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Produção coletiva do conhecimento na Web 2.0 : descrição e análise das plataformas Zoho, Google e Sloodle e seus potenciais pedagógicos

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO. ALESSANDRA CONCEIÇÃO MONTEIRO ALVES. PRODUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO NA WEB 2.0: DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS PLATAFORMAS ZOHO, GOOGLE E SLOODLE E SEUS POTENCIAIS PEDAGÓGICOS. SÃO CRISTÓVÃO – SE 2012.

(2) 1. ALESSANDRA CONCEIÇÃO MONTEIRO ALVES. PRODUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO NA WEB 2.0: DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS PLATAFORMAS ZOHO, GOOGLE E SLOODLE E SEUS POTENCIAIS PEDAGÓGICOS. Dissertação de mestrado apresentada ao Núcleo de PósGraduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe, sob orientação do Profº. Dr. Henrique Nou Schneider, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Educação.. SÃO CRISTÓVÃO – SE 2012.

(3) 2. FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. Alves, Alessandra Conceição Monteiro A474p. Produção coletiva do conhecimento na WEB 2.0: descrição e análise das plataformas Zoho, Google e Sloodle e seus potenciais pedagógicos / Alessandra Conceição Monteiro Alves; orientador Henrique Nou Schneider. – São Cristóvão, 2012. 127f. : il.. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Federal de Sergipe, 2012.. 1. Tecnologias educacionais. 2. Tecnologia da informação. 3. Sites da Web. 4. Inteligência coletiva. Schneider, Henrique Nou, orient. II. Título.. CDU 37:004.

(4) 3. ALESSANDRA CONCEIÇÃO MONTEIRO ALVES. PRODUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO NA WEB 2.0: DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS PLATAFORMAS ZOHO, GOOGLE E SLOODLE E SEUS POTENCIAIS PEDAGÓGICOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação, sob a orientação do Profº Dr. Henrique Nou Schneider. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. São Cristovão, 16 Março de 2012. Banca Examinadora:.

(5) 4. Dedico este trabalho aos meus amados pais; ao meu amado esposo e companheiro, Alexandre José; aos meus amados filhos, Ana Clara e João Arthur..

(6) 5. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus, força transcendental e imaterial que nos acomete em todos os momentos, nos fortalecendo e tornando tudo possível, que alguns chamam de Consciência, outros de tolice ideológica e eu chamo de Deus. A Ele toda honra e toda glória. Aos meus pais, que mesmo com suas limitações, tiveram como primazia a nossa Educação proporcionando descobertas, sonhos e realizações. Ao meu amado esposo, Alexandre José, pela compreensão em todos os momentos em que me ausentei emocionalmente e em que o computador tomou o seu lugar, me fazendo lembrar que existe vida, mesmo durante um Mestrado. Ao meu orientador, o Prof. Dr. Henrique Nou Schneider, que com maestria, paciência e acuidade, acreditou na minha proposta de pesquisa e serviu de referência ao longo dessa caminhada. Obrigada pelo apoio em todos os momentos, pelo carinho e amizade que se consolidou nesta jornada. Aos colegas da turma do mestrado 2010, com quem compartilhei momentos de grandes alegrias e descobertas e pude perceber o quanto a diversidade se faz mister na investigação cientifica. Ao grupo de estudos GEPIED fonte de discussões teóricas e pelas generosas contribuições e conforto intelectual. A Prof. Dra. Solange Lacks e Gláucio Machado pela análise do meu trabalho na banca de qualificação e pelas orientações posteriores. Ao Amigo Givaldo Almeida que nesta jornada sempre dividiu comigo momentos de apreensão e alegrias. Obrigada companheiro. Aos professores do Núcleo de Pós-graduação em Educação que nos apresentaram seus conhecimentos e nos proporcionaram novas descobertas no decorrer do Mestrado. Aos funcionários do Núcleo de Pós-graduação em Educação, que sempre atenciosos e prestativos auxiliaram-me nos procedimentos, prazos e entregas recorrentes. A FAPITEC/SE pela Bolsa de Mestrado, pelo apoio financeiro que permitiu à realização desse trabalho..

(7) 6. E, por fim, as pessoas que, de alguma forma, contribuíram e estiveram presentes durante esta caminhada e colaboraram com palavras de incentivo para que pudesse vencer este desafio..

(8) 7. “A condição autêntica do homem é exceder o homem, procurar Deus engajando toda sua existência nessa busca, no êxito da qual ele deve apostar tudo, sem por isso perder um só instante a consciência do outro aspecto complementar da condição humana, que é a de que essa busca não poderia nunca ser suspensa, deixar de ser aposta para se transformar em certeza simples, integra e não paradoxal” (GOLDMANN, 1979).

(9) 8. RESUMO O uso das Tecnologias Digitais na Educação se apresenta como condição indispensável na era atual, já que por meio destas pode-se obter um aprendizado dinâmico, coletivo e participativo. O presente trabalho objetivou investigar as plataformas virtuais da Web 2.0 com vistas a promover a aprendizagem colaborativa e apresentá-las como lócus de construção coletiva do conhecimento. A metodologia da pesquisa é de natureza qualitativa visando descrever e apresentar uma análise das plataformas da Família Zoho, Família Google e Sloodle, a fim de evidenciar o potencial pedagógico das mesmas e referenciá-las como componente de mediação entre teoria e prática para a Educação. Os resultados apontam que as plataformas da Web 2.0 predispõem uma abordagem multidisciplinar, envolvendo várias áreas da Educação e permitindo aos usuários destes ambientes o desenvolvimento cognitivo, pensamento crítico, dinamismo e autonomia, por se tratar de instrumentos inovadores que possibilitam a reformulação da proposta educativa e os conceitos de ensino-aprendizagem. Este estudo mostra ainda que questões relativas às implicações pedagógicas da utilização das plataformas como ferramenta de apoio educacional fica em aberto, podendo ser alvo de futuras investigações que tentem comprovar a eficácia destas novas práticas para o ensino aprendizagem. Palavras-chave: Web 2.0, Zoho, Google, Sloodle, Inteligência Coletiva..

(10) 9. ABSTRACT Use of Digital Technologies in Education presents itself as an indispensable condition nowadays. Because through these one can obtain a dynamic, collective and participatory learning. This work provides a scientific research that aims to investigate the potential of computing platforms such as Web 2.0 for a collaborative learning environment and thus present them as a locus of collective construction of knowledge. For this purpose, we analyze the platforms Family Zoho, Google and Platform Family Sloodle. This research was conducted qualitatively. The analysis of these environments is meant to characterize the value that the platforms attach to individual and collective learning and show how these environments can be used as complementary tools in the development of educational work. Thus, it is a description of each platform analyzed in order to present their technologic resources and how these may be of use in Education in order to provide help in the collaborative learning processes and collective construction of knowledge. Keywords: Web 2.0, Web 2.0, Zoho, Google, Sloodle, Collective Intelligence..

(11) 10. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Aplicativos da Família Zoho. 50. Figura 2 – Página Inicial da Zoho Notebook. 57. Figura 3 – Menu criação de conteúdos WebSite: Documento, Planilha e. 58. Whiteboarding Figura 4 – Menu criação de conteúdo flexíveis: texto, imagem, áudio, vídeo, Html e. 59. URL Figura 5 – Página Inicial da Zoho Show 2.0. 62. Figura 6 – Tela de Integração de bate-papo. 63. Figura 7 – Tela do Ambiente Zoho Writer. 68. Figura 8 – Tela de compartilhar e construir ambiente Zoho Wiki. 72. Figura 9 – Tela Design Zoho Wiki. 73. Figura 10- Criando a Zoho Wiki. 73. Figura 11 – Tela acrescentando conteúdo na Zoho Wiki. 74. Figura 12 – Aplicativos parceiros da Google. 87. Figura 13 – Página Iniciando o Google Earth com barras de ferramentas. 94. Figura 14 – Pagina Inicial da Google Earth com barra de ferramentas lateral. 95. Figura 15 – Área de Navegação. 96. Figura 16 – Botões de Rolagem. 96. Figura 17 – Página Inicial do Google Docs. 100. Figura 18 – Página de Controle de Documentos. 101. Figura 19 - Página de Partilha em tempo real. 101.

(12) 11. Figura 20 – Página de armazenar e organizar trabalhos. 102. Figura 21 – Página Inicial do Google +Plus. 107. Figura 22- Tela Botão G+1 do Google Plus. 108. Figura 23- Tela dos Botões Círculos do Google Plus. 108. Figura 24- Tela do Botão Hangouts do Google Plus. 109. Figura 25- Tela inicial do Google Groups. 113. Figura 26- Metodologia Blended Learning/Aprendizagem Hibrida. 115. Figura 27- Tela Teletransporte para o Classroom. 117. Figura 28- Tela de ativação do Avatar. 117. Figura 29- Tela da primeira atividade no Sloodle. 118. Figura 30- Tela de Ferramentas Sloodle. 118.

(13) 12. LISTA DE ABREVIATURAS ADSL. Asymetric Digital Subscriber Line. AJAX. Asynchronous Java Script and XML. API. Application Programming Interface. ARPA. Advanced Reseach Projects Agency. AVA. Ambiente Virtual de Aprendizagem. BBS. Bulletim Board System. BSD. Berkeley Software Distribution. CAC. Colaboração em Ambientes. CEO. Chief Executive Officer. CEP. Código Endereçamento Postal. CER. Centro de Pesquisas Nucleares. CPA. Custo Por Ação. CPC. Custo Por Clique. CPM. Custo Por Impressão. CRM. Customer Relationship Management. FTP:. Transfer Protocol File. GIF. Graphics Interchange Format. GIS. Geographic Information System. GUI. Graphical User Interface. HTC. High Tech Computer Corporation. HTML. HyperText Markup Language. HTTP. Hypertext Transfer Protocol. ICQ. I Seek You. ID. Identity. IM. Instante Messaging.

(14) 13. IP. Internet Protocol. ISDN. Integrated Digital NetWork. ISO. Organização Internacional de Normalização. JPG. Joint Photographic Experts Groups. KML. Keykole Markup Language. LMS. Learning Management Systems. MCU. Multiponto Control Unit. MOODLE. Modular Object Oriented Dynamic Leraning. MS. Microsoft. MSN. Microsoft Network. ODT. Open Document Format. PDF. Package Definition File. PNG. Portable Network Graphics. PPS. Power Point Slide. PSP. Paint Shop Pro. RDSI. Rede de Serviços Digitais Integrados. RFP. Request For Proposal. RSS. Really Simple Syndication. RTF. Rich Text Format. SESI. Serviço Social da Indústria. SLOODLE. Simulation Linked Object Dynamic Environment. SMS. Safety Management System. SMTP. Simple Mail Transfer Protocol. SSL. Secure Sockets Layer. TCP. Transmition Control Protocol. TIC. Tecnologia da Informação e Comunicação.

(15) 14. TXT. Trusted Execution Tecnology. UCLA. University of California, Los Angeles. URL. Uniform Resource Locator. URL. Universl Resource Locator. W3C. Word Wide Web Consortium. WAP. Wireless Aplication Protocol. WYSIWYG. What You See Is What You Get. XML. Extensible Markup Language. XMPP. Extensible Messaging Present Protocol.

(16) 15. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 16. CAPÍTULO. 25. 1. –. A. Inteligência. Coletiva:. A. Colaboração. como. tônico. da. aprendizagem................................................................................................................................. 1.1 – A Inteligência Coletiva.................................................................................................... 25. 1.2 – Aprendendo com o outro: O sócio- interacionismo de Vygotsky .................................. 30. 1.3 -- Interligando Levy e Vygotsky........................................................................................ 33. CAPITULO 2 – Web 2.0 : Plataformas Computacionais como ambientes de produção de informação / conhecimento............................................................................................................. 35. 2.1 – Word Wide Web.............................................................................................................. 35. 2.1.1 – Da Web 1.0 à Web 2.0.................................................................................................. 38. 2.2- Informação e conhecimento na Web.................................................................................. 40. 2.3- Colaboração Conteúdo e Conectividade................................................................... 42. 2.4- Plataformas Colaborativas................................................................................................ 46. CAPITULO 3 – Análise dos ambientes Zoho, Google, Sloodle à luz de atributos de colaboração .............................................................................................................................. 49. 3.1 – Plataformas da Família Zoho........................................................................................... 49. 3.2 – Plataformas da Família Google........................................................................................ 75. 3.3 – Plataformas Sloodle ......................................................................................................... 114. CAPÍTULO 4 –Considerações Finais............................................................................................ 121. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 123.

(17) 16. INTRODUÇÃO A Educação em seu contexto atual passa por momentos de grandes transformações, entre as quais, quando nos referenciamos a utilização das redes sociais e das plataformas computacionais como objetos de simplificação, modernização e comunicação, para o contexto escolar. Segundo Levy (1999) participamos de diversas modificações no decorrer do século XXI, e nos confrontamos com tecnologias em toda parte, inclusive na educação o que corresponde a um possível conceito cibercultura que designa o conjunto de valores e comportamentos de determinados grupos relacionados ao surgimento da Internet que exprimem idéias, desejos, saberes, interação e conhecimento. Neste sentido, percebe-se que a apropriação desses recursos tecnológicos no processo ensino-aprendizagem requer estudos e pesquisas que pontuem e retratem como essas inovações podem transformar a realidade escolar. O envolvimento profissional com a Educação e com Tecnologias Educacionais vem desde 1990. Quando ainda no ensino médio, cursei Processamento de Dados na Escola Técnica Treinasse em Santos- SP. Na graduação fiz o curso Ciência da Computação que, por motivos pessoais, foi trancado, dando continuidade com o curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. No curso de Ciência da Computação, trabalhei como estagiária lecionando a disciplina de informática educativa, disciplina está em que pude perceber que o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), podiam ser trabalhadas como ferramentas de colaboração e construção do conhecimento.. Com essa experiência profissional e. conhecimento, pude observar que as escolas, mesmo com a escassez de mão de obra especializada para este fim, percebem que a inclusão digital faz parte do mundo do trabalho, das experiências escolares e das atividades mais simples do cotidiano. Pesquisar, inventar histórias, articular-se em várias redes sociais que existem na Internet possibilita vivenciar histórias que poderão ser contadas em tempo real, levando os alunos a refletir um pouco sobre as dificuldades que o professor encontrou e como as superou. Com esse objetivo esses usuários farão parte de uma nova geração que vai usar o computador, os softwares educativos e as redes virtuais, assim como se usa os cadernos e os livros diariamente. Ou seja, a tecnologia sempre foi um instrumento mediador e complementar para a Educação. Desta maneira, o estudo foi aprofundado em pesquisas com Sites Educativos, Softwares e montagem de Projetos Educacionais..

(18) 17. Ainda como funcionária do SESI/Se executei o projeto de Inclusão Digital, cuja proposta era dinamizar e fomentar, nas unidades de ensino do SESI/Se, a utilização do laboratório de informática e a utilização dos recursos tecnológicos como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem, afim de. dar suporte aos projetos. interdisciplinares e inseri-los no novo contexto da aprendizagem. Como Coordenadora do Projeto 3D1, o principal objetivo educacional era melhorar o aproveitamento escolar dos alunos, mostrando novos conceitos de aprendizagem e interação com as Tecnologias da Informação e Comunicação, promovendo assim novas habilidades e aptidões como: usar a Internet para fazer pesquisas úteis, aprender a filtrar a imensa quantidade de informações e redes sociais que existem na Web com o intuito de trazê-las e inseri-las no ambiente escolar, como instrumento para construção e assimilação do conhecimento. Com essa “lente” de pesquisadora pude perceber que esta nova geração de aplicativos da Web 2.0, assim como as tecnologias e conceitos que permitem um maior grau de interatividade e colaboração em sua utilização, conhecida como Web 2.0 (O’REILLY, 2005), tem influenciado um número cada vez maior de adeptos a utilizarem seus serviços. Para Tim O’ Reilly (2005, online) a “Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma (...) desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas (...)”. As tecnologias educacionais virtuais, neste sentido, provocam uma grande mudança paradigmática, já que oferecem escalabilidade2, canalizando a experiência do aluno. O saber da comunidade pensante não é mais um saber comum, pois doravante é impossível que um só ser humano, ou mesmo um grupo, domine todos os conhecimentos, todas as competências; é um saber coletivo por essência, impossível de reunir em uma só carne. No entanto, todos os saberes do intelectual coletivo exprimem devires singulares, e esses devires compõem mundos”. (LEVY,1998, p.181). Sendo assim, vemos então que no momento em que estamos imersos, grande parte dos usuários da rede deposita na WEB 2.0 e nos sistemas de informação e comunicação mais precisamente nas redes sociais a possibilidade de construir um espaço colaborativo propício à 1. Dinamizar e fomentar nas unidades de ensino do Sesi/Se a utilização do laboratório de informática e seus recursos tecnológicos como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem, dando suporte aos projetos interdisciplinares direcionados pelos professores de sala de aula.s 2 É uma característica desejável em todo o sistema, em uma rede ou em um processo, que indica sua habilidade de manipular uma porção crescente de trabalho de forma uniforme..

(19) 18. produção de conhecimento e aprendizagens simultâneas mediadas por computador. O uso pedagógico dessas tecnologias traz para a “Era da Virtualização” novos conceitos e definições de aprendizagem e construção colaborativa do conhecimento. Nesse sentido, a Web 2.0 pode contribuir para que aconteça uma educação de qualidade tornando seus atributos componentes da produção do conhecimento. O conhecimento mediado por computador, o conhecimento coletivo. Almeida (2005, p. 41) salienta que tecnologias e conhecimentos integram-se para produzir outros novos conhecimentos, que por sua vez facilitam a compreensão das problemáticas atuais e favorecem, sobremaneira, o desenvolvimento de projetos em busca de alternativas inovadoras para a transformação do cotidiano e para a construção da cidadania.. Uma das primeiras necessidades trazidas pela época contemporânea é o repensar acerca do significado do conhecimento e, particularmente, da educação escolar e a qualidade que essa educação oferece. A grande discussão que se coloca em relação à contemporaneidade, do ponto de vista filosófico, é que ela abrange a Educação e todas as Áreas do Conhecimento. Educadores consideram que o conhecimento é construído socialmente através de processos educacionais facilitados por cooperação, colaboração e interações sociais (Molina and Sales 2008). A escola tem que ser encarada como uma comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos grupos profissionais em torno de um projeto comum. (NÓVOA, 1992, p 34). Esta perspectiva tem fundamento no fenômeno que Nóvoa (1992), denomina de compreensão "meso", isto é, o entendimento da escola como mediadora que faculte ao educando a possibilidade do desenvolvimento de potencialidades para uma ação de cidadania crítica, que intervenha e construa uma nova sociedade mais democrática e justa. Os pressupostos que sustentam ambas as leituras da Contemporaneidade – a linha moderna e a linha pós-moderna – são determinantes para se compreender os projetos societários (sócio-político-econômicos), a lógica que os rege, os objetivos a que se destinam e os limites conceituais dentro dos quais se circunscrevem. Fridman (2000), buscando compreender a subjetividade contemporânea, aborda a ansiedade humana em face das rápidas e profundas mudanças que se estão processando no cenário mundial nas últimas décadas; propõe que as causas sociais das oscilações e vertigens que nos afetam remetem à cultura, trabalho, globalização e à constituição da ordem pós-moderna. No seu discurso com diferentes pensadores, aponta que, para o marxista Fredric Jameson, pós-modernismo e capitalismo da mídia são sinônimos; na contemporaneidade tudo é transformado em.

(20) 19. mercadoria a ser consumida. “O que se vê é a ‘estetização da realidade’ que promove a colonização do inconsciente e da natureza pelo mercado, traço fundamental do pósmodernismo” (Fridman, 2000, p.71). Como conseqüência, tem–se a globalização fenômeno que é gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos), cujos mercados internos já estão saturados. O processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais com o resultado da Revolução Tecnológica. O dinamismo da Modernidade deriva da separação do tempo e do espaço e de sua recombinação em formas que permitem o "zoneamento" tempoespacial preciso da vida social; do desencaixe dos sistemas sociais (um fenômeno intimamente vinculado aos fatores envolvidos na separação tempo-espaço); e da ordenação e reordenação reflexiva das relações sociais à luz das contínuas entradas (inputs) de conhecimento afetando as ações de indivíduos e grupos. (GIDDENS, 1991. p. 25).. Nesse sentido, a sociedade em que vivemos afasta-se radicalmente da sociedade industrial para se constituir em sociedade da informação ou, mais apropriadamente, a sociedade do conhecimento, que traz consigo a velocidade do tempo real e a combinação das suas configurações e aplicações voltadas às tecnologias digitais e todas as suas compilações no cenário mundial. Este conceito está intimamente ligado a novas experiências de espaço e tempo virtual. Assim, as palavras Conhecimento e Educação voltaram a exercer um novo sentido dentro do contexto social. Porém, o conhecimento é o principal fator de inovação disponível ao ser humano. Não é apenas um recurso renovável, ele cresce exponencialmente na medida em que é explorado. O conhecimento não é constituído de verdades estáticas, mas de um processo dinâmico que acompanha a vida humana e não se constitui em mera cópia do mundo exterior, sendo um guia para a ação. Ele emerge da interação social e tem como característica fundamental, o poder de ser transferido por intermédio da comunicação. Assim, a capacidade de aprender, de desenvolver novos padrões de interpretação e de ação, depende da diversidade, da natureza e da variação do conhecimento. Na Contemporaneidade, vivemos uma época de profundos contrastes, incertezas e reordenamentos. O desmoronar de sistemas aparentemente sólidos que conferiam certa sensação de estabilidade e segurança à humanidade é substituído por estruturas aparentemente mais maleáveis ou menos estáveis e, por conseguinte, mais susceptíveis a oscilações,.

(21) 20. descompassos e flutuações, gerando assim uma revolução tecnológica nunca vista pela humanidade, encabeçada pela microeletrônica e pela biogenética que levaram ao desmonte do modo de produção industrial e ao surgimento do modo de produção informacional. Uma cultura só sobrevive, ou melhor, só encontra sentido na comunidade, enquanto a liberdade só o encontra no individual. Assim, e uma vez que a cultura depende da comunicação, esta tem necessidade de recorrer a mecanismos de ligação entre o indivíduo e a sociedade enquanto sistema cultural, ou seja, “a comunicação depende principalmente da existência de protocolos de significado, sendo um desses protocolos a arte que, embora possa partir de expressões íntimas, estabelece-se no meio de áreas de significado comum e eleva o ser humano para lá das experiências particulares, assumindo-se como “um instrumento de reconstrução social” (CASTELLS, 2001, p. 241-242).. Esse processo, interagindo com as políticas de desmonte do welfare state3 e ressurgência do Neoliberalismo, acabou por reordenar o mundo capitalista e alterar profundamente a lógica de produção e consumo. A informação passou ao status de uma comodity4, de todas a mais valiosa. Sendo assim, a Educação também passa por esse turbilhão de mudanças e redefinições, na medida do lugar estratégico que ocupa na sociedade e na formulação de políticas de desenvolvimento e de dominação. Dentro dessa lógica, inclui-se a mercantilização da educação, sua apropriação pela iniciativa privada, sua mudança do status de direito ao de bem de consumo. Nesse sentido, a educação escolar não tem o poder de modificar toda uma mentalidade, porque há uma concorrência desigual e desleal da parte do aparato da mídia eletrônica 5em nível global; seu apelo ao entretenimento, permeado de muita pobreza cultural, banaliza a vida cotidiana e define o modelo de comportamento e de conduta alienada, próprio da sociedade capitalista. Entretanto, o educador pode contribuir para propiciar uma conduta mais crítica diante das visões alienadas e dos preconceitos, cultivando os embriões de uma nova geração de indivíduos humanos mais criativos e mais preparados para o mundo contemporâneo. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se 3. Segundo esta concepção, todo o indivíduo teria o direito, desde seu nascimento, a um conjunto de bens e serviços que deveriam ser fornecidos diretamente através do Estado ou indiretamente, mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil.Fonte: http://www.tecsi.fea.usp.br/eventos/Contecsi2004/BrasilEmFoco/port/polsoc/saude/welfare/apresent.htm 4 Commodity é um termo de língua inglesa que, como o seu plural commodities, significa mercadoria, é utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias. 5 A mídia eletrônica refere-se ao conjunto de meios de comunicação que necessita de recursos eletrônicos ou eletromecânicos para que o usuário final (audiência ou público) tenha acesso aos conteúdos - de vídeo ou áudio, gravados ou transmitidos em tempo real..

(22) 21. indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar antes e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudança. (DELORS, 1999, p. 89).. Portanto, não se trata necessariamente de produzir um novo conhecimento, mas conhecer a produção humana no sentido de abrir os horizontes do saber que permitam criar e inovar, utilizando-se do conhecimento universalizado e consagrado pela ciência. “A escola deve ser vista como um sistema, onde cada componente atua para atingir o objetivo da organização: proporcionar a aprendizagem aos alunos, professores e funcionários” (SCHNEIDER, 2002, p.53). A partir da mudança do paradigma organizacional e pedagógico, ou seja, um modelo de gestão democrática e de uma pedagogia que permita a construção do conhecimento. Segundo o autor, há necessidade do trabalho em equipe autogerenciáveis e, para isso, faz-se mister preparar as pessoas com antecedência para exercer autonomia e com disposição para mudar. Não existe aprendizagem sem mudança, assevera (SCHNEIDER, 2002). Conseqüentemente a apropriação do ciberespaço pela educação nos ajuda a visualizar novos moldes de ensino e aprendizagem. Um processo educativo centrado no aluno significa não apenas a introdução de novas tecnologias na sala de aula, mas principalmente uma reorganização de todo o processo de ensino de modo a promover o desenvolvimento das capacidades de auto-aprendizagem. Essa verdadeira revolução implica um conhecimento seguro da clientela: suas características socioculturais, suas necessidades e expectativas com relação àquilo que a educação pode lhe oferecer (BELLONI, 1999, p. 102).. Vemos, então, que nesta “era informacional” freqüentemente utilizada para definir a interação entre as sociedades contemporâneas e o espaço virtual em que crescentemente a vida material se projeta e se representa, exige-se que a escola apresente um ambiente "inovador", especialmente criado para aprendizagem e interação do aluno. Lévy (1999) afirma que as Tecnologias Informação Comunicação (TIC) possibilitam e ampliam o nível dialógico entre educador e educandos, superando os dispositivos de comunicação “um para todos” e “um para um”, permitindo rápida relação entre todos os que se encontram em um processo virtual de aprendizagem. Isto significa que a prática pedagógica apoiada em tecnologias interativas não pode desconsiderar abordagens que se ocupam da relação dialógica..

(23) 22. Segundo (Chatti et al. 2006), o aprendizado não é a ligação entre pessoas e conteúdos, mas sim a conexão de pessoas com outras pessoas para dar suporte à construção colaborativa do conhecimento. No entanto, o desenvolvimento tecnológico que vem ocorrendo ultimamente não deve fazer com que a educação veja nas tecnologias apenas mais um suporte para ministrar as aulas e para modernizar a prática educativa, mas como um ambiente colaborativo que contribui na gênese do aprendizado individualizado e coletivo, que está além do encontro virtual numa plataforma “fria”. A partir desse relato, nasce então à problemática da pesquisa: As plataformas da WEB 2.0 apresentam potencial pedagógico para contribuir com o processo ensino aprendizagem? Problema que pretendemos responder ao afirmar a seguinte hipótese de pesquisa: A Web 2.0 é uma ferramenta de suporte à educação que contribui para transformar os ambientes de interação social em aprendizagem colaborativa. A presente pesquisa tem como Objetivo Geral: Investigar as plataformas virtuais da Web 2.0 com vista a promover a aprendizagem colaborativa. Para a consecução do seu objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos:  Conhecer os conceitos de virtualidade e construção coletiva do conhecimento.  Apresentar as plataformas computacionais da família Zoho, Google e Sloodle e analisar o potencial educacional das mesmas.  Apontar a convergência entre as plataformas da Web 2.0 analisadas e a aprendizagem colaborativa. Esta pesquisa é classificada como qualitativa, na forma de abordagem do problema, e de caráter exploratório e descritivo, a partir das seguintes categorias: Inteligência Coletiva, Aprendizagem Colaborativa e Web2. 0. A pesquisa qualitativa tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social e considerar que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. Segundo Barros & Lehfeld (2000), esta metodologia consiste em estudar e avaliar os métodos disponíveis, identificando suas limitações ou não, em nível das implicações de suas utilizações. A metodologia em um nível aplicado examina e avalia as técnicas de pesquisa, bem como a geração e verificação de novos métodos que conduzem à prospecção e ao.

(24) 23. processamento de informações com vistas à resolução de problemas de investigação. Ainda para Minayo (1993, p.23), vendo por um prisma mais filosófico, a pesquisa é uma “atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.” “A pesquisa exploratória desenvolve, esclarece e modifica conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. (Gil 1999, p. 43). O caráter exploratório da pesquisa se apresenta através dos objetivos gerais e específicos que visam apresentar a discussão e o estado da arte com o problema a fim de torná-lo explícito e construir hipóteses que viabilizem o estudo da Web 2.0 e seu imbricamento direto com uma Educação colaborativa dentro dos ambientes virtuais. A pesquisa descritiva neste estudo, descreve as plataformas virtuais afim de proporcionar novas visões sobre uma realidade já conhecida. De acordo com Gil (2008), as pesquisas descritivas possuem como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. A coleta de dados será realizada utilizando-se de instrumentos como fontes de informação: bibliografias, sites e estudos científicos que tratem da temática relevante para construção do conhecimento. Nosso universo de pesquisa será a Plataforma da Família Zoho, Família Google e a Plataforma Sloodle, sendo utilizado o método dedutivo. O método dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chegar a uma conclusão. Esta dissertação está estruturada em quatro capítulos e uma introdução que abordará a temática em questão. O Capítulo 1 denominado A Inteligência Coletiva: A Colaboração como Tônico da Aprendizagem, apresenta a Inteligência Coletiva como ponte para a construção do conhecimento, ancorado nos conceitos de Levy, Castells, Vygotsky e Gardner. O Capítulo 2 denominado Web 2.0: Plataformas Computacionais como ambientes de produção de informação/conhecimento, apresenta a Web 1.0 e 2.0 como ferramentas de suporte a Educação e as mudanças que as plataformas exibem ao desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da rede para transformá-los em ambientes de interação social e.

(25) 24. aprendizagem coletiva. Para fundamentar este capítulo será utilizado o aporte teórico de Tim O’Reilly, no objetivo de. compreender o desencadear dessa revolução digital. Será. apresentada, também, a transição para essa modernidade, características, significados, e contradições, referenciadas por Zygmunt Bauman. Ainda será feita a revisão da literatura com Friedman, Castells, relacionando categorias de colaboração e trabalhos apresentados na aprendizagem colaborativa. O Capítulo 3 denominado Análise dos ambientes Zoho, Google e Sloodle à luz dos atributos de colaboração faz um análise das interfaces citadas, buscando apresentar sua potencialidade e suas contribuições para a Educação de forma colaborativa. O Capítulo 4 é apresentado às considerações finais..

(26) 25. CAPÍTULO 1 – A INTELIGÊNCIA COLETIVA: A COLABORAÇÃO COMO TÔNICO DA APRENDIZAGEM O objetivo deste capítulo é apresentar a Inteligência Coletiva como componente da ação coletiva na contemporaneidade. Embora toda inteligência seja, desde o princípio, denominada coletiva. Vemos então que a evolução do tempo- espaço tem ocasionado o aumento das nossas capacidades cognitivas, evidenciando que é do equilíbrio dessas capacidades cada vez mais complexas que nasce a Inteligência Coletiva. Para cumprir o objetivo deste capitulo foram utilizadas como referencias teóricos Levy, Vygostsky, Castells e Gardner. Para Pierre Lévy (1999): O termo Inteligência Coletiva põe diante de quem o observa a união de duas significativas palavras: inteligência e coletiva. Segundo o autor, a palavra inteligência, ao ser ouvida pode, sem muito esforço, levar o indivíduo a pensar a respeito de tudo o que se encontra armazenado em sua cabeça desde o dia de seu nascimento até àquele exato momento; conseqüentemente, também o leva a se questionar se é ou não inteligente.. Neste sentido, a Era da Virtualidade e os espaços “midiáticos6” transcendem o fenômeno da vivência tempo- espaço e potencializam o fluxo de informações que emergem de todos os lados dentro do espaço cibernético, propondo a sociedade novas regras de sociabilidade, aprendizagem e interação, em que a sociedade anônima é uma aliada da informação e coadjuvante da Educação e construção do conhecimento. 1.1 Inteligência coletiva Inteligência Coletiva é um conceito surgido a partir dos debates promovidos por Pierre Lévy sobre as tecnologias da inteligência, caracterizado por um novo tipo pensamento sustentado por conexões sociais que são viáveis através da utilização das redes abertas de computação ( Internet). Tem como característica o uso da interatividade, das comunidades virtuais, dos fóruns, dos weblogs e wikis com a finalidade de construir e disseminar os saberes globais, baseados no acesso à informação democratizada e sua constante atualização.7 Esse conceito vai se consolidando com a velocidade das informações e com o potencial de interação de um grupo ou comunidade e seu respectivo conjunto de idéias. Como sugere (Lévy, 2004), essas condições poderiam ser dadas pela situação do capital social, cultural e tecnológico de uma coletividade. Nesse sentido, o potencial de 6. É um acontecimento espontâneo ou planejado que atrai a atenção dos meios de comunicação, particularmente jornais, telejornais e jornais na internet. 7 http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_coletiva#Conceito.

(27) 26. interação entre os indivíduos (capital social) constituiria um dos índices de referência para se compreender a forma de propagação das idéias (capital cultural) através de uma infraestrutura de comunicação (capital tecnológico) no interior de uma comunidade, e seu consequente desdobramento ou não em ações coletivas inteligentes. A Inteligência Coletiva é uma inteligência “distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências”, sendo sua base e objetivo “o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas”. (LÉVY, 1998, p.29). Ainda para Lévy, a Inteligência Coletiva pode ser dividida em Inteligência Técnica, Conceitual e Emocional. A primeira corresponde à inteligência que lida com o mundo concreto e dos objetos, como a engenharia (coisa). A seguinte relaciona-se ao conhecimento abstrato e que não incide sobre a materialidade física, como as artes e a matemática (signo). A última, por sua vez, representa a relação entre os seres humanos e o grau de paixão, confiança e sinceridade que a envolve, e tem a ver com o direito, a ética e a moral (cognição).8 Neste sentido, podemos associar a inteligência a diferentes práticas e experiências em diferentes níveis de desenvolvimento cognitivo e, assim, incluir a essência da aprendizagem, visto que a construção contínua do conhecimento não é uma simples transmissão de idéias ou práticas, mas a reconstrução particular de conceitos incutidos culturalmente no dia- a dia. O intelectual coletivo é uma espécie de sociedade anônima para a qual cada acionista traz como capital seus conhecimentos, suas navegações, sua capacidade de aprender e ensinar. O coletivo inteligente não submete nem limita as inteligências individuais; pelo contrario, exalta-as, fá-las frutificar e abre-lhes novas potencias. Esse sujeito transpessoal não se contenta em somar as inteligências individuais; ele faz florescer uma forma de inteligência qualitativamente diferente, que vem se acrescentar às inteligências pessoais, uma espécie de cérebro coletivo ou hipercórtex .(LEVY,1998,p.94).. Vê- se então, que a Inteligência Coletiva é conseqüência das alterações cognitivas humanas oriundas do uso da rede e um novo tipo de concepção criada a partir desse novo modo de vivenciar as informações e compartilhá-las. Baseando-se nessas teorias observa-se, então, que o papel do educador no espaço cibernético é ser um engenheiro do conhecimento, ou seja, construir, arquitetar, planejar novos métodos e práticas educativas, tendo as redes sociais e todos seus aplicativos como aliados ao processo ensino- aprendizagem, tornando-os instrumentos de interação e partilha 8. Entrevista Pierry Levy disponível no site: http://webinsider.uol.com.br/2002/09/09/a-inteligencia-coletivasegundo-pierre-levy/.

(28) 27. de informação. De acordo com Castells (2004, p. 151) “A internet parece ter efeito positivo na interação social e tende a aumentar o grau de exposições a outras fontes de informação”. Percebe-se ainda que a inteligência coletiva neste contexto é aquela arquitetada pela coletividade dos grupos da Internet, evidenciando a velocidade da informação e o dinamismo de como ela é construída. As tecnologias de comunicação de suporte digital (...) conhecem neste fim de século XX mutações massivas e radicais (...). Como um dos principais efeitos da transformação em curso, aparece um novo dispositivo de comunicação de coletividades desterritorializadas muito vastas que chamaremos “comunicação todos-todos”. É possível experimentar isso na Internet, nos chats (BBS), nas conferências ou fóruns eletrônicos, nos sistemas para o trabalho ou aprendizagem cooperativos, nos groupwares, nos mundos virtuais e nas árvores de conhecimento. Com efeito, o ciberespaço em via de constituição autoriza uma comunicação não mediática em grande escala que (...) representa um avanço decisivo rumo a formas novas e mais evoluídas de inteligência coletiva (Lévy, 1996, p.112).. Lévy apressa-se em avisar que as linguagens mencionadas vão muito além daquilo que, na informática, está se chamando de web semântica, novas tecnologias que permitirão às máquinas entender mais precisamente o sentido dos dados e conectá-los melhor. O que, na prática, representará um passo gigantesco na qualidade da navegação e dos serviços oferecidos na rede. O autor, ainda visualiza um ciberespaço em que será possível simular e representar a inteligência coletiva humana tal qual como se desenvolve na sociedade offline. Quando isto acontecer, a inteligência coletiva online será o grande motor do desenvolvimento humano. Mais do que isto: quando o mundo intelectual humano for transposto para dentro da Web, será possível compreender, afinal de contas, como exatamente funciona a difusão de idéias e a construção de conhecimento nas sociedades.9 A Inteligência Coletiva apresenta uma grande limitação à linguagem e a codificação de idéias que se disseminam na cultura contemporânea como novas simbologias. O que a Internet tem de maravilhoso é que as pessoas acabam fazendo com ela algo diferente daquilo para que foram originalmente criadas. É essa fortuidade que subjaz à criatividade na sociedade e a inovação nos negócios. (Castells,2001,p.160.). 9. http://silviopersivo.blogspot.com/2009/08/inteligencia-coletiva.html acessado em 03/02/2012..

(29) 28. Assim, entende-se que na era da virtualidade, as formas de comunicação, informação e aprendizagem não podem atender apenas a um único tipo de usuário. O interessante neste pensamento é que podemos perceber um novo tipo de aprendizagem que potencializa a criatividade, cooperação e a colaboração em tempo real, que vai do prosaico correio eletrônico até as mais recentes plataformas virtuais beneficiando o coletivo em alta velocidade. Trazemos ainda para essa discussão a Teoria das Inteligências Múltiplas, descrita por Howard Gardner, que explica tais competências desenvolvidas hoje pelos usuários digitais. Gardner (1985) apresenta o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Para Gardner (1982) cada área ou domínio tem seu sistema simbólico próprio; num plano sociológico de estudo, cada domínio se caracteriza pelo desenvolvimento de competências valorizadas em culturas específicas. Gardner ainda descreve que as habilidades humanas não são organizadas de forma horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e que ao invés de haver uma faculdade mental, como a memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta. Segundo o autor, os seres humanos dispõem de graus variados de inteligências, identificando-os como inteligências múltiplas, como inteligência lingüística, lógicamatemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Ele postula que essas competências são relativamente independentes, têm sua origem e limites próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos. A premissa da rede social é exatamente facilitar o compartilhamento de pequenas informações, a partir da contextualização das redes proveito das habilidades individuais e das várias inteligências descritas por Gardner, principalmente a inteligência interpessoal – que pode ver vista como grande aliada da interação homem – computador, já que é através dela que as relações podem ser concretizadas e estabelecidas. Existem hoje mais dois tipos de competência (ou inteligência) que são solicitadas e apreciadas no universo profissional da Era atual: é a inteligência social, capacidade que proporciona maior colaboração entre indivíduos, desenvolvendo a empatia e a habilidade de.

(30) 29. trabalhar em grupo e conviver em comunidade, com maior interação, envolvimento e comprometimento. O diferencial dos estudos de Inteligência Social advém desse valor que o coletivo agrega aos processos de resolução de problemas (problem-solving). Assim, comunidades e grupos podem ser mais eficazes para resolver certos tipos de problema do que indivíduos isolados. Já a inteligência emocional está focada em sentir as emoções em tempo real e identificar a mensagem que está por trás dela. (Goleman, 1998) definiu inteligência emocional como:"...capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos." Para ele, a inteligência emocional é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos. Recorda que a maioria das situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas e, desse modo, pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão e gentileza têm mais chances de obter o sucesso. Segundo ele, a inteligência emocional pode ser categorizada em cinco habilidades: 1. Auto-Conhecimento Emocional - reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem; 2. Controle Emocional - lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida; 3. Auto-Motivação - dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal; 4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas - reconhecer emoções no outro e empatia de sentimentos; e 5. Habilidade em relacionamentos inter-pessoais - interação com outros indivíduos utilizando competências sociais. As três primeiras são habilidades intra-pessoais e as duas últimas, inter-pessoais. Tanto quanto as primeiras são essenciais ao auto-conhecimento, estas últimas são importantes em: 1. Organização de Grupos - habilidade essencial da liderança, que envolve iniciativa e coordenação de esforços de um grupo, bem como a habilidade de obter do grupo o reconhecimento da liderança e uma cooperação espontânea..

(31) 30. 2. Negociação de Soluções - característica do mediador, prevenindo e resolvendo conflitos. 3. Empatia - é a capacidade de, ao identificar e compreender os desejos e sentimentos dos indivíduos, reagir adequadamente de forma a canalizá-los ao interesse comum. 4. Sensibilidade Social - é a capacidade de detectar e identificar sentimentos e motivos das pessoas. Estamos vivendo um novo tempo que nos convida a romper a linha de fronteira territorial da comunicação humana e a viver “o modelo de uma vida social global, onde necessidades e desejos mudam depressa, os conhecimentos surgem rapidamente e somos desafiados a interagir em rede” (Gardner 2000, p.261 e 262). Neste sentido, encontramos nas redes sociais e no espaço cibernético10 a possibilidade de construir um espaço de práticas colaborativas que propiciem à produção de conhecimento gerando autonomia individual e grupal na perspectiva de colaborar e promover a interatividade como ação continua do desenvolvimento humano. 1.2- Aprendendo com o outro o sócio-interacionismo de Vygotsky “O artista não obedece a um impulso individual, mas a uma corrente coletiva que, na verdade, não se origina diretamente do consciente, mas do inconsciente coletivo da psique moderna.” (Jung) Lev Semenovitch Vygotsky antes de ser psicólogo, foi pedagogo e professor, mantendo sempre a preocupação de relacionar educação e psicologia. Como pensador e pesquisador importante em sua área, foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. A concepção histórico-social do desenvolvimento humano permite compreender os processos de interação existentes entre pensamento e atividade humana. Vygotsky dedicou- se a pesquisar a construção do ser humano nesse processo que é dialético e histórico, e sua concepção de sujeito entende que a relação deste com a realidade se dá por meio de mediações, as quais permitem que ele seja transformado pela natureza, que, por sua vez, é 10. É a emergência de uma inteligência coletiva. De seu interior emergem hipertextos, multimídias interativas, simulações, mundos virtuais, dispositivos de tele-presença..

(32) 31. transformada por ele. Assim, a mediação se processa pela utilização de instrumentos e signos que possibilitam, pela interação social, a transformação do meio e dos sujeitos. Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. Em vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele debruçou-se sobre o processo em si e analisou a participação do sujeito nas atividades sociais. Vygotsky (1987) considera que desde os primeiros dias de seu desenvolvimento, as atividades da criança adquirem um significado próprio dentro de um sistema social, pela mediação exercida por outras pessoas, sendo a chave para a compreensão da ação dessa influência a noção de internalização. Através dela se constituem as funções psicológicas superiores. "A. internalização. das. atividades. socialmente. enraizadas. e. historicamente. desenvolvidas constitui o aspecto característico da psicologia humana; é a base do salto qualitativo da psicologia animal para a psicologia humana" (VYGOTSKY, 1984, p. 65) Para o autor, o conhecimento tem gênese nas relações, sendo produzido na intersubjetividade e marcado por condições culturais, sociais e históricas. Ele propôs que o desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as estruturas sociais e as relações do indivíduo levam ao desenvolvimento das funções mentais. Para Vygotsky (1982), o sujeito é ativo, ele age sobre o meio. Para ele, não há a "natureza humana", a "essência humana". Somos primeiro sociais e depois nos individualizamos. Ainda para ele, a relação entre homem e mundo é uma relação mediada, na qual, entre o homem e o mundo existem elementos que auxiliam a atividade humana. Estes elementos de mediação são os signos e os instrumentos. Os instrumentos são utilizados pelo trabalhador, ampliando as possibilidades de transformar a natureza, sendo assim, um objeto social. Os signos, também, auxiliam nas ações concretas e nos processos psicológicos, assim como os instrumentos. Signos e palavras são para as crianças um meio de contato social com outras pessoas. Para Vygotsky, signos são meios que auxiliam/facilitam uma função psicológica superior (atenção voluntária, memória lógica, formação de conceitos, etc.), sendo capazes de transformar o funcionamento mental. Desta maneira, as formas de mediação permitem ao sujeito realizar operações cada vez mais complexas sobre os objetos..

(33) 32. Vygotsky (1984) considera que a atividade de utilização de signos não é nem inventada pela criança, nem ensinada pelo adulto, mas surge como algo que não é uma operação com signos e se desenvolve através de transformações qualitativas. Para ele, ocorrem duas mudanças qualitativas no uso dos signos: o processo de internalização e a utilização de sistemas simbólicos. A internalização é relacionada ao recurso da repetição onde a criança apropria-se da fala do outro, tornando-a sua. Os sistemas simbólicos organizam os signos em estruturas, estas são complexas e articuladas. Essas duas mudanças são essenciais e evidenciam o quanto são importantes as relações sociais entre os sujeitos na construção de processos psicológicos e no desenvolvimento dos processos mentais superiores. Os significados e sentidos que são construídos pelas crianças são resultados de uma interação de vários elementos. A construção de significados e sentidos tem, portanto, lugar num contexto de comunicação interpessoal. Vygotsky acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um aprendiz mais experiente. Em outras palavras, a interação do sujeito epistêmico com outros é fundamental para a sua aprendizagem. Segundo Vygotsky (1984, p.97): "A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa se não a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.". Assim, Vygotsky define dois níveis de desenvolvimento: o real e o potencial. O nível de desenvolvimento real é a capacidade de as pessoas solucionarem problemas, sozinhas, sendo "... o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança (ou indivíduo) que se estabeleceram como resultado de certo ciclo de desenvolvimento já ‘completado’". (Vygotsky, 1991, p.111). De outra forma, o nível de desenvolvimento real define as funções que já amadureceram e o nível de desenvolvimento potencial define as funções que possuem as bases necessárias para serem desenvolvidas. Esse processo define o que Vygotsky chama de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de.

(34) 33. problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (Vygotsky, 1991). Como a criação da ZDP é dinâmica e ocorre em um meio social com mediação de símbolos, uma mesma pessoa pode possuir vários níveis de ZDP. Além disso, cada nova criação desses níveis poderá gerar novas conexões, alimentando novos desenvolvimentos potenciais e reais, permitindo novos avanços do indivíduo em níveis superiores do desenvolvimento. Sendo assim, o sócio - interacionismo de Vygotsky surge na abordagem do indivíduo como sujeito do processo de aprendizagem, que não pode ser fragmentado, que deve ser compreendido em sua totalidade, integrante de um contexto sócio-histórico, em que o homem é visto como alguém que transforma e é transformado nas relações que acontecem em uma determinada cultura. 1.3 Interligando o pensamento de Levy e Vygotsky O Conhecimento só é perceptível através da existência de três elementos: o sujeito cognoscente (que conhece) o objeto (conhecido) e a imagem. O sujeito é quem irá deter o conhecimento; o objeto é aquilo que será conhecido, e a imagem é a interpretação do objeto pelo sujeito. Neste sentido, o conhecimento teórico apresentado neste capítulo baseado na teoria de Vygotsky e Levy aposta que a interação entre os sujeitos potencializa a aprendizagem, pois para os autores o conhecimento é adquirido através da linguagem simbólica, que se constitui como principal fator no processo de construção do conhecimento psicológico, cognitivo e social. Assim, a linguagem e a interação simbólica poderiam ser consideradas pontos comuns entre as teorias da Comunicação e Interatividade. Fica evidente que a Internet, particularmente a Web 2.0, pode ser considerada a revolução da era da virtualização, visto que as pessoas ampliaram o locus de interação e colaboração, pois antes era preciso o encontro face a face em espaços físicos para concretização de suas tarefas. Agora, tem-se o ciberespaço, que tem como definição o locus de extrema complexidade e heterogeneidade, estabelecendo-se em seu interior as mais diversas e variadas formas de interação, como mais um local não físico (virtual, mas real) em que as pessoas podem interagir e aprender juntas..

(35) 34. A humanidade vem construindo neste novo tempo, novos paradigmas e cada vez mais estabelecendo relações mútuas e intensas por outro viés, o da “cultura global”, que está na dinâmica social do ciberespaço e em suas inovações. Essas inovações colaboram para que desencadeiem modos, comportamento e hábitos diferentes do tradicional, sendo a Web 2.0 mensageira da transição desse novo paradigma em que a coletividade ganha força suficiente para concorrer com as práticas habituais da geração “C” que está centrada no Conteúdo, Colaboração e Criatividade , ou seja, na Coletividade, no conjunto de descobertas que são feitas e compartilhadas neste novo espaço. Portanto, a interatividade passa a ser compreendida como a possibilidade de o usuário participar ativamente, interferindo no processo com ações, reações, intervindo, tornando-se receptor e emissor de mensagens que ganham plasticidade, permitindo a transformação imediata (LÉVY, 1994), criando novos caminhos, novas trilhas, novas cartografias, valendose do desejo do sujeito. Vê-se ainda que essas Tecnologias de Interação e Colaboração encontradas hoje na Web 2.0, vêm ressignificar e transformar a comunicação social, já que ela é a ponte colaborativa para construção coletiva de conhecimentos. Neste contexto nos reportamos mais uma vez a teoria de Vygotskiana que atribui um papel fundamental à mediação do signo lingüístico. Como visto aqui, confere-se um grande valor. intelectual. à interação. entre. os. pares com vistas à produção (aquisição) de. conhecimento. Conclui-se, então, que essa interação colaborativa entre os indivíduos é viabilizada pelo uso da linguagem, ferramenta do processo social que facilita a negociação e a troca de informação no ciberespaço, sendo ainda condição fundamental para que os significados sejam compartilhados, visto que a prática é um registro do que aprendemos fazendo. A Web 2.0 oferece, então, o meio que permite às pessoas interagirem em tempo real sem a necessidade de estarem juntas no mesmo espaço físico. Pode-se afiram que a Web 2.0 amplia o lócus de aprendizagem potencializando-o desde que haja a intenção, o planejamento e as ações efetivas para esse fim..

(36) 35. CAPÍTULO 2 – WEB 2.0: PLATAFORMAS COMPUTACIONAIS ESTABELECENDO AMBIENTES DE PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO / CONHECIMENTO. “Somos o que fazemos e experimentamos” Pierre Levy. Uma nova era nasce com o século XXI, provocando mudanças e rupturas nas práticas sociais, que englobam o contexto da vida cotidiana assim chamada “Era da Conectividade”. Segundo Bauman, aquilo que está acontecendo em nível social é uma mudança tão abrangente e tão radical que envolve os dados básicos que nortearam a sociedade por muitos séculos. São as estruturas “sólidas” que estão se derretendo, aquelas estruturas que, por muito tempo, forneceram o pano de fundo cultural, institucional e até psicológico para a formação da identidade pessoal. É uma passagem epocal, a passagem da fase “sólida” à fase “fluida”: “E os fluidos são assim chamados porque não conseguem manter uma forma por muito tempo e, ao menos que sejam derramados num recipiente apertado, continuam mudando de forma sob a influência até mesmo das menores forças” (BAUMAN, 2005 p. 57).. Neste capítulo são apresentados os pressupostos teóricos que embasam a utilização dos conceitos de WEB 1.0 e WEB 2.0 e as mudanças que as plataformas promoveram ao desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da rede para transformá-los em ambientes de interação social e aprendizagem coletiva. Para fundamentar este capítulo serão utilizadas referências de Tim O’Reilly, com objetivo de compreender o desencadear dessa revolução digital e as fases que a Web apresenta. Ainda com a teoria de Levy, Castells , Anderson e Bauman traremos uma reflexão sobre as culturas encontradas na era atual e sua importância para o contexto social 2.1 Word Wide Web Nos últimos quinhentos anos, diversas descobertas contribuíram para o salto de desenvolvimento intelectual que a humanidade se encontra atualmente, desde a tipografia de Guttemberg em 1436, passando pela invenção da eletricidade por Tomas Edison em 1879, a invenção do telégrafo e do telefone por Alexandre Gran Bell, o desenvolvimento do rádio por Guglielmo Marconi, e mais centenas de outras descobertas e invenções que facilitaram a vida de milhares de pessoas no mundo inteiro. Porém, uma das mais importantes invenções do século XX é sem dúvida, a evolução da World Wide Web..

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