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MATÉRIA DA DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I

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Academic year: 2021

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MATÉRIA DA DISCIPLINA

ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I

MINISTRADA PELO

PROFESSOR MARCOS PEIXOTO MELLO GONÇALVES

PARA A TURMA 1º T

NO II SEMESTRE DE 2003, de 18/08/2003 a 24/11/2003

O Semestre terá três módulos:

I)

TEORIA DOS VALORES

, compreendendo 10 perguntas

II)

ÉTICA DAS VIRTUDES

, que exigirá que os alunos façam um resumo do livro “Ética a Nicômaco”, de Aristóteles1

III) DESCRIÇÃO DO FENÔMENO JURÍDICO

1

O resumo do livro, que é dividido em dez “livros” deverá ter no máximo duas páginas por livro. Fonte a ser usada: Times New Roman tamanho 12, em formato A4. Margens: 3 cm nas margens superior e esquerda, e 2 cm nas margens inferior e direita. IMPORTANTE: NÃO ENTREGAR COM CAPAS PLÁSTICAS, e sim

(2)

I)

TEORIA DOS VALORES

1) O valor é um ser? 2) É um ser real ou ideal? 3) Quais são os seres ideais?

4) O valor é eterno e absoluto, ou é histórico e cultural? 5) Como o valor é descoberto ou reconhecido?

6) O valor é objetivo ou é subjetivo? 7) Quais são os atributos do valor? 8) Qual é a essência do valor?

9) Explique a escala de valores de Scheler.

10) Qual o valor que funda o Direito? É o Direito, ele próprio, um valor?

RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS:

1) O valor é um ser?

“Ser” é tudo, e o “nada” também. É o tudo e o nada. Ser = sendo [do latim ESSE = ENS (gerúndio)] ENS = ENTE = é um “ser que está sendo” ENTE = objeto de conhecimento

2) É um ser real ou ideal?

OBJETOS: classificam-se em - Reais = intuição sensível - 5 sentidos

- Ideais = nós os conhecemos pela intuição espiritual

- Culturais = aqueles objetivados pelo espírito

apenas com folha de rosto simples, grampeada ao trabalho principal. No dia da entrega, o Professor convidará dez (10) alunos para ler seus resumos; um aluno por livro.

(3)

- Metafísicos = objeto considerado em si mesmo e

por si mesmo

Existem quatro regiões ônticas (ontos = ser, de origem grega)

1) Conhecemos os entes reais através dos cinco sentidos, ou da intuição sensível. 2) Conhecemos os entes ideais através dos cinco sentidos, ou da intuição espiritual. Intuição = in (dentro) + tui (tuire = ver) + ção (ação) = “ação de ver por dentro”

3) Quais são os seres ideais?

Os seres ideais são quatro:

1) Relação - lógica

2) Números - matemática

3) Figuras geométricas - toda a geometria

4) Conceito

(é formado por idéias abstraídas de um objeto real) (é formado pelos elementos essenciais do objeto)

Essência: é o atributo do ser que, se faltar, destrói o próprio ser. Exemplo: conceito de

ser humano = animal racional. Os dois elementos são essenciais; se tirarmos o “animal”, deixa de ser ‘ser humano’).

O “valor” é uma estimação de uma qualidade dos seres reais. A “virtude” é um hábito (como já ensinou Aristóteles) A “vida” é um objeto real

“Sentimento, emoção, vontade, sensação, percepção” são objetos reais estudados pela Psicologia.

A “felicidade” é um estado de espírito (não é um objeto ideal), que pode acompanhar a alegria e o sofrimento.

“Religião”: [re-ligare], ou seja, religar o ser humano à divindade (cultural) A “imaginação” é uma atividade da razão (não é um ser ideal)

“Ética” está ligada ao caráter, à ação (não é um ser ideal)

(4)

Também se pode chamar de “substância” a idéia/conceito de ser humano.

Relação: para compararmos dois objetos concretos, precisamos relacioná-los. A relação antecede e possibilita a comparação.

“RELAÇÃO JURÍDICA”: há um entrelaçamento obrigatório entre pessoas naturais, ou pessoas jurídicas, fruto da imaginação, da ficção, capazes de adquirir direitos e contrair obrigações em razão da própria ordem jurídica que decorre da Constituição do País.

“Cultura” é a objetivação do espírito. Exemplo: quando temos a idéia de uma certa casa, ao desenhar tal idéia, nós objetivamos, ou seja, expressamos essa idéia. Tudo o que é pensado e expressado, é cultura.

Objetivar a idéia é concretizar a idéia em um objeto (= objetivar). Por isso, o Direito é um objeto cultural, pois é a objetivação do espírito. A ciência é também fruto da cultura.

A fé é a adesão do espírito a algo que não tem explicação racional.

4) O valor é eterno e absoluto, ou é histórico e cultural?

a) Posição que entende o valor como eterno e absoluto: Esforço histórico

Agora, “decolemos” para a Grécia Antiga, séculos VI a IV a.C.: aqui começa a Filosofia. Antes da filosofia, a base do conhecimento era a Mitologia e a Religião, pois a sobrenaturalidade explicava tudo.

Quem começa o esforço para que a Filosofia começasse a explicar o conhecimento, em oposição à mitologia e à religião, é Tales de Mileto, que se lança a explicar os princípios do ser, com a água. Assim sendo:

Tales de Mileto: dizia ser a “água” Anaxímenes: dizia que era o “ar” Anaximandro: apeíron = partícula

Demócrito: dizia ser o “átomo”

Empédocles: dizia ser o conjunto dos quatro elementos. Pitágoras: dizia ser o número

Heráclito: dizia ser o movimento, pelo princípio da contradição dialética – sim e não –, que formariam o movimento (Marx o repete)

(5)

Parmênides: identidade (Parmênides deu início à contradição lógica) (Hegel o repete atualmente)

Ser = pensar [mundo sensível; mundo inteligível: não se movimenta] Sócrates:

a) Conceito

b) Maiêutica (método socrático que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades e na conceituação geral de um objeto – foi o primeiro método de investigação científica)

Platão (discípulo de Sócrates, mas optou por Parmênides): para Platão, ser é diferente de pensar (ser ≠ pensar). Segundo Platão, o ‘princípio do ser’ está no céu (pagão), o assim-chamado “topus uranus”. Platão inventou um nome para seu princípio do ser: a idéia. Para Platão, a idéia é um ente real, uma essência perfeita, uma realidade. A idéia existe fora do pensamento, e as idéias estão hierarquizadas. No topo da hierarquia das idéias, está o “BEM” [segundo Santo Agostinho, Deus era esse “bem”]

[Piaget, no século XX, descobriu que as crianças começam a pensar partindo do concreto e indo para o abstrato, exatamente como os filósofos faziam.]

Para os neoplatônicos que têm fé em Deus, o valor é eterno e absoluto, porque é uma das perfeições.

[Para Aristóteles, o mundo das idéias está na cabeça dos homens, e não no céu de Platão. Aristóteles traz as idéias de Platão do céu pagão para a terra.]

A descoberta de Platão foi que os objetos concretos e singulares correspondem a uma forma universal deles próprios.

Por sua vez Aristóteles, corrigindo Platão, mostrou que a forma universal dos objetos está presente em cada um dos objetos, e é apreendida pela razão humana quando esta formula o conceito do objeto.

Platão inventou a palavra “idéia”, que tem um significado diferente do conceito de idéia que temos hoje.

O exercício da razão na filosofia (que rejeita a mitologia) está, porém, embebido no contexto cultural da época (ex.: geocentrismo, teoria das reencarnações, etc.).

A ciência, embora progrida, encontra muitas vezes seus meios de expressão através da religião (que é a cultura dominante em certa época).

(6)

“Essência Platônica”: conceito de idéia que não está no pensamento, sendo pois independente dele.

Hoje, a maioria das pessoas sabe que a idéia é uma ‘abstração’.

Platão descobriu que cada objeto singular tem uma forma universal, ou seja, a forma universal dos objetos.

A ‘idéia universal’ dos objetos é produto da razão humana.

Entramos em contato com os objetos pela primeira vez, principalmente ao ouvir o nome dos objetos. Conseqüentemente, quem tem um vocabulário amplo, conhece maior número de objetos. E, quanto mais rica uma língua for, mais objetos se podem conhecer através dela.

O valor tem uma relação muito estreita com o que é moralmente bom, no sentido de que é útil e necessário para a sobrevivência da espécie. Por exemplo: nas sociedades primitivas, os homens mais fortes e valentes eram valorizados pela sua capacidade de defender seus pares de certos perigos. Hoje, porém, vivemos numa sociedade “do conhecimento”; hoje o mais valorizado é aquele que detém o conhecimento.

Referências

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