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Rev. esc. enferm. USP vol.9 número2

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Academic year: 2018

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"ESTUDOS DOS MOTIVOS, PROCESSOS E CONSEQÜÊNCIAS DO ABORTAMENTO EM POPULAÇÃO ASSISTIDA NO

PRONTO-SOCORRO OBSTÉTRICO DO AMPARO MATERNAL" Efigenia Britz Fariña * FARIÑA, E.B. — "Estudos dos motivos, processos e conseqüências do

abortamento em população assistida no Pronto-Socorro Obstétrico do Amparo Maternal. Rev. Esc. Enf. USP, 9(2): 323—346, 1975.

A autora apresenta os resultados de pesquisa sobre aborta-mento provocado por 300 gestantes internadas na Unidade Ginecológica do Pronto-Socorro Obstétrico do Amparo Maternal, na Cidade de São Paulo, nos anos de 1970 e 1973.

O levantamento evidenciou os principais resultados: — todas as gestantes pertenciam ao mesmo nível sócio-eco-nômico; destas, 95% (285) eram empregadas domésticas;

— 20% (60) eram analfabetas, 50% (150) tinham instru-ção primária incompleta e 23,3% (70) contavam com o primário com-pleto;

— na primeira entrevista, 66,7% das gestantes (200) ale-garam que a causa do abortamento havia sido ocasionada por "quedas", 23,3% (70) alegaram como causa o "susto";

— as 300 gestantes, em entrevistas subseqüentes, passaram a declarar que haviam provocado o abortamento. Entre os processos mais usados pelas gestantes prevaleceu a sonda de borracha, utilizada por 69,3% (208);

— entre os responsáveis pela indução do abortamento des-tacaram-se a "curiosa", 67,0% (201) e a própria mulher, 22,7% (68);

— entre os motivos que levaram a gestante a provocar o aborto destacaram-se: os psico-sociais, num total de 62,3% (187); os mo-tivos econômicos foram apontados por 31,0% (93) da população;

— as principais conseqüências físicas do abortamento pro-vocado na população em estudo foram: as infecções moderadas e graves em 55,0% (165) e o choque hemorrágico em 12,0% (36);

— entre as reações emocionais, em conseqüência do abor-tamento, destacaram-se: o "sentimento de arrependimento e de remorso", expressado por 41,7% (125), o "sentimento de auto-reprovação", 27,7% (83) e o "sentimento religioso de culpa", 26,3% (79).

INTRODUÇÃO

A prática do abortamento sempre existiu e tem sido moti-vo de preocupação humana e de pesquisas contínuas de vários autores, como DEVEREUX (1954), HIMES (1963), ARMIJO & MONREAL (1963), MILANESI (1970) e outros, desde os tempos mais remotos até a * Professor Colaborador da Disciplina Enfermagem Obstétrica e Néo-Natal e Enfermagem

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época contemporânea e em diversas culturas. A interpretação dessas pes-quisas tem dado lugar a sucessivas controvérsias.

Na verdade, os trabalhos existentes nem sempre chegam ao âmago do problema ou a esmiuçar as implicações mais profundas deter-minadas pelas causas psico-sócio-econômicas que podem interferir no abortamento provocado. Por este motivo, torna-se difícil uma análise comparativa entre os trabalhos realizados no Brasil, e até mesmo em ou-tros países, visto que a ênfase desses tem sido concentrada no estudo do comportamento da gestante, e não na sua condição de membro de uma so-ciedade, submetido naturalmente a valores culturais.

FARIAS (1972) admite que as causas do abortamento pro-vocado procedem de fatores sociais, econômicos e culturais, e que a for-ma de realizá-lo está intifor-mamente interligada a estes. Entretanto a von-tade humana intervém no abortamento provocado, e sobre esta gravita uma série complexa de fatores que tornam o assunto tão problemático.

Há várias definições de aborto provocado, mas nestas não há menção das angústias e do intenso sentimento emocional que acompa-nham a mulher neste ato. SORREL (1967) comenta que neste ato po-dem estar contidos valores positivos e negativos.

Theodor Reik, citado por SORREL (1967), afirma que o significado inconsciente do abortamento na mulher é praticamente com-parável a uma castração para o homem; apesar de o homem entender ple-namente a sua importância no processo de fertilização, sente, inconscien-temente, que a mulher deveria prevenir a gestação por meio de uma fór-mula mágica. Por outro lado, apesar do fato de a mulher entender cons-cientemente a necessidade de interromper a gestação, ressente-se incons-cientemente contra este homem, e o considera totalmente responsável por este fato. De outro lado, o homem também sente ressentimento contra a mulher, como se ela não usasse o tal "poder mágico", para evitar a in-fortunada situação em que ambos estão envolvidos.

Segundo SORREL (1967), para o homem comum que en-gravida uma mulher com quem não pretende se casar, ou não possa fazê-lo, o abortamento é um mero procedimento cirúrgico, que o deixará livre de uma situação de emergência e de uma responsabilidade indesejada ou inesperada. O embrião ou o feto praticamente não têm para ele nenhum significado emocional. Por outro lado, a mulher gestante, que ama o ho-mem, considera o embrião ou o feto mais do que seu produto: é o seu bem amado dentro dela, e que dela deverá nascer. O mesmo autor cita que, em 1951, SIEGHFRIED fez um estudo psicológico similar dos efei-tos de abortamento provocado, em 65 mulheres suíças. As conclusões foram as seguintes: 55% tiveram conflitos em relação a esta interrupção artificial sendo encontrado muito freqüentemente o sentimento de remor-so; 28% não tiveram nenhuma reação; 13% tiveram sentimento de cul-pa religioso e sentimento de culcul-pa em relação à criança.

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terminaram em abortamento. Baseando-se nas condições de vida destas mulheres, este mesmo autor adiantou que a sociedade ocidental estimula namoros na juventude através de orientações deficientes, que fazem com que os moços imaginem poder ter toda liberdade sexual, porém quando um caso de namoro culmina com a gravidez, a sociedade desaprova tanto esta quanto o abortamento. Desse namoro, tido como rotina entre os norte-americanos, sabe-se que o moço pode pedir o máximo possível mas se espera que a moça ceda o mínimo. O resultado muitas vezes, é a gra-videz indesejada, que culmina com o abortamento.

BECK (1969) fez um levantamento dos motivos que leva-ram gestantes a provocar abortos em 1960 nos Estados Unidos, e cons-tatou os seguintes dados mais freqüentes: preservar o casamento ou escon-der uma gestação fora dele; proteger os filhos já existentes; inabilidade em aceitar emocionalmente a gestação. Entre os motivos menos freqüen-tes, aparecem situações econômicas e falhas dos anti-concepcionais. Por este levantamento, o autor concluiu que o motivo econômico é o fator mais importante para provocar ou justificar o abortamento.

Em contraste com os argumentos deste autor, há os estudos realizados em São Paulo, por MILANESI (1970) sobre o abortamento provocado num grupo de 3.000 mulheres com diferentes idades e condi-ções sociais. Esta autora analisou os fatos sociologicamente e chegou à conclusão de que "as razões econômicas apresentadas como justificativas para a prática do abortamento não significaram falta de recurso para a criação de mais um filho, mas a utilização desse para atingir outros fins". No Brasil foi realizado, em 1972, uma pesquisa de opiniões pela Revista "Médico Moderno''*, que aponta causas sociais, econômicas e políticas para o abortamento provocado. As principais causas sociais levantadas foram a prostituição e a promiscuidade. Para o criminalista Tavares Filho, citado no mesmo artigo, estas causas prevalecem, especial-mente, como fenômeno urbano. O mesmo autor cita a revolução de cos-tumes na Inglaterra e o aparecimento dos "hippies", que contribuíram grandemente para o aumento do número de mães solteiras em muitos paí-ses. Focaliza dois aspectos nas causas econômicas: a situação econômico-financeira da gestante ou de sua família e o interesse de lucro por parte de pessoas que executam o abortamento.

Sobre este mesmo aspecto, Novak** lamenta que o afrouxa-mento do rigor legal tenha permitido que a "mulher venha a servir de instrumento para enriquecer os curiosos charlatães que praticam o abor-to". Branco Ribeiro citado no mesmo artigo, manifestou-se também, di-zendo que a liberalização da proteção do aborto na Inglaterra, em 1967, trouxe uma eclosão de clínicas de abortamento, em Londres, como "uma nova modalidade de ganhar dinheiro".

As leis brasileiras prevêem o crime de aborto. No Código Criminal do Império de 1830 esse crime está mencionado nos artigos * MÉDICOS pedem a proibição total do aborto no código penal, Médico Moderno,

12(7): 34—45, 1972.

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199 e 200; no Código Penal de 1890, nos artigos 300/302. E a atual legislação considera o abortamento como um crime contra a vida (artigos 124, 125, 126, 127 e 128). Por outro lado, o Código de Ética Médica, adotado pelo Conselho Federal de Medicina, nos termos do artigo 30 da lei 3.268, trata do tema nos artigos 54 e 55, repetindo o artigo 128 do Código Penal.

BECK (1969) e MILANESI (1970) comentam que, embo-ra o abortamento provocado seja previsto e condenado nas leis bembo-rasileiembo-ras e de outros países, não é tido, atualmente, como um problema proeminen-te de saúde pública, em vista do número insignificanproeminen-te de óbitos maproeminen-ter- mater-nos que provoca. Contudo, ressaltam que o uso de antibióticos, transfu-sões e métodos assépticos são naturalmente os responsáveis pela diminui-ção dos risco de vida da gestante no aborto provocado — mas estes não diminuem a morbidez física e mental ligadas à interrupção criminosa da gestação.

PINOTTI et al. (1969) informam que, dos casos de abor-tamento provocado registrados no Deparabor-tamento Toco-Ginecológico da Faculdade de Medicina da Universidade de Campinas, 5% das gestantes apresentaram complicações graves com risco de vida. LIMA (1967) for-mula considerações semelhantes quanto à idéia da gravidade deste fenô-meno, no Brasil. ARMIJO & MONREAL (1965) comentam que, no Chile, 38,8% dos óbitos maternos em hospitais foram causados por abor-tamento provocado, enquanto que, o número de partos hospitalares cres-ce apenas 1,8%. Acredita-se que nesse país, o dispendio de assistência hospitalar com os casos de aborto provocado ande além de um milhão de dólares ao ano.

De nossa parte, ao prestar assistência de enfermagem à gestante internada no Pronto Socorro Obstétrico do Amparo Maternal, com diagnóstico de abortamento, notamos que, na maioria das vezes, elas negam que este tenha sido provocado, retardando o seu tratamento pre-coce e específico.

Nosso trabalho tem como objetivos:

—• conhecer as características da população do Amparo Maternal;

— identificar os motivos que levaram as gestantes a pro-vocar o aborto e os processos que utilizaram para atingir tal fim e os responsáveis pelos mesmos;

— enumerar as conseqüências físicas e reações emocionais nas gestantes que provocaram abortamento.

METODOLOGIA População.

Foram entrevistadas 300 gestantes internadas na Unidade de Ginecologia do Pronto Socorro Obstétrico do Amparo Maternal com diagnóstico médico de: abortamento incompleto, evitável ou inevitável, com ou sem associação de outras complicações.

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re-produtivo feminino) e de estado civil, cor, nível sócio-econômico e pari-dade, diferentes.

A seleção da amostra foi feita usando-se o seguinte crité-rio: o levantamento de dados limitou-se aos meses ímpares de maio de

1970 até maio de 1973. Às terças e quintas-feiras procedíamos aos sor-teios de duas gestantes internadas na Unidade de Ginecologia, que eram excluídas do próximo sorteio.

Para coleta de dados utilizamos um questionário (Anexo I) para entrevistas individuais, que foi dividido em três partes: na pri-meira, "identificação", colhemos os informes referentes às características da gestante e suas condições sócio-culturais; nas duas partes seguintes, ob-tivemos dados da história obstétrica pregressa e atual (nesta última, demos ênfase aos itens relacionados ao abortamento atual).

Cada gestante foi entrevistada três ou mais vezes consecuti-vas, começando com perguntas de assuntos gerais até chegar aos assuntos relacionados com o aborto atual.

Quando notávamos que a gestante estava inibida ou se re-cusando a fornecer informações com espontaneidade, suspendíamos dis-cretamente a entrevista para retomá-la em outras ocasiões.

A entrevista foi feita em duas etapas:

— Anamnese geral e obstétrica da gestante, com o cuidado de não ferir a susceptibilidade da entrevistada, e ao mesmo tempo con-quistar a sua confiança. A gestante era entrevistada na enfermaria de To-co-Ginecologia, em seu leito, ou sentada comodamente. Não focalizamos diretamente o aborto provocado, nesta primeira entrevista, cuidado este que nos pareceu importante para evitar emoção, ansiedade e, provavel-mente, retràimento da gestante.

— Entrevistas subseqüentes, foram feitas com a finalidade de obter dados informativos específicos. Para estas entrevistas, estudou-se, antes, os dados contidos na ficha da gestante, objetivando-se uma me-lhor compreensão da situação da entrevistada, a fim de descobrir even-tuais aspectos do estado físico e emocional desta e, dessa forma, poder obter informações mais íntimas.

RESULTADOS E COMENTÁRIOS

De acordo com os objetivos do nosso trabalho, serão descri-tas as características das gestantes entrevistadas, os motivos que as leva-ram a provocar o aborto e a conseqüências física e emocionais desse comportamento.

Idade.

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TABELA I

Distribuição Etária das Gestantes

IDADE) FREQÜÊNCIA (em ancs) N.° %

15 — 20 48 16,0

2 1 — 2 6 108 36,0

27 — 32 79 26,4

33 — 38 55 18,3

39 — 44 10 3,3

TOTAL 300 100,0

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Cor.

Na Tabela II podemos verificar que a incidência da cor parda perfaz um total de 130 gestantes (43,3%); duas gestantes são de cor amarela (0,7%). Entre as mulheres de cor branca e de cor preta a freqüência encontra-se equilibrada, contando com 90 (30,0%) e 78 (26,0%), respectivamente.

TABELA II

Distribuição da Cor das Gestantes FREQÜÊNCIA

COR N.° %

Branca 90 30,0

Preta 78 26,0

Parda 130 43,3

Amarela 2 0,7

TOTAL 300 100,0

Estado civil e paridade.

A população, quanto ao estado civil e à paridade, concen-trou-se em duas classes: a das solteiras, 140 gestantes (46,7%), e a das casadas, 120 gestantes (40,0%) (Tabela III). Entre as multíparas, há um total de 124 gestantes (41,3%), sendo as casadas em maior número; logo a seguir, temos as nulíparas solteiras, em número de 60 (20,0%).

TABELA III

Estado Civil e Paridade das Gestantes PARIDADE ESTADO

CIVIL Nulíparas Primíparas Secundíparas Multíparas TOTAL

Solteiras 60 30 20 30 140

(20)* (10) (6,7) (10) (46,7)

Casadas 20 20 10 70 120

(6,7) (6,7) (3,3) (23,3) (40,0)

Viúvas 1 1 9 19 30

(0,3) (0,3) (3) (6,4) (10,0)

Desquitadas 2 1 2 5 10

(0,7) (0,3) (0,7) (1,6) (3,3)

TOTAL 83 52 41 124 300

(7)

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(9)

TABELA VI

Procedência das Gestantes Entrevistadas

ESTADO N.° %

Minas Gerais 150 50,0

Bahia 66 22,0

São Paulo 46 15,3

Pernambuco 11 3,7

Paraná 5 1 J

Piauí 5 1,7

Magoas 4 1,3

Sergipe 4 1,3

Ceará 2 0,7

Paraíba 2 0,7

Santa Catarina 2 0,7

Guanabara 1 0,3

Mato Grosso 1 0,3

Rio Grande do Norte 1 0,3

TOTAL 300 100,0

Estas gestantes residem na Capital paulista há, relativamen-te, pouco tempo: a Tabela VII mostra que 159 gestantes (53%) estão em São Paulo há menos de 5 anos; 98 (32,7%) mudaram-se para São Paulo há até sete anos e 43 (14,3%) há mais de oito anos.

TABELA VII

Tempo de Residência das Gestantes na Cidade de São Paulo

Tempo de Residência N.° %

(em anos)

menos de 5 159 53,0

5 — 7 98 32,7

8 ou mais 43 14,3

TOTAL 300 100,0

Por outro lado, a Tabela VIII mostra ainda que a maioria das gestantes procede da zona rural, num total de 182 (60,7%), o que nos permite apontar os fatores culturais como uma causa provável de desajustes sócio-psicológicos que levaram estas gestantes a provocar o abortamento; afinal é compreensível que, sendo criadas em ambientes ru-rais ou mesmo em cidades pequenas do interior do Estado, em regiões sub-desen vol vidas, estas gestantes, chegando a São Paulo, ficassem à mer-cê destas implicações.

TABELA VIII

Local da Residência das Gestantes Durante a Adolescência

Local da Residência N^ % Urbana interior 82 27,3

(10)

A Tabela IX mostra as condições sociais das gestantes. Através do conhecimento de seus hábitos familiares e das circunstâncias habitacionais, verificamos que há problemas sociais entre a população en-trevistada. Entre as solteiras, 74 (24,6%) moram sozinhas; somando a estas as 5 (1,7%) casadas e as 2 (0,7%) desquitadas, teremos 81 gestan-tes (27%) que vivem sozinhas. Somando-se esgestan-tes dados ao outros itens que informam que a gestante mora com outros parentes, com amiga ou só com os filhos, veremos que a falta de um ambiente familiar normal acarreta situações sociais e psicológicas que podem levar a gestante a induzir o aborto. Além disso, podemos relacionar a soma desses dados aos da Tabela IV, referentes à ocupação, onde constatamos que 285 gestantes (95,0%) são empregadas domésticas, que têm geralmente difi-culdade em levar os filhos ao local de trabalho. Entre as casadas, algu-mas têm dificuldades devido à ausência do marido, o que as obriga a viverem sozinhas, com os filhos ou com outros parentes. As condições habitacionais estão ainda relacionadas aos dados das Tabelas VII e VIII, que mostram a procedência das gestantes e a sua formação em zona rural ou urbana; a maioria destas procedem de zona rural, e provavelmente encontraram circunstâncias adversas na metrópole paulistana.

TABELA IX

Coabitação e Estado Civil das Gestantes Coabitação

Solteira ESTADO Casada CIVIL Viúva Desquitada TOTAL

Sozinha 74 5 2 81

(24,6)* (1,7)

(0,7) (27,0)

Marido e

53

53

filhos

(17,7)

(17,7)

Só com os 15 12 16 3 46

filhos (5,0) (4,0) (5,3) (1,0) (15,3)

Com outros 6 15 3 24

parentes (2,0) (5,0) (1,0)

(8,0)

Com o marido

20 20

(6,7)

(6,7)

Com o compa- 10 5 3 2 20

nheiro e filhos (3,3) (1,7) (1,0) (0,7) (6,7)

Com 5 5 6 2 18

companheiro (1,7) (1,7) (2,0) (0,7) (6,1)

Com "amiga" 15

1 16

(5,0)

(0,3) (5,3)

Com os pais 15 1

16

(5,0) (0,3) (5,3)

Com os paren-

5 1 6

tes do Cônjuge (1,7) (0,3) (2,0)

TOTAL 140 120 30 10 300

(46,6) (40,2) (9,9) (3,4) (100,0)

(11)

Motivos do abortamento.

Na análise anterior, foram apresentadas as características da população estudada, relacionada ao abortamento provocado.

Na Tabela X destacamos os motivos alegados pelas gestan-tes. Duzentas gestantes (66,7%) alegam a "queda" como causa do abor-tamento (Tabela X); as demais causas se distribuem entre "susto", 70 ges-tantes (23,4%), "dança e bebidas", "relação sexual" e "esforço físico" 30 gestantes (10,0%). Posteriormente, entretanto, muitas das gestantes que haviam declarado ter sido a causa do seu abortamento um "susto", uma "queda" etc, acabaram, em entrevistas posteriores, declarando que provocaram o abortamento, tendo-se então novas informações dos proces-sos abortivos (Tabela XI): sondas de borracha, 208 gestantes (69,4%); chá de pau de canela com pinga, 27 gestantes (9,0); sonda de borracha e chá de pau de canela, 22 gestantes (7,3%); "curativos no útero", 11 gestantes (3,7%); injeções, 4 gestantes (1,3%); curetagem, 3 gestantes (1,0%); e outros meios mecânicos não especificados, 25 gestantes (8,3%). Sabemos, entretanto, que existe uma seqüência-padrão para uso desses elementos tidos como abortivos. Usa-se, inicialmente, o chá de pau de canela como primeira tentativa; em seguida, combina-se chá com a pinga. Este método foi dado por 27 gestantes (9,0%) como o respon-sável pelo abortamento. A seguir vem o método da sonda de borracha mais o chá de pau de canela, considerado responsável pelo abortamento de 22 gestantes (7,3%); as sondas de borracha usadas como elemento abortivo foram, isoladamente, responsáveis pelo abortamento de 208 ges-tantes (69,4%); outro aspecto que nos chamou a atenção foi o fato de 22 gestantes (7,3%) terem ainda utilizado o chá de pau de canela após o uso da sonda de borracha.

TABELA X

Motivos do Abortamento, Alegados pela Gestante

MOTIVOS N.° % Quedas 200 66,7

Sustos 70 23,4

Dança e bebidas 10 3,3

Esforço físico 10 3,3

Relações sexuais 10 3,3

TOTAL 300 100,0 TABELA XI

Processos Usados para Induzir o Aborto nas Gestantes

PROCESSOS N.° %

Sonda de borracha 208 69,4

Chá de pau de canela com pinga 27 9,0

Outros meios mecânicos 25 8,3

Sonda de borracha mais chá de

pau de canela 22 7,3

" Curativos no útero " 11 3,7

Injeções 4 1,3

Curetagem 3 1,0

Nega qualquer processo abortivo —

(12)

A Tabela X, "Motivos do Abortamento, Alegados pela Gestante", precisa de explicação complementar. Ao fazermos a pergunta número 4 do questionário (Anexo I), era comum a paciente responder prontamente: "queda com balde d'água" ou então "susto"; notamos que a soma destas duas alternativas dá aproximadamente 90% das respostas. Porém, nas entrevistas subseqüentes, a paciente acabava revelando que não tinha sido exatamente essa a causa do abortamento e nem poderia ser, pois a maioria delas dizia ter sofrido uma "queda da escada" ou um "tombo com balde d'água", ou então que tinha tido um "susto por causa da briga do vizinho". Concluímos então, que esta resposta foi uma ins-trução padronizada, induzida pelos responsáveis pelo abortamento. Por outro lado, há também o fato de muitas entrevistadas manifestarem rea-ções de revolta contra tais responsáveis, reclamando contra o pagamento exigido (Tabela XII), contra sofrimentos físicos e morais, e algumas até revelaram que foram realmente instruídas para dizer que a causa foi uma "queda".

O processo mais utilizado para provocar o abortamento "sondas" foi empregado por 208 gestantes (69,4%); a inserção de uma sonda no colo uterino constituiu o método mais popular de provocar abortamento. A categoria "outros meios mecânicos" inclui, por exemplo, a inserção de um "lápis", de uma "agulha de tricô" ou um "talo de ma-mão", num total de 25 gestantes (8,3%).

TABELA XII

Gastos para induzir o abortamento

IMPORTÂNCIA N.° DE GESTANTES E CONDIÇÕES TOTAL DE PAGAMENTO

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N. % Em parcelas N.° % N.° % 60,00 a 90,00 45(17,8) 20( 7,9) 65(25,7) 100,00 a 120,00 19( 7,5) 42(16,6) 61(24,1) 130,00 a 150,00 5( 1,9) 60(23,8) 65(25,7) 160,00 a 180,00 4( 1,6) 28(11,1) 32(12,7) 190,00 a 210,00 1( 0,4) 12( 4,7) 13( 5,1) 210,00 ou mais 2( 0,8) 15( 5,9) 17( 6,7)

TOTAL 76(30,0) 177(70,0) 253*(100,0)

* 42 gestantes gastaram apenas com medicamentos. 5 gestantes não especificaram a importância.

(13)

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(16)

Na tabela XVI é apresentada a distribuiçăo do processo,  local e responsável pelo abortamento. 

TABELA XVI 

Abortos Provocados Segundo o Responsável, o Local e o Processo  Utilizado na Sua Realizaçăo (Informaçăo da Gestante) 

PROCESSO UTILIZADO

Médico Enfermeira Parteira Farma- Curiosa* cęutico

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Sonda de borracha Sonda e chá de pau de canela Cha de pau de canela mais pinga Curativos no útero Outros meios mecânicos Injeηőes Curetagem TOTAL

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— 22( 7,3) — 22( 7,3)

7( 2,3) 20( 6,7) — 27( 9,0)

3(1,0) —

3(1.0) —

18( 6,0) 6( 2,0) 1(0,3) 25( 8,3) — — — 3( 1,0)

201(67,0) 68(22,7) 1(0,3) 273( 91,0)

Sonda de borracha — — 12(4,0) — — — — 12( 4,0) Sonda e chá de

pau de canela — — — — — — — — Chá de pau de

canela mais pinga — — — — — — — — Curativos no útero — — 11(3,7) — — — — 11( 3,7) Outros meios — — — — — — — — mecânicos — — — — — — — — Injeηőes — — — — — — — — Curetagem 1 — 2(0,7) — — — — 3( 1,0) TOTAL 1(0,3) — 25(8,4) — — — — 26( 8,7)

Sonda de borracha Sonda de borracha e chá canela Chá de pau de Hospital canela mais pinga

Curativos no útero Outros meios mecânicos Injeηőes Curetagem TOTAL

Sonda de borracha — — — — — — — — Sonda e chá de

pau de canela — — — — — — — — Chá de pau de

canela mais pinga — — — — — — — — Farmácia Curativos no útero — — — — — — — —

Outros meios

mecânicos — — — — — — — — Injeηőes — — 1(0,3) — — — 1( 0,3) Curetagem — — — — — — — — TOTAL — — — 1(0,3) — — — 1( 0,3)

TOTAL GERAL 1(0,3) 3(1,0) 25(8,4) 1(1,0) 201(67,0) 68(22.7) 1(0,3) 300(100,0)

* Os responsáveis, colocados entre aspas, são profissionais referidos pela gestante; não verificamos se estes possuíam, realmente, o título referido.

(17)

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(20)

Conclusőes 

Diante dos fatos apresentados concluímos que: 

1. as 300 gestantes entrevistadas pertenciam ao mesmo  nível sócio­econômico; destas 95% (285) eram em­ pregadas domésticas; 

2. quanto ao grau de instruçăo, 20% (60) das gestan­ tes eram analfabetas, 50% (150) tinham instruçăo  primária incompleta e 23,3% (70) contavam com o  primário completo. Isto evidencia o baixo nível de  instruçăo deste grupo de gestantes; 

3. na primeira entrevista, 66,7% (200) das gestantes  alegaram que a causa do abortamento havia sido  ocasionada por "quedas"; 23,4% (70) alegaram,  como causa, "susto"; 

4. as 300 gestantes (100,0%), em entrevistas subse­ qüentes, passaram a declarar que haviam provocado  o abortamento; entre os processos mais usados pre­ valeceu o da sonda de borracha, utilizado por  69,4% (208); 

5. entre os responsáveis pela induçăo do abortamento  destacaram­se a "curiosa", 67,0% (201) e a própria  gestante, 22,7% (68); 

6. entre os motivos que levaram a gestante a provocar  o aborto destacaram­se: os psico­sociais, num total  de 62,4% (187 respostas); os motivos econômicos  foram apontados por 31,0% (93 gestantes) da popu­ laçăo; 

7. as principais conseqüęncias físicas do abortamento  provocado foram: as infecçőes moderadas e graves  em 55,1% (165 gestantes) e o choque hemorrágico  em 12,1% (36 gestantes); 

8. entre as reaçőes emocionais, em conseqüęncia do  abortamento, destacaram­se "sentimento de arrepen­ dimento e de remorso", expressado por 41,7%  (125); "sentimento de auto­reprovaçăo", 27,7% (83)  e "sentimento religioso de culpa", 26,3% (79). 

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HIMES, N.E. Medical history of contraception. New York, Gamut Press,  1963. 

(22)

MILANESI, M.L. Aborto provocado. Săo Paulo, Ed. da USP. 1970. 

CAUSAS sociais, econômicas e políticas do aborto: desafio que divide a  opiniăo pública. Med. Mod. (São Paulo), 12 (5): 50—54, 1972. 

PINOTTI, J.A. et al. Contribuiçăo ao estudo médico­social das causas  determinantes do aborto provocado. Matem, e Inf. (São Paulo), 28 (1): 

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The author presents research results of provoke abortion  among 300 pregnant women addmited at the Obstetrical Emergency Unit  of the Maternal Aid Service of the city of Săo Paulo, follow up from 

1970 to 1973. 

Data collected showed following results: 

— all pregnant women belonged to the same social­econo­ mical level and 95% (285) were maid­servants; 

— 20% (60) were illeterate, 50% (150) had incomplete  elementary education and 23,3% (70) had complete elementary education; 

— 66,7% (200) point out in their first interview, as main  cause of their abortion "accidental foil", 23,3% (70) attributed theirs to  a "frightening condition"; 

— the 300 pregnant women were repetedly inter  viewed, de clared at the end, that they really did provoke abortion; 

— among the most common processes used by them was  the rubber catheter, utilized by 69,3% (208); 

— the main responsibles for inducing abortion mentioned  were the lay woman, who performed as midwife, 67,0% (201) and the  subject herself, 22,7% (68); 

— among the motives that lead these women to provoke  abortion the following were considered relevant; the psycho­socials, to­ talizing 62,3% (187) and the economical, totalizing 31,0% (93); 

— the main physical consequances presented among the  population were: moduate and severe infections in 55,0% (165) of wo­ men and bleeding shock in 12% (36); 

(23)

ANEXO I 

I — IDENTIFICAÇĂO  N.° 

Nome: 

Cor: .  Naturalidade: 

Idade:  Data:  Procedęncia: 

Estado Civil: Solteira  . .  . . ; Casada . .  . . ; Viúva .  . . . ; Desquitada:  . . . .  Nível de Instruçăo: Analfabeta  . . . . ; Primário Completo  . . . . ; Primário 

Incompleto  . . . . ; Ginásio Completo  . . . . ; Ginásio  Incompleto  . . . . ; Universitário 

Ocupaçăo: Doméstica  . . . . ; Operária . .. .; Estudante .  . . . ; Outra  Ocupaçăo (fora de casa)  . . . . ; Prendas Domésticas 

Salário: ; 

Religiăo: Católica  . . . . ; Praticante  . . . . ; Năo Praticante  . . . . ; Protes­ tante  . . . . ; Praticante  . . . . ; Năo Praticante  . . . . ; Outros:  . . . . 

; Praticante  . . . . ; Năo Praticante  Residęncia 

Condiçőes Sócio­Culturais: 

1. Reside: Com os Pais  . . . . ; Com o Marido  . . . . ; Com o Marido e  Filhos  . . . . ; Com o Companheiro  . . . . ; Com o Companheiro  e Filhos  . . . . ; Com Parentes  . . . . ; Com Parentes do Côn­ juge  . .  . . ; Só Com os Filhos  . . . .; Com a Amiga  . . . . ; 

Sozinha 

2. Conhecimento de meios anti­concepcionais: Sim  . . . . ; Năo  . . . . ; Teve orientaçăo para usar algum método anti­concepcio­ nal: Sim  . .  . . ; Năo 

3. Uso de meios anti­concepcionais: 

Ogino­Knaus ; Preservativo  . . . . ; Diafragma ; Pílula  ; DIU ; Lavagem Vaginal ; Geléia ; Interrup­ çăo do Coito ; Outros ; Nenhum 

4. Data da última menstruaçăo: 

5. Gestaçăo 6. Paridade 7. Abortamento  8. Diagnóstico Toco­Gineçológiço  , . , ­ , , / 

2. Local da residęncia durante a adolescęncia:  Zona Urbana: Capital  . . . . ; Interior  . . . . ;  Zona Rural 

II — HISTÓRIA OBSTÉTRICA PREGRESSA 

(24)

—HISTÓRIA OBSTÉTRICA ATUAL 

1. Quem provocou o abortamento?

Médico . .  . . ; Enfermeira  . . . .; Parteira . . . .; Farmacęutico  . . . .; Curiosa . . . .; Própria Gestante . . . .; Năo Especificado 

2. Onde foi provocado?

Consultório  . .  . . ; Residęncia . . . .; Hospital  . . . .; Farmácia . .  . . ; Năo Especificado 

3. Qual foi o processo empregado com fim abortivo?

a) Manobras diretas no útero: Sonda de Borracha . . . .; Curati­ vos  . . . .; Curetagem . . . .; Outros Meios Mecânicos . .. .; Năo Especificados . . . .; Nega Qualquer Processes Abortivo

b) Drogas: Ervas ; Pinga ; Ervas e Pinga  . .  . . ; Injeçőes . . . .; Outros . . . .; Nenhum

4. Motivos que a levaram a provocar o aborto.

5. Qual foi sua reaçăo após ter provocado o aborto?

6. Conseqüęncias do abortamento (Dados colhidos das anotaçőes médicas):

Morte .. . .; Infecçăo Moderada . . . .; Infecçăo Grave . .. .; Infecçăo com Gangrena . .. .; Perfuraçăo do Ütero  . . . . ; Cure­ tagem Pós­Aborto . .. .; Choque Hemorrágico . .. .; Histerec­ tomia . . . .; Ameaça de Abortamento . . . .; Outros 

7. Quanto pagou pelo abortamento?

Pagou em parcelas? Em quantas vezes? Quanto pagou em cada parcela?

Pagou ŕ vista? Quanto pagou? 

Imagem

TABELA II
TABELA VI
TABELA IX
TABELA XII

Referências

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