h
e S
ynth
es
i
s
o
f
F
o
rm,
de
Christopher Alexande
r
,
descreve
a Forma
(form)
como
o negative dos
vectores de
forc;a
do
r
ea
l act
u
a
n
tes
no
proj
e
ct
o
que,
no
conjunto, constituiam
o contexto (
c
onte
x
t). Para exemplificar os
termos
em
q
u
e se realizava a
relac;ao entre Forma e contexto, Alexander
descreve
um serie
de requisitos aos
quais uma habitac;ao devia obedecer para, de seguida,
concluir
:
w
e s
h
o
u
l
d f
i
nd i
t a
lmo
st
imp
oss
ib
le t
o
c
h
a
r
a
c
ter
i
ze a
hou
se
w
hi
ch fit
s
it
s
"
c
on
text
(6
)
.
>
sendo
impossivel
lidar com toda a
complexidade do
r
ea
l
(dada a
indeterminac;ao,
em
numero
e identidade,
dos componentes do
con
t
exto),
o arquitec
t
o tern
que
simpli
f
ica
-
lo,
te
rn
que
c
ircunscrever a sua atenc;ao. o
que
implica
que
o seu olhar sobre
o
r
ea
l seja
ne
c
essariamente critico e
selective antes
mesmo de nele i
n
tervir.
Trata
-
se,
pois, de um
circulo
que
s6
pode
ser quebrado com a
preexistencia do
c
onhe
c
imento
hi
s
t6rico como
m
a
teria
substanci
a
l do pr
o
j
ect
o, ou com
o
caracter operative atribuido a
um
conjunto
de
valores que
permitam
configurar,
a
p
r
i
o
ri,
uma determinada
intencionalidade
.
>
Quero com isto diz
e
r qu
<?
.
e
!'ll)or:i a
arouitet::tL!~~l"od"!r
n
a t('n.h
?.
"!Xl'.'O
S
tl')
o
arquitecto ao r
ea
l, a abordagem
a
sua ccmolP.
x
idadP. P.r
a
filtradtt pelo
"
valorP.s
que
a
modernidade queria
ver
representados
e
qu
e
paradoxalmente ela
pr6pria
i a
desga
s
tando
.
>
o
projecto
era entao
precedido pelo
ze
itge
ist
ou
pelo
no
v
o,
por
preceitos
como
f
orm
f
ollow
s f
unction
ou l
ess is
mo
re
e,
s
obretudo,
p
e
la
im
a
getica
entretanto criada
q
u
e
representava
e
s
ses principios
que,
embor
a
nao
con
s
tituissem um
corpo
disciplinar
(no sentido
que
a
teoria
tin
h
a no
mun
do
cl
ass
i
c
o), continuavam a
dar um
sentido
a
autonomia
da
arqui
t
e
c
tur
a
enquan
t
o
signo social
e
cultura
l
, assim como a circuns
c
rever um
espac;o conceptual de
auto-r
e
ferenci
a
c;ao.
> A
verdadeira transformac;ao a que a
a
rquitectura moderna haveria de
c
ondu
z
ir,
s6
hoje
comec;a a
manifestar
-
s
e
de
u
m modo
evid
e
nt
e e
traduz
-
se
no modo
c
omo o
no
ss
o pen
s
amento
a
ge
no
p
r
o
j
e
c
to. Ali
a
s,
a
primei
ra c
ara
c
teri
s
ti
c
a ea
de
n
a
o
ser possivel considera
r
o projecto apenas como a medi
ac;
ao
e
ntr
e sa
b
er e
fazer
, m
as
antes
um lugar
conceptual,
pal
co
no qu
a
l
actuam o
sa
b
er,
a
i magi
nac;ao
e
a
mern6ri
a.
"Por mucho
que
la arquitectura
derive
su
historicidade de
su
propia tradici6n
interna, por otro
lado,
para
realizarse
depende
inevitablemente
de
la
"ocas i 6n" .
Y1
as ocasiones
que
1 a vi da
social moderna
proporcionaba para
el
simbolismo
inherente
en
los
sistemas
de
reglas
de
la
arquitect
u
ra
clasica son
muy raras. De
esta manera
podemos
ver
c6mo se esta desarollando una
separaci6n, no s6lo entre
la
arquitectura
ylos modelos ideol6gicos
en el sentido
mas
amplio, sino
tambien
entre la arquitectura y aquellas
ocasiones
que
una
actitud realista
puede
aceptar como adecuadame
n
te
'arquitect6nicas'.
Y
asi de
una
situaci6n en
la que
el estilo se
presentaba
como algo
q
u
e te
n
ia que
ser
superado
hemos pasado
ahora a
una
situaci6n en
la
que todo es
'estilo',
incluyendo
las
formas
del mismo
Movimiento
Moder
n
o;".
Alan Colquhoun(?)
>
Essa t
r
a
n
sformac;:ao
p
ode ser l
i
da a
p
arti
r d
a
n
oc;:ao
d
e
sec
u
larizac;:ao
pr
o
p
osta
por
G
i
an
ni
Vattimo associada
a
arq
u
itect
u
ra - o desgaste dos va
l
o
r
es
meta--hi
st6r
i
cos e do novo
,
e o debi 1 i tamento das "estr
u
t
u
ras fo
r
tes" (8)
-
,
mas ta
m
bem pode ser e
n
te
nd
ida como
u
ma
tr
a
n
sformac;:ao
l
e
n
ta, prof
und
a,
q
ue
afecta
o
n
osso m
o
do
d
e
sere
o
mo
d
o
d
e
nos relacio
n
armos
co
m
o mundo,
provoca
d
a
pe
l
a
inf
l
ue
n
cia
q
u
e
a
s
u
a comp
l
exida
d
e exe
r
ce
h
oje
sobre
n6s.
com
uma
afi
rmac;:ao tao
generica
, n
ao
prete
n
do fazer
um
a "s
int
ese
do mun
d
o
".
Co
n
tu
d
o
,
arrisco
a
pr
o
p
o
r
o
cr
u
za
m
e
n
to
d
e d
u
as i
d
eias
p
ara car
a
c
t
er
i
za
r
a
condic;:ao co
n
tem
p
ora
n
ea
do projecto.
0
u
[Fluxos de tempos.]
>
A
primeira ideia relaciona
-
se com a
globaliza~aoenquanto
processo de
cria~aode
um
espa~ofisico e cultural mais ou menos
homogeneo,
constituido pelas
regioes do globo
que
estao em sintonia com
o
tempo
da
tecnologia e
do
campo
de influencia das grandes
for~asdo poder econ6m
i
co
.
Fora desse
espa~o.nao
existe essa sintonia e sao visiveis as assimetrias culturais, econ6micas e
te
c
nol6gicas de
cada regiao, embora
possam
esta
r
unida
s
atraves dos
media
e
da
Internet
.
>
A
rela~aodo
homem
com
o mundo tornou
-
se
uma
rela~aocom a fabula
do mundo
profetizada
por
Nietzshe.
>
Realidade, para n6s,
e mais o resultado do cruzamento, da
"contamina~ao" dasmultiplas imagens,
interpreta~oes, reconstru~oes que, em concorrencia entresi ou, seja como for, sem qualquer
coordena~aocentral, os media
di stri buem. (9)
,..
A realidade do mundo de que falamos associa-se mais ao que
e "produzido" pela
ciencia nas suas experiencias e pela tecnologia com os seus instrumentos.
(10)
>Ja nao ha um
mundo
verdadeiramente
exterior ao
homem
.
Alem
disso, hoje
estamos
mais
conscientes
da
presen~asimultanea dos varios tempos
que
criamos, cada um deles com o seu
ritmo
de
transforma~oes.>
A
evolu~aotecnol6gica atingiu
uma
acelera~aotal, que nos
confronta
diariamente
com a
obsolescencia erninente
dos produtos que
consumimos.(11)
>
A tecnologia tern
o
seu
pr6prio
tempo.
>
No
campo
das
tecnicas,
dos
materiais e
dos
sistemas de
constru~ao,os ritmos
de
produ~aoe de
transforma~aodo meio
ambiente fa
z
em
-
se em periodos
de
tempo
cada vez
menores.
Entre o tempo
de
constru~aode uma
torre de escrit6rios e o
tempo
de
constru~aode uma
Exposi~aouniversal, nao ha necessariamente
uma
rela~ao
de
propor~aodirecta.
>A
constru~aotern
o
seu
pr6prio
tempo.
>
As grande
s
superficies comerciais exibem,
no mesmo
espa~oe ao mesmo tempo
,
produtos
que
ha
quinze anos atras
revelavam o
ciclo da
natureza do
lugar ao
qual pertencemos
.
>
Qual e
0tempo
natural?
>
Os
exemplos
podiam prosseguir, mas
o importante e considerar que
a
rela~aoentre o
homem
e
o
real
faz
-
se cruzando
duas
no~oesde tempo: uma
delas,
esta
associada ao
progresso
cientifico e tecnol6gico e concebe
-
o como sendo
linear
e evolutivo; a outra, apresenta
-
se com a
densidade
de
todos
os tempos
hist6ricos e
pode
ser
representada
pelo pr6prio
homem
,
pois
e uma
no~aoque
nos rem
e
te para as
nos
s
a
s
raizes ancestrais e
para o que no
ser
humano
nao
muda, mas permanece.
[Fluxos de identidades.]
>
A outra ideia diz
directamente respeito ao exercicio da arquitectura
e
,
reconhecer a identidade dos polos das dicotomias ferreas que antes permitiam
uma decisao segura ou, pelo menos, tida como tal. Tornam
-
se insustentaveis os
argumentos que antes se dividiam (e nos dividiam) entre o
corbu
ou
Mies
,
entre a
expressao
ou a
fun~ao,entre o
realismo
ou o
idealismo
, entre o
rural
ou o
urbano
, entre o
local
ou o
global
, o
high
-
tech
ou o
tect6nico
, entre o
nacional
ou o
internacional
, entre o
Porto
ou
Lisboa
.
Estes argumentos estao
a perder a nitidez no seu
espa~o de referencia epistemo16gico a identidadedos signos que os representam
.
,
o olhar analitico e "gestaltico", distante do
real
, herdado como um habito
intelectual construido ao longo de seculos, vai perdendo o fundo estavel com
limites e contornos definidos que permitia, com "certeza", colocar sabre ele
um objecto, ilustrando os va1ores dos quais deveria ser veiculo.
>
Mas foi o paradigma da verdade, transformado em "certeza" pe1a ciencia
moderna, que tambem crio
u a "ansia pela certeza" ea
necessidade dos
respectivos tranqu
i
lizantes, sejam eles o
funcionalismo
, o
regionalismo
,
o
minimalismo
ou o
deconstrutivismo
. as esti1os e as linguagens sao hoje
mecanismos "(re)enraizantes" na medida em que permitem ao produto estetico
"fazer mundo", uma especie de rasteira a
aliena~aodo
homem
com a
sensa~aode
perten~a a uma comunidade(12)
.
Sao, pois, uma ilusao de certeza, assente numa
degenera~ao do mecanismo que garantia a condi~ao de arte da obra
arquitect6nica no mundo classico pela ideia de
adequa~ao."olvidadas la pretendida racionalidad que funcion
y tecnologia parecian otorgar al movimiento
moderno y la obligaci6n moral que asumia en la
transformaci6n de la sociedad, la arquitectura
actual hace esfuerzos para volver a encontrar su
camino. Pues esos olvidos, queridos, voluntaries,
nos han hecho despertar de un sueno, del sueno de
la raz6n y, como Goya dijo, nos encontramos con los
monstruos. Existian estos ya, previos a nuestro
sueno? o ha sido el despertar quien las ha
liberado? Como dominarlos? coma ser capaces de
vivir con nuestra memoria?
Perque la historia, la memoria, antes sometida
ycontrolada par la raz6n, aparece de nuevo
yhay que
vivir con ella
,
con los monstruos".
Rafael Monee (14)
...,
0 u <1J
> A i
ncerte
za
do
agi
r
no
pro
j
e
c
to
de
que
fa
1
o e, de certo
modo,
o
pensamento
d
eb
il
de
vattimo a actuar
no
projecto
.
Nao
e
um
brinde ou uma fava.
corresponde antes ao exercicio de
um
pensamento atento e vigilante
que
permite oscilar
"(
...
)
entre o
desejo
de
uma
ordem explicita mais comum do
que univer
sal
,
e o senso da escolha certa
no
caso a caso
do
s
itio,
> do
programa
e
das condi <;:6es
de produ<;:
ao
" (13)
.
>
A in
ce
rte
za do
agir
nao
significa, pois,
inibi<;:ao da
capacidade
de
realizar
.
Tal ocorreria apenas se
houvesse
uma ignorancia absoluta
d
a
arquitectura ou
se
o projecto pudesse ter
um
a
fundamenta<;:ao alheia ao tempo
.
>
Mas
isso
nao
e possivel: a mem6ria
e
mais forte.
>
o p
assad
o esta sempre
presente.
> o globo do
Astr6nomo
de
Vermeer esta ma
i
s turvo.
>
A
diferen<;:a
s
6 e indistinta quando se perde a identidade
.
>
o modo como pensamos
no
projecto
tern
um novo
formate,
pois
o acto criativo
vai perdendo a
i
dentidade do
correspondente "representacional" dos conceitos
com os
quais
trabalha.
>
o
nova foi
um v
a
lor moral
a c
umprir
enquanto a
arquitect
ur
a
moderna nao se
confrontou com o desgaste
da identidade
deste
concei
to
e dos edificios que o
representavam.
> o
qu
e e
hoje
o novo em
a
rquitectura?
> Qual e a
dura<;:ao
do nova?
> o
zeitgeist
tambem foi um valor
moral
a cumprir enquanto
nao foi
confrontado
com
a
arbitrariedade
das
suas
interpreta<;:oes.
>
o que
e
hoje uma
arquitectura
do
nosso tempo?
>
De
qual
tempo?
>
A forma
seguiu a fun<;:ao,
nao tanto a partir de
uma
16gica matematica que
associasse o problema
a
solu<;:ao,
mas
a partir da representa<;:ao dessa
associa<;:ao.(15) os
pr6prios
conceitos
forma
e
fun<;:ao
di
zem
respeito a
realidades complexas e as suas
defini
<;:6es
tambem vao perdendo a sua nitidez.
>0
que
ea
fun<;:ao?
Corbu dizia que,
por d
ef
ini<;:
ao,
a arquitectura
e
funcional
e
qu
e se
nao
o fosse, entao o que seri a? "uma porcari
a
qualquer". (16)
>
A fun<;:ao da arquitectura e, tambem, a de emocionar
.
>
La maison c'est
une m
ac
hine
a
emouvoir.
>
No campo da epistemologia, esta perda
d
a
identidade
das
representa<;:6es dos
conceitos com os
quais
construimos os nossos raciocinios,
e
d
ef
inida
como
pa
ssa
gem
de um
pensamento vertical
p
a
r
a
um pens
a
men
to
horizontal
.
> Podiamos entao
pintar
um
Arquitecto
de
Vermeer,
se
n
tado
diante
do
se
u
estirador, tentando
ligar
,
com o seu
lapis
em posi<;:ao vertical, o
real
a
uma
ideologia
que
devia estar acima
de
si ea sentir, cada vez
mai
s,
a
imagem
de
Diogenes, a
n
ecessi
dade
de
p
erco
rrer
a ci
dad
e
a
procura
de um lugar
para
a
>
o
estatuto de a
r
te da arqui
t
ec
t
ura sempre esteve associado
a
capacidade
de
as
s
uas obras serem vei
c
ulo
de
significados cujas
representa~oesp
r
ecediam o
acto criativo.
Na
aus
e
ncia de
contornos claros
na
defini~aodessa
precedencia, o proj
ec
to
requer a
sedimenta~aode
novas
habitos intelectuais
que permitam
reconhecer
a
quele
estatuto
em qualidades nao
"representaveis".
A
arte nao
perdeu
a sua
aura
.
Ela
apenas desceu
a
terra e agora e
no meio de
n6s
que temos de
a
procurar.
>
o desafio
sera o
de
olh
a
r o mundo sem
privilegios
con
c
edidos ao superficial e
circunstancial au ao profundo e substancial.
Nao
ser
Fedro
nem s6crates(l7)
,
mas ser o
a
ctor
que
sabe
representar
ambos os
papeis
,
con
s
ciente
de
que os
es
ta a
representar
.
>
Na
ideia
de
que existe
um
consenso
possivel, o
pro
jec
to
divide
-
se par entre
um
compromisso e
uma
autonomia
relativamente
ao tempo presente.
A
inten~aoe
a
de afirmar
a
presen~ada arquitectura
na hist6ria
,
ea
hist6ria,
como
presen~a
a ser
t
ransformada na
arquitectura.
[
Sa
ida
.
]
> A condi~ao
contemporanea
do
proj
ec
to
c
aracteri
z
a
-
s
e
por
duas
condi~oesparadoxais:
po
r
um lado
trabalha
num
contexto
que
e
turvo,
abstracto,
virtual,
um
mundo
transformado em
"fabula"
que possui
uma capacidade
de
movimenta~ao
semelhante
a qu
e
o an
i
mal possui em
rela~aoa
N
a
tureza
que o
circunda; par outro, cada obra
de
arquitectura e
im6vel
e situa-se
num
contexto fisico concreto e comensuravel.
"A
m
a
n
ei ra
d
e
vi
ver
d
o a
nim
a
l,
se
c
on
fr
ont
a
d
o c
o
m a ve
ge
ta
l,
ap
r
ese
n
ta
co
mo
diferen~aes
p
ec
i
f
i
ca a fa
cul
d
ad
e
da
li
vre
movimenta~aon
o
espa~o.o
an
i
m
a
l po
ss
ui,
e
m
rela~aoa
Natu
r
eza
circ
und
ante
, u
ma
r
elat
i
va a
uton
omia e
i
n
d
epe
nd
e
n
c
i
a
qu
e necess
i
ta a
firm
a
r
pa
r
a q
u
e a s
ua
existe
n
c
i
a ga
n
he
u
ma
significa~ao
qu
a
lqu
er
,
um
c
on
te
ud
o
qu
a
lqu
e
r
,
um
a
qu
a
lquer
s
up
e
riorid
ade
"
.
Os
w
a
ld
s
p
e
n
gle
r(
l8
)
m"'
0 ...;"'
£>
o
lugar
tern
um genio dificil de
entender.
Por isso
a arquitectura anda
a
procura
do seu
lugar
no mundo, sendo essa procura o seu
principal
tra~oconstitutive. Ja
nao
se trata apenas
do lugar fisico
e social, mas de
um
lugar
sem
geografia
definida
que
se situa, antes de
mais, nas nossas
cabe~as.Nao sei se
nos desapossamos do mundo
.
sei
que
aquele real que fazia
da
arquitectura
um
caso
particular
das artes e
que nao permitia
ao arquitecto
pintar, quadradas, as rodas dos
canhoes, esta a
perder
a sua nitidez. Temos
de
saber trabalhar sem as formas a priori
da sensibilidade e do
intelecto
e
sem a
cren~a naverdade
universal dos
seus valores.
>
A futura
esta~aoespacial Alfa,
visivel da
superficie
terrestre
a olho
nu
quando completa, sera a primeira
constru~ao dohomem a contrariar a segunda
daquelas
duas
condi~oes,impondo-se a
partir de
entao como
representa~ao dacondi~ao
contraria.
>
Mas aqui na Terra, a arquitectura conciliara sempre a sua
presen~acom a
perten~a
a
um lugar
concreto e sera sempre
uma
arte que
lida
com o real com a
sua imobilidade.
>
Nesse
sentido, a tarefa do arquitecto sera,
na
sua essencia, a mesma
de
sempre: confrontar as suas
aspira~oese
os
seus
desejos
com as
aspira~oese
os desejos dos outros, e fazer arquitectura,
nao
a
partir
da ideia
de
que
o
proj
ec
to pode ter
uma
fundamenta~aoabsoluta, mas antes pensando que a
arquitectura
e
uma
heran~ahist6rica
que
podemos transformar.
Onde por entao o "quadro"?
onde por entao a obra?
l A "Abertura" original
e
o tl1tirno capitulo dorela-t6rio de sintese, apresentado em 1999 ao oarq, no ambito das Provas de Aptid5o Pedag6gica e
capaci-dade cientifica, a que chamei Ensaio sobre a i ncer-teza do agir no projecto. UNIOAOE, SUBSTANcIA,
TRANSFORMAc;Ao. No essencial, este relat6rio
argu-menta a necessidade de uma Fenomenologia do
Projec-to coma estrategia para desvelar os tra<;os essen-ciais da condi<;ao contemporAnea da nossa activida-de, a parti r da leitura do pensamento debil
propos-to por vattimo.
2 A 1 i nguagem da arqui tectu ra moderna, Pub 1 i ca<;Oes
oom
QUixote, Lisboa, 1984, pag. 25.3 Cfr. Larson, Magali sarfatti, Patronage and
Po-wer, em Reflections on architectural practices in
the nineties, Princeton Architectural Press,
orga-nizado por 1...;lliam saunders, New York, 1996. Neste
artigo o autor prop0e uma i nterpreta<;Ao dos trata-dos de arqui tectura coma forma dos arqui tcctos
criarem uma sintonia de valores e de c6digos est<!-ticos com os seus mecenas. Trata-se de um artigo que expile uma leitura da arquitectura desde o Renasci -mento segundo uma dialectica entre for<;as antag6-nicas: a autonomia desejada pelo o arquitecto e
he-teronomia relativa a quern tern o poder para
cons-trui r.
4 Na sua anali se ao Parere sull 'architettura de
Piranesi, Tafuri ve as primei ras manifesta<;Oes de contesta<;ao
a
arbitrariedade da "cscrita arquit ec-t6nica" (pag. 54), e a inten<;ao "en destacar el na -cimiento, necesario y terrodfico, de una arqui -tectura carente de significado, desligada de todosistema simb6lico; de todo 'valor' ajeno a la pro-pia arquitectura" (pag. 50). Cfr. Tafuri, Manfredo,
La ESfera y lo Labe-rinto, Gustavo Gili, Barcelona, 1984, sobretudo o capitulo El arquitecto loco.
SA rela~ao entre o universal e o local pode ser en-tendida coma rela<;!lo da arquitectura com o espa~o
fisico e cultural, como pocle ser tambem entendida,
no ambi to do projecto, enquanto rela<;ao entre um sistcma de auto-referencia<;ilo (a disciplina, ou a
teoria do mundo classico) ea pratica no caso a caso
da ci rcuns tanci a.
6 enbora o pr6prio Alexander refi ra, no prefacio
a
edi,llo consultada, o mal entendido que es-te livrooriginou ao ser reduzido a um suporte te6rico de
in-vestiga<;6es que tinham por objecto a "metodologia
projectual", a verdade e que o facto de ensaiar uma
fundamenta,ao do projecto no real, sem qualquer re-ferllncia temporal ou hist6rica (sem o pressuposto
de urn saber prcvio, portanto), implicava a cria<;ao
de um metodo quc pcrmitisse inventar tudo a partir
do "zero". No entanto, quando Alexander explicava as suas teorias com o exef11)lo da chaleira, esquecia
que nllo podia sequer usar a palavra "chaleira" uma
vez que es ta pressupOe o pr6pri o factor tempo (as-si m coma o factor cultural), pelo que devia
funda-mentar o proj ecto nas necessi dades fundadoras: aquecer agua; ferver; apitar; etc. cfr. Alexander, Chri Stopher, Notes on the syn-thesis of F'orm,
Har-vard university Press, 1994, pag. 22-23.
6 Colquhoun, Alan, Arquitectura modcrna y cambio
hist6rico. ensayos: 1962-1976, Ed. Gustavo Gili,
Barcelona, 1978, pag. 139-140.
7 cfr. vattimo, Gianni, Acreditar em acreditar,
Re-16gio d'Agua, Lisboa, 1998 e
o
Fim da MOdernidade.Niilisn10 e hermeneut·ica na cultura p6s-moderna, Edi tori a 1 Presen<;a, Lisboa, 1987.
8 vat ti mo, Gianni , A Soci edade Transparente, Re 16-gio d'Agua, Antropos, 1992, Lisboa, pag.13.
9 vattin10, Gianni, Acreditar em acredi tar, op. cit., pag. 18.
10 o tempo medio de vida de um computador
e
ac-tualmente de cerca de tres anos. periodo a parti r do qual se torna incompativel com os padroes de exi-gencia do software (o verdadeiro motor dcste pro-cesso).11 cfr. vattimo, Gianni, A sociedade ... op. cit., capitulo "oa utopia
a
heterotopia".U Alexandre Alves Costa citado em Jornal de Artes, Letras e Ideias, Ano XVIII/n.0 741, 9 Mar 99, pag.
19.
13 Citado por QUetglas, Josep, La danza y la
proces-si6n. sobre la forma del tiempo en la arquitectura
de Rafael l'Oneo, em EL Croquis 64, Madrid, 1994, pag. 33.
14 Cfr. co 1 quhoun, A. , Arqui tee tu ra modern a y cam-bio hist6rico, op. cit., pag. 90 e 135-136.
15 Cfr. Le COrbusier, par lui meme, doct.mentArio rea 1 i zado por Jacques aarsac, C CIST-antenne 2-La
sept Ina Gaumont -Fondation Le corbu-sier, 1987. 16 Refiro-me aos personagens de eupalinos, de Paul Valery. Neste dialogo, Fedro representa o persona-gem que se deixa envolver pela beleza dos objectos e pela capacidade humana da cria,:10. Por seu lade, s6crates
e
0 personagem que procura valores eter-nos, sendo os seus pensamentos conduzidos pelo
ab-soluto e pelo silencio. Com Fedro, a capacidade
criadora do homem
e
enaltecida; com Socrates, elae
"paralisada". Fedro encontra no tempo da obra a suabeleza. s6crates procura uma beleza sem tempo.
17 o homem e a tecnica, colec,ao Filosofia e En -saios, Guimaraes Editores, Lisboa, 1993, pag. 25.
18 Extracto de Coisa Mental, entrevista ao arqui
-tecto Fernando Tavora conduzi da por Jorge Figueira, em unidade n°3 -Arquitectura ou chuva, AEFAUP
Jun-ho, Porto, 1992, pag. 103.
...,
a u