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A relevância dos Dashboards para a gestão da saúde na pandemia causada pelo COVID-19 / The relevance of Dashboards for health management in the pandemic caused by COVID-19

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761

A Relevância dos Dashboards para a Gestão da Saúde na Pandemia

Causada pelo COVID-19

The Relevance of Dashboards for Health Management in the Pandemic

Caused by COVID-19

DOI:10.34117/bjdv6n6-462

Recebimento dos originais:08/05/2020 Aceitação para publicação:19/06/2020

Anita Maria da Rocha Fernandes

Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina Instituição: Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Endereço: Mestrado em Computação Aplicada - Universidade do Vale do Itajaí, Rua Uruguai, nº458, Centro - Itajaí, 88302-901, Santa Catarina, Brasil

E-mail: anita.fernandes@univali.br

Alisson Steffens Henrique

Graduado em Ciência da Computação pela Universidade do Vale do Itajaí Instituição: Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Endereço: Mestrado em Computação Aplicada - Universidade do Vale do Itajaí, Rua Uruguai, nº458, Centro - Itajaí, 88302-901, Santa Catarina, Brasil

E-mail: ali.steffens@gmail.com

Graziela Liebel

Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Juiz de Fora Instituição: Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Endereço: Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho - Universidade do Vale do Itajaí, Rua Uruguai, nº458, Centro - Itajaí, 88302-901, Santa

Catarina, Brasil E-mail: graziela@univali.br

Rudimar Luis Scaranto Dazzi

Doutor em Engenharia Elétria pelo Instituto de Engenharia Biomética da Universidade Federal de Santa Catarina

Instituição: Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Endereço: Mestrado em Computação Aplicada - Universidade do Vale do Itajaí, Rua Uruguai, nº458, Centro - Itajaí, 88302-901, Santa Catarina, Brasil

E-mail: rudimar@univali.br

Tatiana Mezadri

Doutora em Ciência dos Alimentos pela Universidade de Sevilha, Espanha Instituição: Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Endereço: Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho - Universidade do Vale do Itajaí, Rua Uruguai, nº458, Centro - Itajaí, 88302-901, Santa

Catarina, Brasil E-mail: mezadri@univali.br

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761

RESUMO

A grande quantidade de dados relativos a pandemia causada pelo COVID-19 a serem gerenciados, bem como as decisões a serem tomadas, as quais impactam diretamente na vida da população mundial e afetam a cadeia produtiva global, precisam de uma análise detalhada e eficiente. Este artigo visa apresentar como os dashboards estão sendo utilizados para auxiliar na gestão da saúde durante esta pandemia. Para tanto, será apresentado o levantamento realizado em bases de dados sobre o assunto, bem como a pesquisa feita em sites de instituições de pesquisa, universidades, órgãos governamentais e não governamentais, e a iniciativa privada ao redor do mundo. Ao final serão apresentadas as potencialidades destes ferramentas e como as mesmas poderão ser aplicadas em situações semelhantes a vivenciada neste momento em todos os cantos do planeta.

Palavras-chave: análise de dados, dashboards, gestão da saúde, covid-19. ABSTRACT

The large amount of data related to the pandemic caused by COVID-19 to be managed, as well as the decisions to be made, which directly impact the live of the world population and affect the global production chain, need a detailed and efficient analysis. This paper aims to present how dashboards are being used to assist in health management during this pandemic. To this end, the survey carried out in databases on the subject will be presented, as well as the research carried out on the websites of research institutions, universities, governmental and non-governmental bodies, and the private sector around the world. At the end, the potential of these tools will be presented and how they can be applied in situations similar to the one experienced at this moment in all corners of the planet.

Keywords: data analysis, dashboards, health management, covid-19. 1 INTRODUÇÃO

Independente da área de atuação, para que um gestor possa realizar seu trabalho, ele precisa ter ao seu alcance, da forma mais clara possível, todas as informações disponíveis sobre o assunto em alvo de sua análise (KNAFLIC, 2015). O grande volume de dados disponíveis para análise de uma dada situação cria a necessidade de fornecer mecanismos que auxiliem o gestor a gerir de maneira segura e cautelosa suas decisões.

Segundo Moniz (2018), os gestores da área de saúde enfrentam diariamente tarefas exigentes e difíceis. A necessidade de analisar, ponderar e decidir, com base em uma grande quantidade de dados disponíveis, faz com que estes profissionais necessitem do auxilio de ferramentas que os ajude a compreender dados cenários de estudo, como por exemplo, os diversos cenários referentes a vigilância epidemiológica, as questões referentes a atenção básica em saúde, e a pesquisa e gestão em saúde.

Uma ferramenta utilizada para auxiliar os gestores neste aspecto é o dashboard. Através dos dashboards as informações são distribuídas visualmente através de gráficos que

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761 representem, preferencialmente de maneira clara, precisa, objetiva e completa, todos os dados necessários para tomada de decisão (KNAFLIC, 2015).

Few (2006), apresenta que dashboards são exibições visuais de informações importantes, organizadas, que são relevantes para alcançar um ou mais objetivos. Tais informações são organizadas em um única tela para que a informação possa ser monitorada pelos gestores de forma rápida.

Para Nogueira et al (2017), um dashboard é uma ferramenta que permite, de uma forma simples, a visualização e monitoramento de um conjunto mais ou menos complexo de dados sob a forma de indicadores.

Nogueira et al (2017) apresenta que os dashboards auxiliam na tomada de decisão, das seguintes formas:

 Identificando tendências, correlações e padrões;

 Simplificando a análise de dados complexos, destacando as tendências e as colocando em evidência de forma mais rápida;

 Contribuindo para o foco no objetivo; e

 Potencializando a (re)definição de estratégias e provocando a ação: ao fornecer a informação precisa e em tempo útil, fomentam a formulação de melhores estratégias e a validação/correção das atividades, sustentando a decisão e a ação.

Ainda segundo Nogueira et al (2017), um dashboard na área de saúde tem o seu foco em indicadores específicos de saúde, bem como outros cuja performance tinha impacto nos resultados em saúde. Na área de saúde, ter acesso a informação de qualidade em tempo real permite:

 Priorização de doentes, segmentando e estratificando os doentes de acordo com os seus fatores de risco e avaliação das tendências;

 Ajustar os recursos e serviços, permitindo a redução de tempos de espera e o aumento de eficiência de serviços, ajustando os recursos disponíveis às necessidades;

 Monitoramento e avaliação contínuas: através da observação dos resultados e dos objetivos definidos, garantindo a compliance;

 Minimização de erros, permitindo uma melhor comunicação e o compartilhamento de resultados e experiências;

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761  Análise preditiva através da utilização de algoritmos e técnicas estatísticas, o que

possibilita identificar a probabilidade de comportamentos futuros com base em dados históricos, projetando tendências e suportando a tomada de decisão; e

 Geração de conhecimento com base em todos os pressupostos anteriores.

Dentro deste contexto, diante da pandemia causada pelo COVID-19, que vem assolando o mundo desde o início do ano, empresas, governos, instituições de ensino e pesquisaa ao redor do globo estão disponibilizando dashboards com informações que auxiliem gestores a entender a propagação da pandemia, gerenciar a capacidade instalada na saúde pública e privada para atender os contaminados, e gerenciar as regras de flexbilização do isolamento social.

O objetivo deste artigo é apresentar exemplos de dashboards utilizados a fim de auxiliar na gestão da pandemia causada pelo COVID-19, e apresentar as potencialidades dos mesmos e como podem ser replicados para outros cenários de saúde.

2 METODOLOGIA

Para realizar o levantamento de dashboards utilizados durante a pandemia causada pelo COVID-19, foram estabelecidas as seguintes perguntas de pesquisa:

 Quais aspectos da pandemia os dashboards contemplaram?  Que aspecto da gestão da saúde foi contemplado?

 Qual a área geográfica de abrangência dos dashboards?  Quais as variáveis analisadas?

A pesquisa teve o escopo focado em bases de dados eletrônicas envolvendo journals, além de sites da OMS, de centros de pesquisa, de universidades e empresas. As fontes de pesquisa dos journals foram as seguintes:

 Research Gate (https://www.researchgate.net);  IEEE (https://ieeexplore.ieee.org);

 The Lancet (http://thelancet.com); e  Scielo (https://scielo.org).

Para a busca, foi adotada a língua inglesa e os termos utilizados foram:  COVID-19;

 Coronavirus;  Dashboard; e

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761  Data Analytics.

Os critérios para inclusão dos estudos foram:

 Artigos relacionados a pandemia causada pelo COVID-19;  Artigos publicados entre janeiro e maio de 2020.

A pesquisa retornou 23 artigos candidatos, porém destes, 15 foram descartados, sendo que 5 eram resumos com propostas e não apresentavam informações sobre o que efetivamente seria analisado e nem de onde viriam os dados a serem considerados.

Os oito artigos restantes serão apresentados na Seção 3 deste artigo. Nenhum deles apresentou um estudo feito no Brasil (ou seja, nas bases pesquisadas ainda não haviam trabalhos publicados a respeito do assunto com foco na situação brasileira), sendo assim, novas buscas foram feitas em outras bases a fim de detectar trabalhos realizados com base em dados brasileiros exclusivamente. Foram encontrados sete trabalhos, porém em fontes não acadêmicas. Dashboards oriundos da iniciativa privada e entidades governamentais e não governamentais também foram identificados.

3 DASHBOARDS INTERNACIONAIS

Nesta seção serão apresentados, em linhas gerais, os oito trabalhos selecionados nas bases de dados, sendo quatro oriundos da base Science Direct, dois da base Research Gate, e dois da base The Lancet.

Morettini et al (2020), apresentam a criação de dashboards a partir do banco de dados da vigilância sanitária na Itália, e que é gerenciado pelo Departamento de Proteção Civil da Itália. Os dashboards referem-se a seis grandes áreas dados geográficos referentes as áreas geográficas interessadas em medidas de contenção; dados relacionados à tendência nacional de disseminação do COVID-19, dados referentes a tendências nacionais e regionais da propagação da doença. A ideia é fornecer aos gestores informações sobre o mecanismo de disseminação do COVID-19 para apoiar na avaliação da eficiência das medidas atuais de prevenção e controle e apoiar o governo nas futuras decisões de prevenção.

Mollalo, Vahedi e Rivera (2020), apresentam que durante os primeiros noventa dias do surto de COVID-19 nos Estados Unidos, foram relatados mais de 675.000 casos confirmados da doença, o que representa um ônus socioeconômico sem precedentes para o país. Uma pesquisa para investigar as variações de incidência da doença no país foi realizada por uma equipe que compilou um banco de dados geográfico de 35 variáveis ambientais, sócioambientais, topográficas e demográficas que poderiam explicar a variabilidade espacial

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761 da incidência da doença. Foram empregados modelos de dependência espacial e regressão geograficamente ponderada, bem como a regressão geograficamente ponderada em várias escalas, para examinar localmente a não estacionaridade espacial, Em seguida foram mapeadas variáveis referentes aos dados sócio econômicos versus profissionais de saúde disponíveis. Todas estas análises são refeitas a medida que a doença avança em território americano e os resultados são apresentados em dashboards para os gestores, a fim de auxiliar nas estratégias e intervenções a serem realizadas.

Desjardins, Hohl e Delmelle (2020) informam que é essencial detectar grupos de contaminados por COVID-19 para alocar melhor os recursos e melhorar a tomada de decisão à medida que o surto avança no mundo. Usando dados diários de casos fornecidos pela Universidade Johns Hopkins, referentes as cidades e distritos norte americanos, foi realizada uma análise espalo-temporal com o SaTScan. Foram destectados clusters de espaço-tempo estatisticamente significativos a nível de cidades/distritos nos Estados Unidos. Dashboards foram utilizados para apresentar os clusters que iam sendo criados, a fim de informar ao gestores onde melhorar a alocação de recursos, onde implementar quarentenas mais rigorosas, dentre outras informações. Este foi o primeiro estudo geográfico que utiliza estatísticas de espaço-tempo para monitorar o COVID-19 nos Estados Unidos.

Sharma et al (2020) apresentam que a eficácia e o curso são sempre os principais fatores para os gestores decidirem sobre as medidas de controle, Devido a pandemia do COVID-19, as atividades humanas estão amplamente restritas em muitas regiões da India desde meados de março de 2020. Este estudo apresenta um experimento em andamento para comprovar a eficácia das medidas restritivas. Neste contexto, foram analisadas concentrações de seis poluentes, como por exemplo, CO e NO2 na Índia durante o período de bloqueio.

Dashboards apresentam o nível destes poluentes dia a dia comparando com os mesmos dias

em anos anteriores, a fim de verificar se houve aumento ou diminuição da poluição a nível nacional, regional e local.

Sahim et al (2020) apresentam um dashboard com análises estatísticas dos dados relacionados ao surto de COVID-19 na China, especificamente os referentes a velocidade de infecção e taxa de mortalidade na província de Hubei. Esta análise forneceu a medida de eficácia da ação dos governantes durante a epidemia e com base nos resultados por ela apresentados eram propostos contratos de reseguros para a população, como um complemento para o seguro social a fim de aliviar os custos financeiros.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Koubaa (2020) apresenta um dashboard para fornecer descrições e previsões sobre o impacto do COVID-19 através de dados atualizados diariamente sobe o surto em todos os países. O objetivo é responder a questões tais como: (i) como o COVID-19 se espalha pelo mundo; (ii) qual o seu impacto em termos de casos confirmados e de morte a nível de continente, região e país; (iii) qual a sua gravidade se comparado com outros surtos epidêmicos como o Ebola 2014; MERS 2012 e SARS 2003; (iv) existe uma correlação entre o número de casos confirmados e o número de mortes.

Dong, Du e Gardner (2020) informam que em resposta a emergência de saúde pública causada pelo COVID-19, foi desenvolvido um dashboard interativo online, hospedado pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, para visualizar e rastrear casos relatados de COVID-19 em tempo real. O dashboard começou a ser utilizado em 22 de janeiro, e ilustra a localização e o número de casos confirmados de COVID-19, mortes e recuperações para todos os países afetados. Seu objetivo é fornecer para pesquisadores, autoridades de saúde pública, e o público em geral, uma ferramenta para rastrear o surto e acompanhar sua evolução. A cada 15 minutos, os números são recalculados e o dashboard atualizado. Para identificar novos casos, a equipe envolvida na manutenção do dashboard monitora vários feeds do Twitter, notícais online e serviços de comunicação direta com a equipe.

Thorland et al (2020) apresentam que, devido a pandemia causada pelo COVID-19, pesquisas e ensaios clínicos avaliando a eficácia e a segurança das intervenções clínicas candidatas para tratar a pandemia, estão surgindo em uma escala sem precedentes. Em 21 de abril de 2020, mais de 500 ensaios clínicos foram registrados em várias entidades nacionais e internacionais. Estes ensaios se referem a investigação da eficácia do lopinavir, do ritonavir, da hidroxicloroquina, do faviperavi, da azitromicina, do rendesevir, entre outros, além de terapias com plasma convalescente, transfusão de células-tronco, vacinas candidatas, e vários antivirais populares. Devido a velocidade com que chegam as informações sober os novos estudos, bem como os resultados, existe a necessidade de acompanhar a evolução dos ensaios clínicos, â fim de evitar duplicação de esforços, bem como saber a origem dos mesmos. Neste contexto, foi desenvolvido um registro dos ensaios clínicos sobre COVID-19 para agrupar e analisar todos os estudos. Os dados sobre os ensaios são tratados por algoritmos de Inteligência Artificial. Os testes são mapeados e disponibilizados através de um dashboard, de acordo com a região geográfica onde a pesquisa ocorreu, características dos pacientes que foram consideradas, e características da intervenção.

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4 SOLUÇÕES DA INICIATIVA PRIVADA, ORGANIZAÇÕES GOVERNAMENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS E UNIVERSIDADES

Algumas empresas de tecnologia, bem como organizações governamentais e não governamentais, além de universidades, desenvolveram seus próprios dashboards.

A Klipfolio HQ desenvolveu um dashboard que acompanha a progressão global diária da pandemia causada pelo COVID-19. A maioria dos dados por trás do dashboard desenvolvido é proveniente do Repositório de Dados do Coronavirus (nCoV) fornecido pela Universidade Johns Hopkins. Os dados sobre população são provenientes do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (KLIPFOLIO, 2020).

A empresa SAS criou duas aplicações que fornecem em dashboards, os resultados de análises de dados relacionados a COVID-19 (SAS, 2020):

 SAS Viya Data Discovery and Analytical Modeling Environment: fornece dados de organizações como a Universidade Johns Hopkins e o Banco Mundial para modelar os dados do surto. Fornece ao usuário acesso aos dados em um relatório detalhado, permite que o usuário analise os resultados das inferências sobre os dados, bem como acompanhe a evolução dos dados através de dashboards.

 SAS Viya Epidemiological Scenario Analysis: apresenta diferentes projeções de cenários para o fluxo/disseminação dos vírus através de dashboards.

A empresa Towards Data Science utiliza dados da Universidade Johns Hopkins, a qual agrega dados de fontes primárias como a Organização Mundial de Saúde, instituições públicas nacionais e regionais. Os dados da população, utilizados no dashboard são provenientes dos Dados Abertos do Banco Mundial. O objetivo é apresentar os dados de casos confirmados, estimativa de recuperação, mortes, e países afetados (TOWARDS DATA SCIENCE, 2020).

A empresa Tableau (TABLEAU, 2020), criou um conjunto de dashboards que auxiliam gestores em diversas áreas sobe o andamento da pandemia:

 Coronavirus (COVID-19) Goverment Data Track é um dashboard focado para governantes que querem verificar o avanço pontual da pandemia nos Estados Unidos.  Coronavirus (COVID-19) Healthcare Data Track é um dashboard que apresenta o

comportamento dos dados a partir da reabertura das atividades nas cidades americanas.  Coroavirus (COVID-19) Economy Data Track é um dashboard que apresenta o comportamento dos indicadores econômicos durante a pandemia, a fim de demonstrar como o COVID-19 está impactando o setor econômico mundial.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761 A Organização Mundial de Saúde (WHO, 2020) criou o Coronavirus Disease (COVID-19) Dashboard, que apresenta dados oficiais de todos os países sobre contaminados, mortos e recuperados em relação a população de cada região. Também analisa a velocidade de propagação do vírus em cada região, verificando as tendências em cada país.

O Google disponibilizou relatórios de mobilidade por comunidade, nos quais os usuários podem analisar por país, regiões e estados. Os Relatórios de Mobilidade da comunidade têm como objetivo fornecer informações sobre o que mudou em função das políticas criadas para enfrentar a COVID-19. Os dashboards apresentam gráficos com tendências de deslocamento ao longo do tempo por região e em diferentes categorias de locais, como varejo e lazer, mercados e farmácias, parques, estações de transporte público, locais de trabalho e áreas residenciais (GOOGLE, 2020).

Além destes exemplos, vários repositórios ao redor do mundo apresentam os links de vários dashboards foram criados sobre dados clínicos, dados epidemiológicos, e dados econômicos, como por exemplo o COVID-19 Research and Information Resources, da Universidade da Califórnia (São Francisco) (UCSF, 2020) e o COVID-19 Data Analytics and Visualization Resource Collection, da Universidade da Carolina do Norte (UNC, 2020).

5 DASHBOARDS BRASILEIROS

A nível de Brasil, alguns dashboards foram desenvolvidos para auxiliar no acompanhamento de tomada de decisão sobre a pandemia. Vários estados desenvolveram seus próprios dashboards e algumas instituições criaram dashboards para a comunidade em geral. Um exemplo disto é o site Medicina em Debate, que vem acompanhando a pandemia tanto com as análises nas redes sociais quanto na produção dos dashboards de monitoramento. Eles acompanham e consolidam os dados oficiais do Ministério da Saúde e os consolidados das Secretarias Estaduais de Saúde, a fim de garantir uma melhor precisão na divulgação dos dados diariamente, pois o encarramento dos Boletins Epidemiológicos do Ministério da Saúde e das secretarias ocorre em horários diferentes (MEDICINA EM DEBATE, 2020).

O Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu um site com diversos dashboards referentes ao COVID-19 no Brasil e no mundo. O site reune dados de casos confirmados da doença e óbitos em diferentes divisões e comparações, que incluem índices em estados e municípios brasileiros, distribuídos em números absolutos e na proporção por densidade de habitantes. Como forma de dar significado ao volume muito grande de informações publicadas, os dados são apresentados em tabelas e mapas com escala

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761 de cores para identificar as diferentes faixas de valores. Um dos diferenciais das ferramentas oferecidas é a possibilidade de inúmeras combinações de dados (UFRGS, 2020).

Outra inciativa brasileira vem empresa brasileira Geosistemas, que desenvolveu uma plataforma que apresenta dashboards com mapas dinâmicos que detalham a quantidade e a evolução dos casos e apontam localidades mais susceptíveis à manifestação do COVID-19. O seu público alvo é a população em geral. O acesso a plataforma é gratuito e a empresa considera como grande destaque da plataforma o mapa que apresenta os registros estaduais de casos suspeitos, confirmados, descartados e óbtitos no país (GEOSISTEMAS, 2020).

A Universidade do Vale do Itajaí criou um dashboard online para apresentação de dados referentes a distribuição do número de casos e mortalidade por COVID-19 detectados no Brasil por municípios, bem como a taxa de infecção do vírus em Santa Catarina, taxa de mortalidade, grau de contaminação nos municípios do estado, relação entre mortalidade e taxa de cobertura das Estratégias de Saúde da Família, relação entre a taxa de infecção e a cobertura das estratégias por mesoregiões, bem como a relação entre mortalidade e número de ventiladores mecânicos (respiradores) por muncípios do estado (UNIVALI, 2020).

6 CONCLUSÕES

O uso dos dashboards em saúde visam melhorar a qualidade da informação para auxilair os tomadores de decisão nos mais diversos aspectos. No caso da pandemia causada pelo COVID-19, os dashboards se tornaram grandes aliados no sentido de que apresentam a análise de grandes volumes de dados gerados sobre o assunto em um curto espaço de tempo, a fim de auxiliar na tomada de decisão dos gestores sobr medidas de combate e prevenção.

Nesta pesquisa foi possível verificar que a maioria dos trabalhos focou em apresentar os quantitativos de contaminados, mortos e recuperados, em vários países, através de mapas e gráficos, porém alguns trabalhos focaram em analisar a distribuição de pesquisas sobre possíveis tratamentos, ou analisar a mobilidade das pessoas ao longo do globo. Outros focaram em acrescentar outras variáveis como por exemplo, a poluição, quantidade de respiradores. Tiveram também os que focaram em questões econômicas e na capacidade instalada no sistema de saúde.

Os dashboards apresentam o histórico da doença, facilitando ao gestor entender a propagação do vírus e assim, repensar as estratégias de combate e prevenção. Os históricos criados poderão servir para outras análises posteiores que auxiliem em políticas de combate a futuras epidemias. As análises realizadas servirão de desdobramento para futuros estudos para

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.39263-39274 jun. 2020. ISSN 2525-8761 melhoria das políticas públicas, bem como na reflexão sobre a capacidade instalada no sistema de sáude de praticamente todos os países do globo.

As lições aprendidas nesta pandemia, as forças tarefas realizadas entre a iniciativa pública e privada, a fim de disponibilizar o máximo de informações possíveis para auxiliar no combate ao virus, demonstrou que é possível criar sistemas mais robustos e eficientes que auxiliem o sistema de saúde.

A fragilidade perceptível refere-se a dificuldade de alguns países disponibilizarem seus dados, monstrando a grande discrepância tecnológica entre os mesmos, bem como questões políticas, relogiosas e ideológicas que impediram o rápido acesso aos dados.

Muito se tem a melhorar na questão dos sistemas de informação em saúde, porém um passo muito grande já foi dado, demonstrando a nível global a necessidade de sistematizar os processos de coleta e tratamento de dados para gerenciar a saúde da população, principalmente em situações que envolvam questões epidemiológicas.

REFERÊNCIAS

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