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Zorzenon, F.J. 1; Potenza, M.R. 1; Justi Junior, J.1; Alencar, A. M. de 1, Ferreira, W.L.B. 2; Basso, M.E. 2

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO INSETICIDA TIAMETOXAM PARA O CONTROLE DE CUPIM SUBTERRÂNEO Coptotermes gestroi (ISOPTERA, RHINOTERMITIDAE) EM ÁRVORES URBANAS. Zorzenon, F.J. 1; Potenza, M.R. 1; Justi Junior, J.1; Alencar, A. M. de 1, Ferreira, W.L.B. 2; Basso, M.E. 2

1 Instituto Biológico, Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252, São Paulo, SP. CEP 04014-002 2 Syngenta Proteção de Cultivos Ltda.

Francisco José Zorzenon, Biólogo, zorzenon@biologico.sp.gov.br

Marcos Roberto Potenza, Engº Agrônomo, potenza@biologico.sp.gov.br João Justi Junior, Biólogo, justi@biologico.s.gov.br

Adriano Marcelino de Alencar, Biólogo, analise_fitossanidade@biologico.sp.gov.br Washington Luis Barros Ferreira, Engº Agrônomo, washington.ferreira@syngenta.com Elisa Basso, Engº Agrônoma, elisa.basso@syngenta.com Resumo

Resumo:

A infestação em árvores urbanas pelo cupim subterrâneo Coptotermes gestroi contribui para o risco de tombamento. O inseticida tiametoxam (Optigard LT® 250g/Kg) foi avaliado no tratamento por infiltração em árvores infestadas por C. gestroi em 03 diferentes áreas nas cidades de Campinas e São Paulo. As dosagens utilizadas foram 5, 10 e 20g/10L de água e Testemunha (água). Árvores das espécies Tipuana tipu, Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides, Caesalpinia ferrea var. leiostachya, Jacaranda mimosifolia, Mangifera indica, Psidium guajava e Parkia multijuga, totalizando 20 árvores por dosagem, receberam infiltração de 20L de calda inseticida com avaliações pós tratamento realizadas aos 30, 60, 90, 120 e 180 dias, empregando-se inspeção boroscópica para confirmação da atividade termítica. As árvores tratadas nas dosagens de 10 e 20g/10L tiveram 100% de controle em todos os períodos avaliados. As árvores não tratadas apresentaram atividade termítica em todas as avaliações realizadas.

Palavras-chave: Árvores urbanas, Coptotermes gestroi, tiametoxam. Resume:

The insecticide thiamethoxam (Optigard LT® 250g/Kg) evaluate to treatment to subterranean termite Coptotermes gestroi in infesting trees with infiltration, in three different areas in Campinas and São Paulo cities. The dosage used were 5, 10 and 20g/10L water and control (water). Tipuana tipu, Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides, Caesalpinia ferrea var. leiostachya, Jacaranda mimosifolia, Mangifera indica, Psidium guajava e Parkia multijuga

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trees, tottaling 20 per dosage to receive 20L of inseticide solution with 30, 60, 90, 120 and 180 evaluation days after treatment, used boroscopic inspection. The trees treated with 10 and 20g/L dosage have 100% control of termite activity in the evaluations realized. The no treated trees to present termite activity.

Key-words: Urban trees, Coptotermes gestroi, Thiamethoxan.

A arborização das cidades constitui-se em um elemento de vital importância para a melhoria da qualidade de vida da população, seja em grandes centros urbanos quanto em pequenas cidades, pois são capazes de controlar muitos efeitos adversos do ambiente urbano. No entanto, a arborização necessita de atenção e cuidados da população e de profissionais competentes e bem treinados para a sua correta implantação e manutenção.

Em áreas urbanizadas, algumas espécies de cupins podem ocorrer em altas densidades populacionais e são causadoras de elevados prejuízos, infestando a arborização urbana e aumentando consideravelmente o risco de tombamento precoce das árvores. Devido à urbanização crescente e a ocupação desordenada de espaços naturais em áreas antes dominadas pelos cupins nativos, bem como pela introdução e dispersão humana de espécies exóticas, houve o agravamento das infestações tanto em árvores, quanto em edificações e jardins nas cidades brasileiras.

A espécie de cupim de hábito subterrâneo Coptotermes gestroi (Isoptera, Rhinotermitidae) foi introduzida no Brasil provavelmente no século passado, havendo registros no Rio de Janeiro em 1923 e em Santos em 1934 (ARAUJO, 1958).

Mesmo sendo a principal espécie e maior causadora de danos nas áreas urbanas da região sudeste do Brasil, pouco é conhecido sobre sua biologia, podendo ser encontrado infestando a capital e cidades do interior paulista, como Campinas, Ribeirão Preto, Piracicaba, Rio Claro, Araraquara, Taubaté, entre outras (COSTA-LEONARDO, et al., 1999; FERRAZ, 2000).

Segundo Ferraz (2000), C. gestroi possui soldados com cabeça de pequenas dimensões de coloração variando do amarelo claro ao alaranjado, mandíbulas em forma de sabre e antenas 14 a 16 segmentadas. A coloração amarelada é vista em antenas, palpos e pronoto e a cor banca leitosa no abdome (Figura 01 – Soldado de Coptotermes gestroi, Foto: Zorzenon, F.J.). A colônia de C. gestroi pode ser policálica, ou seja, ocupa vários “ninhos” (estruturas independentes), vários deles desprovidos de reprodutores, sendo chamados “ninhos secundários ou subsidiários”. É frequente encontrar estes ninhos nas construções, inclusive com presença de jovens, porém não é fácil encontrar o ninho central, com o par de reprodutores primários. Este aspecto da biologia desta espécie torna ainda mais problemática a sua erradicação do local infestado, pois é possível que sejam eliminados os ninhos subsidiários e não o ninho central, sendo neste caso, grande a possibilidade de ocorrer rapidamente uma nova infestação. É comum ocorrer infestações destes cupins em árvores vivas e / ou raízes, inclusive com ninhos suplementares (CANCELLO; PONTE, 1991; JUSTI JUNIOR et al., 2000; COSTA-LEONARDO, 2002; ZORZENON; POTENZA, 2006; ZORZENON; JUSTI JUNIOR, 2006; POTENZA; ZORZENON, 2008, ZORZENON, 2009).

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De acordo com Mathews (1977), algumas espécies do gênero Coptotermes são capazes de matar árvores vivas. Os cupins não são muito específicos com relação às espécies de árvores infestadas, muito embora esta ocorrência esteja relacionada à distribuição geográfica e as próprias espécies botânicas atacadas, era o que pensava Hickin (1971 apud AMARAL, 2002). Os cupins podem gerar grandes impactos em florestas nativas ou não, assim como diretamente na arborização urbana. Algumas espécies de cupins tanto podem matar árvores aparentemente saudáveis, quanto causar-lhes danos muitas vezes não significativos.

Entretanto ao comprometer seriamente regiões de árvores utilizadas na fabricação de móveis ou outros artigos, há a redução do seu valor comercial como fonte de madeira, levando a graves perdas econômicas além das ecológicas.

O comprometimento estético é observado muitas vezes pela presença de caminhamentos ou tubos de forrageamento (Figura 02 Caminhamentos, Foto: Zorzenon, F.J.), assim como a desestruturação de raízes e troncos (Figura 03 – Infestação por Coptotermes gestroi em tronco, Foto Zorzenon, F.J.). Não mais havendo a sustentação adequada das plantas atacadas, o perigo do tombamento precoce é iminente, sendo este alarmante em áreas adjacentes as habitações.

Inúmeros casos são observados na cidade de São Paulo, principalmente em épocas chuvosas, onde a quebra de estipes, galhos, troncos ou a queda de árvores inteiras (inclusive com a exposição das raízes muitas vezes inexistentes devido ao consumo efetuado pelos cupins) podem levar a acidentes de grande monta (ZORZENON, 2009).

O inseticida tiametoxam pertence ao grupo químico dos neonicotinóides de segunda geração com recomendação para diversas pragas agrícolas em diferentes formas de aplicação e para uso urbano no controle do cupim subterrâneo C. gestroi em edificações por meio de aplicações localizadas e barreira química. É um inseticida sistêmico do grupo das nitroguanidinas (neonicotinóide), que age por ingestão e contato, que atua como uma neurotoxina, ligando-se ao receptor nicotínico da acetilcolina. O produto químico interfere na transmissão dos estímulos do sistema nervoso dos insetos, causando bloqueio neuronal (nicotinérgico), notadamente mais sensíveis ao efeito tóxico do produto do que em animais de sangue quente (produto químico seletivamente mais tóxico aos insetos). Este bloqueio conduz à acumulação da acetilcolina, um neurotransmissor importante, tendo por resultado a paralisia do inseto e morte. É considerado seguro a animais de sangue quente e peixes. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o inseticida tiametoxam no tratamento de árvores no ambiente urbano, infestadas por C. gestroi. Foi realizado previamente levantamento de árvores infestadas pela espécie de cupim alvo, em três áreas distintas e arborizadas (Figura 04 Área de estudo, Foto: Zorzenon, F.J.), nas cidades de São Paulo e Campinas, SP, sendo aquelas diagnosticadas com atividade termítica submetidas ao tratamento com tiametoxam na formulação grânulos dispersíveis (Optigard LT® 250g / Kg) diluído em água. As dosagens utilizadas foram 5, 10 e 20g / 10L e Testemunha (água). Árvores das espécies Tipuana tipu (Tipuana), Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides (Sibipiruna), Caesalpinia ferrea var. leiostachya (Pau-ferro), Jacaranda mimosifolia (Jacarandá-mimoso) Mangifera indica (Manga), Psidium guajava (Goiaba), Parkia multijuga (Benguê), totalizando 20 árvores por tratamento foram perfuradas segundo metodologia desenvolvida por Zorzenon & Campos, 2014 (Figura 5 – Perfuração do tronco,

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Foto: Zorzenon, F.J), empregando-se brocas de aço com 10mm de diâmetro por 320 a 400 mm de comprimento, utilizadas normalmente para a perfuração de mourões de madeira e telhas de fibrocimento, com pontas simples ou triplas, furadeira profissional marca Bosch modelo GSB 19-2 de 650 watts de potência e gerador elétrico a gasolina marca Branco modelo BT2 950. As árvores foram medidas obtendo-se a CAP (Circunferência a Altura do Peito) convencionado a 1,30 m da base das plantas, com fita de aço e georeferenciadas com aparelho marca Garmim, modelo GPSMAP® 60CX. Utilizou-se um boroscópio (microcâmera em haste flexível de 9 mm com monitor LCD acoplado) para a visualização interna dos danos dos cupins, aferindo a sua presença no interior dos troncos das árvores (Figura 6 – Vídeo Prospecção / Inspeção boroscópica, Foto: Zorzenon, F.J.)

A aplicação da calda inseticida foi efetuada com um pulverizador Guarany com capacidade para 10 litros, com bico adaptado, tipo agulha, para injeção da calda inseticida diretamente no cerne do tronco (Figura 07 - Esquema de aplicação da calda, Autor: Zorzenon, F.J. / Figura 08 Aplicação da calda em árvores, Foto: Zorzenon, F.J.). Após cada perfuração para determinação de infestação e tratamento, os orifícios foram pincelados com calda bordalesa (sulfato de cobre, cal hidratada e água), e obliterados com borracha de silicone, evitando assim a penetração de umidade decorrente de chuvas e dificultando a entrada de fitopatógenos (Figura 09 – Curativo pós-perfuração, Foto: Zorzenon, F.J.). A quantidade aplicada de calda inseticida foi de 20L por árvore e as avaliações realizadas aos 30, 60, 90, 120 e 180 dias após as aplicações. A dosagem de 5g / 10L de água foi eficiente até 30 dias da aplicação, sendo constatado após este período o retorno da atividade termítica. As árvores tratadas com tiametoxam nas dosagens de 10 e 20g / 10L de água, tiveram 100 % de controle na atividade termítica aos 30, 60, 90, 120 e 180 dias após o tratamento, sendo, portanto, eficientes no controle de C. gestroi durante esse período. As testemunhas tratadas com água apresentaram atividade termítica em todas as avaliações realizadas.

Referências bibliográficas:

AMARAL, R. D DE. A. M. Diagnóstico da ocorrência de cupins xilófagos em árvores urbanas no bairro de Higienópolis, na cidade de São Paulo. ESALQ, Univ. de São Paulo. Dissertação de Mestrado, 71 p, 2002.

ARAUJO, R.L. Contribuição à biogeografia dos térmitas de São Paulo, Brasil (Insecta, Isoptera). Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.25, p. 185-217, 1958.

CANCELLO, E.M; PONTE, M.T. Coptotermes havilandi (Isoptera, Rhinotermitidae): Hipótese de uma outra forma de infestação em edifícios altos e descrição do ninho. In: 18° Congresso Brasileiro de Entomologia, Salvador. Resumos. Universidade Federal da Bahia, p. 211, 1991. COSTA-LEONARDO, A. M. Cupins-praga, morfologia, biologia e controle. UNESP Rio Claro, 128 p. 2002.

JUSTI JUNIOR, J.; POTENZA, M.R.; ZORZENON, F.J.; ALMEIDA, S.L. Foraging population and territory of the subterranean termite Coptotermes havilandi (Isoptera, Rhinotermitidae) by the

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triple marked recapture method in an urban area. Foz do Iguaçu. Abstracts from XXI International Congress of Entomology, p. 885. 2000.

ZORZENON, F.J.; JUSTI JUNIOR, J. Manual Ilustrado de Pragas Urbanas e Outros Animais Sinatrópicos. Instituto Biológico: São Paulo, 151p., 2006.

ZORZENON, F.J.; POTENZA, M.R. (Coords.). Cupins: Pragas em Áreas Urbanas. Instituto Biológico, Boletim Téc. n.18, São Paulo, 66 p. 2006.

ZORZENON, F.J. Principais pragas das palmeiras In: Alexandre, M.A.V; Duarte, L.M.L.; Campos-Farinha, A.E. de C. Plantas ornamentais: doenças e pragas, Cap. 10 p. 207-247,2008.

ZORZENON, F.J. Levantamento, dimensionamento de danos e manejo de cupins subterrâneos e formigas carpinteiras em arborização urbana. Instituto Biológico, Dissertação de Mestrado, 155p. 2009.

ZORZENON, F.J., CAMPOS, A.E de C. Methodology for Internal Damage Percentage Assessment by Subterranean Termites in Urban Trees. Sociobiology 61(1): 78-81, March, 2014.

FIGURAS

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Figura 02 Caminhamentos de C. gestroi em tronco.

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Figura 04 Árvores tratadas.

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Figura 06 Vídeo prospecção (inspeção boroscópica).

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Figura 08 Aplicação da calda inseticida em tronco.

Referências

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