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Academic year: 2021

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Logística e Cadeia de Abastecimento

Tópico 5 –Segmentação do processo de evolução da logística

Prof. JOSÉ ADRIANO JUNQUEIRA

Segmentação do processo de evolução da logística

Dividimos o processo de evolução da logística em quatro fases, que evolui de uma atuação totalmente desintegrada, até a quarta fase, o moderno Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM), conforme ciclo evolutivo abaixo:

Até anos 60 Década de 70 Década de 80 Década de 90 Busca por eficiência Integração externa

(supply chain) Era da

especialização

Foco no cliente

Integração Interna Vantagem

competitiva Sistemas

desintegrados

Busca por eficácia

Primeira fase: Atuação Segmentada

Vimos que após a guerra, a indústria procurou preencher importantes lacunas de demanda existentes no mercado consumidor, aproveitando a capacidade ociosa e os novos processos de produção em série, centrando todo o trabalho de marketing na família padrão da época (pai trabalhando fora, mãe doméstica e dois filhos em idade escolar), enquanto que os produtos eram padronizados.

Como não haviam ainda sofisticados sistemas de comunicação, quando um consumidor procurava determinado produto numa loja, o fornecedor estava informado da disponibilidade daquele produto no estoque do depósito. Ao vende-lo, emitia a nota fiscal, que era então enviado ao depósito, que separava o produto e enviava ao cliente. O nível de estoque era revisto constantemente, fazendo-se uma avaliação de necessidades de produto, fazendo então, um pedido ao fabricante ou distribuidor, negociando preços, formas de pagamento e prazos de entrega. Nesta primeira fase da Logística, o estoque era o elemento-chave no balanceamento da cadeia de suprimentos.

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Segunda fase: Integração Rígida

Aos poucos, os especialistas em marketing foram incutindo nos consumidores aspirações por produtos diferenciados. Esse aumento acentuado na oferta de produtos e opções somente foi possível porque os processos produtivos na manufatura foram se tornando mais flexíveis, sem aumento significativo nos custos de fabricação.

Com a crise do petróleo no início da década de 1970, os custos com transporte de mercadorias cresceram subitamente e as operações logísticas passaram a envolver deslocamentos espaciais de mercadorias, aumentando sensivelmente os custos de transferência e distribuição, reduzindo as margens de comercialização e encarecendo os produtos. Houve também em paralelo, uma concentração nas regiões urbanas, crescimento da frota de veículos e expansão territorial das cidades, o que causou congestionamento de tráfego e restrições de movimentação de caminhões no horário comercial. Como resultado disto, cresceram os custos de transporte e de distribuição de produtos, e também os custos com mão de obra, principalmente nos países mais desenvolvidos, colaborando para a elevação dos custos logísticos.

Um elemento que gerou alternativas de escoamento dos fluxos logísticos foi a utilização intensiva de multimodais no transporte de mercadorias. O uso combinado de caminhão, navio, trem, e mesmo avião, começaram a ser explorados, visando à redução de custos e aproveitamento da capacidade ociosa nas diversas modalidades.

O breve histórico citado induziu as empresas a uma maior racionalização dos seus processos e nesta fase os elementos-chave desta racionalização foram a otimização de atividades e o planejamento de produção, que era implementado e realizado pelo setor de fabricação, segundo seus próprios princípios e interesses, e era alterado sem maiores consultas às demais áreas da empresa, o que causava obviamente, estoques excessivos na cadeia de suprimentos.

Terceira fase: Integração Flexível

Esta fase que começou no final da década de 1980 e ainda está sendo implantada em muitas empresas, é caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre os agentes da cadeia de Suprimentos, em dois níveis: dentro da empresa e na inter-relação das empresas com seus clientes e fornecedores. O intercambio de informações entre os dois elementos da cadeia de suprimentos passou a ser realizado por via eletrônica, através do EDI (Intercambio Eletrônico de Dados), integrando de forma dinâmica e com conseqüências importantes na agilização da cadeia de suprimentos. Por exemplo, a introdução do código de barras de forma extensiva nos supermercados, integrando de forma flexível à área de vendas com o depósito ou centros de distribuição, fornecendo intensivo mecanismo para controle de estoques. O EDI também permite o intercambio de dados com fornecedores e clientes, flexibilizando o processo de programação, permitindo

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ajustes freqüentes, adaptando instantaneamente às necessidades momentâneas do processo, na medida das necessidades.

Nesta fase da logística, passa-se a observar maior preocupação com a satisfação plena do cliente, entendendo como tal, não somente o consumidor final, mas também todos os elementos intermediários, que por sua vez são clientes dos fornecedores que os antecedem na cadeia de suprimentos. Uma outra tendência, embora utópica, notada nesta fase foi a busca do conceito de estoque zero, quase impossível de se conseguir. A idéia por trás deste sloogan é perseguir reduções continuadas dos níveis de estoque, não se satisfazendo com resultados parciais, ou seja, a redução de estoques deve ser uma busca permanente. Esta forma de atuar de forma sistemática e contínua está ligada à idéia de kaizen dos japoneses, aplicada com muito sucesso na Toyota.

Quarta fase: Integração Estratégica (SCM)

Nas três primeiras fases da Logística, a integração entre os vários agentes da cadeia de suprimento se dava basicamente em termos puramente físicos e operacionais: troca de informações, fluxo de produtos e de dinheiro, acertos de preços e responsabilidades. Na quarta fase ocorre um salto qualitativo da maior importância: as empresas da cadeia de suprimentos passam a tratar a questão logística de forma estratégica, ou seja, em vez de otimizar pontualmente as operações, as empresas passaram a buscar soluções novas, usando a logística para ganhar competitividade e para induzir novos negócios. A logística passou a ser utilizada como elemento diferenciador, de cunho estratégico, na busca por maiores fatias no mercado.

Um elemento novo muito utilizado nesta data é o postponement (postergação), utilizado de forma estratégica, visando melhorar a atuação da empresa no mercado, sem prejudicar a qualidade do produto.

Outra novidade surgida nesta fase foi as empresas virtuais, também conhecidas como agile enterprises no jargão da logística. Trata-se de fabricantes de produtos com grande valor agregado, em geral eletrônicos, que se situam próximos de aeroportos, e que atuam de forma ágil tanto na ponta do marketing como na ponta de fornecedores.

Uma grande característica desta quarta fase, a crescente preocupação, sobretudo na Europa, com os impactos da logística no meio-ambiente. Fala-se muito em Logística Verde, sendo muito provável em um futuro não muito próximo, a adoção de um selo verde para as operações logísticas.

Na quarta fase da logística, a principal distinção das demais fases foi certamente o surgimento de uma nova concepção no tratamento dos problemas logísticos. Trata-se do SCM - Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos). Nesta nova abordagem, a integração entre os processos ao longo da cadeia de suprimentos continua a ser feita em termos de fluxo de materiais, de informações e de dinheiro, mas agora, os participantes atuam em uníssono e de forma estratégica, buscando os melhores resultados possíveis em termos de redução de custos, de desperdício e de agregação de valor para o consumidor final. Nas outras fases, cada elemento da cadeia tinha seu papel delineado: o fornecedor entregava a matéria-prima para o fabricante, a indústria fabricava o produto e entregava ao varejista, e este o comercializava em suas lojas. Na quarta fase essa separação já não é mais nítida, havendo uma interpenetração de operações entre elementos da cadeia d suprimentos.

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Para se conseguir a façanha de melhorar o nível de serviço e ao mesmo tempo reduzir custos, as empresas lançaram mão, em larga escala, da tecnologia da informação. Por outro lado, abrindo suas fronteiras, antes muito protegidas, e buscando se concentrar nas atividades de seu core business, as empresas de classe mundial passaram a terceirizar muitas das suas atividades, buscando parcerias com fornecedores e clientes.

O Supply Chain Management (SCM)

O SCM como ficou conhecido, ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, surgiu com a necessidade de respostas cada vez mais rápidas às demandas geradas na ponta de consumo, o que levou as empresas a buscarem estruturas cada vez mais flexíveis, e que possuíssem as habilidades necessárias ao novo cenário criado pela globalização econômica.

A compreensão de que responder a essas novas demandas, além de extremamente custoso, impediria que fosse efetuado na velocidade exigida pelo mercado, e fez com que as empresas passassem a dar importância a todos os relacionamentos que torna possível atender às demandas por seus produtos.

Surgiu então o conceito de organização em rede ou cadeia de abastecimento, que nada mais é do que uma forma de perceber todos os processos que geram valor para o cliente final de um determinado produto ou serviço, independente de onde ele esteja sendo executado ou fornecido, se na própria empresa ou em alguma outra com a qual há algum tipo de relacionamento.

Mais do que perceber, a organização em rede procura integrar os processos de forma a obter a máxima eficiência e eficácia na gestão do produto, desde as fontes de matéria-prima até o ponto de venda do produto acabado ou serviço prestado ao consumidor final, buscando coordenar e controlar todas as atividades necessárias ao atendimento do mercado onde esteja inserida a organização.

É exatamente este esforço de coordenação e controle dos processos de negócio, envolvidos na gestão de um produto ou serviço, que denominamos supply chain management, o que em outras palavras, significa uma mudança conceitual na forma como as empresas gerenciam sua relação com o produto ou serviço ofertado ao mercado, passando a compartilhar com outros componentes da cadeia de valor do produto, os processos-chave do negócio.

A aplicação do conceito de SCM levaria a entender o processo de gerenciamento do produto com um único processo, iniciando no fornecimento da matéria-prima (fornecedor) e encerramento na venda do produto acabado ao consumidor final, na instalação do varejista (um supermercado, por exemplo).

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Ilustração de uma cadeia de valor genérica: Produtos Valores Informações

Fornecedor

Varejista

Fabricante

Referências

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