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PESSOA JURÍDICA CONTINUAÇÃO AULA DA SEMANA 15 À 17 DE ABRIL

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Academic year: 2021

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PESSOA JURÍDICA – CONTINUAÇÃO – AULA DA SEMANA 15 À 17 DE ABRIL A classificação geral das pessoas jurídicas mantém a estrutura já prevista no Código Civil anterior, dividindo-as em pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado. As jurídicas de direito público (artigo 40) podem ser classificadas de internas e externas. As internas são a União, os Estados, o Distrito federal, os Territórios, os Municípios, as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei. As externas são os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

As pessoas jurídicas de direito privado (que são as que mais nos interessam neste texto) obedece apenas a três tipos (conforme diz o artigo 44):

1. As associações, 2. As sociedades, 3. As fundações.

Para todas elas ficam valendo as seguintes regras gerais:

a) O Registro destas pessoas jurídicas, seja feito em Cartório ou nas Juntas Comerciais, deverá declarar (artigo 46 do NCC):

-A denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver.

-O nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores.

-O modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.

-Se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo. -Se os membros respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. -As condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

b) Nos casos de abuso da personalidade jurídica caracterizado pelo desvio de finalidade ou por problemas que envolvam o seu patrimônio (como apropriação privada dos seus bens), pode haver a transferência de obrigações, por decisão judicial, aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica

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(artigo 50), mesmo que os estatutos da associação, por exemplo, digam que a responsabilidade dos associados é limitada.

Em relação ao tipo de pessoa jurídica, continua valendo a regra já existente colocando maior importância sobre o que a entidade está fazendo e menos sobre a forma como foi registrada.

Assim, por exemplo, se uma iniciativa está registrada como associação mas se dedica apenas a atividades comerciais, escapando de sua finalidade, ela passa ser considerada como sociedade (empresária ou simples), perdendo o “status” de associação mesmo que mantenha o registro, o nome, a forma estatutária e a classificação legal. Isso colocado, vamos fazer uma breve análise dos pontos mais importantes que dizem respeito à vida das associações, das sociedades e das fundações.

I – ASSOCIAÇÕES

O Novo Código Civil Brasileiro mantém de definição destas pessoas jurídicas pela negativa ou seja, coloca como referencial a atividade econômica como central na vida das pessoas jurídicas (e nisso não inovou a respeito do Código Civil anterior) e diz que as Associações são constituídas “pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos” (artigo 53). Isso também confirma que as associações não se destinam a atividades que tenham finalidades econômicas como a comercialização de bens ou serviços.

O que foi estipulado de novo para as associações:

a) Observadas as regras gerais estabelecidas para o registro (acima citadas), os Estatutos da associação deverão conter obrigatoriamente (artigo 54):

1) A denominação, os fins e a sede da associação.

2) Os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados. 3) Os direitos e deveres dos associados

4) As fontes de recursos para a sua manutenção

5) O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos

6) As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a sua dissolução.

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b) A possibilidade de instituir categorias de associados com vantagens especiais mesmo que o Novo Código Civil não tenha estabelecido que tipo de vantagem seja esta. O artigo 55 diz que “os associados devem ter direitos iguais, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais”.

c) As assembléias gerais só podem aprovar contas e alterar os estatutos com a aprovação de 2/3 dos presentes na mesma e só poderão ser instaladas, em primeira convocação, com a presença de pelo menos a metade mais um dos associados e, nas convocações seguintes, com a presença de pelo menos 1/3 dos associados. É o que diz o artigo 59 e esta parece ser uma mas inovações importantes e que vão alterar a forma de decidir de muitas associações já que, em muitas vezes, as associações aprovam as contas com qualquer número de associados presentes.

d) As decisões de assembléia que digam respeito à exclusão de associados do quadro social somente podem ser tomadas por pelo menos metade mais um dos associados presentes e referida assembléia terá de ter sido convocada especialmente com esta finalidade (isso está no Artigo 57 do NCC).

e) E outra novidade importante introduzida pelo Novo Código Civil é a que diz respeito à possibilidade de que, havendo a dissolução da entidade, pagas as dívidas e obrigações, havendo remanescente patrimonial, possam ser restituídas as contribuições que os associados prestaram à associação, desde que devidamente comprovadas através de registro. Em outras palavras: Se o associado pagou taxas ou outras contribuições à associação e isso foi devidamente registrado, quando for dissolvida a entidade, havendo sobra de patrimônio, ele pode receber de volta o que ele contribuiu. Isso estava proibido pelo Código atual e é uma novidade interessante. Diz o Parágrafo primeiro do artigo 61: “Por cláusula do estatuto ou, no seu silencio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação”. Mas, são só as contribuições feitas. Isso significa que, se as mesmas não forem comprovadas ou, se comprovadas, forem restituídas, o restante do patrimônio remanescente na dissolução da associação deve ir, como está no atual Código, para uma entidade afim.

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As associações compreendem todas as anteriores Sociedades Civis Sem Fins Lucrativos com exceção das fundações e das cooperativas e se apresentam de múltiplas formas e nomes, desde iniciativas assistenciais, mobilizações populares, entidades de apoio e assessoria (das quais a maioria se chama de Organizações Não-Governamentais ou, simplesmente, ONGs), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e Organizações Sociais (O.S.). São também, em principio, associações os sindicatos. Também têm se registrado na mesma categoria, associações de produtores, associações de máquinas, de assistência técnica, cantinas e cantinões, grupos comunitários, mesmo que realizando atividades de comercialização de produtos e distribuindo ganhos para os seus associados.

Do ponto de vista tributário, as associações são imunes a impostos sobre renda, desde que cumpram alguns requisitos, especialmente no que se refere:

a) à não remuneração dos seus dirigentes,

b) à não distribuição de sobras/ganhos financeiros para os seus associados e c) à aplicação de suas rendas e patrimônio na consecução dos objetivos, em território nacional.

Esta imunidade provém da complementaridade da entidade em sua atuação em relação aos fins públicos. Ou seja: Os tributos se destinam para fins públicos. A associação é uma ação privada complementar aos poderes públicos, visando o bem comum. Por isso, ela está imune à tributação. As áreas previstas para a imunidade, de acordo com a Constituição Federal (artigo 150), são a educação e a assistência social.

Todas as associações que adotarem a forma comercial (tendo como finalidade principal às operações de compra e venda de mercadorias), apesar do seu registro ser feito em cartório (registrando os estatutos), passam a serem reguladas pelas leis comerciais como as demais sociedades mercantis.

No âmbito da interpretação estrita da legislação, esta situação em que as associações realizam atividades de comércio, distribuindo inclusive entre os associados os resultados financeiros da comercialização, é efetivamente irregular, vez que não é esta a finalidade deste tipo de sociedade e fica caracterizado o não pagamento devido dos tributos correspondentes, especialmente em relação ao

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Imposto de Renda, sendo que este tipo de iniciativa deveria ser integrado à classificação das sociedades, sejam empresárias ou simples.

II – SOCIEDADES

De acordo com o Artigo 966 do NCC toda a iniciativa de pessoa jurídica que desenvolva atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços é chamada de sociedade e o Novo Código as classifica em: Sociedades Empresárias e Sociedades Simples.

As sociedades empresárias são, no geral, as mesmas que o Código Comercial classifica como Sociedades Mercantis. O NCC em seu artigo 982 diz que “Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro; e simples, as demais”.

As sociedades empresárias, de acordo com o Novo Código Civil são as seguintes: - Sociedade em nome coletivo

- Sociedade em comandita simples - Sociedade limitada

- Sociedade anônima

- Sociedade em comandita por ações - Sociedade em conta de participação

As demais são consideradas “sociedades simples” que podem se constituir na forma das empresárias, se dedicar às mesmas atividades mas não precisam ter o mesmo registro e nem se submeter as mesmas obrigações (o que deve ser regulado ou já é regulado por lei).

O parágrafo único do Artigo 982 diz: “Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa”.

Em outras palavras, o código não explica o que seja uma “sociedade simples” a não ser no que se refere ao fato de que a cooperativa é uma sociedade simples. Isso é importante de ser destacado porque, adiante, o Artigo 998 do mesmo Novo

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Código Civil diz que: “Nos 30 (trinta) dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede”. O no Artigo 1.150: “O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária”.

Tecnicamente, as sociedades empresárias são as mesmas que o Código Comercial denomina como “Sociedades Comerciais ou Mercantis”.

As sociedades simples são as cooperativas e as que, pelo Código Civil de 1917, são conhecidas como Sociedades Civis com Fins Lucrativos, as quais continuam a ser constituídas e reguladas por contrato e o seu registro é feito no Cartório e não na Junta Comercial.

No que se refere às cooperativas,os artigos do Código Civil acima citados têm duas importantes conseqüências para a sua vida:

1. As cooperativas não mais terão estatutos mas serão regidas por contrato. 2. O registro das cooperativas não mais será na Junta Comercial mas nos

Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas.

O processo de fundação continua sendo realizado mediante uma assembléia na qual deverá ser aprovado o contrato que vai ser a peça jurídica básica de registro e funcionamento da cooperativa. O contrato dispensará os estatutos e a ata de fundação.

Este contrato deverá obrigatoriamente conter (Artigo 997 do NCC):

1. Nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas.

2. Denominação, objeto, sede e prazo da sociedade.

3. Capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária.

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5. As prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços.

6. As pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições.

7. A participação de cada sócio nos lucros e perdas.

8. Se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.

III – AS FUNDAÇÕES

Em relação às fundações permanecem praticamente as mesmas regras estabelecidas no anterior Código Civil, com o aumento da presença do Ministério Público nas mesmas e com a determinação prevista no parágrafo único do Artigo 62 do NCC:

“Na fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência”, o que delimita muito mais claramente as suas áreas possíveis de atuação mesmo que seja um pouco difícil dizer exatamente o que seriam ou o que se encaixa em “fins religiosos, morais, culturais ou de assistência”.

As fundações são entidades dotadas de personalidade jurídica e, ao contrário das sociedades ou associações, são formadas por um conjunto de bens destinados à consecução de um fim.

A diferença entre a fundação e associações e sociedades é que a fundação é dotada de vida jurídica, enquanto que as associações e sociedades são agregados de pessoas naturais.

A existência de uma fundação depende de:

· Um patrimônio composto de bens livres no momento da constituição, em torno do qual se desenvolverão as suas atividades.

· O ato constitutivo ou a dotação do bem que deverá ser feito por escritura pública ou constar de testamento.

· A declaração, neste ato, do fim especial a que se destina a fundação.

· Estatutos, atendendo as bases estabelecidas pelo instituidor feitos sob supervisão do Ministério Público, aprovados pelo Juiz.

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· Uma administração, instituída ou não por disposição testamentária, que pode ser destituída mediante decisão judicial ou eleita ou substituída de acordo com as disposições estatutárias.

O registro é feito em Cartório.

Apesar do Novo Código Civil Brasileiro fazer a diferenciação entre associações, sociedades e fundações, isso não significa que no caso das associações, as mesmas não possam entrar no campo das sociedades desenvolvendo atividades de fins econômicos mas, neste caso, passam a ser consideradas, para fins tributários e em relação a outras obrigações, sociedades empresárias. O mesmo não ocorre com as fundações que devem se manter fiéis, obrigatoriamente, à sua natureza e finalidades.

Na comparação entre as associações, sociedades e fundações, duas questões são essenciais:

a) A presença de capital determinando a participação e o poder na sociedade. Nas sociedades empresárias e nas simples, com exceção das cooperativas, a distribuição dos ganhos é para os “donos” das mesmas na proporção da sua participação no capital. Na associação não pode haver distribuição de capital. Na cooperativa, a distribuição das “sobras” è proporcional à produção e não ao capital e vai para todos os seus sócios e sócias. Na Fundação não há distribuição de ganhos.

b) O outro ponto diz respeito aos contratos de trabalho. Tanto nas associações como nas sociedades bem como nas Fundações, quem trabalha deve ser contratado com as conseqüentes obrigações trabalhistas. Apenas a cooperativa é que tem o privilégio de distribuir ganhos aos que produzem a atividade-fim, sem que haja necessidade de estabelecer o contrato de trabalho, lembrando, no entanto, que as pessoas que trabalham na atividade-meio, mesmo sendo sócios ou sócias, devem ser contratados.

Referências

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