• Nenhum resultado encontrado

ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR EM FERRAMENTAS DE BRUNIMENTO: MÉTODO DE MONTE CARLO COM CADEIA DE MARKOV. Nilton Pereira da Silva

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR EM FERRAMENTAS DE BRUNIMENTO: MÉTODO DE MONTE CARLO COM CADEIA DE MARKOV. Nilton Pereira da Silva"

Copied!
97
0
0

Texto

(1)

ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR EM FERRAMENTAS DE

BRUNIMENTO: M´ETODO DE MONTE CARLO COM CADEIA DE MARKOV.

Nilton Pereira da Silva

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Engenharia Mecˆanica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necess´arios `a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Engenharia Mecˆanica.

Orientador: Helcio Rangel Barreto Orlande

Rio de Janeiro Dezembro de 2012

(2)

ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR EM FERRAMENTAS DE

BRUNIMENTO: M´ETODO DE MONTE CARLO COM CADEIA DE MARKOV.

Nilton Pereira da Silva

DISSERTAC¸ ˜AO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESS ´ARIOS PARA A OBTENC¸ ˜AO DO GRAU DE MESTRE EM CIˆENCIAS EM ENGENHARIA MEC ˆANICA.

Examinada por:

Prof. Helcio Rangel Barreto Orlande, Ph.D.

Prof. Gilmar Guimar˜aes, Dr.Eng.

Prof.a Carolina Palma Naveira Cotta, D.Sc.

Prof. Gilberto Garc´ıa del Pino, Dr.Eng.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL DEZEMBRO DE 2012

(3)

Silva, Nilton Pereira da

Estimativa do Fluxo de Calor em Ferramentas de Brunimento: M´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov./Nilton Pereira da Silva. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2012.

XVI, 81 p.: il.; 29, 7cm.

Orientador: Helcio Rangel Barreto Orlande

Disserta¸c˜ao (mestrado) – UFRJ/COPPE/Programa de Engenharia Mecˆanica, 2012.

Referˆencias Bibliogr´aficas: p. 73 – 77.

1. Brunimento. 2. Transferˆencia de Calor. 3. Problemas Inversos. 4. Inferˆencia Baysiana. I. Orlande, Helcio Rangel Barreto. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Mecˆanica. III. T´ıtulo.

(4)

Aos meus pais Jos´e Fernandes e Zilda Pereira. `A minha esposa Luciana Falc˜ao. `As minhas irm˜as Fernanda e Fabiana.

(5)

Agradecimentos

A Deus, pelo dom da vida.

Aos meus pais, Jos´e Fernandes e Zilda Pereira, expresso minha gratid˜ao com uma palavra, AMOR. Obrigado por tudo painho e mainha.

As minhas irm˜as, Fernanda e Fabiana, pela presen¸ca constante em minha vida. Estaremos sempre juntos

A Luciana Falc˜ao, mulher da minha vida, por todo amor, partilha, companhei-rismo. Meu amor vocˆe ´e um presente de Deus em minha vida.

Ao meu orientador, Prof. Helcio Orlande, pelo incentivo, pelo apoio, pela ori-enta¸c˜ao, pela amizade. Um exemplo a ser seguido.

A Thania Regina e a Lucas Falc˜ao pela acolhida, pela aten¸c˜ao, pela for¸ca. Serei eternamente grato.

Ao amigo Breno Agra, muitas horas de estudo, muita conversa, muito aprendi-zado. Um irm˜ao que tenho grande admira¸c˜ao.

Aos Professores Zaqueu Ernesto e Romberg Gondim pelo apoio inicial.

Aos Professores Manuel Ernani e Gilberto Garcia, por todo empenho na condu¸c˜ao do programa. In´umeras fronteiras superadas.

Aos professores do PEM/COPPE que se deslocaram para Manaus para ministrar suas disciplinas.

A COPPE/UFRJ e UEA pela inciativa do programa de P´os-Gradua¸c˜ao em En-genharia Mecˆanica interinstitucional.

Aos amigos e colegas, que tive a alegria de conviver nesse per´ıodo, Jos´e Martim, Diˆego Estumano, Antˆonio Alves, Rubelmar Neto, Henrique Massard, Maycon Ce-sar, Leonardo Bermeo, Lamien Bernard, Ali Allahyarzadeh, Ivana cerqueira, Milena Vilar, Ivana Fernandes, Joz´e Mir.

A Brunitec e FDB pelo fornecimento das ferramentas de brunimento.

A FAPEAM pela concess˜ao de bolsa no per´ıodo de est´agio obrigat´orio. E a CAPPES pelo apoio financeiro ap´os o per´ıodo de est´agio, na forma de bolsa de Mestrado.

(6)

Resumo da Disserta¸c˜ao apresentada `a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de Mestre em Ciˆencias (M.Sc.)

ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR EM FERRAMENTAS DE

BRUNIMENTO: M´ETODO DE MONTE CARLO COM CADEIA DE MARKOV.

Nilton Pereira da Silva

Dezembro/2012

Orientador: Helcio Rangel Barreto Orlande Programa: Engenharia Mecˆanica

Este trabalho tem como objetivo estimar o fluxo de calor gerado em ferramentas de corte durante o processo de brunimento, atrav´es da solu¸c˜ao de Problemas Inversos de Transferˆencia de Calor (IHTP).

O problema f´ısico considerado envolve a condu¸c˜ao de calor na ferramenta, onde a troca de calor convectiva devido ao fluido de corte e a resistˆencia t´ermica de contato entre a ferramenta e o porta ferramenta foram consideradas.

Experimentos foram realizados para determina¸c˜ao das propriedades termof´ısicas da ferramenta. A difusividade t´ermica foi obtida por meio do m´etodo Flash, o calor espec´ıfico a partir do DSC e a densidade pelo dens´ımetro. Os demais parˆametros existentes na formula¸c˜ao do problema foram obtidos da literatura.

O problema direto foi resolvido pela T´ecnica da Transformada Integral Cl´assica (CITT) e verificado com o modelo de parˆametros concentrados. Uma abordagem Bayesiana foi aplicada para estimativa do fluxo de calor e dos parˆametros existentes na formula¸c˜ao do problema, com a implementa¸c˜ao do m´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov (MCMC), via algoritmo Metropolis-Hastings. Medidas simuladas da temperatura da ferramenta foram empregadas no problema inverso.

(7)

Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

ESTIMATION OF HEAT FLUX IN HONING TOOLS: METHOD OF MONTE CARLO MARKOV CHAIN.

Nilton Pereira da Silva

December/2012

Advisor: Helcio Rangel Barreto Orlande Department: Mechanical Engineering

This work aims to estimate the flux of heat generated in cutting tools during the process of honing, applying Inverse Problems of Heat Transfer (IHTP).

The physical problem considered involves the heat conduction in the tool where the convective heat exchange due to the cutting fluid and thermal contact resistance between the tool and tool holder were considered.

Experiments were performed to determine the thermophysical properties of the tool. The thermal diffusivity was measured by the flash method, specific heat from DSC and density by densimeter. Other parameters in the formulation of the problem were obtained from literature.

The direct problem was solved by Classical Integral Transform Technique (CITT) and fact checked with the lumped model. A Bayesian approach was applied to esti-mate the heat flux and the parameters in the problem formulation with implementing the method of Monte Carlo Markov Chain (MCMC) via Metropolis-Hastings algo-rithm. Simulated temperature measurements were employed in the inverse problem.

(8)

Sum´

ario

Lista de Figuras x

Lista de Tabelas xiii

Lista de S´ımbolos xiv

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Motiva¸c˜ao e Objetivo . . . 1 1.2 Organiza¸c˜ao do Trabalho . . . 2

2 Revis˜ao Bibliogr´afica 3

2.1 Transferˆencia de Calor em Usinagem . . . 3 2.2 Brunimento . . . 5 2.3 Problema Inverso em Usinagem . . . 7

2.3.1 M´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov - Uma Abor-dagem Bayesiana . . . 9

3 Problema F´ısico e Formula¸c˜ao Matem´atica 11

3.1 Formula¸c˜ao do Problema Bidimensional . . . 12 3.2 Formula¸c˜ao do Problema Unidimensional . . . 15 3.3 Formula¸c˜ao do Problema por Parˆametros Concentrados . . . 16

4 Problema Direto 18

4.1 Solu¸c˜ao do Problema Direto Bidimensional - CITT . . . 18 4.2 Solu¸c˜ao do Problema Direto - Parˆametros Concentrados . . . 22 4.3 Solu¸c˜ao do Problema Direto Unidimensional - CITT . . . 22

5 Problema Inverso 24

5.1 Inferˆencia Bayesiana via MCMC (Markov Chain Monte Carlo) . . . . 24

6 Propriedades Termof´ısicas 29

6.1 Difusividade T´ermica . . . 29 6.2 Calor Espec´ıfico . . . 31

(9)

6.3 Massa Espec´ıfica . . . 33

6.4 Condutividade T´ermica . . . 33

7 Resultados e Discuss˜oes 35 7.1 Propriedades Termof´ısicas . . . 35

7.2 Problema Direto . . . 37

7.2.1 An´alise de Convergˆencia . . . 41

7.2.2 Verifica¸c˜ao com Modelo Unidimensional . . . 42

7.2.3 Verifica¸c˜ao com Modelo de Parˆametros Concentrados . . . 44

7.3 Problema Inverso . . . 46

7.3.1 Medidas Simuladas . . . 46

7.3.2 Estimativa do Fluxo de Calor e dos Parˆametros Envolvidos na Formula¸c˜ao . . . 48

7.4 Tempo do Processo de Brunimento . . . 66

8 Conclus˜oes e Sugest˜oes 72 Referˆencias Bibliogr´aficas 73 A C´alculos dos Parˆametros 78 A.1 Resistˆencia T´ermica de Contato . . . 78

A.2 Fluxo de Calor Exato . . . 79

(10)

Lista de Figuras

2.1 Movimento do Processo e ˆAngulo de Cruzamento . . . 5

2.2 Brunidora Vertical . . . 6

2.3 Aplica¸c˜ao do Processo de Brunimento em motocicletas . . . 6

3.1 Problema F´ısico - Cabe¸cote de brunimento e movimentos simultˆaneos 11 3.2 Desenho Esquem´atico do Modelo F´ısico Bidimensional . . . 12

3.3 Desenho Esquem´atico do Modelo F´ısico Unidimensional . . . 15

3.4 Desenho Esquem´atico - Parˆametros Concentrados . . . 16

6.1 Amostra da Ferramenta de Brunimento . . . 29

6.2 NanoFlash LFA447/1 - LTTC . . . 30

6.3 M´etodo Flash . . . 30

6.4 Amostras de Ferramentas no M´etodo Flash . . . 31

6.5 DSC-LTTC . . . 31

6.6 M´etodo DSC . . . 32

6.7 Amostras de Ferramentas no DSC . . . 32

6.8 Dens´ımetro Sartorius YDK 01, montado na balan¸ca Marte AM 220 . 33 7.1 Difusividade T´ermica - M´etodo Flash . . . 36

7.2 Calor Espec´ıfico - DSC . . . 37

7.3 Fun¸c˜ao Rampa . . . 39

7.4 Fun¸c˜ao Degrau . . . 40

7.5 Fun¸c˜ao Brunimento . . . 40

7.6 Verifica¸c˜ao com Modelo Unidimensional - Constante . . . 42

7.7 Verifica¸c˜ao com Modelo Unidimensional - Rampa . . . 42

7.8 Verifica¸c˜ao com Modelo Unidimensional - Degrau . . . 43

7.9 Verifica¸c˜ao com Modelo Unidimensional - Brunimento . . . 43

7.10 Verifica¸c˜ao com Modelo de Parˆametros Concentrados - Constante . . 44

7.11 Verifica¸c˜ao com Modelo de Parˆametros Concentrados - Rampa . . . . 44

7.12 Verifica¸c˜ao com Modelo de Parˆametros Concentrados - Degrau . . . . 45

7.13 Verifica¸c˜ao com Modelo de Parˆametros Concentrados - Brunimento . 45 7.14 Medidas Simuladas - Rampa . . . 47

(11)

7.15 Medidas Simuladas - Degrau . . . 47

7.16 Medidas Simuladas - Brunimento . . . 48

7.17 Fluxo Exato e Estado Inicial - Rampa . . . 48

7.18 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 32) - Rampa . . . 49

7.19 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 64) - Rampa . . . 49

7.20 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 96) - Rampa . . . 50

7.21 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 128) - Rampa . . . 50

7.22 Acompanhamento da Cadeia - Parˆametro ψreg - Rampa . . . 51

7.23 Acompanhamento da Cadeia - Bi - Rampa . . . 51

7.24 Acompanhamento da Cadeia - Bisup - Rampa . . . 52

7.25 Estimativa do Fluxo de Calor - Rampa . . . 53

7.26 Estimativa do Campo de Temperatura - Rampa . . . 53

7.27 Fluxo Exato e Estado Inicial - Degrau . . . 54

7.28 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 32) - Degrau . . . 55

7.29 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 64) - Degrau . . . 55

7.30 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 96) - Degrau . . . 56

7.31 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 128) - Degrau . . . 56

7.32 Acompanhamento da Cadeia - Parˆametro ψreg - Degrau . . . 57

7.33 Acompanhamento da Cadeia - Bi - Degrau . . . 57

7.34 Acompanhamento da Cadeia - Bisup - Degrau . . . 58

7.35 Estimativa do Fluxo de Calor - Degrau . . . 58

7.36 Estimativa do Campo de Temperatura - Degrau . . . 59

7.37 Fluxo Exato e Estado Inicial - Brunimento . . . 60

7.38 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 1, 292) - Brunimento . . 61

7.39 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 2, 584) - Brunimento . . 61

7.40 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 3, 876) - Brunimento . . 62

7.41 Acompanhamento da Cadeia de Markov (τ = 5, 168) - Brunimento . . 62

7.42 Acompanhamento da Cadeia - Parˆametro ψreg - Brunimento . . . 63

7.43 Acompanhamento da Cadeia - Bi - Brunimento . . . 63

7.44 Acompanhamento da Cadeia - Bisup - Brunimento . . . 64

7.45 Estimativa do Fluxo de Calor - Brunimento . . . 64

7.46 Estimativa do Campo de Temperatura - Brunimento . . . 65

7.47 Verifica¸c˜ao do Problema Direto com τ = 160 - Brunimento . . . 66

7.48 Campo de Temperatura com τ = 160 - Brunimento . . . 67

7.49 Acompanhamento da Cadeia de Markov τ = 32 - Brunimento . . . . 67

7.50 Acompanhamento da Cadeia de Markov τ = 64 - Brunimento . . . . 68

7.51 Acompanhamento da Cadeia de Markov τ = 96 - Brunimento . . . . 68

7.52 Acompanhamento da Cadeia de Markov τ = 128 - Brunimento . . . . 69

(12)

7.54 Acompanhamento da Cadeia - Bi - Brunimento com τ = 160 . . . 70 7.55 Acompanhamento da Cadeia - Bisup - Brunimento com τ = 160 . . . 70

(13)

Lista de Tabelas

2.1 Compara¸c˜ao entre os m´etodos para medi¸c˜ao de temperatura. . . 4

7.1 Resultados experimentais para densidade da ferramenta de brunimento. 35 7.2 Resultados para difusividade t´ermica. . . 36

7.3 Incertezas associadas as propriedades termof´ısicas. . . 37

7.4 An´alise de convergˆencia para o modelo bidimensional para fun¸c˜ao constante - Θ(X = 0, 00001; Y = 0, 00001; τ ). . . 41

7.5 Varia¸c˜ao espacial da temperatura - Modelo bidimensional via CITT com fun¸c˜ao constante. . . 46

7.6 Solu¸c˜ao do Problema Inverso para Fun¸c˜ao Rampa. . . 52

7.7 Solu¸c˜ao do Problema Inverso para Fun¸c˜ao Degrau. . . 59

7.8 Solu¸c˜ao do Problema Inverso para Fun¸c˜ao Brunimento. . . 65

7.9 Solu¸c˜ao do Problema Inverso para Fun¸c˜ao Brunimento. . . 71

A.1 Valores Experimentais (NORMAL) - M´etodo Flash. . . 80

(14)

Lista de S´ımbolos

Al - ´Area da ferramenta que realiza o processo de corte;

Bi - N´umero de Biot do fluido de corte;

Bisup - N´umero e Biot do contato entre superf´ıcies;

c - Contador para o MCMC;

cp - Calor espec´ıfico da ferramenta de corte;

D - Matriz de diferencia¸c˜ao;

DSCamo- Sinal DSC numa dada temperatura, obtida da curva da amostra;

DSCbas - Sinal DSC numa dada temperatura, obtida da curva de corre¸c˜ao;

DSCref - Sinal DSC numa dada temperatura, obtida da curva da referˆencia;

Fc - For¸ca de corte;

G - Medida da massa da amostra dentro d’´agua no dens´ımetro; h - Coeficiente de transferˆencia de calor do fluido de corte; L - Dimens˜ao lateral da ferramenta;

mamo - Massa da amostra (DSC);

mref - Massa da referˆencia (DSC);

n - N´umero de medidas de temperatura;

N - Norma;

P - Vetor de parˆametros; Pn - Press˜ao de expans˜ao;

P0 - Estado inicial para o vetor de parˆametros;

q - Fluxo de calor gerado no processo de brunimento na ferramenta; Q - Fluxo de calor adimensional;

Q0 - Fluxo de calor adimensional m´aximo;

t - Tempo dimensional;

T - Campo de temperatura dimensional;

Tex - Medidas calculadas, solu¸c˜ao do problema direto;

Tmx - Temperatura m´edia da ferramenta em ”x”;

Tmxy - Temperatura m´edia da ferramenta em ”x”e ”y”;

Tsup - Temperatura do suporte da ferramenta;

T∞ - Temperatura do fluido de corte;

(15)

V - Matriz de covariˆancia; vc - Velocidade de corte;

vf a - Velocidade axial da ferramenta;

vf t - Velocidade tangencial da ferramenta;

x - Vari´avel espacial dimensional no eixo coordenado ”x”; X - Coordenada adimensional no eixo coordenado ”x”; X - Auto fun¸c˜ao;

y - Vari´avel espacial dimensional no eixo coordenado ”y”; Y - Coordenada adimensional no eixo coordenado ”y”; Y - Auto fun¸c˜ao;

Ymed - Medidas simuladas com erros randˆomicos;

k - Condutividade t´ermica da ferramenta;

W - Inversa da matriz de covariˆancia dos erros de medi¸c˜oes; Wa - Medida da massa da amostra fora d’´agua no dens´ımetro;

Wc - Taxa de energia consumida durante o corte;

w - Vari´avel randˆomica com distribui¸c˜ao normal, desvio padr˜ao unit´ario e m´edia zero.

(16)

Letras Gregras

α - Difusividade t´ermica da ferramenta; βm - Autovalores, transforma¸c˜ao em ”X”;

γn - Autovalores, transforma¸c˜ao em ”Y ”;

ξaceit - Raz˜ao de aceita¸c˜ao do algoritmo Metropolis-Hastings;

Θ - Campo de temperatura adimensional; ¯

Θ - Campo de temperatura adimensional transformado em ”X”; e

Θ - Campo de temperatura adimensional transformado em ”Y ”; Θm - Campo de temperatura m´edio adimensional;

π - Fun¸c˜ao densidade de probabilidade; µ - M´edia das medi¸c˜oes;

µBi - Valor m´edio para Bi;

µBisup - Valor m´edio para Bisup;

ρ - Massa espec´ıfica da ferramenta de corte;

ρf l - Massa espec´ıfica da ´agua na temperatura analisada no dens´ımetro;

σ - Desvio padr˜ao dos erros de medi¸c˜oes;

σA - Incerteza tipo A, avaliadas por m´etodos estat´ısticos;

σB - Incerteza tipo B, associada ao equipamento;

σC - Incerteza tipo C, combinada;

τ - Tempo adimensional; τf inal - Tempo adimensional final;

ψreg - Parˆametro escalar associado `a regulariza¸c˜ao de Tikhonov;

(17)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1

Motiva¸

ao e Objetivo

Na usinagem de metais, grande parte da energia consumida ´e convertida em calor. Em virtude desse fenˆomeno, in´umeros problemas t´ecnicos e econˆomicos afetam de forma direta ou indireta o processo de usinagem. Portanto, o estudo das vari´aveis que influenciam a gera¸c˜ao e o fluxo de calor, bem como a distribui¸c˜ao de temperatura na regi˜ao do corte, s˜ao muito importantes para o avan¸co tecnol´ogico da usinagem [1].

Uma das aplica¸c˜oes da usinagem para acabamento de furos, ´e o brunimento, processo abrasivo utilizado em pe¸cas de ferro fundido, a¸co e metais n˜ao ferrosos [2]. Nos motores de combust˜ao interna, este processo define as particularidades tribol´ogicas da superf´ıcie do cilindro [3]. Considerando a relevˆancia que a topografia do cilindro exerce sobre a durabilidade dos motores de combust˜ao interna [4], aliada `

a necessidade de melhorias na rugosidade superficial dos cilindros [5], o dom´ınio do processo de brunimento ´e fundamental para a ind´ustria automobil´ıstica nacional, em particular a de motocicletas, a qual apresentou um crescimento na produ¸c˜ao de 188% no per´ıodo de 2000 a 2010 [6].

Como conseq¨uˆencia da busca industrial por aumento na eficiˆencia produtiva, maiores velocidades de corte tˆem sido utilizadas durante o processo de brunimento, causando um aumento na temperatura da pe¸ca [7]. Embora exista a necessidade de informa¸c˜oes sobre as condi¸c˜oes t´ermicas no processo de brunimento de cilindros, h´a carˆencia de estudos na literatura nessa ´area.

Diante do exposto, assim como das limita¸c˜oes existentes para medi¸c˜ao direta do campo de temperatura na zona de corte devido ao movimento da ferramenta, o presente estudo tem como objetivo geral estimar o fluxo de calor em ferramentas de corte, durante o processo de brunimento. Para tanto, ´e aplicada a t´ecnica de Problemas Inversos de Transferˆencia de Calor (IHTP), com o m´etodo de Monte

(18)

Carlo com Cadeia de Markov, via algoritmo de Metropolis-Hastings, a partir de medidas simuladas de temperaturas em pontos acess´ıveis na interface ferramenta-porta ferramenta.

Entre os objetivos espec´ıficos, est˜ao:

- Resolver o problema direto bidimensional pela T´ecnica da Transformada Inte-gral Cl´assica (CITT);

- Comparar a solu¸c˜ao do problema bidimensional com solu¸c˜oes por Parˆametros Concentrados e do problema unidimensional;

- Determinar experimentalmente as propriedades termof´ısicas da ferramenta de corte;

- Resolver o problema inverso de estimativa do fluxo de calor de usinagem.

1.2

Organiza¸

ao do Trabalho

No cap´ıtulo 2 ser´a apresentada a revis˜ao bibliogr´afica sobre os temas abordados no trabalho. O processo de brunimento ser´a examinado, bem como, os problemas t´ermicos na usinagem, as t´ecnicas dispon´ıveis na literatura para obten¸c˜ao da tem-peratura na interface do corte e, por fim, uma revis˜ao da metodologia aplicada na solu¸c˜ao de problemas inversos em transferˆencia de calor aplicados em usinagem.

No cap´ıtulo 3 ser´a apresentada a formula¸c˜ao matem´atica do problema de condu¸c˜ao de calor bidimensional, unidimensional e de parˆametros concentrados.

No cap´ıtulo 4 ser´a apresentada a solu¸c˜ao do problema direto via CITT e parˆametros concentrados.

No cap´ıtulo 5 ser´a apresentado o problema inverso com uma abordagem Bayesi-ana, via m´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov, atrav´es da implementa¸c˜ao do algoritmo de Metropolis-Hastings.

No cap´ıtulo 6 ser´a apresentada a metodologia experimental para obten¸c˜ao das propriedades termof´ısicas da ferramenta de corte.

No cap´ıtulo 7, ser˜ao apresentados e discutidos os resultados experimentais obti-dos para as propriedades termof´ısicas da ferramenta, as solu¸c˜oes do problema direto com as devidas verifica¸c˜oes e a solu¸c˜ao do problema inverso, .

No cap´ıtulo 8, ser˜ao apresentadas as conclus˜oes deste trabalho, bem como a proposta de continua¸c˜ao do mesmo.

(19)

Cap´ıtulo 2

Revis˜

ao Bibliogr´

afica

2.1

Transferˆ

encia de Calor em Usinagem

O aumento da temperatura no processo de usinagem influencia as caracter´ısticas do metal em trabalho e o desgaste da ferramenta, limitando a condi¸c˜ao de m´axima produtividade [8].

Yokohama e Ichimiya [7], objetivando verificar a rela¸c˜ao entre os erros dimen-sionais de um cilindro devido aos efeitos t´ermicos causados durante o processo de brunimento, realizaram medi¸c˜oes de temperatura no corpo da pe¸ca de trabalho por meio de termopares. Dinamˆometros e c´elulas de cargas foram utilizados para ob-ter a for¸ca de brunimento e a press˜ao de expans˜ao, respectivamente. Os autores constataram que a temperatura na pe¸ca aumenta com o acr´escimo da press˜ao de expans˜ao da ferramenta de corte e com o uso de maiores velocidades de corte e diminui exponencialmente com o aumento do fluxo de ´oleo refrigerante.

Salje e von See [9] constataram em seu experimento de brunimento, que os ga-nhos obtidos com o aumento da velocidade de corte em rela¸c˜ao a taxa de remo¸c˜ao de material, resultaram em um aumento na temperatura do processo, tendo como consequˆencia a diminui¸c˜ao das propriedades de lubrifica¸c˜ao do ´oleo de corte. Tais constata¸c˜oes foram obtidas por meio da adi¸c˜ao de um sensor de temperatura loca-lizado no corpo da ferramenta de corte.

Sales et al. [10] realizaram experimentos para determinar a capacidade de arrefe-cimento de fluidos de corte aplicados na usinagem de metais. Em um forno el´etrico, aqueceram uma amostra de a¸co AISI 8640 at´e 350◦C e mantiveram por uma hora at´e a homogeneiza¸c˜ao da temperatura. A amostra foi ent˜ao fixada em um torno com velocidade conhecida, aplicando fluido de corte na pe¸ca em movimento e por meio de pirˆometro infravermelho a temperatura superficial foi obtida. Posteriormente reali-zaram um ensaio de usinagem, por meio do torneamento da amostra. Um termopar foi utilizado para verificar a temperatura na interface de corte. O coeficiente de

(20)

tansferˆencia de calor convectivo foi obtido e classificados em ordem crescente, que segue: ar atmosf´erico, ´oleo integral puro, emuls˜ao de ´oleo sol´uvel, sint´etico e ´agua.

Abukhshim et al. [11] investigaram a t´ecnica de termografia infravermelho apli-cada em processos de usinagem com altas velocidades de corte e constataram que ´e uma boa solu¸c˜ao para medi¸c˜ao de temperatura desses processos. No entanto, uma limita¸c˜ao para o uso dessa t´ecnica ´e a falta de valores de emissividade para diferentes materiais aplicados.

Davies et al. [12] revisaram v´arios m´etodos para medi¸c˜ao de temperatura utiliza-dos durante o processo de remo¸c˜ao de material. Os autores descreveram a f´ısica de cada m´etodo e comparam seus resultados, conforme tabela 2.1, apresentada abaixo.

Tabela 2.1: Compara¸c˜ao entre os m´etodos para medi¸c˜ao de temperatura.

Item RTD Termopar Termopar Pir^ometro Pir^ometro Termo Dinˆamico 1 Cor 2 Cores f´ısico Faixa de Temperatura Ponto 0◦C Ponto 20◦C 0◦C Ttrans

Fus˜ao 3000◦C Fus˜ao 5000◦C 5000◦C

Resolu¸c˜ao Espacial 500µm >500µm - 5µm 20µm 100µm x 10µm

Resolu¸c˜ao Temporal 2ms 100ms - ms p/ µs ms p/ µs Fraca Configura¸c˜ao F´acil F´acil F´acil Dif´ıcil Dif´ıcil F´acil M´edio Incerteza Dominante Danos Jun¸c˜oes Controle Emissivi- Corpo

-Materiais Jun¸c˜ao dade Cinza

Custo Baixo Baixo Baixo M´edio M´edio Baixo

M´edio Alto

Mocellin [3] realizou medi¸c˜oes de temperatura a partir de sensores colocados no corpo do cilindro. O autor concluiu que parˆametros como o tipo de fluido de corte, tipo de ligante e a velocidade de corte no processo, influenciam a temperatura da pe¸ca. O autor constatou tamb´em que a qualidade dimensional de um cilindro brunido ´e afetada pela temperatura produzida durante o processo de brunimento.

Werschmoeller e Li [13] utilizaram micro termopares em ferramentas de usina-gem, para determinar varia¸c˜oes de temperatura na interface ferramenta-pe¸ca no processo de torneamento. Constataram que esses sensores apresentam um tempo de resposta r´apido para os transientes de temperatura no corpo da ferramenta.

Apesar das t´ecnicas existentes para a medi¸c˜ao da gera¸c˜ao e fluxo de calor, assim como da distribui¸c˜ao da temperatura na ferramenta, o progresso tˆem sido lento nos ´

ultimos 100 anos. O esfor¸co realizado at´e hoje ´e apenas o in´ıcio do que ´e necess´ario para o processo de usinagem [1].

(21)

2.2

Brunimento

O processo de brunimento ´e uma opera¸c˜ao de usinagem por abras˜ao, destinada para acabamento de furos cil´ındricos, conferindo `a pe¸ca forma e dimens˜ao, com produ¸c˜ao de cavaco [8]. Nos motores de combust˜ao interna sua fun¸c˜ao ´e reter uma fina camada de ´oleo na superf´ıcie do cilindro durante o funcionamento, melhorando desempenho e durabilidade [14] .

O processo consiste de trˆes movimentos realizados simultaneamente: desloca-mento axial, rota¸c˜ao e expans˜ao das ferramentas abrasivas, gerando na pe¸ca ra-nhuras cruzadas, cujo ˆangulo de cruzamento ´e determinado pela composi¸c˜ao das velocidades axial e tangencial da ferramenta [3]. Na figura 2.1 pode ser observada a textura de uma superf´ıcie brunida, ilustrando o ˆangulo de brunimento, bem como os movimentos de rota¸c˜ao e transla¸c˜ao da ferramenta de brunimento no interior de uma camisa [15].

Figura 2.1: Movimento do Processo e ˆAngulo de Cruzamento [15]

O equipamento destinado para realiza¸c˜ao desse processo em blocos de motores ´e uma m´aquina ferramenta especial, conhecida como Brunidora [16], a qual pode ser vista na figura 2.2.

(22)

Figura 2.2: Brunidora Vertical [16]

Na ind´ustria, o processo de brunimento ´e utilizado nas mais diversas ´areas para obten¸c˜ao de um acabamento superficial controlado, como: na usinagem de v´alvulas hidr´aulicas, bielas, engrenagens e na fabrica¸c˜ao de bloco de motores de combust˜ao interna aplicado em motocicletas [17]. Na figura 2.3, pode-se observar um cilindro de motocicleta e um conjunto ferramenta e porta ferramenta para brunimento [17].

Figura 2.3: Aplica¸c˜ao do Processo de Brunimento em motocicletas [17] Salje e von See [9] realizaram experimento em um equipamento projetado para brunimento externo, com o objetivo de avaliar a influˆencia da topografia da ferra-menta de corte sobre o processo de brunimento. Neste estudo, um sistema hidr´aulico imputava uma press˜ao predefinida na ferramenta de corte sobre a pe¸ca. O movi-mento de rota¸c˜ao foi realizado pela pe¸ca a ser usinada, enquanto o movimento de transla¸c˜ao foi desenvolvido pela pedra de brunimento. Constatou-se que o aumento da velocidade de corte ´e uma maneira pela qual se otimiza o processo de brunimento.

(23)

Objetivando avaliar e controlar automaticamente a extens˜ao de uma superf´ıcie brunida, Beyerer [18] modelou a textura da superf´ıcie brunida, tendo como base o processamento de imagens. Por meio de algoritmos, o ˆangulo e a densidade das ra-nhuras do processo de brunimento, foram estimados. Para a estimativa da densidade das ranhuras, uma distribui¸c˜ao de Poisson foi assumida.

Visque [19] verificou, em experimentos realizados em cilindros de ferro fundido cinzento, a influˆencia que o processo de brunimento tem na corre¸c˜ao de desvios na circularidade e na rugosidade. Constatou tamb´em, que o aumento da press˜ao de contato e da velocidade de corte conduziram a uma melhoria do processo.

Mocellin [3] propˆos uma alternativa para redu¸c˜ao do custo de fabrica¸c˜ao do processo de brunimento em cilindros de ferro fundido vermicular, sem comprometer a qualidade dimensional do produto. A id´eia proposta foi eliminar o mandrilamento de semi-acabamento e acabamento, realizados antes do brunimento, elevando a taxa de remo¸c˜ao de material no brunimento de desbaste.

Voronov [20] obteve um conjunto de equa¸c˜oes para representar a dinˆamica do processo de brunimento. O modelo desenvolvido avaliou um cabe¸cote de brunimento (porta ferramenta) com trˆes pedras (ferramentas de corte). Foram consideradas as vibra¸c˜oes do eixo de suporte das ferramentas, com suas condi¸c˜oes de contorno, o movimento da ferramenta de corte, as for¸cas de corte envolvidas e a renova¸c˜ao superficial da pedra de brunimento. As equa¸c˜oes que represam as vibra¸c˜oes do eixo de suporte da ferramenta foram reduzidas em equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias, utilizando o m´etodo de Galerkin.

Akmaev [21] constatou que a capacidade de corre¸c˜ao da curvatura do eixo do furo cilindro no processo de brunimento ´e melhorada com o aumento do comprimento do cabe¸cote de brunimento.

Matos Jr. [22] estudou o desgaste da superf´ıcie brunida de um cilindro de con-bust˜ao interna, em diferentes fases da vida do motor. Por meio de um rugos´ımetro obteve os perfis de rugosidade, que foram analisados e processados com o uso do software - TALY PROFILE. Por fim, mostrou os parˆametros de rugosidade que influenciam na mudan¸ca do perfil no decorrer da vida do motor.

Tschatsc [2] e Klocke [23] especificaram limites para alguns parˆametros de corte do processo de brunimento, como: press˜ao de expans˜ao, componentes da velocidade de corte e condi¸c˜oes para especifica¸c˜ao da ferramenta de corte.

2.3

Problema Inverso em Usinagem

O interesse no estudo e aplica¸c˜ao de Problemas Inversos de Transferˆencia de Calor (IHTP) tem aumentado nos ´ultimos anos em diferentes ramos da ciˆencia e engenharia [24].

(24)

Problemas Inversos matematicamente s˜ao classificados como mal postos. Deter-mina as causas a partir de medidas dos efeitos [24].

¨

Ozisik e Orlande [24] apresentaram m´etodos como o Levenberg-Marquardt e o Gradiente Conjugado para solu¸c˜ao de problemas inversos envolvendo estimativa de parˆametros e de fun¸c˜oes com v´arias aplica¸c˜oes em transferˆencia de calor.

Problemas inversos em transferˆencia de calor, vem sendo aplicado em diversos processos de fabrica¸c˜ao mecˆanica, para a estimativa de parˆametros t´ermicos. Em virtude das dificuldades que alguns processos apresentam para medi¸c˜ao direta da temperatura, a metodologia apresenta-se como uma solu¸c˜ao para essas limita¸c˜oes, pois usa a leitura da temperatura em pontos acess´ıveis para obten¸c˜ao dos parˆametros desejados [25, 26].

Gon¸calves et al. [25] estudaram o fenˆomeno t´ermico ocorrido no processo de soldagem de uma placa AISI304, soldada pelo m´etodo TIG (Tungstˆenio Inerte G´as). Atrav´es de 4 termopares localizados em pontos acess´ıveis na placa, reali-zaram medi¸c˜oes de temperatura. Para estimar o fluxo de calor gerado no processo e a eficiˆencia global, modelaram o problema f´ısico de duas formas bidimensionais: um modelo quase estacion´ario, que foi resolvido inversamente pelo Recozimento Si-mulado; e o segundo modelo transiente, cuja solu¸c˜ao inversa foi obtida pelo M´etodo da Se¸c˜ao ´Aurea. Constataram que o m´etodo da se¸c˜ao ´aurea apresentou resultados mais pr´oximos do experimental.

Chen e Yang [26], com o objetivo de estimar o fluxo de calor na interface cilindro-pe¸ca durante o processo de lamina¸c˜ao, resolveram o problema direto por meio da t´ecnica de volumes finitos. A partir dessa solu¸c˜ao, com n´umeros randˆomicos e intervalo de confian¸ca de 99%, simularam medidas dentro do cilindro laminador para solu¸c˜ao do problema inverso. Verificaram que os resultados num´ericos obtidos de um algoritmo inverso baseado no Gradiente Conjugado e no Princ´ıpio da Discrepˆancia estimam com precis˜ao o fluxo de calor e a distribui¸c˜ao de temperatura no processo de lamina¸c˜ao.

Na literatura encontram-se v´arias aplica¸c˜oes de Problemas Inversos para estima-tiva do campo de temperatura na interface de corte e do fluxo de calor em processos de usinagem de metais, objetivando aumentar a vida da ferramenta de corte e a redu¸c˜ao do custo de fabrica¸c˜ao. Processos como retifica¸c˜ao[27], torneamento[28, 29], fura¸c˜ao[30] e fresamento[31] s˜ao investigados a partir da medi¸c˜ao de temperatura em pontos acess´ıveis.

Hong e Lo [27] mostraram que a metodologia de problemas inversos apresenta bons resultados na estimativa do fluxo de calor no processo de retifica¸c˜ao. O co-nhecimento da distribui¸c˜ao da temperatura e do fluxo de calor na pe¸ca de trabalho, contribui para evitar danos t´ermicos na pe¸ca retificada e no rebolo de corte.

(25)

modelou o problema f´ısico tridimensionalmente e resolveu o problema inverso pela t´ecnica do Gradiente Conjugado. Utilizando termopares soldados na face da ferra-menta, foram obtidas as medidas de temperatura necess´arias para a estimativa.

Carvalho et al.[29], almejando determinar o campo de temperatura na interface de corte de um processo de torneamento, estimaram o fluxo de calor por meio da t´ecnica inversa, devido as dificuldades apresentadas na obten¸c˜ao de medidas diretas. Os autores modelaram tridimensionalmente o problema f´ısico, considerando o conjunto ferramenta e porta-ferramenta, e simulando a resistˆencia t´ermica de contato entre eles como uma uma camada de ar de 10µm de espessura a 300K. Por meio da t´ecnica de Volumes Finitos resolveram o problema direto e com o m´etodo da Se¸c˜ao ´Aurea resolveram o problema inverso. Os autores realizaram experimentos e verificaram que quanto maior a velocidade e o avan¸co de corte, maior ´e a temperatura na interface de corte. Medi¸c˜oes de temperatura foram realizadas nos testes em 8 pontos acess´ıveis na ferramenta e porta ferramenta, com termopares

Sousa [30] obteve fluxo de calor gerado no processo de fura¸c˜ao de um a¸co micro-ligado realizado por uma broca de metal duro. Sousa [30] modelou termicamente a pe¸ca usinada e resolveu o problema direto por volumes finitos e o problema inverso pela t´ecnida de Observadores Dinˆamicos baseado em Fun¸c˜oes de Green. Sousa [30] verificou a robustez da solu¸c˜ao da t´ecnica inversa, com v´arias incertezas inerentes ao processo, como o conhecimento real do coeficiente de transferˆencia de calor por convec¸c˜ao e os erros envolvidos na medi¸c˜oes na temperatura da pe¸ca.

Luchesi e Coelho [31] modelaram o processo de fresamento facial de um a¸co 4340, objetivando estimar o fluxo de calor gerado. O m´etodo da Transformada Integral foi usado para resolver o problema direto e o m´etodo do Gradiente Conjugado para estimar o termo de gera¸c˜ao de calor. Os autores realizaram experimentos em seis condi¸c˜oes e verificaram que o uso de t´ecnicas inversas permite estimar a fonte de calor no processo, a partir do conhecimento da temperatura.

2.3.1

etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov - Uma

Abordagem Bayesiana

Wang e Zabaras [32] aplicaram a F´ormula de Bayes com regulariza¸c˜ao de Tikho-nov na informa¸c˜ao a priori, para estimar a fun¸c˜ao de densidade de probabilidade a posteriori em Problemas Inversos de Condu¸c˜ao de Calor. O M´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov foi adotado para obten¸c˜ao da informa¸c˜ao a posteriori. Os resultados obtidos mostram que a t´ecnica utilizada, estimou o fluxo de calor e quantificam as incertezas do sistema.

Mota [33] utilizou m´etodos inversos para estimar simultaneamente as proprieda-des termof´ısicas de uma amostra de grafite e o fluxo de calor gerado por um ma¸carico

(26)

oxi-acetilˆenico aquecendo essa amostra. Comparou os m´etodos de Gauss de Mini-miza¸c˜ao da Fun¸c˜ao Objetivo a Maximum a Posteriori e o m´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov. Obteve as propriedades termof´ısicas experimentalmente baseado no M´etodo Flash. Constatou que o MCMC via o algoritmo de Metropolis-Hastings ´e mais est´avel, com melhor concordˆancia com os dados experimentais e com menores intervalos de confian¸ca em rela¸c˜ao ao m´etodo de Gauss-MAP.

Naveira-Cotta et al. [34], objetivando estimar as propriedades termof´ısicas de meios heterogˆeneos, utilizaram o M´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov com a implementa¸c˜ao do algoritmo de Metropolis-Hastings para solucionar o problema inverso. A T´ecnica da Transformada Integral Generalizada (GITT) foi utilizada para o problema direto. Medi¸c˜oes de temperatura foram obtidas pela termografia de infravermelho. Propridades como a condutividade e difusividade t´ermica foram identificadas .

R. Carvalho et al.[35] utilizaram a abordagem Bayesiana com aplica¸c˜ao do Filtro de Kalmam para a estimativa do fluxo de calor superficial no processo de retifica¸c˜ao. Na literatura outras importantes contribui¸c˜oes vem sendo desenvolvidas para solu¸c˜oes de problemas inversos por abordagem Bayesiana, com evolu¸c˜oes de c´odigos computacionais para o m´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov [36–38].

(27)

Cap´ıtulo 3

Problema F´ısico e Formula¸

ao

Matem´

atica

O problema f´ısico modelado foi o processo de brunimento interno de um cilin-dro de motor de motocicleta 125cc, com os movimentos caracter´ısticos de rota¸c˜ao, transla¸c˜ao e expans˜ao, para estimativa do fluxo de calor na ferramenta de corte, conforme ilustrado na figura 3.1.

Figura 3.1: Problema F´ısico - Cabe¸cote de brunimento e movimentos simultˆaneos Onde:

1 - Conjunto porta ferramenta; 2 - Suporte da ferramenta; 3 - Ferramenta de corte.

(28)

Para a formula¸c˜ao matem´atica do problema f´ısico, as seguintes hip´oteses s˜ao adotadas:

- A curvatura da face de contato da ferramenta com a camisa do cilindro n˜ao foi considerada. Adotou-se a geometria da se¸c˜ao transversal da ferramenta na forma de um quadrado;

- Desprezam-se os contatos irregulares dos gr˜aos abrasivos da ferramenta sobre a pe¸ca. O contato entre a ferramenta e a superf´ıcie usinada foi considerado uniforme; - Apesar da n˜ao homogeneidade da ferramenta, que ´e composta de gr˜aos abrasi-vos, aglomerantes e vazios, considerou-se um material homogˆeneo para a mesma;

- As propriedades t´ermicas da ferramenta de corte foram consideradas constantes; - Considerou-se um modelo bidimensional, pois o comprimento da ferramenta ´e suficientemente grande na dire¸c˜ao longitudinal, em compara¸c˜ao `a se¸c˜ao transversal; - Assumiu-se conhecidos a temperatura e o coeficiente de transferˆencia de calor convectivo do fluido refrigerante e que os mesmos s˜ao invari´aveis;

- Adotou-se uma temperatura uniforme na ferramenta de corte no estado inicial; - A simetria da ferramenta foi utlizada, para simplificar a formula¸c˜ao matem´atica.

3.1

Formula¸

ao do Problema Bidimensional

Com rela¸c˜ao `a formula¸c˜ao do problema de transferˆencia de calor, adotou-se um modelo bidimensional de condu¸c˜ao para a ferramenta de corte. Nesse modelo, considerou-se um fluxo de calor na superf´ıcie de usinagem, perda de calor convectiva devido ao fluxo de ´oleo de corte nas laterais da ferramenta e uma resistˆencia t´ermica de contato entre a ferramenta e seu suporte (Figura 3.2).

Figura 3.2: Desenho Esquem´atico do Modelo F´ısico Bidimensional Onde:

a - Representa¸c˜ao da ferramenta com as condi¸c˜oes de contorno adotadas; b - Se¸c˜ao transversal da ferramenta, modelo bidimensional;

(29)

Com as hip´oteses estabelecidas, a equa¸c˜ao de condu¸c˜ao de calor para o problema proposto ´e dada por:

1 α ∂T (x, y, t) ∂t = ∂2T (x, y, t) ∂x2 + ∂2T (x, y, t) ∂y2 ; 0 < x < L 2; 0 < y < L; t > 0 (3.1) As condi¸c˜oes de contorno do problema s˜ao:

∂T (x, y, t) ∂x = 0; x = 0; 0 < y < L; t > 0 (3.2) k∂T (x, y, t) ∂x + hT (x, y, t) = hT∞; x = L 2; 0 < y < L; t > 0 (3.3) − k∂T (x, y, t)

∂y + hsupT (x, y, t) = hsupTsup; 0 < x < L 2; y = 0; t > 0 (3.4) k∂T (x, y, t) ∂y = q(t); 0 < x < L 2; y = L; t > 0 (3.5) Como condi¸c˜ao inicial tem-se:

T (x, y, t) = Tsup; 0 < x <

L

2; 0 < y < L; t = 0 (3.6) Objetivando a redu¸c˜ao do n´umero de parˆametros que afetam a distribui¸c˜ao de temperatura na ferramenta, o problema f´ısico ´e expresso de forma adimensional, com o uso dos seguintes grupos adimensonais:

- Coordenadas adimensionais; X = x L (3.7) Y = y L (3.8) - Tempo adimensional; τ = αt L2 (3.9) - Temperatura adimensional; Θ(X, Y, τ ) = T (x, y, t) − T∞ Tsup− T∞ (3.10)

(30)

- N´umero de Biot do fluido;

Bi = hL

k (3.11)

- N´umero de Biot do suporte;

Bisup=

hsupL

k (3.12)

- Fluxo de calor adimensional.

Q(τ ) = q(t) k(Tsup− T∞)/L

(3.13)

O resultado adimensional para a equa¸c˜ao da difus˜ao de calor para o problema proposto ´e: ∂Θ(X, Y, τ ) ∂τ = ∂2Θ(X, Y, τ ) ∂X2 + ∂2Θ(X, Y, τ ) ∂Y2 ; 0 < X < 0, 5; 0 < Y < 1; τ > 0 (3.14) As condi¸c˜oes de contorno do problema adimensional s˜ao:

∂Θ(X, Y, τ )

∂X = 0; X = 0; 0 < Y < 1; τ > 0 (3.15) ∂Θ(X, Y, τ )

∂X + BiΘ(X, Y, τ ) = 0; X = 0, 5; 0 < Y < 1; τ > 0 (3.16)

− ∂Θ(X, Y, τ )

∂Y + BisupΘ(X, Y, τ ) = Bisup; 0 < X < 0, 5; Y = 0; τ > 0 (3.17) ∂Θ(X, Y, τ )

∂Y = Q(τ ); 0 < X < 0, 5; Y = 1; τ > 0 (3.18) Como condi¸c˜ao inicial para adimensionaliza¸c˜ao tem-se:

(31)

3.2

Formula¸

ao do Problema Unidimensional

Para fim de verifica¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema bidimensional dado pelas equa¸c˜oes (3.14-3.19), tamb´em foi usada uma solu¸c˜ao unidimensional. Neste caso, considerou-se o n´umero de Biot do fluido refrigerante muito pequeno (Bi = 0, 00001), conforme ilustrado na figura 3.3.

Figura 3.3: Desenho Esquem´atico do Modelo F´ısico Unidimensional Onde:

a - Representa¸c˜ao da ferramenta com as condi¸c˜oes de contorno adotadas; b - Se¸c˜ao transversal da ferramenta, modelo unidimensional;

Com as hip´oteses estabelecidas na p´agina 12, a equa¸c˜ao da difus˜ao de calor para o problema unidimensional de verifica¸c˜ao ´e dada por:

1 α ∂T (y, t) ∂t = ∂2T (y, t) ∂y2 ; 0 < y < L; t > 0 (3.20)

As condi¸c˜oes de contorno do problema s˜ao:

− k∂T (y, t)

∂y + hsupT (y, t) = hsupTsup; y = 0; t > 0 (3.21)

k∂T (y, t)

∂y = q(t); y = L; t > 0 (3.22) Como condi¸c˜ao inicial, tem-se:

(32)

O problema unidimensional dado pelas equa¸c˜oes 3.20, 3.21,, 3.22,, 3.23 ´e adi-mensionalizado utilizando os grupos 3.8, 3.9, 3.10, 3.11, 3.12, 3.13.

O resultado adimensional para a equa¸c˜ao da difus˜ao de calor para o problema unidimensional proposto ´e:

∂Θ(Y, τ )

∂τ =

∂2Θ(Y, τ )

∂Y2 ; 0 < Y < 1; τ > 0 (3.24)

As condi¸c˜oes de contorno do problema adimensional s˜ao:

− ∂Θ(Y, τ )

∂Y + BisupΘ(Y, τ ) = Bisup; Y = 0; τ > 0 (3.25) ∂Θ(Y, τ )

∂Y = Q(τ ); Y = 1; τ > 0 (3.26) Como condi¸c˜ao inicial para adimensionaliza¸c˜ao, tem-se:

Θ(Y, τ ) = 1; 0 < Y < 1; τ = 0 (3.27)

3.3

Formula¸

ao do Problema por Parˆ

ametros

Concentrados

Objetivando obter condi¸c˜oes para verifica¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema bidimensi-onal, o problema f´ısico foi reformulado considerando a distribui¸c˜ao da temperatura uniforme ao longo do espa¸co avaliado, utilizando a t´ecnica de Parˆametros Concen-trados. Tal formula¸c˜ao tamb´em foi considerada tendo em vista que as dimens˜oes da ferramenta s˜ao pequenas e a mesma ´e fabricada de um material com alta condutiv-dade t´ermica.

(33)

Seja: Tmx(y, t) = 1 L/2 Z L/2 0 T (x, y, t)dx (3.28) Tmxy(t) = 1 L Z L 0 Tmx(y, t)dy (3.29) Θm = Tmxy(t) − T∞ Tsup− T∞ (3.30) A solu¸c˜ao por Parˆametros Concentrados ´e dada por:

ρcp dTmxy(t) dt = 1 Lq(t) + 1 L/2h[T∞− T (x = L/2, y, t)] + 1 Lhsup[Tsup− T (x, y = 0, t)] (3.31) Aproximando as temperaturas: T (x = L/2, y, t) = T (x, y = 0, t) = Tmxy(t) (3.32) Logo: dTmxy(t) dt = 1 ρcpL q(t) + 2 ρcpL h[T∞− Tmxy(t)] + 1 ρcpL hsup[Tsup− Tmxy(t)] (3.33) Tmxy(0) = Tsup (3.34)

Adimensionalizando o problema dado pelas equa¸c˜oes 3.33, 3.34 e utilizando os grupos 3.9, 3.11, 3.12, 3.13, 3.30, obtemos:

dΘm(τ )

dτ + Θm(τ )(2Bi + Bisup) = Q(τ ) + Bisup (3.35)

(34)

Cap´ıtulo 4

Problema Direto

Objetivando obter a distribui¸c˜ao de temperaturas no interior da amostra anali-sada, o conjunto de equa¸c˜oes que representam o problema de transferˆencia de calor foi resolvido, para cada um dos casos analisados no cap´ıtulo 3. Para tanto, se faz necess´ario o conhecimento das propriedades f´ısicas, da geometria, das condi¸c˜oes de contorno, da condi¸c˜ao inicial e do termo de gera¸c˜ao de calor. Essa metodologia ´e a solu¸c˜ao do Problema Direto, que determina os efeitos (temperatura na ferramenta) com o conhecimento das causas (fluxo de calor resultante da usinagem).

A t´ecnica utilizada para solucionar o problema direto proposto nesse trabalho foi a CITT. Essa metodologia foi formalizada por MIKHAILOV e OZISIK [39] e OZISIK [40], como segue abaixo:

- Por meio da t´ecnica de Separa¸c˜ao de Vari´aveis foi obtido o problema auxiliar para o desenvolvimento do par de equa¸c˜oes Transformada-Inversa;

- As Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais (EDP) foram transformadas em um sistema de Equa¸c˜oes Diferenciais Ordin´arias (EDO), por meio de transforma¸c˜oes removendo as derivadas parciais em rela¸c˜ao ao espa¸co;

- O sistema transformado, foi resolvido sujeita `as condi¸c˜oes iniciais transforma-das;

- A formula¸c˜ao da inversa ´e aplicada para se recuperar o campo de temperaturas na ferramenta.

4.1

Solu¸

ao do Problema Direto Bidimensional

-CITT

Para solucionar o problema dado pelas equa¸c˜oes 3.14, 3.15, 3.16, 3.17, 3.18, 3.19 foi utilizada a T´ecnica da Transformada Integral Cl´assica.

Inicialmente foi obtido o problema de autovalor auxiliar ou problema de Sturm-Liouville, que no presente caso, ´e dado na dire¸c˜ao ”X”por:

(35)

d2X (X) dX2 + β 2 mX (X) = 0; 0 < X < 0, 5; τ > 0 (4.1) dX (X) dX = 0; X = 0; τ > 0 (4.2) dX (X) dX + BiX (X) = 0; X = 0, 5; τ > 0 (4.3) A solu¸c˜ao do problema de Sturm-Liouville expresso pelas equa¸c˜oes 4.1,4.2, 4.3 foi obtida em OZISIK [40], isto ´e,

X (βm, X) = cos(βmX) (4.4)

com integral de normaliza¸c˜ao dada por: 1 N (βm) = 2 β 2 m+ Bi2 0, 5(β2 m+ Bi2) + Bi (4.5) βmtan(βm0, 5) = Bi (4.6)

Onde X (X) ´e a autofun¸c˜ao, e os autovalores s˜ao obtidos pela solu¸c˜ao da equa¸c˜ao transcendental 4.6 pelo m´etodo de Newton-Raphson.

Em seguida, foi escolhido o par de equa¸c˜oes transformada - inversa, com o uso do problema de autovalor auxiliar.

¯

Θ(βm, Y, τ ) =

Z 0,5 0

X (βm, X)Θ(X, Y, τ )dX; T RAN SF ORM ADA (4.7)

Θ(X, Y, τ ) = ∞ X m=1 X (βm, X) N (βm) ¯ Θ(βm, Y, τ ); IN V ERSA (4.8)

Com o uso do operador R00,5X (βm, X)dX e realizando as devidas substitui¸c˜oes,

o problema original foi transformado em “X”, obtendo-se:

∂ ¯Θ(βm, Y, τ ) ∂τ = ∂2Θ(β¯ m, Y, τ ) ∂Y2 − β 2 mΘ(β¯ m, Y, τ ); 0 < Y < 1; τ > 0 (4.9) −∂ ¯Θ(βm, Y, τ ) ∂Y + Bisup ¯ Θ(βm, Y, τ ) = Bisup βm sin(βm0, 5); Y = 0; τ > 0 (4.10)

(36)

∂ ¯Θ(βm, Y, τ ) ∂Y = Q(τ ) sin(βm0, 5) βm ; Y = 1; τ > 0 (4.11) ¯ Θ(βm, Y, τ ) = sin(βm0, 5) βm ; 0 < Y < 1; τ = 0 (4.12) O problema auxiliar em ”Y ”´e dado por:

d2Y(Y ) dY2 + γ 2 nY(Y ) = 0; 0 < Y < 1; τ > 0 (4.13) dY(Y ) dY + BisupY(Y ) = 0; Y = 0; τ > 0 (4.14) dY(Y ) dY = 0; Y = 1; τ > 0 (4.15)

OZISIK [40] apresenta a seguinte solu¸c˜ao, para o problema 4.13, 4.14, 4.15:

Y(Y ) = cos[γn(1 − Y )] (4.16)

com integral de normaliza¸c˜ao: 1 N (γn) = 2 γ 2 n+ Bi2sup (γ2 n+ Bi2sup) + Bisup (4.17) γntan(γn) = Bisup (4.18)

Onde Y(Y ) ´e a autofun¸c˜ao, e os autovalores s˜ao obtidos pela solu¸c˜ao da equa¸c˜ao transcendental 4.18 pelo m´etodo de Newton-Raphson.

Em seguida foi escolhido o par de equa¸c˜oes transformada - inversa, com o uso do problema de autovalor auxiliar.

e

Θ(βm, γn, τ ) =

Z 1

0

¯

Θ(βm, Y, τ )Y(γn, Y )dY ; T RAN SF ORM ADA (4.19)

¯ Θ(βm, Y, τ ) = ∞ X n=1 Y(γn, Y ) N (γn) e Θ(βm, γn, τ ); IN V ERSA (4.20)

Com o uso do operador R00,5Y(γn, Y )dY e realizando as devidas substitui¸c˜oes, o

(37)

∂ eΘ(βm, γn, τ ) ∂τ + eΘ(βm, γn, τ )(β 2 m+ γ 2 n) = A(βm, γn, τ ) A(βm, γn, τ ) = Q(τ ) sin(βm0, 5) βm + Bisupcos(γn) sin(βm0, 5) βm m = 1, 2, 3, ...; n = 1, 2, 3, ...; τ > 0 (4.21) A equa¸c˜ao 4.21 ´e sujeita a condi¸c˜ao inicial, para m,n=1,2,3,...:

e Θ(βm, γn, τ ) = sin(βm0, 5) βm sin(γn) γn (4.22) Atrav´es do M´etodo do Fator Integrante a equa¸c˜ao 4.21 sujeita `a condi¸c˜ao inicial 4.22, foi resolvida, obtendo-se:

e Θ(βm, γn, τ ) = e−(β 2 m+γn2)τ sin(βm0, 5) βm sin(γn) γn + Z τ τ0=0 e(β2m+γ2n)τ 0 A(βm, γn, τ 0 )dτ0  (4.23) Invertendo a equa¸c˜ao 4.23 em “X” e em seguida em “Y ”, usando as equa¸c˜oes 4.8 e 4.20, respectivamente, obtem-se: Θ(X, Y, τ ) = ∞ X m=1 ∞ X n=1 e−(βm2+γn2)τ N (βm)N (γn) X (βm, X)Y(γn, Y )  sin(βm0, 5) βm sin(γn) γn + Z τ τ0=0 e(βm2+γn2)τ 0 A(βm, γn, τ 0 )dτ0  (4.24) onde: A(βm, γn, τ ) = Q(τ ) sin(βm0, 5) βm + Bisupcos(γn) sin(βm0, 5) βm (4.25)

(38)

4.2

Solu¸

ao do Problema Direto - Parˆ

ametros

Concentrados

A solu¸c˜ao da equa¸c˜ao 3.35 submetida a condi¸c˜ao inicial 3.36 ´e dada por:

Θ(τ ) = e−(2Bi+Bisup)τ  1 + Z τ τ0=0 e(2Bi+Bisup)τ 0 (Q(τ ) + Bisup)dτ 0 (4.26)

4.3

Solu¸

ao do Problema Direto Unidimensional

- CITT

Inicialmente foi escolhido o problema de autovalor auxiliar: d2Y(Y ) dY2 + γ 2 nY(Y ) = 0; 0 < Y < 1; τ > 0 (4.27) −dY(Y ) dY + BisupY(Y ) = 0; Y = 0; τ > 0 (4.28) dY(Y ) dY = 0; Y = 1; τ > 0 (4.29) com solu¸c˜ao [40] Y(Y ) = cos[γn(1 − Y )] (4.30)

e integral de normaliza¸c˜ao: 1 N (γn) = 2 γ 2 n+ Bi2sup (γ2 n+ Bi2sup) + Bisup (4.31) onde os autovalores γn s˜ao calculados com a seguinte equa¸c˜ao transcendental:

γntan(γn) = Bisup (4.32)

Em seguida, o par de equa¸c˜oes transformada-inversa, com o uso do problema de autovalor foi escolhido [40]:

Θ(γn, τ ) =

Z 1

Y =0

Y(γn, Y )Θ(Y, τ )dY ; T RAN SF ORM ADA (4.33)

Θ(Y, τ ) = ∞ X n=1 Y(γn, Y ) N (γn) Θ(γn, τ ); IN V ERSA (4.34)

(39)

Prosseguindo com a solu¸c˜ao via CITT, a equa¸c˜ao ´e transformada em um sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias:

∂Θ(γn, τ )

∂τ + γ

2

nΘ(γn, τ ) = A(γn, τ )

A(γn, τ ) = Q(τ ) + Bisupcos(γn)

para n = 1, 2, 3, ...; τ > 0 (4.35) As equa¸c˜oes 4.35 s˜ao sujeitas as condi¸c˜oes iniciais:

Θ(γn, τ ) =

sin(γn)

γn

; τ > 0 (4.36)

cuja solu¸c˜ao ´e dada por:

Θ(γn, τ ) = e−γ 2 nτ sin(γn) γn + Z τ τ0=0 eγn2τ 0 A(γn, τ 0 )dτ0  (4.37) Utilizando a f´ormula da inversa 4.37, o campo de temperatura adimensional foi obtido. Θ(Y, τ ) = ∞ X n=1 Y(γn, Y ) N (γn) e−γ2nτ sin(γn) γn + Z τ τ0=0 eγn2τ 0 A(γn, τ 0 )dτ0  (4.38) onde A(βm, γn, τ ) = Q(τ ) sin(βm0, 5) βm + Bisupcos(γn) sin(βm0, 5) βm (4.39)

(40)

Cap´ıtulo 5

Problema Inverso

O objetivo deste trabalho ´e a estimativa do fluxo de calor resultante do pro-cesso de usinagem, q(t), utilizando-se medidas de temperatura na ferramenta de brunimento. Tal problema ´e classificado como um Problema Inverso [41].

Matematicamente, Problemas Inversos s˜ao classificados como mal postos. Para um problema ser bem posto, a sua solu¸c˜ao tem que atender as seguintes condi¸c˜oes [24]:

- Deve existir; - Deve ser ´unica;

- Deve ser est´avel em rela¸c˜ao aos dados de entrada.

Problemas Inversos determinam as causas (fluxo de calor) a partir de medidas dos efeitos (temperatura na ferramenta). As simula¸c˜oes computacionais e experimentais s˜ao analisadas simultaneamente na solu¸c˜ao do problema inverso objetivando obter o m´aximo de informa¸c˜oes do problema f´ısico em an´alise [41].

As medidas para solu¸c˜ao do problema inverso foram simuladas conforme [24], na superf´ıcie de contato da ferramenta com o porta ferramenta, por se tratar de um ponto acess´ıvel para medi¸c˜oes de temperatura,na posi¸c˜ao X = 0 e Y = 0.

Ymed = Tex+ wσ (5.1)

5.1

Inferˆ

encia Bayesiana via MCMC (Markov

Chain Monte Carlo)

Para a estimativa do fluxo de calor durante o processo de brunimento, foi utilizada uma t´ecnica dentro da abordagem Bayesiana, para, com o conhecimento pr´evio das informa¸c˜oes dispon´ıveis no problema, as incertezas da inferˆencia s˜ao reduzidas. Nesta abordagem, as novas informa¸c˜oes obtidas s˜ao combinadas com as informa¸c˜oes previamente conhecidas, assim, formando a base dos procedimentos estat´ısticos. O

(41)

Teorema de Bayes formaliza a combina¸c˜ao de uma nova infoma¸c˜ao com as dispon´ıveis anteriormente.

Os princ´ıpios b´asicos da solu¸c˜ao do problema inverso por Inferˆencia Bayesiana s˜ao [36]:

- Todos os parˆametros que aparecem na formula¸c˜ao matem´atica do problema f´ısico s˜ao modelados como vari´aveis aleat´orias;

- O conhecimento pr´evio das vari´aveis aleat´orias s˜ao codificados em distribui¸c˜oes de probabilidade;

- A distribui¸c˜ao de probabilidade a posteriori ´e a solu¸c˜ao do problema inverso. A distribui¸c˜ao de probabilidade a posteriori foi obtida de acordo com o Teorema de Bayes, escrito como [36, 37, 42]:

π(P|Ymed) =

π(P)π(Ymed|P)

π(Ymed)

(5.2) Onde π(Ymed|P) ´e a fun¸c˜ao de verossimilhan¸ca, que expressa a densidade de

probabilidade das medidas Ymed dados os parˆametros P, π(P|Ymed) ´e a densidade

de probabilidade a posteriori, que representa a densidade dos parˆametros P dadas as medidas Ymed, π(P) ´e a densidade a priori dos parˆametros antes das medidas e

π(Ymed) ´e a densidade de probabilidade marginal das medi¸c˜oes, que desempenha o

papel de uma constante de normaliza¸c˜ao.

Logo, o Teorema de Bayes pode ser escrito como:

π(P|Ymed) ∝ π(Ymed|P)π(P) (5.3)

As medidas de temperatura foram simuladas por meio da f´ormula 5.1. Essas medidas foram supostas com distribui¸c˜ao normal, m´edia zero e desvio padr˜ao co-nhecido, logo, a fun¸c˜ao de verossimilhan¸ca pode ser escrita como [36]:

π(P|Ymed) = (2π)−n/2|W−1|−1/2exp

 −1 2[Ymed− Tex(P)] TW[Y med− Tex(P)]  (5.4) Onde n ´e o n´umero de medidas, Tex(P) representa a temperatura calculada com

a solu¸c˜ao do problema direto em fun¸c˜ao dos parˆametros P e W ´e a inversa da matriz de covariˆancia dos erros de medi¸c˜oes.

(42)

A matriz W ´e dada por: W =       1/σ2 0 1/σ2 . .. 0 1/σ2       (5.5)

Sabendo que σ ´e o desvio padr˜ao das medidas.

No presente estudo, a solu¸c˜ao do problema inverso ´e examinada em termos das formula¸c˜oes matem´aticas adimensionais do problema f´ısico. Assim, as temperaturas medidas e estimadas correspondem `as temperaturas adimensionais Θmed(X, Y, τ )

e Θest(X, Y, τ ), respectivamente. Sendo assim, os parˆametros da formula¸c˜ao do

problema s˜ao:

P = [Q1, Q2, . . . , Qn, Bi, Bisup] (5.6)

Onde Qi ≡ Q(τi), i = 1, . . . , n = 100, representa o valor do fluxo de calor no

tempo τi, que ´e considerado constante no intervalo τi− ∆τ /2 ≤ τ < τi+ ∆τ /2.

Para a estimativa do fluxo de calor foi utilizada uma priori n˜ao informativa, na forma de um campo randˆomico de Markov [36]:

π(Q) = exp  −1 2ψregQ TZQ  (5.7) Onde ψreg ´e um parˆametro escalar que est´a associado `a regulariza¸c˜ao de

Tikho-nov, Z = DTD e D ´e uma matriz de diferencia¸c˜ao de tamanho (n − 1) × (n) dado por: D =          −1 1 0 . . . 0 0 0 0 −1 1 . . . 0 0 0 .. . ... ... . .. ... ... ... 0 0 0 . . . −1 1 0 0 0 0 . . . 0 −1 1          (5.8)

Na equa¸c˜ao 5.7, Q representa o vetor com as componentes do fluxo de calor, isto ´e,

QT = [Q1, Q2, . . . , Qn] (5.9)

O parˆametro de regulariza¸c˜ao ψreg foi estimado como parte do problema de

in-ferˆencia, modelado como um hiperparˆametro em termos da distribui¸c˜ao de Rayleigh [36] centrada em ψ0, isto ´e,

(43)

π(αreg) = ψreg ψ2 0 exp " −1 2  ψreg ψ0 2# ; α > 0 (5.10)

Para o desenvolvimento desse trabalho o centro da distribui¸c˜ao de Rayleigh foi adotado com ψ0=0,00001.

Os parˆametros Bi e Bisup foram modelados com priori informativas gaussianas:

π(Bi) = (2π)−n/2|V|−1/2exp  −1 2[Bi − µ] TV−1 [Bi − µ]  ; Bi > 0 (5.11)

π(Bisup) = (2π)−n/2|V|−1/2exp

 −1 2[Bisup− µ] TV−1 [Bisup− µ]  ; Bisup> 0 (5.12) Os termos µ e V s˜ao respectivamente a m´edia e a matriz de covariˆancia dos parˆametros. Onde µBi = 0, 01941 e µBisup = 0, 06795.

Utilizando a express˜ao do Teorema de Bayes 5.3, a fun¸c˜ao de verossimilhan¸ca 5.4 e as distribui¸c˜oes a priori 5.7, 5.10, 5.11 e 5.12, temos a seguinte express˜ao para a distribui¸c˜ao a posteriori : π(P|Ymed) ∝ ψreg ψ2 0 exp  −1 2[(Lik) + (P ri1) + (P ri2) + (P ri3) + (P ri4)]  (5.13) Onde: Lik = [Ymed− Tex(P)] T[Y med− Tex(P)] σ2 P ri1 = αregQTZQ P ri2 =  ψreg ψ0 2 P ri3 = [Bi − µ]TV−1[Bi − µ]

P ri4 = [Bisup− µ]TV−1[Bisup− µ]

Embora a distribui¸c˜ao a posteriori dada pela equa¸c˜ao 5.13 tenha uma express˜ao anal´ıtica, utilizou-se neste trabalho um m´etodo de amostragem (simula¸c˜ao). Assim, inferˆencia sobre a distribui¸c˜ao a posteriori ´e feita sobre amostras da mesma [32].

(44)

O M´etodo de Monte Carlo com Cadeia de Markov foi implementado atrav´es do algoritmo de Metropolis-Hastings, para gera¸c˜ao das amostras.

O algoritmo de Metropolis-Hastings pode ser descrito como segue [43]:

1 - Arbitra-se um estado inicial P0 = [Q0, Bi0, Bi0

sup, ψreg0 ] para o processo

itera-tivo e inicializa-se um contador para a cadeia de Markov, isto ´e, c = 0;

2 - Gera-se um ponto candidato P∗a partir da distribui¸c˜ao proposta p(P∗, Pc−1);

3 - Calcula-se um fator ξaceit, que representa a probabilidade de aceita¸c˜ao do

ponto candidato P∗, dado por:

ξaceit= min  1, π(P ∗|Y med)p(P∗, Pc−1) π(Pc−1|Ymed)p(Pc−1|P∗) 

4 - Gera-se um n´umero randˆomico U uniformemente distribu´ıdo em (0, 1);

5 - Se U < ξaceit o valor do ponto candidato ´e atualizado Pc = P∗, caso contr´ario

Pc = Pc−1

6 - Retorna-se ao ponto 2 e gera-se a sequˆencia {P1, P2, ..., Pc}

Os estados Pc que antecedem a convergˆencia da cadeia de Markov devem ser desconsiderados, uma vez que esses valores representam o aquecimento da cadeia.

(45)

Cap´ıtulo 6

Propriedades Termof´ısicas

A ferramenta de brunimento utilizada neste estudo foi uma amostra com gr˜ao de diamante, fornecida pela FDB Ferramentas, dimens˜oes 10,030 x 10,030 x 2,540 (mm) e ligante met´alico, cujo tamanho do gr˜ao est´a na faixa de 50/60 Mesh, conforme apresentada na figura 6.1 .

Figura 6.1: Amostra da Ferramenta de Brunimento

Devido a falta de dados na literatura, as propriedades termof´ısicas dessa amostra foram obtidas atrav´es de experimentos realizados no Laborat´orio de Transmiss˜ao e Tecnologia do Calor (LTTC).

6.1

Difusividade T´

ermica

A difusividade t´ermica foi obtida com o uso do m´etodo Flash. Foi utilizado o equipamento NanoFlash LFA447/1 em conjunto com o software Proteus para an´alise dos dados experimentais, adotando o modelo de Cowan com corre¸c˜ao de pulso.

(46)

Na figura 6.2 pode ser observado o equipamento NanoFlash LFA447/1 do LTTC.

Figura 6.2: NanoFlash LFA447/1 - LTTC

Na figura 6.3, pode ser observado um esquema representativo do funcionamento do Nano Flash, no qual uma pequena amostra de material com espessura fina ´e submetido a um pulso de energia com alta intensidade e curta dura¸c˜ao, provocado por uma lˆampada de xenˆonio. A energia do pulso ´e absorvida em uma face da amostra e o aumento de temperatura na face oposta ´e medida por um detector de infravermelho. O modelo de Cowan com corre¸c˜ao de pulso foi utilizado para determinar a difusividade t´ermica.

(47)

Na figura 6.4 s˜ao apresentadas duas amostras da ferramenta de brunimento no porta amostra do Nano Flash.

Figura 6.4: Amostras de Ferramentas no M´etodo Flash

A difusividade t´ermica foi medida nas temperaturas de 25◦C, 50◦C, 75◦C e 100◦C cada uma com 10 pulsos de energia e dura¸c˜ao do experimento de 8000ms. O tempo para o c´alculo da difusividade foi de 600ms.

6.2

Calor Espec´ıfico

Para medi¸c˜ao do calor espec´ıfico foi usado o m´etodo do calor´ımetro diferencial de varredura (DSC). Tal m´etodo consiste na obten¸c˜ao da curva de corre¸c˜ao (linha-base) por meio da an´alise do cadinho vazio. Em seguida, a amostra a ser analisada e a amostra de referˆencia foram aquecidas simultaneamente mantendo a diferen¸ca de temperatura entre elas constante, controlando a perda ou o ganho de calor.

O equipamento utilizado neste experimento foi o DSC 204 F1Phoenix-Netzsch (LTTC), conforme ilustrado na figura 6.5. A massa da amostra foi de 65,3mg.

(48)

O experimento teve dura¸c˜ao de 15,24 minutos, onde a temperatura foi avaliada de 22, 568◦C at´e 54, 568◦C, tendo como material de referˆencia a safira.

De acordo com as normas DIN 51007 e ASTM E1269 o calor espec´ıfico no DSC ´e determinado como segue:

cp =  mref mamo   DSCamo− DSCbas DSCref − DSCbas  (6.1)

Na figura 6.6 s˜ao apresentados os principais componentes do DSC para deter-mina¸c˜ao do calor espec´ıfico.

Figura 6.6: M´etodo DSC

Na figura 6.7 s˜ao apresentadas o porta amostra(cadinho) para o experimento e para a referˆencia em safira.

(49)

6.3

Massa Espec´ıfica

Para a determina¸c˜ao da massa espec´ıfica da ferramenta foi utilizado o dens´ımetro Sartorius YDK 01(LTTC), montado sobre uma balan¸ca Marte AM-220, conforme apresentado na figura 6.8.

Figura 6.8: Dens´ımetro Sartorius YDK 01, montado na balan¸ca Marte AM 220 Foram realizadas cinco medi¸c˜oes com temperatura da ´agua igual a 24, 3◦C. A massa espec´ıfica pode ser obtida utilizando-se a seguinte express˜ao:

ρ = Wa· [ρf l− 0, 0012g/cm

3]

0, 99983G + 0, 0012g/cm

3 (6.2)

6.4

Condutividade T´

ermica

A condutividade t´ermica foi obtida a partir da defini¸c˜ao da difusividade t´ermica, considerando os valores medidos da difusividade t´ermica, do calor espec´ıfico e da massa espec´ıfica.

k = α · ρ · cp (6.3)

As incertezas associadas a condutividade t´ermica foram obtidas com base no guia para a express˜ao da incerteza de medi¸c˜ao [44]. As incertezas de uma grandeza real podem ser classificadas como:

- Incerteza tipo A, s˜ao avaliadas por m´etodos estat´ısticos;

- Incerteza tipo B, avaliadas por outros meios como por exemplo a incerteza associada ao equipamento de medi¸c˜ao;

(50)

σC2 = q

σ2

A+ σB2 (6.4)

Seja k = f (α, ρ, cp) uma fun¸c˜ao das medidas experimentais e sua incerteza ´e

dada por: ∆k = s  ∂k ∂α · ∆α 2 + ∂k ∂ρ · ∆ρ 2 + ∂k ∂cp · ∆cp 2 (6.5) Onde ∆α, ∆ρ e ∆cp s˜ao as incertezas associadas as medidas experimentais α, ρ e

cp respectivamente. Tais incertezas foram obtidas conforme an´alise de repetitividade

(51)

Cap´ıtulo 7

Resultados e Discuss˜

oes

Nesse cap´ıtulo s˜ao apresentados os resultados obtidos no desenvolvimento do trabalho. Inicialmente os valores obtidos experimentalmente para as propriedades termof´ısicas ser˜ao apresentados. Em seguida, a solu¸c˜ao do problema direto e as suas verifica¸c˜oes s˜ao apresentadas. Por fim, a estimativa via inferˆencia Bayesiana do fluxo de calor na ferramenta ´e realizada, utilizando-se medidas simuladas de temperatura. Todas as simula¸c˜oes computacionais realizadas foram feitas em MATLAB .R

7.1

Propriedades Termof´ısicas

Os resultados obtidos para Massa Espec´ıfica s˜ao apresentados abaixo.

Tabela 7.1: Resultados experimentais para densidade da ferramenta de brunimento.

Experimento Massa fora d’´agua Massa dentro d’´agua Massa Espec´ıfica

[g] [g] [g/cm3] 1 1,7530 0,2387 7,31738 2 1,7531 0,2384 7,2964 3 1,7530 0,2401 7,2747 4 1,7530 0,2412 7,2416 5 1,7529 0,2392 7,3017

O valor m´edio obtido para a densidade da feramenta, tomando-se a medida das cinco repeti¸c˜oes foi ρ = 7, 2863g/cm3, com desvio padr˜ao igual a 0,0293. A incerteza

da balan¸ca utilizada no experimento ´e 0, 01%, ou seja, 0, 0007g/cm3.

Considerando a m´edia dos dez pulsos de energia para cada temperatura ava-liada, na tabela 7.2 s˜ao apresentados os valores m´edios da difusividade t´ermica da ferramenta de corte, nas temperaturas de 25◦C, 50◦C, 75◦C e 100◦C. Nesta tabela tamb´em s˜ao apresentados os desvios-padr˜ao das medidas em cada temperatura, as-sim como os coeficientes de correla¸c˜ao dos dados experimentais em rela¸c˜ao ao modelo Cowan com corre¸c˜ao de pulso.

(52)

Tabela 7.2: Resultados para difusividade t´ermica.

Temperatura M´edia Desvio Padr~ao Correla¸c~ao [◦C] [mm2/s] [mm2/s] [Cowan+PC]

25 8,2221 0,2370 98,4339% 50 8,0439 0,2404 99,2018% 75 8,1193 0,2246 99,5317% 100 7,9100 0,2400 99,6383%

Observando os resultados m´edios, verificou-se que os valores da difusividade t´ermica n˜ao apresentaram grandes varia¸c˜oes em rela¸c˜ao a varia¸c˜ao de tempera-tura. Sendo assim, neste trabalho foi usado, um valor m´edio para essa propriedade α = 8, 0738mm2/s, com desvio padr˜ao igual a 0, 2541.

Na figura 7.1 observa-se o resultado do d´ecimo pulso de energia na temperatura de 25◦C com valor da difusividade t´ermica igual a 7, 361mm2/s.

Figura 7.1: Difusividade T´ermica - M´etodo Flash

Atrav´es do DSC foi obtida a curva do calor espec´ıfico para um aquecimento realizado durante 15,24 minutos de uma temperatura 22, 568◦C at´e 54, 568◦C, como pode ser observado na figura 7.2.

(53)

Figura 7.2: Calor Espec´ıfico - DSC

O valor m´edio obtido para o calor espec´ıfico da ferramenta foi cp = 0, 4947J/gK,

com desvio padr˜ao igual a 0,0510.

Considerando os valores das propriedades termof´ısicas constantes obtidos das m´edias dos experimentos realizados e aplicando a equa¸c˜ao 6.3, o valor da con-dutividade t´ermica foi obtido k = 29, 1023W/mK Para α = 8, 0738 × 10−6m2/s,

ρ = 7, 2863 × 106g/m3 e c

p = 0, 4947J/gK

As incertezas associadas as propriedades termof´ısicas analisadas nesse traba-lho s˜ao descritas na tabela abaixo:

Tabela 7.3: Incertezas associadas as propriedades termof´ısicas.

M´edia Estat´ıstica Equipamento Combinada Intervalo 99% [σA] [σB] [σC]

α = 8, 0738mm2/s 0,2541 0,0500 0,2590 ±0, 6672mm2/s

ρ = 7, 2863g/cm3 0,0293 0,0001 0,0293 ±0, 0755g/cm3

cp= 0, 4947J/gK 0,0510 0,0500 0,0503 ±0, 1296J/gK

Propagando as incertezas das medidas experimentais, foi determinada a incerteza da condutividade t´ermica k = 29, 1023 ± 7, 9965W/mK

7.2

Problema Direto

Para determina¸c˜ao do campo de temperatura na ferramenta analisada, se faz necess´ario o conhecimento das caracter´ısticas do problema como, geometria, propri-edades f´ısicas, condi¸c˜ao inicial e condi¸c˜oes de contorno e termo fonte de energia.

O processo de brunimento ´e modelado pelas vari´aveis dispon´ıveis na literatura e aplicados na ind´ustria automotiva, de modo que a f´ısica do problema seja pr´oxima da realidade.

Referências

Documentos relacionados

No entanto este ácido gordo não é tão determinante para a obtenção de posturas com ovos viáveis de qualidade, como indicam os resultados obtidos quanto às taxas de viabilidade

crianças do pré́-escolar e dos seus determinantes, assim como a avaliação do efeito de um programa de escovagem diária na escola no estado de saúde oral (índice

Nesse mesmo período, foi feito um pedido (Processo do Conjunto da Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro nº 860-T-72) pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil e pelo Clube de

O Documento Orientador da CGEB de 2014 ressalta a importância do Professor Coordenador e sua atuação como forma- dor dos professores e que, para isso, o tempo e

Todas as outras estações registaram valores muito abaixo dos registados no Instituto Geofísico de Coimbra e de Paços de Ferreira e a totalidade dos registos

F REQUÊNCIAS PRÓPRIAS E MODOS DE VIBRAÇÃO ( MÉTODO ANALÍTICO ) ... O RIENTAÇÃO PELAS EQUAÇÕES DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES ... P REVISÃO DOS VALORES MÁXIMOS DE PPV ...

As questões acima foram a motivação para o desenvolvimento deste artigo, orientar o desenvol- vedor sobre o impacto que as cores podem causar no layout do aplicativo,

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se