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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0764

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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0764

Comercialização de repolho em feiras livres de Vitória da Conquista.

Adriana de Abreu Silva1; Rejane Novaes lima1; Thiago Oliveira Viana1; John Silva Porto1; Ivan Vilas Bôas Souza1; Tiyoko Nair Hojo Rebouças1.

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UESB – Universidade Estadual Do Sudoeste da Bahia. Estrada do Bem Querer, Km 04, 45083-900 Vitória da Conquista – BA, adrianaabreu.agronomia@gmail.com, re.lyma@hotmail.com, viana.thiago@hotmail.com, jsporto87@yahoo.com.br, ivanvbsouza@gmail.com, tiyoko@uesb.edu.br.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento de dados sobre a comercialização de repolho no município de Vitória da Conquista - BA. Elaborou-se um questionário com perguntas abertas e fechadas; e logo após foi aplicado à 60 feirantes que comercializam repolho em três feiras livres do município. Através da pesquisa foi observado que, o repolho verde é o mais comercializado na região, porém é crescente a procura pelo repolho roxo, os consumidores optam normalmente pela cabeça inteira, sendo a cortada procurada por poucos consumidores, a maioria do repolho comercializado é proveniente de outros municípios e de outros estados brasileiros segundo questionário aplicado dentro da cidade de Vitória da Conquista nos meses de Janeiro e fevereiro de 2014.

PALAVRAS-CHAVE: Brassica oleracea L. Var. capitata L., levantamento

sócio-econômico, canais de escoamento.

ABSTRACT

The aim this study was to collect data about marketing cabbage in Vitória da Conquista - BA. Questionnaires were prepared open and closed questions, and after were applied to 60 stallholders who trade cabbage in three fairs of county. Through research it was observed that green cabbage, is the most commercialized in region, but there is a growing demand for purple cabbage. Consumers usually choose for product with entire, being cut sought by few consumers. The majority cabbage is bring from other county and other Brazilians states, second questionnaire applied within of Vitória da Conquista in January and February 2014.

KEYWORDS : Brassica oleracea var . capitata L., levy social economic, market-place.

O repolho Brassica oleracea L. Var. capitata L é uma hortaliça folhosa e herbácea bastante comercializada e consumida em todo território brasileiro. O repolho tem sua origem na Costa Norte Mediterrânea, Costa Ocidental Européia e Ásia Menor. Estudos relatam que o repolho pode ter sido introduzido na Europa pelas civilizações Celtas no

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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0765 século IX, e foi introduzido na América pelos conquistadores provenientes da Europa em meados do século XV. É uma planta herbácea constituída por folhas contendo serosidade, forma arredondada e que se imbricam. Desta maneira constituem uma parte compacta denominada cabeça, que é a parte a ser comercializada (Silva, 2009).

Entre as variedades botânicas da espécie Brassica oleracea, o repolho se destaca como a hortaliça ofertada aos consumidores brasileiros com maior importância econômica, é considerada uma hortaliça muito eficiente em produtividade, contém alto valor nutricional, dispondo de alto nível de vitamina C e cálcio, além da alta taxa de crescimento (Silva, 2009).

Devido ao aumento da qualidade de vida dos consumidores, a exigência na procura de produtos de maior qualidade disponíveis nos pontos de venda, tem-se intensificado. As redes de supermercados encontraram dificuldades para manter a demanda de seus consumidores. Houve a necessidade de mudanças nos setores de comercialização e distribuição da cadeia produtiva de hortaliças, visando um equilíbrio entre oferta e demanda para que pudessem beneficiar todos os setores envolvidos na cadeia (Melo e Vilela, 2007).

Para isto algumas redes de supermercado deixaram de estabelecer vínculos com as centrais de distribuição e começaram a se organizar junto a produtores rurais e atacadistas especializados para garantir um produto de maior qualidade aos consumidores. As cadeias que optaram por realizar compras diretamente de produtores rurais e atacadistas apresentaram melhor desempenho competitivo em relação à cadeia que se manteve fixada aos centros de abastecimento convencionais (Melo e Vilela, 2007).

As feiras livres constituem locais que possibilitam a comercialização de repolho proveniente da agricultura familiar local e de outros estados, bem como aqueles cultivados por grandes produtores. Neste ambiente de comercialização é possível estabelecer vínculos diretos com o consumidor, pois o mesmo consegue identificar toda a cadeia de produção, visto que alguns vendedores são também produtores rurais, garantindo assim a fidelidade do produto comercializado.

A Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) relatou no boletim mensal de dezembro de 2013, que negociou o valor absoluto de 20.581.812 Kg de hortaliças na Ceasa-Ba. Desta quantidade total comercializada, 1.879.222 Kg são as hortaliças do subgrupo folha flor e

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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0766 haste, no qual se enquadra o repolho, que por sua vez atingiu a quantidade de 382.410 kg comercializados no território baiano. Somente no mês de dezembro foram movimentados 34.884,88 reais com a venda de hortaliças nos Ceasa-Ba, isto equivale a 30,86 % do valor comercializado dentro do grupo dos produtos típicos (EBAL, 2013). Tendo em vista a importância do repolho para o setor olerícola da Bahia o objetivo foi coletar e analisar dados da comercialização de repolho em feiras livres da cidade de Vitória da Conquista - BA.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi elaborado um questionário com perguntas abertas e fechadas no qual constavam 37 perguntas ordenadas em oito tópicos principais (1.Dados pessoais;2.Forma de comercialização e preços; 3.Preferência do consumidor; 4.Origem,aquisição e venda do repolho;5.Venda;6.Volume comercializado;7.Quais as dificuldades encontradas na venda do repolho;8.Destino do produto não comercializado) e foi apresentado aos feirantes que se encontravam distribuído em três feiras livres, para que pudessem ser retirados os dados necessários à realização de análise qualitativa da comercialização de repolho.

O estudo foi desenvolvido na cidade de Vitória da Conquista que se encontra localizada a sudoeste da Bahia, e constou com os dados obtidos de 60 feirantes que se dispuseram a responder o questionário quando solicitado.

Os dados foram obtidos nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2014, o questionário foi aplicado primeiramente na feira livre do Bairro Centro onde foram entrevistados 20 feirantes, 20 entrevistados na feira livre do Bairro Brasil e mais 20 entrevistados localizados na feira livre do Bairro Patagônia. Todos os questionários foram aplicados no horário comercial da manhã nas feiras livres dos bairros Centro, Brasil e Patagônia, pois neste horário matutino se encontra presentes o maior número de feirantes. No período da tarde algumas barracas se fecham devido aos feirantes residirem em zonas rurais e existir apenas um transporte coletivo por dia no horário vespertino. O questionário serviu de base para avaliar a comercialização do repolho e, questões socioeconômicas dos feirantes que trabalham nas feiras livres da cidade, foram estes os critérios de inclusão do estudo.

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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0767 Dos 60 feirantes entrevistados nas três feiras livres de Vitória da Conquista, sua grande parte é composta por vendedoras. A presença da mulher no comércio de hortaliças em feiras livres é comum, visto que muitas delas também são produtoras rurais e dividem as barracas com os demais familiares. Sendo 65% do total de pessoas entrevistadas pertencentes ao sexo feminino, nas feiras livres de Vitória da Conquista.

Do total de entrevistados apenas 17 residem em Vitória da Conquista, a maioria do quadro de vendedores é residente das zonas rurais nas mediações da cidade. Fazem parte dos locais citados, os povoados de Malhada, Pradoso, São Sebastião, Saguí e Lagoa das flores ou residem em cidades como Caetanos e Barra do Choça.

A idade varia entre jovens de 23 anos e idosos com 69 anos, que comercializam o repolho nas feiras livres dos três bairros espalhados pela cidade. Com relação ao nível de escolaridade, 1,67% tem curso técnico profissionalizante, 33,33% são analfabetos sendo 75% deles homens e 25% mulheres, 45% deles estudaram até a quinta série, destes 66,67% são mulheres e 33,33% são homens, 16,67% deles estudaram até a quarta série onde 40,0 % são mulheres e 60,0 % são homens e, 3,33 cursaram a segunda série do ensino fundamental sendo um homem e uma mulher.

Do total da população entrevistada, apenas 27 consegue chegar ao fim do mês com renda superior a um salário mínimo, isto é devido à feira ser a única fonte de renda mensal que a família possui, além desta época do ano, as hortaliças serem compradas com preços elevados para posterior comercialização. Alguns deles conseguem renda superior por ser aposentado ou pensionista, por fazer trabalhos temporários nas propriedades rurais ou, por trabalhar como diaristas em residências em Vitória da Conquista.

O questionário pode demonstrar que a cultivar de repolho verde é normalmente a mais comercializada nas feiras livres onde foi aplicado, fato este que pode ser explicado devido aos preços da cultivar roxo serem mais elevados em relação a verde, por questões culturais os clientes preferem a cultivar de cor verde ou branca, e o aspecto da lisa é bem mais aceitável dentre os compradores que a crespa, que é vendida normalmente para restaurantes especializados e para um número pequeno de clientes. Apenas 35 % dos vendedores de repolho entrevistados trabalham na venda da cultivar de cor roxa, os outros 70% comercializam o repolho de cor verde.

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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0768 Em relação à textura da folha, a lisa foi encontrada nas barracas de 48 vendedores de repolho, totalizando 80% do repolho comercializado e as variedades de folha crespa apenas em 12 barracas o que representa 20 % do repolho vendido nas feiras livres de Vitória da Conquista.

O repolho encontrado nas barracas das feiras livres em questão foi visto em sua maioria sem cortes, contudo a comercialização com hortaliças minimamente processada é uma área que vem crescendo significativamente nas feiras livres da região, segundo os feirantes o comprador tem preferido a hortaliça já processada por facilitar assim o manuseio e o seu preparo em domicílio.

O maior empecilho na comercialização de repolho processado nas feiras livres é pela redução da vida de prateleira, que é diminuído quando o repolho é cortado, deixando-o com o passar dos dias, com aparência desagradável. Dos 60 feirantes que responderam o questionário apenas 19 comercializam o repolho cortado, 27 optam por vender este produto de forma inteira e 14 vendem de ambas as formas. Todos os feirantes entrevistados atendem ao consumidor varejista, não sendo efetuadas as vendas de repolho por atacado nas três feiras livres avaliadas.

A comercialização da unidade de repolho nas três feiras é realizada por valores unitários determinados pelo tamanho da cabeça do repolho e não por peso, logo o repolho de tamanho pequeno, o que equivale aproximadamente a 300g é vendido no valor de 2,00 a 3,00 reais dependendo do local em que foi negociado. A feira do bairro Centro se encontra com unidades no valor de 3,00 reais em sua maioria, pois se comercializa durante toda a semana, porém nas feiras dos demais bairros avaliados são normalmente vendidos por 2,00 reais, pois são produtos que não foram comercializados no centro durante a semana e posteriormente levados às feiras menores para que possam ser vendidos, assim comercializando ao máximo o repolho adquirido.

Apenas 5% dos entrevistados produzem repolho em sua propriedade, deste modo o repolho é pouco cultivado pelos feirantes produtores, pois optam por hortaliças como pimentão, quiabo, pepino e tomate, por questões culturais que atravessam gerações. Dentre os entrevistados 95% adquirem repolho por meio de atravessadores e nas centrais de abastecimento, a terceirização da venda do repolho onera o valor final da comercialização na feira livre dos três bairros em que se aplicou o questionário.

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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0769 O repolho que chega às mesas da população conquistense é comprado em outros municípios baianos como Poções, Mucugê, Ibicoara e Barra do Choça e em localidades vizinhas á Vitória da Conquista como São Sebastião e Lagoa das Flores. Muito do volume comercializado de repolho, atravessam estados e chegam até a cidade, foi produzido em Minas Gerais e no Espírito Santo, este último detém a maioria das vendas de repolho para Vitória da Conquista nos meses de janeiro e fevereiro deste corrente ano.

Através do resultado do questionário foi possível verificar que 70% do repolho comercializado em feiras livres da cidade de Vitória da Conquista são adquiridos de outros estados e os outros 30% restantes são produzidos no estado da Bahia.

O saco de repolho com 23 kg foi vendido aos feirantes por valores que variam de 23 a 27 reais, a depender do fornecedor com o qual o feirante negocia normalmente, os repolhos provenientes de outros estados tem seu valor acrescido devido aos gastos com transporte.

Dos entrevistados, 45% vendem 4 sacos de repolho por semana, 20% vendem 3 sacos, 13,33% vendem 2 sacos, 13,33% vendem 1 saco por semana e 8,33% menos de um saco por semana, resultado encontrado através da pesquisa nas três feiras livres da cidade.

Dentre as dificuldades encontradas para a comercialização de repolho na região destaca-se a falta de oferta como destaca-sendo o fator mais agravante, desta maneira atua a sazonalidade do repolho, pois nos meses de janeiro e fevereiro são ofertados em menor quantidade e consequentemente com preços mais elevados se comparado a outras épocas do ano. A diminuição da pluviosidade na região é o que mais interfere na produção de hortaliças para a região de Vitória da Conquista segundo os dados desta pesquisa.

O repolho não comercializado pelos feirantes é destinado 30% para alimentação animal, 45% para doação e consumo dos próprios feirantes e familiares, 25% ainda vão para o lixo, um índice depreciável, visto que existem muitas famílias que necessitam destas doações para realizar a alimentação básica. Não foram encontrados dentre os vendedores de repolho, aqueles que utilizem o produto não comercializado para produção de insumos agrícolas.

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Hortic. bras., v. 31, n. 2, (Suplemento-CD Rom), julho 2014 S 0770 Este trabalho pode verificar que as cultivares de cor verde são as mais utilizadas pelos compradores de Vitória da Conquista e região, mas que a cultivar roxa está crescendo dentro do mercado varejista de hortaliças no qual englobam as feiras livres. Mesmo sendo um produto em grande parte proveniente de outros estados, é gerador de renda para a região, assim a comercialização deste produto é de grande importância para todos que participam da cadeia produtiva e de comércio, pois é responsável pelo acréscimo do lucro de grande parte das famílias que trabalham com hortaliças na cidade de Vitória da Conquista.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA EIB. et al. 2012. Análise das perdas de caule, folhas e frutos de hortaliças frescas comercializadas nas redes varejistas de Areia - PB. Revista Brasileira de

Agropecuária Sustentável. v. 2, n. 2, p. 81-91, dez.

EBAL - Empresa Baiana de Alimentos. 2013. Estatísticas dos produtos Agrícolas Comercializados no CEASA. Salvador, BA(Boletim Mensal).: dez.

SILVA GS da. 2009. Crescimento e produtividade de repolho roxo em função de espaçamentos entre linhas e entre plantas. UNESP. FCAV. Jaboticabal, SP.

MELO PCT; VILELA NJ. 2007. Importância da cadeia produtiva brasileira de

hortaliças. In: REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE HORTALIÇAS, Palestra. Brasília, DF: MAPA, p.13, 22 nov.

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