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Medidas preventivas para o trabalho em altura na construção civil

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Academic year: 2021

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RUBENS MURILO SCHRAMM FILHO

MEDIDAS PREVENTIVAS PARA O TRABALHO EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Florianópolis/SC 2018

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RUBENS MURILO SCHRAMM FILHO

MEDIDAS PREVENTIVAS PARA O TRABALHO EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

Florianópolis/SC 2018

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RUBENS MURILO SCHRAMM FILHO

MEDIDAS PREVENTIVAS PARA O TRABALHO EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e aprovada em sua forma final pelo Curso de Especialização em Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 25 de Julho de 2018.

______________________________________________________ Professor e Orientador José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

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Agradeço, primeiramente ao Deus que sonda a todos os corações, e que permite que evoluamos em nossa vida, possibilitando o nosso crescimento físico, mental e espiritual, e aos meus pais e familiares por serem meu porto seguro.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus com a sua Graça.

A todos os meus familiares, meus pais, Rubens Murilo Schramm e Maria Aparecida da Silva Schramm, que contribuíram ao longo desta caminhada, com seu carinho, estimulo e suporte.

Ao professor Ms. José Humberto Dias de Tolêdo por ceder seu tempo em meu auxílio, com ideias, sugestões e estimulo, e por sua solicitude e auxílio ao longo do Curso.

À Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), bem como ao seu Programa de Pós-Graduação e aos professores, pela contribuição em minha formação.

Por fim, agradeço a todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento e realização deste trabalho.

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“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro”.(Jeremias 29:11).

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RESUMO

O número de acidentes na construção civil é duas vezes maior que a média, na maioria dos casos levando o colaborador até ao óbito, este fator demonstra, que é necessária a realização de atividades no âmbito da segurança do trabalho, porém, ainda é uma área empobrecida quando tratado sobre este âmbito, por isto é do escopo deste trabalho demonstrar procedimentos metodológicos que possam ser aplicados para a prevenção de acidentes na indústria da construção civil realizando atividades em altura, sendo um dos tipos de atividades que mais podem causar fatalidades. A partir das regulamentações vigentes nacionais será abordado os preceitos e procedimentos que podem ser aplicados, métodos recorrentes que devem ser realizados para prática deste tipo de trabalho e os focos na área da construção civil que podem determinar acidentes ou fatalidades, a falta de equipamentos, prevenção, etc. Por isso é de alcance deste trabalho auxiliar a segurança do trabalho e qualquer envolvido no âmbito desta pesquisa, para prevenção deste tipo de acidente.

Palavras-chave: Trabalho em altura. Segurança do trabalho. NR 35. Acidentes na construção civil.

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ABSTRACT

The number of accidents in construction is twice the average, in most cases taking the employee to death, this factor demonstrates that it is necessary to carry out activities in the field of work safety, but it is an area that is impoverished when it is dealt with in this scope, it is therefore the scope of this work to demonstrate methodological procedures that can be applied to the prevention of accidents in the civil construction industry performing activities at height, being one of the types of activities that can cause fatalities, of the current national regulations will address the precepts and procedures that can be applied, recurrent methods that must be performed to practice this type of work and the foci in the field of construction that can determine accidents or fatalities, lack of equipment, prevention, etc. ., so it is within reach of this work to assist work safety and anyone involved in this research to prevent this type of accident.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Abertura em piso encontrada demonstrando não conformidade. ... 52

Figura 2 – Proteção coletiva na abertura de piso. ... 52

Figura 3 - Proteção contra quedas demonstrando não conformidades e mal executadas. ... 53

Figura 4 - Sistema contra quedas instalados corretamente na parte lateral da edificação. ... 54

Figura 5 - Acesso ao elevador demonstrando irregularidades para a proteção. ... 55

Figura 6 - Acesso ao elevador com adequação conforme a norma. ... 55

Figura 7 - Andaimes conferidos na obra. ... 56

Figura 8 - Escadas com irregularidades. ... 57

Figura 9 - Escadas com proteção adequada. ... 57

Figura 10 - Linha de vida. ... 58

Figura 11 - Cinturão encontrado na obra do tipo paraquedista. ... 59

Figura 12 - Uso do talabarte desgastado com cinturão incorreto. ... 60

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Fatores de Acidentes na construção civil de 2007 a 2012. ... 28 Gráfico 2 - Distribuição percentual dos acidentes do trabalho fatais analisados pela SFIT, segundo os fatores imediatos de mortalidade, agosto de 2001 a dezembro de 2007. ... 29

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos óbitos por acidente do trabalho, segundo grupos da CBO (1994).

... 24

Tabela 2 - Número de Óbitos e Coeficiente De Mortalidade Por At (CM-AT/100.000) Geral. ... 26

Tabela 3 - Letalidade (%) dos AT em Todos os Ramos de Atividade Econômica e na IC, de 2000 a 2012, no Brasil. ... 27

Tabela 4 - Categoria e fatores causais de acidentes com índices de importância em relação a execução da obra. ... 30

Tabela 5 - Incidência de Benefícios Previdenciários por Ocupação de 2012 a 2017. ... 31

Tabela 6 - Número de acidentes de trabalho não fatais e incidência X (vezes) 1.000 trabalhadores segurados na construção civil, entre 2000 e 2012. ... 32

Tabela 7 - Características sociodemográficas dos casos de acidentes de trabalho não fatais na construção civil em homens de 2007 a 2012. ... 33

Tabela 8 - Matriz de Haddon determinada para a minimização de quedas de grandes alturas no setor da construção civil. ... 40

Tabela 9 - Especificações para projetos de superfícies de passagem. ... 43

Tabela 10 - Requisitos para realização de dimensionamento dos EPCs. ... 47

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LISTA DE SIGLAS AEP – Associação Empresaria de Portugal

AR – Análise de Risco AT – Acidente de Trabalho

CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho

CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção CBO – Classificação Brasileira de Ocupações

EPC – Equipamentos de Proteção Coletiva EPI – Equipamento de Proteção Individual EPP – Equipamento de Proteção Pessoal IC – Indústria da Construção

MPT – Ministério Público do Trabalho MTE – Ministério do Trabalho e Emprego NR – Norma Regulamentadora

OIT – Organização Internacional do Trabalho

OSHA – Occupational Safety and Health Association PAIR – Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional PT – Permissão de Trabalho

RTP – Recomendação

SEGUR/RS – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul SFIT – Sistema Federal de Inspeção

SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação SST – Saúde e Segurança do Trabalho

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 14 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 15 1.2 JUSTIFICATIVA ... 15 1.3 OBJETIVOS ... 16 1.3.1 Objetivo Geral ... 16 1.3.2 Objetivo Específicos ... 16 1.4 METODOLOGIA ... 17 1.5 ESTRUTURA ... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 19

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 19

2.1.1 Fatores das Causas dos Acidentes de Trabalho na Indústria da Construção ... 20

2.1.2 Dados sobre os Acidentes Ocorridos na Indústria da Construção ... 23

2.2 TRABALHOS EM ALTURA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ... 34

2.2.1 Prevenção de Acidentes Devido ao Trabalho em Altura na Construção Civil ... 36

2.2.2 Medidas Preventivas para Trabalhos em Altura na Construção Civil ... 37

2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS PARA TRABALHOS EM ALTURA ... 42

2.3.1 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção .. 42

2.3.2 NR 35 – Trabalho em Altura ... 43

2.3.3 OSHA – Occupational Safety and Health Association ... 47

3 ESTUDO DE CASO ... 51

3.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA ... 51

3.1.1 Aberturas nos pisos ... 51

3.1.2 Proteção Periférica ... 53

3.1.3 Elevadores ... 54

3.1.4 Andaimes ... 55

3.1.5 Escadas ... 56

3.1.6 Linha de Vida ... 57

3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ... 58

3.2.1 Cinturão Paraquedista ... 58

3.2.2 Talabarte ... 59

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3.3 TREINAMENTO ... 61 4 CONCLUSÃO ... 62 REFERÊNCIAS ... 64

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1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, as atividades relacionadas à construção civil se veem com forte adversidade entre condições de mão de obra bastante incivilizadas e práticas modernas da realização das edificações, requerendo mão de obra especializada para a execução de determinados serviços. Para qualquer uma destas situações se verificam riscos ao trabalhador e para a sua segurança, demandando a realização de ações preventivas.

Os mais diversos materiais relacionados às atividades no processo de execução de uma edificação na construção civil, adicionado a um ambiente de trabalho inseguro, demonstra as várias possibilidades de riscos de acidentes que estão presentes nos canteiros de obras e devido a isso a ocorrência dos mesmos.

A construção civil apresenta um grande índice de acidentes do trabalho em altura por se tratar de uma atividade dinâmica. E os riscos são variados e de acordo com a fase em que se encontra a atividade, tais como: escavação, demolição, alvenaria, entre outros. Como também em atividades como a carpintaria, armação e operações de soldagem (SALIBA, 2009). A introdução das Normas Regulamentadoras (NR), determinou uma alteração no papel do Engenheiro de Segurança do Trabalho, sendo que o mesmo passa a possuir um papel de planejar e desenvolver técnicas relacionadas ao gerenciamento e controle de riscos. Assim, há a evolução da visão basicamente corretiva para uma perspectiva preventiva. Entretanto, o acontecimento de acidentes devido a diferenças de altura é grande e frequente (SIMÕES, 2010). Desta forma a necessidade de implantação de medidas preventivas para o trabalho em altura é essencial para o setor.

As quedas com diferença de nível apresentam variadas causas como o contato acidental com redes de energia elétrica, perda de equilíbrio em beirada de lajes sem a devida proteção; obstrução de áreas de circulação, obrigando o trabalhador a deslocar-se em locais perigosos; falha em algum dispositivo de proteção, como guarda-corpo frágil e mal instalado; utilização de método de trabalho inapropriado (AYRES; CORRÊA, 2001). A ausência de conhecimento sobre cautela de acidentes e a negligência da necessidade e da dimensão dos artigos de segurança do trabalho, especialmente os EPI’s (Equipamento de Proteção Individual), são o que provocam essa situação.

Neste contexto, o presente trabalho possui o objetivo de demonstrar medidas e prevenções que podem ser aplicadas, para a prevenção de acidentes e fatalidades realizando trabalhos em altura na construção civil. De forma mais específica, o presente trabalho irá apresentar os conceitos com base nas referências, os fatores e aspectos que ocasionam os

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acidentes na construção civil; na sequência será introduzindo as informações sobre o trabalho em altura de modo a apresentar os métodos preventivos do mesmo; e para finalizar será ilustrado as normas e os regulamentações existentes para a realização do trabalho em altura na construção civil.

Este trabalho se demonstra como uma pesquisa bibliográfica, que auxiliado pelas referências obtidas em base dados levantadas e documentadas, qualifica as informações publicadas no mesmo. Martins (2011), explica que através da pesquisa bibliográfica se procura explicar e discutir um tema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Os procedimentos relacionados a documentação tem o objetivo de descrever e comparar dados, características da realidade presente e do passado (GIL, 2002). A base de dados para estudo: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, Biblioteca Digital da Unicamp, Portal de Periódicos CAPES/MEC, esses serviram como instrumento para a coleta de dados, a partir dos seguintes termos e assuntos: Segurança do Trabalho; NR 35; Trabalho em Altura; Acidentes na Construção Civil.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

O presente trabalho tem como definição e limitação a análise dos fatores determinantes para a ocorrência de de acidentes em altura na construção bem como a apresentação de medidas preventivas para a eficiência e segurança do trabalho no mesmo.

1.2 JUSTIFICATIVA

A importância do estudo deste tema, se dá devido às diversas informações e relevâncias que não são enfatizadas relacionadas à segurança do trabalho principalmente na construção civil, por ser uma das áreas que mais geram acidentes e tem mais riscos ao trabalhador.

De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social (MPT, 2018), em 2015 no Brasil foram registrados cerca de 612,6 mil acidentes de trabalho, deste total 41.012 ocorreram na construção civil, representando 6,7% dos acidentes de trabalho.

Nesse contexto, a ocorrência de acidentes do trabalho não é incomum. Esse setor é um dos quais mais ocorrem acidentes que resultam em lesões temporárias e permanentes de trabalhadores, inclusive, um dos que mais leva à óbito nos acidentes de trabalho. Tratando-se de acidentes graves e fatais, tem-se como principal causa a ocorrência de queda de

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trabalhadores de diferentes níveis. Esta, ocorrendo em diferentes ramos de atividades e tarefas.

Em 2006, a Agência de Estatísticas Laborais (Bureau of Labor Statistics) registrou 809 quedas fatais, representando o terceiro maior valor desde 1992. As quedas fatais de telhados aumentaram de 160 em 2005 para 184 em 2006, representando um aumento de 15% (HONEYWELL, 2012).

Esse tipo de ocorrência demonstra a falta de conhecimento de práticas para prevenção de acidentes no trabalho em altura, por isso se torna imprescindível métodos obrigatórios para mitigar estas ocorrências.

No Brasil, até o início de 2012 os trabalhos em alturas eram regulamentados por normas muito genéricas, com foco limitado apenas na utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, sem questionamentos sobre gestão da segurança (REVISTA PROTEÇÃO, 2012).

Neste contexto que o presente trabalho se demonstra importante, visando diminuir o número de acidentes deste tipo, e auxiliado pela realização deste que tem por objetivo a demonstração das práticas da segurança do trabalho para este mesmo fim.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo de forma geral deste trabalho é demonstrar medidas e prevenções que podem ser aplicadas, para a prevenção de acidentes e fatalidades realizando trabalhos em altura contribuindo para a segurança do trabalho.

1.3.2 Objetivo Específicos

a) Determinar informações referentes ao trabalho em altura, os riscos que levam e os mais diversos fatores relacionados;

b) Analisar a partir das informações obtidas pelas normas vigentes como a NR 35, métodos e práticas que podem ser relevantes para a prevenção de acidentes do trabalho em altura;

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c) Ilustrar com base na revisão da literatura um estudo de caso em uma obra de modo a avaliar a ocorrência da segurança do trabalho com relação ao trabalho em altura.

1.4 METODOLOGIA

Este trabalho caracteriza-se como um estudo bibliográfico no qual são utilizadas referências documentadas para tentar qualificar e quantificar as informações registradas.

Revisão de literatura e revisão bibliográfica é crítica, minuciosa e abrangente de publicações recentes em uma área específica do conhecimento (TRENTINI, PAIM, 1999).

Marconi e Lakatos (2002) afirmam que a pesquisa bibliográfica abarca toda a produção literária que diz respeito ao tema de estudo. Entende-se por essa produção:

a) Publicações avulsas; b) Boletins; c) Jornais; d) Revistas; e) Livros; f) Pesquisas monográficas; g) Teses; h) Materiais cartográficos;

i) Meios de comunicação orais, como rádio, gravações em fita magnética; j) Audiovisuais, tais como: filmes e televisão.

O objetivo do estudo foi qualitativo, pois é baseado na realidade, para compreender a situação única (RAUEN, 2002). De modo a demonstrar métodos e procedimentos que podem ser aplicados para uso na realidade contribuindo assim com os profissionais e interessados na área.

Desta forma, o trabalho se fundamenta na revisão bibliográfica e apresenta o assunto a partir do levantamento realizado com intuito de favorecer o campo cientifico da área de aprofundamento em questão, sendo esta a segurança do trabalho em altura na construção civil.

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1.5 ESTRUTURA

A monografia será desenvolvida com base na revisão da literatura, associando o objetivo e a fundamentação teórica disponível de forma que o embasamento sustente a metodologia de modo a concluir a situação proposta, desta forma foi possível dividir este trabalho em quatro capítulos.

O primeiro capítulo, contém a introdução onde é apresentado o contexto do assunto abordado pelo trabalho, os objetivos da pesquisa, a justificativa e metodologia de realização do mesmo.

No segundo capítulo, se encontra o referencial teórico, que demonstra o aprofundamento bibliográfico nos conceitos de acidentes de trabalho na construção civil, trabalhos em altura, e de normas regulamentadoras para o trabalho em altura.

Na realização do terceiro capítulo, se desenvolveu com base na fundamentação teórica um estudo de caso apresentando as incidências e realizando a avaliação do trabalho em altura na construção civil.

Com os capítulos anteriores desenvolvidos, é possível concluir na quarta parte deste trabalho, a realização do mesmo, referir o objetivo proposto e os objetivos específicos apresentados.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O artigo 19 da lei 8.213, de julho de 1991, conceitua como acidente do trabalho: “aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, doença ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

Os acidentes estão possíveis de acontecer a qualquer momento. O acontecimento deste evento justificando o acidente necessitam ser verificados não de forma detalhada e sim em um contexto que relacione diversos aspectos e não atribuam apenas a erros humanos ou não ocorrência de prevenção (COSTA; COSTA, 2009).

O setor da construção civil se demonstra como uma indústria que age diretamente na economia do país, porém é muito dependente dos recursos e mão de obra, e com isso justificativamente atrai e demonstra a possível ocorrências de riscos e acidentes neste setor.

Com o aumento da indústria da construção civil se notou que área é um dos que mais demonstra a ocorrência de acidentes no trabalho, evidenciando, então, a revisão das formas de como os trabalhos são realizados e a determinação de normas que imponham condições mínimas de segurança a estarem empregadas para mitigar o volume de acidentes (NETO; JUNIOR; LIMA, 2015).

É muito usual a ocorrência de notícias e manchetes referentes a acidentes de trabalho na construção civil, e isso se deve ao alto índice de acidentes nesta área, é uma área de trabalho que traz diversos riscos e possíveis ocorrências de acidentes ou até mesmo fatalidades.

Diversos podem ser os fatores a levar às ocorrências citadas, as causas e origens destes eventos são dos mais diversos, não é por nada que é explicito uma norma regulamentada somente para tratar da segurança do trabalho na construção civil, a NR 18, mesmo assim as mais diversas situações ocorrem e muitas delas podem ser prevenidas para se evitar a ocorrência de fatalidades.

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2.1.1 Fatores das Causas dos Acidentes de Trabalho na Indústria da Construção

Tendo em evidência que a ocorrência de acidentes na construção civil se torna necessário determinar suas origens para desta forma, impor uma forma de intervenção neste acontecimento. O que causa acidentes no ambiente de trabalho, especialmente no negócio da construção civil, tem sido um problema muito considerado devido a altas taxas de ocorrências e ver como os acidentes acontecem é essencial para reconhecer fatores pertinentes e requerer alguma atividade e ações que não são significativos podem ser desconsiderados (SWUSTE, 2008).

Várias são os aspectos e fatores que levam a realização do acidente do trabalho, determinar a sua circunstância, além de esclarecê-los, demonstra sua prevenção (ALARCON, 2016).

Para uma avaliação de risco mais confiável, os especialistas em segurança devem examinar como a prova de ocorrências de acidentes, através de uma pesquisa ponto a ponto de percalços e medições de acidentes passados, ao longo dessas linhas, relatórios realizados com uma investigação das casualidades fazem os procedimentos de trabalhos menos perigosos e relatam maior eficiência nas empresas (FUNG; LO; TUNG, 2012).

As estatísticas indicam que o acidente devido ao trabalho em altura é o mais recorrente e fatal na construção civil, sendo este o escopo de estudo deste trabalho, as quedas somam a causa como maior número de feridos e mortes no setor da construção no Estados Unidos, sendo 33% dos colaboradores dessa indústria para os anos de 1985 a 1989 (OSHA, 1990).

A partir da pesquisa realizada, foi verificado que mais da metade destes acidentes de altura são referentes ao local de trabalho, que relacionam a superfície de trabalho, condições da instalação, condições usuais nos quais os indivíduos escorregavam dos telhados e casos nos quais caiam nas aberturas do chão ou sobre andaimes tiveram várias ocorrências, também foi acusado vários equipamentos de proteção danificados, falhas de edificações como estruturas prejudicadas. A falta de conhecimento em uma situação de risco é o maior problema humano envolvendo as quedas, demonstrando até um terço dos acidentes.

Outro fator que é considerado a causa de um acidente é o requisito de tarefas redundantes que interferem na execução da tarefa e na segurança dos trabalhadores, o que aumenta o tempo para completar as atividades e a probabilidade de erros (WOOD, 1986). Isso demonstra que tantos os aspectos mentais (estresse) e físicos, aumentam a possibilidade e trazem risco aos trabalhadores.

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Segundo Yi (2012), fatores que podem influenciar no comportamento e estado psicológico atuando diretamente nos riscos é justificado pela idade do trabalhador, o pesquisador relaciona a queda da capacidade cognitiva devido ao aumento da idade como um fator causador de desastres na execução de uma obra.

Uma pesquisa realizada na construção civil, estudou através dos 100 acidentes acontecidos e analisados, quais seriam seus princípios e o que justificaria sua ocorrência, foi possível determinar que na obra os fatores causais são: os operários, o local de execução da obra (canteiro), materiais de construção e equipamentos, planejamento e projeto, causas subjacentes (HIDE, 2003).

Ainda de acordo com esta pesquisa, 70 das ocorrências dos acidentes tiveram como fator de ocorrência o trabalhador ou a equipe, quase metade incluiu o canteiro de obras como aspecto causador, um quarto dos acidentes teve relação direta ou indireta com os materiais e equipamentos, esta realização conseguiu determinar os fatores significativos de ocorrência dos acidentes na construção civil.

A INBEP (2016), realizou uma listagem com os principais fatores causadores de acidentes na construção civil, sendo:

a) Transporte/Movimento de materiais ou objetos: É uma situação recorrente no canteiro de obras que necessita de muita atenção, a ocorrência de deslizes de materiais podem atingir trabalhadores e a carga do material influencia muito na gravidade da ocorrência do acidente trazendo até a fatalidade.

b) Choques elétricos: Esta ocorrência é originada de fios de eletricidade à exposição ou próximos dos locais que contém grande movimentação de colaboradores, e normalmente o desconhecimento do trabalhador sobre este local arriscado, causa a eventualidade.

c) Dermatoses ou Alergias: É uma situação muito usual devido à ausência de alguns equipamentos de proteção individual, os contatos diretos com os agentes químicos de alguns materiais justificam essa ocorrência como o cimento, argamassa e outros.

d) Sinalização de risco do ambiente: A ausência de sinalização pode causar fatalidades catastróficas, a sua prática é inquestionável, além de que deve ser respeitada a sua utilização para evitar qualquer circunstância.

e) Uso das máquinas e equipamentos: A realização de obras praticamente não acontece sem o uso e execução de máquinas e equipamentos, por isso é primordial que o operador tenha total consciência do que esteja realizando e o local da

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utilização, dependendo do equipamento seja isolado para evitar o acidente, a falta de atenção e o erro humano no equipamento são fatores de muita influência neste caso.

f) Ruídos em excesso: A exposição a altos ruídos pode levar a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional), se dá pela continua exposição a altos níveis sonoros no local de trabalho, ou também originada de alguns produtos químicos, além de que ruídos em excesso no canteiro é um dos grandes fatores que causam distrações, levando a ocorrência das eventualidades.

g) Exposição a animais peçonhentos: Neste é exposto como a execução de serviços no canteiro de obras, se mostra como é fácil encontrar animais como cobras, escorpiões, aranhas, formigas, etc.

De acordo com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a emissão do documento Estratégia Nacional Para Redução de Acidentes do Trabalho (2015), divulga diversos fatores que são de bastante importância pela sua influência na geração de acidentes no canteiro de obras, sendo eles:

a) O não uso dos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) que são obrigatórios, mas são negligenciados pelos próprios trabalhadores ou algumas vezes até mesmo pelas construtoras;

b) Falta da informação correta ao trabalhador. Como demonstrar a obrigação do uso do EPI ou como utilizá-lo de forma correta, locais de risco, sinalizações, etc. c) Atitudes indevidas e imprudentes dos colaboradores em locais de risco e perigo;

d) Falta de fiscalização ou negligência do mesmo no local de trabalho; e) Não cumprimento das leis e normas reguladoras referentes a Segurança do Trabalho na construção civil;

f) Falta de diligência e cuidados relacionado aos direitos trabalhistas dos operários;

g) Máquinas e equipamentos antigos e obsoletos, que não são sucedidos por novos.

É possível então ter a percepção de que trabalhar no setor da construção civil, é como estar sempre acessível a ocorrência de acidentes ou até fatalidades, e isto é um fator

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muito contrastante nos dias atuais, os dados levantados referentes a isso justificam como este setor precisa da aplicação de medidas preventivas e fiscalização dessas práticas.

2.1.2 Dados sobre os Acidentes Ocorridos na Indústria da Construção

Como foi discriminado no tópico anterior diversos são os fatores decorrentes dos acidentes na construção civil, e para realizar a comprovação desses aspectos, bem como exaltar a informação referente ao assunto, será prosseguido os dados com relação aos acidentes neste setor de trabalho.

Alguns dados demonstrados neste tópico foram obtidos através da monitoria em tempo real sobre os dados de acidente de trabalho no Brasil. Uma parceria entre a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e o MPT (Ministério Público do Trabalho), desenvolveu essa ferramenta que quantifica em tempo real as informações. Os dados levam em relação a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Por ano são registrados 700 mil acidentes de trabalho no país, aspecto que atinge indivíduos de várias profissões, o Brasil é um dos países que tem mais registros de acidentes no mundo ficando na quarta colocação, atrás da China, Índia e Indonésia (MPT, 2018).

E com esses acontecimentos a economia do país também sente, as eventualidades causaram a Previdência Social um custo de R$ 26 bilhões entre 2012 e 2017, de acordo com o Ministério Público do Trabalho (2018). Esse saldo gigantesco foi utilizado para pagar auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxilio acidente.

Os setores que mais acontecem acidentes são a construção civil e a realização de serviços, dados referentes a 2009 demonstram que 395 trabalhadores morreram devido ao acidente na construção civil, entretanto o número de casualidades pode ser maior já que não contém causa da morte e local na certidão de óbito (MPT, 2017). Diversos estudos são realizados para analisar a quantidade de acidentes de trabalho que ocorrem.

A SEGUR/RS (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul) realizou uma análise sobre os óbitos por acidente de trabalho (AT), e a categoria que mais realizou a ocorrência de óbitos foi o grupo de trabalhadores da construção civil, segue os dados na Tabela 1:

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Tabela 1 - Distribuição dos óbitos por acidente do trabalho, segundo grupos da CBO (1994).

Fonte: SEGUR/RS (2007).

O grupo 95 demonstrado pela Tabela 1 ilustra que 33,63% das causas de fatalidades e óbitos por trabalho é da construção civil, este grupo contém os trabalhadores que realizam as seguintes atividades e serviços:

a) Execução e reparo nas edificações e em diferentes obras;

b) Profissionais que realizam assentamento de blocos de alvenaria, azulejos, telhas e pedras;

c) Execução de edificações em concreto armado;

d) Construção, reparo e instalação de estruturas, vedações, revestimentos e assoalhos;

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f) Aplicação de materiais isolantes nas obras, caldeiras, tubulações e nos equipamentos de refrigeração, climatização, àqueles relacionados a ambientes térmicos;

g) Introdução e aplicação de vidros nas edificações.

Pode ser ilustrado também pela tabela apresentada, que os profissionais que trabalham diretamente com as atividades da construção com índices altos de mortalidade, o grupo 87 com encanadores, soldadores e montador de estruturas metálicas possuem uma taxa de 4,04%, o grupo 97 também engloba alguns serviços do mesmo setor com profissionais operadores das máquinas de terraplanagem e de preparação de terrenos e fundações com 3,59% e por último o grupo 93 com pintores com 3,14%.

A Indústria da Construção (IC) gera várias fatalidades, porém não são apenas no âmbito nacional, de acordo com as estatísticas da OIT (Organização Internacional do Trabalho), em 2012 pelas 60.000 ocorrências levaram ao óbito na IC no mundo, tendo um índice de um óbito a cada 10 minutos (CBIC, 2015).

Um estudo realizado publicado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2015), para demonstrar a relação dos acidentes de trabalho, com o índice de mortalidade em comparação com a construção civil, analisou de 2000 a 2012, para realizar o estudo da prevenção de acidentes na indústria da construção. Segue os dados representados na Tabela 2:

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Tabela 2 - Número de Óbitos e Coeficiente De Mortalidade Por At (CM-AT/100.000) Geral.

Fonte: CBIC (2015).

É possível perceber com a ilustração na Tabela 2 que no ano de 2000 e 2006 houve uma queda das circunstâncias de fatalidades e depois houve um crescimento progressivo dos óbitos, pelo menos na construção, enquanto que em todos os ramos houve uma variabilidade com crescimento ao longo dos anos.

Além dos índices mortais, um outro fator a ser considerado em referência a segurança do trabalho na construção civil é a gravidade, seu indicador é denominado como letalidade, este sendo a relação proporcional com que ocorre os óbitos dentre todos os casos ocorridos. Segue na Tabela 3 os dados em comparação da letalidade de todas as ocupações em comparação com construção.

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Tabela 3 - Letalidade (%) dos AT em Todos os Ramos de Atividade Econômica e na IC, de 2000 a 2012, no Brasil.

Fonte: CBIC (2015), dados coletados pelo registro feito pela Previdência Social.

Com embasamento nos resultados contrastados pela Tabela 3, em todos os ramos de atividade o percentual vem caindo diretamente ao longo dos anos apenas com variação em 2006, enquanto que na IC, houve uma queda até 2008 e depois houve um crescimento ao longo dos anos.

Dados fornecidos pelo SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), possibilita caracterizar os fatores que tem causado fatalidades na construção civil, foram verificados 278 casos de 2007 a 2012, nos quais, acidentes de transportes com veículos terrestres automotores com 27%, quedas de alturas com 24%, choques elétricos 18%, alguns casos de agressões interpessoais 2% e o resto não foi possível identificar a causa, é possível uma melhor visualização no Gráfico 1.

(29)
(30)

Gráfico 2 - Distribuição percentual dos acidentes do trabalho fatais analisados pela SFIT, segundo os fatores imediatos de mortalidade, agosto de 2001 a dezembro de 2007.

Fonte: Adaptação de SFIT (2008).

Como no fator anterior a queda continua sendo o aspecto que mais causa fatalidades, de acordo com SFIT, a ocorrência de queda está dentro de diversos outros elementos a serem destacados:

a) Queda relacionada a realização de serviços no telhado (22,5%); b) Queda de andaime suspenso ou apenas apoiado (16,9%); c) Queda de determinada altura da edificação (7%);

d) Queda do equipamento de transporte de pessoas ou materiais (5,6%); e) Outras quedas (9,9%).

Uma pesquisa publicada por Sousa e Campos (2017), onde expressa a importância do fator de causa em afetar o processo construtivo, em relação à possíveis acidentes em obras, divididos por categoria. Segue essas informações demonstradas na Tabela 4:

13.50% 8.10% 16.10% 30.50% 31.80% Outros Riscos Acidentais a Respiração Exposição a Corrente Elétrica e Agentes

Fisícos

Exposição a Forças Mecânicas Inanimadas

Quedas

(31)

Tabela 4 - Categoria e fatores causais de acidentes com índices de importância em relação a execução da obra.

Categorias Fatores Causais Índices

Equipe de trabalhadores

Demandas de tarefas em excesso 10 Falta de capacitação, conhecimento e habilidades 8

Julgamento errôneo da situação de perigo 8 Declínio relacionado as idades das capacidades

cognitivas, comportamento e estado Psicológico

7

Saúde/fadiga do trabalhador 7

Posição operacional não apropriada para a tarefa 5

Total 45

Ambiente de trabalho

Fatores ambientais que envolvem a superfície de

trabalho ou condições de layout da instalação 9 Ambiente de trabalho (iluminação / ruído / quente /

frio / molhado) 8

Insuficiente ou falta de programa de limpeza 7

Total 24

Materiais

Estabilidade dos materiais 8

Condição dos materiais 8

Utilização dos materiais (procedimento e manuseio) 7

Total 21

Equipamentos

Insuficiência de EPI ou falta de proteção vestuário de

trabalho e equipamentos 13

Falta de equipamento / método de manipulação de

materiais 9

Ausência de dispositivos de segurança removidos ou

inoperacionais 9

Equipamentos inadequados de prevenção de queda

em edifícios 8

Total 39

Influências originárias Falhas originadas durante o processo de planejamento

(32)

Ausência de gerenciamento de risco 9 Ausência / insuficiência de supervisão 4

Total 25

Fonte: Sousa e Campos (2017).

São cinco categorias com 19 fatores e seus índices de ocorrências, a partir dos dados demonstrados se percebe que na totalidade os fatores humanos relacionados as equipes de trabalho, entretanto na sua individualidade insuficiência de EPI ou falta de proteção vestuário de trabalho e equipamentos é muito influente nestas ocorrências também.

Existe uma grande importância na realização de estudos sobre acidentes não fatais e também para a utilização de práticas preventivas de segurança do trabalho. No Brasil a ocorrência de acidentes de trabalho não fatais são divulgados pela Previdência Social, com dados fornecidos pelo CAT, as informações são fornecidas de modo que ocorra o afastamento do funcionário de 15 dia ou mais de afastamento do trabalho, normalmente são casos graves de acidentes, segue na Tabelas 5:

Tabela 5 - Incidência de Benefícios Previdenciários por Ocupação de 2012 a 2017. 10 Ocupações com mais benefícios

Ocupação %

Alimentador de linha de produção 5,10 Motorista de caminhão (rotas regionais e internacionais) 3,59

Servente de obras 3,37

Faxineiro 3,05

Vendedor de comércio varejista 2,48

Pedreiro 2,27

Auxiliar de escritório, em geral 1,83 Trabalhador agropecuário em geral 1,45

Cozinheiro geral 1,45

Ajudante de motorista 1,41

Fonte: MPT (2018).

É possível ilustrar duas ocupações que executam serviços de forma direta para a IC, o servente de obras e o pedreiro, com respectivos 3,37% e 2,27%, são valores consideráveis quando se referem aos mais de R$ 26 bilhões gastos com estas ocupações.

Com os dados da previdência tem-se o estudo realizado entre 2000 e 2012, demonstrando a comparação entre as atividades de todos os ramos da economia e a IC, com as informações exibidas na Tabela 6:

(33)

Tabela 6 - Número de acidentes de trabalho não fatais e incidência X (vezes) 1.000 trabalhadores segurados na construção civil, entre 2000 e 2012.

Fonte: CBIC (2012).

A probabilidade de ocorrência de acidente não fatais é muito alta, devido a sua grande ocorrência em diversos setores de trabalho, é possível perceber pela Tabela 6 que a incidência anual na construção civil é muito maior que as outras atividades econômicas. É possível perceber também que há uma queda muito grande no ano de 2012 para 2,6.

O SIMAN, publicou dados muito interessantes referente a construção civil de 2007 a 2012 que demonstra as características sociodemográficas dos casos de acidentes de trabalho em homens, onde foi levantado o tipo de vínculo trabalhista, tipo de acidente, região do corpo, circunstância e diversos fatores que auxiliam no desenvolvimento de práticas preventivas de acidentes e ocorrências no trabalho na IC, seguem os dados na Tabela 7:

(34)

Tabela 7 - Características sociodemográficas dos casos de acidentes de trabalho não fatais na construção civil em homens de 2007 a 2012.

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Fonte: CBIC (2015), dados fornecidos pelo SIMAN (2012).

A utilização de dados e informações em decorrência do tempo são muito úteis para estudos e colocações referente as ciências práticas, na área de segurança do trabalho essa informação auxilia de forma beneficiária para realização e desenvolvimento de prevenções para ocorrência de acidentes. Na área da construção civil, como foi ilustrado é uma área de muito risco, ou seja, é uma área onde a segurança do trabalho deve agir de forma pragmática, e foi possível contextualizar que o fator maior causador de acidentes neste setor é a queda, por isso a intervenção no trabalho em altura é realmente necessário e requerido.

2.2 TRABALHOS EM ALTURA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

A atividade trabalhista, cujas características requerem a prestação de serviços em diferentes níveis, requer cuidados especiais e atenção aos riscos que representam para o empregado. Uma vez que esta é uma atividade perigosa, trabalhar em altura causa muitos acidentes graves e fatais. E no Brasil, esta é a principal causa de morte neste setor.

Os acidentes causados por quedas são principalmente decorrentes da falta de proteção coletiva, da implementação de medidas preventivas de segurança e da qualificação adequada e qualificação dos trabalhadores que participam dessas atividades (SOUZA, 2017).

De acordo com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), os acidentes de trabalho no Brasil referente a queda de alturas estão relacionados a 40% da ocorrência dos acidentes.

Segundo o FUNDACENTRO (2011), a indústria da construção determinadas atividades realizadas no processo construtivo, demonstram certo risco em sua execução, tais como:

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a) Trabalhar sobre locais periféricos de lajes; b) Aterramento;

c) Trabalhar nos compartimentos de acesso para caixas de elevadores; d) Trabalhar em escadas ou rampas;

e) Serviços em varandas ou rampas;

f) Construção e instalação de coberturas ou telhados;

g) Instalação e desmontagem de torres de elevadores de obras; h) Trabalhar em andaimes penduradas;

i) Montagem de elementos estruturais (pré-fabricados, metálicos);

j) Serviços referente a confecção de fôrmas, armaduras, estruturas e painéis de concreto;

k) Manutenção de fachadas de construções; l) Inspeção e manutenção de chaminés.

As quedas podem acontecer devido à várias causas e estão associadas ao ambiente de trabalho e aos trabalhadores. Aspectos relacionados aos trabalhadores como a ausência de atenção e foco durante a execução de alguma atividade especifica, relacionada ao não uso ou uso incorreto dos EPIs, gerando as quedas. Além disso, o local onde a atividade é realizada pode ser um fator que causa acidentes. Em condições de pouca luz, superfícies e orifícios geralmente levam a acidentes relacionados a queda.

As quedas de altura demonstram várias origens como os choques elétricos, perca de estabilidade em locais de desníveis sem a proteção necessária; obstrução de algum local de passagem, obrigando o indivíduo a se movimentar por locais perigosos; falha nos itens de proteção, como guarda-corpo danificado ou mal executado; realização da atividade de trabalho de forma inadequada (AYRES; CORRÊA, 2001).

De acordo com Coelho (2015), diversos erros podem ocasionar em acidentes devido a quedas, sendo tais com:

• A proteção contra quedas não é usada. É importante ter um plano e implementar isso, ou seja, usar proteção contra quedas todos os dias. Ter em mente que sistemas complexos de proteção estão associados com a prevenção de uma queda ou quando são riscos que não podem ser eliminados; assegurar que os trabalhadores recebam educação protetora contra choques; e fiscalizar e manter a equipamento;

(37)

• Não utilizar a posição de instalação correta. Os mecanismos de proteção de quedas nem sempre são usados corretamente. Em muitos casos, os trabalhadores usam um cinto solto que eles se prendem, mal-uso ocasionando um grande erro. Muitas empresas também compram equipamentos errados para aplicações específicas. Um exemplo comum é a compra de cabo absorção de energia para uso em uma área de queda livre insuficiente. Uma restrição retrátil de linha de vida ou queda é usada em certas circunstâncias; • Não verificação da vida útil do equipamento. O dispositivo deve ser monitorado e removido regularmente do serviço. Aplicação de uma "Política Inteligente": se houver dúvidas, rejeite;

• Falta de comunicação e aprendizado. Um gestor de segurança deve sempre se comunicar com os trabalhadores e treiná-los da forma adequada garantindo segurança na execução do serviço. É importante que os treinadores conheçam os riscos no local de trabalho; sabendo como gerenciar ou controlar riscos; ensinar pessoal a se proteger; como usar um sistema de proteção contra quedas. É importante que seus funcionários estejam conscientes dos riscos, reconhecendo treinamento e procedimentos para minimizar esses riscos;

• A escolha de ancoragens inadequadas. O melhor cinto com a melhor habilidade de salvar vidas não pode evitar ou quebrar, se as âncoras erradas forem selecionadas. De acordo com NR 35, a carga máxima aplicável para suportar o sistema de fixação deve resistir no caso de uma possível queda, existe o fator de segurança;

• Esperar até acontecer. Não se deve esperar a ocorrência deste tipo de acidente para a implementação de medidas para modernizar o plano de proteção contra queda. Ao notar o risco de uma provável queda, deve-se verificar a possibilidade de acidentes fatais ou não, e realizar a prevenção.

Os trabalhos em altura possuem diversos aspectos que podem ocasionar o acidente e se torna primordial a aplicação de medidas preventivas, pois as ocorrências de acidentes neste tipo de situação, na maioria das vezes podem ser fatais, ou deixar sequelas graves.

2.2.1 Prevenção de Acidentes Devido ao Trabalho em Altura na Construção Civil

Para AEP (2005), a segurança profissional inclui um conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas que são usadas para prevenir acidentes, eliminando condições ambientais inseguras ou treinando ou persuadindo as pessoas

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a implementar práticas preventivas. E, a saúde, segundo Lida (2003) consiste na ausência de doença e dor, que estão associados ao bem-estar, com base em fatores físicos, mentais e sociais.

A importância em relação a saúde e segurança do indivíduo como trabalhador não é apenas de seu interesse, mas também das empresas, governo e sociedade, justificado que assim que este indivíduo sofra um acidente, todos estes setores serão influenciados de forma direta ou indireta.

Segundo Araújo (2004), a responsabilidade pela saúde e vida do trabalhador, é influenciado pelo governo e empresas, referindo assim a classe trabalhadora colaborar para que as ações implementadas para sua segurança sejam eficientes.

Nacionalmente é definido pelo artigo 196 da Constituição Federal do Brasil, especificando a garantia para os cidadãos do direito à saúde através de medidas que demonstrem a redução de doenças e outros agravos, e também permitir a utilização de atividades à sua proteção e recuperação. Fica ilustrado ao indivíduo como trabalhador, seus direitos de desenvolver seu trabalho em locais que possuam diminuição dos riscos inerentes pelo uso de normas de saúde, higiene e segurança.

A lei determina por meio de medidas de prevenção e correção, exigências básicas de segurança a serem aplicadas pelas organizações no seu ambiente de trabalho e condições mínimas de higiene.

Existem além da legislação diversas formas e práticas de medidas preventivas contra acidentes, medidas que praticadas com o auxílio de profissionais da segurança do trabalho, conseguem evitar o risco, e desta forma evitar a ocorrência do mesmo.

2.2.2 Medidas Preventivas para Trabalhos em Altura na Construção Civil

As quedas por serem o motivo que mais causa fatalidades e acidentes na construção civil, deve se ter uma atenção especial sobre elas, para realizar a sua prevenção. Quando considerados os óbitos devido a quedas, aproximadamente 35,5% foram de lajes, 25% de andaimes (CBIC, 2015). Estes sendo casos que a realização da prevenção evitaria o risco e a não fatalidade.

Para realização e aplicação de medidas preventivas vários fatores devem ser levados em conta quando considerado o trabalho em altura como, as condições ambientais, métodos e equipamentos para realização das tarefas atribuídas, a introdução de programas médicos e de atendimento imediato do resgate, a estimulação aos colaboradores a

(39)

participarem ativamente de palestras, instruções e treinamentos referentes a segurança do trabalho.

Dados esses fatores, a Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC, 2015), resume as práticas de prevenção referente a quedas dos funcionários da seguinte forma:

a) Medidas de controle relativas a elementos e serviços da construção; • É usado para abster quedas e isolar seus efeitos. Eles podem ser coletivos (primários) ou pessoais (secundários), mas os coletivos devem ser prioritários e complementários. As diretrizes devem ser programadas segundo os requisitos e exigem a adição de fiscalização para verificar a condição de acordo com as regras aplicáveis.

b) Medidas de gerenciamento relacionado ao trabalho;

• Determinam regulamentações especificadas de cada região a respeito do uso de Equipamento de Proteção Pessoal (EPP ou EPI). Estes dispositivos devem ser utilizados no momento em que os riscos e perigos não podem ser eliminados por precauções coletivas tomadas em termos de disponibilidade e monitoramento do uso dos funcionários, com detalhes sobre os principais riscos nas áreas mais perigosas e o uso constante de equipamentos, etc;

• Os colaboradores devem ser apropriadamente treinados no uso adequado dos equipamentos de proteção contra quedas, incluindo os padrões de proteção normativo e legislativo, os papéis e responsabilidades dos funcionários em tais regras, programas organizações existentes e procedimentos de emergência. O treinamento do trabalhador deve ser documentado e esses registros necessitam ser armazenados a pedido dos auditores do Ministério do Trabalho. O treinamento subsequente e melhorado é a essência para manter um alto nível de conscientização sobre a realização da segurança entre os colaboradores. É necessário tomar medidas para controlar a consumação de drogas e bebidas alcoólicas além de monitorar outros fatores da saúde.

c) Medidas de gerenciamento relacionadas aos equipamentos de Saúde e Segurança do Trabalho (SST);

• A mais importante medida é garantir que todo o equipamento de SST esteja em condições apropriadas, que seja utilizado, e seja periodicamente verificado. Além

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dos procedimentos detalhados de forma especifica, é essencial que o processo de execução da obra seja realizado de forma adequada e planejada, determinado na fase de projeto, determinando desta forma a minimização da ocorrência de quedas;

• Ao planejar o trabalho em altura, é importante considerar o tipo de trabalho realizado e desenvolver um tratamento sensível e específico com base nos mecanismos mais adequados. Por esta razão, existe uma hierarquia de medidas de controle e como o trabalho seguro, sistemático e disciplinado em altura deve ser realizado;

• É preciso observar a prevenção para evitar a queda de ferramentas e materiais, especialmente quando a altura da estrutura, ou a sua inclinação, sejam maiores às fixadas pela legislação nacional;

• Operadores devem manter certificados de operação das máquinas e equipamentos válidos, atendendo aos requisitos de certificação, incluindo competência para realizar a operação. Recomenda-se colocar rótulos de advertência nos equipamentos para a identificação clara das áreas de maior risco de AT. Os dispositivos de comando devem ser identificados para lembrar aos operadores suas funções, evitando erros no acionamento, e são compulsórios a instalação e/ou planejamento de salvaguardas destinadas a evitar movimentos involuntários ou acidentais de partes do equipamento.

No setor de construção, existem dois mecanismos principais para evitar quedas: precauções de queda e sistemas especiais de proteção contra quedas. Se os sistemas passivos de pensão não são praticáveis, os ativos são utilizados. O sistema específico de parada de caos para limitar a altura da queda, que reduz as forças de impacto no corpo e pode ser um traje especial, coletes, tapetes e vários tipos de fixadores, como ganchos, linha de vida vertical e horizontal e pontos de ancoragem é suficiente para uma a duas toneladas de carga esperadas em caso de queda. A compatibilidade das peças utilizadas nos sistemas deve ser verificada.

A CBIC (2015), desenvolveu um modelo da matriz de Haddon para a prevenção de quedas, segue na Tabela 8:

(41)

Tabela 8 - Matriz de Haddon determinada para a minimização de quedas de grandes alturas no setor da construção civil.

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Fonte: CBIC (2015).

É uma ferramenta atribuída as etapas de acontecimentos de um acidente referente a queda da construção civil, relacionando com as informações relevantes para evitar o risco ou a fatalidade do acontecimento.

As medidas são muita benéficas para realização da prevenção, e na sua elaboração e desenvolvimento mais específicos temos as leis e diretrizes que abordam este detalhe de forma mais completa e abrangente, para isso na atualidade temos os profissionais de segurança do trabalho e as normas vigentes, regulamentadas para tratar da aplicação da prevenção dos AT referente a trabalho em altura na construção civil.

(43)

2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS PARA TRABALHOS EM ALTURA

Além da constituição também é possível utilizar as normas e técnicas prescritivas para determinação de prevenções para a segurança do trabalho, na indústria da construção uma norma referência a ser utilizada e aplicada em campo é NR (Norma Regulamentadora).

2.3.1 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

A NR 18, ou Norma Regulamentadora 18 – Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção, possui diversas recomendações e demandas referente a segurança do trabalho e também as práticas sobre o âmbito e realizações de atividades que podem colocar em risco a segurança do trabalhador.

A NR 18 determina procedimentos de ordem gerencial, organizacional e de planejamento, que justificam a introdução de medidas de controle e sistemas de prevenção da segurança nas diretrizes, nas condições e no ambiente de trabalho da indústria da construção (MTE, 2018).

Desta forma, a norma contextualizada se demonstra uma ferramenta essencial para conseguir e otimizar a segurança dos indivíduos como trabalhadores na indústria da construção. De modo que, a mesma assegura para todos os trabalhadores na execução da obra com medidas referentes na norma.

A NR 18 é essencial para segurança e saúde dos trabalhadores e profissionais da construção civil, porque além de influenciar na ocorrência de acidentes com medidas preventivas, também é responsável pela realização de fatores que promovem a proteção coletiva contra casualidades de quedas dos trabalhadores quando realizados trabalhos em altura (MTE, 2018).

Segue na Tabela 9, o detalhamento das especificações diretrizes determinadas pela NR 18 das medidas preventivas contra quedas em escadas, rampas e passarelas:

(44)

Tabela 9 - Especificações para projetos de superfícies de passagem.

(MTE, 2018).

2.3.2 NR 35 – Trabalho em Altura

A NR 18 é uma norma muito abrangente e tenta incluir todos os setores relacionados a um canteiro de obra, por isso se torna necessário na realização de algumas atividades a aplicação e prática de procedimentos mais específicos, como a NR 35 que é a norma referente a trabalhos em altura, ou a RTP nº 1 (Recomedação Técnica de Procedimentos) que contém medidas contra quedas de altura, têm-se a disposição também normas internacionais como a OSHA 3146/1998 FallProtection in the Construction (Norma de proteção contra quedas na construção civil), diversas são as opções para aplicação de medidas preventivas e para realização da segurança do trabalhador na construção civil contra quedas.

(45)

A NR 35 foi introduzida em 2012, retratando o trabalho em altura, é uma norma que legaliza de forma objetiva a segurança do trabalhador e a sua saúde, relacionando de forma direta ou indireta a execução de serviços e atividades em altura (MTE, 2017). Esta norma complementa as indicações fornecida pela NR 18 no referente ao trabalho em altura, de forma que a mesma se refere a aplicação de diretrizes de planejamento, organização e execução dos serviços em altura com o conceito de mitigar e excluir os riscos com quais o trabalhador estará determinado durante a realização deste tipo de atividade.

De acordo com a NR 35, trabalho em altura é considerado qualquer e toda atividade realizada acima de 2,00 m de desnível, havendo o risco de queda, a NR considera ao trabalho em altura, os seguintes fatores e aspectos:

a) Local e entorno da execução dos serviços;

b) Isolamento e sinalização do ambiente do Trabalho em Altura; c) Configurar os sistemas e pontos de ancoragem;

d) Condições meteorológicas variadas;

e) Seleção, inspeção, utilização e limitação dos EPI; f) Redução do impacto e Fator de Queda.

A norma relata à obrigações enquanto empregador, no que se refere às medidas de proteção determinada pela norma. A NR se refere as responsabilidades relacionadas aos indivíduos e o cumprimento de forma eficiente das mesmas, considerando os dispositivos legais durante a realização das atividades. Considera ainda o conhecimento dos trabalhadores referente a atividade que irão realizar em altura, idealizando a sua capacitação e treinamento, compreendendo a carência e exigência do planejamento, organização e execução das atividades, atribuindo elas a profissionais capacitados, de modo que faça uso de forma correta dos EPIs e outros equipamentos necessário.

De acordo com a NR 35, item 1.1, a norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.

Segundo a NR 35, é definido ao empregador a necessidade de garantir as diretrizes determinadas na norma de forma que assegure a prática da Análise de Risco (AR), e a emissão da Permissão de Trabalho (PT). Seguem algumas recomendações da norma a essa referência:

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a) O trabalho em altura necessita ser realizado sob supervisão, de modo que o mesmo seja determinado pela Análise de Risco de acordo com as especificações da determinada atividade;

b) Para ações costumeiras de trabalho em altura a realização da análise de risco poderá estar contemplada no respectivo procedimento operacional;

c) As atividades de trabalho em altura não rotineiras devem ser previamente autorizadas mediante Permissão de Trabalho (PT).

É de obrigação do empregador e necessidade de fiscalização que ocorra essas medidas, para a execução das atividades em altura.

Avaliar a qualidade dos serviços prestados realizado em altura é uma excelente prática que pode ser útil para identificar e contrariar eventos e incidentes indesejáveis que não são previsíveis na análise de risco realizada de acordo com situações específicas e dependendo das situações específicas do local, esquiva a normalidade ou a previsibilidade da ocorrência (MTE, 2017).

A norma ilustra o conteúdo referente a construção do planejamento devendo incluir no mínimo:

a) Normas e práticas relacionadas e referente ao trabalho em altura; b) Analise de risco e determinações contraditórias;

c) Riscos potenciais específicos ao trabalho em altura e condições preventivas e de monitoramento;

d) Equipamentos de proteção coletiva e proteção individual;

e) Equipamentos realizados, seleção, verificação, conservação e validade;

f) Acidentes usuais em serviços realizados em altura;

g) Práticas em situações necessárias, com noções de resgate e primeiros socorros.

Com a norma torna-se possível realizar o gerenciamento da segurança do trabalho, devido as medidas imposta referentes as atividades, prevendo os riscos que o indivíduo pode se encontrar e aplicar medidas corretivas específicas de segurança para garantir a não ocorrência de possível fatalidade.

(47)

É necessário verificar os trabalhadores realizando exames referenciados à anomalias para saber se pode haver a ocorrência de algum mal que ocasionará na queda do mesmo, esta é uma das responsabilidades que se dá ao empregador. As patologias que podem originar uma queda são:

• Convulsões;

• Tontura;

• Deficiência na coordenação motora; • Problemas cardíacos;

• Medo de altura.

A norma também determina classificações de exigências dos usos de medidas podendo ser:

a) Procedimentos para abster o serviço em altura, continuamente que existir meio mútuo de realização;

b) Procedimentos que eliminem o perigo de declínio dos trabalhadores, na impossibilidade de realização do serviço de outra configuração;

c) Procedimentos que minimizem as consequências do declínio, quando o perigo de declínio não puder ser extinto.

A partir do momento em que não se pode evitar a realização do trabalho em altura, uma das alternativas para extinguir os riscos é fazer uso dos Equipamentos de Proteção Coletiva, eles auxiliam as práticas de segurança aplicadas pelas normas.

Além das normas vigentes que auxiliam, têm-se também recomendações que auxiliam na prática da segurança do trabalho como as RTPs, por exemplo a RTP nº1, contém medidas de proteção contra quedas de altura.

A RTP nº 1, tem o significado apresentado, “qualquer risco de queda apresentado, se demonstra a necessidade da instalação da proteção coletiva respectiva” (FUNDACENTRO, 2011). A RTP nº1, introduz informações referente a resistência e de dimensionamento para Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), prevenindo a ocorrência de queda de trabalhadores, materiais e equipamentos.

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A prioridade da implementação desta medida é priorizar a aplicação de medidas que determinem a ausência da ocorrência de quedas, e não sendo realizado esta opção, deve-se utilizar medidas que limitem as quedas.

Segue a Tabela 10 com os detalhes das diretrizes para dimensionamento dos EPC:

Tabela 10 - Requisitos para realização de dimensionamento dos EPCs.

Fonte: FUNDACENTRO (2011).

2.3.3 OSHA – Occupational Safety and Health Association

Além das normas nacionais específicas para realização de trabalho em altura, também é possível a aplicação de normas internacionais, para a determinação de ações preventivas, nos Estados Unidos, tem-se a aplicação das ações específicas recomendadas pela OSHA (OccupationalSafetyand Health Association), sendo esta agência uma referência no mundo inteiro para saúde e segurança do trabalho.

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A OSHA, tem determinado o regulamento, OSHA 3146/1998, FallProtection in The Construction (Proteção Contra Queda na Construção), revisado em 1998 esta norma determina as áreas e tarefas da construção civil, que necessitam receber recomendações e especificações para o trabalho em altura.

A norma determina que, em se tratando de trabalhos desenvolvidos a um desnível de mais de 1,8 m, os trabalhadores necessitam estar utilizando proteção contra quedas e contra objetos da queda. Como também, descreve os equipamentos de proteção, para os trabalhadores expostos aos riscos, além de que a norma também especifica as tarefas que demandam a utilização dos equipamentos para evitar os riscos, como: andaimes, aberturas em pisos, passarelas, trabalhos com estruturas metálicas, rampas, lajes, coberturas, e outras atividades que podem originar o risco.

As diretrizes da norma responsabilizam o empregador com relação a avaliação das superfícies de trabalho, possuem capacidade estrutural para suportar os colaboradores com segurança, ilustrando ao trabalhador relações de possibilidades mais adequadas a atividade exercida para que ocorra a sua proteção.

Seguem-se na Tabela 11 as especificações para EPC, demonstrada pela OSHA 3146, para estabelecer segurança ao trabalho em altura:

(50)
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Fonte: Adaptação OSHA 3146 (1998).

As normas são excelentes determinações para evitar o risco do trabalhador e desta forma não ocasionar nenhuma fatalidade, essas medidas são impostas como medidas vigentes práticas de serem legislativas, e a sua não realização em alguns casos podem levar ao cumprimento de penas jurídicas, por isso a sua aplicação principalmente na área da construção civil, é um fator determinante. Existem diversas formas de aplicar esses métodos, casos, referências e profissionais, que conseguem desenvolver esse tipo de trabalho na área da segurança cabe então ao empregador realizar essa capacitação a sua empresa, ou ambiente de trabalho, para evitar essas eventualidades.

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3 ESTUDO DE CASO

Como demonstrado no referencial e no embasamento teórico, as quedas em diferenças de alturas é a principal ocorrência de acidentes na construção civil, ocasionando diversos tipos de lesões e até fatalidades. Tendo isto em vista, o presente trabalho irá realizar a análise de uma construtora em Criciúma – SC, apresentando o que acontece nas obras e demonstrando as não conformidades com relação a possibilidade de ocorrência de acidente devido a quedas de alturas.

Para demonstração e realização do estudo de caso foram registradas algumas obras com autorização da construtora na cidade de Criciúma – SC, devido a apresentação de não conformidades a construtora requisitou a ausência da citação dos nomes das obras e do nome da empresa.

Para efetivação das não conformidades conferidas em obras, para o estudo de caso foi aplicado utilizando a NR 35 e as normas que a complementam como NR 18 e NR 34, além das literaturas que ajudam na segurança do trabalho e em trabalhos em altura como apresentados no referencial teórico deste.

3.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

3.1.1 Aberturas nos pisos

De acordo com as recomendações da norma e da literatura, as aberturas nos pisos e nas paredes necessitam ser protegidas de modo que evitem a queda de pessoas ou objetos, sendo que as proteções necessitam ser resistentes. Segundo a NR 18, é obrigatória a instalação da proteção coletiva quando ocorrer o risco de queda dos trabalhadores, as aberturas nos pisos devem ter fechamento provisório e resistente. Nas obras visitadas foi possível encontrar as duas situações, a ocorrência de não conformidades (Figura 1) e uma das obras com as conformidades necessárias para evitar o risco (Figura 2).

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Figura 1– Abertura em piso encontrada demonstrando não conformidade.

Fonte: Próprio Autor (2018).

Figura 2– Proteção coletiva na abertura de piso.

Fonte: Próprio Autor (2018).

Nas obras visitadas foram encontradas algumas outras irregularidades, como estas demonstradas acima, que apresentavam risco de queda em abertura de piso, sendo a maioria por ausência do sistema de proteção como demonstrado na Figura 1.

Referências

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