• Nenhum resultado encontrado

ESPAÇOS JAPONESES NA MEMÓRIA E CULTURA DE BAURU: O UNDOKAI COMO EXPRESSÃO DE IDENTIDADE (2009 a 2019).

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ESPAÇOS JAPONESES NA MEMÓRIA E CULTURA DE BAURU: O UNDOKAI COMO EXPRESSÃO DE IDENTIDADE (2009 a 2019)."

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

“ESPAÇOS JAPONESES” NA MEMÓRIA E CULTURA DE BAURU: O UNDOKAI COMO EXPRESSÃO DE IDENTIDADE (2009 a 2019).

ROSEMEIRE PEREIRA D´ÁVILA A trajetória dos imigrantes japoneses na região de Bauru remonta a 1914: a cidade tornava-se atrativa para migrantes e imigrantes pelo entroncamento ferroviário das Estradas de Ferro Sorocabana, Noroeste do Brasil e Paulista1 e pela acessibilidade à compra de terrenos postos à venda pelos fazendeiros, após a crise cafeeira em 1929. Um dos primeiros japoneses a chegar à Bauru foi o Sr. Massaki Kuwana, vindo de Kôti. Em seguida, o Sr. Issoshiti Sawao, estabelecendo-se no ramo de hotelaria em frente à estação da NOB2. O seguinte, Sr. Jitsutaro Yanagui, monta uma mercearia. De modo que em 1923, havia em Bauru 23 famílias, sendo que 10 eram da Ilha de Okinawa que, com técnicas japonesas, cultivavam legumes e hortaliças. Como se vê, nem todos se dedicaram de início ao trabalho nas fazenda de café. Segundo Kobayashi (2008), vieram com o objetivo de plantar algodão, por isso, à princípio, instalaram-se na zona rural, indo direto para a fazenda Brasília trabalhar na lavoura. No recenseamento de 1923, 14 famílias estavam na zona urbana e 17 na zona rural (KOBAYASHI, 2008:3).

Esses imigrantes nipônicos que se fixaram na cidade sempre se preocuparam com a transmissão de suas tradições e valores culturais. Repensar esse passado, os esquecimentos e dar visibilidade a esses imigrantes na cidade de Bauru significa contribuir para definir as memórias da imigração. Nesse sentido, o foco dessa comunicação é analisar a festa do Undokai, atividade cultural realizada desde 1951, que faz parte dos bens imateriais e identifica os imigrantes nipônicos na cidade de Bauru. A fonte utilizada para a pesquisa foram reportagens publicadas sobre a organização e o acontecimento dessa festa no periódico Jornal da Cidade de Bauru, no período de 2009 a 2019.

1 A Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada em Bauru, em 1905, ligava Sorocaba à São Paulo; a Estrada de

Ferro Noroeste do Brasil, foi inaugurada em 1906 e a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que ligava Itirapina à Panorama, às margens do Rio Paraná, foi inaugurada em 1910.

(2)

Antes, porém, convém falar sobre suas origens: a cidade estrutura-se em um entroncamento ferroviário, fazendo com que houvesse uma intensa circulação de pessoas e mercadorias. Novos moradores chegavam, diariamente, de diversos destinos aproveitando-se desse entroncamento, fazendo com que a cidade se tornasse o polo central do Estado. A procura era tanto para fixar-se na cidade, quanto para realizar compras, devido à diversificação do comércio e a prestação de serviços oferecidos: e alguns nipônicos aproveitaram essas oportunidades, como se vê.

A construção de uma nova ferrovia vinha suprir a necessidade de unir o Estado de Mato Grosso ao restante do país. Tratava-se, portanto, segundo Ghirardello (2020), de um projeto geopolítico, uma vez que a ferrovia deveria seguir rumo ao Oceano Pacífico, dando ganho político ao Brasil, haja vista a recente derrota do Paraguai. Dessa forma, o Club de Engenharia no Rio de Janeiro, indicou a ponta final dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana em Bauru, como o melhor local para início da nova ferrovia. As obras da NOB tiveram início em 1905 e o projeto geopolítico cedeu lugar à nova realidade que se apresentava: abertura de terras para lavouras de café em São Paulo3. Os custos dos 1272 km da implantação da NOB foram a dizimação de tribos indígenas inteiras, morte de centenas de operários, devastação da mata nativa e ocupação ilegal de terras devolutas (GHIRARDELLO, 2020). Mas, novas cidades emergiram e outras se desenvolveram, seguindo os trilhos da Noroeste e também da Sorocabana, não só com as lavouras cafeeiras, mas também com culturas de algodão após a década de 30.

A partir do momento em que se decide pela instalação dos trilhos da NOB em Bauru, Ghirardello (2018) esclarece que se intensificaram os investimentos na cidade. “O acampamento dá lugar a uma cidade estável, com linguagem arquitetônica mais eclética” (GHIRARDELLO, 2018: 71). As empresas de São Paulo, responsáveis pelo projeto de construção de uma nova praça, fizeram a decoração. A nova matriz foi erguida em 1915, num terreno ao lado e não mais no centro (GHIRARDELLO, 2018: 72).

3 O avançamento dos trilhos e o desbravamento de novas terras para a cafeicultura significaram o enfrentamento

de três desafios: a fronteira infinita, os “índios ferozes” e as doenças paludosas. Mas, poucos se arriscavam a adentrar no sertão inexplorado. O caso foi resolvido com o recrutamento forçado de mão de obra semiescrava e de criminosos (desocupados, assassinos e ladrões) oriundos de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos, os quais chegavam ao avançamento dos trilhos da NOB sob escolta policial. PINHEIRO, Paulo Sérgio. Estratégias da Ilusão. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

(3)

A igreja, estrategicamente, fora do centro4 dava lugar a uma larga rua que se iniciaria

em outra praça: a Praça Machado de Melo, construída em frente à Estação da NOB - a princípio, um grande areão como via de acesso à estação. Ao redor dela, hotéis, restaurantes, bazares de secos e molhados, pequenas hospedarias e pequenas lojas instalaram-se abrigando o público que circulava no ir e vir em direção à gare da NOB. A cidade crescia e modificava-se, dando início a uma multiplicação de funções. Quanto às ferrovias, as construções tinham supervisão de técnicos e engenheiros paulistas e cariocas. Ao redor delas foram construídas “casas de alto nível para a época, para funcionários do alto escalão das empresas” (LIMA, 2008: 2). As casas dos operários deram origem à Vila operária, com campos de futebol, escola, dentista, cooperativa, alfaiataria, enfim, toda estrutura próxima ou dentro do conjunto da estação para controle dos operários, de seu tempo e de seu lazer. Para mais além, surgiram outras vilas, também em função das ferrovias que abrigavam as casas de centenas de funcionários, como a Vila Falcão, Nipônica, Independência, Bela Vista e Curuça. O entrelaçamento e as transformações alteravam o cotidiano: Lima (2008) afirma que não é exagero dizer que “a cidade é fruto do movimento ferroviário”. Segundo o autor, antes da chegada da ferrovia havia cerca de 500 pessoas: cinco anos após a implantação das três linhas, havia mais de dez mil habitantes na cidade (LIMA, 2008: 4). Havia alguns atrativos e “benefícios avançados para a época, como luz elétrica a partir de 1911, serviço de água e esgoto em 1912, telefone, bancos e um forte comércio” (GHIRARDELLO, 2008: 2).

A cidade modernizava-se graças à dinâmica de sua vida comercial, financeira e a instalação das ferrovias atraindo indivíduos de dentro e de fora: migrantes, principalmente da decadente região de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Nordeste que tentavam a vida na emergente cidade como caixeiros viajantes, comerciantes, sapateiros, agricultores. Também atraía imigrantes europeus (portugueses, italianos e espanhóis), sírios, libaneses e asiáticos

4 Segundo Ghiardello, passou a existir uma disputa entre a Câmara Municipal e a Igreja Católica, a Câmara tinha

poderes legais para intervir em solo público, mas a Igreja sendo proprietária do Patrimônio recusava-se a aceitar as propostas de desapropriação de ruas e praças (região que se valorizava atraindo comércio, atividades culturais e sociais) pertencentes à Matriz do Divino Espírito Santo (a qual interrompia a rua principal e eixo em direção às estações). Em tal transação o bispado exigia o valor de 15 contos de reis pela desapropriação e a Câmara insistia em 12 contos. Sem acordo, a capela foi declarada de utilidade pública e destruída em 1913 (GHIRARDELLO, 2018: 72). Apesar dos protestos causados pela destruição por parte dos conservadores descontentes e da excomunhão do bispo, foi elaborado um arrojado projeto de construção de um jardim e uma praça que “colocava a cidade em sintonia com o que havia de mais moderno à época e trazia pela primeira vez ao sertão do Estado uma contemporaneidade que se destacava em toda paisagem urbana” (GHIRARDELLO, 2018: 72).

(4)

(japoneses) para o trato nos cafezais, que começavam a seguir os trilhos das ferrovias para a emergente zona urbana de Bauru, em busca de trabalho nas oficinas das ferrovias, no comércio ou prestação de serviços. A presença desses indivíduos fez circular novas ideias e costumes, promovendo o desenvolvimento da região, porém, os espaços da cidade, no que se refere a seu projeto urbanístico, não teve nenhum tipo de planejamento.

Segundo Possas (2010), nesse início do século XX, a ferrovia representava um dos grandes instrumentos de progresso do sistema capitalista e como tal, um sinal de modernização. “A ferrovia acelera o tempo” ela muda a concepção de mundo, ela também acelera o processo de conhecimento do mundo com suas viagens rápidas (POSSAS, 2010: 3). Essa rapidez que vem na ponta dos trilhos das ferrovias fará com que o café da região seja escoado para vários portos. Segundo Lima (2008), com a decadência da produção cafeeira após a crise de 1929, ficou claro que a vocação de Bauru não era a agricultura ou indústria, mas a prestação de serviços e comércio. (LIMA, 2008: 4).

No período entre 1930 e 1940, a cidade apresentava-se menos agrária e com comércio mais dinâmico, sendo por isso menos atingida pela queda da bolsa em 1929 (GHIRARDELO, 2018: 68). Devido à posição estratégica da NOB no Estado, Getúlio Vargas, em 1938, manifesta o desejo de visitar as obras da ferrovia. A visita era constrangedora do ponto de vista de que o Estado de São Paulo havia se levantado em armas contra seu governo autoritário seis anos antes (GHIRARDELLO, 2020: 132). O local de recepção escolhido para o presidente foi a Fazenda Val de Palmas, segundo Naur de Castro5, lugar estratégico do

ponto de vista da segurança (longe da zona urbana) e de conforto (informação verbal). 6 Quanto aos japoneses, apesar das dificuldades, notadamente no período da II Guerra Mundial, souberam aproveitar as oportunidades que a vida lhes oferecia do outro lado do Atlântico. Com o decorrer do tempo, a terra natal foi se distanciando dos projetos idealizados

5 Entrevistado do professor e pesquisador Pedro Fernandes Ribeiro, filho do gerente geral da Fazenda Val de

Palmas no período de 1927 a 1941.

6 Segundo Ribeiro, a fazenda chegou a produzir três milhões de pés de café e tornou-se a segunda maior

produtora do país, a produção da fazenda e os milhares de trabalhadores que concentrava representavam mais um item na economia da cidade, a propriedade tinha cerca de 11.500 alqueires e uma estrutura de cidade, dividida em sete seções (cada uma com sua produção, com administração própria, interligadas com telefone e subordinadas a um gerente geral) abrigando: consultório médico, sala de cinema, restaurante, farmácia, escolas, hotel, oficina mecânica, carpintaria, olaria, máquinas de beneficiar café, igreja e um ramal com estação de trem para escoar a produção (RIBEIRO, 1995: 31).

(5)

por eles e a vida urbana na cidade de Bauru foi organizando-se em espaços de sociabilidade e em redes de solidariedade que inseriam aspectos culturais nipônicos na nova realidade.

Para isso criaram várias instituições formais e informais similares ao seu país de origem, com o objetivo de sedimentar certas tradições, nem sempre tão antigas como se supunha. Primeiramente, é preciso ressaltar que as tradições, enquanto práticas, são definidas, algumas delas, por Hobsbawm (1984) como “tradições inventadas”, que normalmente são reguladas por um conjunto de regras tácitas ou aceitas, sendo de natureza ritual ou simbólica. Tais tradições visam inculcar certos valores e normas no comportamento por meio da repetição, o que implica em continuidade em relação ao passado. Mas, há que se levar em conta que o termo “tradições inventadas” tem um sentido amplo, o qual inclui tanto as “tradições inventadas”, construídas informalmente e institucionalizadas, quanto as que surgem espontaneamente e que se tornam difíceis de se localizar num determinado período de tempo (HOBSBAWN, 1984: 9).

Tratando-se das tradições culturais dos imigrantes japoneses em Bauru, há uma certa insegurança e preocupação. Nora (1996) alertava para o grande medo do efêmero nas sociedades modernas, ou seja, a possibilidade do desaparecimento. Tal fato remete à ansiedade vivida no presente acompanhada de uma incerteza quanto ao futuro, por isso, o sentimento de continuidade é importante, fazendo com que haja “lugares de memória”. Tais lugares são híbridos, onde as manifestações culturais seriam revividas. Essa busca pela memória indica uma crise de identidade, que tem provocado um fortalecimento de determinadas formas culturais e manifestações populares, as quais correm risco de desaparecer. O autor alerta para uma certa revitalização, o que tem contribuído para o fortalecimento da identidade e aproximado a comunidade de sua própria história (NORA, 1996: 7). Conforme ressaltado, é inegável que as modificações alteram a dinâmica das festas e a preocupação dos nipônicos com suas tradições tem fundamento. Mas, é preciso levar em conta que o novo e o moderno não anulam a essência do que já existe e que a cultura é maleável.

A festa do Undokai está ligada às memórias da imigração japonesa em Bauru. Cabe frisar que o primeiro estudioso a ultrapassar o plano individual e se preocupar com o termo “memória coletiva” foi Halbwachs (2006), uma vez que as vivências do passado não estavam

(6)

materializadas em nossos corpos ou mentes, mas na sociedade. Nunca nos lembramos sozinhos, uma vez que a memória se esvai quando nos afastamos do grupo ao qual estávamos ligados: o indivíduo participa de dois tipos de memória, sendo a individual uma combinatória das inúmeras coletivas (HALBWACHS, 2006: 43). Portanto, para recordar, os indivíduos necessitariam recorrer às lembranças de outros (HALBWACHS, 2006: 72). Mas, é importante ter presente que para Bloch (1998) não é suficiente que os membros que compõem um grupo conservem no espírito as representações que dizem respeito ao passado do grupo. Para se lembrar é necessário que os membros mais velhos transmitam aos mais jovens essas representações. Bloch (1998) também alerta para a possibilidade das falsas recordações e enganos dentro da memória coletiva (BLOCH, 1998: 229 - 231). A importância e a responsabilidade dessas transmissões ficam claras na fala de Kijima, enquanto assistia a apresentação de Taikô do filho, na festa do Undokai: “São os pais que educam os filhos, não a escola ou funcionários. Isso é uma missão da família e vem de geração em geração. É um exercício cotidiano” (KIJIMA, G. M., 2014). Nas famílias orientais ou de descendência, a disciplina e respeito ainda são valores cultivados a serem transmitidos de pai para filho. Sabemos que a transmissão de tradições, de valores e de hábitos entre as gerações acabam interagindo com as práticas de sobrevivências econômicas, sociais e culturais. Daí a importância da comemoração desse evento na medida em que representa a possibilidade de manter costumes e princípios básicos da identidade.

De acordo com Vilhena (1997), o estudo do folclore e da cultura popular7 estão

ligados à construção do Estado – Nação, pois a cultura “(...) é o elemento simbólico que permite aos intelectuais tomar consciência e expressar a situação periférica que seus países vivenciaram” (VILHENA, 1997: 66-7, apud BEZERRA, 2012: 54). Mas, tanto para o imigrante europeu quanto para o japonês que se dirigiam ao Brasil, a realidade que se impunha em muitos casos era uma só: ilusões de enriquecimento fácil, uma dura realidade de vida nas fazendas de café, contratos adulterados, jornadas estafantes, baixa remuneração,

7 Para a compreensão do universo das festas, considera-se importante entender o que é cultura popular para

Chartier: “O popular não está contido em conjuntos de elementos que bastaria identificar, repertoriar e descrever. Ele qualifica um tipo de relação, um modo de utilizar objetos ou normas que circulam na sociedade, mas que são recebidos, compreendidos e manipulados de diversas maneiras. CHARTIER, Roger. “Cultura Popular”: revisitando um conceito historiográfico. Estudos Históricos, RJ, vol. 8, nº 16, 1995, p. 184. O popular enquanto prática e representação faz parte do viver cotidiano e está presente nas experiências dos sujeitos nas festas, rituais, crenças.

(7)

condições de vida precárias e opostas à sua cultura e regime de trabalho semiservil. Dessa forma, as tensões, fugas, conflitos e atritos entre imigrantes e fazendeiros eram uma constante. No caso do imigrante japonês, além do violento choque cultural (clima, língua, alimentação, condições de trabalho) havia ainda a inserção na sociedade brasileira que se deu de forma subalterna, como mão de obra justificada pelas elites como necessária, mas também considerados indivíduos indesejáveis.

Fatores como o nacionalismo do Estado Novo8, o expansionismo militarista japonês (ocupação da Manchúria), o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália somaram-se à questão política das cotas. Houve restrição à entrada de novos imigrantes a partir de 1934, uma política de restrições de línguas estrangeiras a partir de 1937 e proibição de circulação de jornais e periódicos estrangeiros, tudo com a finalidade de proteger a nacionalidade brasileira. Com a emergência da Alemanha Nazista, o velho problema da discussão racial acaba por colocar-se novamente sob o manto da eugenia, trazendo a tona à questão da concorrência entre nacionais e estrangeiros. O Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia, ocorrido em 1929, dedicou 12 parágrafos à questão dos imigrantes que passaram a ser um problema de ordem púbica e social ou "quistos étnicos” (TAKEUCHI, 2016: 39). Ainda trouxe a questão da aculturação, pois, idealiza a homogeneidade do imigrante nipônico: suas diferenças seriam características negativas, as positivas seriam as nacionais assimiladas e aculturadas, ou seja, as diferenças seriam “esmaecidas” e o outro seria “transformado” (SAKURAI, 2000: 31).

Bezerra (2012) recorre a Ortiz (1992) para esclarecer o fato de que existe no país a busca da nacionalidade associada à cultura popular, vista de forma subalterna e distinta da elite esclarecida. Tal compreensão acabou sendo legitimada por alguns intelectuais guardando certa “autenticidade nacional” perante os estrangeirismos (BEZERRA, 2012: 54).

Diante do exposto, pensamos que a festa do Undokai, como atividade cultural realizada desde 1951, parte dos bens imateriais dos imigrantes nipônicos na cidade de Bauru,

8 O fortalecimento do discurso de identidade nacional durante o Estado Novo (1937-1945), quando Getúlio

Vargas, assumiu o poder tornou-se tão autoritário no que tange às identidades regionais e locais (além das influências alienígenas, imigrantes que não falavam o idioma português) que preocupado com estas questões interétnicas, Cabral irá repensar o lugar de Santa Catarina no cenário nacional a partir da “invenção da acorianidade”, de fracassados economicamente eles se tornaram vitoriosos em termos culturais como forma de alterar a imagem incômoda de uma Santa Catarina estrangeira. GONÇALVES, J. Defender o patrimônio tradicional: a atuação dos folcloristas catarinenses entre 1948 e 1958. Patrimônio e Memória. São Paulo, Unesp, v.8, nº 2, p. 12-13, jul-dez, 2012.

(8)

representa uma prática de identificação que ultrapassou as barreiras do tempo. A mesma tem demonstrado que pode enfrentar as mais diversas dificuldades e adversidades em diferentes aspectos. “Em Bauru, a festividade começou em 1951, organizada pelo Clube Nipo Brasileiro, que até hoje divulga a cultura japonesa para todas as gerações” (JINITI, N.S, 2011). Seus membros vivenciaram intensos processos de aculturação, de sincretismo e de proibições. Porém, permanecem até a atualidade numa demonstração de reafirmação da cultura como força propulsora de um processo imigratório que veio para integrar. Para essas comunidades, a festa era e ainda é um momento de afirmação da identidade coletiva. O Sr. Ishikawa, de 91 anos tinha propriedade para falar quando afirmou que: “Lembro que fizemos as primeiras festas no campo do Noroeste e sempre veio muita gente, pouca coisa mudou. As pessoas continuam participando com a mesma vontade” (ISHIKAWA, G., 2010). No início cerca de cinco ou seis famílias orientais se reuniam no Horto Florestal para um piquenique relembra o Sr. Itikawa: “Já são mais de 100 anos de história. Ou se acostuma ou vai embora” (ITIKAWA, T, 2014). Com o passar dos anos a cultura foi divulgada e a comemoração, que começou tímida, tornou-se tão grandiosa a ponto de espantar Goto que, com vinte anos, retornou do Japão e comparou as duas festas: “Lá é realizado nas escolas, empresas, em uma determinada comunidade. São menores. Aqui, reúnem todos no mesmo lugar. Fica maior” (GOTO, E., 2014). Também concorda com ele o Sr. Nakamine que veio com a família para o Brasil aos dez anos e volta com frequência ao Japão: “Lá pais e mães são responsáveis por levar o obentô, o alimento degustado na festa, sempre realizada no outono por conta do clima” (NAKAMINE, S., 2014).

O presidente do Nipo de Bauru frisa que o Undokai não é só para japoneses. “Ao longo da história, a inocência das gincanas, a força dos tambores do taikô, a dança folclórica japonesa e o tempero especial da comida caíram no gosto daqueles que não tem qualquer vínculo com o Japão” (YANABA, M. 2015). Sentados em grupos ou sozinhos, jogando, competindo nas gincanas, ou ainda partilhando alimentos, eles tomam consciência de seu pertencimento ao grupo e podem reencontrar a identidade diante das condições de precariedade que acompanham as diversas fases da vida. Desde criança T. Yanase, 48 anos, era levado pelo pai, Sr. T. Yanase, 93 anos, e pela mãe, M. Yanase, 87 anos, na festa oriental. Com a chegada da idade, agora é ele e sua esposa, E. Yanase, 50, quem os leva ao evento

(9)

(TONELLI, M., 2017). Podemos perceber a consciência de pertencimento ao grupo na presença da Sra. Tamamati, mãe de um casal de crianças que participou da festa ao lado da tia, primas e sobrinhos que afirma:

Desde pequena a gente vem, eu fiquei grávida, vim e, agora, eu trago meus filhos. A gente vem para manter a tradição. Estávamos acostumados, meus pais ajudavam aqui. Agora como já sou mãe, participo mais da feira de artesanato, da centopeia (gincana), as crianças gostam da bola ao cesto (TAMAMATI, A.M., 2011).

Diante disso, quais os sentidos das festas e como elas se configuram na modernidade? Para Duvignaud (1983), as festas configuram-se como eventos que determinam uma ruptura da vida social caracterizada pela produção de um tempo e de uma forma de vivência alternativa, por alguns momentos no cotidiano burocratizado e normatizado pelas regras de conduta social. O autor também propõe o modelo escalar com as Festas de Participação (com organização e participação da comunidade, proporcionando um sentimento de identidade e pertença em relação ao patrimônio imaterial) e as Festas de Representação (as práticas culturais e de entretenimento são voltadas para uma massa consumidora, sem sentimento de pertença). No Undokai, teríamos uma Festa de Participação (DUVIGNAUD, 1983:148). Diante dessas considerações, é importante destacar a observação de Lefebvre (1991), que se contrapõe a Duvignaud (1983), ao propor o fim das separações entre cotidianidade e os momentos festivos, a fim de transformar a vida cotidiana ao fazer parte dela de forma constante e ininterrupta. (LEFEBVRE, 1991:152).

Na verdade, o que ocorreria nos momentos da festa seria uma ruptura do cotidiano, um momento mágico e nostálgico, mas efêmero. “Gostamos muito daqui, é um evento bacana. O espaço é delicioso e ao mesmo tempo nostálgico. Em Atibaia, cidade onde eu cresci, minha família participava do Undokai e me deu saudade da infância” (YOSHIMURA, C., 2017). DaMatta (1990) alerta que a imersão nessa realidade paralela e efêmera se dá com a criação de seres míticos ou grandes personalidades, onde um operário pode se transformar em um príncipe em meio a uma metamorfose de papeis sociais (DaMATTA, 1990: 24-29). De acordo com o Sr. Jiniti, o Undokai é uma festa tradicional da colônia japonesa cujo objetivo é relembrar o aniversário do imperador Hirohito, que comandou o Japão de 1926 a 1989, com data de comemoração em 29 de Abril. A festa tem início com o hasteamento das bandeiras do

(10)

Japão e do Brasil e as “koi noboris” (pipas em formato de carpas) também são içadas ao céu 9

(JINITI, N.S, 2011). Todo esse simbolismo e os rituais das sociedades orientais se diferem muito das ocidentais, no ocidente a ênfase maior acabou por priorizar as abordagens racionais em detrimento do lúdico e da fantasia. Por essa razão, Cox (1974) diferencia o homo festivus do homo phantasia: segundo o autor, nessas sociedades priorizou-se as abordagens marxistas e iluministas/ positivistas, enfatizando o homem operário (Lutero e Marx) e o homem pensador (Tomás de Aquino e Descartes) em detrimento das capacidades celebrativas e imaginativas do homem (COX, 1974: 17).

Ao promoverem o lúdico e o divertimento, as festas trazem alegria, descontração, e sociabilidades: “As crianças estão inquietas por ter que ficar nas mesas, querem brincar mesmo na chuva, no gramado, mas está encharcado. Fica difícil” (ANEDA, C., 2011).

É preciso levar em conta a capacidade das festas de trazer para a atualidade as experiências culturais vivenciadas por determinadas comunidades do passado, rememorando usos e costumes profundos vivenciados por elas, recolhendo e repassando experiências de vida e demonstrando a realidade por meio da cultura. Para a organização das cerca de 800 porções de yakisoba que são comercializadas no dia da festa do Undokai, o Sr. Nakamine faz uso de ingredientes como: espírito de organização, solidariedade e humildade assimilados na infância com sua mãe: “Morávamos em um sítio e minhas irmãs casaram e foram morar fora. Eu fiquei e comecei a ajudar a mamãe na cozinha, pois sempre gostei de cozinhar. Ia cortando os legumes e observava tudo o que ela fazia. Assim, aprendi a fazer” (NAKAMINE, S, 2012). O Sr. Nakamine pratica a solidariedade e repassa as tradições aos voluntários que com ele aprendem mais que cozinhar, a ser solidários e a arte do Taikô. A verba arrecadada mantém as atividades por todo o ano, do Taikô, do curso de língua japonesa e esportes. Com relação aos preparativos da festa ele afirma que:

Um dia antes, cerca de 30 voluntários vem lavar e cortar os legumes. Hoje (no dia da festa), nós vamos só montando e servindo. Deixamos separados por kits, cada um deles gera 25 porções. Hoje estou com mais 15 voluntários, no total foram 45 pessoas trabalhando só nessa barraca. Acredito que dessa maneira estou ajudando a cultura japonesa no Brasil. (NAKAMINE, S., 2012).

9 O “Koi nobori” representa o Dia dos Meninos, e a carpa é um símbolo de força, persistência, bravura e sucesso. Esse peixe consegue nadar

e subir correntezas e cataratas sem a ajuda de ninguém, e numa fábula chinesa, a valente carpa se transforma num dragão no final da escalada. Disponível em: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/carpa/. Acesso em: 25/07/2020.

(11)

Muito interessante a preocupação do Sr. Nakamine com a adaptação a ser feita com relação aos hábitos, cultura e até dificuldades dos brasileiros para com a culinária japonesa:

A receita do prato não é “fechada”. Cada um pode inventar sua própria receita, acrescentar ingredientes, tirar outros, vai do gosto. A receita diz que tem que colocar tal ingrediente, mas você pode substituir. O molho é feito a base de shoyu, e como ele é salgado, não precisa colocar mais sal. Meu segredo é o molho. Está guardado a sete chaves. No yakisoba à brasileira não vai açúcar. Tive que adaptar a receita, criar uma própria para atingir o paladar do descendente nipônico e brasileiro. Desde 2003 eu passei a fazer yakisoba para a comunidade japonesa. Estou aposentado e preciso contribuir com os projetos da colônia. Este ano a verba vai sustentar as atividades do Taikô o ano todo (NAKAMINE, S., 2012). Sabemos que o objetivo da celebração da festa é a confraternização que conta com atividades esportivas, culturais e da gastronomia japonesa. O que representa um evento da coletividade, na qual o indivíduo tem a oportunidade de reafirmar laços de solidariedade, praticar a sociabilidade, se harmonizar, buscar o prazer individual, em família ou em grupos, pois o espaço é público, proporcionando a interação e integração destoando, portanto, da individualização cotidiana imposta no estilo de vida moderno. Na festa do Undokai os indivíduos podem se deixar seduzir por persuasões mais universalizantes que incluem: competições coletivas com dependência recíproca entre os grupos ou pares, que levam a premiações simples, que visam ao coletivo, fluindo, com a ressignificação do lazer festivo, objetivando integrar os mais jovens, mais velhos, brasileiros e nipônicos, ajudando assim a construir suas identidades sociais. As gincanas organizadas no dia da festa chegam a cerca de trinta e cinco e, conforme relata o Sr. Ianaba, são muito procuradas:

Todos participam, e principalmente os mais novos se divertem e já saem da prova e buscam o presente, que é uma lembrança, que pode ser um caderno, uma agenda. E o principal é fazer essa integração, entre os descendentes de orientais e os não descendentes. É uma festa aberta a todos, e queremos que cada vez mais pessoas participem (IANABA, M. 2015).

As festas teriam o papel de diminuir as tensões do homem moderno no cotidiano e, em tal contexto, elas se tornaram importantes como motivadoras da vida moderna. Sob essa óptica Huizinga (2005) enxerga nas festas vários traços em comum com os jogos, nos quais predominam a alegria, ambos são limitados no tempo e no espaço e em ambos existem regras estritas, mas com liberdade. (HUIZINGA, 2005: 25). Segundo o Sr. Jiniti, o significado do

(12)

Undokai seria “reunião ou encontro de esportes”, mas por convenção, a tradução permaneceu “gincana poliesportiva”.

As atividades são para todas as idades, todos recebem prêmios e as que mais despertam a atenção são: a centopeia (cinco pessoas ficam com os pés presos em um mesmo pedaço de tábua, tendo que andar de forma sincronizada para não cair), a bola ao cesto (times de vermelho e branco precisam fazer o maior número de cestas possíveis), cabo de guerra, corrida do limão, caça ao animal, corrida de coelho, corrida de quatro pés, gato-cego, revezamento encher-garrafa, corrida doce, pesca de garrafa, corrida de cem metros, revezamento de pneus, corrida do caranguejo, revezamento livre e operação aritmética (facilita o raciocínio das crianças por meio de operações matemáticas, o ganhador é quem fizer mais acertos). Além das provas da gincana são apresentadas diversas atrações da cultura japonesa: danças típicas japonesas e country; exibição do Taikô pelo grupo Muguenkyo e karaokê; também são montadas cerca de quinze barracas não só com pratos típicos da gastronomia japonesa, mas com tapioca, batata frita, sorvete, brigadeiro, pasteis, churrasco feira de artesanato e bancas de CDs e DVDs específicos para a colônia (JINITI, N. S., 2011). Verifica-se, portanto o processo de adaptação da festa:

A festa criada para manter a tradição japonesa no Brasil é hoje uma mistura de raças. Hoje, a festa reúne japoneses, descendentes nipônicos e brasileiros. O Undokai se adaptou em função disso, pois temos barracas com comida japonesa e brasileira para atender a todos os gostos, vem muita gente da região para participar (SONODA, N., 2012).

As motivações que levam a organização das festas populares, que se constituem em importantes manifestações culturais, podem ter sua origem em diversos fatores: sociais, econômicos, políticos ou um evento sagrado do passado, passando por processos de recriações no presente. Como foi colocado por Claval (1999), a cultura como herança transmitida pode ter sua origem num passado longínquo, mas não se constitui em um sistema fechado e imutável. E é essa concepção de cultura, como sistema aberto, que nos permite compreender o dinamismo das manifestações culturais que, preservando alguns elementos importantes, fazem a ponte entre o passado, o mito auriático fundante e o presente (CLAVAL, 1999: 72). Também há que salientar as finalidades diferentes entre as festas de rememoração, com vínculos com práticas do passado e as festas de entretenimento, que podem ter por objetivo o lazer, a diversão ou celebrações do presente.

(13)

Fatores como a racionalização, mercantilização e o laicismo das sociedades modernas pós-industriais transformaram os sentidos do festejar. Conforme afirmado, essa é uma das grandes preocupações da colônia nipônica: a preservação das crenças e valores que com o passar das gerações vem se perdendo ou se transformando. Mas, dentre os espaços de sociabilidade da colônia japonesa em Bauru, o Clube Nipo Brasileiro ainda representa um dos símbolos da tradição oriental e vem organizando o Undokai há 69 anos. Convém ressaltar o pensamento de Magnani:

Mais relevante que lamentar a perda de uma suposta autenticidade, no entanto, é tentar analisar as crenças, costumes, festas, valores e formas de entretenimento na forma em que se apresentam hoje, pois a cultura, mais que uma soma de produtos, é o processo de sua constante recriação, num espaço socialmente determinado

(MAGNANI, 2003: 26).

Hoje o Undokai, que reúne cerca de três mil pessoas, é considerado mais que uma festa: representa a possibilidade de aproximação entre brasileiros e japoneses para celebrar a amizade, demonstrando o caráter integrador das culturas nipônica e brasileira. A fala do Sr. Sonoda, resume essa análise na medida em que ele destaca esse caráter integrador entre essas culturas no Undokai. A festa além de manter as tradições japonesas, vem ganhando a cada ano novos elementos: “A gente procura manter a cultura, mas vai adaptando de acordo com as necessidades. Tem influência de todos os lados. Mas a gente procura manter os princípios básicos da festa e da filosofia” (JINITIE, N. S., 2011).

Esses novos alicerces formam a base na qual foram preservados os valores éticos e culturais (foram criados os kaikans ou núcleos de encontros, escolas de língua japonesa, organizados festivais de danças, práticas de lutas como judô e kendô, cultivo de bonzai, prática de ikebana, aula de taikô e muitas outras). Não se pode deixar de considerar a força de persistência das heranças nipônicas, das manifestações expressas. Principalmente. nas festas onde esses nipo-brasileiros buscavam inspiração para conservar a memória e a identidade. Dessa forma, a “colônia” japonesa em Bauru tornou-se atuante e, apesar de todas as adversidades do início, estabeleceu laços inimagináveis, dadas as diferenças culturais entre os dois países, dos quais o Undokai é um dos mais representativos e tradicionais.

(14)

BEZERRA, Danilo Alves. Os carnavais do Rio de Janeiro entre 1937 e 1937 e o movimento folclorista: dimensões do debate. Patrimônio e História. São Paulo, Unesp, v.8, n.2, p.52-66, Jul-dez, 2012.

CHARTIER, Roger. “Cultura Popular”: revisitando um conceito historiográfico. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, nº 16, 1995, p. 179-192.

CLAVAL, P. Geografia Cultural: O estado da arte. In: CORRÊA, RL e ROSENDHAL, Z. (Org.) Manifestações da cultura no espaço. RJ: EDUERJ, 1999.

COX, Harvey. A festa dos foliões. Petrópolis: Vozes, 1974.

DA MATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1990.

DUVIGNAUD, Jean. Festas e civilizações. Tradução de LF Raposo Fontenelle. Fortaleza/Rio de Janeiro: UFCE, Tempo Brasileiro, 1983.

GHIRARDELLO, N. A nova estação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) em Bauru, símbolo arquitetônico e político de uma ferrovia estratégica. Patrimônio e Memória, Assis, SP, v.16, n.1, p. 114-141, jan./jun. 2020. Disponível em: pem.assis.unesp.br.

GONÇALVES, Janice. Defender o patrimônio tradicional: a atuação de folcloristas catarinenses 1948 e 1958. Patrimônio e Memória. SP, Unesp, v.8, nº 2, p. 4-25, jul-dez, 2012. HOBSBAWN, Eric & RANGER, Terence, (orgs.). A invenção das tradições. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens – o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Editora Perspectiva, 2005.

LEFEBVRE, H. A vida cotidiana no mundo moderno. São Paulo: Ática, 1991.

MAGNANI, J. G. Cantor. Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade. SP: UNESP, 2003. NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, n.10, dez. 1993.

SAKURAI, Célia, COELHO, Magda Prates. Resistência & integração: 100 anos de Imigração Japonesa no Brasil”. São Paulo: Editora IBGE, 2008.

TAKEUCHI, Márcia Y. “A comunidade japonesa no Brasil (1908-1924). Quistos étnicos ou espaços de identidade imigrante”. Storicamente. Bologna, n.5, 2009.

JORNAIS

ANEDA, C. Chuva não afeta ânimo e participação na 60ª Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 02 de mai. 2011. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2011/05/329467-chuva-nao-afeta-animo-e participacao-na-60---undokai.html. Acesso em 20/04/2020.

GHIRARDELLO, N. Cidade ganha edifícios de tijolos. Jornal da Cidade. Ago., 2018, p.71-75.

______. Praça Rui Barbosa valoriza a Batista. Jornal da Cidade. Ago., 2018, p.72. ______. Um pouco de ordem urbana. Jornal da Cidade. Bauru, Ago., 2018, p.75.

(15)

______. Arquitetura conta a história de Bauru. Jornal da Cidade. Bauru, Ago., 2018, p.68. ______. Heranças das ferrovias. Jornal da Cidade. Bauru, Mai. de 2008, p.02.

GODO, E. Cultura Nipônica abraça bauruenses na tradicional festa do Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 28 de abr. 2014. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2014/04/408109-cultura-niponica--abraca--bauruenses-na-tradicional-festa-do-undokai.html. Acesso em: 20/04/2020.

IANABA, M. Undokai une famílias e gerações. Jornal da Cidade, Bauru SP, 27 de abr. 2015. Geral. Disponível em: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2015/04/436122-undokai-une-familias-e-geracoes.html. Acesso em 27/01/2020.

ISHIKAWA, G. Milhares se divertem no Undokai. Jornal da Cidade. Bauru SP, 26 abr. 2010. Geral. Disponível em: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2010/04/570787-milhares-se-divertem-no-undokai.html. Acesso em: 20/04/2020.

ITIKAWA, T. Cultura Nipônica abraça bauruenses na tradicional festa do Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 28 de abr. 2014. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2014/04/408109-cultura-niponica--abraca--bauruenses-na-tradicional-festa-do-undokai.html. Acesso em 20/04/2020.

ITIKAWA, T. Undokai, aproxima culturas e gerações em evento. Jornal da Cidade, Bauru SP, 18 de abr. 2015. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2015/04/435482-undokai-aproxima-culturas-e-geracoes-em-evento.html. Acesso em: 27/01/2020

JINITI, N. S. Chuva não afeta ânimo e participação na 60ª Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 02 de mai. 2011. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2011/05/329467-chuva-nao-afeta-animo-e-participacao-na-60---undokai.html. Acesso em: 20/04/2020.

KIJIMA, G. M. Cultura Nipônica abraça bauruenses na tradicional festa do Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 28 de abr. 2014. Geral. Disponível em:

ttps://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2014/04/408109-cultura-niponica--abraca--bauruenses-na-tradicional-festa-do-undokai.html. Acesso em: 20/04/2020.

KOBAYASHI, M. C. M.. A trajetória dos japoneses no município. Jornal da Cidade, Bauru - SP, p. 3, 27 abr. 2008. (Seção Bairros).

LIMA TIDEI, J. Francisco. Herança das Ferrovias. Jornal da Cidade. Bauru, 11/05/2008, p. 4. NAKAMINE, S. Tradição e lazer juntos no Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 30 abr. 2012. Geral. Disponível em: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2012/04/342011-tradicao-e-lazer-juntos-no-undokai.html. Acesso em: 27/04/2020.

NAKAMINE, S. Cultura Nipônica abraça bauruenses na tradicional festa do Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 28 de abr. 2014. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2014/04/408109-cultura-niponica--abraca--bauruenses-na-tradicional-festa-do-undokai.html. Acesso em: 20/04/2020.

NAKAMINE, S. Undokai reúne gerações no Recanto Tenri em Bauru. Jornal da Cidade, Bauru SP, 29 de abr. 2018. Disponível em:

(16)

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2018/04/523115-undokai-reune-geracoes-no-recanto-tenri-em-bauru.html. Acesso em: 20/04/2020.

PINHEIRO, Paulo Sérgio. Estratégias da Ilusão. São Paulo: Cia das Letras, 1991.

POSSAS, Lídia Maria Vianna. Cidade foi o coração da nova América. Jornal da Cidade. São Paulo: Bauru, Out., 2010, p.3.

RETTO JÚNIOR, A. Cidade foi o coração da nova América. Jornal da Cidade. São Paulo: Bauru, Out. de 2010, p.3.

RIBEIRO, Pedro F. 100 anos de história. Getúlio jantou com seus algozes em Val de Palmas. Jornal da Cidade. São Paulo: Bauru, Jun. de 1995, p.31.

SONODA, N. Tradição e lazer juntos no Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 30 abr. 2012. Geral. Disponível em: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2012/04/342011-tradicao-e-lazer-juntos-no-undokai.html. Acesso em: 27/04/2020.

TAMAMATI, A. M. Chuva não afeta ânimo e participação na 60ª Undokai. Jornal da Cidade, Bauru SP, 02 de mai. 2011. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2011/05/329467-chuva-nao-afeta-animo-e-participacao-na-60---undokai.html. Acesso em: 20/04/2020.

YANABA, M. Undokai, aproxima culturas e gerações em evento. Jornal da Cidade, Bauru SP, 18 de abr. 2015. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2015/04/435482-undokai-aproxima-culturas-e-geracoes-em-evento.html. Acesso em: 27/01/2020. Acesso em: 20/01/2020.

YANASE, T. Undokai, aproxima culturas e gerações em evento. Jornal da Cidade, Bauru SP, 18 de abr. 2015. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2015/04/435482-undokai-aproxima-culturas-e-geracoes-em-evento.html. Acesso em: 27/01/2020.

YOSHIMURA C. Undokai, aproxima culturas e gerações em evento. Jornal da Cidade, Bauru SP, 18 de abr. 2015. Geral. Disponível em:

https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2015/04/435482-undokai-aproxima-culturas-e-geracoes-em-evento.html. Acesso em 27/01/2020.

Referências

Documentos relacionados

Quanto à disciplina de Física e de Química, do currículo dos cursos profissionais, cujo programa é o estabelecido pelo Ministério da Educação e Ciência (de acordo

Acreditamos que o estágio supervisionado na formação de professores é uma oportunidade de reflexão sobre a prática docente, pois os estudantes têm contato

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Панде су у опасности од изумирања с обзиром на то да се крче шуме које су им домови.. Медвед лењивац Melursus ursinus Рундави медвед лењивац једе мраве

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

O CES é constituído por 54 itens, destinados a avaliar: (a) cinco tipos de crenças, a saber: (a1) Estatuto de Emprego - avalia até que ponto são favoráveis, as

The user uses GIS to generate a map with a visual representation of the location and extent of the active containment zones in September 2013 and information about the measures

Com essa finalidade, eram retrabalhadas, periodicamente, as informações de óbitos disponibilizadas pela Base de Dados Nacional do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM),