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Resort Ecoeficiente em Arraial d'Ajuda - BA

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Academic year: 2021

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RESORT ECOEFICENTE EM ARRAIAL D’AJUDA - BA

JOÃO PAULO CAVALCANTI ROLIM ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JOÃO PAULO CAVALCANTI ROLIM

RESORT ECOEFICIENTE EM ARRAIAL D’AJUDA - BA

FLORIANÓPOLIS 2018

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JOÃO PAULO CAVALCANTI ROLIM

ENDEREÇO: RUA PASTOR WILLIAM R. SCHISLER FILHO, 655. APTO 106 B TELEFONE: 48 - 991445762

EMAIL: JP.ROLIM@GMAIL.COM

RESORT ECOEFICIENTE EM ARRAIAL D’AJUDA - BA

Trabalho de Conclusão de Curso I apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Prof. Luciano Dutra.

FLORIANÓPOLIS 2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, por tudo. Aos meus pais, Jurandir e Lúcia, pela vida, pelo o que sou e por termos sonhado juntos o mesmo sonho. À minha esposa, Isabela, por seu amor e paciência dados a mim durante todos estes anos de faculdade. Aos meus irmãos, Tiago e Ismênia, porque os amo. À família da minha esposa, em especial os seus pais, Silvia e Luciano, por todo apoio e carinho. Aos amigos que fizeram parte desta jornada. Ao Professor Luciano Dutra pelas ótimas orientações. A todos os professores e professoras dos quais tive a honra de ser ensinado.

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RESUMO

Este trabalho se trata da elaboração do partido arquitetônico de um resort ecoeficiente no condomínio Ecovillage d’Ajuda em Arraial d’Ajuda, distrito da cidade de Porto Seguro, na Bahia. Por ser uma região de importância histórica para o Brasil e muito rica em beleza natural, sua economia depende fortemente do turismo. Sendo assim, entende-se que um estabelecimento hoteleiro inserido neste local deve oferecer meios que promovam a sustentabilidade e a manutenção de seus recursos naturais. Tendo isto em vista, para este trabalho, foram realizados estudos sobre os temas lazer, turismo e sustentabilidade por meio de pesquisa exploratória, além da análise de documentos legais e o entendimento das condições ambientais do local da implantação. Adicionalmente, alguns referenciais projetuais relevantes ao tema foram analisados para o estabelecimento das diretrizes do partido arquitetônico que é, por fim, mostrado por meio de imagens, esquemas e textos explicativos.

Palavras-chave: Resort, Turismo, Sustentabilidade, Arraial d’Ajuda.

ABSTRACT

This work aims to show the elaboration of the architectural study of an eco-efficient resort in the Ecovillage d'Ajuda condominium in Arraial d'Ajuda, in the city of Porto Seguro, Bahia. As it is a region of historical importance to Brazil and very rich in natural beauty, its economy depends on tourism. Therefore, it is understood that a hotel inserted in this location must offer means that promote sustainability and maintenance of its natural resources. With this in mind, this work shows studies on leisure, tourism and sustainability that were carried out through exploratory research. Addictionally an analysis of legal documents and the understanding of environmental conditions of the location was also took place. Some relevant projects were analyzed for the establishment of the guidelines of the architectural study, which is finally shown through images, diagrams and explanatory texts.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA PROPOSTA ... 23

FIGURA 2.HOTEL PHAROUX... 31

FIGURA 3.EXEMPLOS DE TIPOS DE BLOCOS DE APARTAMENTOS ... 36

FIGURA 4.ILUMINAÇÃO ZENITAL. ... 41

FIGURA 5.VENTILAÇÃO NATURAL. ... 42

FIGURA 6.PROPRIEDADES TÉRMICA DOS MATERIAIS. ... 42

FIGURA 7.SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA. ... 43

FIGURA 8.PORTO SEGURO,BAHIA.LOCALIZAÇÃO DA PROPOSTA. ... 49

FIGURA 9.AVENIDA DO DESCOBRIMENTO EM PORTO SEGURO ... 49

FIGURA 10.PRAIA DA PONTA DO APAGA-FOGO ... 50

FIGURA 11.IGREJA NOSSA SRA. D’AJUDA EM ARRAIAL D’AJUDA ... 50

FIGURA 12.HIDROGRAFIA DE PORTO SEGURO. ... 51

FIGURA 13.FLORESTA OMBRÓFILA DENSA. ... 51

FIGURA 14.RODOVIAS DA REGIÃO DE PORTO SEGURO. ... 53

FIGURA 15.CONDOMÍNIO ECOVILLAGE D’AJUDA. ... 54

FIGURA 16.LOCALIZAÇÃO DO CONDOMÍNIO ECOVILLAGE D’AJUDA ... 54

FIGURA 17.QUADRA DO LOCAL DA PROPOSTA. ... 55

FIGURA 18.CONDOMÍNIO E O TERRENO DA PROPOSTA. ... 55

FIGURA 19.FOTOS DO TERRENO DO PROJETO. ... 55

FIGURA 20.ANÁLISE DO TERRENO DA PROPOSTA. ... 56

FIGURA 21.ABERTURA EM BEIRAIS PARA VENTILAÇÃO DO ÁTICO. ... 58

FIGURA 22.CORTE DAS VIAS DO CONDOMÍNIO. ... 59

FIGURA 23.HALL DE ENTRADA DO ALILA SEMINYAK HOTEL. ... 63

FIGURA 24.PERSPECTIVA DO ALILA SEMINYAK HOTEL. ... 63

FIGURA 25.IMPLANTAÇÃO DO ALILA SEMINYAK HOTEL. ... 64

FIGURA 26.PAINÉIS VAZADOS E CIRCULAÇÃO DO ALILA SEMINYAK HOTEL. ... 64

FIGURA 27.RESORT MAKENNA. ... 65

FIGURA 28.IMPLANTAÇÃO DO RESORT MAKENNA. ... 65

FIGURA 29.EDIFÍCIO SEDE DO RESORT MAKENNA. ... 66

FIGURA 30.BANGALÔ DUPLO DO RESORT MAKENNA. ... 66

FIGURA 31.ANORA BEACH RESORT. ... 67

FIGURA 32.IMPLANTAÇÃO DO ANORA BEACH RESORT. ... 67

FIGURA 33.BLOCO DE APARTAMENTOS DO ANORA BEACH RESORT.. ... 68

FIGURA 34.CONFORTO AMBIENTAL DO ANORA BEACH RESORT.. ... 68

FIGURA 35.PARTIDO SOB CONDIÇÃO CLIMÁTICA. ... 72

FIGURA 36.SETORIZAÇÃO. ... 72

FIGURA 37.SEGREGAÇÃO DOS BLOCOS DO RESORT. ... 72

FIGURA 38.LOGOMARCA SUGERIDA PARA A PROPOSTA. ... 73

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FIGURA 40.IMPLANTAÇÃO COM TÉRREO ... 77

FIGURA 41.IMPLANTAÇÃO COM COBERTURA. ... 78

FIGURA 42.FLUXOS E ACESSOS. ... 79

FIGURA 43.CORTE ESQUEMÁTICO 1. ... 80

FIGURA 44.CORTE ESQUEMÁTICO 2. ... 80

FIGURA 45.PLANTA BAIXA DO BLOCO DE APARTAMENTOS. ... 81

FIGURA 46.VOLUMETRIA DO BLOCO DE APARTAMENTOS. ... 81

FIGURA 47.CORTE DO BLOCO DE APARTAMENTOS. ... 82

FIGURA 48.SISTEMA DE JARDIM VERTICAL. ... 82

FIGURA 49.FACHADA DO BLOCO DE APARTAMENTOS. ... 82

FIGURA 50.ESTRUTURA DO TELHADO. ... 82

FIGURA 51.ESTRATÉGIAS DE CONFORTO AMBIENTAL PARA OS APARTAMENTOS. ... 83

FIGURA 52.PLANTA BAIXA DO SPA. ... 84

FIGURA 53.VOLUMETRIA DO SPA. ... 84

FIGURA 54.PLANTA BAIXA DO BANGALÔ. ... 85

FIGURA 55.VOLUMETRIA DO BANGALÔ. ... 85

FIGURA 56.PLANTA BAIXA DO TÉRREO DA RECEPÇÃO. ... 86

FIGURA 57.VOLUMETRIA DA RECEPÇÃO. ... 86

FIGURA 58.PLANTA BAIXA DO PAV. SUPERIOR DA RECEPÇÃO. ... 86

FIGURA 59.PLANTA BAIXA DO RESTAURANTE PRINCIPAL. ... 87

FIGURA 60.VOLUMETRIA DO RESTAURANTE PRINCIPAL. ... 87

FIGURA 61.PLANTA BAIXA DO RESTAURANTE DA PISCINA... 88

FIGURA 62.VOLUMETRIA DO RESTAURANTE DA PISCINA. ... 88

FIGURA 63.PLANTA BAIXA DO BLOCO DE EVENTOS. ... 89

FIGURA 64.VOLUMETRIA DO BLOCO DE EVENTOS. ... 89

FIGURA 65.PLANTA BAIXA DA SALA DE JOGOS E GINÁSTICA. ... 90

FIGURA 66.VOLUMETRIA DA SALA DE JOGOS E GINÁSTICA. ... 90

FIGURA 67.PLANTA BAIXA DO BLOCO DE SERVIÇOS... 91

FIGURA 68.VOLUMETRIA DO BLOCO DE SERVIÇOS. ... 91

FIGURA 69.IMPLANTAÇÃO EM PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ... 92

FIGURA 70.VISTA DA RECEPÇÃO E ENTRADA DO RESTAURANTE. ... 93

FIGURA 71.VISTA DO BLOCO DE EVENTOS E ESTACIONAMENTO DE HÓSPEDES. ... 93

FIGURA 72.VISTA DO LOBBY E DA RECEPÇÃO. ... 93

FIGURA 73.VISTA EXTERNA DO SPA. ... 93

FIGURA 74.VISTA GERAL DA PISCINA, APARTAMENTOS E RECEPÇÃO. ... 94

FIGURA 75.VISTA DOS BLOCOS DE APARTAMENTOS. ... 94

FIGURA 76.VISTA DE UM DOS BANGALÔS. ... 94

FIGURA 77.VISTA CIRCULAÇÃO HORIZONTAL DOS APARTAMENTOS. ... 94

FIGURA 78.VISTA DAS QUADRAS E PARQUINHO. ...95

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FIGURA 80.VISTA DA PISCINA E DE SEU RESTAURANTE. ...95

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1.MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DO SBCLASS PARA RESORT. ... 34

QUADRO 2.ÍNDICES CONSTRUTIVOS DO ECOVILLAGE D’AJUDA. ... 58

QUADRO 3.DIRETRIZES PROJETUAIS. ... 71

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LISTA DE TABELAS

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 23 1.1 Justificativa ... 24 1.2 Objetivo Geral ... 24 1.3 Objetivos Específicos ... 24 1.4 Metodologia ... 25 2 LAZER E TURISMO ... 29 2.1 Importância do Turismo ... 30

2.2 Breve Histórico da Hotelaria no Brasil ... 31

2.3 Classificação dos Meios de Hospedagens ... 32

2.4 Resort ... 33

2.5 Áreas e Instalações ... 35

3 SUSTENTABILIDADE ... 39

3.1 Uso Racional da Água ... 40

3.2 Eficiência Energética ... 40 3.3 Estratégias Bioclimáticas ... 41 3.3.1 Iluminação Natural ... 41 3.3.2 Ventilação Natural ... 42 3.3.3 Elementos Construtivos ... 42 3.3.4 Sistemas Eficientes ... 43 3.4 Normas e Certificações ... 44 3.4.1 Certificações em Sustentabilidade ... 44

3.4.2 Selo PBE Edifica ... 45

4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA ... 49 4.1 Porto Seguro ... 49 4.1.1 Arraial d’Ajuda ... 50 4.1.2 Aspectos Geográficos ... 50 4.1.3 Aspectos Socioeconômicos ... 52 4.1.4 Infraestrutura Urbana ... 52

4.2 Condomínio Ecovillage d’Ajuda ... 54

4.3 O Terreno ... 55

4.3.1 Análise Climática do Terreno ... 56

4.3.2 Aspectos Bioclimáticos... 57

4.4 Legislação ... 58

5 REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS ... 63

5.1 Alila Seminyak Resort ... 63

5.2 Resort Makenna ... 65

5.3 Anora Beach Resort ... 67

6 PROPOSTA DE PROJETO ... 71

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6.2 O Partido ... 72

6.3 Programa de Necessidades ... 74

6.3.1 Fluxograma ... 75

6.4 Implantação ... 76

6.5 Fluxos e Acessos ... 79

6.6 Plantas, Cortes e Fachadas ... 80

6.7 Perspectivas ...92

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 99

REFERÊNCIAS ... 101

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo a elaboração de um partido arquitetônico de um Resort em um condomínio no distrito de Arraial D'ajuda em Porto Seguro, na Bahia. Nesta região, o setor turístico é a principal atividade econômica e se apresenta como um dos principais eixos de sustentabilidade tendo em vista que é dependente do ambiente natural local.

O Resort deve ser destinado aos frequentadores das praias da região e ao turismo ecológico com foco na preservação ambiental. Com pouco menos de 20 mil metros quadrados de área de terreno, sua principal proposta é que as suas habitações, bem como os demais equipamentos inseridos no local, utilizem soluções arquitetônicas sustentáveis com foco na eficiência energética que se adequem aos modelos estruturais e de tipologia da região.

A figura 1 mostra o local da proposta do trabalho. Figura 1. Mapa de

localização da proposta

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1.1 JUSTIFICATIVA

A NBR 15401 (2006) cita o turismo como um dos maiores segmentos econômicos do mundo e que cada vez mais vem sendo objeto de atenção em relação à sua potencial contribuição para o desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo, quanto aos impactos que pode provocar nos campos ambiental, sociocultural e econômico. Projetos sustentáveis são imprescindíveis no cenário socioeconômico atual, pois estabelecem diretrizes para melhor uso dos recursos naturais, preservando os ecossistemas e as características ambientais das regiões em que estão inseridos. Segundo Motta (2014, apud Oliveira et al, 2016), uma construção sustentável deve considerar:

• eficiência energética;

• aproveitamento adequado da água;

• aproveitamento de recursos naturais da região; • uso de materiais e técnicas ambientais corretas; • gestão dos resíduos sólidos e efluentes;

• conforto e qualidade interna dos ambientes; • acessibilidade;

• permeabilidade do solo.

Dito isto, é necessário tomar decisões arquitetônicas e urbanísticas que maximizem a sustentabilidade especialmente

quando a edificação se encontra próxima a áreas sensíveis, como praias ou de zonas de preservação e, ainda mais, em regiões tropicais de caráter quente e úmido.

Dentro deste contexto, a escolha do tema deve-se à necessidade de um projeto hoteleiro no condomínio Ecovillage D'ajuda, localizado em uma área com uma biodiversidade bastante rica de florestas da Mata Atlântica, que apresente soluções sustentáveis direcionadas ao conforto ambiental e a eficiência energética.

1.2 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo elaborar um Projeto de Arquitetura de um Resort fundamentado nos aspectos bioclimáticos da cidade de Porto Seguro, na Bahia, região Nordeste do Brasil e na utilização de uma arquitetura sustentável direcionada à preservação ambiental e eficiência energética.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos do trabalho são:

● Contextualizar o projeto quanto aos conceitos de hotelaria e sustentabilidade;

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● Realizar um diagnóstico da região observando as condições climáticas e de preservação, além da legislação vigente; ● Pesquisar sobre estratégias bioclimáticas e de

sustentabilidade que se adequem à edificação; ● Elencar referenciais arquitetônicos;

● Estabelecer um programa de necessidades; ● Elaborar diretrizes projetuais;

● Desenvolver a proposta de partido de um Resort. 1.4 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho será utilizada uma pesquisa básica exploratória com a revisão bibliográfica de artigos, livros e sítios na Internet, referentes à hotelaria, conforto ambiental e sustentabilidade. Na sequência serão compreendidos os aspectos legais da área, disponíveis em documentos regulatórios do condomínio e da cidade de Porto Seguro. A elaboração do diagnóstico da área será por meio da análise de fotos, imagens e dados climáticos disponíveis em sites especializados. Para os referenciais projetuais será realizada uma pesquisa qualitativa sobre o tema hotel e resort sustentável em livros, revistas e sítios da Internet. A partir do cruzamento dos resultados do diagnóstico e das análises dos referenciais projetuais, serão estabelecidas diretrizes projetuais que servirão para o

desenvolvimento do partido arquitetônico. Neste processo, serão utilizados métodos gráficos de desenho a mão livre e computacionais

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2 LAZER E TURISMO

Dumazedier (2001, p.34) define o lazer da seguinte maneira: é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para deentreter-senvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.

O autor também atribui ao lazer três principais funções: de descanso, devido à deterioração física e mental do cotidiano; de divertimento, recreação e entretenimento como uma reação à fadiga e ao tédio. Desta forma cumpre um papel fundamental de equilíbrio da vida social do indivíduo e, por fim, de desenvolvimento pessoal, pois permite a participação livre em atividades que resultam na construção do comportamento e da personalidade dentro de um estilo de vida pessoal e social. Salienta-se que dentre as atividades de lazer, as realizadas durante as férias são as mais importantes, devido à sua atratividade e duração. Isto porque, diante dos outros períodos de lazer, como os finais de semana ou feriados, neste período é mais fácil de se descansar ou de se realizar alguma atividade livre, além de estar mais suscetível à possibilidade de viajar (DUMAZEDIER, 2001).

Hoje, as viagens relacionadas com o lazer, principalmente nas férias, são um fenômeno de massa de rápido crescimento e estão ligados diretamente ao conceito de turismo, definido por Mota (2001, p.43):

Turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento temporário e voluntário de um ou mais indivíduos que, por uma complexidade de fatores que envolvem a motivação humana, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exerçam atividades lucrativas ou remuneradas, gerando múltiplas inter-relações de importância cultural, socioeconômica e ecológica entre os núcleos emissores e receptores.

A viagem turística, tratada por Dumazedier (2001) como uma conquista social recente, apresenta-se com crescente influência econômica e em plena expansão, talvez mais fortemente do que a reportada pelo autor à época. Não se pode abster do fato de que essa expansão depende da facilidade de locomoção, de comunicação e de meios de hospedagens que atendam as aspirações e necessidades dos viajantes (PortalEducação, 2018). Neste sentido, as acomodações precisam satisfazer e/ou superar as expectativas de seus ocupantes proporcionando serviços e espaços adequados ao público que se propõe.

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2.1 IMPORTÂNCIA DO TURISMO

Segundo o Plano Nacional de Turismo (2018), no ano de 2017 o turismo mundial representou 10% de toda a riqueza gerada na economia mundial. Neste mesmo ano, foram contabilizados 1.322 bilhão de viajantes internacionais, o que significa um aumento de 7% com relação a 2016, movimentando US$ 7,6 trilhões. Adicionalmente, o setor é responsável por 292 milhões de empregos, o equivalente a 1 em cada 10 na economia global. No Brasil, a contribuição total do setor foi de US$ 152,2 bilhões, 8,5% do PIB Nacional, mas estima-se que este número chegue a 9,1% do PIB em 2027, o que seria equivalente a US$ 212,1 bilhões.

Em relação à demanda internacional, as chegadas de turistas atingiram o maior patamar já registrado de 6,57 milhões de chegadas em 2016. Do total de turistas, as origens mais expressivas são provenientes da América do Sul, 56,75%, da Europa, com 24,42% e da América do Norte, com 11,17%. Para esses turistas, o lazer é a principal motivação de viagem ao Brasil, tendo este tipo de turismo uma representação de 56,8% do mercado internacional em 2016.

De acordo com as análises da Organização Mundial do Turismo, calcula-se que o turismo interno é dez vezes maior que o volume do turismo internacional. Observa-se que o aumento dos

investimentos, na ordem de R$ 94,8 bilhões nos últimos 15 anos, em construção e reformas de hotéis, bares, restaurantes, agências de turismo, parques temáticos e outras atividades relacionadas foi de relevante importância para a expansão do turismo nacional. Grande parte destes investimentos se deu pela realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA, em 2014, e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016, promovendo melhoria na qualidade na infraestrutura básica e turística do país por meio da construção e ampliação de meios de hospedagem, ampliação e modernização de aeroportos, além de melhorias na mobilidade urbana.

O Plano Nacional de Turismo (2018) afirma que o Brasil tem atualmente uma oferta de 31.299 meios de hospedagem. Considerando as regiões brasileiras, a grande concentração da rede hoteleira encontra-se na Região Sudeste, com 41,8% dos estabelecimentos, seguida pelas Regiões Nordeste (23,6%), Sul (17,4%), Centro-Oeste (10,9%) e Norte (6,3%).

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2.2 BREVE HISTÓRICO DA HOTELARIA NO BRASIL

De acordo com Andrade, Brito e Jorge (2017) a hotelaria no Brasil se inicia ainda no período colonial quando os viajantes se hospedavam em casas-grandes, engenhos, fazendas, casarões, conventos e ranchos que beiravam as estradas. Contudo, apenas no século XVIII que iriam surgir estalagens na cidade do Rio de Janeiro aos moldes comerciais parecidos com o da atualidade. Estas estalagens que ofereciam quartos e refeições passaram a denominar-se Hotel diante da crescente demanda por alojamentos com o advento da chegada da corte portuguesa à cidade no início do século XIX. Nesta época, destaca-se o Hotel Pharoux (figura 2) como sendo um dos estabelecimentos mais importantes do Rio de Janeiro.

Figura 2. Hotel Pharoux

Fonte: História e Monumentos (2018)

Mais tarde, no início do século XX, alguns hotéis vieram a ser inaugurados nesta mesma cidade impulsionados por decreto de isenção de impostos a fim de acabar com a falta de hospedarias no local. Na década de 30 foram implantados grandes hotéis vinculados a cassinos, mas com a proibição deste tipo de empreendimento, em meados dos anos 40, estes hotéis terminaram sendo extintos (ANDRADE, BRITO e JORGE, 2017).

Ainda segundo estes autores, uma nova fase da hotelaria brasileira viria no fim da década de 60 com a criação da EMBRATUR e do Fundo Geral de Turismo, alavancando a construção de hotéis de luxo. Nesta década e na seguinte, várias redes hoteleiras internacionais se instalaram e acabaram por criar novos padrões de serviços e preços. O setor se beneficiou também com a conclusão da rodovia BR-101 em 1973, ligando o Rio de Janeiro à Bahia, que traria maiores condições para o desenvolvimento do turismo na região litorânea (TADINI, 2010). Com o passar dos anos o número de viagens aumentou, inclusive por meio aéreo e marítimo, e com isso, também cresceu a busca por meios de hospedagem. Diante deste cenário, as cadeias hoteleiras acabaram por oferecer diversificações nos meios de hospedagem, especialmente em novos segmentos, como o de hotéis econômicos e de baixo custo que até então eram pouco explorados.

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2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGENS O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem, (SBClass) (BRASIL, 2011), foi criado a partir da necessidade de se estabelecer padrões para os meios de hospedagem. O Artigo 23 da Lei no 11771/2008 define os meios de

hospedagens da seguinte forma:

empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de frequência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária.

O objetivo principal do SBClass é o de orientar a sociedade sobre os aspectos físicos e operacionais do estabelecimento, mas também estipula limites aos empreendedores com relação aos aspectos naturais da área em que os estabelecimentos se localizam (ROIM, 2012). Com isso, considera-se que cada tipo de meio de hospedagem reflete diferentes práticas de mercado e expectativas distintas dos turistas. Sendo assim, os tipos de meios de hospedagem estabelecidos pelo SBCLass são:

● Hotel - Estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária;

● Resort - Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento;

● Hotel Fazenda - Localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo;

● Cama & Café - Hospedagem em residência com no máximo três unidades habitacionais para uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza;

● Hotel Histórico - Instalado em edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecidas;

● Pousada - Empreendimento de característica horizontal, composto de no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ser em um prédio

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único com até três pavimentos, ou contar com chalés ou bangalôs;

● Flat/Apart-Hotel - Constituído por unidades habitacionais que disponham de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, que possua serviço de recepção, limpeza e arrumação.

O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem ainda estabelece categorias específicas para cada tipo:

● Hotel – de 1 a 5 estrelas;

● Hotel Fazenda – de 1 a 5 estrelas; ● Cama & Café – de 1 a 4 estrelas; ● Resort – de 4 e 5 estrelas;

● Hotel Histórico – de 3 a 5 estrelas; ● Pousada – de 1 a 5 estrelas;

● Flat/Apart-Hotel – de 3 a 5 estrelas;

Destes tipos de meios de hospedagem estabelecidos pelo SBCLass, o tipo Resort será o objeto deste trabalho.

2.4 RESORT

Andrade, Brito e Jorge (2017) afirmam que a escolha do segmento de mercado deve-se ao conjunto de consumidores que irão orientar o tipo de hotel que satisfaça especificamente àqueles interesses. Sendo assim, um tipo de hotel que tem como público alvo os que procuram descanso e fortalecimento físico e mental em ambientes isolados, com paisagens ricas e características, justificaria a escolha do tipo Resort como objeto deste trabalho.

Os resorts buscam constituir-se em destinações turísticas que por si só justificam uma viagem, pois as suas diversas instalações e atividades que atendem a todas as faixas etárias devem torná-los atrativos e autossuficientes. Se o resort não tem apoio urbano, mas tem vantagens paisagísticas e de meio ambiente, longe de qualquer cidade que lhe possa garantir o apoio em serviços e infraestrutura, a condição básica para seu funcionamento é ser acessível aos usuários (ANDRADE; BRITO; JORGE 2017). Além disso, um resort necessita de grandes glebas e local com notável beleza natural, desejando-se a proximidade de praia, rio, lago ou represa. Ainda segundo estes autores, justifica-se, portanto, sua localização quando:

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● Está em uma região com meio ambiente de grande apelo turístico e paisagístico;

● Contempla um grande terreno para sua implantação de demais equipamentos como quadras de esportes, hípica, campo de golfe, parque aquático, podendo ter ainda trechos de floresta;

● Possui fácil acesso ao aeroporto e fácil identificação em relação à estrada ou à rodovia;

Para este tipo de hospedagem, o SBClass estabelece categorias de quatro estrelas (mínimo) a cinco estrelas (máximo). O RESORT de categoria quatro estrelas deve atender a requisitos mínimos de infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Para a categoria cinco estrelas, o RESORT deve atender a uma série de requisitos adicionais que diferenciam as categorias entre si. Por meio da comparação entre a infraestrutura e serviços oferecidos, assim como das ações de sustentabilidade executadas pelo meio de hospedagem, o consumidor poderá fazer uma melhor escolha.

Para o objeto do trabalho, foi escolhida a categoria quatro estrelas. E, tendo isto em vista, pode-se elencar os requisitos mínimos estabelecidos na Matriz de Classificação do SBClass para o tipo Resort, categoria quatro estrelas, que eventualmente

influenciam em sua arquitetura. Estes requisitos mandatórios para o tipo são mostrados no quadro a seguir:

Quadro 1. Matriz de Classificação do SBClass para Resort. Áreas Comuns

Aspecto externo compatível com a categoria Área de estacionamento ou marina

Jardim

Entrada de serviço independente

Área ou local específico para o serviço de portaria Área ou local específico para o serviço de recepção Local para guarda de bagagens

Elevadores

Climatização adequada nas áreas sociais

Banheiros sociais, masculino e feminino, separados entre si, com ventilação natural ou forçada

Espaço para leitura

Sala para escritório virtual / business center, com equipamentos Sala de reuniões com equipamentos

Espaço para eventos e apresentações (por exemplo: teatro, música, projeção de cinema, etc)

Salão de jogos equipado Sauna seca ou vapor

Oferta de pelo menos 2 tipos de piscinas

Relação de 1 m2 de área de piscina (espelho d’água) por capacidade máxima de hóspedes

Sala de Ginástica /Musculação com equipamentos

Centros de Tratamentos de Estética e de Revitalização da Saúde ou do Bem Estar Geral

Pelo menos 3 equipamentos esportivos disponíveis para os hóspedes (por exemplo: Campo de Futebol, Quadra Poliesportiva, Arco e flecha, etc)

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Quadra de Tênis disponível

Gerador de Emergência com partida automática ou manual, com

cobertura nos apartamentos e áreas sociais, para manutenção de todos os serviços essenciais

Unidades Habitacionais

UH com área de 25 m2 ou mais, considerando quarto, antessala, e banheiro, desconsiderando varanda, em no mínimo 80% das UH Portas duplas de comunicação entre UH conjugáveis ou sistema que só possibilite sua abertura quando por iniciativa dos ocupantes de ambas as UH

Alimentos e Bebidas (A&B) Pelo menos 2 bares

Pelo menos dois restaurantes com cardápios diferentes

Relação de lugares instalados em restaurantes/capacidade máxima de hóspedes maior ou igual a 50%

Fonte: SBClass (BRASIL, 2011) adaptado pelo autor.

Observações relevantes aos pontos elencados:

● 4 estrelas: elevador obrigatório para construções a partir de 3 andares.

● O espaço para leitura deve ser situado em área afastada do salão de jogos, áreas de recreação, etc.

● A sala de reuniões deve comportar pelo menos 30 pessoas. ● O salão deve dispor de pelo menos 3 opções de jogos. ● Tipos de piscina: piscina, piscina infantil, piscina térmica ou

piscina olímpica, piscina com hidromassagem, piscinas de ondas, etc. - Tipos de águas: clorada, salinizada ou de água do mar, etc.

2.5 ÁREAS E INSTALAÇÕES

Os itens estabelecidos pelo Sistema Brasileiro de Classificação dos Meios de Hospedagem são específicos para o tipo de hospedagem escolhida, contudo, pode-se considerar que geralmente os hotéis são constituídos pelas seguintes áreas básicas, elencadas por Andrade, Brito e Jorge (2017, p.111):

● Área de Hospedagem - destinada aos apartamentos e suítes;

● Áreas Públicas e Sociais - são áreas como lobby, salas de estar, bares, salão de eventos, dentre outras;

● Áreas Administrativas - se enquadram as gerências, a recepção, áreas de reservas, contabilidade, etc;

● Áreas de Recebimento – com estacionamento, doca e área de triagem.

● Áreas de Serviço - destinadas aos serviços de lavanderias, vestiários, manutenção, etc;

● Áreas de Alimentos e Bebidas - incluem-se as cozinhas, câmaras frigoríficas, área de preparo, etc;

● Áreas de Equipamentos - geradores, casa de bombas, caldeiras e subestações estão neste tipo de espaço; ● Áreas Recreativas - dentre elas estão as quadras de

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Com referência a estas áreas, Dumazedier (2001) destaca que o alojamento é o ponto crucial do turismo social e, ao mesmo tempo, Littlefield (2011) vai além ao afirmar que o apartamento é o coração da indústria hoteleira.

Como se pode observar na Figura 3, os blocos de apartamentos podem ter vários formatos: reto, curvo, contornar uma extremidade ou estar distribuído em torno de um pátio (LITTLEFIELD, 2011).

Figura 3. Exemplos de tipos de blocos de apartamentos

Fonte: ANDRADE, BRITO e JORGE (2017)

Desta maneira percebe-se a importância dos elementos arquiteturais que se desdobram a partir das configurações das

áreas de hospedagem que são constituídas pelos alojamentos juntamente com os corredores e circulações verticais de hóspedes e de serviços.

Ao tratar das características dos apartamentos dos Resorts, Andrade, Brito e Jorge (2017) determinam que os mesmos devem ser posicionados perpendicularmente à vista de maior interesse, como a praia, e devem possuir quartos, dotados de terraços. Contudo, Corbella e Corner (2011) afirmam que para se determinar a disposição das fachadas e a volumetria de uma edificação deve-se considerar as condicionantes bioclimáticas locais que influenciam no conforto ambiental de seus ocupantes. Desta forma, pode-se produzir um edifício de baixo consumo energético, que contribua para projetar uma arquitetura sustentável.

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3 SUSTENTABILIDADE

Corbella e Yannas (2009. p.19) afirmam que a arquitetura sustentável é

a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando com as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental.

A Associação Brasileira do Escritórios de Arquitetura (AsBEA, 2012. p.14) introduz um conceito semelhante ao definir a arquitetura sustentável como a

busca por soluções que atendam ao programa definido pelo cliente, às suas restrições orçamentárias, ao anseio dos usuários, às condições físicas e sociais locais, às tecnologias disponíveis, à legislação e à antevisão das necessidades durante a vida útil da edificação ou do espaço construído. Essas soluções devem atender a todos esses quesitos de modo racional, menos impactante aos meios social e ambiental, permitindo às futuras gerações que também usufruam de ambientes construídos de forma mais confortável e saudável, com uso responsável de recursos e menores consumos de energia, água e outros insumos

Já para o turismo e hotelaria, a relação do setor com a sustentabilidade é tratada pelo Ministério do Turismo a partir de quatro princípios do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2016). Seriam estes:

● SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL - Assegura a compatibilidade do desenvolvimento com a manutenção dos processos ecológicos essenciais à diversidade dos recursos naturais.

● SUSTENTABILIDADE SOCIOCULTURAL - Assegura que o desenvolvimento preserve a cultura local e os valores morais da população, fortaleça a identidade da comunidade, e contribua para o seu desenvolvimento. ● SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA - Assegura que o

desenvolvimento seja economicamente eficaz, garanta a equidade na distribuição dos benefícios advindos desse desenvolvimento e gere os recursos de modo que possam suportar as necessidades das gerações futuras. ● SUSTENTABILIDADE POLÍTICO-INSTITUCIONAL -

Assegura a solidez e continuidade das parcerias e compromissos estabelecidos entre as três esferas de governo, além da sociedade civil.

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Apesar da importância de cada um destes princípios, a Sustentabilidade Ambiental tem maior relevância para este trabalho, pois tem o objetivo de manter a integridade dos ambientes naturais e da diversidade biológica.

Os princípios da Sustentabilidade Ambiental, também citados por Brasil (2016), tratam da gestão dos resíduos sólidos, da redução do desperdício, do uso racional da água e da eficiência energética. Dentre estes, o uso racional da água e a eficiência energética parecem ser temas importantes para o estabelecimento de diretrizes de um projeto de arquitetura sustentável de um Resort.

3.1 USO RACIONAL DA ÁGUA

Telles e Costa (2010) definem o uso racional de água como o conjunto de ações que tem por objetivo reduzir o consumo de água sem prejuízo ao desenvolvimento das atividades produtivas, aumentando a eficiência deste recurso pela redução de desperdícios e reuso dos efluentes tratados. A demanda crescente da água tem feito do reuso planejado da água um tema atual e de grande importância. Dentre os tipos de reuso destacam-se:

● Uso potencial de esgoto, que pode ser implementado tanto em áreas urbanas como em áreas rurais, tendo aplicações

na irrigação, na recarga de aquíferos, em usos urbanos não potáveis, na aquicultura e nas construções.

● Aproveitamento da água da chuva, que por meio da sua captação e armazenamento, pode ser indicada em um ambiente com recursos hídricos escassos, nas indústrias e em áreas urbanas para uso não potável.

3.2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Brasil (2016) afirma que a eficiência energética consiste em obter o melhor desempenho da produção de um bem ou serviço com o menor consumo de energia possível. A conservação de energia proporciona ganhos ambientais imediatos e traz economia de custos. Lamberts, Dutra e Pereira (2014) afirmam que um bom projeto de arquitetura deve responder simultaneamente à eficiência energética e as necessidades de conforto do usuário em função das informações obtidas da análise climática. Além disso, evidenciam que a ação simultânea das variáveis climáticas terá influência no conforto do espaço arquitetônico construído.

Neste cenário, assume-se que para se atingir uma arquitetura sustentável que traga ao ambiente conforto térmico, lumínico e acústico, parece ser necessária a adoção de algumas estratégias bioclimáticas.

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3.3 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

A seguir, são apresentadas algumas das estratégias bioclimáticas que serão consideradas neste trabalho.

3.3.1 Iluminação Natural

É um aspecto importante que influencia diversos conceitos e elementos, tais como a forma, cores do edifício, orientação, distribuição espacial, além do conforto térmico e acústico (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2014). A luz natural penetra nos espaços internos pelas aberturas e deve ser diferente para cada função arquitetônica, pois as respostas desejadas variam de acordo com o ambiente. São apresentadas, a seguir, algumas estratégias que promovem ou melhoram o emprego da iluminação natural:

• Pátios e Átrios - Possibilitam que a luz penetre em ambientes internos da edificação que estiverem ligados a eles.

• Cores - Utilização de cores em tons claros para refletirem melhor a luz para dentro do edifício.

• Distribuição e posicionamento das Janelas - Teto deve ser alto de forma a possibilitar janelas mais altas, já as janelas horizontais ajudam a distribuir a luz uniformemente.

• Orientação - Implantação orientada para o norte, com seu eixo longitudinal paralelo ao eixo Leste-Oeste, devido a incidência mais frequente da luz solar.

• Iluminação Zenital - Uso de aberturas para proporcionar entrada de luz natural por meio dos fechamentos superiores dos espaços internos, como mostra a Figura 4.

Figura 4. Iluminação Zenital.

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3.3.2 Ventilação Natural

É a estratégia mais importante para a grande maioria das cidades brasileiras, já que exigem a ventilação natural como principal estratégia ao longo do ano, especialmente nos períodos mais quentes. A figura 5 exemplifica o uso da ventilação natural como estratégia para melhorar o conforto do ambiente interno. Figura 5. Ventilação Natural.

Fonte: Projeteee, 2018.

A edificação deve ser orientada para explorar o vento predominante do verão e possibilitar a ventilação cruzada por meio da criação de áreas de alta e baixa pressão. Além disso, deve ter uma arquitetura permeável para possibilitar a ventilação interna.

3.3.3 Elementos Construtivos

Os materiais utilizados na construção regulam o desempenho térmico e influenciam no conforto térmico de seus usuários (CORBELLA e YANNAS, 2009). Sendo assim, deve-se considerar as propriedades térmicas dos materiais visando o controle do ganho de calor e à dissipação da energia térmica interior do edifício. Em um clima quente e úmido, considera-se o uso de materiais com maior inércia térmica nas paredes externas, que são mais castigadas pelo sol e a utilização de elementos como beirais maiores, brises ou vegetação para proteção contra radiação solar. A figura a seguir mostra uma parede externa e seus materiais sob a ação da radiação solar. Figura 6. Propriedades térmica dos materiais.

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3.3.4 Sistemas Eficientes

Além das estratégias citadas anteriormente, alguns dos sistemas eficientes que serão empregados na proposta são elencados:

Sistema de Aquecimento Solar de Água

Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p.232) defendem que um projeto de arquitetura que almeje ser sustentável deve prever a utilização de sistema de aquecimento solar de água, representado na figura 7.

Figura 7. Sistema de aquecimento solar de água.

Fonte: Projeteee, 2018.

Sendo assim, a proposta deste trabalho deve incorporar um sistema de aquecimento solar de água que deve ser projetado com

placas orientadas para o norte e com inclinação específica à latitude.

Geração de Energia Alternativa

Sistemas de geração de energia podem ser utilizados como alternativa para minimizar o consumo de energia. Dentre os tipos existentes, destacam-se:

• Sistema de Energia Solar - pode ser utilizado para geração de energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos. À noite, pode-se usar baterias para fornecimento de energia a lâmpadas eficientes. • Sistema de Energia Eólica – possibilita a geração de

energia elétrica por meio do vento. Uma de suas vantagens é de estar disponível também a noite. Ressalta-se que a produção destes sistemas que exceda o consumo de energia elétrica da edificação pode ser repassada à rede da concessionária. Assim, a edificação não necessita incorporar baterias para armazenagem de energia para ser utilizada quando a geração for insuficiente. Neste caso, pode-se utilizar o excedente transmitido anteriormente.

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3.4 NORMAS E CERTIFICAÇÕES

As normas podem servir como parâmetros para se atingir condições técnicas básicas que assegurem características que influenciam diretamente na sustentabilidade das edificações. Algumas destas normas são:

● NBR 15401 - Meios de hospedagens: sistemas de gestão da sustentabilidade: requisitos;

● NBR 15220 - Desempenho Térmico das Edificações; ● NBR 15575 – Norma de Desempenho;

● NBR 15215 - Iluminação Natural;

● NBR 15569 - Sistema de aquecimento solar de água em circuito direto;

● NBR 16149 - Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição;

● NBR 16401 - Instalações de ar condicionado; ● NBR 10844 - Instalações Prediais de Águas Pluviais ● ISO 14001 - Certificação Ambiental;

● ISO 9000 - Gestão da Qualidade.

Lamberts, Dutra e Pereira (2014) lembram que, embora sejam ferramentas importantes de apoio no processo de elaboração de um projeto de arquitetura sustentável, as normas por si só não garantem edificações mais eficientes. Destacam

também que é importante aliar estas normas a um programa de etiquetagem de edificações que insira a consciência ambiental ao seu projetista no momento de sua concepção.

3.4.1 Certificações em Sustentabilidade

Segundo a associação Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI, 2011) a certificação é um incentivo necessário para a implementação de práticas sustentáveis pelo mercado. Isso porque quantifica e confere com credibilidade um reconhecimento formal do valor do investimento realizado em sustentabilidade do edifício.

Ikeda e Amorim (2011) afirmam que existem vários sistemas internacionais de avaliação ambiental de edifícios (BREEM, GBC Internacional, LEED, CASBEE, LÍDER A, AQUA entre outros) com foco voltado para a eficiência energética da edificação. Contudo, GOMES (2017) diz que de acordo com especialistas, ainda é preferível usar sistemas de certificação e normas de qualidade locais, dos quais, no Brasil, destaca-se o sistema de avaliação PBE Edifica.

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3.4.2 Selo PBE Edifica

A etiqueta PBE Edifica (PBEEdifica, 2018) faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e foi desenvolvida em parceria entre o Inmetro e a Eletrobrás/PROCEL Edifica. O PROCEL Edifica é um subprograma do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) que tem o objetivo de promover a eficiência energética nas edificações através de projetos de pesquisa e estímulo à aplicação de conceitos de eficiência energética em todos os tipos de edifícios. O programa também inclui dispositivos legais e permite a classificação do nível destas edificações por meio da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE).

O sistema de avaliação PBE Edifica apresenta diretrizes e procedimentos em seus regulamentos técnicos (RTQ) para alcançar níveis mais elevados de eficiência energética em edificações públicas, residenciais ou comerciais. O processo da certificação se dá por meio da determinação da eficiência de três sistemas:

● Envoltória - refere-se à análise das características físicas da edificação quanto à cobertura, fachada e suas aberturas. Além disso considera aspectos de volume, orientação das fachadas, área de piso e aberturas zenitais;

● Iluminação - envolve a classificação da potência da iluminação interna dos ambientes de acordo com as funções exercidas pelos usuários;

● Condicionamento de ar - trata da avaliação dos sistemas de resfriamento individual e split e de condicionamento de ar central.

A classificação do nível de eficiência global da edificação é formulada a partir do nível de eficiência de cada um destes três sistemas, mas também é possível obter a classificação de apenas um deles.

Por fim, diante da importância da utilização de um mecanismo que evidencie os aspectos sustentáveis de uma edificação, especialmente os de eficiência energética, este trabalho seguirá algumas das diretrizes determinadas pelo PBE Edifica em seus manuais técnicos. Contudo, sua verificação e adequações serão realizadas em etapas posteriores ao partido.

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DIAGNÓSTICO

DA ÁREA

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4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA

A proposta arquitetônica deste trabalho destina-se a um terreno inserido no condomínio EcoVillage d'Ajuda que está localizado no distrito de Arraial d'Ajuda, na cidade de Porto Seguro, na Bahia, região nordeste do Brasil. A localização é mostrada a seguir:

Figura 8. Porto Seguro, Bahia. Localização da proposta.

Fonte: Google Maps (2018).

4.1 PORTO SEGURO

Porto Seguro é um município localizado no Extremo Sul da Bahia, tem uma área de 2.408,37 km² e uma população de 141.006 habitantes (IBGE 2013). Tem relevante importância histórica, cultural e turística por ter sido o local da chegada dos portugueses no ano de 1500. O município foi fundado em 1534 e é considerado o primeiro núcleo habitacional do país. Está tombado em quase sua totalidade pelo patrimônio histórico (IPHAN e UNESCO) e sua parte histórica abriga prédios e peças valiosas do século XVI. A Figura 9 mostra uma das paisagens da cidade de Porto Seguro.

Figura 9. Avenida do Descobrimento em Porto Seguro

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Porto Seguro tem os seguintes distritos administrativos: • Porto Seguro (sede)

• Arraial d'Ajuda (local da proposta) • Caraíva

• Trancoso • Vale Verde 4.1.1 Arraial d’Ajuda

Arraial d'Ajuda é um distrito do município de Porto Seguro e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 16 997 habitantes, com um total de 7 741 domicílios e uma área de 234,2 km². O distrito se caracteriza pelas suas praias paradisíacas de natureza exuberantes, como a da figura 10, e seu vilarejo histórico com sua Igreja datada de 1550, apresentado na Figura 11. Recebe turistas de todo o mundo e é considerada um ponto de encontro de escritores, músicos e artistas.

Figura 10. Praia da Ponta do Apaga-Fogo

Fonte: Guia do Arraial (2018).

Figura 11. Igreja Nossa Sra. d’Ajuda em Arraial d’Ajuda

Fonte: Modices (2018).

4.1.2 Aspectos Geográficos

A seguir são mostrados alguns dos aspectos geográficos de Porto Seguro que se fazem importantes para o entendimento do contexto em que se insere a área da proposta. Hidrografia

A cidade apresenta uma enorme riqueza de recursos hídricos onde são encontradas 22 microbacias hidrográficas, apresentadas na Figura 12. Destaca-se o Rio Buranhém que

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divide os distritos sede e Arraial d’Ajuda cuja travessia é realizada por meio de balsas.

Figura 12. Hidrografia de Porto Seguro.

Fonte: PMMA, 2014

Vegetação

Porto Seguro está inserido no domínio da floresta ombrófila densa (Figura 13) que se desenvolve em ambientes com climas tropicais de elevadas temperaturas. Além disso, apresenta uma variedade de ecossistemas de grande importância biológica associados à Mata Atlântica, como restingas, floresta aluvial e

manguezais. O município conta com 25 unidades de conservação (UCs), onde dois são Parques Nacionais (Pau Brasil e Histórico do Monte Pascoal) e 18 são Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

Figura 13. Floresta Ombrófila Densa.

Fonte: PMMA, 2014. Clima

O clima de Porto Seguro caracteriza-se como chuvoso quente e úmido, com precipitação anual de 1.592mm e com chuvas bem distribuídas ao longo do ano. A temperatura média é de 24oC. Mais informações acerca dos dados climáticos da

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4.1.3 Aspectos Socioeconômicos

Para analisar o quadro socioeconômico do município, destacam-se dados sobre a sua população e sua economia.

População

Sua população é de 141.006 habitantes, mas este número quintuplica durante o período de férias de verão. Ainda, de acordo com a Funasa, este número inclui 12.000 índios Pataxó vivendo em 20 aldeias e quatro Terras Indígenas, totalizando uma área total de 12.737 hectares. Estes índios vivem principalmente do artesanato e do turismo de etnias, além da mariscagem e da agricultura.

A Economia

O turismo é a principal atividade econômica do município e é fortemente dependente de seus recursos naturais, em especial os da costa. Neste sentido, a qualidade do ambiente natural é fundamental para a dinâmica do turismo, apesar de que o grande número de turistas pode contribuir negativamente para a preservação dos recursos naturais do local. O turismo na cidade cresce em média 6% ao ano e é a maior capacidade hoteleira do Nordeste e a terceira do Brasil. Destacam-se ainda as atividades de comércio e serviços, o setor de celulose e papel com expressiva área de florestas plantadas pare este fim, além da agropecuária.

4.1.4 Infraestrutura Urbana

Quanto a infraestrutura urbana, são apresentadas algumas informações sobre saneamento básico, coleta de lixo, transporte e sistema viário e, por fim, a cobertura de energia elétrica.

Saneamento Básico

A Empresa Baiana de Saneamento Básico (EMBASA) aponta um índice de cobertura de 89,6% no sistema de abastecimento de água e de 87% no sistema de esgotamento sanitário na cidade de Porto Seguro.

Coleta de Lixo

A prefeitura realiza coleta domiciliar nas áreas urbanas, porém não consegue fornecer descarte adequado aos resíduos. Além disso, sofre problemas devido ao aumento da população flutuante nas temporadas.

Transporte e Sistema viário

Porto Seguro possui um aeroporto capaz de operar com aeronaves de grande porte, tendo voos regulares para Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Em 2012

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ocorreu uma reforma geral, quando todas as suas instalações foram ampliadas.

O transporte terrestre da região é atendido principalmente pelas rodovias BR-101 e BR-367, sendo também importantes no transporte da cidade a via costeira BA-001, a BA-283, BA986 e a BA987. A Figura 14 mostra as principais rodovias.

Figura 14. Rodovias da região de Porto Seguro.

Fonte: Elaborado pelo aluno com base no Google Maps.

Energia Elétrica

Segundo o Banco do Nordeste (2016), no ano de 2010 a cobertura da rede elétrica atingiu 98,2% da população em domicílios na cidade.

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4.2 CONDOMÍNIO ECOVILLAGE D’AJUDA Como mostra na figura 16, o local está distante 6,4 km do centro de Arraial d’Ajuda e 3,9 da praia, em linha reta. O Condomínio EcoVillage d’Ajuda, detalhado na figura 15, está localizado na Estrada Arraial d’Ajuda-Trancoso, Km 08 e possui área total de 350.284,00 m². Comporta 103 lotes distribuídos em 7 quadras e tem o objetivo de integrar-se à área de expansão urbana de Porto Seguro promovendo a preservação do ambiente natural da região por meio da valorização das áreas verdes e Áreas de Preservação Permanente.

A estrada Arraial d’Ajuda-Trancoso ainda comporta outros grandes condomínios residenciais como o Club MED e o Terravista, que também possuem meios de hospedagens.

Figura 15. Condomínio Ecovillage d’Ajuda. Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 16. Localização do Condomínio Ecovillage d’Ajuda Fonte: Elaborado pelo autor

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4.3 O TERRENO

O terreno da proposta, destacado na Figura 17, possui 19.914 m2 e está

localizado na parte mais ao norte do condomínio EcoVillage d’Ajuda.

Seu acesso será dado por uma nova via a ser construída dentro dos limites do condomínio, ao longo de uma área destinada aos equipamentos comunitários. Figura 17. Quadra do local da proposta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A perspectiva do condomínio na Figura 18, mostra esta configuração e evidencia o terreno com poucos desníveis, suavizados pela dimensão do terreno. Além disso, possui uma grande quantidade de vegetação nativa, apesar de que parte da área tenha sido desmatada, como mostra a Figura 19.

Figura 18. Condomínio e o terreno da proposta.

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 19. Fotos do terreno do projeto.

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4.3.1 Análise Climática do Terreno

A síntese sobre as condições climáticas do local da proposta deste trabalho e algumas de suas características físicas são mostradas na figura 20.

Figura 20. Análise do terreno da proposta.

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Clima quente e úmido com Insolação considerável durante todo o do ano, inclusive no inverno;

• Ventos predominantes vindos do nordeste e leste;

• Possíveis fontes de ruído provenientes das ruas que dão acesso ao terreno;

• Vegetação nativa de grande porte presente em mais da metade do terreno, o que pode vir a amenizar os ventos e a incidência de luz solar; • Não há edificações em seu

entorno e é cercado por bastante vegetação, condição que deve ser alterada com a venda dos lotes.

• O terreno ao norte do condomínio ainda não é urbanizado, mas essa condição pode mudar ao longo dos anos.

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4.3.2 Aspectos Bioclimáticos

O local está inserido na latitude 16,44 sul, na Zona Bioclimática 8 (Z8). Sendo assim, segundo a ferramenta Projeteee (2018), considerando os dados climáticos constantes no Anexo I, as condições de conforto na área da proposta apresentam-se como:

• 14% do ano em desconforto por frio; • 19% do ano em conforto térmico; • 67% do ano em desconforto por calor.

De acordo com este cenário, são sugeridas algumas estratégias e características dos materiais a serem empregados, que serão temas das próximas seções.

Estratégias Bioclimáticas

A análise do Projeteee (2018) apresenta as estratégias para amenizar o desconforto de modo sustentável. São elas:

• Ventilação Natural, que deve atender a uma média de 60% do ano;

• Sombreamento, estratégia requerida em 23% do ano; • Inercia Térmica Para Aquecimento necessária para 13%

do ano, principalmente no inverno.

A inércia térmica para resfriamento e o resfriamento evaporativo têm índices de apenas 1% de aplicabilidade, sendo assim, devem ser desconsideradas.

Adicionalmente, a ferramenta Zoneamento Bioclimático do Brasil (ZBBR) (2018) mostra que durante o verão são necessárias estratégias de refrigeração artificial, sombreamento das aberturas, além da ventilação cruzada permanente.

Características dos Materiais

A ferramenta Projeteee (2018) destaca que não há exigências quanto à capacidade térmica dos materiais e a transmitância térmica (U) da cobertura varia de acordo com a absortância do material (α) sendo os valores definidos como:

a) U≤2,3 FV se α≤0,4 b) U≤1,5 FV se α >0,4

O fator de ventilação (FV), estabelecido pela ABNT NBR 15220-2/2005, é utilizado quando o ático da cobertura recebe ventilação cruzada (Figura 21), quanto maior a abertura de ventilação, mais será possível o uso de materiais com maior capacidade de transmissão de calor.

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Figura 21. Abertura em beirais para ventilação do ático.

Fonte: NBR 15220-2/2005.

Já os valores das propriedades das envoltórias recomendados pela NBR 15220 para a Z8, apresentados pelo ZBBR, são os seguintes:

Tabela 1. Propriedades das envoltórias.

Propriedade Parede Cobertura

Transmitância Térmica (U) <3,6 <2,3 Atraso (horas) <4,3 <3,3 Fator Solar (%) <4,0 <6,3 Área de aberturas (% piso) >40

Fonte: Dados da Ferramenta ZBBR.

4.4 LEGISLAÇÃO

A área da proposta está submetida à legislação de Porto Seguro, contudo, por se tratar de uma área loteada para fins de condomínio residencial, está condicionada aos documentos de Memorial Descritivo e Termo de Acordo e Compromisso (ANEXO II e III), estabelecidos pela prefeitura e a administração do empreendimento. O quadro 2 mostra os índices construtivos: Quadro 2. Índices construtivos do Ecovillage d’Ajuda.

Taxa de Ocupação (TO) max. 40%, incluindo edícula Índice de Aproveitamento (IA) não superior a 0,7

Recuos frontal de 5,00 m

laterais de 2,00 m fundo de 2,00 m Número de Pavimentos Até 2 pavimentos Altura máxima até a cumeeira 8,00 m

Taxa de arborização nativa mínimo de 10% Fonte: Ecovillage d’Ajuda.

As limitações das divisas laterais, de fundo e de frente dos lotes, deverão ser em fechamento de alambrado de tela de arame revestidas em PVC, na cor verde com mourões de eucalipto tratado a cada 03 metros, podendo ter cerca viva.

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As vias no condomínio, na figura 22, possuem caixa de 10,00m, sendo 6,00m de pista de rolamento e 2,00m de passeio para cada lado.

Figura 22. Corte das vias do condomínio.

Fonte: Ecovillage d’Ajuda.

O esgotamento sanitário será tratado em fossas sépticas individuais com sumidouro. O sistema de drenagem pluvial será em canaletas de coleta de água, tubos de concreto e bueiros conforme projetos aprovados.

Todas as residências deverão utilizar o sistema de aquecimento solar de água.

Além disso, as instalações da hospedagem devem seguir a NBR 9050 (2015) que trata de critérios de acessibilidade para edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos. A norma estabelece que 10% dos apartamentos sejam adaptados para pessoas com deficiência.

O código de obras da cidade de Porto Seguro determina que para estabelecimentos de hospedagens com mais de 50 apartamentos, deve haver 1 vaga para cada duas unidades. Além disso, deve ter estacionamento para ônibus. O tamanho das vagas deverá possuir dimensões mínimas de 5,00m x 2,5m.

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REFERENCIAIS

ARQUITETÔNICOS

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5 REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS

Neste capítulo são apresentados os referenciais projetuais que possuem boas soluções arquitetônicas, de sustentabilidade e de eficiência energética que poderão ser aplicadas na proposta de projeto deste trabalho.

5.1 ALILA SEMINYAK RESORT Local: Bali, Indonésia

Data do projeto: 2015 Arquiteto: URBNarc

Figura 23. Hall de entrada do Alila Seminyak Hotel.

Fonte: The Plan (2018).

O resort Alila Seminyak (figura 23) de 240 quartos está situado em um bairro de Bali e foi concebido como um 'Paraíso Secreto' onde uma série de terraços ajardinados, cascatas, jardins externos e internos, interligam o hotel. Além disso, o resort oferece vistas da praia de Seminyak , no Oceano Índico (figura 24).

Figura 24. Perspectiva do Alila Seminyak Hotel.

Fonte: The Plan (2018).

É composto por um conjunto de edifícios individuais interligados por corredores naturalmente ventilados e posicionados ao redor de um templo central, fazendo uma alusão as composições das residências tradicionais balinesas. Além das unidades de habitação, seu programa contempla um restaurante, um centro de eventos, um clube de praia e um Spa,

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complementados por terraços e três piscinas. Sua implantação, como pode ser observada na figura 25, foi projetada com o objetivo de maximizar as visualizações, onde 80% dos quartos e todos os espaços públicos têm vista para o mar.

Figura 25. Implantação do Alila Seminyak Hotel.

Fonte: The Plan (2018).

Uma das principais características de sua arquitetura é o uso de painéis vazados de madeira (figura 26) que, além de sua estética marcante, proporciona privacidade, proteção solar e possibilita a criação de jardins verticais que ajudam a articular seus ambientes. O hotel foi projetado com espaços que maximizam o

uso de ventilação e luz naturais para reduzir o uso de energia, inclusive sem o uso de ar condicionado nas áreas públicas. Também emprega o uso de telhado verde e um conjunto completo de sistemas que economizam energia. Adicionalmente, os materiais empregados em sua construção são 100% locais, sendo utilizados materiais de construção reciclados ou recuperados. Figura 26. Painéis vazados e circulação do Alila Seminyak Hotel.

Fonte: Archello (2018).

Diretrizes de projeto

• Circulação aberta com ventilação e iluminação naturais; • Proteção solar por uso de brises com vegetação;

• Uso de materiais locais para construção; • Telhado verde.

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5.2 RESORT MAKENNA Local: Itacaré, Bahia

Data do projeto: 2010

Arquiteto: Drucker Arquitetos Associados Figura 27. Resort Makenna.

Fonte: ArchDaily (2018).

O resort Makenna, mostrado na figura 27, está localizado em uma área de reserva ambiental de Mata Atlântica entre as cidades de Ilhéus e Itacaré. A região tem fortes restrições construtivas, não sendo permitida a retirada de nenhuma árvore e a taxa de ocupação de apenas 10%. Seu programa de necessidades é cumprido por distintas construções de arquitetura moderna e

totalizam uma área de 6,7 mil m². As edificações são um clube com restaurante e salas de lazer, um spa, 16 bangalôs e um setor de serviços. O projeto distribui estas construções por meio das palmeiras que estão presentes em todo o terreno de 8 hectares. A figura 28 mostra como é esta configuração das construções em meio ao terreno.

Figura 28. Implantação do Resort Makenna.

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A sede do resort, figura 29, possui terraços e um vazio central. À sua frente encontra-se a área de piscina e espaços de estar descobertos, que possibilitam visão direta do mar.

Figura 29. Edifício sede do Resort Makenna.

Fonte: ArchDaily (2018).

Já seus bangalôs, com áreas de 80 a 150 m2, possuem ventilação natural cruzada que pode ser controlada por venezianas móveis de madeira, dispensando o uso de ar condicionado. As lajes dos pisos são elevadas 70 cm em relação ao nível do solo, o que garante ventilação inferior e possibilita o abrigo das instalações hidráulicas e elétricas. A figura 30 mostra um dos bangalôs duplos do resort.

Figura 30. Bangalô duplo do Resort Makenna.

Fonte: ArchDaily (2018).

O resort ainda conta com um sistema de tratamento de efluentes que purificam o esgoto em até 98%. Além do tratamento da água, a energia elétrica de todo o complexo é abastecida por sistemas fotovoltaicos.

Diretrizes de projeto

• Edificações elevadas do terreno;

• Apartamentos distribuídos em meio da vegetação; • Espaços abertos com visuais do entorno.

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5.3 ANORA BEACH RESORT Local: Mahabalipuram, Índia Data do projeto: 2015

Arquiteto: We Be Design Lab Figura 31. Anora Beach Resort.

Fonte: Volzero (2018).

Localizado na cidade de Mahabalipuram, na Índia, O Anora Beach Resort, mostrado na figura 31, possui 2500 m2 de área construída e seu programa contempla 24 suítes, uma piscina de lazer, uma sala de conferências e um restaurante, além da área administrativa e de serviços. Embora o local tenha uma localização

costeira, não oferece conectividade física ou visual ao mar, por isso o projeto tenta recriar a experiência da praia no próprio resort com um grande espelho d'água ao centro de sua implantação (Figura 32).

Figura 32. Implantação do Anora Beach Resort.

Fonte: Living Spaces (2018), modificado pelo autor.

Os 6 blocos de apartamentos comportam quatro unidades cada e foram posicionados de modo radial, circundando o elemento de água. Cada uma das suítes possui deck privado com vista para a extensão central. A figura 33 mostra um dos blocos de apartamentos.

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Figura 33. Bloco de apartamentos do Anora Beach Resort..

Fonte: Living Spaces (2018).

Para sua sustentabilidade foram adotas algumas estratégias como resfriamento passivo e ventilação natural. Para sua construção, foram usadas pedras disponíveis no local o que possibilitou o resfriamento passivo dos espaços internos devido à massa térmica da pedra. Já para garantir a ventilação cruzada das unidades optou-se por aberturas nos tetos em suas áreas posteriores. Adicionalmente, o espaçamento entre os blocos de apartamentos possibilita que os ventos corram mais livremente em todo o conjunto. Por fim, melhorando ainda mais o conforto de

seus usuários, o avanço da estrutura das suítes superiores possibilita o sombreamento nas varandas e decks nas horas mais quentes do dia. A figura 34 mostra um esquema das estratégias de conforto ambiental aplicadas no projeto.

Figura 34. Conforto ambiental do Anora Beach Resort..

Fonte: Living Spaces (2018). Diretrizes de projeto

• Recriação do ambiente da praia; • Decks e varandas nas unidades; • Blocos de apartamentos espaçados;

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PROPOSTA DE

PROJETO

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Referências

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