• Nenhum resultado encontrado

YARA PATRÍCIA GINANE DE ARAÚJO PERFIL E ATUAÇÃO DOS FEIRANTES SOBRE PRODUTOS ORGÂNICOS NO RN

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "YARA PATRÍCIA GINANE DE ARAÚJO PERFIL E ATUAÇÃO DOS FEIRANTES SOBRE PRODUTOS ORGÂNICOS NO RN"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE ANGICOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS

CURSO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

YARA PATRÍCIA GINANE DE ARAÚJO

PERFIL E ATUAÇÃO DOS FEIRANTES SOBRE PRODUTOS ORGÂNICOS NO RN

ANGICOS / RN 2020

(2)

YARA PATRÍCIA GINANE DE ARAÚJO

PERFIL E ATUAÇÃO DOS FEIRANTES SOBRE PRODUTOS ORGÂNICOS NO RN

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como requisito parcial para obtenção título de Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientador (a): Prof. Dr. Ciro José Jardim de Figueiredo

ANGICOS / RN 2020

(3)
(4)
(5)

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pela força e coragem durante toda esta caminhada, ao meu pai José e a minha mãe Regina por toda confiança e apoio.

(6)

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus por me conceder a vida, saúde e forças para enfrentar os momentos difíceis ao longo de toda graduação e por me fazer entender que quando se tem fé e força de vontade todos os objetivos são alcançados.

Agradeço imensamente a meus pais, Regina e José, por todo apoio e confiança a me depositada, sou muito grata a vocês e todas as minhas conquistas eu dedico a vocês dois.

Agradeço as minhas primas, Jannine e Kaynara, por todo apoio e acolhimento, vocês foram muito importantes na conclusão deste trabalho.

Com todos os ensinamentos adquiridos ao longo da graduação destaco como um dos mais importantes, sozinho é sempre mais difícil, e o senhor Deus me abençoou com pessoas incríveis. Quero deixar explícito meus eternos agradecimentos a Italinara, Baraklein, Jefferson, Julia, Kamylla e Marquinhos vocês contribuíram grandemente no meu crescimento.

E não posso deixar de elucidar as minhas pessoas, as que a Engenharia de Produção me concedeu, Sarah, Dandara, Jenny, Lorenna, Samuel, Deninho e Joel, vocês foram e são muito importantes. Em especial a Rayane e Richard, meus amados amigos, vocês dois desempenharam um papel grandioso em minha vida, nos últimos meses foram vocês que me deram total e pleno apoio, quero dizer que muito obrigada por tudo, amo vocês.

Agradeço ao meu orientador, Ciro José Jardim de Figueiredo, por ter aceitado me orientar e por ser uma pessoa incrível, saiba que sou muito grata a você.

A todos que me ajudaram direta ou indiretamente na realização deste trabalho e aos docentes que contribuíram durante toda essa jornada, meus sinceros agradecimentos. Em especial aos meus queridos e amados professores do curso de Engenharia de Produção da UFERSA campus Angicos.

Agradeço o Prof. Dr. Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira e a Prof. MSc. Annyelly Virginia Brito, por comporem a banca contribuindo para a conclusão deste trabalho.

(7)

“ O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência. ”

(8)

RESUMO

O crescimento da procura por alimentos saudáveis no decorrer dos anos é oriundo da maior preocupação da população com a prevenção de doenças e a melhoria de vida, influenciando no aumento do consumo de produtos orgânicos, no qual os consumidores preferem adquirir estes produtos em feiras livres. Com isso, este artigo teve como objetivo principal avaliar a atuação dos feirantes de algumas cidades do Estado do Rio Grande do Norte, com relação a comercialização e o conhecimento acerca dos produtos orgânicos, como também identificar o perfil dos feirantes. Para tanto, este artigo é um estudo de caso descritivo, de natureza aplicada com abordagem combinada e utiliza o questionário como técnica de coleta de dados. A pesquisa foi desenvolvida em cinco etapas: revisão bibliográfica, escolha das cidades, coleta dos dados, análise dos dados e propostas de melhorias. Ao todo foram entrevistados 90 feirantes e os resultados demonstraram que os mesmos possuem idade acima de 40 anos, baixa escolaridade e com um pouco mais da metade sendo do sexo feminino, apresentando predominância para aquisição dos produtos a compra de terceiros e com pouco conhecimento acerca da produção orgânica.

(9)

The growth in demand for healthy food, over the years, is greater than the population that suffers from disease prevention and life improvement, influences the increase in consumption of organic products, it is not what consumers prefer to use these products at fairs. With this, this article had as main objective to evaluate the perception of the weirdos in some cities of the state of Rio Grande do Norte, in relation to the commercialization and knowledge about organic products, as well as to identify the profile of the weirdos. To this end, this article is a descriptive case study, of an applied nature with a combined and used approach or as a data collection technique. A research was carried out in five stages: literature review, choice of cities, data collection, data analysis and recommendations for improvements. When 90 marketers were interviewed and the results demonstrated with the same items above 40 years old, low education and with a little more than half with the female gender, they are predominant for the purchase of products and purchase of products with little knowledge about organic production.

Keywords: Healthy foods; Organic cultivation; Free fairs. .

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Número de produtores orgânicos registrados no Brasil ... 19

Figura 2 - Evolução da agricultura orgânica ... 24

Figura 3 - Porcentagem de produtos orgânicos mais comercializados no Brasil ... 27

Figura 4 - Estrutura metodológica ... 28

Figura 5 - Etapas da pesquisa ... 29

Figura 6 - Localização das cidades da pesquisa de acordo com o mapa do RN ... 31

Figura 7 - Sexo dos entrevistados ... 34

Figura 8 - Local onde residem ... 35

Figura 9 - Produtos comercializados... 36

Figura 10 - Formas de obtenção dos produtos... 36

Figura 11 - Formas de descarte... 39

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Artigos relacionados com o perfil e atuação dos feirantes ... 22 Quadro 2 - Técnicas de cultivo orgânico ... 25 Quadro 3 - Teste de hipóteses ... 41

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados gerais das cidades e suas feiras livres ... 33

Tabela 2 - Informações dos feirantes ... 34

Tabela 3 - Dados de formas de cultivo ... 38

Tabela 4 - Tabela de contingência tipos de produtos ... 42

Tabela 5 - Tabela de contingência formas de adquirir os produtos ... 42

Tabela 6 - Tabela de contingência formas de armazenamento de produtos... 42

Tabela 7 - Tabela de contingência formas de armazenamento de produtos... 43

Tabela 8 - Tabela de contingência formas de cultivo dos fornecedores ... 43

Tabela 9 - Tabela de contingência formas de cultivo dos feirantes ... 43

Tabela 10 - Valores esperados para tipos de produtos ... 44

Tabela 11 - Valores esperados para formas de adquirir produtos ... 45

Tabela 12 - Valores esperados para formas de armazenamento de produtos ... 45

Tabela 13 - Valores esperados para local de origem dos fornecedores ... 45

Tabela 14 - Valores esperados para formas de cultivo dos fornecedores ... 46

Tabela 15 - Valores esperados de formas de cultivo dos feirantes ... 46

(13)

LISTA DE SIGLAS

APROFAM Associação dos Produtores Orgânicos Familiares de Mossoró

CECAFES Central de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária

EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IFOAM Fundação da Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MIPD Manejo Integrado de Pragas e Doenças

ORGANIS Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e Sustentável SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SNA Sociedade Nacional de Agricultura

(14)

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 16 1.1 Objetivos ... 17 1.1.1 Objetivo Geral ... 18 1.1.2 Objetivos Específicos ... 18 1.2Justificativa ... 18

1.3Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso ... 19

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 21

2.1 Feiras Livres ... 21

2.2 Histórico e Formas de cultivo orgânico ... 23

2.3 Produtos orgânicos comercializados em feiras livres ... 26

3. MÉTODO DE PESQUISA ... 28

3.1 Caracterização da pesquisa ... 28

3.2 Procedimentos da pesquisa e coleta de dados... 29

4. RESULTADOS ... 31

4.1 Apresentação dos locais de estudo ... 31

4.2 Fator das Feiras livres ... 32

4.3 Dados descritivos ... 33

4.4 Inferência dos dados ... 40

4.5 Proposições ... 47

4.6 Parcerias públicas ... 49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 51

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ... 56

(15)

1. INTRODUÇÃO

A procura por alimentos saudáveis vem ganhando atenção no decorrer dos anos, este fato acontece devido a maior preocupação da população com a prevenção de doenças e a melhoria de vida. Dessa forma, a busca por alimentos livres de agrotóxicos torna-se tendência entre os consumidores (ALMEIDA et al., 2018).

De acordo com um estudo da agência de pesquisa Euromonitor, o consumo de alimentos saudáveis no Brasil apresentou um crescimento de 98% de 2009 a 2014, tornando-se um mercado de grandes oportunidades no país (SEBRAE, 2019). Em 2017, este mesmo segmento movimentou 92,5 bilhões só no Brasil e espera-se que até 2022 apresente um crescimento de 3% (EXAME, 2018).

Um exemplo destes alimentos saudáveis são os produtos orgânicos. Estes por sua vez tiveram início na década de 1940, mas somente na década de 1990 que se alcançaram proporções significativas, sendo uma das causas foi à divulgação dos riscos que os agrotóxicos refletem na saúde (RODRIGUES et al., 2009).

Segundo Darolt (2003), a definição de produtos orgânicos vai além de alimentos produzidos sem a presença de agrotóxicos, é o resultado da mudança da forma de conscientização de como produzir, procurando o equilíbrio entre água, plantas, animais, insetos e o solo.

No Brasil dentre os produtos orgânicos comercializados, destacam-se os alimentos in

natura (frutas, verduras e legumes), os processados da soja, açúcar, arroz, café e cacau, os

originários da pecuária e da criação de pequenos animais, como também do extrativismo, na qual objetiva não prejudicar o meio ambiente, não comprometer os recursos naturais e respeitar as características socioeconômicas da comunidade local (IBGE, 2011).

Com base nos estudos desenvolvidos por Costa et al. (2013) e Reis, Pastro e Segato (2014), os consumidores preferem adquirir os produtos orgânicos através de feiras livres, estes consumidores justificam que os produtos são mais frescos e destacam também que os supermercados não oferecem essa condição.

Além da preferência por produtos mais frescos, os consumidores apresentam outros atrativos para escolha de feiras livres aos mercados tradicionais, como a suposição de que os produtos comercializados nas feiras livres são cultivados sem o uso ou com um menor intensivo de agrotóxicos e preços mais acessíveis (ROCHA et al. 2010).

(16)

17

Apesar da modernidade presente no cotidiano, as feiras sobrevivem dentro das cidades e em alguns casos são a principal forma de comércio local. No Brasil, a feira livre enquadra-se como modalidade de mercado varejista ao ar livre e com periodicidade semanal (MASCARENHAS; DOLZANI, 2008).

A administração destas feiras acontece através de parcerias entre o poder público local, as associações de produtores e instituições de apoio (SACCO dos ANJOS et al., 2005). Vale ressaltar a importância de políticas públicas de apoio aos feirantes, como forma de conceder que estes utilizem as feiras livres com uma maior qualidade e menor custo, obtendo formas de tornar o mercado de alimento cada vez mais acessível, aumentando os diversos hábitos para o consumo e valorização dos feirantes (RIBEIRO et al., 2005).

Como citado anteriormente, o consumo de produtos orgânicos vem crescendo comumente no Brasil. Na região Nordeste, esse canal de comercialização vem ganhando forças, principalmente pelas mudanças no perfil dos agricultores familiares, destacando que a grande maioria dos agricultores que trabalham com a produção de orgânicos são produtores familiares (NAVAS et al., 2015).

A agricultura familiar é tida como forma mais adequada de ocupação social do espaço agrário, por proporcionar uma maior abrangência relacionada a oferta de alimentos à população, produzidas sob formas de cultivo sustentável e alimentos de qualidade (MALUF, 2004).

No entanto, para os produtores e comerciantes mais tradicionais a produção destes alimentos orgânicos ainda é vista como pouco lucrativa isso ocorre por decorrência da necessidade de maior envolvimento de mão-de-obra, consequentemente maior cuidado para a produção, pela falta de conhecimento de determinado assunto e pouca capacidade de adaptação às frequentes mudanças (SEDUYAMA; SANTOS; LIMA, 2014).

Diante do exposto, este trabalho define como objeto de estudo os feirantes e as atuações dos mesmos com relação a produção e comercialização de produtos orgânicos.

1.1 Objetivos

(17)

1.1.1 Objetivo Geral

Avaliar a atuação dos feirantes com relação aos produtos orgânicos em feiras livres localizadas em algumas cidades do Estado do Rio Grande do Norte, bem como conhecer o perfil social dos mesmos.

1.1.2 Objetivos Específicos

● Levantar as formas de cultivo de produtos orgânicos;

● Avaliar a atuação e o conhecimento dos feirantes das referidas cidades visitadas, com relação aos produtos orgânicos;

● Identificar as principais deformidades com relação ao comércio destes produtos; ● Propor sugestões direcionadas aos feirantes e o poder público.

1.2 Justificativa

Conforme destacado, o crescimento do segmento de alimentos orgânicos tem favorecido o crescimento do número de feirantes que produzem e comercializam tal tipo de produto. Nesse sentido, a Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), por meio do site OrganicsNet (2011), evidenciam três mecanismos de controle para a garantia da qualidade orgânica são: Certificação por Auditoria, Sistemas Participativos de Garantia e o Controle Social na venda direta, sendo o último voltado para os produtores familiares.

Os sistemas de produção orgânica no Brasil são regulamentados pela Lei Federal nº. 10.831, de 23 de dezembro de 2003, na qual aborda que os produtos orgânicos nacionais ou estrangeiros devem apresentar o selo federal do SisOrg nos rótulos. Sendo dispensados do selo apenas os agricultores familiares, que são produtores que não podem vender para terceiros, somente em feiras ou para serviços do governo, e devem portar uma declaração de cadastro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), objetivando a comprovação de responsabilidade pela produção (BRASIL, 2003).

De acordo com o MAPA (2019), em sete anos o número de produtores orgânicos cadastrado no ministério triplicou, como ilustra na Figura 1 a seguir:

(18)

19

Figura 1 - Número de produtores orgânicos registrados no Brasil

Fonte: MAPA (2019).

Observa-se na Figura 1 um crescimento com relação aos cadastros dos agricultores familiares ao longo dos anos, mas o número de produtores orgânicos no Brasil pode ser bem maior. Antes da Lei Federal nº. 10.831/2003 entrar em vigor, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou 90 mil produtores que se autodeclaram como orgânicos.

Diante deste elevado número de produtores que se autodeclaram como orgânicos, a justificativa desta pesquisa de dá por analisar a atuação dos feirantes sobre os produtos orgânicos e com isso averiguar o quantitativo de produtores orgânicos presentes nas feiras livres.

1.3 Estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso

O trabalho está estruturado em cinco capítulos:

Capítulo 1- Este capítulo inicial apresenta uma contextualização acerca dos temas Feiras livres e Produtos orgânicos, alguns dados estáticos e outras questões relevantes para o capítulo, em seguida o problema e os objetivos, geral e específico, e por fim, a justificativa com relação ao tema proposto.

Capítulo 2- Aborda uma Revisão da Literatura, no qual é constituído pelos seguintes pontos: Feiras livres, Histórico e formas de cultivo orgânicos e Produtos orgânicos comercializados em feiras livres. 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 18.000 20.000 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

(19)

Capítulo 3- Exibe o Método de Pesquisa do referido trabalho, composto pela Classificação da pesquisa de acordo com sua natureza, objetivo, abordagem e procedimento, as etapas da mesma e as formas de análise dos dados coletados.

Capítulo 4- Apresenta os Resultados e as discussões, a aplicação das análises descritivas e não paramétrica nas amostras coletas nas feiras livres das cidades mencionadas.

Capítulo 5- Refere-se as Considerações finais acerca dos objetivos propostos relacionados com os resultados alcançados, dificuldades encontradas e recomendações de futuros trabalhos.

(20)

21

2. REVISÃO DA LITERATURA

Esta seção evidenciará a revisão da literatura com base nos temas relevantes para temática deste trabalho. Diante disso, os tópicos foram divididos na seguinte sequência: feiras livres, histórico e formas de cultivo e produtos orgânicos comercializados em feiras livres. 2.1 Feiras Livres

O surgimento das feiras livres deu-se como forma de satisfazer as necessidades de trocas de mercadorias entre pessoas (GALANTE, 2006). Com base nas afirmações de alguns especialistas, essa prática de comércio ocorria no Oriente Médio desde 500 a.C, na qual eram vendidos alimentos, animais, artesanatos, trocas e barganhas, é considerada uma das técnicas de comercialização de produtos agrícolas primordiais (BRASIL ESCOLA, 2016).

No Brasil, as feiras livres possuem indícios desde o tempo da colônia, onde tal prática sobrevive até os dias atuais. Mesmo com a modernização ao longo dos anos, esta atividade continua presente, responsável por desempenhar funções importantes na consolidação econômica e social, principalmente no setor de pequenos e médios agricultores (GODOY e ANJOS, 2007).

De acordo com Sayuri (2010), no Brasil algumas feiras livres são tidas como pontos turísticos para quem visita as cidades brasileiras, como Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Aracaju, Teresópolis, Campo Grande (MS), Rio Grande do Sul. Elas se caracterizam pelo espaço que estão situados e pela presença de produtores, na qual ocorrem as vendas de produtos, além de adquirir experiências ao longo do processo de comercialização.

De acordo com os autores supracitados, Godoy e Anjos (2007), ainda que as feiras livres desempenhem uma importância socioeconômica, são poucos os trabalhos de pesquisa voltados para esta área. Diante dessa afirmação foi realizado um levantamento dos estudos referentes ao tema do perfil e percepção dos feirantes, como forma de analisar o quantitativo de pesquisas existentes.

As pesquisas selecionadas apresentam resultados semelhantes quando direcionados a avaliação do perfil dos feirantes, idade acima de 40 anos, baixa escolaridade e com relação ao sexo os resultados foram divididos, algumas pesquisas como a de Dias et al. (2017) e Silva et al. (2017) apresentaram predominância do sexo feminino entre os feirantes, já os estudos de Silva et al. (2014) e Nascimento et al. (2017) destacaram o sexo masculino como predominância.

(21)

Com relação ao trabalho de Santos et al. (2015), que possui o objetivo de avaliar a atuação dos feirantes com relação aos produtos orgânicos e a origem dos produtos, concluiu-se que os feirantes entrevistados não sabem da origem dos produtos comercializados, bem como, muitos deles, não tem conhecimento de produção orgânica e apenas uma pequena parcela de feirantes produzem seus produtos.

Quadro 1 - Artigos relacionados com o perfil e atuação dos feirantes

Título Autor Objetivo Periódico

Perfil e percepção dos feirantes em relação ao

trabalho e segurança alimentar e nutricional nas

feiras livres

Campos et al. (2017)

Descrever o perfil socioeconômico e demográfico dos feirantes e suas percepções sobre o trabalho e sobre

as condições de segurança alimentar e nutricional nas feiras da

cidade de Juiz de Fora (MG).

HU Revista

Percepção dos feirantes sobre as novas feiras agroecológicas da Grande

Vitória-ES

Bonadiman et al. (2017)

Validação da percepçãp dos feirantes sobre as novas feiras agroecológicas da Grande Vitória.

Cadernos de Agroecologia

Percepção dos feirantes de Picuí - Paraíba sobre produtos orgânicos e práticas agroecológicas

Santos et al. (2015)

Avaliação da percepção dos feirantes do município de Picuí, Paraíba sob a perspectiva de seu

conhecimento em produtos orgânicos e a origem dos produtos

comercializados.

Cadernos de Agroecologia

Perfil socioeconômico dos feirantes e consumidores da

Feira do Produtor de Passo Fundo, RS

Rocha et al. (2010)

Obter o perfil socioeconômico dos feirantes e consumidores da Feira

do Produto de Passo Fundo, RS.

Ciência Rural

Perfil e percepções dos feirantes em relação a feira livre dos municípios de São Pedro do Sul (RS) e Santo

Augusto (RS)

Silva et al. (2014)

Identificação e compreensão de como se manifestam as cadeias curtas de abastecimento através das feiras livres, as relações com outros mercados, o perfil socioeconômico

e percepções dos feirantes.

Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas- UFSM

Perfil dos feirantes de hortaliças do município de

Alegre - ES

Nascimento et al. (2017)

Caracterizar o perfil dos vendedores de hortaliças na feira livre do

município de Alegre - ES

Cadernos de Agroecologia

(22)

23

Perfil social e percepção de feirantes sobre agricultura

de base orgânica e agroecológica

Almeida et al. (2018)

Conhecer a percepção de feirantes sobre agricultura de base orgânica e agroecológica em feira livre de duas

cidades alagoanas.

Ciência Agrícola, Rio

Largo

Perfil dos comerciantes da feira livre do município de

Januária, MG

Dias et al. (2017)

Traçar um perfil dos comerciantes da feira livre do município de Januária - MG, quanto às suas características sociais, produtivas e

de comercialização. XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica Perfil socioeconômico dos

feirantes da feira livre da quatorze de março, Capanema, Pará, Brasil

Silva et al. (2017)

Análise do perfil socioeconômico dos feirantes de uma feira livre

localizada no Estado do Pará.

II Congresso Internacional das Ciências

Agrárias Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Após o levantamento dos artigos presentes no Quadro 1, pôde-se concluir que são poucos as pesquisas voltadas para atuação dos feirantes, há um número maior de artigos voltados aos consumidores.

2.2 Histórico e Formas de cultivo orgânico

Existem duas maneiras ou perspectivas de produzir, a produção convencional e a orgânica, diferenciando-se principalmente pelo fato de que a agricultura orgânica considera outros censos além do econômico, enquanto na agricultura convencional tem este como fator chave. No sistema orgânico, necessita de fatores mais importantes, como é o caso da preservação de outras espécies, qualidade da água, recuperação do solo (DULLEY, 1997).

A agricultura orgânica vem desenvolvendo-se no mundo ao longo dos anos, a Figura 2 apresenta a evolução da denominação desta agricultura.

(23)

Figura 2 - Evolução da agricultura orgânica

Fonte: Elaborado pela autora com base nos autores Saminez et al. (2007); Ormond et al. (2002); Paschoal (1994).

O surgimento da agricultura orgânica ocorreu nos anos de 1925 e 1930, os primeiros trabalhos sobre tal assunto foi os do inglês Albert Howard, ressaltando a importância da matéria orgânica nos processos produtivos. Nesta mesma época ocorreu o surgimento da agricultura alternativa, que tinha como objetivo a conscientização do não uso da adubação química (SAMINEZ et al., 2007).

Na França em meados da década de 1920 surgiu a agricultura biológica, que utilizava em sua produção os adubos verdes, estercos, restos de culturas, palhas e outros resíduos vegetais e animais, bem como o controle natural de pragas e doenças. Em 1924 surgiu na Alemanha a agricultura biodinâmica, que utilizava da influência do sol e da lua como forma de equilíbrio produtivo (ORMOND et al., 2002).

De acordo com o mesmo autor, no Japão, em 1935, foi marcada pela agricultura natural, na qual acreditava-se na existência e influência de espíritos, seja animal ou vegetal. Na Austrália surgiu a permacultura, agricultura integrada ao meio ambiente, na qual considerava-se a direção do sol e dos ventos para determinar o local da plantação no terreno. Em 1972, surgiram na Europa os primeiros produtos denominados orgânicos. A Fundação da Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM), juntamente com setores de produção, processamento e comercialização, consolidou a agricultura orgânica no continente (PASCHOAL, 1994).

AGRICULTURA BIOLÓGICA FRANÇA AGRICULTURA BIODINÂMICA ALEMANHA AGRICULTURA NATURAL JAPÃO PERMACULTURA AUSTRÁLIA AGRICULTURA ORGÂNICA EUROPA

(24)

25

No Brasil, a agricultura orgânica ganhou um crescimento considerável a partir dos anos 2000. Atualmente, o país vem ganhando forças como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos, com isso o governo brasileiro oferece financiamento especiais para a transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica, vale ressaltar que 75% de toda a produção pertence a agricultores familiares (SEBRAE, 2017).

Esses por sua vez utilizam técnicas de manejo para o cultivo desses produtos. Os autores Lima e Sabino (2010), abordam no Manual da Agricultura Orgânica que primeiramente o solo precisa passar por uma adequação, que consiste em minimizar o uso de mecanização, estimular o plantio direto, o uso da tração animal nas atividades e a aplicação de compostos e produtos permitidos.

Com base nos autores supracitados, destacam-se algumas formas de manejo, o Quadro 2 a seguir ilustra algumas dessas técnicas.

Quadro 2 - Técnicas de cultivo orgânico

DENOMINAÇÃO TÉCNICA VANTAGEM

Rotação e Consorciação

Alternância de culturas no tempo e no espaço (grupos de plantas na mesma área)

Melhoria da fertilidade do solo; melhoria da estrutura física do solo; controle da erosão; redução de insetos pragas, doenças e plantas

invasoras

Compostagem

Mistura de materiais ricos em carbono com materiais ricos em nitrogênio, como: bagaço de cana, serragem,

folhas secas, capins, chorume Ciclagem de materiais presentes na propriedade; produto livre de contaminantes; melhora a capacidade de retenção de água no solo Adubação verde

Plantas apropriadas são cultivadas e incorporadas

ao solo

Aumenta o teor de matéria orgânica do solo; aumenta a resistência das plantas; protege o solo da ação das

chuvas Vermicomposto Húmus de minhoca

Removem a terra (camada superficial); constroem

túneis facilitando a penetração de ar e água

Proteção dos solos

O solo precisa ser protegido e conservado,

como: práticas de cobertura morta, confecção

de quebra-ventos,

Evitar ventos forte que arrastam a umidade e gás

carbônico das plantas e contra as erosões causadas

(25)

construção de curva de nível

Cobertura do solo

Cobertura viva, com adubos verdes, culturas consorciadas, ou através da cobertura morta, como o uso de palhas e cama de

animais (estábulos)

Proteger o solo de raios solares; impacto da chuva;

manutenção de temperatura ideal para raízes e para atividade

microbiana

Proteção dos mananciais hídricos e cobertura

vegetal

No manejo da propriedade, fazer a proteção dos mananciais hídricos

presentes, como florestamento e reflorestamento de áreas.

Reconstituição de matas ciliares de rios, riachos

A água a ser utilizada para irrigações e de limpeza e

beneficiamento dos produtos orgânicos deverá

ser de boa qualidade, sendo necessárias análises

laboratoriais para evitar problemas de contaminação cruzada

Fonte: Adaptado de Lima e Sabino (2010).

Segundo Lima e Sabino (2010), os métodos presentes no Quadro 2, possuem o objetivo em comum de diminuir a proliferação de pragas e consequentemente doenças. Mas, até essas técnicas estarem em equilíbrio total, podem ocorrer algum aparecimento de pragas. Caso isso venha acontecer, existem procedimentos recomendados para o controle, como:

● Diversificação dos sistemas produtivos pelo cultivo de várias espécies vegetais; ● Evitar a todo custo a monocultura;

● Uso de técnicas que utilizam métodos físicos e mecanismos como armadilhas luminosas, controle com uso de adesivos, uso do calor, frio;

● Medidas de ação de combate como o Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD), o uso do Controle Biológico (usando-se fungos, bactérias e vírus indicados para o controle de pragas e doenças). Todos os produtos utilizados deverão estar recomendados na legislação de orgânicos.

O autor Rivera (2014), defende que a agricultura orgânica não se caracteriza apenas por suas técnicas, mas sim pela conscientização sobre o princípio da vida. Visto que eliminar o consumo de agrotóxicos e fertilizantes artificiais contribui significantemente para uma melhor qualidade de vida.

2.3 Produtos orgânicos comercializados em feiras livres

Os índices de crescimentos relacionados com a produção e o consumo de produtos orgânicos vêm aumentando cada vez mais, tanto no Brasil como no exterior. Anualmente, o

(26)

27

mercado mundial lucra 80 bilhões de dólares, no qual 3 bilhões são referentes ao lucro nacional (SEBRAE, 2018).

Diante deste cenário o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), realizou uma pesquisa com 1.142 produtores orgânicos e concluiu que os canais de vendas mais utilizados são as feiras convencionais caracterizadas pelas vendas diretas ao consumidor e feiras voltadas somente para a comercialização de produtos orgânicos, representando 72% e 55%, respectivamente.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e Sustentável (Organis), as regiões Sul e Centro Oeste formam as maiores consumidoras de orgânicos do Brasil e o Sudoeste apresentou o menor índice de consumo. Esta pesquisa foi realizada no ano de 2017 e foi à única pesquisa direcionada a atuação de consumo de orgânicos do país (ORGANIS, 2017).

A Figura 3 ilustra quais os principais produtos orgânicos comercializados de acordo com os dados da pesquisa anteriormente citada.

Figura 3 - Porcentagem de produtos orgânicos mais comercializados no Brasil

Fonte: ORGANIS (2017).

Como se pode observar na Figura 3 acima, as verduras são os principais alimentos consumidos, alface, rúcula e brócolis. Em seguida, os legumes, frutas (bananas e maçãs) e cereais, como o arroz.

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

(27)

3. MÉTODO DE PESQUISA

Neste ponto será abordado de forma detalhada como ocorreu a caracterização da pesquisa e suas etapas.

3.1 Caracterização da pesquisa

Conforme os autores Turrioni e Mello (2012), a classificação do presente estudo vai de acordo com a natureza, objetivos, abordagem e ao método. A Figura 4 ilustra a metodologia do trabalho, que se classifica como natureza aplicada devido ao interesse prático de avaliar a atuação e perfil dos feirantes com relação aos produtos orgânicos. A natureza aplicada da pesquisa evidencia que os resultados das investigações científicas sejam empregados para solucionar possíveis problemáticas.

Figura 4 - Estrutura metodológica

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Com relação aos objetivos da pesquisa possui classificação descritiva, visto que este tipo de pesquisa tem como foco descrever características de determinada população e suas relações de acordo com variáveis, exigindo do investigador uma série de informações sobre que deseja pesquisar (GIL, 2008). Sendo assim a mais adequada para o trabalho em questão, já que se trata de uma análise sobre atuação e perfil de uma determinada população com relação a uma variável.

Quanto ao método, classifica-se como estudo de caso, pois consiste em uma investigação empírica na qual objetiva-se um conhecimento mais amplo e detalhado do assunto (GIL, 2010; TURRIONI; MELLO; 2012). No que se refere à abordagem, esta pesquisa possui abordagem combinada, pois se utiliza métodos e técnicas estatísticas em

Aplicada NATUREZA Descritiva OBJETIVOS Quantitativa ABORDAGEM Estudo de caso MÉTODO Qualitativa

(28)

29

algumas etapas da pesquisa e a análise tem como foco a compreensão dos feirantes (TURRIONI, MELLO; 2012).

3.2 Procedimentos da pesquisa e coleta de dados

O estudo é composto por cinco etapas: (I) Revisão da literatura, (II) Escolha das cidades, (III) Coleta dos dados, (IV) Análise dos dados e (V) Proposta de melhorias. A Figura 5 representa o fluxograma das etapas deste trabalho.

Figura 5 - Etapas da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Para o desenvolvimento dessa pesquisa inicialmente foi feita na etapa (I), uma revisão da literatura com o objetivo de levantar informações necessárias para auxiliar o estudo, como as formas de cultivo dos produtos orgânicos, as certificações necessárias, situação dos feirantes no Brasil e principais produtos comercializados.

A etapa (II), caracteriza-se pela escolha das cidades para se prosseguir com a pesquisa, foram escolhidas as feiras livres das respectivas cidades, Assú, Angicos, Caicó e Natal. A escolha das cidades é justificada de acordo com os seguintes pontos: Angicos por ser a cidade sede da Universidade na qual originou-se a ideia para tal trabalho, Caicó e Assú por possuírem destaque em suas feiras livres locais e Natal por possui uma Central de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária (CECAFES).

Após as cidades definidas foi realizado na etapa (III), a coleta dados, o principal instrumento utilizado foi a aplicação do questionário (APÊNDICE A), a aplicação ocorreu através de visitas in loco, na qual foi realizado observações voltadas ao ambiente de trabalho. Estas visitas ocorreram no período de um mês, correspondendo ao final do mês de outubro ao final do mês de novembro do ano de 2019.

I- Revisão da literatura II- Escolha das cidades III- Coleta dos dados IV- Análise dos dados V- Propostas de melhorias

(29)

O questionário era dividido nas seguintes partes, caracterização do perfil dos feirantes, as formas de adquirir, cultivar e armazenar seus produtos e o conhecimento a respeito dos produtos orgânicos e apoio de políticas públicas. Cabe ressaltar que não foi aplicado testes para validação do questionário, devido ao tamanho populacional, consistência dos dados e homogeneidade dos mesmos.

Posteriormente na etapa (IV), ocorreu a análise dos dados coletados, uma análise descritiva dos dados e uma análise não paramétrica. Por fim, na etapa (V), após os resultados extraídos dessas análises, foi realizado discussões e o levantamento de propostas de melhorias ao longo do tema.

(30)

31

4. RESULTADOS

Neste capítulo será apresentado os resultados e discussões, para tanto, foi dividido do seguinte modo: apresentação dos locais de estudo, fator das feiras livres, dados descritivos, inferência dos dados e proposições.

4.1 Apresentação dos locais de estudo

A realização do presente estudo ocorreu no Estado do Rio Grande do Norte, como supracitado, nas cidades de Assú, Angicos, Caicó e Natal. A Figura 6 ilustra a localização das cidades citadas com relação ao mapa do RN.

Figura 6 - Localização das cidades da pesquisa de acordo com o mapa do RN

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

De acordo com o último censo demográfico do IBGE, a cidade de Assú em 2010 era composta por 53.227 habitantes, com estimativa para o ano de 2019 de 58.017 habitantes. A mesma situa-se na mesorregião do oeste potiguar, mais precisamente na microrregião do Vale do Assú, suas principais fontes de renda é a exploração petrolífera, fruticultura e a pesca.

Com relação a cidade de Caicó, a mesma localiza-se na mesorregião do central potiguar e na microrregião do Seridó ocidental, sendo popularmente conhecida como a capital do Seridó. Em 2010 sua população era composta por 62.709 habitantes e com estimativa de 67.952 habitantes para o ano de 2019, sua economia gira em torno do comércio (IBGE, 2010).

(31)

Assim como Caicó, a cidade de Angicos também se localiza na mesorregião do central potiguar, conhecida como o coração do RN, sua população estimada para 2019 era de 11.714 habitantes, possui destaque por ser a cidade do pêlo, uma fruta típica da região, na economia o setor de serviços se sobressai diante da indústria e agropecuária.

Por fim, a cidade de Natal, localizada na mesorregião do leste potiguar, é a capital do Estado do RN, com população estimada para o ano de 2019 de 884.122 habitantes. A região metropolitana de Natal é responsável pelo maior percentual do PIB do Estado, na qual concentra a atividade industrial do RN, com destaque para os produtos têxteis, bebidas, agroindústrias e indústrias de automóvel, destacando também o turismo, já que a cidade possui maravilhosas praias (IBGE, 2010).

4.2 Fator das Feiras livres

Inicialmente, foi realizada a aplicação do questionário na feira livre da cidade de Angicos, está por sua vez acontece duas vezes na semana, nos dias de sexta-feira e sábado, foi selecionada a sexta-feira como melhor dia por possuir um maior número de feirantes em comparação com o sábado. O início da feira acontece por volta de 17h30min e estende-se até por volta de 22h30min, a organização da feira acontece no centro da referida cidade, ao lado da praça principal. Não é cobrado taxa da prefeitura com relação a ponto ou algo semelhante.

A próxima feira a ser visitada foi a da cidade de Caicó, está por sua vez acontece todos os dias da semana e tem início na madrugada estendendo-se até por volta de 13:00 horas, a pesquisa foi realizada no sábado por ser o dia de maior público, tanto de feirantes como de consumidores. A feira acontece em uma das ruas de comércio mais movimentada da cidade, englobando feirantes da cidade e cidades circunvizinhas. Diferente de Angicos, a feira livre na cidade de Caicó possui cobrança de taxa, referente a montagem e desmontagem das barracas, cobrança realizada pela prefeitura do município.

Em seguida, foi realizado a aplicação do questionário na feira livre presente no CECAFES, localizado na cidade de Natal, que se caracteriza por ser um espaço de comercialização de alimentos saudáveis, produzidos por agricultores familiares de várias cidades do Estado, acontece de segunda à sábado de 06:00 horas às 14:00 horas, a visita ocorreu na sexta-feira e semelhante a Angicos não há cobrança de taxa com relação ao ponto ou algo relacionado a infraestrutura.

Com isso, resta-se a feira livre da cidade de Assú, que similar ao CECAFES de Natal é realizada todos os dias da semana exceto um dia, a sexta-feira, das 05:00 horas às 12:00

(32)

33

horas, a visitação ocorreu no sábado por ser o dia de maior movimento na cidade. Recentemente a feira passou por uma reforma, deixou de ser em barracas no centro da cidade, como ocorre em Angicos e Caicó e passou a ser em uma estrutura apropriada para os feirantes, está estrutura foi construída com o apoio do Governo do Estado e não há cobrança de taxas.

Conforme a caracterização das cidades e suas respectivas feiras livres é sintetizado na Tabela 1 abaixo os dados gerais, a fim de facilitar a compreensão das realidades locais e com isso continuar com o estudo e seguir os tratamentos dos dados presentes no próximo ponto.

Tabela 1 - Dados gerais das cidades e suas feiras livres

Cidades Angicos Natal Assú Caicó População estimada para 2019 (IBGE,2010) 11.714 884.122 58.017 67.952 Feira-livre (Periodicidade) Sexta-feira e Sábado Segunda à Sábado Sábado à Quinta Todos os dias Feira-livre (Horário) 17:30 às 22:30 06:00 às 14:00 05:00 às 12:00 04:00 às 13:00 Dia da realização da pesquisa

Sexta-feira Sexta-feira Sábado Sábado

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020) e IBGE (2010).

4.3 Dados descritivos

O foco desta pesquisa constituiu em averiguar o perfil social e a atuação dos feirantes com relação aos produtos orgânicos comercializados, através da aplicação de um questionário. No total foram visitadas quatro feiras livres, em quatro cidades e cerca de 90 feirantes responderam ao questionário. A Tabela 2, apresenta o quantitativo de feirantes entrevistados de acordo com cada cidade.

(33)

Tabela 2 - Informações dos feirantes

Município Angicos Caicó Natal Assú Quantidade de

feirantes entrevistados

16 31 11 32

Quantidade total 90

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

O primeiro ponto analisado foi em relação ao sexo, verificou-se que de forma geral um pouco mais da metade foi do sexo feminino representando 55,56% (n=50) dos respondentes. Somente na cidade de Caicó que os homens sobressaíram as mulheres, apresentando 54,84% (n=17) dos entrevistados. A Figura 7, expõe o sexo dos entrevistados de cada cidade.

Figura 7 - Sexo dos entrevistados

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Com relação à idade a maioria dos feirantes apresentou idade acima de 40 anos. Já com base na escolaridade foi constatado em todas as feiras livres visitadas que grande parte dos feirantes não concluiu o ensino fundamental, apresentando assim 48,89% (n=44), seguidos de 17,78% (n=16) que possuem ensino médio incompleto. De todos os entrevistados apenas a feira livre da cidade de Natal que apresentou um feirante com ensino superior completo.

Em seguida, questionou-se em qual local os feirantes residiam, na própria cidade da coleta, cidades circunvizinhas, zona rural ou outro Estado, concluiu-se que 61,11% (n=55)

44,44 % 37,50% 37,50% 45,45% 54,84% 55,56% 62,50% 62,50% 54,55% 45,16% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%

Geral Assu Angicos Natal Caicó

(34)

35

de todos os entrevistados residiam na própria cidade em que originou a pesquisa, apenas a cidade de Angicos que apresentou a opção de cidades circunvizinhas como destaque dentre as demais opções, sendo a cidade de Lagoa Nova a que apresentou um número maior de residentes. A Figura 8 apresenta o local onde os feirantes residem.

Figura 8 - Local onde residem

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Como abordado anteriormente a pesquisa ocorreu através de visitas in loco e por observações, por meio dessas observações se constatou que 86,67% (n=78) dos feirantes armazenam seus produtos em caixas de plástico e foi possível analisar quais os principais produtos comercializados pelos feirantes dentre as opções, frutas, verduras, legumes, misto (mais de uma opção) e produtos de origem animal (nata, manteiga), com isso afirma-se que 56,67% (n=51) de todos os feirantes trabalham com produtos mistos, desses 38 trabalham com verduras e legumes e 13 trabalham com legumes e frutas.

Vale salientar que nas feiras livres das cidades de Angicos e Natal nenhum dos feirantes trabalhava apenas com legumes e sim com produtos mistos, legumes e verduras. A seguir, a Figura 9 representa a porcentagem em relação aos tipos de produtos comercializados. 36,67% 31,25% 56,25% 36,36% 32,26% 61,11% 68,75% 43,75% 45,45% 67,74% 2,22% 18,18% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%

Geral Assu Angicos Natal Caicó

(35)

Figura 9 - Produtos comercializados

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Quando questionados sobre a forma de obtenção dos seus produtos, 84% (n=76) dos entrevistados afirmaram que compram de terceiros, 9% (n=8) afirmaram produzir os seus produtos e 7% (n=6) informaram que possuem produtos comprados e outros de sua própria produção. Com base nesses dados conclui que 82 feirantes compram seus produtos e 14 produz. Como se pode observar na Figura 10.

Figura 10 - Formas de obtenção dos produtos

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020). 24,44% 34,38% 12,50% 29,03% 5,56% 6,25% 6,25% 18,18% 10,00% 18,75% 9,68% 56,67% 40,63% 81,25% 81,82% 51,61% 3,33% 9,68% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%

Geral Assu Angicos Natal Caicó

Frutas Verduras Legumes Misto Produtos de origem animal (Nata, manteiga, queijo)

9%

84% 7%

(36)

37

Aos feirantes que possuem a compra como forma de obtenção dos produtos, foi questionado se os mesmos possuem fornecedores fixos e se sim, de qual local. Desses 40% (n=36) não possuem fornecedor fixo e os demais adquirem por meio de fornecedores oriundos de outros Estados, cidades circunvizinhas, zona rural, na própria cidade onde ocorre a feira, cooperativas, associações e Ceasa.

Na cidade de Angicos 9 dos 16 feirantes entrevistados, informaram que seus produtos possuem dois fornecedores, o fornecedor de tomate, cebola e banana reside em outro Estado, nesses por sua vez são utilizados fertilizantes químicos, o segundo fornecedor são as associações no qual são adquiridas as folhagens, alface e o coentro, como também limões, estes cultivados de forma natural, ou seja, orgânicos. Nenhum dos feirantes presentes em Angicos produz seus produtos.

Em Natal, dos 11 feirantes entrevistados, 6 afirmaram comprar de terceiros e 5 informaram que produzem e compram o que vendem. Os feirantes que produzem seus produtos disseram que a forma de cultivo é natural, livre de agrotóxicos e os produtos comercializados são macaxeira e folhagens como: alface, coentro e cebolinha. Aos que compram 5 admitiram que adquirem seus produtos de cooperativas.

Com relação a Assú, dos 32 entrevistados, apenas 1 afirmou produzir o que vendia, tendo uma produção livre de agrotóxicos e semelhante as feiras citadas anteriormente os produtos comercializados são as folhagens, alface e coentro, os demais feirantes compram seus produtos, desses apenas 2 afirmaram que seus produtos são cultivados de maneira natural.

Já Caicó, dos 31 feirantes que responderam ao questionário, 7 produz, 23 compra e 1 compra e produz, este é o único que tem sua produção livre de agrotóxicos. Foi a única feira livre que possuiu entrevistados que comercializam produtos de origem animal, estes produtos são: manteiga e nata.

Conforme as informações citadas acima, são sintetizados na Tabela 3 a seguir os dados gerais, a fim de facilitar a compreensão dos mesmos.

(37)

Tabela 3 - Dados de formas de cultivo

Perguntas Opções Quant. de feirantes por cidade Angicos Natal Assú Caicó

De onde adquire os produtos Zona rural 0 0 4 6 Cidades circunvizinhas 0 0 0 7 Cidade da coleta 0 0 6 0 Outro Estado 9 2 0 0 Cooperativa 0 5 0 0 Associação 9 0 0 0 Ceasa 3 0 4 0

Não tem um fornecedor

fixo 4 4 17 11 Feirantes que compram: Formas de cultivo Fertilizante químico 1 0 6 9 Adubo químico 0 0 0 2 Cultivo natural 0 3 0 0 Ambos 9 3 2 0 Não sabe 6 5 23 13 Feirantes que produzem: Formas de cultivo Fertilizante químicos; 0 0 0 6 Adubo químico 0 0 0 1 Cultivo natural 0 5 1 1

Fonte: Elaborado pela autora nos dados da pesquisa (2020).

Quanto ao descarte dos produtos que sobram, alguns feirantes 30% (n=27) fazem doação as pessoas que passam pedindo no final da feira, mas quase a metade dos feirantes 47,78% (n=43) relataram que o reaproveitamento é destinado à doação para alimentação de animais rurais. Abaixo a Figura 11 com a percentual e as formas de descarte.

(38)

39

Figura 11 - Formas de descarte

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Foram elaboradas quatro questões relacionadas com a atuação dos feirantes com relação aos produtos orgânicos, apoio de governantes e capacitações, as mesmas estão representadas na Figura 12 abaixo.

Figura 12 - Resultado da atuação dos feirantes

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020). 7,78% 18,75% 9,09% 47,78% 46,88% 81,25% 36,36% 35,48% 30,00% 21,88% 12,50% 54,55% 38,71% 14,44% 12,50% 6,25% 25,81% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%

Geral Assu Angicos Natal Caicó

Descartados Utilizados na alimentação de animais Doados Próprio consumo

93,33% 22,62% 14,44% 6,67% 77,38% 100,00% 85,56%

Já ouviu falar sobre produtos orgânicos?

Se sim, trabalha com esses produtos?

Na sua opnião, há algum incentivo de políticas públicas relacionadas com a feira livre e

feirantes?

Já participiou de alguma capacitação?

(39)

Como fundamentado na Figura 12 quando questionados se já ouviram falar sobre produtos orgânicos a grande maioria 93,33% (n=84) afirmaram possuir conhecimento acerca do tema, desses apenas 22,62% (n=19) informaram trabalhar com esses produtos. Em seguida, foi perguntado com base na opinião de cada um, se existia algum tipo de apoio de políticas públicas e todos afirmaram não haver nenhum tipo de apoio. Por fim, questionou-se questionou-se eles já tinham passado por alguma capacitação relacionadas com forma de cultivo ou algo relacionado a função exercida e apenas 14,44 (n=13) comunicaram ter passado por alguma capacitação.

4.4 Inferência dos dados

A análise da inferência estatística foi realizada através de uma análise não paramétrica dos testes, justifica-se o uso dessa análise por não considerar os pressupostos necessários para trabalhar com amostragens que se adequam a distribuição Normal de probabilidade: variâncias homogêneas e média da distribuição da probabilidade da variável ɛ é 0. A distribuição de probabilidade da variável ɛ é Normal e os dados utilizados são categóricos e não se adequam a categorização intervalar e de razão.

O teste não paramétrico utilizado foi o qui-quadrado para independência ou associação, a aplicação desse teste é de suma importância quando o objetivo é estudar a associação, ou dependência, entre duas variáveis. A explanação das frequências observadas é ofertada por uma tabela de dupla entrada ou tabela de contingência, que são tabelas que calcula observações por múltiplas variáveis categóricas (MARTINS, 2009).

Com base no mesmo autor, o cálculo das frequências esperadas baseia-se na descrição de independência estatística entre dois eventos. Foram escolhidas as variáveis: tipos de produto, forma de adquirir os produtos, local de origem, forma de cultivo e como ocorre o armazenamento, todas em relação às cidades dos entrevistados.

A seguir os cinco procedimentos para efetuar o teste de independência entre duas variáveis:

I. H0: as variáveis são independentes, ou as variáveis não estão associadas; H1: as variáveis são dependentes, ou as variáveis estão associadas.

A primeira etapa é constituída por seis variáveis, a primeira representada por (P1) diz respeito à os tipos de produtos, (P2) a forma de adquirir os produtos, (P3) como ocorre a armazenagem do produto, (P4) o local de origem dos produtos, (P5) e (P6) as formas de

(40)

41

cultivo, tanto para produtos comprados de terceiros como para produtos produzidos pelos próprios feirante.

A seguir o Quadro 3 ilustra as variáveis de acordo com o H0 e H1, ou seja, se as variáveis são independentes ou não.

Quadro 3 - Teste de hipóteses

Perguntas H0 H1

Enunciado H0 Enunciado H1

P1 O tipo de produto independe da cidade onde atua os entrevistados

O tipo de produto depende da cidade onde atua os entrevistados P2

A forma de adquirir os produtos independe da cidade onde atua os

entrevistados

A forma de adquirir os produtos depende da cidade onde atua os

entrevistados P3

A forma de armazenagem dos produtos independe da cidade onde atua os

entrevistados

A forma de armazenagem dos produtos depende da cidade onde atua os

entrevistados P4

O local de origem dos produtos independe da cidade onde atua os

entrevistados

O local de origem dos produtos depende da cidade onde atua os entrevistados

P5

A forma de cultivo com relação aos fornecedores independe da cidade onde

atua os entrevistados

A forma de cultivo com relação aos fornecedores depende da cidade onde

atua os entrevistados P6

A forma de cultivo com relação a produção própria independe da cidade

onde atua os entrevistados

A forma de cultivo com relação a produção própria depende da cidade

onde atua os entrevistados

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

II. Fixar α. Escolher a variável Qui-Quadrado com φ = (L – 1) (C – 1), onde L = número de linhas da tabela de contingência, e C = número de colunas.

Para a segunda etapa criou-se as tabelas de contingências para as alternativas de cada pergunta com relação às cidades dos entrevistados e os valores observados. Os dados estão expostos nas Tabelas 4 a 9. As Tabelas 4,5 e 6 demonstram o quantitativo de feirantes com relação aos tipos de produtos comercializados, como adquire e como ocorre os armazenamentos dos mesmos.

(41)

Tabela 4 - Tabela de contingência tipos de produtos

Tipos de produto CIDADES SOMA

Assú Angicos Natal Caicó

Frutas 11 2 0 9 22

Verduras 2 1 2 0 5

Legumes 6 0 0 3 9

Misto 13 13 9 16 51

Prod. De origem animal 0 0 0 3 3

SOMA 32 16 11 31 90

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Tabela 5 - Tabela de contingência formas de adquirir os produtos

Como adquire CIDADES SOMA

Assú Angicos Natal Caicó

Produz o que vende 1 0 0 7 8

Compra o que vende 31 16 6 23 76

Ambos 0 0 5 1 6

SOMA 32 16 11 31 90

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Tabela 6 - Tabela de contingência formas de armazenamento de produtos

Armazenamento de produtos

CIDADES

SOMA Assú Angicos Natal Caicó

Caixa de papelão 5 0 0 0 5 Palete de madeira 0 0 1 0 1 Caixotes 0 0 0 0 0 Caixa de plástico 27 15 10 26 78 Outros 0 1 0 5 6 SOMA 32 16 11 31 90

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Com relação aos locais de origem presente na Tabela 7 e as formas de cultivo presentes na Tabela 8, ambas são relacionadas apenas para os feirantes que possuem fornecedores, sejam eles fixos ou não. Já a Tabela 9 são as formas de cultivo voltados aos feirantes que produzem seus próprios produtos.

(42)

43

Tabela 7 - Tabela de contingência formas de armazenamento de produtos

Local de origem CIDADES SOMA

Assú Angicos Natal Caicó

Zona Rural 4 0 0 6 10 Cid. Circunvizinhas 0 0 3 7 10 Cidade da coleta 6 0 0 0 6 Cooperativa 0 0 5 0 5 Associação 0 9 0 0 9 Ceasa 0 3 0 0 3 Outro Estado 4 9 2 0 15

Sem fornecedor fixo 17 4 4 11 36

SOMA 31 25 14 24 94

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Tabela 8 - Tabela de contingência formas de cultivo dos fornecedores

Forma de cultivo CIDADES SOMA

Assú Angicos Natal Caicó

Fertilizante químico 6 1 0 4 12 Carboneto 0 0 0 5 5 Adubo químico 0 0 0 2 2 Cultivo natural 0 0 3 0 4 Ambos 2 9 3 0 13 Não sabe 23 6 5 13 47 SOMA 31 16 11 24 83

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Tabela 9 - Tabela de contingência formas de cultivo dos feirantes

Forma de cultivo - Produz CIDADES SOMA

Assú Angicos Natal Caicó

Fertilizantes químicos 0 0 0 6 6

Adubo químico 0 0 0 1 1

Cultivo natural 1 0 5 1 7

SOMA 1 0 5 8 14

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Em seguida foi feito a escolha da variável qui-quadrado, onde φ1, φ2, φ3, φ4, φ5 e φ6, corresponde respectivamente a P1, P2, P3, P4, P5 e P6.

● Φ1 = (5– 1) (4 – 1) = 12; ● Φ2 = (3 – 1) (4 – 1) = 6; ● Φ3 = (5 – 1) (4 – 1) = 12;

(43)

● Φ4 = (8 – 1) (4 – 1) = 21; ● Φ5 = (6 – 1) (4 – 1) = 15;

● Φ6 = (3 – 1) (4 – 1) = 6.

III. Com auxílio da tabela da distribuição qui-quadrado, determinam-se χ² tabelado. Os valores de φ foram definidos e com auxílio da tabela de distribuição qui-quadrado (ANEXO A), adotou o teste ao nível de 5%, e os resultados tabelados de χ² foram:

● χ² de P1 = 21,026; ● χ² de P2 = 12,592; ● χ² de P3 = 21,026; ● χ² de P4 = 32,671; ● χ² de P5 = 24,996; ● χ² de P6 = 12,592.

IV. Cálculo do valor da variável.

Logo após a identificação do χ² tabelado com base em cada variável, realizou-se o cálculo do valor esperado, para isso utilizou a fórmula: 𝐸𝑖𝑗 = 𝛴𝑂𝑖×𝛴𝑂𝑗

𝑛 .

● 𝑂𝑖 - Entrevistados com relação a cidade; ● 𝑂𝑗 - Entrevistados de acordo com as variáveis; ● 𝑛 - Número total de entrevistados.

Os dados obtidos estão representados nas Tabelas a seguir.

Tabela 10 - Valores esperados para tipos de produtos

Tipos de produto CIDADES

Assú Angicos Natal Caicó

Frutas 7,822 3,911 2,689 7,578

Verduras 1,778 0,889 0,611 1,722

Legumes 3,200 1,600 1,100 3,100

Misto 18,133 9,067 6,233 17,567

Prod. De origem animal 1,067 0,533 0,367 1,033

(44)

45

Tabela 11 - Valores esperados para formas de adquirir produtos

Como adquire CIDADES

Assú Angicos Natal Caicó Produz o que vende 2,844 1,422 0,978 2,756

Compra o que

vende 27,022 13,511 9,289 26,178

Ambos 2,133 1,067 0,733 2,067

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Tabela 12 - Valores esperados para formas de armazenamento de produtos

Armazenamento de produtos CIDADES

Assú Angicos Natal Caicó Caixa de papelão 1,778 0,889 0,611 1,722 Palete de madeira 0,356 0,178 0,122 0,344

Caixotes 0,000 0,000 0,000 0,000

Caixa de plástico 27,733 13,867 9,533 26,867

Outros 2,133 1,067 0,733 2,067

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Tabela 13 - Valores esperados para local de origem dos fornecedores

Local de origem CIDADES

Assú Angicos Natal Caicó

Zona Rural 3,298 2,660 1,489 2,553 Cid. Circunvizinhas 3,298 2,660 1,489 2,553 Cidade da coleta 1,979 1,596 0,894 1,532 Cooperativa 1,649 1,330 0,745 1,277 Associação 2,968 2,394 1,340 2,298 Ceasa 0,989 0,798 0,447 0,766 Outro Estado 4,947 3,989 2,234 3,830 Sem fornecedor fixo 11,872 9,574 5,362 9,191

(45)

Tabela 14 - Valores esperados para formas de cultivo dos fornecedores

Forma de cultivo CIDADES

Assú Angicos Natal Caicó Fertilizante químico 4,627 2,313 1,590 3,470 Carboneto 1,928 0,964 0,663 1,446 Adubo químico 0,771 0,386 0,265 0,578 Cultivo natural 1,542 0,771 0,530 1,157 Ambos 5,012 2,506 1,723 3,759 Não sabe 18,120 9,060 6,229 13,590

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

Tabela 15 - Valores esperados de formas de cultivo dos feirantes

Forma de cultivo - Produz CIDADES

Assú Angicos Natal Caicó Fertilizantes químicos 0,429 0,000 2,143 3,429 Adubo químico 0,071 0,000 0,357 0,571 Cultivo natural 0,500 0,000 2,500 4,000

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

V. Calcular χ².

Com os valores observados, χ² tabelado e os valores esperados, o quinto e último procedimento foi calcular o χ² para cada variável e verificar a independência entre as mesmas. O cálculo do χ² é dado pela seguinte fórmula: 𝜒² = 𝛴(𝑂𝑖𝑗 − 𝐸𝑖𝑗)²𝐸𝑖𝑗 .

● 𝑂𝑖𝑗- Valor observado; ● 𝐸𝑖𝑗- Valor esperado.

Em conformidade com os valores obtidos é feito a seguinte comparação: ● Se χ² cal ≥ χ² tab: Rejeita-se H0;

● Se χ² cal < χ² tab: Aceita-se H0.

A Tabela 16 a seguir expõe a comparação entre o χ² tab e o χ² cal e se as variáveis são aceitas ou rejeitadas.

(46)

47

Tabela 16 - Comparação entre x² tab e x² cal

Perguntas

tabelado X² calculado Resultado

P1 21,026 25,491 Rejeita H0 P2 12,592 41,303 Rejeita H0 P3 21,026 23,441 Rejeita H0 P4 32,671 114,562 Rejeita H0 P5 24,996 61,83 Rejeita H0 P6 12,592 10,5 Aceita H0

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa (2020).

A partir da comparação conclui-se que nas variáveis P1, P2, P3, P4 e P5, o H0 foi rejeitado, isso significa dizer que existe dependência entre as variáveis em questão e as cidades onde localiza-se as feiras livres visitadas, apenas na variável P6 o H0 foi aceito, ou seja, a variável P6 independe das cidades.

4.5 Proposições

Com base nos dados coletados, foi possível desenhar o perfil dos feirantes em cada localidade, proporcionando a comparação entre os mesmos. Assim, constatou-se que as feiras livres visitadas das cidades, Assú, Angicos, Natal e Caicó, possuem o mesmo perfil social de feirantes, ensino fundamental incompleto e faixa etária acima de 40 anos, este dado é similar ao estudo realizado por Almeida et al. (2018), citado anteriormente no Quadro 1, que desenvolveu uma pesquisa relacionada com o perfil social e atuação de feirantes no município de União dos Palmares-AL.

Quanto ao sexo, um pouco mais da metade foi do sexo feminino, resultado compatível aos estudos realizados por Dias et al. (2017) e Silva et al. (2017) que desenvolveram pesquisas nas feiras livres em cidades de diferentes Estados brasileiros, Minas Gerais e Pará, respectivamente, e que destacaram que as mulheres possuem destaque em relação aos feirantes, mas divergem dos resultados encontrados por Silva et al. (2014) e Nascimento et al. (2016) que obtiveram valores maiores para o sexo masculino nas cidades do Estado do Rio Grande do Sul, como supracitado no Quadro 1. A partir desses estudos pode-se considerar um indicativo da existência de divisão de tarefas entre os sexos (OLIVEIRA; ARGANDOÑA; CHUBA, 2014).

Durante a aplicação do questionário os feirantes em sua maioria informaram adquirir seus produtos de terceiros, afirmaram não possuir fornecedor fixo e consequentemente a falta

(47)

de conhecimento sobre as formas de cultivo, mas confirmaram o uso de agrotóxicos. Este dado é semelhante ao estudo realizado por Santos et al. (2015), supracitado no capítulo 2, no qual o autor concluiu que os feirantes da cidade de Picuí-PB em sua grande maioria não possuíam conhecimento com relação aos fornecedores dos seus produtos ou suas formas de cultivo e que apenas uma pequena parcela produzia os produtos que comercializam.

Com relação aos critérios para escolha do fornecedor, foi relatado que o fator predominante para a aquisição dos produtos comercializados era o preço, o fornecedor que oferecer o menor preço é o selecionado. Este fator também foi utilizado quando questionados por que a compra sobressai a produção, os feirantes afirmam que produzir torna-se mais caro do que comprar. São informações preocupantes quando comparados aos estudos de Costa et al. (2013) e Reis, Pastro e Segato (2014), presente no capítulo 1, onde os consumidores afirmam preferir adquirir os produtos em feiras livres, pois são mais frescos do que os supermercados.

Aos feirantes que informaram não fazer uso de agrotóxicos e que seus produtos são cultivados naturalmente, foi questionado as técnicas de cultivo utilizadas. Dos 24 feirantes que trabalham com produtos orgânicos, 17 obtém seus produtos através de fornecedores e 7 produz. Estes feirantes que adquirem seus produtos por meio de compra não souberam informar as técnicas de cultivo e aos feirantes que produzem seus próprios produtos, 2 informaram que utilizam esterco de animais e água de pimenta como forma de espantar pragas e os 5 restantes não souberam relatar as formas de cultivo, pois tratavam-se de vendedores contratados pelos produtores.

Dentre os produtos orgânicos comercializados, o produto mais encontrado foi a alface, em conformidade com a pesquisa citada no capítulo 2 da Organis (2017), que concluíram que o produto orgânico mais comercializado no país é justamente a alface. Com relação ao apoio do poder público, capacitações e diante do que foi declarado pelos feirantes, nas quatro feiras não existe nem um apoio de políticas públicas e é evidente a falta de cumprimento de dever por ambos, feirantes e o poder público.

Nas cidades de Caicó e Assú, evidencia-se uma desorganização maior com relação aos feirantes quando se compara com as feiras visitadas das cidades de Angicos e Natal, uma vez que a ausência de regras/normas para a manutenção e organização do espaço não é executado pelo poder público. As cidades de Caicó e Natal possuem decretos com relação a organização das feiras livres, mas que não são seguidos, conforme foi revelado.

Referências

Documentos relacionados

processos inerente às práticas de desenvolvimento curricular e são uma componente essencial na elaboração de Programas Educativos Individuais. As adequações curriculares

Componente do kit 10007: DNA Binding Buffer Efeitos sobre os Órgãos-alvo Sistema nervoso central (SNC) STOT - exposição única Pode provocar sonolência ou vertigens Componente do

Pergunta 06: De acordo com o item 8.1.11 da Cláusula Oitava da Minuta de Contrato, a Contratada deverá manter, em local a ser previamente indicado pela COPERGÁS, cópia de

I - Por custo padrão, entendem-se os custos calculados e contabilizados com critérios por indicação dos custos de fabricação, incorridos em um determinado mês. II - O denominado

m) do interior de veículos de qualquer espécie. Os Clubes ou Sociedades Amadoristas de Caça e de tiro ao vôo, poderão ser organizados distintamente ou em conjunto com os de pesca, e

Visual ALG 21 Elipse E3 21 Elipse Scada 21 NX6 21 Projetor Multimídia 1 LABORATÓRIO: INFORMÁTICA N12. DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E SOFTWARES INSTALADOS

O Elite possui uma filosofia de ensino consistente para o curso extensivo que é suportada por turmas reduzidas, carga horária reforçada com aulas de segunda a sábado,

A mistura é classificada em base no método de cálculo referente às substâncias classificadas como perigosas presentes na mistura. Acute Immobilisation Test). Toxicidade crónica