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MERCOSUL. Considerações iniciais

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Academic year: 2021

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1 MERCOSUL

Considerações iniciais

A integração dos países da América Latina segue fatores semelhantes aos países europeus, posto que a maior parte dos povos latino-americanos compartilha uma herança histórica e cultural comum e com características semelhantes.

Também o avanço da democracia contribuiu para superar muitas desconfianças históricas, incentivando o diálogo e a cooperação entre esses países – além do fato de ter que estar melhores preparados para o enfrentamento dos desafios da realidade internacional.

O marco inicial desse esforço de integração da América Latina foi a criação da ALALC – Associação Latino-Americana de Livre Comércio em 1960, cujo escopo era a criação de uma zona de livre comércio na região no prazo de 12 anos. Esta, em 1980, foi sucedida pela ALADI - Associação Latino-Americana de Integração, que foi idealizada na tentativa de corrigir as falhas de sua antecessora. A ALADI ainda é atuante, com sede em Montevidéu, sendo seu objetivo principal a promoção do livre comércio na América Latina, mas sem estabelecer prazo para a criação dessa zona de livre comércio. Assim, visa, apenas, a estabelecer, num primeiro momento, preferências no comércio entre os países latino-americanos.

Em paralelo, outros projetos de integração regional iniciaram-se, dentre eles, o Pacto Andino – hoje Comunidade Andina de Nações – CAN, fundado em 1969. A época era marcada pela ênfase das políticas externas voltadas para os EUA e Europa. De fato, os países latino-americanos estavam “de costas” uns para os outros e, por fim, as poucas democracias da época cultivavam a retórica do confronto e da rivalidade com os vizinhos – exemplo: a então instável relação da Argentina com o Brasil e com o Chile.

A partir do início dos anos 80, Argentina e Brasil começaram a negociar medidas com o intuito de promover o comércio bilateral por meio da retirada de barreiras aos fluxos comerciais entre ambos. Dentro desse processo, firmaram-se vários instrumentos: A Ata de Iguaçu (1985); PICAB – Programa de Integração e Cooperação Econômica Brasil-Argentina (1986) e o Tratado Bilateral de Integração e Cooperação Econômica em 1988. Ao final dessas negociações, Paraguai e Uruguai juntaram-se a esse esforço, criando o Mercosul.

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2 A criação do Mercosul é um passo no sentido de concretização do compromisso brasileiro de promover a integração regional, estabelecido na Constituição Federal, em seu artigo 4º: “A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

Constituição e Objetivo

O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi criado por meio do Tratado de Assunção, em 1991 (Decreto 350/91) e, atualmente, conta com a participação de quatro Estados: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

O Mercosul possui cinco Estados Associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Esses Estados firmaram acordos de livre comércio com o bloco, beneficiando-se de vantagens nas relações econômico-comerciais com os membros do Mercosul, com vistas à eventual criação das zonas de livre comércio. Os Estados Associados podem também participar, quando convidados, das reuniões dos órgãos do Mercosul, para tratar de interesses comuns, mas sem direito a voto.

Portanto, não é correto afirmar que Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru são membros do Mercosul, embora seja comum que ambos sejam qualificados como “membros associados” do bloco.

O Mercosul é aberto a adesões dos demais Estados-membros da ALADI, desde que celebrem acordos de livre comércio com o bloco e adotem a democracia como regime político. Atualmente, a Venezuela está em processo de adesão ao bloco.

O objetivo do Mercosul é estabelecer um mercado comum entre seus membros, abrangendo: (art. 1º do Tratado de Assunção) a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, por meio da eliminação dos direitos alfandegários e das restrições não tarifárias à circulação de mercadorias; o estabelecimento de uma TEC (Tarifa Externa Comum); adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados; a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-Partes, com o fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os membros do bloco; o compromisso dos Estados-Partes de harmonizar suas legislações nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração e buscar uma melhor inserção internacional de seus integrantes.

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3 OBS: Até o momento, o Mercosul é apenas uma união aduaneira (entre um grupo de países que instituem uma união aduaneira, há a livre circulação de bens (área de livre comércio) e uma tarifa aduaneira comum a todos os membros, válida para importações provenientes de fora da área).

O Mercosul, embora principalmente voltado para o campo econômico, é um amplo processo integracionista, envolvendo marcantes aspectos políticos e sociais, envolvendo a´reas como trabalho, seguridade social, saúde, educação e imigração. Importante ressaltar que o Mercosul não aceita que filie-se ao Tratado, Estados não democráticos.

Características

O Mercosul é intergovernamental, dependendo de seus Estados. Nesse sentido, por ora, não há órgãos supranacionais. Ademais, a validade das determinações dos órgãos do bloco nos Estados e dos tratados concluídos depende de sua incorporação aos respectivos ordenamentos internos.

Jurisprudência: “A recepção de acordos celebrados pelo Brasil no âmbito do Mercosul está sujeita à mesma disciplina constitucional que rege o processo de incorporação, à ordem positiva interna brasileira, dos tratados ou convenções internacionais em geral”. (Rel. Min. Celso de Mello)

Uma das principais características do Mercosul é o pequeno grau de institucionalização, posto que poucos são os órgãos permanentes do bloco. Entretanto, a partir do Protocolo de Ouro Preto, o Mercosul passou a contar com personalidade jurídica própria e com uma estrutura mais complexa.

Outra característica importante é a de que todas as decisões tomadas dentro do bloco só são aprovadas se houver consenso entre todos os seus membros, devendo todos os Estados-Partes estar presentes às deliberações. Portanto, no âmbito do Mercosul, não existe a possibilidade de um órgão supranacional ditar diretrizes a um país, independentemente da concordãncia deste.

São fontes do Direito do Mercosul:

1. Tratado de Assunção, seus protocolos e instrumentos adicionais; 2. Outros acordos celebrados no âmbito do bloco e seus protocolos

3. Decisões do Conselho do Mercado Comum (CMC) (órgão deliberativo e decisório)

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4 5. Diretrizes da Comissão de Comércio do Mercosul

OBS: Tais normas tem caráter obrigatório, entretanto, não tem efeito imediato, devendo, primeiramente, serem incorporadas ao ordenamento jurídico interno dos Estados.

Natureza Jurídica

O Mercosul é uma pessoa jurídica de Direito Internacional Público, com órgãos permanentes, sede e capacidade para celebrar tratados, assemelhando-se às organizações internacionais. Essa personalidade jurídica foi-lhe atribuída pelo Protocolo de Ouro Preto – artigo 34. A partir deste protocolo (1994), o bloco adquiriu a capacidade de praticar os atos necessários à realização de suas metas, como adquirir bens móveis e imóveis, comparecer em juízo, conservar fundos e efetuar transferências etc

Princípios

Gradualidade, flexibilidade, equilíbrio, reciprocidade de direitos e obrigações entre os Estados-Partes e consideração especial aos países menos desenvolvidos da América Latina.

Principais Tratados

21/11/1991: Tratado de Assunção: Criou o Mercosul. Este tratado é um mero acordo-quadro que estabelece linhas gerais de conformação do bloco. Esse tratado estabeleceu um programa de liberalização do comércio no bloco, com redução progressiva de barreiras tarifárias, listas de exceções ao programa de liberalização, um regime geral de origem, uma TEC (Tarifa Externa Comum) e a obrigação de os membros do Mercosul coordenarem suas políticas macroeconômicas.

17/12/1991: Protocolo de Brasília para a Solução de Controvérsias no Mercosul: com o objetivo de estruturar um esquema de composição de litígios ocorridos dentro do bloco. Esse protocolo foi derrogado pelo Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias, de 2002, embora continue a regular a resolução dos conflitos cujo exame foi iniciado sob sua égide.

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5 17/12/1994: Protocolo de Ouro Preto: Protocolo Adicional do Tratado de Assunção sobre a Estrutura Institucional do Mercosul. Avançou na estruturação do arcabouço institucional do Mercosul e conferindo-lhe personalidade jurídica internacional.

1998: Protocolo de Ushuaia: Firma o compromisso democrático no Mercosul, estabelecendo a manutenção do regime democrático como condição para a participação no Mercosul.

O Mercosul inclui também outros tratados sobre temas específicos, dentre eles; Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa (Protocolo de Las Leñas – 1992); Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdição Internacional em Matéria Contratual (1994); Protocolo de Medidas Cautelares 91994); Protocolo de Defesa da Concorrência do Mercosul (1996); Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do Mercosul (1998), dentre outros.

Estrutura e Funcionamento

CMC – Conselho do Mercado Comum: órgão superior do Mercosul. “Competente para a condução política de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo tratado de assunção e para lograr a constituição final do mercado comum”. (art. 3º do Protocolo de Ouro Preto)

Algumas de suas funções: velar pelo cumprimento dos tratados do Mercosul; negociar e celebrar tratados em nome do bloco (função delegável ao GMC; criar, modifica e extinguir órgãos; adotar decisões em matéria financeira e orçamentária etc. (todas as funções estão elencadas no art. 8º do Protocolo de Ouro Preto).

Sua formação: formado pelos ministros das relações exteriores e da Economia dos Estados-membros do bloco. O órgão pode se reunir quantas vezes entender necessário, mas tem que fazê-lo pelo menos uma vez por semes, com a participação dos presidentes dos estados-Partes, sempre coordenados pelos Ministérios das Relações Exteriores, sendo que a presidência do CMC é exercida alternadamente por cada um dos Estados-Partes do bloco, pelo prazo de seis meses – Presidência pro tempore e suas manifestações são por meio de DECISÕES.

GMC – Grupo Mercado Comum: órgão executivo do Mercosul e está subordinado ao CMC (artigos 10 a 15 do Protocolo de Ouro Preto).

Algumas de suas funções: velar pela aplicação dos tratados do Mercosul; propor projetos de Decisões ao CMC e tomar as medidas necessárias para o seu

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6 cumprimento; fixar programas de trabalho voltados ao estabeleciento do mercado comum; eleger o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul; adotar resoluções em matéria financeira e orçamentária; criar, modificar ou extinguir órgãos especializados, como os subgrupos de trabalho etc.

Importante: O GMC pode também negociar e celebrar tratados, desde que por delegação do CMC.

Sua formação: delegações compostas por 4 membros titulares e 4 membros alternos por Estado, devendo haver representantes dos ministérios das relações exteriores, da Economia e dos bancos centrais. Sempre que necessário, podem participar das atividades do GMC, representantes de outros órgãos do bloco ou dos governos nacionais. Suas deliberações são chamadas RESOLUÇÕES, que devem ser aprovadas pelo consenso dos Estados-membros.

CCM – Comissão de Comércio do Mercosul: órgão encarregado de cuidar da aplicação dos instrumentos de política comercial do bloco, inclusive com terceiros países não pertencentea ao bloco, ao relacionamento com organismos internacionais em matéria comercial e a políticas comuns na área. Também é competente para criar Comitês Técnicos (apoio e assessoria). É composta de forma semelhante ao GMC. Suas reuniões são mensais. A CCM manifesta-se por meio de DIRETRIZES, obrigatórias para os Estados-partes, ou PROPOSTAS, com teor de recomendações.

SAM – Secretaria Administrativa do Mercosul: órgão de apoio operacional do bloco. É competente para cuidar do arquivo do Mercosul, publicação e difusão das decisões adotadas dentro do bloco, da organização das reuniões de seus órgãos e da informação sobre medidas adotadas em cada Estado para incorporar, nos respectivos ordenamentos, as deliberações adotadas, bem como para editar o Boletim Oficial do Mercosul.

A SAM é sediada em Montevidéu e é dirigida por um Diretor, eleito pelo GMC em bases rotativas e designado para o CMC para um dandato de dois anos, sendo vedada a reeleição para o período subsequente.

Parlamento do Mercosul: Criado pelo Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul, de 2005 (Decreto 6105/07). Tem sede em Montevidéu, sendo considerado órgão de representação dos interesses dos cidadãos dos Estados-partes e é voltado a contribuir para a qualidade e equilíbrio institucional do bloco, criando um espaço comum que reflita o pluralismo e as diversidades da região e que contribua para o fortalecimento, principalmente, da democracia. Visa, também, o fortalecimento e

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7 cooperação interparlamentar, no sentido de avançar nos objetivos de harmonização das legislações nacionais.

Seus parlamentares, a partir deste ano deverão ser eleitos pelos cidadãos dos respectivos Estados-partes, por meio de sufrágio direto, universal e secreto, nos termos da legislação de cada Estado.

OBS: Ao que tudo indica, tal eleição ainda não vai ocorrer. O Comércio intrabloco: linhas gerais

O livre comércio implica na progressiva retirada de direitos alfandegários e restrições não tarifárias á circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente válida entre os estados membros do bloco.

São considerados gravames ao comércio intrabloco os direitos aduaneiros e medidas de efeito equivalente, de caráter fiscal, monetário e cambial, que incidam sobre o intercâmbio comercial exterior.

O Tratado de Assunção apresenta uma lista em seu Anexo II dos produtos que poderão ser livremente intercambiados, bem como, prevê que poderá elaborar Lista de Exceção à tais produtos.

Em matéria de impostos, taxas e outros gravames internos, os produtos gozarão do mesmo tratamento que se aplique ao produto nacional de cada país.

As negociações e os acordos comerciais envolvendo o Mercosul

Um dos objetivos da formação do bloco é fortalecer as economias dos países sulamericanos e torná-las mais competitivas no mercado mundial. Com isso, o bloco tem avançado no sentido de negociar com terceiros Estados e com outros mecanismos de integração regional.

Alguns acordos já firmados neste sentido: Acordo de Rose garden, firmado com os EUA em 1991; Acordo Quadro de Cooperação Interregional entre a Comunidade Européia em 1999; Acordos voltados a estreitar laços com os Estados e entidades como a AELC (Associação Européia de Livre Comércio, formada por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Sauíça); África do Sul, Cingapura, Guiana, Índia, Suriname e Trinidad e Tobago.

Principais normas em matéria social

Vem empreendendo esforços quanto ao universo das relações laborais, por meio de um processo de harmonização de legislações trabalhistas, cujo marco mais recente

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8 é a Declaração Sócio-laboral do Mercosul, de 1998, a qual estabelece as principais normas que devem guiar as relações de trabalho no bloco, em consonância com as regras e princípios consagrados da OIT.

No campo da seguridade social, foi celebrado em 1997, o Acordo Multilateral de seguridade Social do Mercado Comum do Sul e seu regulamento Administrativo (Acordo Multilateral de Montevidéu, em 2006)

OBS: Ainda não há livre circulação de trabalhadores no Mercosul, como na União Européia.

Entretanto, em 2002 foi firmado um Acordo sobre residência para Nacionais dos Estados-partes do Mercosul, que visa facilitar a circulação de pessoas dentro do bloco, concedendo facilidades para que os nacionais dos Estados mercosulinos vivam em outros países do bloco – benefício condicionado apenas à nacionalidade e à posse de passaporte válido, certidão de nascimento e certidão de antecedentes criminais. Com esses documentos, os cidadãos dos Estados-partes poderão requerer a concessão de residência temporária de até dois anos em outro país do bloco e, antes de expirar o prazo da residência temporária, poderão requerer sua transformação em residência permanente.

Solução de Controvérsias:

Até 2002, a composição de conflitos dentro do Mercosul era objeto do Protocolo de brasília para a Solução de Controvérsias do Mercosul, de 1991.

A partir desse ano, o sistema de solução de controvérsias passou a ser regulado pelo Protocolo de Olivos.

Pelo Protocolo de Olivos, a solução de controvérsias compreende três instâncias: negociações diplomáticas, arbitragem e o Tribunal Permanente de Revisão (criado por este mesmo Protocolo).

Negociações diplomáticas: negociações diretas entre as partes em letígio. Meio não jurisdicional de solução de conflitos, em que a solução poderá ter contornos políticos, embora deva observar as normas do Mercosul. As negociações iniciam-se por iniciativa dos Estados, mas nada impede que dois entes privados envolvidos no conflito fundamentado em normas do Mercosul, atuem no sentido de compor o litígio de forma negociada.

No caso dos Estados, as negociações serão direta e durarão até 15 dias. Na falta de acordo, é facultado aos Estados recorrerem ao GMC, que buscará solução para o caso, recorrendo, eventualmente, ao auxílio de especialistas. Neste caso, o procedimento durará, no máximo, 30 dias e, ao final, emitirá recomendações a respeito.

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9 Arbitragem: Empregada apenas a partir do fracasso das negociações. O tribunal arbitral ad hoc é constituído por três árbitros, dois dos quais indicados pelas partes, dentre nomes elencados na lista de árbitros disponível na SAM e o terceiro, escolhido de comum acordo entre as partes do conflito, que deve ser nacional de terceiro Estado e será o presidente do foro arbitral. Na falta de designação ou de acordo quanto a este, a indicação caberá à SAM.

A decisão do tribunal deverá ser fundamentada nas normas do Mercosul e deverá ser proferida através de laudo arbitral, em até 60 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Antes disso, a corte arbitral poderá determinar medidas de caráter cautelar.

Tribunal Permanente de Revisão: Órgão competente para julgar, em grau de Recurso, as decisões dos trbunais arbitrais ou para examinar questões não decididas em negociações diplomáticas, quando as partes desejarem submeter desde logo o caso no Tribunal de Revisão. É sediado em Assunção, podendo ser reunido em outra cidade. Composto por cinco árbitros, sendo quatro indicados por cada um dos Estados-membros por um período de 2 anos, renováveis por, no máximo, 2 períodos consecutivos e o quinto, escolhido por unanimidade por estes, por um período de 3 anos, não renovável, salvo acordo em contrário dos Estados-partes.

Todos os árbitros deverão ser nacionais dos Estados do bloco e juristas de reconhecida competência nas matérias que possam ser objeto de controvérsias. Deverão obedecer os princípios da imparcialidade e independência funcional e não possuirem interesses em tais controvérsias.

A controvérsia que envolver dois Estados sserá apreciada por apenas 3 árbitros, 2 dos quais nacionais dos Estados envolvidos e um terceiro, de nacionalidade diversa, relacionado por sorteio. Quando envolver 3 ou mais Estados, todos os árbitros atuarão.

No caso de recursos de laudos arbitrais, o prazo para recorrer ao Tribunal é de até 15 dias. Após seu recebimento, a outra parte do litígio terá até 15 dias para apresentar contestação, após o que, o Tribunal terá 30 dias para emitir sua decisão. O julgamento do tribunal é definitivo. Entretanto, é cabível o Recurso de Esclarecimento, com efeito suspensivo, em até 15 dias após a notificação do laudo, com o fim de solicitar explicações sobre seu teor e a forma de seu cumprimento. O Tribunal tem até 15 dias para pronunciar-se.

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10 O descumprimento do laudo permite que o Estado beneficiado aplique, no prazo máximo de até um ano, medidas compensatórias temporárias, primeiramente no setor afetado pela controvérsia. Caso tais ações não forem possíveis e com o intuito de obter o cumprimento do laudo, mediadas adicionais poderão atingir outros setores e incluir a suspensão de concessões ou de outras obrigações equivalentes. O Estado vencido, se entender excessivas as medidas compensatórias aplicadas, poderá pedir, em até 15 dias depois de sua aplicação, que o tribunal se pronuncie a respeito em até 30 dias.

Em qualquer fase dos procedimentos, a parte que apresentou a controvérsia poderá desistir da reclamação.

Os particulares, formalizarão reclamação junto à Seção Nacional do GMC do Estado onde tenham residência habitual ou onde esteja a sede de seus negócios. A reclamação será examinada pela Seção Nacional do GMC do Estado reclamado, na busca pela solução, no prazo de 15 dias ou outro estipulado pelas partes.

Importante salientar que a conclusão do exame da reclamação de um particular por parte do GMC não impede que o Estado reclame em nome desse ente privado.

FONTE: PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador. Ed. Podivm, 2ª ed., 2010.

Referências

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