PRÁTICA TRABALHISTA COM
MODELOS DE PEÇAS E CONTRATOS
G
leibeP
rettiBacharel em Direito pela Universidade São Francisco. Pós-Graduado em Direito Constitucional pela UNIFIA. Pós-Graduado em Direito e Processo do Trabalho pela UNIFIA. Mestre pela Universidade de Guarulhos-UnG. Professor de Cursos Preparatórios e Universitário de Graduação e Pós-Graduação. Advogado e Perito Judicial.
Editor-Chefe da Revista Educação da Universidade de Guarulhos. Autor de diversas obras na área trabalhista pela LTr Editora.
PRÁTICA TRABALHISTA COM
MODELOS DE PEÇAS E CONTRATOS
Conforme a Reforma Trabalhista — Lei n. 13.467/17 e MP n. 808/17
Modelos de RT, Contestação, Recursos, Procedimentos especiais e Execução.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Pretti, Gleibe
Prática trabalhista com modelos de peças e contratos : conforme a reforma trabalhista – Lei n. 13.467/17 e MP n. 808/17 / Gleibe Pretti. — São Paulo : LTr, 2018.
Bibliografia
1. Contratos de trabalho — Brasil 2. Direito do trabalho 3. Direito do trabalho — Brasil 4. Reforma constitucional — Brasil I. Título.
17-11277 CDU-34:331(81) Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Direito do trabalho 34:331(81)
R
EDITORA LTDA.
© Todos os direitos reservados Rua Jaguaribe, 571
CEP 01224-003 São Paulo, SP – Brasil Fone: (11) 2167-1101 www.ltr.com.br Janeiro, 2018
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Peter Fritz Strotbek – The Best Page Projeto de Capa: Fabio Giglio
Impressão: BOK2
Versão impressa: LTr 5932.6 – ISBN 978-85-361-9502-5 Versão digital: LTr 9303.7 – ISBN 978-85-361-9541-4
Dedico à minha esposa e aos meus filhos, amo vocês.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora e todos os amigos espirituais que me acompanham. Muito obrigado ao meu Pai, Mãe, Irmã e Sobrinhos pelo apoio de sempre.
À LTr Editora, em especial ao Armandinho, Beatriz, Aline, Luana, Vanessa, Ana Luiza e toda equipe, pela atenção e confiança dispensada.
Gostaria de agradecer também aos professores Roberto Roggiero, Sergio Manuel, Regina Manzaro, Luciana Guimarães, Leandro Beserra, Sandra, Francine, Fabricio, Lair, Saad, Reinaldo, Regina, Fernanda, Anderson e Eber. Aos meus amigos Antônio Carlos do Nascimento, JB Oliveira e Ricardo Fabricio.
Aos Ministros do STJ, pelo apoio, Prof’s Reinaldo Soares da Fonseca, Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e Paulo Dias de Moura Ribeiro. Ao Desembargador, do TRE SP, Prof. Manuel Pacheco Dias Marcelino,
pelo incentivo e exemplo a todos nós. À Desembargadora, do TRT SP, 2a Região, Dra. Sônia
Mascaro do Nascimento, pelos ensinamentos. E, por fim, claro, meus alunos(as) e meus leitores(as).
Sumário
Apresentação ... 13
Capítulo 1 — Aspectos Fundamentais ... 15
1.1. Dicas para uma boa redação ... 15
1.2. Linha do tempo ... 16
1.3. Dicas para as reclamações trabalhistas ... 18
Capítulo 2 — Ação Trabalhista e Procedimentos ... 19
2.1. Escolha do procedimento na ação trabalhista ... 19
2.2. Procedimentos especiais ... 23
2.3. Petição inicial ... 23
2.3.1. Da petição inicial (Rito ordinário) ... 24
2.3.2. Petição na norma celetista (Requisitos) ... 24
2.4. Pedidos especiais numa ação trabalhista ... 28
2.5. Modelos de ação trabalhista ... 32
Rito ordinário ... 32
Ação trabalhista pelo rito sumaríssimo (Modelo 1)... 33
Ação trabalhista pelo rito sumaríssimo (Modelo 2)... 35
Ação trabalhista com tutela específica com dano extrapatrimonial. ... 36
Ação trabalhista com tutela de urgência ... 40
Ação trabalhista pelo rito de alçada ... 42
Ação trabalhista com rescisão indireta ... 44
Ação trabalhista com liminar e tutela de urgência (Modelo 1) ... 46
Ação trabalhista com liminar e tutela antecipada (Modelo 2) ... 47
Capítulo 3 — Respostas Trabalhistas ... 51
3.1. Defesa indireta do processo ... 54
3.2. Defesa indireta de mérito ... 54
3.3. Defesa indireta do processo de caráter dilatório (Exceção) ... 54
3.4. Da exceção de impedimento e exceção de suspeição ... 54
3.5. Exceção de incompetência relativa ... 55
3.6. Defesa indireta contra o processo de caráter peremptório ... 55
3.7. Defesa indireta de mérito (Prejudiciais de mérito) ... 55
3.8. Defesa de mérito ... 56
8 • Gleibe Pretti
3.10. A retenção... 57
3.11. A reconvenção ... 57
3.12. Das provas ... 58
3.12.1. Princípios em matéria de provas ... 59
3.13. Razões finais ... 62 3.14. Modelos de respostas ... 63 Contestação (Modelo 1) ... 63 Contestação (Modelo 2) ... 64 Exceção de suspeição ... 66 Exceção de impedimento ... 67
Capítulo 4 — Recursos Trabalhistas ... 68
4.1. Sentença ... 68
4.2. Classificação das sentenças ... 69
4.2.1. Quanto à natureza da ação ... 69
4.2.2. Classificação das sentenças conforme o resultado da lide ... 69
4.3. Custas e honorários advocatícios ... 70
4.4. Recursos trabalhistas propriamente ditos ... 71
4.5. Princípios recursais... 72
4.5.1. Princípio da voluntariedade ... 72
4.5.2. Princípio do duplo grau de jurisdição ... 72
4.5.3. Princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias ... 72
4.5.4. Princípio da unirrecorribilidade... 73
4.5.5. Princípio da adequação... 73
4.5.6. Princípio da fungibilidade ... 73
4.5.7. Princípio da variabilidade ... 74
4.5.8. Princípio da reformatio in pejus ... 74
4.6. Classificação geral ... 74
4.7. Efeitos dos recursos ... 74
4.7.1. Devolutivo ... 74 4.7.2. Suspensivo ... 75 4.7.3. Translativo ... 75 4.7.4. Substitutivo ... 76 4.7.5. Extensivo ... 76 4.7.6. Regressivo ... 76
4.8. Pressupostos dos recursos trabalhistas ... 77
4.8.1. Pressupostos subjetivos ... 77
4.8.2. Pressupostos objetivos ... 77
4.9. Recursos em espécie ... 80
4.9.1. Recurso ordinário ... 81
Prática Trabalhista com Modelos de Peças e Contratos • 9
4.9.3. Recurso de revista ... 83
4.9.4. Embargos no Tribunal Superior do Trabalho ... 86
4.9.4.1. Embargos de divergência ... 86
4.9.4.2. Embargos infringentes ... 87
4.9.5. Agravo regimental ... 87
4.9.6. Agravo de petição ... 88
4.9.6.1. Requisitos para interposição ... 89
4.9.7. Recurso adesivo ... 90
4.9.8. Pedido de revisão ... 91
4.9.9. Reclamação correicional ... 91
4.9.10. Recurso extraordinário ... 94
4.9.11. Embargos de declaração ... 95
4.10. Modelos de recursos trabalhistas ... 97
Embargos de declaração (Modelo 1) ... 97
Embargos de declaração (Modelo 2) ... 98
Recurso ordinário (Modelo 1) ... 99
Recurso ordinário (Modelo 2) ... 101
Recurso de revista (Modelo 1) ... 103
Recurso de revista (Modelo 2) ... 104
Embargos para a SDI 1 do TST ... 106
Modelo de recurso adesivo ... 108
Pedido de revisão ... 109
Recurso extraordinário ... 110
Agravo de instrumento ... 111
Agravo regimental ... 113
Capítulo 5 — Execução Trabalhista ... 115
5.1. Princípios da execução ... 115
5.2. Liquidação de sentença ... 118
5.2.1. Liquidação por arbitramento ... 118
5.2.2. Liquidação por artigos ... 119
5.2.3. Liquidação por cálculos ... 119
5.3. Impugnação aos cálculos de liquidação trabalhista ... 120
5.4. Execução propriamente dita ... 121
5.5. Espécies de execução ... 124
5.6. Aplicação no processo do trabalho ... 125
Jurisprudências pertinentes ao tema ... 129
5.7. Formas de execução ... 130
5.7.1. Execução para entrega de coisa ... 130
5.7.2. Execução das obrigações de fazer ou não fazer ... 130
5.7.3. Execução de prestações sucessivas ... 130
10 • Gleibe Pretti
5.8. Penhora ... 133
5.9. Embargos à execução ... 134
5.10. Impugnação do credor exequente ... 137
5.11. Competência para julgamento dos embargos do executado e da impugnação do exequente ... 137
5.12. Agravo de petição ... 138
5.13. Resumo de execução ... 141
5.14. Modelos de peças de execução ... 142
Impugnação aos cálculos de liquidação ... 142
Ação de execução ... 143
Exceção de pré-executividade ... 144
Embargos à execução ... 145
Embargos de terceiro ... 146
Agravo de petição ... 148
Capítulo 6 — Procedimentos Especiais Trabalhistas ... 150
6.1. Mandado de segurança ... 150
6.2. Habeas corpus ... 156
6.3. Habeas data ... 158
6.4. Ação civil pública ... 159
6.4.1. Fontes ... 159
6.5. Inquérito para apuração de falta grave... 164
6.6. Dissídio coletivo ... 165
6.7. Alterações da Emenda Constitucional n. 45 ... 171
6.8. Ação de cumprimento ... 172
6.8.1. Rito sumaríssimo e as pseudo-ações de cumprimento (ações para cobrança de contribuições sindicais) 176 6.9. Ação rescisória ... 177
6.9.1. Ação rescisória para desconstituir acordo homologado em audiência ... 178
6.10. Ação de consignação em pagamento ... 181
6.11. Ação monitória ... 183
6.12. Ação de exigir contas ... 184
6.13. Ação anulatória: cláusulas de contratos, acordos coletivos ou convenção coletiva de trabalho ... 184
6.14. Cautelares — Tutelas de urgência ... 186
6.14.1. Arresto ... 186
6.14.2. Sequestro ... 186
6.14.3. Produção antecipada de prova ... 186
6.15. Ação revisional ... 187
6.16. Modelos de peças especiais ... 188
Inquérito ... 188
Dissídio coletivo declaratório ... 189
Mandado de segurança individual ... 190
Prática Trabalhista com Modelos de Peças e Contratos • 11
Correição parcial ... 191
Ação de consignação em pagamento ... 192
Habeas corpus (Modelo 1) ... 193
Habeas corpus (Modelo 2) ... 194
Ação monitória ... 195
Ação rescisória (Modelo 1) ... 196
Ação rescisória (Modelo 2) ... 196
Ação cautelar ... 198
Capítulo 7 — Casos e Ações ... 199
Caso 1 — Recurso ordinário na prática ... 199
Caso 2 — Falta de pagamento que gera multa à empresa ... 199
Caso 3 — Recurso no TST em sua SDI I — reforma de acórdão ... 200
Caso 4 — Recurso em sede de Tribunal ... 200
Caso 5 — Recurso em sede de FGTS ... 201
Caso 6 — Mandado de segurança para o TEM — contra ato arbitrário ... 201
Caso 7 — Recurso em sede de TRT ... 202
Caso 8 — Recurso no TST ... 202
Caso 9 — Caso de denegação de recurso ... 203
Caso 10 — Recurso de reclamação trabalhista ... 203
Caso 11 — Ato abusivo do Poder Público ... 204
Caso 12 — Caso de intervenção de terceiro ... 204
Caso 13 — Inicial trabalhista ... 204
Caso 14 — Inicial trabalhista ... 205
Caso 15 — Recurso ordinário ... 205
Caso 16 — Recurso no TRT ... 205
Caso 17 — Recurso no TRT ... 206
Caso 18 — Recurso no TRT ... 206
Caso 19 — Inicial trabalhista ... 206
Caso 20 — Recurso no TRT ... 207
Caso 21 — Denegação de recurso ... 207
Caso 22 — Recurso no TRT ... 207
Caso 23 — Recurso ordinário ... 208
Caso 24 — Inicial trabalhista ... 208
Caso 25 — Manutenção da decisão ... 208
Caso 26 — Recurso em sede de execução ... 209
Caso 27 — Ato arbitrário ... 209
Caso 28 — Caso de manutenção da decisão ... 209
Caso 29 — Recurso no TRT ... 209
Caso 30 — Defesa trabalhista ... 210
12 • Gleibe Pretti
Caso 32 — Recurso em sede de execução ... 210
Caso 33 — Recurso no TRT ... 210
Caso 34 — Denegação de recurso ... 211
Caso 35 — Situação de urgência ... 211
Caso 36 — Execução trabalhista após penhora ... 211
Caso 37 — Decisão monocrática no TRT ... 212
Caso 38 — Recurso no TST ... 212
Caso 39 — Recurso no TRT ... 212
Caso 40 — Decisão que transitou em julgado ... 212
Caso 41 — Medida de urgência para dirigente sindical ... 213
Modelos de contratos ... 213
Contrato de prestação de serviços e honorários de profissional autônomo ... 213
Contrato de prestação de serviços (pode ser PJ) ... 214
Contrato de prestação de serviços técnicos de profissional autônomo de prazo determinado... 216
Contrato particular de prestação de serviços de pessoa jurídica ... 217
Contrato de prestação de serviços de captação de publicidade comercial e de patrocínio e outras avenças ... 220
Modelo de contrato de empregada doméstica ... 223
Modelo de contrato intermitente 1 ... 225
Modelo de contrato intermitente 2 ... 225
Compromisso arbitral 03.0101/2018 ... 227
Decisão que permite o árbitro a realizar reuniões arbitrais ... 231
Referências Bibliográficas ... 239
Apresentação
A
presente obra vem com o intuito de preencher uma lacuna no mercado editorial, em face da recente reforma trabalhista.Vamos fazer uma análise processual das novidades descritas na norma trabalhista, como reclamação trabalhista, audiências, contestação, recursos, execução e procedimentos especiais, como por exemplo ação rescisória e cautelar para evitar a prescrição.
Nessa linha de pensamento, do ponto de vista empírico, temos modelos de contratos como pessoa jurídica, autônomo e intermitente.
Espero que com essa obra você, meu caro leitor (a), tenha um instrumento de busca ideal para suas necessidades. Vamos ao trabalho!
Verão de 2018.
Prof. Me. Gleibe Pretti
Capítulo 1
Aspectos Fundamentais
1.1. Dicas para uma boa redação
S
em dúvida, escrever bem faz toda a diferença na vida profissional. Dentre muitos alunos que já passaram pelas salas e escolas em que ministrei aula, verifiquei uma deficiência na língua portuguesa.Este livro não é voltado para ensinar a escrever ou dar técnicas de escrita, quem sou eu para isso! Mas tenho algumas dicas para os meus leitores.
Procure sempre abrir tópicos em sua peça, quanto maiores melhor. No texto em si, coloque pelo menos três pa-rágrafos (início, meio e fim) e assim suas ideias ficarão claras e organizadas.
Segue abaixo texto do prof. Joseval Martins Viana, que traz as seguintes dicas:
“Esse desabafo foi feito por um de meus alunos num dos cursos de redação forense. Fiquei imaginando quantas pessoas ‘brigam com as palavras’. O pior disso tudo é que minha experiência como professor de Língua Portuguesa e de Técnicas de Redação demonstra que a situação vai de mal a pior, sobretudo porque os meus alunos são advogados, bacharéis em Direito, acadêmicos de Direito etc. e, em tese (pelo menos em tese), deveriam sair da universidade devidamente preparados para redigir peças processuais de qualquer natureza.
Se perguntarmos às pessoas sobre a capacidade redacional dos advogados, elas vão afirmar categoricamente que os advogados escrevem corretamente e têm uma capacidade invejável de redigir textos brilhantes, bem articulados, objetivos e claros. O dia a dia demonstra que isso não é verdade e que estas características textuais estão sendo esquecidas.
A experiência me indica que existem três problemas fundamentais que impedem a boa redação forense. O primeiro vincula-se ao domínio daquilo que se deseja escrever. Não se escreve bem sobre um assunto que não se domina. Assim, o primeiro passo é dominar o assunto sobre o qual vai se escrever. Se não o dominar, faça uma leitura sobre o tema. Informe-se primeiro, escreva depois.
O segundo passo é o vocabulário. Não é correto afirmar que ‘quem lê muito, escreve bem’. Ler e escrever são tarefas diferentes. Quem lê muito tem conhecimento, mas não basta ler. Tem de ler e escrever. A leitura amplia o vocabulário e implica uma boa redação. Sou completamente a favor do dicionário e profundamente contra ‘adivinhar o significado da palavra pelo contexto’, sobretudo no discurso jurídico, cujas palavras são específicas, próprias para definir um instituto. Aprenda o significado exato de cada palavra jurídica; aprenda os sinônimos destas mesmas palavras e construa várias orações utilizando as palavras desconhecidas. Se uma pessoa aprender cinco palavras novas por dia, numa semana ela aprendeu trinta e cinco palavras novas. Briga com as palavras quem não as conhece, pois quem as conhece diverte-se com elas e com suas várias possibilidades de uso. O terceiro é o fato de se escrever sem planejamento. Quando inicio um curso de redação forense, a primeira coisa que digo aos meus alunos é o seguinte: ‘Se não houver planejamento, não há petição inicial’. Ninguém escreve um texto se não souber qual é o seu propósito. Todo texto possui um propósito fundamental: transmitir uma mensagem. Para que a petição ou qualquer texto jurídico tenha começo, meio e fim, deve-se ter um planejamento redacional. É necessário pensar antes de escrever, perguntar sobre o que se deseja escrever.
Quando se faz uma viagem para uma cidade desconhecida, a primeira coisa que se faz é comprar um mapa, pois sem ele, o viajante pode perder-se no caminho. A redação de peças processuais também é assim. Para redigir uma peça processual, faz-se necessário saber de onde se quer partir e onde se quer chegar.
16 • Gleibe Pretti
Escrever é uma ciência. Não é difícil, mas exige treino. Ficam aqui estas três dicas para a boa redação: domínio do assunto, vocabulário e planejamento. Agora, pegue uma caneta, selecione um assunto do seu domínio, verifique seu vocabulário, faça um planejamento redacional e comece a escrever!”
1.2. Linha do tempo
O presente texto abaixo, meu caro leitor, você literalmente vai ter que gravar, pois sabendo o texto abaixo você acertará a peça e conseguindo esse feito já estamos na metade do caminho.
Ajuizada a reclamação trabalhista, caso essa seja arquivada caberá recurso ordinário para o TRT. Na reclamação trabalhista deverão constar todos os valores, de todos os pedidos.
Caso a reclamação trabalhista seja apta, terá o seu devido prosseguimento. O Juiz poderá proferir uma decisão interlocutória, em que a princípio não cabe recurso, conforme Súmula n. 214 do E. TST.
Mas se a decisão interlocutória for para mudar o local do julgamento da ação, desde que por consequência mude o TRT, caberá recurso ordinário.
No que tange ainda às decisões interlocutórias, caso o Juiz no rito de alçada altere o valor da causa caberá pedido de revisão para o TRT, conforme Lei n. 5.584 de 1970 art. 2o, § 2o, em até 48 horas da audiência.
Por fim, se a decisão interlocutória for abusiva caberá mandado de segurança, conforme Lei n. 12.016/09. Bom, transcorrida essa etapa a reclamada será notificada para apresentar sua contestação em audiência. Poderá fazer a defesa com as preliminares (extinção sem resolução de mérito), prejudiciais de mérito (extinção com resolução de mérito), mérito (atacar ponto a ponto o que foi pedido na inicial) e reconvenção (pedidos contra o reclamante. Ex.: dano extrapatrimonial).
Apresentadas as respostas (que poderão ser orais em até 20 minutos), será aberto prazo para as razões finais. Por fim, será proferida a sentença.
Uma vez proferida a sentença caberão embargos de declaração, se for o caso, conforme art. 897-A da CLT e caso seja pleiteado o efeito modificativo o embargado será intimado para ofertar suas contrarrazões em até 5 dias, conforme OJ n. 142 da SDI do TST.
Opostos os embargos, o Juiz irá proferir a decisão dos embargos, e caso ainda seja mantido o mesmo erro nada impede a oposição de novos embargos de declaração.
Mas caso a decisão seja proferida e não for passível de embargos caberá recurso ordinário. Uma vez oposto o recurso ordinário a outra parte será intimada para contrarrazoar o recurso ordinário, conforme art. 900 da CLT.
A priori, caso o recurso seja denegado caberá agravo de instrumento, porém é importante frisar que se o recurso
for denegado por erro da secretaria no que tange aos pressupostos extrínsecos do recurso, sendo eles preparo, prazo e representação, caberão embargos de declaração para o Juízo que denegou seguimento ao referido recurso. Veja a parte final do art. 897-A da CLT.
Nesse contexto, o Juiz da Vara irá encaminhar os autos para o E. TRT. Uma vez distribuído para uma das turmas do E. TRT, o recurso ordinário será colocado em pauta de julgamento. Frise-se que se o procedimento for o ordinário este deverá ser colocado em pauta em até 10 dias.
Uma vez julgado o recurso ordinário no E. TRT, a matéria deverá ser devidamente prequestionada, conforme Súmula n. 297 do TST, normalmente feita por meio de embargos de declaração, em que preferimos o nome embargos de prequestionamento, para o próprio presidente do E. TRT e somente após o acórdão proferido é que caberá recurso de revista.
O recurso de revista deverá conter duas peças (interposição e razões). A peça de interposição deverá ser encaminhada para o presidente do E. TRT e as razões para uma das turmas do E. TST. Lembrando que o recurso de revista deverá respeitar o requisito do prequestionamento (já falado anteriormente) e a transcendência conforme art. 896-A da CLT.