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Conjunto habitacional de interesse social: comparativo de viabilidade econômica e construtiva do modo convencional X contêiner através de elaboração de projeto arquitetônico e complementares

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CAROLINE HEPP

CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL:

COMPARATIVO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E CONSTRUTIVA DO

MODO CONVENCIONAL X CONTÊINER ATRAVÉS DE ELABORAÇÃO

DE PROJETO ARQUITETÔNICO E COMPLEMENTARES

Ijuí 2018

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CAROLINE HEPP

CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL:

COMPARATIVO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E CONSTRUTIVA DO

MODO CONVENCIONAL X CONTÊINER ATRAVÉS DE ELABORAÇÃO

DE PROJETO ARQUITETÔNICO E COMPLEMENTARES

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Civil.

Orientadora: Prof. Msc. Lia Geovana Sala

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CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL:

COMPARATIVO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E CONSTRUTIVA DO

MODO CONVENCIONAL X CONTÊINER ATRAVÉS DE ELABORAÇÃO

DE PROJETO ARQUITETÔNICO E COMPLEMENTARES

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 13 de dezembro de 2018

Prof. Lia Geovana Sala (UNIJUI)

Mestre em Arquitetura pela Universidade Federal de Santa Catarina

Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Tarcisio Dorn de Oliveira (UNIJUÍ)

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entenderem nos momentos difíceis.

À minha professora orientadora pela paciência e atenção, que por meio de seus conhecimentos me ajudou a concluir esse trabalho.

À equipe do escritório Bureau por toda ajuda relativa a esse trabalho, por me acalmarem nos momentos de nervosismo e pela compreensão nos dias que não consegui ou não pude me dedicar ao máximo nos trabalhos.

Aos meus amigos pela compreensão nos momentos que não pude estar junto à eles.

Ao meu namorado pela transmissão de tranquilidade em situações em que estava aflita.

E por fim, agradeço a todos que de algum jeito me auxiliaram e mandaram vibrações positivas para eu finalizar essa etapa com êxito. Obrigada a todos!

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HEPP, Caroline. Conjunto habitacional de interesse social: comparativo de viabilidade econômica e construtiva do modo convencional x contêiner através de elaboração de projeto arquitetônico e complementares. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

Uma das maiores problemáticas do Brasil é a questão da moradia digna. O déficit populacional do país atinge números elevados, porém são elaborados programas governamentais para combater esse problema, fazendo com que a realidade de muitos brasileiros seja modificada. Partindo desse ponto, uma das soluções pensadas é a implantação de conjuntos habitacionais de interesse social totalmente direcionados para a parcela da população menos favorecida, proporcionando assim residências com condições de habitabilidade. Nesse mesmo contexto, o presente trabalho tem como desígnio realizar um comparativo entre a técnica convencional da alvenaria e o contêiner como elemento construtivo, através da elaboração de projeto arquitetônico e complementares de habitação de interesse social a qual é reproduzida em 10 unidades, originando um conjunto habitacional. Mediante a análise dos sistemas construtivos, efetuar um levantamento quantitativo de materiais e cotações de valores. Por fim, apresentar os resultados e conclusões obtidos, expondo as averiguações da viabilidade econômica e construtiva. Para o desenvolvimento da pesquisa utilizou-se a metodologia da pesquisa aplicada, assim como o método de abordagem comparativa, quantitativa e qualitativa. Assim sendo, pode-se concluir que o uso de contêiner como elemento construtivo se destaca em termos de valores quando comparado com o modo convencional da alvenaria, porém apresenta mais adversidades na questão construtiva.

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ABSTRACT

HEPP, Caroline. Conjunto habitacional de interesse social: comparativo de viabilidade econômica e construtiva do modo convencional x contêiner através de elaboração de projeto arquitetônico e complementares. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

One of the biggest problems of Brazil is the issue of decent housing. The deficit of the country's population reaches high numbers, but are government programs to combat this problem, making the reality of many Brazilians from being modified. Starting from that point, one of the thoughtful solutions is the implementation of social interest housing entirely directed to the portion less favored population, thus providing homes with living conditions. In this same context, the present work has as purpose to perform a comparison between conventional masonry technique and the container as a constructive element, through the elaboration of additional architectural project and of social interest housing which is reproduced in 10 units, resulting in a housing development. Through the analysis of constructive systems, conduct a quantitative survey of materials and stock values. Finally, present the results and conclusions obtained by exposing the findings of economic viability and constructive. For the development of the survey was possible, we used the methodology of applied research, as well as the method of comparative approach, quantitative and qualitative. Therefore, it can be concluded that the use of container as a constructive element stands out in terms of values when compared with the conventional mode masonry, however conventional features more adversities in question.

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Figura 2- Dimensões de blocos e seus complementares... 27

Figura 3- Modelos de esquadrias em aço ... 28

Figura 4- Modelos de esquadrias em alumínio ... 29

Figura 5- Detalhe interno da esquadria de PVC ... 29

Figura 6- Modelos de esquadrias em PVC ... 30

Figura 7- Modelos de esquadrias em madeira ... 31

Figura 8- Modelos de telha cerâmica ... 33

Figura 9- Telha de concreto ... 34

Figura 10- Telha de fibrocimento ... 34

Figura 11- Composição geral de um contêiner ... 39

Figura 12- Dimensões do contêiner High Cube 40 pés ... 40

Figura 13- Desempenho térmico do contêiner ... 41

Figura 14- Contêiner revestido de EPS ... 42

Figura 15- Contêiner revestido de lã de PET ... 43

Figura 16- Lã de rocha instalada ... 43

Figura 17- Contêiner revestido de lã de vidro ... 44

Figura 18- Esquema de isolamento térmico de parede, cobertura e piso do contêiner ... 45

Figura 19- Concepção de uma habitação em contêiner ... 47

Figura 20- Cortes possíveis no contêiner para instalação de janelas e portas ... 49

Figura 21- Recorte de contêiner ... 49

Figura 22- Esquema de instalações em contêiner ... 51

Figura 23- Proposta de casa popular... 52

Figura 24- Levantamento de valores, em porcentagem, dos sistemas para habitação em contêiner ... 52

Figura 25- Fluxograma da metodologia ... 58

Figura 26- Planta baixa da casa popular ... 60

Figura 27- Planta de cobertura da casa popular ... 61

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Figura 30- Planta baixa da unidade habitacional ... 65

Figura 31- Disposição das unidades habitacionais ... 66

Figura 32- Implantação do Parque Popular da Pedreira ... 66

Figura 33- Residências finalizadas ... 67

Figura 34- Fluxograma das unidades habitacionais (PPP) ... 68

Figura 35- Planta baixa esquemática da casa container ... 69

Figura 36- Perspectiva da casa container ... 70

Figura 37- Casa container finalizada... 71

Figura 38- Cozinha e sala com acabamentos aplicados ... 71

Figura 39- Dormitório da casa container ... 72

Figura 40- Fluxograma- Casa Container ... 73

Figura 41- Planta baixa da HIS ... 74

Figura 42- Corte AA da HIS... 75

Figura 43- Corte BB da HIS ... 75

Figura 44- Corte CC da HIS ... 76

Figura 45- Fachada frontal da HIS ... 76

Figura 46- Fachada posterior da HIS ... 77

Figura 47- Fachada lateral da HIS ... 77

Figura 48- Perspectiva frontal da HIS ... 78

Figura 49- Perspectiva posterior da HIS... 78

Figura 50- Disposição das HIS’s na quadra ... 79

Figura 51- Configuração do conjunto habitacional ... 80

Figura 52- Fluxograma da HIS ... 81

Figura 53- Placa de identificação CSC do contêiner ... 84

Figura 54- Esquema de pontos elétricos da casa em alvenaria ... 87

Figura 55- Esquema de sistema de esgoto da casa em alvenaria... 88

Figura 56- Esquema de instalação de água fria da casa em alvenaria ... 89

Figura 57- Esquema de pontos elétricos da casa em contêiner ... 92

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Denominações análogas à HIS ... 22

Quadro 2- Programa de necessidades da casa popular ... 62

Quadro 3- Organograma da casa popular ... 63

Quadro 4- Programa de necessidades das unidades habitacionais (PPP) ... 67

Quadro 5- Programa de necessidades das unidadeds habitacionais (PPP) ... 67

Quadro 6- Programa de necessidades- Casa Container ... 72

Quadro 7- Organograma- Casa Container... 73

Quadro 8- Programa de Necessidades da HIS ... 80

Quadro 9- Organograma da HIS ... 80

Quadro 10- Dimensões mínimas de mobiliário e circulação ... 82

Quadro 11- Cotação da residência em alvenaria ... 98

Quadro 12- Cotação da residência em contêiner ... 103

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RCC Resíduos da Construção Civil

OGU Orçamento Geral da União

APP Área de Preservação Permanente

CEF Caixa Econômica Federal

SFH Sistema Financeiro de Habitação

BNH Banco Nacional de Habitação

FNHIS Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social

SNHIS Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

PMCMV Programa Minha Casa, Minha Vida

PNHU Programa Nacional de Habitação Urbana

PNHR Programa Nacional de Habitação Rural

WSC World Shipping Council

CBIC Câmara Brasileira da Industria da Construção

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

MDF Medium Density Fiberboard

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 17 1.1 CONTEXTO ... 17 1.2 PROBLEMA ... 17 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 20 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 20 1.2.3 Delimitação ... 20 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 21

2.1 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 21

2.1.1 Funções da Habitação e sua Relevância ... 21

2.1.2 O Déficit Habitacional Brasileiro ... 21

2.1.3 Sobre as Habitações de Interesse Social ... 22

2.1.3.1 Programas de Habitação de Interesse Social ... 23

2.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS ... 25

2.2.1 Convencional: Alvenaria e seus Complementares ... 25

2.2.1.1 Materiais Empregados ... 25

2.2.1.2 Técnicas Construtivas ... 34

2.2.2 Inserção de Contêineres ... 37

2.2.2.1 Breve Histórico do Contêiner ... 37

2.2.2.2 Materiais Empregados ... 38

2.2.2.3 Técnicas Construtivas ... 47

2.2.2.4 Concepção de uma casa contêiner ... 51

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3 METODOLOGIA ... 57

3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM ... 57

3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA ... 57

4 ANÁLISE DE MODELOS ... 59

4.1 MODELO ALVENARIA 01- Projeto Padrão da CAIXA ... 59

4.1.1 Dados do Projeto ... 59

4.1.2 Programa de Necessidades, Organograma e Fluxograma ... 62

4.1.3 Análise Crítica ... 63

4.2 MODELO ALVENARIA 02- Parque Popular da Pedreira (PPP) ... 64

4.2.1 Dados do Projeto ... 64

4.2.2 Programa de Necessidades, Organograma e Fluxograma ... 67

4.2.3 Análise Crítica ... 68

4.3 MODELO CONTÊINER 01- Casa Container ... 68

4.3.1 Dados do Projeto ... 69

4.3.2 Programa de Necessidades, Organograma e Fluxograma ... 72

4.3.3 Análise Crítica ... 73

4.4 MODELO CONTÊINER 02- HIS em Reassentamentos ... 73

4.4.1 Dados do Projeto ... 74

4.4.2 Programa de Necessidades, Organograma e Fluxograma ... 80

4.4.3 Análise Crítica ... 81

5 concepção do conjunto habitacional ... 82

5.1 CONDICIONANTES LEGAIS ... 82

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5.3 PROPOSTA EM CONTÊINER ... 90

5.4 O CONJUNTO HABITACIONAL ... 95

6 RESULTADOS ... 97

6.1 COMPARATIVO DE VIABILIDADE ECONÔMICA ... 97

6.2 COMPARATIVO DE VIABILIDADE CONSTRUTIVA ... 109

7 CONCLUSÃO ... 112

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

O Trabalho de Conclusão de Curso em questão refere-se à um projeto arquitetônico de um conjunto habitacional horizontal de interesse social desenvolvido através de duas técnicas construtivas e análise comparativa entre os dois métodos. A pesquisa está inserida na área da construção civil, mais precisamente no âmbito de métodos construtivos, sendo necessária para a conclusão de curso de Engenharia Civil pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

1.2 PROBLEMA

Os centros urbanos possuem forte tendência a se desenvolver cada vez mais e se expandir fisicamente devido a demanda demográfica, fato que ocorre muitas vezes de forma desordenada (MOURA; OLIVEIRA, 2010). Sendo assim, o planejamento urbano tem suma importância dentro de uma cidade para que a evolução da mesma siga concomitantemente com a disposição organizada e sistematização apropriada.

Nesse mesmo contexto, com o crescimento das cidades e sua população há a probabilidade de se desencadear a formação de favelas, cortiços e casas precárias, sendo originadas em virtude de crises econômicas e indisponibilidade física e financeira de terrenos adequados e custos (ABIKO, 1995). Muitas entidades criam programas para colaborar com a modificação e melhoramento dessa situação, como é o caso da Caixa Econômica Federal que, a partir de recursos fornecidos pelo Orçamento Geral da União (OGU), possui o Programa Habitação de Interesse Social que objetiva viabilizar o acesso à moradia adequada aos segmentos populacionais de baixa renda, adquirindo ou construindo unidades habitacionais em lotes legais de acordo com a normativa do planejamento urbano municipal, sendo dotadas de vias públicas, com abastecimento de água, esgotamento sanitário e energia elétrica (CEF, 200-?).

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A implantação de políticas, programas e projetos de Habitação de Interesse Social (HIS) traz benefícios não somente para quem irá usufruir dessa oportunidade, mas também para a população em geral que vê sua cidade se estruturar de forma mais organizada e igualitária, além de favorecer em sua estética. Um exemplo real é o Parque Popular da Pedreira, localizado na cidade de Ijuí, o qual consistiu em uma recuperação ambiental, reassentamento e urbanização de áreas de subhabitação, disponibilizando novas moradias para realocar a população que antes residia em Áreas de Preservação Permanente (APP), onde também localizavam-se duas pedreiras abandonadas que deram origem a um lixão a céu aberto.

Partindo para o âmbito da concepção de edificações, tendo em vista as técnicas construtivas existentes, comumente é visto casas e prédios sendo executados com materiais convencionais, como alvenaria e seus complementos, por serem de fácil acesso e encontrados em abundância. A questão ambiental é deixada em segundo plano e não se leva em consideração o fato que o processo construtivo gera resíduos, os quais acabam não sendo descartados corretamente. A introdução de novas técnicas construtivas que não possuem tal decorrência acentuada é válida, ainda mais quando se trata de um conjunto habitacional onde será reproduzido várias vezes o mesmo serviço, ou seja, a quantia de resíduos vai ser gerada de acordo com o número de residências que irão compor esse conjunto.

Para Fraceto, Moschini-Carlos e Rosa (2012) o termo sustentabilidade tem sido amplamente discutido na última década, visando um mundo mais equilibrado com o meio ambiente, através de atividades menos destrutivas e um melhor aproveitamento de materiais já produzidos pelas grandes indústrias no último século. A procura por soluções que associem sustentabilidade ao desenvolvimento são indispensáveis (JOHN, 2001), visto que a área da construção civil consome diversos recursos naturais finitos correspondendo a 40% de toda atividade humana e representando 40 % do consumo de energia (SJÖSTRÖM, 2000, apud JOHN et al. 2001), além de ser o setor que gera a maior quantidade de resíduos, sendo responsável por cerca de 50 a 70% da massa de resíduos sólidos urbanos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2002).

Conforme aponta a resolução nº 307/2002 do Conama (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2002), Resíduos da Construção Civil (RCC) são procedentes das construções, reformas, reparos e

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demolições de obras de construção civil e também os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc., chamados entulhos de obras, caliça ou metralha.

A utilização de materiais alternativos como base para construção é uma opção quando se fala em construção sustentável, tendo como exemplo a introdução de contêineres como uma possibilidade de estabelecer uma residência em seu interior, com uma produção mínima dos RCC.

Segundo Souza (2015), a utilização do contêiner na construção civil tem evidenciado bastante flexibilidade e facilidade de distribuição dos ambientes, levando em conta sua maleabilidade e modulação, sendo elementos importantes para a elaboração estética das edificações. Essa versatilidade é relevante, pois em muitos casos o morador não acompanha a idealização do projeto arquitetônico das habitações sociais, tendo uma certa propensão de serem modificadas futuramente.

Nacionalmente, a utilização do contêiner para a concepção de uma residência não é algo trivial, porém já é empregado para espaços temporários como exposição, feiras, postos policiais, canteiro de obras, entre outros (CARVALHO et al, 2017). Apesar de todas suas particularidades e de poder apresentar maiores objeções se comparado com a execução de alvenaria, a inclusão de contêineres como elemento arquitetônico para a construção de um conjunto habitacional de interesse social é uma alternativa que contribui para a questão ambiental e se bem executada exerce o mesmo propósito que uma residência convencional.

Baseado nas considerações citadas acima, o intuito da pesquisa é apresentar uma análise comparativa entre as duas técnicas construtivas mencionadas, visando a viabilidade de cada uma e realizando uma breve reflexão sobre a substituição de um método pelo outro para e referida finalidade.

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1.2.1 Questões de Pesquisa

A introdução do contêiner como uma técnica construtiva de um conjunto habitacional de interesse social poderia ser uma opção viável quando comparada com a técnica convencional da alvenaria?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

 OBJETIVO GERAL

Analisar e comparar a viabilidade econômica e construtiva de um conjunto habitacional de interesse social, com as residências executadas em alvenaria e introduzindo o uso de contêineres como um elemento construtivo.

 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Elaborar projeto arquitetônico e complementares para cada técnica construtiva; b) Analisar as particularidades de cada técnica individualmente;

c) Compilar materiais utilizados na construção das residências em ambas as técnicas, bem como seus custos;

d) Arrolar os pontos positivos e negativos dos dois métodos;

e) Indicar os processos necessários para a concepção de uma residência utilizando contêineres;

1.2.3 Delimitação

O presente trabalho delimita-se pela realização de um projeto base de uma residência o qual será projetado em alvenaria e em contêineres adaptados, sendo elaborado a partir de uma mesma concepção, não alterando em cada técnica a área útil determinada. Após a formulação do projeto base, o mesmo será reproduzido em 10 unidades, originando o conjunto habitacional de interesse social, disposto em lote genérico.

Serão utilizados os softwares Sketch Up, desenvolvido pela Trimble Navigation (inicialmente @Last Software e posteriormente Google) e AutoCad, da empresa Autodesk.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

2.1.1 Funções da Habitação e sua Relevância

A função fundamental da habitação é proporcionar abrigo, e mesmo com todo avanço tecnológico que vem se manifestando, sua atribuição tem se conservado, que é a de proteger o ser humano das intempéries e de intrusos. Com o passar do tempo, o homem desenvolveu e aperfeiçoou suas habilidades em diversos aspectos da sua vida, utilizando ferramentas e materiais disponíveis no seu meio para suprir suas necessidades e, com isso, construindo abrigos cada vez mais elaborados (ABIKO, 1995).

Inseridos nas suas incumbências básicas, Fernandes (2003) cita ainda que a habitação desempenha três funções: social, ambiental e econômica. No que diz respeito à sua função social, a mesma retrata que haja abrigo da família, sendo um dos aspectos para seu desenvolvimento. Quanto à sua introdução no meio ambiente urbano, o mesmo deve ser apropriado para que estejam garantidas as condições básicas da vida, como infraestrutura, saúde, educação transportes, etc. E, por fim, sua função econômica, a qual proporciona novas oportunidades de emprego e geração de renda através da sua produção, movimenta diversos setores da economia local e atua diretamente no ramo imobiliário e de bens de serviço.

A habitação é considerada como um direito humano da necessidade básica (LIMA, 2011). A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 elenca e constata que condições de moradia adequadas são um direito intrínseco do ser humano, influenciando na sua qualidade de vida.

2.1.2 O Déficit Habitacional Brasileiro

Baseando-se no conceito mais amplo de necessidades habitacionais, a Fundação João Pinheiro (2009) aponta que o déficit habitacional propriamente dito juntamente com a inadequação de moradias são aspectos que refletem na situação atual do problema em questão. O déficit habitacional refere-se à premência da necessidade de se construir novas moradias visando resolução das adversidades sociais e especificas da habitação. Em contrapartida, a inadequação de

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moradias existentes reflete diretamente na condição de vida dos moradores, a qual não está relacionada à quantidade atual e futura de habitações, e sim à qualidade interna das mesmas.

A questão da habitação é um problema que está situado na esfera central e é interligada ás esferas sociais, políticas, econômicas e culturais. Esse problema é desencadeado da crise inserida na relação de oferta e demanda, isso quer dizer que, a habitação se torna subordinada a uma lógica de mercado, submetida a leis econômicas (LIMA, 2011). Nesse mesmo contexto, Brandão (1984 apud LARCHER, 2005) menciona que a repercussão sobre a adversidade da habitação de interesse social se prolonga e atinge um montante maior do que sua simples construção. A solução está vinculada a fatores como a estrutura de rendas das classes desfavorecidas, intervenientes no acesso aos financiamentos concedidos pelos programas oficiais e a dificuldade de implantação das políticas habitacionais.

2.1.3 Sobre as Habitações de Interesse Social

No Brasil, a habitação social surge devido a intensa migração do meio rural para a cidade a partir de 1950, resultando no aumento da demanda de um grande número de habitações. Essa situação teve origem em função, fundamentalmente, da industrialização acelerada, assim como do próprio crescimento significativo da população brasileira. No final da década de 50, a população urbana brasileira era 70% maior do que no começo daquela década (LAY E REIS, 1992).

O termo HIS relaciona uma série de respostas para os questionamentos relacionados à moradia para população de baixa renda (ABIKO, 1995). Está diretamente associada à necessidade de fornecer habitação urbana para a parcela da população menos favorecida (LAY E REIS, 1992).

A expressão está presente nos estudos sobre a gestão habitacional e vem sendo utilizada por agências e instituições juntamente com suas denominações análogas indicadas por Abiko (1995), como apresenta o Quadro 1 a seguir:

Quadro 1- Denominações análogas à HIS

Habitação de Baixo Custo

Termo utilizado para designar habitação barata sem que isto signifique necessariamente habitação para população de baixa renda.

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Habitação para População de Baixa Renda

É um termo mais adequado que o anterior, tendo a mesma conotação que habitação de interesse social; estes termos trazem, no entanto, a necessidade de se definir a renda máxima das famílias e indivíduos situados nesta faixa de atendimento.

Habitação Popular

Termo genérico envolvendo todas as soluções destinadas ao atendimento de necessidades habitacionais.

Fonte: Autoria Própria (adaptado de Abiko, 1995)

2.1.3.1 Programas de Habitação de Interesse Social

Historicamente, a insuficiência de disponibilidade de crédito para o segmento menos favorecido da população sempre foi apontado como um dos aspectos que dificultam o acesso a moradia dessa parcela. Na atualidade, o Brasil permanece sendo um dos países onde o financiamento para casa própria é algo difícil de se obter (FERREIRA, 2015).

Segundo Ferreira (2015), ao longo das últimas décadas do século XX o crédito imobiliário passou a ficar em segundo plano entre os interesses dos bancos, sendo alegado que o sistema financeiro de habitação era muito complexo e caro. Além disso, por muito tempo o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) foi mal administrado, e, consequentemente, gerou uma desorganização no crédito imobiliário no Brasil, o que culminou, em 1986, no fechamento do Banco Nacional de Habitação (BNH).

Inicialmente, o SFH objetivava favorecer as classes de baixa renda, porém, na busca de rentabilidade desse sistema, o Estado “foi privilegiando os segmentos solventes da população e abandonando gradativamente a prioridade à habitação de interesse social”, desencadeando a revolta dos sem-teto que saíram às ruas exigindo soluções imediatas. Em resposta das reivindicações, o Estado implantou novos programas de habitação em beneficio às classes menos favorecidas da esfera social (AMORIN; BONIN, 2006).

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Nesse mesmo contexto, em 16 de junho de 2005, foi sancionada a Lei Federal nº 11.124 a qual decreta o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), sendo desenvolvido também o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) para gerenciar os recursos orçamentários dos programas do SNHIS. O SNHIS possui os seguintes principais objetivos:

a) Viabilizar para a população de menor renda o acesso à terra urbanizada e à habitação digna e sustentável;

b) Implementar políticas e programas de investimentos e subsídios, promovendo e viabilizando o acesso à habitação voltada à população de menor renda;

c) Articular, compatibilizar, acompanhar e apoiar a atuação das instituições e órgãos que desempenham funções no setor da habitação (FERREIRA, 2015).

Sendo o agente operador do FNHIS, responsável por repassar recursos do OGU para a área de desenvolvimento urbano, a Caixa Econômica Federal (CEF) disponibiliza um projeto-padrão de unidade habitacional popular de 42 metros quadrados, retirados dos “Cadernos CAIXA”, tendo em vista o alcance dos seguintes objetivos:

1) Auxiliar os municípios mais carentes de recursos materiais e humanos, os quais têm, muitas vezes, grande dificuldade para contratar projetos arquitetônicos e complementares.

2) Aumentar a eficácia dos programas habitacionais, uma vez que, dadas as dificuldades dos agentes, muitos contratos assinados aguardam um ou mais anos até que ocorra o primeiro desembolso de recursos e mais ainda até que o beneficiário final possa se instalar na casa nova.

3) Sinalizar para os agentes envolvidos o nível de qualidade e detalhamento julgado necessário para a análise do empreendimento, execução da obra e, consequentemente, boa aplicação do recurso público (FERREIRA, 2015)

Após 4 anos da corroboração do SNHIS, foi vigorada também, a partir de 7 de julho 2009, a Lei Federal nº 11.977, que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). O programa referido compreende ainda os seguintes subprogramas voltados para famílias de baixa renda: Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) e o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), ambos baseados no incentivo à aquisição ou construção de novas moradias ou restauração de imóveis, cada um direcionado a zona especifica da cidade (FERREIRA, 2015).

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Além dos programas supracitados, existe ainda o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no qual está inserida o PMCMV. Criado em 2007, vem contribuindo com o desenvolvimento do país através da retomada do planejamento e execução de obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, 2015).

2.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Conforme Sabbatini (1989 apud VILLAR, 2005) define sistema construtivo como um processo de elevados níveis de industrialização e de organização, composto por um arranjo de elementos e componentes interrelacionados e completamente integrados pelo processo.

A partir da definição, foram arrolados os materiais comumente utilizados na construção civil, bem como seu emprego nas técnicas construtivas.

2.2.1 Convencional: Alvenaria e seus Complementares

O sistema construtivo dito como alvenaria reduz-se em uma edificação constituída de pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não por meio de argamassas. Deve oferecer condições de resistência e durabilidade, assim como impermeabilidade (AZEREDO, 1997).

2.2.1.1 Materiais Empregados  Concreto

De acordo com Yazigi (2009), o concreto é constituído por cimento, misto de agregados graúdos e miúdos e água. Após a mistura de todos os materiais, deve apresentar propriedades de plasticidade de forma que facilitem seu transporte, lançamento e adensamento. Deve apresentar também, quando endurecido, propriedades que atendam as especificidades expostas em projeto, como às resistências à compressão e tração estabelecidas, módulo de deformação e outras. Em sua composição há a possibilidade do emprego de aditivos, os quais têm como finalidade de melhorar ou corrigir algumas propriedades do concreto, proporcionando alterações em sua plasticidade, permeabilidade, tempo de pega e resistência a compressão.

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O concreto armado utilizado em estruturas como vigas, pilares e fundações é originado pela união do concreto e barras de aço, garantindo maior resistência ao sistema.

 Alvenaria

Alvenaria de Vedação

A alvenaria tradicional é executada com tijolos cerâmicos e blocos de concreto, cuja função é apenas de vedação. Há estudos sobre outras tecnologias para alvenaria, como tijolos de solo-cimento, entretanto será abordado apenas os materiais que possuem maior índice de uso atualmente.

Os tijolos cerâmicos são fabricados com argila, podendo ser maciço ou furado, conformados por prensagem, sendo posteriormente submetidos a secagem e queima. São empregados basicamente em levantamento de paredes de vedação ou ainda como paredes portantes em pequenas estruturas (YAZIGI, 2009). A conformação das peças se dá em diferentes tamanhos, sendo os tijolos furados ilustrados na Figura 1.

Figura 1- Dimensões de tijolos furados cerâmicos

Fonte: Izifix (2016)

Os blocos de concreto para vedação não possuem função estrutural, não suportando outras cargas verticais além da do seu peso próprio e pequenas cargas de ocupação. Para todas a dimensões existentes, como mostra a Figura 2, há peças complementares, como canaletas e meio-bloco, entre outros (YAZIGI, 2009).

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Figura 2- Dimensões de blocos e seus complementares

Fonte: Cimento Tubo (2010)

Alvenaria Estrutural

A alvenaria estrutural pode ser executada com blocos de concreto ou blocos cerâmicos, ambos suprindo a mesma necessidade, que é a de fornecer resistência adequada para esse tipo de finalidade. De acordo com Ferreira (2015), esses sistemas dispensam o uso de vigas e pilares de concreto armado, reduzindo o custo final da obra.

Os blocos de concreto proporcionam uma redução de custo e tempo demandados para a construção se comparado com o sistema tradicional, que utiliza tijolos cerâmicos e estruturas de concreto armado (FERREIRA, 2015).

Os blocos cerâmicos proporcionam as mesmas condições que os de concreto, visto que os dois elementos diferem-se apenas pelo material constituinte. A alvenaria desse tipo apresenta características muito importantes, como a precisão dimensional, boa resistência a compressão, isolamento térmico e acústico, resistência ao fogo e a penetração de chuva (FERREIRA, 2015).

 Esquadrias Esquadrias de Aço

A utilização do aço na fabricação de esquadrias é devido a suas qualidades plásticas, sua versatilidade e pela resistência característica do material que proporciona liberdade projetual, sendo

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possível a realização de projetos sem muitas restrições quanto à dimensão da esquadria, garantindo leveza do conjunto e esbeltez dos perfis. (CBIC, 2017).

As esquadrias desse material podem receber diversos tipos de pintura, como o primer de fundo anticorrosivo, que são tintas à base de solvente ou à base de água; e primer de acabamento, que são tintas de esmalte sintético, óleo, epóxi e poliuretano, fornecendo às esquadrias resistência à corrosão (CBIC, 2017).

A Figura 3 apresenta alguns modelos de esquadrias fabricadas em aço.

Figura 3- Modelos de esquadrias em aço

Fonte: IC Portões (2005)

Esquadrias de Alumínio

A resistência à corrosão e à maresia conferem às esquadrias de alumínio grande durabilidade, além de ser um material leve e de baixa manutenção. Permite ainda a fabricação de esquadrias em todas tipologias, sendo possível a elaboração de esquadrias curvadas (CBIC, 2017).

Os acabamentos para as esquadrias desse material são diversos, sendo primeiramente aplicada uma pintura de proteção, após recebem pintura em resinas de cores variadas, como bege, branco e até imitando outros materiais, como madeira e mármore (CBIC, 2017).

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Figura 4- Modelos de esquadrias em alumínio

Fonte: Aluart (2005)

Esquadrias de PVC

O PVC apresenta grande versatilidade e resistência química a agressão de outros materiais, além de ser 100% reciclável. Para ampliar sua performance, os perfis possuem reforços metálicos em seu interior, como apresenta na Figura 5, para conferir maior resistência às esquadrias, e são incorporados aditivos que lhes conferem maior resistência mecânica e contra as intempéries, garantindo às esquadrias um excelente desempenho (CBIC, 2017).

Figura 5- Detalhe interno da esquadria de PVC

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As esquadrias desse material são disponíveis em diversos acabamentos, podendo permanecer na forma mais natural, com cores claras, ou ainda podem ser pintadas e revestidas com cores e acabamentos variados (CBIC, 2017).

A Figura 6 apresenta modelos de esquadrias fabricadas em PVC.

Figura 6- Modelos de esquadrias em PVC

Fonte: Amplex PVC (2010)

Esquadrias de Madeira

A utilização da madeira contribui para o aumento da qualidade das esquadrias, dado que a matéria prima possui características específicas que proporcionam um conforto acústico e térmico para o ambiente. Apresentam também bom desempenho e durabilidade, porém para isso deve-se receber tratamento adequado (CBIC, 2017).

As esquadrias internas podem receber diversos acabamentos, sendo os mais usuais a pintura e o revestimento. É permitido o emprego de pinturas ultravioleta, poliuretano, esmalte sintético, verniz, à base de água e laca. Quanto aos revestimentos, podem ser aplicadas lâminas de madeira (natural e pré-composta), papel melamínico, PVC, PET e polipropileno. Para o uso exterior, deve-se aplicar pintura especial com resistência a intempéries, como resinas à base de água e resinas sintéticas, após o tratamento é permitido revestir as esquadrias com PVC, PET e polipropileno (CBIC, 2017).

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Figura 7- Modelos de esquadrias em madeira

Fonte: Elemacol

 Material Elétrico e Hidrossanitário

Em todos os projetos de instalação elétrica é de fundamental importância a especificação técnica dos diversos componentes que irão compor o sistema (YAZIGI, 2004). Basicamente são constituídas por cabos condutores, eletrodutos, caixas de passagem, caixa de distribuição, caixa de medição, e seus complementos, como tomadas e interruptores que podem alocadas em variadas alturas. Pontos ditos baixos são instalados a 30 centímetros do piso, os médios a 1,20 metros e os altos a 2 metros, sendo considerada cota de referência o piso acabado.

A instalação predial de água fria é composta pelo conjunto de canalizações, registros, válvulas e acessórios, detalhados e dimensionados em projeto (AZEREDO, 1987). O sistema é constituído, geralmente, por peças de PVC, como joelhos, tês e junções, que fazem a ligação de toda a tubulação e conduzem a água da fonte de abastecimento aos pontos de utilização (ABNT, 1998).

Para o sistema de esgoto, também são empregados tubos e conexões de PVC, as quais possuem função básica de coletar e conduzir os despejos provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários a um destino apropriado. Além disso, fazem parte do sistema: caixas de

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inspeção que, como o próprio nome diz, são caixas instaladas de modo a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução do sistema; caixa de gordura, a qual tem como função reter na parte superior gorduras, graxas e óleos contidas no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente; caixa sifonada, que é destinada a receber efluentes da instalação secundária; e por fim, dispositivos de tratamento de esgoto, os quais se referem a unidades destinadas a reter corpos sólidos e outros poluentes contidos no esgoto sanitário (ABNT, 1999).

 Acabamentos Cerâmica

O revestimento cerâmico é fabricado a partir da combinação de argila, filitos, talcos, feldspato (grês) e areias, resultando e um produto final com grande variedade de cores, brilhantes ou acetinados, lisos ou decorados. Pelas características apresentadas, esse tipo de revestimento é comumente utilizado em áreas molhadas, como cozinhas, banheiros, piscinas, saunas úmidas, etc., sendo aplicado tanto nas paredes quanto nos pisos (DE MILITO, 2009).

Porcelanato

O porcelanato é constituído de uma mistura de argila, feldspato, caulim, e outros aditivos, como corantes, submetido a uma forte pressão e queima em alta temperatura (1200 ºC a 1250 ºC), dando origem a um piso resistente a abrasão e de baixa porosidade, sendo totalmente impermeável (DE MILITO, 2009).

Laminado

As chapas de pisos laminados são fabricadas através da prensagem de papéis com aplicação de resinas fenólicas, recobertos com material melamínico, sob um rígido controle de temperatura, resultando em um produto com alta resistência ao desgaste a umidade (DEMILITO, 2009).

Reboco

Quando não há o emprego de nenhum revestimento, paredes são rebocadas com materiais próprios para essa finalidade, sendo bem executados para um bom acabamento.

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Pintura

A tinta é uma composição liquida pigmentada que, além do seu valor estético, apresenta a função de combater a deterioração dos materiais, formando uma película na superfície do substrato, sendo resistente à ação dos agentes de destruição ou de corrosão (AZEREDO, 1987). Existem diversos tipos de tinta que são destinadas para determinados materiais, como a tinta acrílica, que é indicada para superfícies de alvenaria e as tintas esmalte e óleo, que são utilizadas em superfícies de madeira e metal.

 Telhados Telha Cerâmica

A fabricação se dá através da matéria prima argila, que é conformada por prensagem ou extrusão, sendo queimadas de forma a permitir que o produto final seja estanque e de acordo com o determinado modelo (ABNT, 2005). A telha cerâmica compreende diversos modelos, sendo eles a telha francesa, paulista, tipo plan, romana e portuguesa, apresentadas da Figura 8.

Telha de Concreto

A telha de concreto possui formato retangular e perfil geralmente ondulado, composto por cimento, agregado e água, aditivos ou adições, resultando em um elemento de cor natural ou colorido pela adição de pigmento (ABNT, 2009). A Figura 9 mostra modelo de telha de concreto.

Figura 8- Modelos de telha cerâmica

Telha Francesa Telha Paulista Telha Plan Telha Romana Telha Portuguesa Fonte: Autoria própria- composição (2018)

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Figura 9- Telha de concreto

Fonte: Teggo (2010)

Telhas de Fibrocimento

Esse tipo de telha é largamente utilizada em edifícios comerciais e industriais e, pelo baixo custo, são também empregadas em construções unifamiliares. A Figura 10 apresenta modelo de telha de fibrocimento.

Figura 10- Telha de fibrocimento

Fonte: Imbralit (2018)

2.2.1.2 Técnicas Construtivas  Fundação

De acordo com Yazigi (2009), existem dois tipos de fundação: as diretas e as profundas. Nas fundações diretas, a carga é transmitida ao terreno através da base da fundação, compreendendo as seguintes variedades: sapata, bloco, sapata associada, radier e viga de fundação. Nas fundações profundas, pode-se haver a transmissão da carga pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de atrito) ou pela combinação das duas, compreendendo as seguintes variedades: estaca, tubulão, caixão e estaca escavada.

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Cada tipo de fundação e suas variedades apresentam características próprias, as quais são analisadas para definir qual tipo de fundação será empregada para a edificação, dependendo também dos condicionantes que essa edificação irá fornecer.

 Estruturas

Segundo Hugon (2004), a estrutura de concreto armado é um esqueleto constituído por uma malha rígida, cujos pontos de contato com a fundação correspondem aos pontos de relação das cargas de todo o sistema.

Sendo assim, após a instalação apropriada das fôrmas e escoramentos, bem como o posicionamento das armaduras, o concreto é lançado nas estruturas de vigas, pilares e laje, dando formato ao sistema.

 Execução de Alvenaria

Após a concretagem das fundações bem como das estruturas, inicia-se o levantamento das paredes, tanto de vedação quanto de divisão, sendo os tijolos ou blocos assentados com argamassa de assentamento. Baseando-se no que Yazigi (2009) expõe, deve-se utilizar o prumo de pedreiro para garantir o alinhamento vertical da parede, e a partir de um ponto de referência, utiliza-se uma linha esticada como guia a cada fiada executada para assegurar o nivelamento da parede até chegar na viga ou laje.

 Instalação de Esquadrias

As aberturas para instalação de portas e janelas são executadas durante o levantamento da alvenaria, de acordo com o projeto arquitetônico. É necessário moldar-se vergas na parte superior da abertura e contravergas na parte inferior para evitar fissuras depois da edificação pronta, visto que o material constituinte das portas e janelas assim como a alvenaria reagem de maneiras diferentes quando submetidos a uma mesma condição climática (YAZIGI, 2009).

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 Sistema Elétrico e Hidrossanitário

Quando não for possível a colocação de eletrodutos nos furos da alvenaria, a instalação elétrica deve ser posicionada nas paredes, onde são realizados rasgos com máquina própria para essa finalidade, tendo o máximo cuidado para que não cause danos nos serviços já executados. Os elementos instalados no teto, quando não são embutidos na laje, são cobertos por forro afim de manter o sistema escondido (YAZIGI, 2009).

De acordo com Yazigi (2009), as canalizações não podem ser embutidas em elementos estruturais de concreto, sendo permitido, entretanto, ser alojada em reentrâncias (nichos) projetadas para essa finalidade. Comumente, as tubulações, tanto de água fria quanto de esgoto, são embutidas nas paredes e na laje, sendo cobertas pelos acabamentos e revestimentos.

 Aplicação de Acabamentos

Antecedendo a aplicação de qualquer revestimento nas paredes, é necessário realizar uma regularização no substrato, de forma a adequar a superfície da alvenaria para o recebimento do acabamento. Dessa forma, devem ser executadas 2 camadas: chapisco e emboço. O chapisco tem por finalidade proporcionar aspereza em superfícies lisas, concedendo maior aderência a etapa posterior. O emboço é definido como a base regularizadora, uniformizando o prumo e alinhamento da parede (AZEREDO, 1987). Quando não há instalação de revestimento, é executado o reboco no qual é geralmente aplicada pintura com tinta que corresponde ao determinado tipo de substrato.

Assim como nas paredes, o piso também deve ser regularizado para o recebimento de revestimentos. Deve-se realizar um bom apiloamento e, posteriormente, a execução do contrapiso ou lastro de regularização em concreto simples (AZEREDO, 1987).

Após os serviços precedentes, os revestimentos são assentados com argamassa colante específica, de acordo com a área de aplicação.

 Sistema de Cobertura

Em conformidade com o que Azeredo (1997) evidencia, a cobertura de uma edificação tem por finalidade principal abriga-la contra as intempéries, devendo apresentar propriedades isolantes. O sistema deve ser impermeável, resistente, inalterável quanto a sua forma e peso, leve, de secagem

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rápida, de fácil colocação, de longa duração, de custo econômico, de fácil manutenção, resistir as dilatações e contrações e ter bom escoamento.

O telhado é concebido através de três partes: a estrutura, cobertura e a captação de águas pluviais, sendo composto por tesouras, arcos, terças, caibros, ripas, contraventamentos e mão-francesa. Posto isso, dá-se origem ao sistema da cobertura, constituída por superfícies planas inclinadas para um bom escoamento das águas pluviais (AZEREDO, 1997).

2.2.2 Inserção de Contêineres

O ramo da construção civil é um dos que mais produzem resíduos, os quais são descartados por muitas vezes de maneira incorreta, impactando diretamente no meio ambiente. Sendo assim, Aguirre, Oliveira e Britto Correa (2008) apontam que a reutilização do contêiner para fins de moradia, projetada para habitação de interesse social, é um recurso válido e apropriado para o propósito habitacional com relevância sustentável.

2.2.2.1 Breve Histórico do Contêiner

A palavra contêiner provém do Latim “continere” e significa “manter junto, “envolver”, “armazenar”. Como o significado de sua denominação sugere, os contêineres são utilizados para acomodar e conservar os produtos em seu interior, sendo transportados a longas distâncias pelos diversos meios de transporte existentes, zelando pela segurança, a inviolabilidade e a rapidez de manuseio (SLAWIK et. al, 2010 apud CARBONARI, 2015).

O armazenamento e transporte de bens nas civilizações antigas se dava por meio do uso de recipientes e objetos para a conservação dos produtos, originando assim os antecedentes dos primeiros contêineres. Contudo, ao decorrer da revolução industrial e a implantação do transporte ferroviário, as grandes caixas de ferro foram aperfeiçoadas, surgindo modelos mais desenvolvidos (CARBONARI, 2015)

Segundo Slawik et. al (2010, apud CARBONARI, 2015), Malcom McLean chegou a conclusão, através da realização de uma avaliação da perda de dinheiro e de tempo nos portos, que o desempenho das atividades poderia ter maior eficiência se houvesse a possibilidade dos

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recipientes que armazenavam os produtos serem embarcados nos navios cargueiros. Deste modo, em 1937 McLean idealizou um modelo de contêiner, o qual foi projetado em aço resistente à corrosão com a mesma capacidade de carga de um caminhão, sendo esse usado como referência para os modelos atuais.

Mostrando-se uma opção favorável e com muitas vantagens, com vida útil de aproximadamente 90 anos, a utilização de contêineres como uma técnica de construção apresenta muitos atrativos, porém os que recebem maior notoriedade é a possibilidade de deslocamentos e a grande flexibilidade estética, sendo praticáveis modificações na unidade habitacional de maneira facilitada (AGUIRRE; OLIVEIRA; BRITTO CORREA, 2008).

Baseado nos dados apresentados pela World Shipping Council (WSC, 2014) existem mais de 18 milhões de contêineres para transporte circulando pelo mundo, e do total dessa quantidade, 5% são descartados todos os anos para reciclagem, visto que seu tempo de vida útil náutica é de entre 10 a 15 anos. Sendo assim, após esse período as unidades descartadas permanecem armazenadas nos portos, sem mais utilidade para o local. Surge então a necessidade de dar um novo destino aos contêineres que, devido a qualidade do material e sua versatilidade, possibilita sua utilização em abrigos sanitários para obras, shows, feiras e exposições ou ainda como estandes em eventos, depósitos, alojamento, ambulatórios médicos e serviços itinerantes.

2.2.2.2 Materiais Empregados  Contêiner

Os contêineres são elementos metálicos pré-fabricados compostos por perfis e chapas de aço patinável, material que possui grande resistência a ação corrosiva, comumente conhecido como aço Corten. Um dos atributos prevalecentes desse aço é que submetido a exposição dos agentes corrosivos, ele possui a tendência de desenvolver uma película de pátina, aderente e protetora, formada por óxido de cor avermelhada, que intervém na velocidade em que o processo de corrosão ocorre (SLAWIK et. al, 2010 apud CARBONARI, 2015).

De acordo com Salwik et. al (2010 apud CARBONARI, 2015) o contêiner é composto por quatro vigas inferiores e quatro vigas superiores que se unem por meio de pilares instalados em cada aresta da estrutura, formando uma armação intertravada e rígida. Esses quatro montantes que

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se formam são guarnecidos de cantoneiras que contribui no apoio, manuseio e travamento do conjunto. A sua vedação é composta por três elementos: piso, painel frontal e painéis laterais. O piso é fechado com placas de compensados, as quais são apoiadas em vigas intermediárias que por sua vez são fixadas nas vigas inferiores. O painel frontal é constituído de uma porta com duas folhas as quais são fixadas em dobradiças soldadas nos pilares de sustentação. E, por fim, os painéis laterais, superior e posterior são soldados nas vigas superiores, sendo fabricados com chapas de aço trapezoidal, apresentando maior rigidez quando comparada com uma chapa plana. Todo esse sistema possui configuração como ilustra a Figura 11.

Figura 11- Composição geral de um contêiner

Fonte: Carbonari (2014)

Segundo Figuerola (2013), os tipos de contêineres mais utilizados para fins de habitação são os High Cube de 40 pés, possuindo dimensões de 2,89 metros de altura, 12,19 metros de comprimento e 2,44 metros de largura, como apresenta a Figura 12, resultando em 85,95 m³. São empregados em função da sua altura, maior do que a dos outros tipos existentes (aproximadamente 2,40 metros), proporcionando um pé direito mais elevado para a edificação, sendo possível o embutimento de instalações no forro do gesso.

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Figura 12- Dimensões do contêiner High Cube 40 pés

Fonte 1: MFC Group (2015)

 Esquadrias

Com base em estudos de casos feitos por Carbonari (2015), nas edificações analisadas foram instaladas aberturas metálicas, tanto as portas externas quanto as janelas, com diversos tamanhos sendo determinados para cada prédio, além de apresentarem diferentes modelos e sistemas de aberturas.

Para aberturas internas não há necessidade de serem metálicas, podendo-se considerar o uso de portas de madeiras, com marcos e guarnições.

 Divisórias

Para implantação de divisórias internas no contêiner, pode-se introduzir a técnica Drywall, que consiste em chapas com miolo em gesso revestidos com papel-cartão, as quais são fixadas em perfis metálicos, dando origem a uma divisória. As placas de gesso acartonado apresentam resistência a compressão e a maleabilidade, além de possuírem pequena espessura, interferindo minimamente nas dimensões internas dos cômodos (CARVALHO et. al, 2017).

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É importante destacar-se que para áreas molhadas como banheiros, cozinhas e lavanderias não é recomendado a utilização de gesso acartonado comum, sendo empregado uma chapa de gesso na cor verde que possui propriedades hidrofugantes, apresentando silicone na composição, proporcionando maior resistência a umidade (CARVALHO et. al, 2017)

Outras opções existentes são as técnicas de Wood Frame, composta por paredes secas e quadros de madeira, e o sistema de Steel Frame, consistida por estrutura de aço (CARBONARI, 2015), porém este último possui maior utilização na parte externa, para estruturar o esqueleto da edificação.

 Materiais para Tratamento Térmico e Acústico

O domínio das práticas da construção civil juntamente com o conhecimento da existência de materiais que possuem como característica a isolação termo-acústica, auxilia diretamente na elaboração de projetos que têm como objetivo a economia de energia ou que busquem soluções construtivas que forneçam condições satisfatórias de conforto térmico aos usuários (TESSARI, 2006).

De acordo com Garrido (2011, apud DOMINGOS, 2014) os contêineres são estruturas muito pesadas apesar de seus constituintes apresentarem mínima espessura para separar a parte interior da parte exterior. Esse fato faz com que o calor fique concentrado dentro do contêiner durante o dia e se dissipe rapidamente quando não há radiação do sol, como a noite, ou em dias nublados, como ilustra a Figura 13.

Figura 13- Desempenho térmico do contêiner

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Ainda em conformidade com o autor, o emprego de materiais isolantes é de suma importância na construção de uma residência utilizando contêiner. Existem diversas alternativas no mercado para suprir esse condicionante, porém Figuerola (2013) cita que os mais utilizados são as placas de poliestireno expandido, lã de PET, lã de rocha e lã de vidro.

Poliestireno Expandido (EPS)

Resultante da polimerização do estireno (derivado do petróleo) em água, o poliestireno expandido, mais conhecido como ISOPOR, apresenta características físicas e alta resistência mecânica que, somadas com baixo coeficiente de condutividade térmica e baixo índice de absorção de água, o EPS torna-se um excelente material para o isolamento térmico, tanto de lajes, paredes e telhados (TESSARI, 2006).

Voltada para o assunto em pauta neste item, a Figura 14 apresenta o tratamento térmico executado na estrutura interna de um contêiner, sendo toda revestida com EPS.

Figura 14- Contêiner revestido de EPS

Fonte: Brásmódulos (200?)

Manta de Fibra de Poliester (PET)

Constituído por fibras recicladas provindas das garrafas PET, o material apresenta como característica principal a alta resiliência, sendo capaz de absorver vibrações emitidas pelo ruído de impacto, impedindo a propagação de grande parte do som produzido. Por apresentar essa característica, é utilizado no tratamento de isolamento acústico de pisos e paredes, sem redução signifiativa de dimensões dos cômodos, já que possuindo uma espessura média de 8 mm (DOMINGOS, 2014). Após a aplicação, sua configuração se apresenta como mostra a Figura 15.

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Figura 15- Contêiner revestido de lã de PET

Fonte: Oceano Containers (2014)

Lã de Rocha

Como o próprio nome sugere, a lã de rocha é constituída de fibras minerais de rocha vulcânica, rochas basálticas especiais e ainda por outros minerais. O material possui estrutura não capilar, ou seja, não retêm água, mostrando um comportamento inoperante quando submetido a eventuais condensações (DOMINGOS, 2006).

O mercado brasileiro dispõe desse material em formato de painéis e mantas com e sem revestimento de plástico autoextiguível ou “kraft aluminizado”, além de ser comercializada com adição de tela metálica para proporcionar maior resistência mecânica ao produto (CATAI; PENTEADO; DALBELLO, 2006).

A Figura 16 mostra uma divisória em dry wall revestida de lã de rocha.

Figura 16- Lã de rocha instalada

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Lã de Vidro

Composta por sílica e sódio aglomerados por resinas sintéticas em alto forno, conhecida mundialmente como um dos melhores isolantes térmicos, a lã de vidro possui um ótimo comportamento no tratamento do fluxo de calor devido a sua baixa condutividade térmica, além de apresentar um elevado índice de absorção acústica, sendo utilizado também na obstrução de ruídos (DOMINGOS, 2014).

Em relação ao seu consumo, Catai, Penteado e Dalbello (2006) abordam que a lã de vidro é vendida em conformação de manta combinada com outros materiais, como a manta ensacada com polietileno, manta aluminizada, manta revestida com feltro para estruturas metálicas e manta de fibro-cerâmica destinada a tubulações e equipamentos submetidos a temperaturas elevadas

A Figura 17 demonstra um contêiner com seu isolamento termo acústico executado com lã de vidro.

Figura 17- Contêiner revestido de lã de vidro

Fonte: http://blogremobilia.com/

Com base nos materiais acima citados, a Figura 18 exemplifica o sistema de tratamento térmico e acústico em contêineres.

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Figura 18- Esquema de isolamento térmico de parede, cobertura e piso do contêiner

Fonte: Carbonari (2014)

 Material Elétrico e Hidrossanitário

Os materiais para instalação elétrica e hidrossanitária são os mesmos utilizados no sistema construtivo convencional.

A tubulação em PVC é a mais utilizada nos sistemas hidráulico e de esgoto. Deve-se analisar o abastecimento e o fluxo de resíduos para determinar o tamanho dos condutos e sua inclinação.

Para as instalações elétricas são utilizados condutores de diversas cores para facilitar a distinção dos circuitos, e a partir de um projeto são determinadas as bitolas.

 Acabamentos Pintura

De acordo com Bozeda e Fialho (2016), no exterior do contêiner pode-se realizar a aplicação de uma tinta específica com propriedades térmicas, a qual reflete 75% da radiação solar, diminuindo a temperatura das telhas e paredes em até 15 graus, além de amenizar a temperatura interna em até 30%. Figueiredo (2015) recomenda ainda que a pintura deve ser, preferencialmente, em tintas de cores mais claras por serem mais reflexivas, reduzindo a incidência de calor no interior

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do contêiner. Além disso, pode-se empregar cores prateadas-aluminizadas, também conferindo alta refletância.

Na pintura da parte interior, Figueiredo (2015) menciona que pode-se aplicar poliuretano vegetal ou epóxi sem solvente, sendo necessárias 3 demãos em áreas molhadas como banheiros.

Revestimentos

Para revestimento de piso interno, é sugerido a aplicação de piso vinílico por possuir pequena espessura que varia de 3 a 5 mm, não interferindo de forma significativa no pé direito da estrutura que já é relativamente baixo. Além disso, o piso vinílico é um produto sustentável, fabricado com materiais recicláveis, auxilia no conforto térmico e acústico (antirruído), é antiderrapante, não provoca alergias, possui grande resistência, é de fácil instalação e apresenta um baixo custo, tornando-se ainda mais atrativo. Ademais, existem linhas especificas para áreas molhadas, sendo possível a aplicação do produto em todos os cômodos da casa, inclusive banheiros (BOZEDA; FIALHO, 2016).

Para revestimento interno de paredes, Librelotto (2013) cita que pode-se utilizar placas leves, permitindo a instalação do tratamento termo acústico entre o material e a estrutura, visto que nas paredes do contêiner há a existência de ranhuras, dando origem a espaços vazios quando as placas são colocadas.

Segundo Aguirre, Oliveira e Britto Correa (2006), o acabamento interno pode ser feito com réguas de PVC ou placas de OSB, mostrando-se alternativas com ótimo acabamento, de fácil manutenção e baixo custo. É indicado que as placas de OSB sejam pintadas com cores claras, preferencialmente a base de água, proporcionando assim um índice de iluminação maior durante o dia sem a necessidade de acionar iluminação artificial, visando a diminuição de consumo de energia elétrica. Além da pintura, Carbonari (2015) aponta que pode-se assentar revestimentos cerâmicos nas paredes, como por exemplo em banheiros, que são áreas sujeitas a umidade e esse tipo de acabamento bloqueia as ações da água.

Além da aplicação de pintura para acabamento externo, Souza (2015) aponta que é possível fazer uso de placas cimentícias para revestir as fachadas do contêiner, tendo como principal função o bloqueio da propagação de calor do exterior para o interior.

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Forro

Em relação ao acabamento superior interno, pode-se utilizar os mesmos materiais que as divisórias são constituídas. Como citado no item “Divisórias”, a técnica de Drywall funciona também como revestimento de lajes, sendo as placas de gesso fixadas a estrutura superior através de arame galvanizado (SOUZA, 2015). Pode-se aplicar também forros comuns, como o PVC.

 Cobertura

O contêiner já foi delineado de forma a não acumular água sobre a estrutura, tendo o painel superior uma inclinação adequada para evitar-se tal fenômeno. Entretanto, é possível introduzir diversos tipos de cobertura, entres os quais estão a possibilidade de implantar telhado verde, utilizar telhas térmicas, conhecidas como telha sanduíche, e telhas metálicas (LIBRELOTTO, 2013).

2.2.2.3 Técnicas Construtivas

As particularidades e características intrínsecas aos contêineres apresentam grande influência no projeto de arquitetura, sendo necessária uma análise sobre o processo que envolve a reutilização desse material para tal finalidade (CARBONARI, 2015).

A Figura 19 apresenta uma sequência de pensamento para a concepção de uma habitação executada com contêiner, onde primeiramente se determina o tipo de contêiner a ser utilizado, assim podendo-se distribuir os cômodos em seu interior a partir das suas dimensões, posteriormente é encaminhado para realizar-se as modificações definidas em projeto, e por final faz-se os acabamentos necessários, dando origem a residência.

Figura 19- Concepção de uma habitação em contêiner

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 Fundação

Para a escolha da melhor opção de fundação para esse tipo de técnica construtiva realiza-se os mesmos estudos que uma construção convencional, em relação ao terreno que irá receber a obra e o solo que o compõe. De acordo com Slawik et. al (2010, apud CARBONARI, 2015) a alternativa a ser empregada depende da geometria do projeto, se vai ser uma estrutura provisória ou permanente e das propriedades geofísicas do terreno, no que diz respeito à declividade, drenagem e instabilidade do solo. O autor ainda menciona que os contêineres devem ser apoiados a partir de suas cantoneiras inferiores, visto que as mesmas foram dimensionadas para sofrerem esforços durante seu manuseio.

Baseando-se em um projeto elaborado pela arquiteta Lívia Ferraro, o qual faz-se uso do contêiner como técnica construtiva, Librelotto (2013) aponta que para esse tipo de edificação o emprego de fundações rasas, como o radiêr, é uma opção viável. Em contrapartida, Souza (2015) menciona que não seria necessária uma base única para sustentar o contêiner, sendo substituída por sapatas alocadas nos quatro pontos estruturantes da base. O autor ressalta ainda que é imprescindível manter o contêiner distante do solo, evitando que a umidade proveniente das chuvas ou do solo danifiquem a estrutura.

 Sistema de Aberturas para Esquadrias

As aberturas para instalação de janelas e portas podem ser executadas de três maneiras: nos planos, podendo as aberturas estarem centralizadas, descentralizadas, agrupadas ou salientes; nas esquinas, estando adjuntas às arestas do contêiner ou contornando a esquina; e ainda podem estar localizadas entre os planos, sendo o corte na vertical (do piso ao teto) ou horizontal (entre as paredes laterais), além de ser possível o corte total do painel (CHING, 1995 apud CARBONARI, 2014), como mostra a Figura 20.

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Figura 20- Cortes possíveis no contêiner para instalação de janelas e portas

Fonte: Carbonari (2014)

As indicações na figura referem-se aos métodos de corte do contêiner: a) abertura nos planos; b) abertura nas esquinas; e c) abertura entre os planos.

Segundo Figuerola (2013), após a seleção dos contêineres, os mesmos passam pelos serviços de serralheria, assim sendo encaminhados para o local da obra parcialmente adaptados, com o corte das aberturas realizados, molduras soldadas, que substituem os contramarcos, como mostra a Figura 21. Recomenda-se que esse tipo de serviço seja executado por empresas e pessoas qualificadas que possuam maquinário específico para o trabalho, como máquinas de plasma com ar comprimido, fazendo o corte com grande precisão para evitar soldas adicionais. Após os processos citados, ainda é realizada a limpeza com escova mecânica e lixadeira rotativas e posteriormente é feita a aplicação de pintura anticorrosiva.

Figura 21- Recorte de contêiner

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É valido destacar que os requadros das aberturas devem ser executados com material análogo ao do contêiner, pois o contato de duas ligas metálicas distintas pode desencadear o processo de corrosão de um dos materiais utilizados. Além de levar em consideração os aspectos construtivos, é de suma importância que o posicionamento e dimensionamento das aberturas seja adequada, de forma que a ventilação cruzada exista e haja iluminação natural (CARBONARI, 2014).

Para aberturas internas, as mesmas são instaladas do mesmo modo do que uma construção de alvenaria convencional, sendo constituída por marco e guarnições, instaladas nos vãos das divisórias leves.

 Instalação de Divisórias

Tanto o sistema Drywall quanto o Steel Frame utilizam aço para sua montagem. Suas placas são estruturadas através perfis metálicos, chamados de montantes e guias, dando origem à divisória. Já o Wood Frame é estruturado com perfis de madeira, possuindo a mesma finalidade.

 Tratamento Térmico e Acústico

Antecedendo a instalação do tratamento termo acústico são posicionadas todas as tubulações hidráulicas e elétricas, em seguida dispõem-se as placas de revestimento cobrindo as tubulações, dando melhor acabamento para o interior do contêiner (SOUZA, 2015).

Segundo Slawik et al. (2010, apud CARBONARI, 2015), praticamente qualquer isolamento térmico convencional pode ser empregado, entretanto deve-se levar em consideração a espessura do material ao aplicar o isolamento internamente, pois pode resultar em uma perda da área útil interna.

 Instalações Elétricas e Hidráulicas

Segundo Rodrigues (2015), o arranjo dos sistemas elétrico e hidrossanitário seguem os mesmos padrões de instalação de uma obra convencional, sendo instalados antes da aplicação de revestimentos. Como citado no item acima, o procedimento é realizado antes de se inserir a camada de isolamento termo acústica, sendo semelhante ao processo realizado em estruturas de Steel Frame.

Referências

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