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Relatório de estágio curricular supervisionado: clínica e cirurgia de equinos

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ISADORA MUNIZ VICENTAINER

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CLÍNICA E CIRURGIA DE EQUINOS

Tubarão 2020

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ISADORA MUNIZ VICENTAINER

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CLÍNICA E CIRURGIA DE EQUINOS

Relatório de estágio curricular supervisionado apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Médica Veterinária.

Orientador: Prof. Jairo Nunes Balsini, Ms.

Tubarão 2020

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ISADORA MUNIZ VICENTAINER

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: CLÍNICA E CIRURGIA DE EQUINOS

Este relatório de estágio curricular supervisionado foi julgado adequado à obtenção do título de Médica Veterinária e aprovado em sua forma final pelo curso de Medicina Veterinária da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 12 de novembro de 2020.

______________________________________________________ Professor e orientador Jairo Nunes Balsini, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Luiz Fernando Schuch, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Luisa Lemos Vieira, Ms.

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Dedico este relatório aos meus pais, Clemir e Sônia, e ao meu irmão, Leonardo, que me motivaram a realizar esse grande sonho e trabalharam arduamente para que isso fosse possível, além de me fornecerem todo o suporte para tal feito.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus pela oportunidade de fazer parte do curso de Medicina Veterinária e por ter me dado forças para chegar onde cheguei, por ter colocado pessoas maravilhosas na minha vida, as quais me ajudaram das mais diversas formas possíveis nessa trajetória.

Agradeço aos meus pais, Clemir Vicentainer e Sônia Muniz Vicentainer por agarrarem comigo essa oportunidade e acreditarem em mim até mesmo quando nem eu mesma acreditei. Sou grata a eles por todo o ensinamento, educação, amor e carinho que me deram e pela paciência que tiveram comigo durante essa caminhada. Eu os amo e espero um dia poder retribuir tudo o que fizeram por mim.

Agradeço ao meu irmão, Leonardo Muniz Vicentainer, que também sempre acreditou em mim e me deu todo o suporte quando precisei, me confortou com palavras que disse mesmo sem saber que eu precisava ouvir, isso me ajudou a seguir em frente. Ao meu irmão: amo muito você!

Agradeço ao meu namorado Bruno Guimarães da Silva por ter estado do meu lado sempre que precisei, tendo sido paciente e compreensível comigo, e por todos os doces que me mandou semanalmente, isso sempre melhorou o meu humor. Ele é fantástico, eu o amo!

Agradeço a todos os professores e professoras do curso de Medicina Veterinária da Unisul, vocês são admiráveis, especialmente meu orientador Jairo Nunes Balsini, que me deu todo o suporte necessário com este relatório.

Agradeço a veterinária e supervisora do meu estágio Marcela Borges Nunes por cada ensinamento e experiência que me proporcionou do universo equino. Obrigada por confiar em mim e me receber com tamanha hospitalidade em sua casa, espero um dia poder fazer por outras pessoas o que fizeste por mim. Você é um fenômeno, doutora!

Por fim, mas não menos importante, agradeço por cada amizade conquistada durante a graduação, espero levar vocês da Medicina Veterinária para toda a vida, em especial as minhas amigas Verônica Espíndula Scandolara, Lara Nogaredi e Mônica Vieira. Sou grata por toda diversão em meio ao caos e por se fazerem presentes sempre que precisei, elas são incríveis e merecem o mundo!

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RESUMO

Este relatório visa apresentar com detalhes as atividades realizadas durante o estágio curricular obrigatório supervisionado, realizado no período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020 com a médica veterinária autônoma Marcela Borges Nunes, totalizando 360 horas de atividades acompanhadas na área de clínica e cirurgia de equinos a campo. Neste relatório está descrito a caracterização do campo de estagio, as atividades desenvolvidas e casuística acompanhada. Além disso, traz três relatos de casos de afecções em equinos visualizados nesse período, sendo eles: tétano, granuloma eosinofílico e síndrome cólica por compactação, cada um acompanhado com uma breve revisão bibliográfica.

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ABSTRACT

This report aims to present in detail the activities carried out during the supervised mandatory curricular internship, carried out from 17 August 2020 to 22 October 2020 with the autonomous veterinarian Marcela Borges Nunes, totaling 360 hours of activities monitored in the clinical area and field horse surgery. This report describes the characterization of the internship field, the activities developed and the case studies followed. In addition, it brings three case reports of affections in horses seen during this period, namely: tetanus, eosinophilic granuloma and colic compaction syndrome, each accompanied with a brief bibliographic review.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Baias para alojamento dos equinos no Haras Folha de Serra. ... 13 Figura 2 - Tronco de contenção do haras Folha de Serra. ... 14 Figura 3 – Equino apresentando prolapso de terceira pálpebra em decorrência do tétano. Estava com tampões auriculares, que faz parte do suporte no tratamento. ... 21 Figura 4 - Nódulo (granuloma eosinofílico) entre os membros torácicos. ... 25 Figura 5 - Incisão cirúrgica e sutura em formato de "T". ... 26 Figura 6 - Comparação das dimensões entre nódulo (granuloma eosinofílico) e seringa de 20mL após procedimento cirúrgico em paciente. ... 27 Figura 7 - Equino apresentando desconforto abdominal, deitando e rolando. ... 29

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição dos casos conforme os sistemas dos equinos acometidos acompanhados na rotina clínica no período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020. ... 17

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipos de atendimentos acompanhados com a médica veterinária responsável durante o período de 17 de agosto a 22 de outubro de 2020... 16 Tabela 2 - Número de casos quanto às afecções do sistema digestório de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 17 Tabela 3 – Número de casos quanto às afecções do sistema neurológico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 17 Tabela 4 - Número de casos quanto às afecções do sistema locomotor de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 18 Tabela 5 - Número de casos quanto às afecções do sistema tegumentar de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 18 Tabela 6 - Número de casos quanto às afecções do sistema respiratório de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 18 Tabela 7 - Número de casos quanto às afecções do sistema reprodutor de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 18 Tabela 8 - Número de casos quanto às afecções do sistema muscular de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020. ... 18 Tabela 9 - Número de casos quanto às afecções do sistema urinário de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020. ... 19 Tabela 10 - Número de casos quanto às afecções do sistema hematológico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 19 Tabela 11 - Número de casos quanto às afecções do sistema imunológico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 19 Tabela 12 - Número de casos quanto às afecções do sistema oftálmico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020... 19 Tabela 13 - Imunizações de equinos acompanhadas durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020. ... 20 Tabela 14 – Procedimentos ambulatoriais acompanhados na rotina de atendimento de equinos a campo no período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020. ... 20

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO... 13

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 15

4 CASUÍSTICA ACOMPANHADA ... 16

4.1 CASUÍSTICA DA CLÍNICA MÉDICA ... 16

4.2 IMUNIZAÇÕES ... 20

4.3 CASUÍSTICA DE PROCEDIMENTOS AMBULATORIAIS ... 20

5 RELATOS DE CASOS ... 21

5.1 TÉTANO ... 21

5.1.1 Resenha ... 21

5.1.2 Histórico, anamnese e sinais clínicos ... 21

5.1.3 Diagnóstico ... 22

5.1.4 Tratamento ... 22

5.1.5 Discussão e revisão de literatura ... 22

5.2 GRANULOMA EOSINOFÍLICO ... 25

5.2.1 Resenha ... 25

5.2.2 Histórico, anamnese e sinais clínicos ... 25

5.2.3 Tratamento ... 26

5.2.3.1 Preparo do paciente ... 26

5.2.3.2 Descrição da cirurgia ... 26

5.2.3.3 Pós-cirúrgico ... 27

5.2.3.4 Evolução ... 28

5.2.4 Discussão e revisão de literatura ... 28

5.3 SÍNDROME CÓLICA POR COMPACTAÇÃO ... 29

5.3.1 Resenha ... 29

5.3.2 Histórico, anamnese e sinais clínicos ... 29

5.3.3 Diagnóstico ... 29

5.3.4 Tratamento ... 30

5.3.5 Discussão e revisão de literatura ... 30

6 CONCLUSÃO ... 32

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1 INTRODUÇÃO

O estágio curricular supervisionado é uma importante etapa no processo de aprendizagem pois permite vivenciar e colocar em prática tudo aquilo que é visto ao longo dos anos de graduação, além de trazer o conhecimento de situações que somente serão vistas na prática.

O estágio foi realizado no período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020 totalizando 360 horas na área de clínica e cirurgia de equinos atendidos a campo, acompanhando a rotina e sendo supervisionada pela médica veterinária autônoma Marcela Borges Nunes que atende na cidade de Patos de Minas em Minas Gerais, além de suprir a demanda de toda a região em um raio de 150km.

Além de ser a área de interesse de atuação e especialização pela estagiária, a escolha do local para realização do estágio curricular se baseou na intensa rotina de atendimentos por uma médica veterinária qualificada na área de clínica e cirurgia de equinos atendidos a campo.

O objetivo desse relatório é apresentar a caracterização do campo de estagio, as atividades desenvolvidas e a casuística acompanhada, além de trazer o relato de três casos vivenciados durante o período de estágio, sendo eles: tétano, granuloma eosinofílico e síndrome cólica por compactação.

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2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

O estágio foi realizado com a médica veterinária autônoma Marcela Borges Nunes, que atua especificamente na área de clínica e cirurgia de equinos, atendendo a campo conforme é solicitada pelos proprietários. O horário de trabalho era adaptado conforme havia solicitação pelos proprietários e monitoração dos pacientes, ocorrendo geralmente nos sete dias da semana, das 8h às 12h30min e das 13h30min às 20h, sendo atendida a demanda da cidade de Patos de Minas e região em um raio de 150 quilômetros. Em casos onde havia a necessidade de procedimento cirúrgico mais invasivo os animais eram encaminhados para o hospital de equino mais próximo, atendido por outra equipe de veterinários.

A maior parte dos atendimentos ocorriam à domicílio. Para isso, os materiais necessários para as consultas e demais procedimentos permaneciam no veículo utilizado para o deslocamento, todos dentro de caixas de organização. Materiais como seringas, agulhas, cateteres, equipos, medicações, sondas nasogástricas de vários diâmetros, cabrestos, tubos de coleta, luvas de palpação, instrumentos cirúrgicos, dentre outros.

Quando era necessário a monitoração e acompanhamento intensivo de algum paciente, o equino era alojado no haras Folha de Serra e monitorado constantemente, sendo o deslocamento do animal responsabilidade do proprietário. O haras possui baias de alvenaria (Figura 1) com portas de madeira e piquetes cercados por fio de choque, todos com cochos de água (disponibilizada à vontade) e cochos para alimentação, a qual era a base de ração e silagem (silo também presente na propriedade). Possui um tronco de contenção para manipulação dos animais (Figura 2) e uma farmácia que contém os medicamentos mais usuais em equinos, fornecendo o manejo adequado dos pacientes.

Figura 1 - Baias para alojamento dos equinos no Haras Folha de Serra.

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Figura 2 - Tronco de contenção do haras Folha de Serra.

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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020 foi realizado o estágio curricular na área de clínica e cirurgia de equinos a campo com a médica veterinária autônoma Marcela Borges Nunes, onde foram desenvolvidas diversas atividades, dentre elas a abordagem ao proprietário, a forma de comunicação e postura frente as diversas situações. Para realização das consultas, foi observado na prática os materiais que são importantes estarem em posse do médico veterinário para dar efetividade ao atendimento de equinos a campo.

Foi realizado algumas metodologias de contenção dos equinos, dentre elas o uso do cabresto, cachimbo e peia, além do tronco de contenção quando presente. Na busca do diagnóstico, foram avaliados os parâmetros de cada paciente, como auscultação cardíaca, pulmonar e digestória, aferição de temperatura retal, observação de mucosas, tempo de preenchimento capilar (TPC) e turgor de pele, além de ser acompanhado as coletas de sangue para exames complementares e demais metodologias de auxílio no diagnóstico específicas para cada caso. Também foi acompanhado a imunização de equinos, descrição de resenhas e procedimentos de coleta de sangue para exame de anemia infecciosa equina (AIE) e mormo.

Nos tratamentos dos pacientes foram feitas administrações de fármacos e algumas terapias complementares foram acompanhadas e realizadas, como ozonioterapia, acupuntura e moxabustão, além dos tratamentos e técnicas específicas para cada situação, como sondagem nasogástrica. Também foi acompanhado as cirurgias e realizado a lavagem de feridas e troca de curativos.

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4 CASUÍSTICA ACOMPANHADA

A casuística dos casos acompanhados na realização do estágio curricular supervisionado com a médica veterinária autônoma Marcela Borges Nunes na área de clínica e cirurgia de equinos atendidos à campo no período de 17 de agosto de 2020 à 22 de outubro de 2020 está representada na tabela 1, dividida em: atendimento emergencial, consulta, retorno à propriedade, acompanhamento intensivo (animais alojados no haras), cirurgia, coleta para exame de anemia infecciosa equina (AIE) e mormo, imunização e responsável técnica (RT) em evento. Cabe ressaltar que está contabilizado o retorno acompanhado de pacientes os quais a consulta já havia sido realizada antes do início do estágio, ocorrendo discrepância entre alguns valores. Todos os exames de AIE e mormo deram negativos.

Tabela 1 – Tipos de atendimentos acompanhados com a médica veterinária responsável durante o período de 17 de agosto a 22 de outubro de 2020.

Tipo de atendimento Número de casos

Atendimento emergencial 11

Consultas 14

Retorno à propriedade 10

Acompanhamento intensivo 6

Cirurgia 1

Coleta para exames AIE/mormo 16

Imunização 16

Responsável técnica em evento de Ranch Sorting 1

Total 75

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

4.1 CASUÍSTICA DA CLÍNICA MÉDICA

O gráfico 1 demonstra a proporção de atendimentos por sistema acometido. A maior casuística acompanhada foi relacionada ao sistema digestório, totalizando 34% dos casos clínicos, seguido pelo sistema neurológico, com 17% dos casos. Há discrepância entre o número de consultas, atendimento emergencial e diagnósticos realizados devido aos animais que foram diagnosticados com mais de uma afecção.

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Fonte: elaborado pela autora, 2020.

As tabelas a seguir mostram os diagnósticos quanto ao sistema acometido que foram acompanhados durante o período de estágio curricular.

Tabela 2 - Número de casos quanto às afecções do sistema digestório de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 3 – Número de casos quanto às afecções do sistema neurológico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema neurológico Número de casos

Acidente traumático 1

Leucoencefalomalácia 3

Mieloencefalite protozoária equina 1

Tétano 1

Total 6

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Afecções do sistema digestório Número de casos

Cólica por compactação 11

Diarreia crônica 1 Total 12 Digestório 34% Neurológico 17% Locomotor 11% Muscular 6% Respiratório 6% Hematológico 3% Imunológico 3% Oftálmico 3% Urinário 3% Tegumentar 8% Reprodutor 6%

Gráfico 1 – Distribuição dos casos conforme os sistemas dos equinos acometidos acompanhados na rotina clínica no período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

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18

Tabela 4 - Número de casos quanto às afecções do sistema locomotor de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema locomotor Número de casos

Laminite 1

Lesão lacerante 2

Ruptura parcial de tendão 1

Total 4

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 5 - Número de casos quanto às afecções do sistema tegumentar de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema tegumentar Número de casos

Edema abdominal 1

Granuloma eosinofílico 1

Habronemose 1

Total 3

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 6 - Número de casos quanto às afecções do sistema respiratório de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema respiratório Número de casos

Infecção por Rhodococcus equi 2

Total 2

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 7 - Número de casos quanto às afecções do sistema reprodutor de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema reprodutor Número de casos

Lesão peniana 1

Ruptura uterina 1

Total 2

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 8 - Número de casos quanto às afecções do sistema muscular de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema muscular Número de casos

Lesão lacerante 1

Miopatia infecciosa 1

Total 2

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Tabela 9 - Número de casos quanto às afecções do sistema urinário de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema urinário Número de casos

Ruptura de bexiga 1

Total 1

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 10 - Número de casos quanto às afecções do sistema hematológico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema hematológico Número de casos

Babesiose 1

Total 1

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 11 - Número de casos quanto às afecções do sistema imunológico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema imunológico Número de casos

Falha na transferência de imunidade passiva 1

Total 1

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

Tabela 12 - Número de casos quanto às afecções do sistema oftálmico de equinos da rotina clínica durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Afecções do sistema oftálmico Número de casos

Lesão ocular lacerante 1

Total 1

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4.2 IMUNIZAÇÕES

As vacinações acompanhadas durante o período de estágio estão especificadas na tabela 13 de acordo com a vacina realizada e quantos animais foram imunizados.

Tabela 13 - Imunizações de equinos acompanhadas durante o período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Vacinas Número de casos

Antirrábica 16

Antitetânica 16

Leptospirose 16

Total 48

Legenda: antirrábica – Rai-Vet Líquida® - vacina inativada; antitetânica – Tri-Equi® - vírus da encefalomielite

leste e oeste, toxoide tetânico e vírus da influenza equina tipos A1 e A2 (Kentucky, 92); leptospirose – Lepto-Bac-6® – vacina inativada.

Fonte: elaborado pela autora, 2020.

4.3 CASUÍSTICA DE PROCEDIMENTOS AMBULATORIAIS

Os procedimentos ambulatoriais acompanhados na rotina durante o período de estágio estão descritos na tabela 14.

Tabela 14 – Procedimentos ambulatoriais acompanhados na rotina de atendimento de equinos a campo no período de 17 de agosto de 2020 a 22 de outubro de 2020.

Procedimentos ambulatoriais Número de casos

Acesso venoso 28

Acompanhamento transfusional 4

Coleta de sangue 25

Troca de curativos 41

Total 98

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5 RELATOS DE CASOS

5.1 TÉTANO

5.1.1 Resenha

Paciente da espécie equina, fêmea de pelagem alazã da raça mangalarga marchador possuindo seis meses de idade com peso de aproximadamente 200kg.

5.1.2 Histórico, anamnese e sinais clínicos

O proprietário solicitou uma consulta com a única queixa de que a paciente estava estranha. Em seu histórico, ela havia passado por quadros de desconforto abdominal recidivante, sendo encaminhada ao hospital, e após isso apresentou babesiose, fatos que fizeram o proprietário esquecer de administrar a segunda dose vacinal para tétano. Realizado o exame físico foi constatado prolapso de terceira pálpebra (Figura 3), leve rigidez muscular e cauda em bandeira, além de ser observado que a paciente possuía uma lesão já cicatrizada no membro pélvico, na região medial do jarrete.

Figura 3 – Equino apresentando prolapso de terceira pálpebra em decorrência do tétano. Estava com tampões auriculares, que faz parte do suporte no tratamento.

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22

5.1.3 Diagnóstico

O diagnóstico de tétano foi efetuado com o histórico e anamnese, exame físico e sinais clínicos que a paciente apresentava.

5.1.4 Tratamento

O tratamento foi instituído assim que realizado o diagnóstico, mantendo a paciente em baia escura e com tampões auriculares de algodão nos ouvidos (como demonstrado na figura 1). Foi administrado uma primeira dose de soro antitetânico de 100.000 UI e mais 4 aplicações de 50.000 UI a cada 24 horas. O antibiótico de eleição foi penicilina (Agrovet® 5.000.000) na dose de 40.000 UI/kg a cada 24 horas. Como relaxante muscular foi utilizado a acepromazina 1% na dose de 0,05mg/kg a cada 12 horas, sendo substituída após 5 dias de uso pelo metocarbamol 100mg/ml, utilizado por mais 5 dias na dose de 10mg/kg a cada 24 horas. Também foi administrado flunixin meglumine na dose de 1,1mg/kg a cada 24 horas por 5 dias. Desde o início do tratamento a paciente não apresentou progressão dos sinais clínicos, recebendo alta após 15 dias.

5.1.5 Discussão e revisão de literatura

O tétano é uma doença neurológica causada pela bactéria Clostridium tetani devido a produção de toxinas, se caracterizando por paralisia espástica em humanos e animais, sendo os equinos uma das espécies mais susceptíveis a afecção (QUINN, 2018). Uma das toxinas liberadas é a tetanoespasmina, responsável pelos sinais clínicos do tétano, a qual se difunde pela corrente sanguínea ou nervos periféricos (PRESCOTT, 2017). É transportada de forma retrógrada até os interneurônios inibitórios do sistema nervoso central (SNC) envolvidos na atividade dos neurônios motores, local onde inibe a liberação de glicina e ácido gama-aminobutírico, neurotransmissores inibitórios, resultando em ativação excessiva dos neurônios motores com consequente contração muscular, sendo o tétano caracterizado por paralisia espástica (POPOFF, 2020).

A transmissão da doença depende de uma porta de entrada que proporcione condições anaeróbicas para o desenvolvimento bacteriano (ARAUJO; CERQUEIRA, 2019). Apesar disso, os esporos podem ficar latentes nos tecidos até que as condições tissulares favoreçam sua

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23

proliferação (RADOSTITS, 2015). No caso relatado a paciente não possuía lesão recente, porém o foco de infecção poderia ser a ferida cicatrizada no jarrete.

Os sinais clínicos variam de acordo com alguns fatores como extensão da lesão, tempo de infecção, quantidade de bactérias e sistema imune do animal (PEREIRA et al., 2019). São sinais clínicos comuns do tétano: hiperestesia, espasticidade, posição de cavalete, cauda em bandeira, pescoço estendido, prolapso de terceira pálpebra, rigidez muscular da cabeça e pescoço, trismo mandibular e sudorese intensa (AVANTE et al., 2016; RIBEIRO et al., 2018). No caso em questão, como o proprietário solicitou atendimento veterinário assim que a paciente começou a manifestar os primeiros sinais clínicos, os mesmos foram leves, possuindo apenas prolapso de terceira pálpebra e leve rigidez muscular em pescoço e cauda em bandeira. Além disso, também se tem melhor prognóstico quando o tétano é diagnosticado e tratado no início das manifestações clínicas (PEREIRA et al., 2019).

O diagnóstico de tétano foi realizado baseado no histórico e sinais clínicos da paciente, corroborando com a literatura (AVANTE et al., 2016; RIBEIRO et al., 2018; ARAUJO; CERQUEIRA et al., 2019; PEREIRA et al., 2019). No histórico consta algum evento que predisponha a inoculação da bactéria, como trauma (LEIRA et al., 2017), sendo visualizado no caso a lesão cicatrizada na região do jarrete, além da informação de que a paciente não possuía a segunda dose vacinal para tétano. A imunização é importante na profilaxia do tétano, sendo necessário um correto protocolo vacinal (AVANTE et al., 2016), que se inicia entre 4 a 6 meses de idade, então a segunda dose é realizada de 4 a 6 semanas depois e a terceira dose com 11 a 12 meses de idade (GALLEGO et al., 2018; RIBEIRO et al., 2018). A partir de duas semanas após a segunda dose vacinal os cavalos possuem altos títulos de anticorpos, sugerindo que possuem imunidade protetora (KENDALL et al., 2015).

Outras medidas a serem tomadas para controle e prevenção incluem alimentação adequada, diagnóstico precoce e início imediato do procedimento terapêutico, tratamento adequado das feridas, adequada antissepsia previamente a injeções e procedimentos cirúrgicos (RIBEIRO et al., 2018) e sempre utilizar seringas e agulhas estéreis (ARAUJO et al., 2019). Além disso, um manejo com inspeção regular do animal ajuda a detectar possíveis lesões com potencial risco de causar a doença (GALLEGO et al., 2018).

Não existe um tratamento especifico para o tétano (POPOFF, 2020). São necessários alguns cuidados como manter o animal em baia escura e silenciosa, com cama macia e tampões de algodão nos ouvidos reduzindo o estímulo auditivo, realizando qualquer procedimento cautelosamente, mantendo silêncio e com o mínimo de movimentação (ARAUJO et al., 2019). A base e sucesso da terapia consiste em eliminar o C. tetani, neutralizar suas toxinas, ter

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cuidados adequados com a ferida, promover relaxamento muscular e sedação ao paciente e oferecer suporte como ambiente adequado e equilíbrio hidroeletrolítico, sendo esse, a sedação e o relaxamento muscular dependente das condições de cada paciente (RIBEIRO, 2018). Como a paciente conseguia se alimentar adequadamente não houve necessidade de correção do equilíbrio hidroeletrolítico.

É necessário identificar o foco de infecção para o tratamento adequado (PAILLOT et al., 2017). O fato de não encontrar a lesão muitas vezes pode dificultar a eliminação da bactéria (ARAUJO et al., 2019). A bactéria é sensível a penicilina e ao metronidazol (POPOFF, 2016), porém a penicilina é um antagonista de GABA por ter estrutura semelhante, podendo atuar sinergicamente com a toxina tetânica quando administrada em altas doses (GOONETILLEKE

et al., 2004; FURR, 2015), como relatado por Gallego e Franz (2018). Apesar disso a penicilina

é utilizada e há relatos de sucesso terapêutico com seu uso em casos de tétano (LIMA, 2013; AVANTE et al., 2016; LEIRA et al., 2017; ARAUJO et al., 2019), assim como no caso em questão, onde a paciente se manteve estável durante o período de tratamento com uso de penicilina (Agrovet®). O fato de não ter sido possível tratar o foco de infecção pois a ferida já se apresentava cicatrizada também não foi um impeditivo para a melhora clínica e alta da paciente.

É fundamental a administração de soro antitetânico no tratamento do tétano (PEREIRA

et al., 2019). Suas doses variam amplamente desde uma única administração de 10.000 a

2.500.000 UI a várias doses de 220 UI/kg a cada 12 horas. Como os níveis circulantes da toxina geralmente são baixos, é provável que doses de 5.000 a 10.000 UI intravenosas ou intramusculares sejam adequadas na maioria dos casos (com exceção dos tratamentos tardios ou quando não realizado desbridamento da ferida) (GALLEGO et al., 2018), sendo feito a escolha da dose de forma empírica (AVANTE et al., 2016). No caso em questão, apesar de ter sido iniciado o tratamento medicamentoso assim que a paciente começou a manifestar os sinais clínicos, não houve desbridamento da ferida por essa se apresentar cicatrizada, sendo optado por maiores doses de soro antitetânico, mantendo a paciente sem progressão dos sinais clínicos.

Para o relaxamento da musculatura pode ser utilizado acepromazina na dose de 0,05 a 0,1 mg/kg de 6 em 6 horas até que haja redução da rigidez, ou ainda fazer uso de diazepam na dose de 0,05 a 0,4mg/kg ou metocarbamol na dose de 10 a 20 mg/kg (PEREIRA et al., 2019). Nesse caso foi inicialmente utilizado a acepromazina, posteriormente substituída pelo metocarbamol, o qual apresentou melhor efetividade em promover o relaxamento muscular.

A flunixina meglumina é um anti-inflamatório com potente ação analgésica utilizada no tratamento de distúrbios musculoesqueléticos e de choque endotóxico em equinos

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(ANDRADE, 2018; SPINOSA et al., 2018). Nesse caso o flunixin meglumine foi administrado com o objetivo de fornecer analgesia devido a possível dor gerada pela paralisia espástica da musculatura, além do seu efeito antiendotoxêmico.

5.2 GRANULOMA EOSINOFÍLICO

5.2.1 Resenha

Paciente da espécie equina, macho de pelagem castanha da raça mangalarga marchador pesando 400kg e com aproximadamente 7 anos de idade.

5.2.2 Histórico, anamnese e sinais clínicos

O proprietário entrou em contato pois o animal apresentava um aumento de volume na região esternal entre os membros torácicos (Figura 4). Na palpação notou-se que o aumento de volume possuía consistência firme, circunscrita e que não era aderido à musculatura.

Figura 4 - Nódulo (granuloma eosinofílico) entre os membros torácicos.

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5.2.3 Tratamento

Foi realizado tratamento cirúrgico a campo com o paciente em estação, retirando o tecido nodular, com a suspeita de se tratar de um processo neoplásico.

5.2.3.1 Preparo do paciente

O animal foi sedado com detomidina 1% na dose de 15µg/kg. Realizado a tricotomia e antissepsia da região, foi feito anestesia local com lidocaína contornando todo o tecido a ser retirado.

5.2.3.2 Descrição da cirurgia

Após incisão cirurgia em formato de “T”, o nódulo foi retirado e armazenado. Foram necessários mais dois repiques de detomidina durante o procedimento cirúrgico para manter a sedação do paciente. O subcutâneo foi aproximado utilizando fio CatGut cromado 0 com sutura contínua simples, e para a pele foi utilizado fio nylon 2-0 com sutura interrompida em padrão wolff captonado também em formato de “T” (Figura 5).

Figura 5 - Incisão cirúrgica e sutura em formato de "T".

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5.2.3.3 Pós-cirúrgico

No pós-cirúrgico foi administrado soro antitetânico e ficou prescrito Agrovet® 5.000.000 na dose de 1ml/30kg por 7 dias, flunixin meglumine na dose de 1,1mg/kg por 3 dias e dexametasona 0,2% na dose de 0,05mg/kg por 3 dias. Ficou recomendado realizar no local da incisão compressas com gelo ou ducha e aplicar pomada Ganadol®, trocando o curativo diariamente.

Após retirado o nódulo (Figura 6), ao ser pressionado percebeu-se que o mesmo drenou uma substância líquida amarelada de seu interior. O nódulo foi armazenado em formol 10% para ser encaminhado para avaliação histopatológica, obtendo o diagnóstico de granuloma eosinofílico.

Figura 6 - Comparação das dimensões entre nódulo (granuloma eosinofílico) e seringa de 20mL após procedimento cirúrgico em paciente.

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5.2.3.4 Evolução

Com 15 dias foi realizado o retorno para a retirada dos pontos, que tiveram pouca deiscência. A ferida não apresentava qualquer indício de contaminação e estava bem cicatrizada na porção cranial.

5.2.4 Discussão e revisão de literatura

O granuloma eosinofílico, também denominado de necrobiose nodular ou ainda granuloma colagenolítico nodular equino (TEIXEIRA e AMORIM, 2006; ANFOSSI et al., 2008) é uma dermatose comum nos equinos, se apresentando como lesões papulonodulares ou nodulares, não alopécicas, únicas ou múltiplas, de aproximadamente 0,5 a 10 cm de diâmetro e que podem apresentar em seu interior conteúdo caseoso e amarelado (SANTOS e ALESSI, 2017), ocorrendo mais comumente na primavera e verão. Os nódulos são firmes, redondos e bem circunscritos, podendo acometer animais de qualquer idade, sexo ou raça e ocorrer em qualquer parte do corpo. Possui patogênese desconhecida, mas provavelmente ocorre por reação de hipersensibilidade a insetos, aplicações com agulhas revestidas de silicone (SCOTT e MILLER, 2011), alérgenos inalados ou ingeridos e trauma (ANFOSSI et al., 2008). As características corroboram com o caso acompanhado, onde o paciente possuía um único nódulo não alopécico, firme e bem circunscrito de aproximadamente 10 cm de diâmetro.

É uma dermatose assintomática, porém algumas vezes o animal pode sentir dor a palpação (SANTOS e ALESSI, 2017), o que não ocorreu no caso em questão, pois o paciente não demonstrou desconforto a palpação. O diagnóstico é realizado com base no exame físico, histórico e biopsia (SCOTT e MILLER, 2011), assim como foi realizado no caso. O histopatológico permite descartar do diagnóstico outras afecções nodulares, como por exemplo habronemose, tumor de mastócitos e amiloidose (ANFOSSI et al., 2008).

Alguns nódulos podem regredir espontaneamente dentro de 3 a 6 meses. Apesar disso, animais que apresentam um único nódulo podem receber o tratamento cirúrgico através da excisão ou tratamento clínico com aplicações sublesionais de glicocorticoides em intervalos de duas semanas, sendo que se na terceira aplicação o nódulo ainda estiver presente é provável que seja necessário tratamento cirúrgico (SCOTT e MILLER, 2011). Sendo apenas uma única lesão de tamanho considerável a excisão cirúrgica pode ser a melhor opção (ABBASI et al., 2015) enquanto que o tratamento clínico pode ser mais apropriado em casos onde há múltiplos nódulos (GRIGOLETTO et al., 2015).

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5.3 SÍNDROME CÓLICA POR COMPACTAÇÃO

5.3.1 Resenha

Paciente da espécie equina, macho não castrado da raça quarto de milha, pelagem alazã, pesando 450kg e com 6 anos de idade.

5.3.2 Histórico, anamnese e sinais clínicos

O paciente era um animal estressado que se alimentava de silagem, feno e ração. Apresentou desconforto abdominal (Figura 7), se rolando e com sudorese intensa. No exame físico foi constatado frequência cardíaca, TPC e mucosas dentro dos padrões de normalidade, motilidade reduzida nos quadrantes de flanco direito e esquerdo (ceco e cólon dorsal esquerdo). Apresentou desconforto na palpação transretal, onde foi identificado a presença de uma massa compactada palpável no cólon dorsal esquerdo.

Figura 7 - Equino apresentando desconforto abdominal, deitando e rolando.

Fonte: Thomassian (2005). Adaptado pela autora, 2020.

5.3.3 Diagnóstico

O diagnóstico de síndrome cólica por compactação se deu através dos sinais clínicos associado a palpação transretal onde foi identificado a presença da massa compactada palpável.

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5.3.4 Tratamento

Para tratamento o paciente foi mantido em tronco de contenção com restrição de alimentação, mantido com sonda nasogástrica e recebeu fluidoterapia com Ringer Lactato (totalizando 26 litros). Após 10 litros, foi realizado palpação transretal constatando que a massa compactada começava a se desfazer, sendo acrescido 20ml de cálcio em cada litro de Ringer Lactado, totalizando 16 dos 26 litros administrados. O paciente foi liberado assim que os episódios de dor cessaram e que na palpação transretal foi verificado que a massa compactada havia sido desfeita. Após o tratamento, o paciente apresentou diarreia persistente, sendo administrado sulfadiazina na dose de 50mg/kg, Probiótico® 4g/animal, Sponge Equi® 28ml/animal e omeprazol 1mg/kg.

5.3.5 Discussão e revisão de literatura

A síndrome cólica é uma das principais causas de morte em equinos, sendo a cólica por compactação uma das mais relatadas (GITARI et al., 2017). Os cavalos possuem particularidades anatômicas que predispõem a alterações que resultam em quadros de dor abdominal (NUNES e BROMERSCHENKEL, 2017). A síndrome cólica por compactação no cólon maior ocorre devido ao acúmulo de digesta ressecada, sendo os principais fatores predisponentes a qualidade do alimento volumoso e a ingestão de água (THOMASSIAN, 2005), além de trabalho excessivo, altas temperaturas e alterações dentarias. A obstrução pode ser total ou parcial e ocorre principalmente em locais onde há estreitamento de diâmetro do lúmen, como em flexura pélvica (NUNES e BROMERSCHENKEL, 2017), diferente do caso relatado onde foi identificado por palpação transretal que o animal apresentava a compactação em cólon dorsal esquerdo.

Os parâmetros no exame físico geralmente estão normais, podendo apresentar frequência cardíaca aumentada em decorrência da dor ou hipovolemia. Os sinais clínicos do paciente com compactação incluem olhar para o flanco, cavar, deitar e rolar (FERREIRA et al., 2009), intercalados com períodos de calmaria. Na auscultação abdominal a motilidade pode estar normal nos locais não acometidos e apresentar hipomotilidade na região onde há compactação (THOMASSIAN, 2005). O diagnóstico de compactação pode ser realizado na palpação transretal pois é possível localizar a massa compactada (FERREIRA et al., 2009; NUNES e BROMERSCHENKEL, 2017), assim como ocorreu com o caso acompanhado.

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A maior parte dos casos de cólica possuem resolução clínica, e a cólica por compactação no cólon maior é uma delas, sendo necessário intervenção cirúrgica apenas se o equino é refratário ao tratamento, seguindo com episódios de dor abdominal e choque (FERREIRA et

al., 2009). No caso relatado o paciente apresentou melhora apenas com tratamento clínico, não

sendo necessário a realização de procedimento cirúrgico.

Como tratamento clínico é realizado a restrição da alimentação, analgesia e hidratação, essa não somente para manutenção do paciente, mas também para hidratação da massa compactada. A sondagem nasogástrica pode ser realizada para redução do desconforto e como um método de detectar refluxo (NUNES e BROMERSCHENKEL, 2017). Visando auxiliar a movimentação peristáltica, pode ser utilizado cálcio intravenoso (THOMASSIAN, 2005). Também pode ser feito uso de laxantes no tratamento de cólica por compactação (GITARI, et al., 2017; NUNES e BROMERSCHENKEL, 2017). Como o paciente apresentava-se calmo e com batimentos cardíacos normais, a analgesia não foi realizada, e devido a hipomotilidade foi realizado a administração de cálcio assim que foi percebido que a massa começava a se desfazer, normalizando a motilidade intestinal.

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6 CONCLUSÃO

O presente relatório, indispensável para a aprovação no Estágio Curricular Supervisionado de Medicina Veterinária, trouxe todas as atividades desenvolvidas no decorrer do semestre, inserindo a acadêmica na prática da medicina veterinária voltada especificamente para área de clínica e cirurgia de equinos.

No decorrer do estágio a acadêmica fora submetida a rotina integral de atendimento, tendo experimentado todas as etapas da clínica de equinos, partindo do chamado do cliente até a alta do paciente, trazendo uma maior gama de experiências para a atuação singular.

As práticas vivenciadas fizeram-se indispensáveis para criar o elo entre o conteúdo ministrado em aula e a atuação em campo. Deste modo, o estágio alicerçou o conhecimento adquirido por meio da literatura.

Assim, é notória a relevância do Estágio Curricular Supervisionado de Medicina Veterinária, tratando-se de comprovação da evolução da acadêmica após o término do estágio, relevando-se todo ensinamento transmitido pelos professores da maneira mais correta e ideal possível, transmitindo os valores que todo médico veterinário necessita ter para realizar suas atividades de forma ética, buscando sempre tratar com zelo o interesse de seus clientes em prol da recuperação de seus pacientes, aplicando os ensinamentos transmitidos nos anos em que se passaram dentro da universidade.

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REFERÊNCIAS

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ARAUJO, W.T.; CERQUEIRA, R.B. Tétano em equino na cidade de Cabaceiras do Paraguaçu-BA: relato de caso. 2019. 43f. Monografia (Graduação) – Faculdade de Medicina Veterinária. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

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