• Nenhum resultado encontrado

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

-- .

*

e- - :iler:"•';

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

ACÓRDÃO

APELAÇÃO CRIMINAL 200.2004.007036-5/001 — CAPITAL

Relator : Juiz convocado Marcos Cavacanti de Albuquerque 1 Apelante : Joselita Rodrigues da Silva (Def. Manoel Barbosa de Araújo)

Apelada : A Justiça Pública

- DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA — Agente que,

sabendo inocente o ofendido, a ele imputa a prática

de conduta típica e antijurídica — Acusação objetiva e

4ew subjetivamente falsa, feita em desafogo do desejo de

IP vingança em face de desavenças pretéritas — Materialidade e autoria indiscutíveis — Condenação mantida — Apelo improvido.

PENA — Apelo pelo reconhecimento das atenuantes da menoridade e confissão expontânea, desconsideradas pelo magistrado sentenciante — Pena-base, entretanto, aplicada no mínimo cominado para o tipo — Impossibilidade legal — Improvimento do apelo.

..

ti

(1--

*

* *

— Comete o delito de denunciação caluniosa (art. 339 do CP) o agente que imputa o crime de seqüestro a quem sabia inocente, dando causa a instauração de inquérito policial em manifesto desafogo ao desejo de vingança em face de desavença pretérita ,.4.7

• .2 existente entre eles.

--, 4

.47

e

• k Por outro lado, "A incidência da circunstância t!k

,• P) ic, atenuante não pode conduzir à redução da pena 4.

\)‘, c5 4'

\*‘

Q? 1

abaixo do mínimo legal." (Súmula n° 231 do STJ).

(2)

PODER JUDICIÁRIO

, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

"`

ApCrim 200.2004.007036-5/001

VISTO S, relatados e discutidos estes autos de apelação criminal, acima identificados:

ACORD Aa Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, em negar provimento ao apelo.

JOSELITA RODRIGUES DA SILVA interpõe recurso apelatório contra

• a decisão do d. Juiz da 3a vara da comarca da Capital, que a condenou a 02 anos de reclusão e 10 dias-multa, pena esta substituída por duas restritivas de direito, pela prática do crime de denunciação caluniosa, contra a vítima Josevaldo Gomes da Silva.

Requer a apelante a sua absolvição, alegando, em síntese, a não consumação do delito previsto no art. 339 do CP, e, alternativamente, pleiteia a aplicação das atenuantes previstas no art. 65, I e III do CP, desconsideradas pelo magistrado sentenciante, fls. 123/126.

Contra-arrazoado o recurso, no sentido de que lhe seja negado provimento, fls. 128/129, os autos alçaram a esta Instância, onde, em parecer, a d.

Procuradoria de Justiça opina pelo desprovimento do apelo, fls. 131/134.

-VOTO-

Segundo os autos a apelante Joselita Rodrigues da Silva deu causa a instauração de Investigação Policial contra a vítima Josevaldo Gomes da Silva, imputando-lhe crime de sequestro, que sabia ser ele inocente, pelo fato de desentendimento anterior entre ambos.

Ainda segundo os autos, a denunciada inventou toda a história com a .r kr?'3)

única finalidade de prejudicar a vítima, que à época do fato era candidato a vereador.

\\ r: • J g Segundo a ré, em seu interrogatório na fase inquisitorial, retratado em juízo, aduz que não previa que iria sair na televisão toda a armação que inventou contra o candidato, tanto que, afirma que se fosse possível pediria desculpas, retrantando-se ./2 e dos acontecimentos, pois estava arrependida de todo o ardil.

cf i!?

2

(3)

, ,

,. *

e # ....ii...., , .

PODER JUDICIÁRIO

' ::3 ; Milk,TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARMBA e '.,..‘

ApCrim 200.2004.007036-51001

Em suas razões de apelo, pleiteando a absolvição, argüi que não houve a consumação do crime de denunciação caluniosa previsto no art. 339 do CP, pois segundo sua ótica, embora tenha sido feito o boletim de ocorrência, este não deu início às investigações.

. Ora, Segundo dispõe o Código Penal, configura-se crime de denuncia- ção caluniosa o fato de o agente "dar causa à instauração de investigação policial ou de processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente"

111 (art. 339).

Com efeito, segundo a prova colhida nos autos não resta a menor dúvida quanto a autoria e a materialidade delitiva, pois o próprio depoimento da ré, corroborado com as demais provas e testemunhas ouvidas nos autos, comprovam de plano a real intenção da apelante em dar causa a uma investigação policial contra o ofendido, o sabendo inocente, tipificando assim o delito a que foi denunciada.

Assim vejamos:

Na fase inquisitoial afirmou a ré: "Que, no mesmo dia, quando saiu da Delegacia, procurou uma amiga sua de nome SUELI, e comentou que iria aprontar

te

com a pessoa do vereador, tendo a sua amiga ficado calada; Que quando saiu da

44 casa de sua amiga, a interrogada pediu ajuda a uma pessoa estranha que ia

'N

passando na rua para que levasse a sua carteira como os documentos até uma Delegacia e informasse que a pessoa dela havia sido sequestrada por elementos .•‘ 8

teS- estranhos e que tinha sido levada pelo veículo de placas que ela não recorda na

a Q.

.!I hora; que a interrogada informa que não deu nenhum dinheiro para esta pessoa que ..,. .17117 pediu para lhe ajudar; Que a interrogada informa que com esta armação ela se dirigiu

2 il

c, .1

qr c;•È . x5'

para a cidade de Cabedelo-PB, onde ficou na casa de uma tia sua; Que a interrogada não sabia que iria sair na televisão a armação que ela havia inventado

42 contra o vereador"

(sic),

fls. 22/23.

co 41

(4)

,. -

*

PODER JUDICIÁRIO

,,. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA 5 , erm

ApCrim 200.2004.007036-5/001

Por sua vez, asseverou Lindineide Barbosa Leão, cunhada da apelante, na fase inquisitorial: "Que a declarante ainda em companhia dos mesmos se dirigiram até a Delegacia do Centro, para saber se os documentos de Joselita encontravam-se na Delegacia e ao perguntar ao Delegado de Plantão, o mesmo informou que não e começou a fazer algumas ligações e informaram que os documentos encontravam-se no Grupo de Operações Especiais — GOE; Que no dia 23.12.03, a declarante tomou conhecimento através de um amigo de Joselita de nome Valter, que ela havia ligado para ele e que a ligação tinha sido da Cidade de Cabedelo/PB. Que a declarante ficou desconfiada, já achando que era armação de

1111 sua cunhada, quando a ligação era de Cabedelo-PB (..) Que nesta Delegacia a declarante ficou sabendo que tudo não passava de uma armação de sua cunhada e que a mesma fez isso porque estava com muita raiva do vereador Josevaldo, porque ela foi agredida pelo mesmo" (sic), fls. 19/20. .

Em Juizo confirmou: "Que é cunhada da denunciada e nada impede de dizer a verdade; que a cunhada não foi sequestrada e quem inventou essa estória foi ela mesma..." "...que a acusada ficou com raiva da suposta vitima pelo fato de um certo dia esta ir passando num carro e Joselita pediu para que ele socorresse um r, casal de velhos que estava caldo e como Jose valdo não atendeu o pedido da

\ dununciada, esta foi até sua casa e discutiram..." (sic), fls. 72.

Desta feita, não pode afirmar a apelante que não houve a consumação do delito previsto no art. 339 do CP, pois conforme se vê dos autos a notícia do crime proliferada pela própria apelante foi motivo de matérias na imprensa escrita e

°I) _

- televisionada, e, bem assim, restou configurado o delito através da investigação

, 3 -1

3

"d§ 18

policial que se inciou com o Boletim de Ocorrência, fls. 97, gerando diligências policiais como o deslocamento até a cidade de Cabedelo para localização da acusada, bem como o convite a vitima para prestar esclarecimentos na Delegacia.

Ato contínuo, o inquérito policial também restou devidamente instruido, )

inclusive, pelo Auto de Apresentação e Apreensão, que consta os documentos da ré, apresentados a Polícia no dia do ocorrido, por uma terceira pessoa, estranha aos autos, orientada pela ora apelante, com a finalidade de dar veracidade aos fatos por ela criados.

03 ,

4

(5)

. . .

• • *

. k

=

PODER JUDICIÁRIO

. .

, n • • , TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

1 \ :-; i;:o.

ApCrim 200.2004.007036-5/001

COM efeito, a ação da recorrente abrangeu os dois elementos da de- nunciação caluniosa: dar causa à instauração de investigação policial e imputar cri- me a alguém que sabe ser inocente, devendo permanecer a sua condenação pelo referido delito.

Acerca do tema, LUIZ RÉGIS PRADO disserta:

"Não mais exige como requisito para a configuração do crime a apre- senta formal da denúncia ou da queixa, sendo suficiente que o agente dê causa - por qualquer modo — à mera investigação policial, ainda que despojada do rigor for- mal do inquérito" (Curso de direito penal brasileiro, v. 4: parte especial, São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 2001, p. 618).

Diante de tais considerações, não há como acolher o argumento recursal pela absolvição da apelante.

Relativamente ao pleito alternativo pelo reconhecimento das atenuantes previstas no art. 65, I e III, "d" do CP, desconsideradas pelo magistrado sentenciante, melhor sorte não assiste o apelo da defesa.

É que, o zeloso magistrado sentenciante, quando do cálculo da pena, ao analisar as circunstãncias judiciais previstas nos arts. 59 e 68 do CP, a aplicou no mínimo legal previsto para o tipo, ou seja, dois anos de reclusão.

...

Assim, inobstante restar demonstrado nos autos que a apelante, na ..

-,.. (2,2 a

k

época da consumação do crime, tinha vinte anos de idade, e, por sua vez, verificar- se que sua confissão na fase inquisitorial serviu como suporte ao douto magistrado à . .2

-) I. uma decisão condenatória, não há como modificar o decisum.

...-... -

c% •cf

t1x4.

1

‘2 C..) -,1

k. ã

9 .8 5

(6)

a . *

:A:1111110:: PODER JUDICIÁRIO

SPirOj' TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAiBA

ApCrim 200.2004.007036-5/001

Tal matéria, inclusive, já . foi sumulada pelo Egrégio Superior Tribunal Justiça, que ao analisar a questão declarou: "A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir á redução da pena abaixo do mínimo legal." (Súmula n°231).

Por tais razões, nego provimento ao apelo.

É o voto.

Presidiu o julgamento o Des. Antônio Carlos Coelho da Franca, sem voto, e dele participaram o Dr. Marcos Cavalcanti de Albuquerque (Juiz convocado), relator, Des. José Martinho Lisboa e Des. Nilo Luís Ramalho Vieira.

SALA DE SESSÕES "DES. M. TAIGY DE QU ii.-(;. LO - HO"

DA CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA/PA -AÍ: ',2Sde abril de 2006.

Juiz co ocado MARCOS CAVALCANTI DE AL UQU RQUE

— RELATOR —

6

(7)

"rMiAt..C,f1:. JUSTIÇA CGOrd:awiarl.; judiciária

negiglrudo cinaS-12-1-1202.0

4110

Referências

Documentos relacionados

• Analisar como são implementadas as estratégias de marketing na Universidade Luterana do Brasil - Ulbra; • Verificar como é utilizado o esporte nas estratégias de marketing da

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

Acrescenta que “a ‘fonte do direito’ é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza” (Montoro, 2016,

(2019) Pretendemos continuar a estudar esses dados com a coordenação de área de matemática da Secretaria Municipal de Educação e, estender a pesquisa aos estudantes do Ensino Médio

volver competências indispensáveis ao exercício profissional da Medicina, nomeadamente, colheita da história clínica e exame físico detalhado, identificação dos

Muitos desses fungos podem ser encontrados nos grãos de café durante todo o ciclo produtivo, porém sob algumas condições especificas podem causar perda de

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar testes de tração mecânica e de trilhamento elétrico nos dois polímeros mais utilizados na impressão