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INTERAÇÃO FAMÍLIA VERSUS ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO/A ECONOMISTA DOMÉSTICO/A

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Academic year: 2021

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INTERAÇÃO FAMÍLIA VERSUS ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DO

TRABALHO DO/A ECONOMISTA DOMÉSTICO/A

José Eduardo de Albergaria Nunes1 Ângela Mª da Silva1 Mª dos Prazeres Albuquerque1 Luciana Mª do Nascimento1 Marilia Andrade de França1 Nailde Gonçalves da Silva2 Érika Alencar de Moura3 Daisyvângela Eucrêmia da Silva Lima4 Maria de Fátima Massena de Melo5 Maria Fátima Paz Alves6 RESUMO

Considerando que o eixo estruturador da Economia Doméstica é a família, e que a referida instituição é o elemento-chave não apenas para a “sobrevivência” dos indivíduos, mas também para a proteção e a socialização de seus componentes, transmissão do capital cultural, do capital econômico e da propriedade do grupo, bem como das relações de gênero e de solidariedade entre gerações. Assim realizou-se este trabalho com o objetivo de analisar e refletir sobre a interação família e escola e a importância do trabalho do/a profissional de Economia Doméstica no âmbito da instituição de educação formal. O trabalho foi desenvolvido em uma escola municipal da cidade do Recife em Pernambuco (PE). Utilizou-se a metodologia qualitativa e exploratória, aplicando um formulário semi-estruturado com as famílias e entrevista com a diretora da instituição de ensino, para obter informações a respeito da interação família/escola e assim refletir sobre a importância do trabalho do/a profissional de Economia Doméstica no âmbito da instituição de educação. No que se refere à interação da família com a escola verificou-se que a participação das famílias nas atividades desenvolvidas pela instituição escolar acontece principalmente através das reuniões de pais e mestres. Existe um distanciamento da interação família/escola onde as decisões deliberadas pela instituição de ensino nem sempre têm o consentimento dos/as responsáveis pelas crianças. Os conflitos são causados por problemas relacionados com temas relacionados ao desenvolvimento humano, a alimentação, a higienização e a conservação dos fardamentos. Assim o/a profissional de Economia Doméstica pode contribuir realizando um trabalho de orientação e sensibilização entre família e escola dada a sua formação generalista.

PALAVRAS-CHAVE: Economia Doméstica. Instituição escolar. Conflitos

1Graduando em Economia Doméstica. Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE. 2 Graduando em Economia Doméstica. Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE.

naildegs@yahoo.com.br

3 Discente do Curso de Bacharelado em Economia Doméstica, Departamento de Ciências Domésticas,

Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE.

4 Técnica e Graduada em Economista Doméstica, Mestra em Nutrição/UFPE e Professora Assistente do

Departamento de Ciências Domésticas/UFRPE.

5 Licenciada em Economia Doméstica, Mestra em Administração Rural e Comunicação Rural/UFRPE e

Professora Assistente do Departamento de Ciências Domésticas/UFRPE.

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1 INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta alguns dos resultados do projeto de extensão “Integração família x escola: construindo relações de diálogo cotidiano”, o qual está sendo desenvolvido em uma escola municipal da cidade do Recife em Pernambuco (PE).

A família é a primeira instituição social responsável pelas ações de cuidado e educação de seus membros, transmitindo valores e se incumbindo também dos aspectos físico, afetivo e social. Portanto, observa-se que a educação sempre foi uma atividade exclusivamente familiar, sendo a escola uma instituição auxiliar, constituída por profissionais com qualificação especifica que subsidiarão o processo de aprendizagem dos membros da família objetivando uma formação critica e reflexiva.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 a educação abrange todos os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Por isso torna-se importante incluir a participação da comunidade escolar (que envolve além dos/as funcionários/as, também os/as alunos/as e as famílias) na elaboração da proposta pedagógica.

Incluir a participação das famílias no projeto político pedagógico da escola não pode se limitar às comemorações festivas e reuniões de pais, mães e professores/as objetivando apenas apresentar danças típicas e a culinária regional assim como mostrar os resultados quantitativos dos/as educandos/as aos/as responsáveis, respectivamente. Essas iniciativas são interessantes e desejáveis, mas não são suficientes para lidar com a diversidade de valores e crenças.

Compreender o que acontece com as famílias, entender seus valores ligados a procedimentos disciplinares, a hábitos de higiene e alimentação, a formas de se relacionar com as pessoas, entre outras, pode auxiliar a construção conjunta de ações. De maneira geral, as instituições de educação devem servir de apoio real e efetivo às crianças, adolescentes e suas famílias, respondendo às suas demandas e necessidades (REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, 1998).

O relacionamento entre escola e família assume importância, e gerir esse relacionamento no cotidiano das instituições educacionais exige, cada vez mais, aprofundamento nos conhecimentos das questões pertinentes a família, do desenvolvimento

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da criança e do adolescente e da administração dos serviços destinados à criança e ao adolescente.

De acordo com o contexto acima e considerando que o eixo estruturador da Economia Doméstica é a família, mesmo quando o/a profissional está trabalhando diretamente com a criança ou adolescente, é impossível a interação não afetar e ser afetada pela família, consequentemente quaisquer alterações em seu comportamento afetarão sua família.

Considerando que o curso de Economia Doméstica objetiva formar um profissional generalista, com sólida formação multidisciplinar, humanista e crítica, capaz de integrar a ciência, a tecnologia e a arte promovendo e desenvolvendo atividades que objetivem o bem-estar físico e social do indivíduo, família e comunidade, no que diz respeito à alimentação e nutrição, à economia e administração familiar, à administração de instituições públicas, à família e desenvolvimento humano, à habitação e planejamento de interiores, e ao vestuário e têxteis, e como a instituição escolar é uma das áreas de atuação deste profissional foi realizada uma visita à Escola Municipal Sociológico Gilberto Freire, localizada no Córrego da Fortuna no Bairro de Dois Irmãos, Recife-PE, visando contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços na educação, através do fortalecimento da parceria família/escola.

Diante disto, foi definida a questão norteadora do trabalho: “Como é a interação família e escola e qual a importância do/a profissional de Economia Doméstica no âmbito escolar”.

Assim, este trabalho tem como objetivo analisar e refletir sobre a interação família e escola e a importância do trabalho do/a profissional de Economia Doméstica no âmbito da instituição de educação formal, através da realização de um diagnóstico com pais, mães e diretora da instituição de ensino.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Sendo a família o lócus em que a criança e/ou adolescente se desenvolverá e permanecerá por muitos anos de sua vida e apresenta a própria cultura, os padrões de comportamento e os laços afetivos tornam-se imprescindível mencioná-la como um fator determinante do processo educativo.

Constituída com base nas relações de parentesco cultural e historicamente determinadas, a família inclui-se entre as instituições sociais básicas. Com o desenvolvimento das ciências sociais, ampla bibliografia internacional tem analisado suas diversas

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família é apontada como elemento-chave não apenas para a “sobrevivência” dos indivíduos, mas também para a proteção e a socialização de seus componentes, transmissão do capital cultural, do capital econômico e da propriedade do grupo, bem como das relações de gênero e de solidariedade entre gerações. Representando a forma tradicional de viver e uma instância mediadora entre indivíduo e sociedade, a família operaria como espaço de produção e transmissão de pautas e práticas culturais e como organização responsável pela existência cotidiana de seus integrantes, produzindo, reunindo e distribuindo recursos para a satisfação de suas necessidades básicas (CARVALHO e ALMEIDA, 2003)

O conceito de família é polissêmico, com várias acepções. No sentido mais restrito, ele se refere ao núcleo familiar básico. No mais amplo, ao grupo de indivíduos vinculados entre si por laços consangüíneos, consensuais ou jurídicos, que constituem complexas redes de parentesco atualizadas de forma episódica por meio de intercâmbios, cooperação e solidariedade, com limites que variam de cultura, de uma região e classe social a outra (SALLES, 2002; TUIRÁN, 2002).

Nas últimas décadas a família vem passando por diversas transformações e configurações para além do núcleo pais/filhos. Temos, por exemplo: a família ampliada (tios e/ou avós morando juntos); a família de homossexuais com filhos/as adotados/as; as famílias comandadas só por mulheres ou só por homens; as famílias em que convivem meio/irmãos/as (filhos/as só do pai ou só da mãe); as famílias de padrastos de pais vivos (o segundo marido ou a segunda mulher vivendo com os/as filhos/as da relação anterior do cônjuge); e assim por diante, numa relação que pode chegar a diferentes tipos.

Independente de como seja a sua formação a família ainda continua sendo um dos contextos mais importantes para a criança e o adolescente, pois é no grupo familiar que são iniciados os experimentos e onde se desenvolve os primeiros conhecimentos de sua vida. Durante o seu processo de formação a criança e o adolescente começam a freqüentar espaços educativos, encontrando regras e normas já elaboradas que às vezes são impostas não só para os/as alunos/as como também para as famílias sem levar em consideração o seu contexto sociocultural.

Partindo do pressuposto de que a escola é a extensão do lar, esta deve intensificar a interação entre a criança e a família, o que favorecerá o processo educativo e a formação dos indivíduos. O trabalho dos pais integrado à escola torna-se essencial para que ambos falem a mesma linguagem, auxiliando na aprendizagem do educando. É importante que os pais participem constantemente das atividades proporcionadas pela escola, incentivando seus

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filhos para o mesmo, pois esta união de esforços enriquecerá todo o processo de ensino-aprendizagem (BOLLMAN et. al., 2001).

Família e instituição de educação se apresentam como instituições que, à primeira vista, poderiam se articular no sentido de somar esforços e interesses para garantir a continuidade da formação proposta aos indivíduos em determinada cultura. As relações que se estabelecem entre essas duas instituições podem variar muito e dependem de inúmeros fatores. Entre eles, destaca-se o da responsabilidade/papel que a instituição e a família devem assumir quando se trata da criança no espaço educativo (NEVES et. al., 2008, p.125).

Cabe à escola respeitar o vínculo familiar dos/as seus/suas educandos/as, pois conforme com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a família é a primeira instituição social responsável pela efetivação dos direitos básicos da criança. Então, a instituição deve estabelecer um diálogo aberto com as famílias, considerando-as parceiras no processo ensino-aprendizagem, assumindo um trabalho acolhedor às diferentes expressões e manifestações das crianças junto às suas famílias, valorizando e respeitando as diversidades, pois cada família constitui-se de experiências, histórias e diálogos diferentes, tendo a instituição de desenvolver a capacidade de observar, ouvir e também aprender com essas famílias (BOLLMAN et al., 2001).

3 METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido na Escola Municipal Sociólogo Gilberto Freyre, localizada na comunidade do Córrego da Fortuna, no bairro de Dois Irmãos da cidade do Recife-PE, onde funcionava educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos.

Para a realização do estudo, optou-se pelo tipo de pesquisa exploratória de natureza qualitativa. Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou a construir hipóteses (GIL, 2006).

Realizou-se um diagnóstico através da aplicação de formulário semi-estruturado com 11 famílias e uma entrevista com a diretora da instituição de ensino, para obter informações a respeito da interação família/escola e assim refletir sobre a importância do trabalho do/a profissional de Economia Doméstica no âmbito da instituição de educação. O número da amostra mostrou-se significativa, uma vez que, segundo a pesquisa qualitativa, o número de sujeitos deve ser significativo, suficiente para conhecer o contexto no qual estão inseridos/as e

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados que serão apresentados a seguir referem-se a dados preliminares do diagnóstico da primeira etapa do projeto de extensão.

A entrevista com a diretora da escola aconteceu na instituição escolar, em horário pré-determinado. Segundo a diretora escolar os pais e mães tinham dificuldade em compreender as normas e regras da instituição o que contribuía para gerar conflitos entre alunos/as e alunos/as, alunos/as e funcionários/as, alunos/as e professores/as, responsáveis e profissionais da escola comprometendo o relacionamento mútuo. A diretora responsabilizou os pais e as mães pelos seguintes problemas: agressividade dos/as alunos/as que segundo a mesma está atrelado à educação familiar; condições insatisfatórias de conservação do fardamento escolar e alimentação inadequada dos/as alunos/as, sendo esses fatores condicionantes de conflitos na relação cotidiana da escola com a família.

Os formulários foram aplicados na própria residência das famílias, em horário pré-determinado. A maioria das informantes era do sexo feminino com idade entre 30 a 49 anos, as quais se identificaram como chefes de família. A maior parte das entrevistadas era separada e vivia na mesma residência uma união estável com seus companheiros, ou seja, não casadas legalmente e encontravam-se desempregadas. Com relação ao nível de escolaridade a maioria possuía o ensino fundamental incompleto e tinham entre 2 a 7 filhos/as sendo que algumas crianças e mães viviam sob a responsabilidade financeira dos avôs maternos. A renda familiar era de até R$ 465,00. Alguns grupos familiares conseguiam se manter com auxilio da aposentadoria dos/as idosos/as mais a ajuda do Programa Bolsa Família (PBF), outras relataram sobreviver apenas com o benefício do Programa de Transferência de Renda do Governo Federal (PBF).

Percebe-se nos resultados apresentados que a posição das entrevistadas na família revela algumas tendências observadas por algumas autoras, onde há uma clara redução da composição da família nuclear corroborando para novos arranjos familiares sendo estes na maioria das vezes chefiados por mulheres (ARAÚJO e SCALON, 2005).

Quando se estabelece uma relação entre a idade e a escolaridade das entrevistadas observa-se que a escolaridade é o principal fator de mobilidade social de indivíduos e como a população investigada apresentou baixo nível de instrução. Esse fator poderá estar relacionado ao não acesso dos/as responsáveis na maioria mulheres, ao mercado de trabalho ocasionando assim a dependência das famílias aos programas de transferência de renda implantados no país.

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No que se refere à interação das instituições, procuramos verificar a participação das famílias nas atividades desenvolvidas pela escola. Das famílias entrevistadas várias pessoas afirmaram participar das reuniões de pais e mestres, podendo inclusive fazer perguntas e reivindicações, porém as exigências e reclamações do grupo não eram acatadas pela escola. A escola tomava as decisões necessárias não se preocupando com a realidade da comunidade, que faz uso de seus serviços, impondo resoluções que não conseguem diminuir os problemas.

Verifica-se então que a participação das famílias nas tomadas de decisões acontece de forma passiva, ou seja, a escola percebe a família apenas como expectadora no processo deliberativo das normas escolares, esquecendo-se que existem diferentes perspectivas dos/as atores/as locais. Para que as normas sejam cumpridas pelas famílias e alunos/as se faz necessário também que a escola discuta, valorize e reconheça saberes, valores, percepções e necessidades dos/as participantes para assim assumirem compromissos conjuntamente.

Como um dos conflitos citado pela diretora centrava-se na questão da não aceitação da alimentação escolar, principalmente por crianças e adolescentes, as famílias foram questionadas se conheciam e o que achavam do cardápio da instituição de ensino.

De acordo com os depoimentos de algumas mães a instituição não estabelecia um diálogo com a família sobre a constituição do cardápio, ou seja, apenas através das conversas com as crianças e adolescentes descobriam o que era oferecido na alimentação escolar.

“Não, a escola não falou não. Só sei por que os meus filhos diz o come na merenda” (mãe).

Na referida instituição são ofertadas refeições que agradam a alguns indivíduos, enquanto uma pequena parcela informou não gostar de algumas preparações. Conforme o pronunciamento a seguir entende-se que famílias que se encontram em situação de insegurança alimentar sentem-se satisfeitas com a alimentação escolar.

“A merenda é maravilhosa na minha época não existia nada disso, não tinha nada para comer, passava fome. Hoje ta ótimo. (pai).

Existem preparações que não são aceitas pelos/as alunos/as como pode ser constado através da fala seguinte:

“Tem certas merendas que o menino não gosta como sopa preta, ovo cozido

com arroz” (mãe).

Quando não se respeita os hábitos alimentares da comunidade e as necessidades nutricionais das crianças e adolescentes os alimentos ofertados poderão ser rejeitados contribuindo para o aumento do consumo de pipocas, salgadinhos e biscoitos entre os/as

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Quanto ao fardamento ofertado pela escola, as famílias em sua maioria disseram que a quantidade recebida era suficiente, ou seja, em média 2 uniformes anualmente, porém, foi informado que o tamanho do fardamento era inadequado para a estatura e peso das crianças e dos/as adolescentes. Devido às atividades (correr, pular, se jogar no chão) desenvolvidas durante o recreio por esta faixa etária, especialmente pelas crianças as mães responderam terem problemas para conservar os fardamentos. Sendo inclusive um dos fatores de conflitos entre escola e família, pois a instituição atribuía às mães a culpa pela má higienização e conservação do fardamento.

Conforme a resposta de uma mãe observa-se que o tipo de produto utilizado na higienização das peças do vestuário dos/as alunos/as atrelado ao conhecimento empírico sobre o processo de lavagem das roupas danificava a harmonia das cores das pesças prejudicando assim a conservação do fardamento.

A roupa da escola do meu filho é azul e branca, quando chega muito suja coloco de molho no cloro, só assim limpa. (mãe)

As falas anteriores levam-nos a refletir que o diálogo é o caminho para a resolução dos conflitos com os quais se deparam escola e família. Deve existir então na instituição escolar um/a profissional que atenda as expectativas dessas duas instituições contribuindo para a melhoria das relações cotidianas, pois a criança ou o/a adolescente não vive isolado/a e sim convive em contextos distintos que se cruzam como familiar e o escolar. Diante desta situação da escola o/a Economista Doméstica poderá contribuir na educação básica, pois a sua formação acadêmica prioriza uma ampla base teórica e prática com aguçado senso crítico e criativo podendo este profissional trabalhar diversos aspectos que fazem parte do contexto educacional, como por exemplo: formação dos/as profissionais que atuam neste nível de ensino; analisar e formular uma rotina de atividades considerando as interações entre família e escola respeitando a história, situação econômica, política e social as quais estão diretamente relacionadas às necessidades de alimentação, habitação, higiene e saúde, consumo e vestuário das famílias.

A Economia Doméstica é uma atividade profissional voltada para o cotidiano familiar no que diz respeito às necessidades de alimentação, habitação, higiene e saúde, consumo e vestuário (AMARAL, 2000).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados obtidos percebe-se que vários conflitos entre família e escola estão relacionados com as áreas de atuação do/a profissional de Economia Doméstica o que sinaliza a importância da inserção deste profissional na equipe de trabalho em instituições de ensino contribuindo através da orientação e sensibilização de ações educativas interdisciplinares e transdiciplinares integrando família e escola. Pois diante da formação e do perfil do/a profissional, pode-se afirmar que o/a Economista Doméstico, tem como característica principal a diversidade de áreas de conhecimentos, que estão relacionados ao atendimento das necessidades básicas das famílias e do individuo, estejam ela/eles no espaço público ou privado contribuindo para mudanças no espaço escolar, constituindo também em práxis do/a economista doméstico educacional.

BIBLIOGRAFIA

AMARAL, C. C. G. Fundamentos de Economia Doméstica: perspectiva da condição feminina e das relações de gênero. Fortaleza: EUFC, 2000.76p.

ARAÚJO, CLARA; SCALON, CELI. Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro. FGV editora. 2005. 303 p.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 de dezembro. 1996. P.27894. _______. Lei 8.069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente.

CEDCA-PE, Recife, PE, dezembro de 1990.

_______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Vol. 1: Introdução. Brasília: MEC/SEF, 1998. 103 p.

BOLLMAN, C. M. S.; ANTUNES, D. M. K.; CARVALHO, E. M.; LEPCHAK, J. D’ ARC; DELFES, L. H. A. P.; PATRINHAN, M. L. S.; FENIANOS, W. Interação pais & escola. Revista PEC, Curitiba, v.1., n.1, p.65-68, jul.2000-jul.2001.

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GIL, ANTONIO CARLOS. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2006. 175p.

NEVES, N. V. G.; BARRETO, M. L. M.; PINTO, N. M. A.; SILVA, L. H. Família e

instituição de educação infantil: a complexidade das relações. Revista OIKOS, Viçosa, v.19, n.2, p124-146. 2008.

SALLES, V. Familias en transformación y codigos por transformar. In: GOMES, C. Procesos sociales, población y familia: alternativas teoricas y empiricas en las investigaciones sobre La vida domestica. Mexico: Miguel Angelo Porrua, 2002. p.103-125.

TUIRÁN, R. Estructura familiar y trayectorias de vida en Mexico. In: GOMES, C.

Procesos sociales, población y familia: alternativas teoricas y empiricas en las investigaciones sobre la vida domestica. Mexico: Miguel Angelo Porrua, 2002. p.25-65.

Referências

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