TÉCNICAS E
INSTRUMENTOS NA COLETA
DE DADOS DA PESQUISA
QUALITATIVA
Para
coletar
informação
a
propósito
de
fenômenos humanos
,o pesquisador pode :
-
CONSULTAR DOCUMENTOS
SOBRE A
QUESTÃO
-ENCONTRAR ESSA INFORMAÇÃO
OBSERVANDO O PRÓPRIO FENÔMENO
-INTERROGAR PESSOAS QUE O CONHECEM
Instrumentos
Em geral, os instrumentos de coletas de dados
podem ser divididos em:
Estruturados
Semi-estruturados
Estruturados
São aqueles instrumentos de coleta cujas partes
estão planejadas em uma seqüência rigorosa e
previamente determinada.
Semi-estruturados
São aqueles instrumentos de coleta que possuem
algumas partes já sistematizadas previamente,
mas que possuem outras “abertas”, que podem
ser adaptadas/modificadas ao longo da entrevista
(trabalho de campo).
Não-estruturados
São aqueles instrumentos focados estritamente no
depoente, sem um direcionamento prévio, além
da manifestação espontânea do sujeito.
Abertas/ Não estruturadas
São as que permitem ao informante responder
livremente, usando linguagem própria para emitir
opiniões
Semi-estruturadas/
Semi-abertas/Semi-fechadas
São perguntas pontuais, direcionadas para um
determinado aspecto específico.
Vantagens das perguntas fechadas/ estruturadas:
Conjunto de alternativas de resposta é uniforme
Lista de possibilidades de resposta tende a tornar a pergunta mais clara
Evita-se respostas estranhas ou irrelevantes
Exemplos:
Qual a sua formação escolar? ___ ensino médio incompleto
ou menos
___ ensino médio completo ___ superior incompleto ___ superior completo ___ pós-graduação
Quantos abortos você já fez? ___ nenhum ___ um ___ dois ___ três ___ quatro ___ cinco ou mais
Desvantagens das perguntas fechadas/estruturadas:
Seleção de resposta ao acaso por incerteza ou incompreensão da pergunta
Não permitem distinções sutis entre os entrevistados
Exemplos de Questões Fechadas/Estruturadas:
1.
Marque com um ‘X’ o tipo de estabelecimento que você
cursou o Ensino Fundamental (no formulário
pergunta-se) :
1 Todo em escola pública 2 Todo em escola particular
3 Maior parte em escola pública 4 Maior parte em escola particular 5 Escolas comunitárias
Exemplos de Questões Fechadas/Estruturadas:
1.
Qual o ramo de atividade de sua organização?
1 Indústria
2 Comércio
3 Serviços
4 Agropecuária 5 Outro tipo
Exemplos
Questões
Mistas
(Semi-abertas
e
Fechadas/Semi-estruturadas):
1.
Usa computador com que finalidade ?
1 Lazer
2 Trabalhos escolares 3 Trabalhos profissionais 4 Outra finalidade
5 Não uso
6 Não sei responder
Se optou pelo numero 4, explique qual a finalidade de uso: ______________________________________________
Exemplos
Questões
Mistas
(Semi-abertas
e
Fechadas/Semi-estruturadas):
1.
A rede Internet é excelente para?
1 Bater papo com os amigos no Orkut 2 Realizar trabalhos de pesquisa escolar
3 Pesquisar informações para o meu trabalho 4 Outra opção
5 Não uso Internet 6 Não sei responder
Se optou pelo numero 4 explique: _________________ ____________________________________________
É uma série ordenada de perguntas que devem ser
respondidas por escrito pelo informante.
Deve ser objetivo, limitado em extensão e estar
acompanhado de instruções.
As instruções devem esclarecer o propósito de sua
aplicação, ressaltar a importância da colaboração
do informante e facilitar o preenchimento.
Vantagens em relação à entrevista:
Possibilita atingir maior número de elementos em
menor tempo
Menor custo com pessoal
Maior conveniência para o entrevistado
Menor influencia dos entrevistadores
Limitações em relação à entrevista
Limitado a entrevistados que sabem ler e escrever
Não permite ajuda do pesquisador na interpretação das perguntas Impede conhecimento das circunstancias em que o dado foi coletado Baixo índice de retorno
Exige preocupação extra com o tamanho do questionário
•
o questionário deverá ser construído em blocos temáticos
obedecendo a uma ordem lógica na elaboração das
perguntas;
•
a redação das perguntas deverá ser feita em linguagem
compreensível ao informante.
•
A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de
interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta;
.
N° de questões:
- Deve-se levar em consideração o interesse dos entrevistados em responder o questionário.
- Alguns autores sugerem no máximo 30 perguntas.
Ordem das perguntas:
-Técnica de funil
Cada questão deve relacionar-se com a antecedente e apresentar maior especificidade.
Ex.:
Quais você acredita que sejam os principais problemas com que se defronta o país?
Dos problemas mencionados a seguir, qual você acredita que seja o mais importante?
Onde você obteve a maioria das informações acerca desse problema? - Seqüência lógica e racional
Prevenção de deformações
Perguntas que denotam julgamento
- dão respostas socialmente aceitas com medo de serem julgados
Construção do questionário
Apresentação do questionário:
-Instruções de preenchimento - Apresentação da pesquisa –
entidade realizadora, tema de estudo, objetivos, etc.
Construção do questionário
Texto ou declaração introdutória deve:
Identificar a organização ou entidade que conduz o estudo.
Estabelecer os objetivos e metas do estudo.
Apresentar a base da seleção da amostra.
Demonstrar a importância dos resultados para os próprios entrevistados.
Valorizar a participação do pesquisado.
Demonstrar que todas as respostas são valiosas: não há respostas corretas ou incorretas.
Estimar o tempo necessário à condução do questionário.
Por correio ou e-mail: incluir instruções para devolução.
Por telefone ou pessoalmente: solicitar permissão para prosseguir com as perguntas.
É um meio termo entre questionário e entrevista.
É apresentado por escrito, como no questionário, mas é você quem assinala as respostas que o respondente dá oralmente.
É uma coleção de questões anotadas por um entrevistador numa situação face a face com a outra pessoa (o informante).
Exemplo de Questões Abertas:
1.
O que você entende por competências e
habilidades profissionais? Explique.
2.
Com relação a questão anterior, você
considera que elas podem ou não serem
adquiridas?
EXEMPLOS DE TÉCNICAS DE COLETA DE
DADOS
•Entrevista Individual em Profundidade/Grupo Focal
•Formulário/ Questionário
ENTREVISTA
É uma conversa a dois, feita por iniciativa do entrevistador, destinada a fornecer
informações pertinentes a um objeto de pesquisa.
TIPOS DE CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DA
ENTREVISTA
•Semi-estruturada: é aquela em que o entrevistador
segue um roteiro com perguntas mais direcionadas aos
objetivos/perguntas pontuais.
• Não estruturada/aberta: o entrevistado tem liberdade
para desenvolver cada situação em qualquer direção que
considere adequada em virtude da pergunta aberta.
INSTRUMENTOS NA PESQUISA QUALITATIVA
ROTEIRO DE ENTREVISTA PARTE 1 – PERFIL DOS SUJEITOS
Idade Gênero
Escolaridade Etc.
PARTE 2 – QUESTÕES ESPECÍFICAS O que é saúde para o Sr./Sra.?
O que o Sr./Sr.ª faz para ter saúde?
O que o Sr./Sra. faz quando tem algum problema de saúde? E quando alguém da sua família adoece, o que o Sr./Sra. faz?
MEDIDAS EXIGIDAS PARA A PREPARAÇÃO
DA ENTREVISTA
•Conhecimento prévio do entrevistado • Condições favoráveis(ambiente)
• Contato com líderes do local (para autorização)
• Conhecimento prévio do campo
• Preparação específica (gravação: pilhas novas, teste do gravador, bloco de notas, termo de consentimento livre e
Vantagens
Possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social
É eficiente na obtenção de dados em profundidade
Não exige que o entrevistado saiba ler ou escrever*
Possibilita obtenção de maior número de respostas*
Maior flexibilidade*
Permite a avaliação de informações não previstas no questionário tais como: expressão corporal; tonalidade da voz; declarações extras; etc.*
* Vantagens em relação à questionários auto-aplicáveis
PRINCIPAIS PROBLEMAS COM A
TÉCNICA DA ENTREVISTA
• Falta de motivação do entrevistado.
• Inadequada compreensão do significado das perguntas.
• Fornecimento de respostas falsas.
• Inabilidade do entrevistado para responder.
• Influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistador com o entrevistado.
Classificação das entrevistas com relação
à forma de aplicação
Telefônica
Face a face (pessoal)
Teleconferência
Internet
Mais comuns
ENTREVISTA
ENTREVISTA INDIVIDUAL EM
PROFUNDIDADE:
A
conversação
é
iniciada
por
um
tema
geral
sem
direcionamento do processo por parte do pesquisador.
O entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação
em qualquer direção que considere adequada.
Se caracterizam pela flexibilidade e por explorar ao máximo
determinado tema, exigindo da fonte subordinação dinâmica
ao entrevistado
ENTREVISTA INDIVIDUAL EM
PROFUNDIDADE:
Validade e confiabilidade
A obtenção de confiabilidade é baseada na descrição
pormenorizada dos procedimentos de operacionalização
das entrevistas e uso fundamentado e consistente das
respostas obtidas.
Como fazer:
Antes
-o informante deve ser estimulado a escolher o local e o horário. É fundamental atender às condições do entrevistado;
-o ambiente de trabalho do informante pode ser adequado se ajudá-lo a se sentir confortável, mas não deve haver ouvintes e interrupções; -planeje a seqüência das entrevistas, examine detidamente o roteiro de perguntas, faça uma planilha com nomes, datas, locais e horários das entrevistas;
Como fazer:
Início
-comece a entrevista perguntando sobre os dados básicos do
entrevistado, se não possuí-los: nome, função, tempo de experiência, idade, formação, descrição das atividades ou do papel que
desempenha.
-busque o estabelecimento de um ambiente de naturalidade, confiança mútua e interesse;
-faça uma apresentação informal e curta sobre seu trabalho e objetivo. -Informe o tempo que deverá durar e se será gravada;
Como fazer:
Durante
-deixe o informante à vontade
Ele deve ser estimulado a fazer o relato de como percebe o assunto, a falar franca e livremente.
-Seja cordial, busque empatia, tenha e demonstre interesse pelo que ele sabe e pensa.
- Estimule a expressão e seja permissivo desde que isto facilite a obtenção de informações.
- Assuma o papel de ouvinte curioso e o estimule a abordar com naturalidade cada questão;
Como fazer:
Durante
-respeite o entrevistado e desperte sua confiança, mesmo que não concorde com ele.
-Não tente ser astuto, nem convencer, induzir, orientar ou sugerir que está errado.
- O entrevistador deve obter informações e não discutir, conscientizar ou esclarecer o entrevistado.
- O ideal é que o entrevistado perceba seu interesse, não sua opinião; -o entrevistador pode estimular a reflexão, detalhamento ou explorar as contradições do próprio entrevistado. Para isso, frases como
Como fazer:
Durante
-lembre-se de que nem sempre o entrevistado sabe responder de maneira precisa.
-Dê o tempo necessário, mantendo-se em silêncio e não demonstrando impaciência;
-Cada entrevistado é único e exige compreensão, paciência e flexibilidade; -explique e pergunte sobre conceitos e vocábulos caso possa haver dúvida. Muitas vezes, as palavras utilizadas pelo entrevistado possuem significado diferente para o informante, gerando interpretações equivocadas.
Exemplo: “a Senhora disse que se sente como um menino que ganhou um doce. O que a senhora quer dizer com isso?”;
Como fazer:
Durante
-faça apenas uma pergunta de cada vez;
-o fato do entrevistado não saber responder já é uma resposta. Também deixe claro ao informante que não há problema se não souber algo, fazendo
perguntas que não exijam afirmação de conhecimento;
-não tenha pressa. Siga o tempo da fonte. Silêncios e pausas podem ser proveitosos para o entrevistado refletir ou recordar;
-se tiver dúvidas se foi suficientemente compreendido, repita a pergunta. Do mesmo modo, se a resposta não for evidente, peça esclarecimentos;
-não se perca em detalhes apenas curiosos, nem ceda à tentação de
perguntas-carona, interessantes, mas irrelevantes à questão de pesquisa. - A entrevista é uma ótima situação de interação para aprendizagem mútua, mas exige rigor na condução.
Como fazer:
Além das respostas
-observe o ambiente onde se dá a entrevista, a relação que se estabelece entre as pessoas, a forma como o entrevistado se comporta, seus movimentos, ênfases, silêncios, pausas, gestos. - Os aspectos relacionados ao comportamento do entrevistado e o contexto da entrevista ajudam a complementar a informação
semântica, aquilo que se torna explícito verbalmente.
-As circunstâncias podem ser muito úteis para ajudar o pesquisador a descrever e analisar seu objeto de pesquisa;
Como fazer:
Ao final
-procure deixar para o fim as perguntas mais sensíveis ou complexas. Mas evite correr o risco de que o entrevistado canse ou a entrevista seja interrompida antes;
-uma entrevista em profundidade pode durar mais de 30 minutos sem aborrecer o entrevistado. Claro que diferentes variáveis podem alterar este indicador;
-não conclua abruptamente a entrevista.
- Antes de agradecer, dê indicações de que está terminando. Você também pode perguntar se o entrevistado gostaria de complementar alguma questão ou acrescentar algo.
Como fazer:
Anotações
Anotações sobre questões centrais, dúvidas, aspectos relevantes, detalhes que não tenham sido verbalizados ou mesmo idéias que surjam e possam ser esquecidas devem ser feitos, inclusive quando há gravação.
É importante transcrever imediatamente as anotações, registrar comentários, observações, de maneira a não esquecer pontos essenciais ou perder os registros.
Como fazer:
A gravação
-possibilita o registro literal e integral.
-É importante demonstrar que irá usar o gravador e verificar se o entrevistado não se sente desconfortável.
-Embora possa eventualmente levar à desconfiança ou ser inibidor nas primeiras perguntas, em geral a fonte rapidamente responde com naturalidade.
- É interessante deixá-lo em local visível, mas discreto ao olhar. -O gravador possui a vantagem de evitar perdas de informação, minimizar distorções, facilitar a condução da entrevista, permitindo fazer anotações sobre aspectos não verbalizados.
Como fazer:
A gravação
Hoje dispomos de smarphones e aparelhos de mp3.
Será necessário manter os equipamentos carregados e posteriormente baixar programas de software para converter numa extensão que possa ser ouvida no computador, facilitando a transcrição.
Como fazer:
Além das respostas
- cruze todas as informações de maneira a ser convicto em seu relato de pesquisa.
-Verifique a consistência da argumentação e das informações das fontes durante a própria entrevista e busque sua coincidência e
articulação com outros relatos e documentos no momento da redação; -lembre-se do marco teórico de seu trabalho durante a entrevista.
-evite a tentação de buscar e valorizar apenas informações que confirmem seus pressupostos.
Construção do roteiro/ou perguntas
norteadoras para entrevistas individuais
e em profundidade
ROTEIRO DE ENTREVISTA INDIVIDUAL E EM PROFUNDIDADE PARTE 1 – PERFIL DOS SUJEITOS
Idade Gênero
Escolaridade Etc.
PARTE 2 – QUESTÕES NORTEADORAS
COMO É SER ALUNO DO TERCEIRO ANO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM?
COMO ESTÁ SENDO PARA VOCÊ CURSAR O TERCEIRO ANO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM?
O pesquisador pode usar algumas táticas para realizar a entrevista INDIVIDUAL EM PROFUNDIDADE:
Tática do silêncio – o pesquisador deve saber ficar calado no momento adequado, contudo, isso não pode ser confundido com desatenção ou desinteresse.
Tática da animação e elaboração – realizar todo tipo de observação, ruídos e gestos que permitem ao entrevistado perceber que deve continuar falando.
Tática da reafirmação e repetição – tentar obter informações adicionais, mediante a repetição de expressões emitidos pelo entrevistado.
Tática da recapitulação – tentar levar o entrevistado a relatar novamente alguma informação organizada de forma cronológica.
Tática do esclarecimento – solicitar a seqüência de passos ou solicitar esclarecimento sobre algo que não ficou claro.
PRÉ-TESTE DOS INSTRUMENTOS
• Inconsistência ou complexidade das questões.
• Ambigüidades ou linguagem inacessível.
• Perguntas supérfluas ou que causem embaraço ao informante.
• Questões que estão em uma sequencia irracional.
DÚVIDAS QUANTO A PESQUISA QUALITATIVA
Quantas pessoas devo entrevistar na pesquisa qualitativa?
Um dos critérios usualmente adotados é o da saturação teórica
Quando o conteúdo expresso pelos pesquisados começa a se repetir, o pesquisador para de coletar dados.
Desta maneira, freqüentemente, é impossível prever, no momento deelaboração do projeto, qual o número de pesquisados a serem incluídos no estudo.
Uma exceção :
•DÚVIDAS QUANTO A PESQUISA QUALITATIVA
•Quantas pessoas devo entrevistar na pesquisa qualitativa?
É normal que após algumas entrevistas diminuam as novidades, passando a haver repetição de informações.
Isto significa que já existe uma coerência interpretativa nas respostas.
Como a variabilidade se reduz, o pesquisador pode aproveitar para obter detalhes, exemplos, afirmações que ajudem a sustentar e articular as informações e antecipar a redação do relatório;
DÚVIDAS QUANTO A PESQUISA QUALITATIVA
•Os sujeitos...
São intencionais... Não é aleatório... • Critérios de inclusão e exclusão
Conceituando Grupo Focal
“uma técnica de Pesquisa na qual o
pesquisador reúne,
num mesmo local
e
durante um
certo período
, uma determinada
quantidade de pessoas que fazem parte do
público-alvo de suas investigações
, tendo
como objetivo
coletar, a partir do diálogo e do
debate com e entre eles, informações acerca
de um tema específico
”.
GRUPO FOCAL
Trabalha com a
reflexão expressa através da
“fala” dos participantes
, permitindo que eles
apresentem,
simultaneamente,
seus
conceitos, impressões e concepções sobre
determinado tema.
Em decorrência, as informações produzidas
ou
aprofundadas
são
de
cunho
essencialmente qualitativo.
Grupo Focal
É uma técnica que cria uma
atmosfera
informal de maneira intencional
,
encorajando
os sujeitos a falarem sem restrições
sobre
comportamentos, atitudes e opiniões que
possuem sobre um determinado fenômeno
(Berg, 2004).
Grupo Focal
A relevância:
Está na interação entre o grupo.
As perspectivas individuais
se convergem e divergem
de posicionamento sobre as questões
, permitindo
identificar
não
apenas
as
diversas
visões
de
determinado assunto, mas também
a interação dos
diferentes olhares.
Grupo Focal
Vantagens:
Oferece maior possibilidade para
pensar
coletivamente
uma temática;
Permite que
os comentários de um faça emergir
a
opinião de outros;
Por serem socialmente construídas num ambiente
permissivo e não constrangedor,
facilita a
manifestação de emoções.
Assim, os pesquisadores podem
observar como a
controvérsia vem à tona e como os problemas
são
resolvidos frente a uma determinada temática.
Número de participantes
Do ponto de vista operacional:
Para
Debus
(1997),
Dall’agnol e Trench
(1999), Lervolino e Pelicione (2001), Meier e
Kudlowiez (2003): o número de participantes
deve variar
de oito a dez pessoas.
Para Minayo (1996),Chiesa e Ciampone (1999)
e Morgan (1997): o ideal é que o total oscile
entre um mínimo de
seis e um máximo de
doze pessoas.
Escolha dos Participantes
Do ponto de vista operacional:
Os participantes são escolhidos a partir de um
determinado grupo,
cujas idéias e opiniões
são do interesse da pesquisa
(Minayo, 1996).
PARTICIPANTES: regras importantes
Os sujeitos devem ser avisados e
convidados com
antecedência
e devidamente esclarecidos sobre o
tema abordado e os objetivos da pesquisa.
Os
critérios utilizados na seleção
dos componentes
de cada grupo devem estar
vinculados aos objetivos
e aos resultados
que a pesquisa deseja alcançar.
Número de encontros
Do ponto de vista operacional
Em relação ao
número de encontros
:
varia de acordo com a complexidade da
temática
e o interesse da pesquisa, podendo
ser
alterado
após
análise
conjunta
(do
moderador
e
observador)
dos
dados
coletados.
Número de encontros
Do ponto de vista operacional
Técnica que visa à coleta de dados qualitativos:
o número de Grupos Focais a ser realizado
não é rigidamente determinado por fórmulas
matemáticas
Mas... pelo esgotamento dos temas, não se
prendendo, portanto,
a relações de amostra
probabilística.
Número de encontros
Do ponto de vista operacional
A abrangência do tema pode exigir
uma ou
várias sessões de discussão
(Cruz Neto,
Moreira e Sucena, 2002; Minayo, 1996).
Local
Do ponto de vista operacional
O local
Deve ser neutro, isto é, fora do ambiente de
trabalho e/ou convívio dos participantes e de
fácil acesso.
Livre de ruídos, com isolamento acústico,
possibilitando a captação das falas (Meier e
Kudlowiez, 2003).
Mediador e Observador
Do ponto de vista operacional
É necessário a participação de um Mediador e
um Observador.
De acordo com Cruz Neto, Moreira e Sucena
(2002), o mediador é responsável pelo início,
pela motivação, pelo desenvolvimento e pela
conclusão dos debates.
Função do mediador:
-
favorecimento da integração
dos participantes;
-
garantia de
oportunidades equânimes
a todos;
-
o
controle do tempo de fala de cada participante
e de
duração do Grupo Focal;
-
incentivo e/ou arrefecimento
dos debates;
-
valorização da diversidade de opiniões
;
-
respeito à forma de falar dos participantes
;
-
abstinência de posturas influenciadoras
e formadoras
Função do mediador:
Mediador: A função-chave da técnica.
É o único que neles
deve intervir e que pode interagir
com os participantes.
A qualidade dos dados e das informações levantados
no
GF
está
intimamente
vinculada
a
seu
desempenho, que se traduz
.
Função do observador:
-analisar e avaliar o processo de condução do
Grupo Focal, atendo-se aos participantes
isoladamente e em suas relações com o
Mediador.
Função do observador:
Deve registrar também:
-
a
linguagem não verbal
dos participantes,
como,
por
exemplo,
tons
de
voz,
expressões faciais e gesticulação.
-
O material produzido não precisa ser a
transcrição literal das falas
- mas sim um rol
de posturas, idéias e pontos de vistas
que
Função do observador:
Suas anotações devem ter como meta:
a constante melhoria da qualidade do trabalho e a
superação dos problemas e dificuldades enfrentados
Anotará:
-;
se cada participante sentiu-se à vontade diante dos
profissionais
-se houve
integração
entre os participantes;
-se eles
compreenderam corretamente o intuito da
pesquisa
e a forma como as funções do Mediador
foram exercidas.
GRAVAÇÃO
Para Cruz Neto, Moreira e Sucena (2002) deve haver
um
Operador de Gravação
que tem como função
destinada à gravação integral – de acordo com o
equipamento disponível - dos debates.
Para Barbour (2009) :
o melhor é posicionar o gravador em uma mesa no
centro do grupo
, e quanto menos complicado for o
equipamento, menos chance de ter problemas.
GRAVAÇÃO
Hoje no mercado, há equipamentos modernos,
compactos e discretos de gravação, porém é
importante que o pesquisador esteja
familiarizado
com o equipamento antes de usá-lo
com um Grupo
Focal.
TEMPO DE DURAÇÃO DO GF
Geralmente o tempo de duração de uma reunião
não
deve ultrapassar de uma a uma hora e meia
para o
debate (Schrimshaw,1986).
Para Dawson et al (1992) o tempo de duração dos
Grupos Focais,
deverá oscilar entre uma a duas
horas.
ROTEIRO DE PERGUNTAS
Consta de uma lista de temas e questões
qualitativas e abrangentes.
Deve favorecer a discussão:
-
servindo de roteiro para o moderador
-
facilitando a condução do trabalho grupal ao
encontro dos objetivos da pesquisa
-
A elaboração desse instrumento requer do
moderador habilidade, dedicação e clareza dos
objetivos do estudo
(Meier e Kudlowiez, 2003).
Exemplo de ROTEIRO DE
PERGUNTAS para o GF
1. Como são escolhidos os temas do conteúdo a serem ministrados em HIV/AIDS?
2. Como vocês abordam os temas em HIV/AIDS em sala de aula?
3. Como vocês definem a responsabilidade do docente em relação ao ensino de HIV/AIDS?
4. Qual a compreensão que vocês têm da relação entre o conteúdo de HIV/AIDS ministrado e uma educação que incentive a cidadania?
5. Na sua prática pedagógica, existe um enfoque para unir saberes, ou seja, ligar e inter-relacionar informações para o enfrentamento da realidade relacionada ao ensino