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CUIDANDO DO IDOSO E CUIDANDO DO CUIDADOR

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Academic year: 2021

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CUIDANDO DO IDOSO E CUIDANDO DO CUIDADOR

Jorge Wilker Bezerra Clares 1 Rozzana Oliveira Tabosa 2 Carliene Bezerra da Costa 3 Maria Célia de Freitas 4

RESUMO

Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos de Enfermagem sobre a importância do cuidado com o corpo e a mente de idosos e cuidadores de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), durante o Curso de Atualização em Cuidados a Idosos Institucionalizados. O curso em questão foi desenvolvido em uma ILPI de Fortaleza-Ce, durante os meses de março e abril de 2009 com o objetivo de atualizar e capacitar cuidadores na assistência prestada aos idosos que vivem nesse local. Este estudo tem como proposta relatar a experiência da aula intitulada “O corpo e os sentidos que envelhecem: como cuidar” ministrada no referido curso com o objetivo de promover a estimulação do corpo e da mente dos idosos e dos cuidadores que trabalham na instituição. Essa aula dividiu-se em dois momentos. Entre as duas etapas da sua realização destacaram-se como principais itens discutidos os cuidados com os idosos e os cuidados com os cuidadores. Ao término da aula percebeu-se por parte dos participantes grande satisfação com os assuntos abordados e um aprimoramento na assistência ao idoso institucionalizado.

Descritores: Idosos. Cuidadores. Capacitação.

1

Acadêmico de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará – UECE. Membro do Grupo de Pesquisa Educação, Saúde e Sociedade – GRUPESS. Bolsista do Programa de Monitoria Acadêmica – PROMAC. Fortaleza-CE. E-mail:

jorgewilker_clares@yahoo.com.br

2 Acadêmica de Enfermagem da UECE. Membro do Grupo de Pesquisa Saúde da Mulher e Família. Bolsista do Programa de

Monitoria Acadêmica – PROMAC. E-mail: rozzanatabosa@yahoo.com.br

3 Acadêmica de Enfermagem da UECE. Membro do Grupo de Pesquisa Saúde Mental, Família, Práticas de Saúde e

Enfermagem – GRUPSFE. E-mail: carlienebezerra@yahoo.com.br

4

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo – Campus de Ribeirão Preto. Professora do Departamento de Enfermagem da UECE. E-mail: maria.celia30@terra.com.br

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INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fato que vem se concretizando no Brasil. Anualmente somam-se à população nacional centenas de milhares de “novos velhos” e estes, muitas vezes vêm acompanhados de doenças crônico-degenerativas ou síndromes incapacitantes.

O rápido processo de envelhecimento da população brasileira se dá em razão da transição de uma situação de alta mortalidade e alta fecundidade, para uma de baixa mortalidade e gradualmente baixa fecundidade como justificam as projeções estatísticas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE em 20081.

Esse salto no crescimento da população idosa também vem acompanhado por um quadro de enfermidades complexas e onerosas, características da terceira idade, marcado por doenças crônicas e múltiplas, que perduram durante anos, com exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos.

Além disso, por vezes, esses idosos têm alguma limitação funcional, tornando-se pessoas com um alto grau de dependência de terceiros, que nem sempre se disponibilizam a ajudá-lo. Dessa forma, muitos indivíduos deixam seus familiares de mais idade em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Essas instituições têm por função assistir ao idoso “quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família”2.

Nesse contexto, surge a figura do cuidador, pessoa responsável por prestar cuidados que suprem uma incapacidade funcional temporária ou definitiva. Conforme o vínculo que o cuidador tem com a pessoa cuidada, esses podem ser cuidadores formais ou informais. Os primeiros são todos os profissionais e instituições que realizam atendimento sob forma de prestação de serviços e os cuidadores informais são os familiares, amigos, vizinhos membro da igreja, entre outros3.

Neste cenário, vale destacar que em uma instituição asilar para anciãos foi observado a fragilidade de conhecimento técnico-científico de alguns cuidadores em relação à assistência às pessoas cuidadas. Após esta constatação, optou-se pelo desenvolvimento de um Curso de Atualização em Cuidados a Idosos Institucionalizados, cujo propósito foi capacitar e valorizar a profissão do cuidador de idosos.

Este estudo tem como objetivo relatar a experiência de uma das aulas expositivas apresentadas em um curso de capacitação para cuidados com idosos, realizado por acadêmicos de enfermagem e profissionais de saúde em uma ILPI de Fortaleza-CE.

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PERCURSO METODOLÓGICO

Relato de experiência vivenciado por acadêmicos de Enfermagem durante o Curso de Atualização em Cuidados a Idosos Institucionalizados em uma ILPI de Fortaleza, CE. No qual foi provida uma roda de conversa, com uma palestra educativa sobre a importância da estimulação do corpo e da mente de idosos e dos cuidadores, promovendo uma melhor qualidade de vida a ambos. Essa teve como público-alvo os cuidadores que trabalham na devida instituição. Durante a aula foram utilizados recursos audiovisuais para expor o conteúdo ministrado, além de demonstrações práticas de como trabalhar os sentidos e o corpo dos gerontes. Foram realizadas algumas dinâmicas para integração do grupo como desfecho da aula.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período de 17:00h às 19:00h dos dias 11, 13, 17, 23, 25, 27 e 30 de março e dos dias 01, 03, 07, 08, 13, 15, 17, 20, 22 e 24 de abril de 2009, deu-se a realização do Curso de atualização em Cuidados a Idosos Institucionalizados, com a participação de 15 cuidadores de idosos da Unidade de Abrigo para Idosos/Fortaleza – CE, tendo como instrutores acadêmicos de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará e profissionais da área de saúde que trabalham na instituição asilar.

Nesse curso foram abordados temas relacionados aos conhecimentos que os cuidadores devem possuir para uma boa assistência aos anciãos dos quais cuidam. Dentre as temáticas destaca-se: relações cuidador–pessoa cuidada; maus-tratos; cuidados clínicos; alimentação; higiene; cuidados em situações de emergências; sexualidade; adaptações ambientais; cuidados com a pele; comunicação; finitude e morte; estimulação do corpo e da mente. Para tanto, utilizou-se como referencial teórico o Guia Prático do Cuidador do Ministério da Saúde.

No dia 24 de abril de 2009, ocorreu a aula expositiva intitulada “O corpo e os sentidos que envelhecem: como cuidar”. Esta foi dividida em duas etapas nomeadas, respectivamente, Cuidando do Idoso e Cuidando do Cuidador, ambos com duração de uma hora.

O primeiro momento iniciou-se com uma dinâmica de apresentação. Em seguida, uma revisão teórica sobre o processo de envelhecimento humano, sendo abordados conceitos,

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estatísticas e conseqüências relativos a esse processo. Após isso foi realizada uma segunda dinâmica acerca do papel do cuidador na ILPI, fazendo aos ouvintes a pergunta: o que é ser cuidador? Para que todos pudessem se expressar livremente foi-lhes fornecido papel e caneta. Posteriormente, foi feita uma nova pergunta: o que é ser cuidador de idosos? Após todos responderem no papel, pediu-se para lerem e explicar o que haviam escrito. Todos demonstraram muito carinho e dedicação por aquilo que fazem, sinalizando uma grande vontade de aprenderem novas técnicas e adquirirem novos conhecimentos para a realização de um cuidado mais eficaz aos anciãos.

Dando continuidade, começou a discussão sobre as técnicas para estimular o corpo e os sentidos dos idosos, de forma simples, porém eficaz. Para isso, mostrou-se a importância da realização de atividades que os senis gostem de fazer, como cantar, ouvir música, atividades em grupo, programas culturais, praticas artesanato, esportes, dentre outras atividades. Essas medidas propiciam à pessoa cuidada uma melhor qualidade de vida, pois estimulam a memória, a percepção, o pensamento criativo, a concentração, além de estimular a musculatura e fortalecer os ossos.

No segundo momento, foi abordado o eixo Cuidando do Cuidador, trazendo a importância do cuidado do próprio profissional. Inicialmente foi realizada uma sessão de

biodança, um sistema de desenvolvimento humano no qual a música e o movimento formam

uma unidade coerente com a emoção4. Após o relaxamento de todos, foi discutida a importância da prevenção de doenças e do estresse; dos cuidados com a postura; da importância de momentos de lazer, de um tempo para si e para a família. Foram apresentadas técnicas de relaxamento, como a própria biodança, a leitura, prática de esportes.

Para o encerramento da aula e do curso, foi realizada uma atividade com todos os cuidadores, os quais se dividiram em dois grupos para participarem de uma gincana de perguntas e respostas relativas às temáticas abordadas durante todo o curso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho com idosos é uma atividade de difícil, que exige do profissional cuidador muita dedicação e paciência para assistir adequadamente à pessoas durante o processo de institucionalização.

Através deste curso, mostrou-se a importância de atividades de capacitação e da valorização do trabalho desses profissionais que cuidam daquelas pessoas que dedicaram

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parte de suas vidas cuidando de alguém e que hoje, encontram-se numa situação de abandono e de desvalorização por parte de suas famílias.

REFERÊNCIAS

1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil por sexo e idade: 1980-2050 – Revisão 2008. [citado em: 10 mai 2009]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2008/default.s htm

2. Brasil. Lei Nº 10.741, de 10 de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. Brasília (DF): Senado Federal; 2003.

3. Sommerhalder C. Significados associados à tarefa de cuidar de idoso de alta dependência no contexto familiar [dissertação]. Campinas (SP): Faculdade de Educação, UNICAMP; 2001.

4. Spitaletti E. Biodança: Sistema Rolando Toro. [citado em: 05 jun 2009]. Disponível em: http://www.geocities.com/spitaletti/abertura.htm

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