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AS INFLUÊNCIAS MAIS SIGNIFICATIVAS NA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA ESCOLA PAULO FREIRE NO SEGUNDO PERÍODO CICLO BÁSICO EM VILHENA/RO.

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ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

8,5

AS INFLUÊNCIAS MAIS SIGNIFICATIVAS NA APRENDIZAGEM NO

CONTEXTO DA ESCOLA PAULO FREIRE NO SEGUNDO PERÍODO –

CICLO BÁSICO EM VILHENA/RO.

Maria Cristina Graebin de Sousa

Orientador: Prof. Dr. Fabrício Moraes de Almeida

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ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

AS INFLUÊNCIAS MAIS SIGNIFICATIVAS NA APRENDIZAGEM NO

CONTEXTO DA ESCOLA PAULO FREIRE NO SEGUNDO PERÍODO –

CICLO BÁSICO EM VILHENA/RO.

Maria Cristina Graebin de Sousa

Orientador: Prof. Dr. Fabrício Moraes de Almeida

Trabalho apresentado ao curso de pós-graduação da ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA – AJES, como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia.

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ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

TERMO DE APROVAÇÃO

__________________________________________________ Maria Cristina Graebin de Sousa

__________________________________________________ Prof. Dr. Fabrício Moraes de Almeida

Orientador

__________________________________________________ NOTA/CONCEITO

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A alfabetização é parte essencial para construção dos processos de apropriação de conhecimentos e da construção de significados. A multiplicidade de fatores que atuam nos processos de ensino-aprendizagem infantil é muito densa, daí a complexidade das análises, da compreensão, da escolha de caminhos mais seguros para obtenção de resultados realmente significativos. Observando que historicamente houve muitas mudanças no contexto da família. Contudo, a presença de um pai e de uma mãe ou de alguém que represente este papel são indispensáveis. São necessárias também as boas condições sociais em que esta criança está inserida. Apresentam-se as ferramentas psicológicas e fisiológicas que poderão facilitar à aprendizagem. Reconhecer que para uma melhor predisposição da criança para que ocorra a aprendizagem os fatores que mais influem neste processo, são basicamente: metodologia adequada e uma boa estrutura familiar. Dando ênfase a hábitos de vida saudável. Fez-se necessário um levantamento minucioso de fatos, entrevistas com os pais, que ocorrem no dia-a-dia da criança. A influência da família incentivando a criança e familiarizando-a com o mundo da leitura. Em que muitas são motivadas desde o nascimento e convivem com letras até no banho, conhecem cores e números rapidamente. E os pais vibram pelas conquistas e as exibem aos outros. Preocupam-se com a socialização, levando a casa de amigos, festas e parques de diversão. Aumentam assim os índices de crianças com lentidão, distúrbios psicomotores e agressivas. A que se tem atribuído isto? São necessários estudos como estes para comprovar que as crianças hoje em dia estão cada vez mais sem infância, sobrecarregadas emocionalmente - com famílias desestruturadas. E são enclausuradas inescrupulosamente em suas casas, obedecendo a regras impostas pela babá eletrônica – TV. Questiona-se a necessidade da infância em seu sentido amplo: de se proteger o desfrute e a liberdade infantil, pois é preciso ser criança para poder crescer. Ressaltando a necessidade da vida saudável convívio social, exercício físico, socialização, alimentação e sono, como requisito indispensável à psicomotricidade. Analisando também, a influencia da metodologia e do professor na aprendizagem.

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SUMÁRIO

INTRODUCÃO... 06

CAPÍTULO I AS INFLUENCIAS POSITIVAS... 08

1.1 OS PAIS ... 08

1.1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA FAMÍLIA... 10

1.1.2 AS CONDIÇÕES FAMILIARES... 11

1.1.2.1 O REFORÇO DAS ATITUDES... 16

1.1.2.2 O BOM EXEMPLO... 16

1.1.2.3 DECISÕES COMPARTILHADAS: FRATERNIDADE... 17

1.1.2.4 AUTO-ESTIMA... 17 1.2 SER CRIANÇA ... 18 1.2.1 A BRINCADEIRA ... 19 1.2.2 O BRINQUEDO ... 20 1.2.3 O DESEMPENHO PSICOMOTOR ... 22 1.3 METODOLOGIA ... 24 CAPÍTULO II AS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS... 27 2.1 INFÂNCIA ESTRESSADA... 27 2.2 ESTIGMATIZAÇÃO... 28 2.3 EGOÍSMO... 29 2.3.1 O ABANDONO... 29

2.3.2 O DESCOMPASSO ENTRE PAI E MÃE... 30

2.4 SUPERPROTEÇÃO... 30

2.5 SEPARAÇÃO DOS PAIS... 31

2.6 DOENÇAS E FALECIMENTOS... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS... 33

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INTRODUÇÃO

A escolha deste tema é proveniente das inquietações a respeito das dificuldades de aprendizagem. Constata-se que um dos primeiros passos para compreensão da temática é uma pesquisa bibliográfica que aprofunde a questão.

Observa-se que as informações sobre os problemas de aprendizagem tem tido uma penetração tão lenta que os enganos são abundantes até mesmo entre professores e outros profissionais da educação. Na escola e na família, muito pouco se sabe ainda sobre o assunto. Tanto das causas de dificuldades de aprendizagem, quanto sobre diagnóstico e do tratamento das mesmas.

As crianças com dificuldade de aprendizagem podem ser rotuladas como – atrasadas, defasadas e inaptas a acompanhar o nível de instrução das crianças da sua idade; tornam-se instáveis e nem sempre aceitam a disciplina escolar, devido à “debilidade” de suas capacidades morais.

Pode-se constatar através das estatísticas que o índice de aprovação dos alunos tem caído. No ano de 2003 foram 90,3%, em 2004 foram 87,5% e 2005 caiu para 84,6%.

O psicopedagogo deve como passo inicial fazer a anamnese do aprendente. Buscar informações através de entrevistas com os pais. Observar o comportamento dos alunos diretamente em sala de aula e analisar as fichas de avaliação individual dos professores. Sistematizar as informações e elaborar um material informativo. Disponibilizando aos professores e pais a informação dos fatores que podem fazer com que a aprendizagem da escrita se torne mais acessível e perceber as atitudes e fatos podem prejudicar ao aluno. Com isto, muitos passos se avançariam na compreensão do fracasso escolar. Cabe ao

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psicopedagogo atuar diretamente junto à equipe, a fim de tratar esses transtornos e evitar outros.

Na medida em que os pais têm consciência do que erram, o que acertam na educação dos filhos e a escola estejam seguros da metodologia utilizada. Obtém-se respaldo para a compreensão da diversidade e a heterogeneidade nas salas de aula. Fica fácil estabelecer paralelos que identificam a relação – criança sedentária X dificuldade de aprendizagem; criança com família desestruturada x desmotivação, agressividade; alimentação inadequada X lentidão, etc. Abrindo espaço para o psicopedagogo, baseado no diagnóstico, intervir. Se for o caso.

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CAPÍTULO I

AS INFLUÊNCIAS POSITIVAS

O ponto fundamental de qualquer aprendizagem, no sentido mais abrangente do termo, considerando-se a criança pequena, não está em deixá-la fazer o que quer, uma vez que qualquer pessoa, independente da idade, de sexo e de condição social, necessita de parâmetros, de limites. É absolutamente necessário “conduzir” a construção de seus caminhos, oferecendo elementos para que ela desenvolva ao máximo suas potencialidades, sua autonomia.

1.1 OS PAIS

A família é um espaço privilegiado de atuação na qualidade de vida do ser humano, pois é ela que deve oferecer uma estrutura estável à criança e apoiá-la na busca da definição da sua personalidade.

O relacionamento social e o desenvolvimento emocional da criança sofre uma influência de primeira instância dos pais, dentro de casa, o que poderá mais tarde, afetar seus relacionamentos com companheiros, na convivência social e no seu rendimento escolar. Sendo imprescindível o papel da família na função educativa e conseqüentemente a influência familiar é decisiva na aprendizagem.

O ser humano não nasce pronto ele é diferente dos animais, que já nascem com o comportamento inscrito em seus cromossomos. No animal as atitudes e modos de vida

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seguem sempre os mesmos parâmetros, independente do local em que estejam – se ao sul ou norte. Embora a criança no nascer, traga nos genes heranças das famílias maternas e paternas, ainda assim será como uma esponja, que absorverá tudo do meio, que irá determinar como ela vai ser.

Dos 0 aos 6 anos é uma fase importante do desenvolvimento do ser humano e, dependendo da forma como essa criança for estimulada, acarretará conseqüências positivas ou negativas no futuro.

A dependência de uma figura paterna e materna é indiscutível, pois moradia e alimentação são condições vitais, a higiene é essencial, mas para o ser humano é indispensável uma ligação de afeto dentro deste contexto.

O autoconceito está diretamente ligado a carga afetiva que a criança recebe desde o momento em que foi gerada. O afeto, o tom da voz, o toque são vitais para a auto-estima do ser humano desde bebê. Influenciam muito mais do que nos conteúdos lógicos e racionais dos discursos dos pais.

A família é a primeira a atender as necessidades psicossociais da criança, é quem deve criar condições adequadas para o seu desenvolvimento global - estimular à criatividade, a autonomia, a cooperação e a criticidade.

A criança absorverá as expectativas dos pais com relação a suas conquistas e derrotas. Existem certas coisas que são esperadas dos filhos. Os pais desejam que nasçam perfeitos, inteligentes e que sejam adultos realizados e felizes. E farão de tudo para alcançar este objetivo. Tentando, muitas vezes, evitar os sofrimentos pelos quais já passaram. Porém devem estar atentos para não cobrar menos de quem poderia se esforçar e cobrando muito de quem não consegue. Pois a criança capta estas expectativas e se frustra quando não condiz e eleva quando atende aos sonhos dos pais.

Percebendo seu verdadeiro papel, o da educação dos filhos. Ensinando-os a assumir responsabilidades desde pequenos, de forma alegre e participativa. Com limites estabelecidos de forma clara. Com a prática de bons hábitos. Incentivando sempre as boas ações para que o mesmo se sinta um cidadão capaz.

É por meio de um clima prazeroso e de segurança que a criança constrói seu conhecimento. A partir daí ela experimenta, observa e explora seu ambiente. Estrutura seus esquemas de pensamento, interpreta e busca soluções para fatos novos o que favorece e muito, o desenvolvimento intelectual da criança.

O mundo atual necessita de humanização. Por isso, deve-se introjetar na criança, os sentimentos da solidariedade, da cooperação, do compartilhar, do prazer de dividir

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e de dar. É na interação dos pais com seu dia-a-dia que a criança desenvolverá seus valores, sua crítica, sua postura de vida, além da aquisição do conhecimento. Ao longo do processo de desenvolvimento a criança vai conhecendo suas habilidades e talentos, colocando-os em prática e identificando o seu valor.

Portanto, é indispensável aos pais ajudar a criança a se divertir e aprender, partilhando suas descobertas, o estimulo a pensar criativamente. Transformar a agitação cotidiana em lições proveitosas para ela.

1.1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA FAMÍLIA

Alguns estilos educativos, algumas culturas, fazem diferenças em vários aspectos na educação dos filhos, que de acordo com cada pai ou, melhor, com cada família, interfere e correlaciona com a personalidade da criança, sendo alguns pais mais liberais e outros mais autoritários, e assim por diante.

Essas questões merecem um tratamento cuidadoso que considere alguns aspectos históricos, sociais e culturais. Aspectos estes, que serão sucintamente abordados a seguir.

Podemos retratar que a família passou por transformações que causaram mudanças em seu relacionamento intrafamiliar e conseqüentemente alteraram as relações dos pais com seus filhos, sendo essa relação de suma importância para o crescimento das crianças. As várias condutas nos diferentes tipos de relacionamentos entre pais e filhos vão definir se essa relação é benéfica ou maléfica para o futuro desempenho da criança dentro de uma sociedade. São muitos os fatores que podem exercer influência sobre a criança, mas especificamente a família é o mais significante.

Num primeiro modelo de família, a tempos atrás, o pai é quem determinava tudo. A autoridade era esmagadora e cruel. Só uma vontade imperava perante todas. Ocorriam abusos e injustiças de todas as formas. Como por exemplo, o uso da palmatória, castigos torturantes, ajoelhados sobre objetos e espancamentos. O que traziam como conseqüência diversas marcas tanto físicas como psicológicas que eram levadas muitas vezes por toda vida. Numa família autoritária, prevalece à vontade do pai, ou na ausência deste a mãe. Não há diálogo e nenhuma forma de entendimento. A autoridade é esmagadora e não leva em conta as individualidades, as preferências, nem as disponibilidades dos membros das famílias. Uma família autoritária gera filhos indecisos, inseguros e sem iniciativa. Este tipo de família ainda existe, de uma forma mais amena, mas com certa freqüência.

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Devido aos abusos de autoridade e suas conseqüências, instala-se um segundo modelo de família, onde ficou proibido por lei qualquer tipo de tortura física. Diante dessa nova realidade, os pais perderam a noção de autoridade.

Tudo se tornou confuso. Uma sensação de impotência toma conta desses pais despreparados. Diante da indecisão do “não se pode punir”, houve uma liberação geral. E os filhos tornaram-se verdadeiros imperadores do lar. São eles quem determina sua alimentação, sua vestimenta, seus horários, suas atividades, deixando os pais completamente a sua disposição. Este modelo de família existe com muita freqüência atualmente.

Quando os pais são muito liberais, deixando tudo a vontade. Deixam evidente a sensação de impotência diante dos conflitos causados. O despreparo para enfrentar o desafio da educação dos filhos com a firmeza necessária, torna os filhos inseguros. Filhos de pais permissivos e desunidos se sentem rejeitados.

O modelo ideal de família, ou seja, uma família estável é extremamente importante para o desenvolvimento da criança. Num ambiente aconchegante, com união e entendimento, os filhos se sentem amados pelo interesse que os pais demonstram. Os filhos se sentem seguros quando os pais tomam atitudes repressivas ou aprovativas.

Um modelo de família não tão comum, mas ideal. Onde há disponibilidade de tempo para o casal acalentar a criança na hora que precisar e tempo para corrigi-lo com firmeza.

Este tipo de família se caracteriza por “negociar”suas decisões. Nada é imposto de maneira arbitrária. Atinge-se o consenso através de argumentação, da apresentação de pontos de vista em que todos os elementos da equipe familiar tem vez e direito de expor sua opinião.

Existe uma estrutura definida, com autoridade firmemente nas mãos dos pais, que sabem como utilizá-la, não de forma autoritária e abusiva, mas sim considerando os sentimentos, direitos e vontades dos demais componentes da família. Os pais se consideram mutuamente competentes e se revezam no comando das situações, conforme exigência do comando em pauta.

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Outros aspectos relevantes sobre as questões afetivas e emocionais, dada a sua importância nos processos de aprendizagem são o nível socioeconômico dos pais,tais como: Aspectos econômicos – o que tem em casa: computador, brinquedos educativos, etc. Aspectos culturais – se lêem, se interessam em aprender coisas, em estar informados. Se dão importância a escola, dando oportunidade da criança de estar em contato com o símbolo escrito, se estimulam o raciocínio (pequenos cálculos matemáticos).

A criança que tem acesso a livros de histórias, periódicos, papel e lápis, tudo isso aumenta a compreensão sobre o essencial das práticas ligadas á escrita, facilitando a aprendizagem. Incluindo os materiais que não sejam dirigidos a ela, como comentários em jornal, instrução para o uso de aparelhos, placas nas ruas, propagandas, etc. Pois demonstram o valor social da leitura.

Na família que tem um código lingüístico restrito, ou seja, um vocabulário limitado e palavras incorretamente pronunciadas, a criança terá como modelo esse tipo de fala e seu vocabulário ficara também muito pobre. Se ela não conseguir uma boa soma de estímulos visuais e sonoros que lhe proporcionem experiências estimuladoras para a audição e para a visão, não terá necessária bagagem para formar conceitos, emiti-los e fazer-se entender pelos outros - código lingüístico elaborado. Estas carências irão ter influência na época de sua alfabetização, quando ela encontrará mais dificuldade em escrever corretamente, uma vez que não fala corretamente.

A familiarização com as letras, cores e números, deverá acontecer na vivencia do dia-a-dia das mais diversas formas, através de incentivo e de elogios ás conquistas. É a cultura influindo na formação da personalidade.

Os pais que não puderam estudar assumem uma posição mais fragilizada, carregam certa dose de complexo de inferioridade e subserviência. O modelo de vida - se os pais venceram ou não influencia nas expectativas dos mesmos sobre o sucesso do filho.

Penington (1997 apud Tiba, 1998) ressalta que algumas famílias com nível socioeconômico baixo lêem menos para seus filhos e fazem poucos jogos de linguagem com eles. A falta dessas experiências pré-escolares parece retardar o desenvolvimento de habilidades posteriores de leitura.

A religião influi na personalidade, na medida em que sua vivencia incute valores de honestidade e justiça pelos quais norteiam a vivencia pessoal. Tendo uma religião, sua posição perante a convivência social fica melhorada, porque se identificam com a crença.

Limites estabelecidos de forma clara e respeitosa tornam a criança mais autoconfiante, pois ela se sente amada. Ensinar, mostrar o que é certo, falar e agir

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corretamente diante dos filhos, além de ser uma obrigação, permite que os filhos tenham um referencial para as suas vidas. Ensinar tudo: desde educação, respeito pelo próximo, valores morais, higiene, como andar, como falar, ensinar a escrever, etc. Tudo cabe aos pais nessa missão.

Os pais hoje ficam muito tempo longe dos seus filhos devido ao trabalho, estudos e outras coisas. Acabam se culpando por não darem atenção que gostariam aos filhos e adotam uma atitude permissiva, deixando-os fazer tudo o que querem. Tratam seus filhos como “coitadinhos”, não podendo por causa disso discipliná-los. São crianças cobertas de brinquedos, roupas e comidas; não experimentando nenhuma negação, muito menos frustrações, pois seus pais realizam seus desejos sem medir esforços.

É de pequeno que se começa a impor limites, a criança vai treinando sua independência, a controlar suas vontades e amadurece. É um direito da criança crescer e um dever dos pais permitir que elas cresçam.

Quando os pais disciplinam os filhos, estão dando atenção, mostram que dão importância as suas vidas. Quando mostram o caminho por onde ir, tornam-se pessoas adaptadas a sociedade, pessoas que aprendem a dar valor as coisas, pessoas que queiram lutar para conseguir seus objetivos.

Disciplinar é agir com firmeza, mostrar o que se quer com a atitude, mostrando que são amados, independentemente do que possam ter feito de errado.

Disciplinar exige dos pais coerência e constância, mostrando que esta é a melhor maneira de ajudar ao filho, para que se torne um bom cidadão.

Quando um filho comete um erro, precisa ser corrigido para aprender o que é certo, quando teima em persistir no erro, um castigo é um excelente remédio para voltar para o caminho certo.

Segundo Tiba (1995):

... Há situações em que, para a criança sentir que não é não, ela precisa receber um corte no seu processo mental e no seu desejo físico de conseguir um objetivo. O tapa pedagógico tem esse significado. Não é uma surra nem espancamento. É um chamar a atenção, numa tentativa de organização mental através de estímulo corporal.

Seria esta também uma estratégia, em último caso é claro, na árdua tarefa dos pais de educação dos filhos. Desde que aplicada corretamente, após seguir os passos anteriores: corrigir, castigar e ameaçar bater caso recaia no mesmo erro. O que raramente

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acontecerá se as regras forem colocadas claramente e o filho se sentir uma criança amada, não terá tão evidente esta necessidade de transgredir normas.

O reforço positivo às boas atitudes no dia-a dia sempre é a melhor opção, pois oferece a criança o estímulo, que age no sentido de fortalecer o bom comportamento. Para ajudá-la a criar bons sentimentos é importante elogiá-la e incentivá-la quando procura fazer alguma coisa, fazendo-a perceber que tem direito de sentir que é "importante", que "pode aprender", que "consegue" e que sua família lhe quer bem e a respeita. O cuidado reside em adequar às tarefas que cabem a cada idade e permitir que ela tente como colocar o suco no copo (ainda que derrame), a roupa (mesmo do avesso). O jogar objetos no lixo, guardar os brinquedos, as peças do jogo, ajudar na arrumação dos seus livros, fitas de vídeo, enfim, solicitar a ajuda da criança, partilhando com ela pequenos afazeres, vale até aplausos às suas conquistas.

Deve-se proporcionar á criança bons hábitos alimentares e com isso conseguir dela um melhor desempenho escolar, que irá refletir por toda sua vida. A nutrição inadequada é um obstáculo à aprendizagem. A criança mal nutrida não pode participar das atividades escolares como deveria se estivesse bem alimentada. A capacidade intelectual é, portanto, proporcional a uma boa alimentação, a uma boa nutrição.

A desnutrição é reconhecida como problema econômico social que atinge elevado contingente da população infantil dos países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento, entre os quais se situa o Brasil. Em nosso país, a desnutrição começa no útero. O que se observa é que grande parte das gestantes não consome dietas balanceadas próprias para esse estágio fisiológico. Assim, o recém nascido nasce muitas vezes com baixo peso e desnutrido e não encontra condições de recuperação na fase pós-natal para superar o problema, já que muitas vezes os fatores sócio-econômicos do seu ambiente familiar e comunitário não lhe dão condições de sobrevivência.

Na criança, quando há falta de nutrientes, todas as suas funções são prejudicadas, o que resulta na vida adulta, um indivíduo menos produtivo e incapacitado para determinadas atividades.

Se na idade escolar a criança ficar desnutrida ou já trouxer seqüelas provenientes da alimentação anterior, sua capacidade de aprendizagem será reduzida. O mau hábito alimentar por falta de informações é muito comum. Muitas vezes uma família tem condições de oferecer uma alimentação mais equilibrada, mas ao invés disso dá à criança, pela manhã, o usual café com leite que pouco significa em termos de nutrição.

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A alimentação deficiente reduz a glicose do sangue provocando debilidade orgânica e irritação do sistema nervoso durante as aulas. Isso faz com que o escolar ora se torne apático ora irrequieto ou desatento, principalmente nas últimas horas de aula, antes da próxima refeição. Essa situação reduz drasticamente seu aproveitamento na escola.

As crianças pobres e desnutridas chegam assim ao "grau zero" de aproveitamento escolar com a alimentação caseira; se a isso acrescentarmos uma alimentação regular, o grau de aproveitamento sobe para uma hora e se proporcionarmos a esse mesmo escolar uma alimentação rica e concentrada em vitaminas e minerais, frutas, verduras e hortaliças seu aproveitamento será então total, para um período de oito a doze horas. Para evitar esse quadro de desnutrição, o organismo humano necessita receber através da alimentação 40 a 45 elementos muitos importantes, que são necessários em forma balanceada.

Os pais e responsáveis pela educação da criança devem entender a importância de uma nutrição adequada nos anos pré-escolares e escolares para um futuro saudável.

Recomenda-se o uso de dietas variadas, respeitando-se as preferências individuais da criança, desde que possível, contendo cereais integrais, leguminosas, frutas e vegetais;

Deve-se evitar o uso de grandes quantidades de alimentos gordurosos, salgados e açúcar refinado; deve-se evitar o uso de produtos alimentícios contendo aditivos químicos tais como sorvetes coloridos artificialmente, sucos artificiais;

As atitudes dos pais motivam-nos a se alimentar adequadamente, de forma diversificada, inserindo vegetais e evitando excessos; por outro lado, se pai ou mãe abusam dos doces, sorvetes, hambúrgueres e comidas fritas isso irá influenciar o cardápio presente e futuro de seus filhos.

A criança aprende com os pais seus hábitos alimentares, se não houver a oferta de todos os alimentos, ou se não existir o costume de se fazer todas as refeições, a criança poderá facilmente imitar estes padrões. Um único alimento não contém todos os nutrientes e por esta razão é importante escolher alimentos variados, que fornecerão uma dieta balanceada. Vale destacar que o baixo rendimento escolar pode estar relacionado com uma alimentação inadequada, podendo ocasionar a carência nutricional.

À família caberia o papel de oferecer a criança uma dieta diversificada, estimulando a criança a comer os mais variados tipos de alimentos. À escola caberia o papel de ensinar a importância dos alimentos para a saúde e orientar os pequenos sobre as mensagens publicitárias que muitas vezes deformam os hábitos de consumo, além do oferecimento de uma merenda saudável.

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1.1.2.1 O REFORÇO DAS ATITUDES

Aprendemos sentimentos por associação, isto é, pela coincidência de vários estímulos que nos levam a estabelecer nexos entre eles. Ou ainda, por meio das conseqüências de nossa conduta, sejam efeitos negativos ou positivos das mesmas. Foi Thorndike (1911 apud Tiba, 1995) quem formulou a Lei do Efeito, referente à afirmação anterior e foi Skimner (1953 apud Tiba, 1995) quem contribuiu para o desenvolvimento desta idéia: um comportamento tende a repetir-se quando provoca a aparição de algo agradável para a pessoa (reforço positivo) ou a eliminação de algo desagradável (reforço negativo).

Mas, não estarão as crianças de hoje mais do que recompensadas?

Uma saturação de reforços não ajuda a criança descriminar o fez bem do que fez mal. É preciso saber dosar. A apresentação constante de reforços de grande valor traz consigo a perda de valor desses reforços.

Os reforços podem ser usados, desde que bem utilizados.

Seja o reforço social (elogios, atenção), simbólico (dinheiro, notas no boletim), material (presentes) ou de atividade (um jogo, um passeio, uma diversão), é importante que os pais utilizem com muito zelo e bom - senso.

É necessário identificar que atividades são relevantes para modificar o comportamento da criança e despertar o seu interesse. Com isso, elimina-se um possível mercantilismo nas condutas de pais e filhos ("eu faço isso se em troca me deres aquilo").

Aprende-se também por meio da observação, por modelos e ações dos outros, o que nos faz salientar o valor do exemplo dos pais. Isto também permite influir sobre a conduta infantil.

Para Vygotsky (1979), a criança aprende e se desenvolve com aquilo que faz sozinha, de forma independente e àquilo que ela faz com a colaboração de outras pessoas, especialmente imitando os adultos. Na aprendizagem e no desenvolvimento infantil, a atividade que surge por iniciativa da própria criança desempenha papel predominante.

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Para os filhos a palavra dos pais é a maior verdade que existe. O que os pais dizem é lei. Mas a influência marcante está realmente no comportamento dos pais, na maneira de agir que passa a ser referencial de vida para eles.

Desse modo, podemos notar no comportamento do adulto quando há flexibilidade, otimismo, segurança psicológica, que sua formação foi fundamental, destacando-se os exemplos vividos pelos pais. Os acertos ficam lembrados. Principalmente o acerto na construção da reflexão, do pensar criticamente e com responsabilidade, do autoconhecimento, do auto-encontro, do autodescobrimento, que nos faz perceber que somos seres humanos passíveis de acertos e erros pelas escolhas que façamos. Mas importante, é guardar o valor positivo que toda experiência nos traz. Acertam-se, aprimorando com a prática. Erram-se assumindo a responsabilidade, corrigindo o erro, para acertarmos e melhorarmos sempre.

Os acertos devem ser enaltecidos assim como os erros (no sentido de não-acertos) para que a criança pequena perceba-se, perceba o caminho que está construindo, e com calma e equilíbrio, desenvolva sua criatividade, suas emoções positivas, sua autonomia.

1.1.2.3 DECISÕES COMPARTILHADAS: FRATERNIDADE

Um bom relacionamento entre irmãos deverá ser estimulado desde o nascimento do segundo filho. Aliás, este estímulo deverá acontecer desde o momento em que os pais se sabem grávido. Além do mais, o afeto e o respeito serão fontes de constantes estímulos para o filho mais velho, quando o afeto e o respeito forem vividos pelos cônjuges e entre eles e a criança. Então, o compartilhar a responsabilidade de educar o bebê salvaguardará a auto-estima do “mais velho”. Ele entenderá que não está “perdendo um espaço”; muito pelo contrário, está aumentando o seu espaço, a sua responsabilidade, a sua atuação no seio da família.

As decisões compartilhadas são referenciais para equilíbrio, para flexibilidade, para empatia. Assim como os pais agem com o primeiro filho, este vai agir para com o segundo, para com seu irmão.

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O ser humano é o que pensa. Quando aprisiona a voz reflexiva e sábia do “coração”, deixando-se levar apenas pelo raciocínio lógico, acaba, possivelmente, vítimas dos condicionamentos a sociedade e a cultura moderna impõem. E tornamo-se frágeis e limitados.

As pessoas bem-sucedidas sabem que as mudanças encerram oportunidades de crescimento, chances de experimentar novas dimensões de vida; por conseqüência, abraçam as mudanças. Quando adotamos uma perspectiva descontraída, flexível e divertida no dia-a-dia, nenhum evento ou situação consegue perturbá-lo. Daí a importância de construirmos uma auto-imagem muito positiva. Auto-imagem positiva, auto-estima elevada.

A auto-estima tem dois componentes inter-relacionados. Um é o senso básico de confiança diante dos desafios da vida: a auto-eficiência. O outro, o senso de merecer a felicidade: o auto-respeito.

Auto-eficiência significa confiança em nosso funcionamento mental, em nossa capacidade para pensar, compreender, aprender, escolher e tomar decisões; é a confiança em nossa capacidade para entender os fatos da realidade, que pertencem à esfera dos nossos interesses e necessidades, autoconfiança e segurança pessoal.

Auto-respeito significa a certeza de que temos valor como pessoa; é uma atitude de afirmação de nosso direito de viver e de ser feliz; é sentirmo-nos confortáveis ao expressarmos, de maneira apropriada nossas idéias, vontades e necessidades; é a sensação de que o prazer e satisfação são nossos direitos naturais. Por isso a criança que acredita em si mesma possui maiores possibilidades de êxito em sua vida afetiva, emocional, física, intelectual, ou em qualquer outra classificação que localizemos o ser humano.

Esta é a importância das relações familiares bem estruturadas, com entendimento, demonstrando unidade, num clima de confiança. Uma família bem constituída contribui positivamente na aprendizagem, fornecendo a auto-estima necessária, o interesse imprescindível e a valorização de uma etapa importante vencida.

1.2 SER CRIANÇA

As diferentes atividades de estimulação ao desenvolvimento infantil nos aspectos psicomotor, cognitivo e de bem-estar emocional, através do entretenimento lúdico:

A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do

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ser, é o espaço e o direito de toda criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.

O desenvolvimento do aprendizado das crianças baseado em metodologias lúdicas, dando oportunidade para a criança ser exposta à desafios através de atividades relacionadas ao brincar com diferentes objetos e jogos, proporcionará, repetimos brincando, o desenvolvimento de sua inteligência e de sua sensibilidade. A qualidade de oportunidades que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e brinquedos garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem.

1.2.1 A BRINCADEIRA

O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 4º. cita claramente que é dever da família, absoluta prioridade a vida, a saúde, a alimentação , ao esporte e ao lazer. Sendo estes dois últimos também imprescindíveis para a criança.

O lazer traz qualidade de vida. Cobra (2004) afirma que se tratando do aprimoramento físico, trata também do aprimoramento mental, diz:

Quando a pessoa se desenvolve como um todo a partir do corpo, ganhando nova estrutura, gera auto-estima e consciência de sua capacidade de conquista, amplia suas possibilidades de realização . A partir daí cria também uma modelagem mental de sucesso. Assim vence o bombardeio de todas as negatividades e resgata o seu poder espiritual.

Na medida em que estamos bem com nosso corpo nos sentimos mais aptos a dirigir nosso destino, a confiar no potencial, que é a perfectibilidade.

Sem queimar etapas a criança precisa de espaço para exercício, desde o mais elementar como engatinhar, correr, saltar, como as mais complexas como o equilíbrio. Estes são os primeiros passos necessários ao desenvolvimento do esquema corporal.

Aproveitando o tempo livre e criando esse espaço de tempo. Para jogar conversa fora, desfrutar o simples e o singelo, permitir-se viver num ritmo diferente, sem muitas regras e imposições . O interessante é que esses momentos livres não existem apenas para recuperarmos nossas forças, mas são por si só produtivos, onde aprendizado e prazer se misturando cada vez mais, resultando em idéias e ações criativas.

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Uma brincadeira que envolva passeios longos, acompanhado do companheirismo familiar, em locais amplos, arejados, onde se possa exercitar e sorrir muito. Com poucas regras, muita diversão e liberdade de movimento.

O papel dos pais na recreação reforça as relações afetivas, propiciam amadurecimento do auto-conceito e vão pouco a pouco construindo a sociabilidade infantil. Além disso, a aprendizagem por meio da ação e da exploração é conquista, é construção do conhecimento pela própria criança. Uma vez adquirido por ela mesma, a apropriação deste conhecimento é mais significativa e nela permanecem.

E nada mais enriquecedor do que propor atividades criativas e desafiadoras que podem também acontecer no quintal, na sala, no shopping, no carro, na rua.

Acreditamos que a inteligência se constrói frente a uma constante interação entre o sujeito e os meios, vêem que a criança pode beneficiar-se enormemente quando tem a possibilidade de viver em um ambiente que lhe ofereça a oportunidade de agir com liberdade e espontaneidade, bem como manipular materiais adequados. Assim como poderá estabelecer relações com as pessoas, com os objetos, enfim com o mundo.

1.2.2 O BRINQUEDO

A aprendizagem lúdica através de jogos, brincadeiras, músicas, e dramatizações são significativa e altamente motivadoras, devendo acontecer em casa e na escola.

A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a exploração não seja a que esperávamos. Não nos cabe interromper o pensamento da criança ou atrapalhar a simbolização que está fazendo. Devemos nos limitar a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação. A participação do adulto é para ouvir, motivá-la a falar, pensar e inventar.

Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando com amigos, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprender regras e conseguir uma participação satisfatória.

No jogo, ela aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustrações e elevar o nível de motivação.

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Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes, ampliando sua compreensão sobre os diferentes papéis e relacionamentos humanos.

As relações cognitivas e afetivas da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão pouco a pouco construindo a sociabilidade infantil.

Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma manifestação de amor à criança. Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, com os avós ou com os irmãos.

A participação do adulto na brincadeira da criança eleva o nível de interesse, enriquece e contribui para o esclarecimento de dúvidas durante o jogo. Ao mesmo tempo, a criança sente-se prestigiada e desafiada, descobrindo e vivendo experiências que tornam o brinquedo o recurso mais estimulante e mais rico em aprendizado.

Guardar os brinquedos com cuidado pode ser desenvolvido através da participação da criança na arrumação feita pelo adulto. O hábito constante e natural dos pais e da professora ao guardar com zelo o que utilizou, faz com que a criança adquira automaticamente o mesmo hábito, ocorrendo inclusive satisfação tanto no guardar como no brincar.

As crianças devem ser guiadas, proporcionando-lhes os materiais apropriados mais o essencial é que, para que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar. Pois conforme diz Jean Piaget: “Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si mesma, permanecerá com ela”.

Brincar é um momento de auto - expressão e auto - realização. As atividades livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música e as construções desenvolvem a criatividade, pois exigem que a fantasia entre em jogo. Já o brinquedo organizado, que tem uma proposta e requer desempenho, como os jogos (quebra-cabeça, dominó e outros) constituem um desafio que promove a motivação e facilita escolhas e decisões à criança.

O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo seu sentimento de impotência.

Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidades que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e brinquedos garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem.

Um bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola é um convite ao exercício motor, um quebra - cabeça desafia a inteligência e um colar faz a menina

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sentir-se bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor.

Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto.

As situações problemas contidas na manipulação dos jogos e brincadeiras fazem a criança crescer através da procura de soluções e de alternativas. Ao mesmo tempo favorece a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como conseqüência a criança fica mais calma, relaxada e aprende a pensar, estimulando sua inteligência.

Para conseguir seu pleno desenvolvimento a criança precisa de espaços onde possa conviver com seus amigos, reforçar sua aprendizagem, gastar sua energia, se divertir e exercitar a criatividade.

No esporte, por exemplo, a criança aprende a atuar em equipe, a conhecer e a superar seus limites, a aceitar a derrota e a respeitar o próximo. É nesse sentido que o UNICEF apóia a criação de espaços que ofereçam atividades educativas, culturais e esportivas no turno inverso ao da escola. Os governos são mobilizados para que esse tipo de programas passe a fazer parte das políticas públicas.

1.2.3 O DESEMPENHO PSICOMOTOR

Os princípios psicopedagógicos que norteiam um ambiente estimulante e principalmente feliz para as crianças estão inter-relacionados e são interdependentes: auto-estima, motivação, aprendizagem e disciplina.

O brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção.

O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue. Complementando esta parte do estudo, podemos nos referir, no tocante a psicopedagogia, que a brincadeira é um desenvolvimento psicomotor. Brincando ocorrem interferências funcionais na sua mente, ela está desenvolvendo a coordenação motora ampla. Onde ocorrem progressões em suas habilidades físicas, que abrangem a:

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- a consciência corporal:

- orientação espacial: a lateralidade - orientação temporal: o ritmo - autocontrole

O controle da coordenação motora ampla é pré-requisito para o controle da coordenação motora fina. Isto quer dizer que se a criança não consegue ter o domínio de seus movimentos amplos, poderá ter dificuldade com os pequenos movimentos. E a aprendizagem da escrita poderá estar comprometida.

Não podemos negar que a ação da criança sobre o seu corpo e sobre os objetos que a rodeiam é fundamental tanto para o desenvolvimento da motricidade e da percepção , quanto para o desenvolvimento das estruturas cognitivas.

Crianças sem controle psicomotor podem, entre outros, ter dificuldades em usar o lápis, saber usar a linha do caderno e até virar a página.

Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. No lúdico, manifestam-se suas potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos os nutrientes ao seu desenvolvimento.

A educação realiza-se em todos os momentos da vida da criança, a educação motora também, mas é necessário reservar-lhe tempos intensos.

Portanto podemos concluir que, no campo afetivo, pretendeu-se refletir que ajudando a criança a criar sentimentos positiva em relação a si mesma. Sentindo-se valiosa e segura, o êxito escolar estará garantido.

No campo cognitivo, recomenda-se enriquecer e ampliar o vocabulário da criança. A ênfase no aprendizado de novas palavras tem como objetivo possibilitar a obtenção de melhores resultados na escola e também ajudar a criança a ordenar o pensamento em função do mundo em que vive e fazê-la sentir-se capaz, aceita e valiosa.

Além da expressão oral e da ordenação do pensamento infantil há o desenvolvimento do raciocínio lógico - matemático, da psicomotricidade, e do aspecto sócio-emocional contribuindo adequadamente para que esse "sujeito" (a criança), seja ajudado na sua totalidade, onde todas as partes do desenvolvimento são atendidas adequadamente.

Acreditando nesta inter-relação, não podemos tratar isoladamente cada parte deste processo do crescimento infantil, pois o cognitivo depende do afetivo, que influi no psicológico, que está relacionado ao psicomotor, ao físico, ao emocional... Portanto é

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fundamental que se preocupe com todos os aspectos do desenvolvimento infantil. Todos são igualmente importantes. E se processam simultaneamente.

1. 3 METODOLOGIA

O termo infantil, na sua melhor acepção refere-se à criança, levando-nos, praticamente e de forma quase imediata a pensar no sentido do lúdico, do agradável, do chamativo, do envolvente. É nesse clima que ocorrem os registros dos fatos na memória. Esta regra, segundo Piaget, deve se aplicar também no que se refere a alfabetização.

O ambiente de ensino estimulante, quando são oferecidas condições prazerosas em sala de aula, fornece um ambiente favorável a aprendizagem, bem como dos processos ligados a memorização dos conhecimentos.

Em se tratando de uma aprendizagem significativa a práxis educativa deve ser desenvolvida num clima de liberdade, respeito e comprometimento, o que se pode obter com professores facilitadores, que possuem uma filosofia educacional embasada nestes elementos.

O clima sócio-afetivo entre professor e aluno é vital no processo de alfabetização. O ser humano se constitui no ingrediente primordial da relação pedagógica. O professor é quem dá o colorido indispensável neste processo, é aquele que instiga e alavanca a inteligência e torna firme o desejo de aprender. Porém se faz necessário, o professor naturalmente capaz de compreender-se e compreender seu aluno, autor consistente e responsável por sua ação e atuação.

Considera-se o professor naturalmente capaz de compreender-se não aquele que foi treinado tecnicamente para administrar conteúdos com suas verdades prontas e rígidas. Atualmente, este modelo encontra-se sem respaldo, sem “verdades” a serem seguidas. Este profissional acostumado a receitas do “como fazer”, não consegue sequer ser o autor de si próprio. Quem foi treinado sobre padrões e formas do que era “ser professor”, perdeu o solo firme do qual pisava, sua onipotência do “tudo saber”.

Ser professor não implica, neste momento, em conhecer seus princípios e valores para construir junto com o seu aluno a prática pedagógica. É questionando, neste contexto, como o educador irá possibilitar a autoria de pensamento, se ele não aprendeu a pensar, a produzir seus próprios caminhos? Muitos conflitos que prejudicam a aprendizagem podem ser solucionados se o professor tiver esses conhecimentos mínimos.

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O método tradicional de alfabetização, onde se ensina a ler através de grafias, separando a aprendizagem da leitura da aprendizagem global está totalmente ultrapassado. Ao professor cabe perceber que se concebe a aprendizagem a partir de um enfoque sócio-construtivista, entendendo que a leitura resulta de um processo de interação. Cabe descobrir e orientar os interesses da criança, oferecendo-lhe textos significativos, que favorecerão a aprendizagem.

Ao professor cabe o domínio do conteúdo e domínio do método. Vale ressaltar a experiência do professor, para que consiga respeitar a personalidade do aluno, deixar que perguntem e valorize os conhecimentos anteriormente adquiridos.

Por parte daquele que ensina, a compreensão dos processos de ensino e aprendizagem requer um conhecimento profundo da cognição, pensamento, linguagem, inteligência e particularmente, das atividades e processos mentais de atenção, percepção e memória, representação, racionamento, tomada de decisões e soluções de problemas entre outros.

O professor cria condições, orienta e organiza para o aluno construir seu próprio conhecimento.

Esclarece bem o dizer, não se pode entender um processo somente a partir do aprendente, sem recorrer ao ensinante, tampouco poderia diagnosticar um problema de aprendizagem sem incluir a instituição escola. Tanto a escola do ponto de vista material: luminosidade, temperatura, cadeiras e horários. Quanto o próprio sistema se torna favorável a aprendizagem na medida em que é um sistema aberto, que compartilha funções e que se inter-relaciona com a comunidade, tornando-se uma instituição integradora - por ser flexível , acolhedora e respeitosa das individualidades e que , ao mesmo tempo, obtenha bons níveis de formação .

Podemos apontar a precariedade das condições funcionais e estruturais da escola e a falta de preparo dos educadores como causas do fracasso escolar, a culpa ainda é, em grande parte, atribuída a problemas individuais dos alunos, haja vista a reação dos professores a algumas questões especificas do ensino nas escolas onde predomina o padrão conservador, que se utiliza da estratégia de culpar a vítima pelo fracasso.

Uma série de fatores pode influir positivamente na aprendizagem da escrita: com certeza a presença dos pais nas reuniões e eventos da escola, o material escolar. Uma boa estrutura familiar, que interage e é participativa na escola favorece na predisposição da criança para que ocorra essa aprendizagem.

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Dessa forma, ressalta-se a importância do aprimoramento físico nessa época de vida. Os programas relativos às aulas de Educação Física que dispõe de estrutura e cumpram seus reais objetivos: fazer com que os alunos conheçam e respeitem o seu corpo humano (psicomotricidade); evitando condutas autodestrutivas; descubram o prazer de se exercitar e a aprimorar suas aptidões físicas. Adquirindo hábitos saudáveis. Poderíamos acrescentar que a Educação Física tem a finalidade, ainda, de estimular o espírito de equipe, a autodisciplina e a obediência a regras.

É de extrema importância o lúdico no desenvolvimento infantil. O fato de deixar a criança ser criança aprimora a consciência corporal, a lateralidade, o ritmo. Conseqüentemente se ela tem o domínio amplo dos movimentos, a coordenação motora fina é favorecida.

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CAPÍTULO II

AS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS

Pode-se simplesmente enunciar que todo comportamento diferente daqueles enumerados no capítulo anterior é negativo para o desempenho escolar nos primeiros anos. De fato, é. Educar é uma tarefa complexa e difícil. Reeducar é muito mais. Problemas familiares, escolares, preocupações com a saúde, professor despreparado gerando conflitos, desajustes entre a matriz curricular e as pretensões dos alunos, afetam de alguma forma o entusiasmo pela educação, por educar-se.

2.1 INFÂNCIA ESTRESSADA

Para educar é preciso ser educado. Por isto, chamamos, com veemência, a atenção dos pais para as pressões que são impostas aos filhos, expondo-os a uma grande variedade de problemas, principalmente na infância. Sem a compreensão do que seja adequado à idade, deixando as escolhas para as crianças, às vezes impondo responsabilidades que não são próprias ou, em sentindo contrário, não impondo nada, nenhum limite, fazemos a criança passar por frustrações, crescer prematuramente, desenvolver antecipadamente certas habilidades, sem o devido amadurecimento psicológico ou emocional.

Lançando um olhar diferente sobre o mundo moderno das crianças, observamos toda uma nova geração de pais que “oferecem” muitas atividades para os filhos,

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matriculando-os em cursos de inglês, computação, música. Outros disponibilizam televisão, computador com Internet, videogames, no quarto dos filhos, senão no quarto de cada filho.

Poderão ter excelentes intenções, mas as crianças precisam de outros estímulos, de outras motivações, além dos contatos diários com os pais, que é o mais importante. É necessário para criança um ambiente lúdico, onde possam verdadeiramente, como diziam nossos pais ou nossos avós, ter infância. Correr, criar, brincar, banhar-se de encantamento pela vida.

É necessário entender que a TV moderna produz o que Augusto Cury chamou de SPA – Síndrome do Pensamento Acelerado, uma vez que sai de uma cena, de uma emoção para outra sem deixar tempo para reflexões e assimilações. Não queremos aqui massacrar a TV, mas constatar o que fazem a maioria dos programas exibidos.

A Internet tem muito lixo eletrônico. Os videogames aceleram o pensamento da criança. Um joguinho, tudo bem. O problema está no excesso de horas em que se dedicam. Excesso que obstrui, de certa forma, a infância das crianças.

As crianças tornaram-se amantes do fast food emocional. A TV e a Internet transportam os jovens sem que eles façam esforços, para dentro de uma excitante partida esportiva, para o interior de uma aeronave, para o cerne de uma guerra, para dentro de um dramático conflito policial e para dentro de uma novela onde melhor é aquele que trapaceia, aquele que tem muitas amantes, aqueles que têm muitos conflitos.

Ora, com a massificação produzida pela multimídia as crianças e os jovens perdem o prazer de refletir, de “andar devagar”, de viver as rotinas diárias. Estudar é uma dessas rotinas.

2.2 ESTIGMATIZAÇÃO

Se os pais estão sempre opinando a partir de uma perspectiva negativa, taxando os filhos de inúteis e incapazes, ou usando de zombarias e ironias, “mutilará” a auto-imagem e conseqüentemente a auto-estima de seus filhos.

Muitas vezes no afã de fazer de seus filhos os melhores, os pais acabam exigindo demais, exaltando sempre suas falhas, corrigindo sempre seus erros e fracassos, sem fazer menção nenhuma ao que eles fazem de bom, de belo, de extraordinário. Sempre estão dizendo que acordar cedo, não faltar à escola, dar conta das tarefas escolares, enfim, fazer as

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coisas certas, é simples obrigação. Evidenciando erros e fracassos acabem por fixá-los na memória de seus filhos.

Há situações mais complicadas para o bom amadurecimento emocional e psicológico da criança. Acontecem quando os pais ofendem, magoam, seja com agressões verbais ou físicas. Há situações em que os pais verbalizam desejos de verem os filhos “se darem mal”, somente porque não seguiram os conselhos.

Há casos em que os pais chegam ao equívoco de dizerem, na hora da raiva, de que deviam ter abortado, pois só assim não sofreriam tanto na vida por causa dos dissabores praticados pelos filhos. Eis uma verdadeira mutilação praticada por apenas algumas frases, mas que irão perpetuar na auto-imagem desse futuro adulto; uma imagem constante de necessidade de eliminação.

A criança que cresce ouvindo esses insultos que lhe responsabilizam pelo sofrimento da mãe ou do pai alimentará a idéia de auto-eliminação.

2.3 EGOÍSMO

Minha esposa não “trabalha”, dizem muitos maridos por aí. São arrogantes, uma vez que a arrogância é uma das “filhas diletas” do egoísmo. Transformam o que poderia ser uma possibilidade melhor para o lar, em um desastre, campeado pela agressividade com a esposa, rigidez na educação dos filhos, exigências de perfeccionismos, frutos do comportamento egóico.

Devemos examinar uma outra situação. Quando a esposa tem melhores condições intelectuais e ganha um salário melhor que o esposo. Muitas vezes assume o papel ativo na casa, tornando-se castradora na educação dos filhos, tornando-os frágeis. Eles não podem viver suas próprias experiências, construir seus próprios pontos de vista.

Pais que ditam sempre aos filhos o que devem fazer em nada contribuem para a independência e autonomia deles.

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Muitos pais se perdem em seus individualismos, absortos em seus problemas. Não conseguem enxergar o filho carente. Não conseguem perceber que o filho que tem casa, comida, brinquedos, escola etc. Precisa de atenção, de apoio e de incentivos, do exemplo constante de perseverança no bom trato com o outro, do uso de valores, como a empatia. Precisa dos bons exemplos, inclusive, na formação de hábitos simples de higiene como escovar os dentes depois das refeições. O hábito da boa leitura, do estudo sistematizado. Mas ensimesmados em seus comportamentos egóicos “só conseguem perceber o próprio umbigo”. Filhos de pais muito permissivos se sentem inseguros.

2.3.2 O DESCOMPASSO ENTRE PAI E MÃE

Para um filho que percebe a permissão da mãe para que ele realize tal atitude e que o pai não permite ou vice-versa – imediatamente desenvolverá um comportamento para se beneficiar desse comportamento egoístico de seus pais. Possivelmente tornar-se-á uma criança egocêntrica, querendo sempre realizar os seus desejos a todo custo, sem assumir responsabilidades nem compromissos. Estará jogando sempre pai contra mãe ou vice-versa.

Para ir à escola, o seu compromisso maior, por assim dizer, criará atitudes para esquivar-se da “obrigação” procurando desculpas e articulando brigas entre os pais para lograr seu intento.

2.4 SUPERPROTEÇÃO

Se os pais realizam as pequenas tarefas para seus filhos, provavelmente esteja ceifando a criatividade, a autonomia deles. Por falta de tempo ou por falta de paciência, muitas vezes partem para a realização tirando dos filhos a possibilidade da tentativa.

Pior quando realizam as atividades que as crianças poderiam realizar, por proteção, ou melhor, por superproteção. Obstaculiza o desenvolvimento psicomotor, emocional, psicológico e até mesmo físico das crianças.

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Será que o mesmo não acontece na escola? Professores estressados, despreparados, desmotivados, centram suas aulas nas respostas que elaboram para os alunos, enquanto deveriam centrá-las nas perguntas. “Mas é muito mais fácil dá-las pronta”.

Realiza-se, neste caso acima uma “perfeita simbiose”: o aluno não tem vontade de aprender; os pais fazem o trabalho de casa enquanto o professor dá imediatamente as respostas necessárias para o desenvolvimento do trabalho. Resultado: criança acomodada, inepta, preguiçosa tanto motora como intelectualmente.

2.5 SEPARAÇÃO DOS PAIS

As separações, quase todas, geram tensões emocionais que, de certa forma, complicam o desenvolvimento da criança. Normalmente as crianças crescem com altos níveis de estresse, de ansiedade, geradores de baixa auto-estima e em casos mais graves de depressão. São problemas que possivelmente diminuirão a capacidade de concentração nas aulas.

Hoje em dia, um número cada vez maior de adultos está criando sozinho seu filho. A maioria desses adultos são mulheres. Algumas vezes o adulto precisa criar sozinha uma criança por causa da morte do parceiro, mas em geral isso ocorre em virtude de um divórcio ou separação. Certos pais, depois da separação, conseguem permanecer sendo um casal no sentido de serem os pais de seu filho.

Quando isso acontece, a criança é evidentemente favorecida. Se os pais querem que seus filhos sejam felizes, o vínculo filial deve ser preservado independentemente dos laços conjugais. A grande confusão que acaba ocorrendo na cabeça das crianças é quando os adultos misturam as figuras de marido e mulher com as de pai e mãe. Quanto menores forem os filhos, tanto mais necessitam de pai e mãe. Quanto mais dependentes, no sentido de necessitar de cuidados, mais irão exigir uma figura que supra suas necessidades. Essa figura tanto pode ser a materna quanto a paterna.

A capacidade que as crianças pequenas têm de diferenciar a realidade da fantasia é pequena, de modo que estas podem, em sua imaginação, sentirem-se responsáveis pelos eventos a seu redor. Portanto, não é incomum que elas sintam responsabilidades pelo afastamento do pai ou da mãe. Se os pais puderem continuar a ser amigos e a compartilharem

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a responsabilidade e o amor pelo filho, este passará a compreender e acreditar que não é responsável pelo término do relacionamento deles.

Tendo em vista, porém, a característica da natureza humana, é comum que a capacidade dos pais divorciados de assumir uma responsabilidade adulta pela criação do filho diminua, e a criança poderá, então, se tornar um "joguete" no relacionamento. Crianças pequenas são muito vulneráveis e precisam ser protegidas das discussões, que muitas vezes não conseguem compreender, mas cujo impacto emocional certamente é capaz de sentir.

Portanto o importante é que na separação os pais poupem a criança de sofrimento. Tentar explicar a razão por que estão se separando pode apenas confundir ainda mais a criança. O que ela provavelmente precisa é de um relato, o mais simples e direto possível, das mudanças que a separação trará. Acordos relativos aos dias de visita são mais facilmente compreendidos por crianças de sete anos ou mais, do que por crianças menores.

Os filhos não devem ser colocados como culpados, responsáveis ou participantes da separação conjugal. O melhor é transmitir aos filhos que o casal irá se desfazer, mas que os vínculos de pai e mãe serão preservados o máximo possível.

2.6 DOENÇAS E FALECIMENTOS

O mau funcionamento do cérebro devido a fatores hereditários ou más formações do embrião durante a vida intra-uterina manifestam-se, muitas vezes, na pré-escola e/ou no primeiro grau com uma variedade de dificuldades de aprendizagem.

As variações genéticas, irregularidades bioquímicas, sofrimento do feto na hora do parto, moléstias sofridas durante o desenvolvimento são outras tantas causas que motivam ou geram as dificuldades de aprendizagem. Nestas condições é elementar o acompanhamento médico, psicológico, psicopedagógicos, assim como a boa alimentação, as horas de sono, os exercícios fisioterápicos etc. Outro fator eminentemente negativo, principalmente se a família não desfruta de um bom nível de espiritualidade – vivida e sentida – é o falecimento de um parente, a mutilação causada por acidente grave, pode causar transtornos na aprendizagem infantil.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com Cobra (2004) nos diz que “nosso cérebro é burro!!” Simplesmente por entender que ele é vulnerável a todo o tipo de interferências externas, como educação, cultura, sociedade, família. É o que possivelmente possamos confirmar através deste estudo. O nascimento é frágil e totalmente dependente; para que haja um desenvolvimento saudável, tanto físico como mental sofre influência do meio em que vive.

Quanto mais munida de influencias positivas, maiores serão suas conquistas no momento da aprendizagem da escrita, tornando-se fácil a aquisição do conhecimento. Os caminhos se abrem, a predisposição é completa e esta fase é ultrapassada sem maiores conflitos. Sendo um momento bem gratificante para todos, onde a criança tem sede de conhecimento e busca em todas as situações cotidianas, tais como: rótulos, placas, folder, etc. Identificando as letras e construindo o significado.

O ser humano é único e sua capacidade é imensurável, as influências negativas, acima citadas deixarão suas marcas evidentes nesta importante fase da vida do ser humano. A criança ao ser inserida na escola deverá ter garantidas as condições de aprendizagem e a tolerância com a diversidade e com a heterogeneidade.

As crianças com dificuldade de aprendizagem, fazem parte do contexto escolar e a cada dia mais constam nas estatísticas escolares, como fracasso escolar. Poderão ser rotuladas como – atrasados, defasados ou débeis mentais, inaptos a acompanhar o nível de instrução das crianças da sua idade; - instáveis e incapazes de aceitar a disciplina escolar, devido a “debilidade” de suas capacidades morais

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A questão da rotulação do aluno deve ser analisada e estudada por todas as partes envolvidas: da escola, da família e da sociedade. . Pois cria uma pressão que tende a aumentar com o passar dos anos, a criança percebe e terá que lutar contra suas dificuldades e contra a intolerância dos colegas e professores e em casa contra a impaciência da família.

É importante esclarecer que o conceito construtivista não é o suficiente para explicar a multiplicidade de fatores que atuam nos processos de ensino e aprendizagem dentro da escola. Os docentes precisam complementar os seus conhecimentos com teorias sobre organização das instituições, a comunicação, o desenvolvimento afetivo e emocional, a pedagogia humanizadora e libertadora, entre outros para poder desenvolver uma ação educativa que promova não apenas o desenvolvimento de seus alunos, como também o desenvolvimento da escola socialmente coerente com sua proposta.

A escola tem uma contribuição indispensável no desenvolvimento da aprendizagem, mas vale a pena ressaltar o papel da família. Quando os filhos se desenvolvem bem é possível conviver sem maiores dramas. Se os pais se comprometerem a enfrentar o bom e o ruim, vão superar juntos as dificuldades e diferenças, como família unida.

As crianças com problemas incomodam bastante. Por isso o indicado seria os pais procurar se orientar, em vez de tentar resolver tudo sozinhos. Desde um assistente social, psicopedagogo, psicólogo ou terapeuta poderiam ajudá-los a enfrentar essas situações incomuns. Outros poderão perceber melhor onde estão às falhas, porque envolvidos no problema nem sempre conseguem ter uma visão global da situação.

Quando a criança apresenta dificuldades na aprendizagem, na verdade, se faz necessária toda uma avaliação de profissionais, tais como: neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo, etc. Complementando com o psicopedagogo, que fará a leitura e orientações necessárias aos pais, professores e comunidade, a fim de tratar esses transtornos e evitar outros.

O psicopedagogo poderá indicar um trabalho de reeducação. Partindo da psicomotricidade, pois os transtornos psicomotores compreendem as funções psíquicas e neurológicas, além de um atraso na maturação do sistema nervoso central. Provocando distúrbios afetivos e também problemas de aprendizagem. O trabalho poderá consistir basicamente em desenvolvimento da consciência corporal, lateralidade, memorização, extravasar sentimentos, ritmo etc.

Dessa forma, a criança poderá perceber uma imagem que valoriza, correspondendo convenientemente à expectativa dos que a cercam. Ajudando-a a resolver seu problema a partir do momento que surge, tornando-a feliz na escola e na sociedade.

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A negligencia dos pais e educadores, é deixar que as dificuldades se acumulem (e até as reprovações escolares), por não terem compreendido que o problema estava na própria base das aprendizagens, ou por não se convencerem bem cedo da pertinência de uma boa reeducação.

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REFERÊNCIAS

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