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Ciências Humanas e Artes

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Godrici de Finchale foi um mercador que viveu no século XI, na Baixa Idade Média, no leste da atual Inglaterra.

“Quando o rapaz, depois de ter passado os anos da infância sossegadamente em casa, chegou à idade varonil, principiou a aprender com cuidado e persistência o que ensina a experiência do mundo. Para isso decidiu não seguir a vida de lavrador, mas estudar, aprender e exercer os rudimentos de concep-ções mais sutis. Por esta razão, aspirando à profissão de mercador, começou a seguir o modo de vida do vendedor ambulante, apren-dendo primeiro como ganhar em pequenos negócios e coisas de preço insignificante; e, então, sendo ainda um jovem, o seu espírito ousou pouco a pouco comprar, vender e ganhar com coisas de maior preço.”

(Adaptado de Reginald of Durnham, “Libellus de Vita et Miraculis S. Godrici”, em Fernando Espinosa, Antologia de textos históricos medievais. 3ª ed., Lisboa: Sá da Costa Editora, 1981, p. 198.) a) Segundo o texto, o ofício de mercador exigia uma preparação diferente daquela do lavrador. Quais eram as diferenças entre esses dois ofícios?

b) Cite duas características do renascimento comercial e urbano ocorrido no final do período medieval.

Resposta

a) De acordo com o texto, o ofício de mercador exigia uma preparação e habilidade que eram adquiridas com estudo do exercício dos "rudimentos de concepções mais sutis". Os lavradores eram, em geral, servos que ficavam presos às terras de seus senhores, estando submetidos às várias obrigações servis, como a corveia e a talha. Os mercadores, por sua vez, viviam nos centros urbanos e, apesar das dificuldades, tinham, em relação aos lavradores, maior liberdade e possibi-lidade de ascensão social.

b) Durante muito tempo, a Europa Feudal teve uma economia fechada, com um pequeno inter-câmbio de produtos. A partir do século XI, ocorre uma alteração nesse panorama, configurando-se

o chamadoRenascimento Comercial. Trata-se de uma dinamização das atividades comerciais, que passam a ter um papel cada vez mais importante no conjunto das atividades econômicas.

Cresce a importância dos mercadores e dos seto-res urbanos, seguido do cseto-rescimento das cidades.

Durante a conquista espanhola no México, iniciada em 1519 por Cortés, a superioridade tecnológica dos europeus era amplamente compensada pela superioridade numérica dos indígenas e muitos truques foram inventados para atrapalhar o deslocamento dos cavalos: os indígenas acostumaram-se a cavar fossas profundas nas quais espetavam paus em que as montarias eram empaladas. Mais tarde, em 1521, canoas “encouraçadas” resistiriam às armas de fogo. A tática indígena evoluiu e adaptou-se às práticas do adversário: os mexi-cas, contrariamente ao costume, armaram ata-ques noturnos ou em terreno coberto. Por outro lado, se as epidemias de varíola já estavam di-zimando as tropas de México-Tenochtitlan, também não poupavam os índios de Tlaxcala ou de Texcoco, que apoiavam os espanhóis.

(Adaptado de Carmen Bernand e Serge Gruzinski, História do Novo Mundo. São Paulo: Edusp, 1997, p. 351.) a) Identifique uma estratégia utilizada por es-panhóis e outra pelos indígenas durante as dis-putas pelo domínio do México.

b) Explique por que houve acentuada queda demográfica entre as populações indígenas nas primeiras décadas após a conquista espanhola.

Resposta

a) De acordo com o texto, os espanhóis apoia-vam-se na “superioridade tecnológica”, nas “armas de fogo” e buscavam alianças com grupos indíge-nas rivais entre si. Já os indígeindíge-nas apoiavam-se na “superioridade numérica” e em vários truques, como “cavar fossas profundas nas quais espetavam paus em que as montarias eram empaladas”, “canoas encouraçadas”, “ataques noturnos ou em terreno coberto”.

ETAPA

Questão 1

(2)

b) Após a conquista espanhola houve um profundo declínio da população indígena, entre outros aspec-tos, devido às doenças, como as “epidemias de va-ríola”, à destribalização, à desorganização da agri-cultura de subsistência e ao trabalho compulsório imposto pelos conquistadores europeus.

Durante o século XVIII, a capitania de São Paulo sofreu grandes transformações territo-riais e administrativas. Em 1709, nasceu a capitania de São Paulo e das Minas do ouro, abrangendo imenso território correspondente à quase totalidade das atuais regiões Sul, Su-deste e Centro-Oeste, à exceção da então ca-pitania do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Até 1748, sucessivos desmembramentos for-maram as regiões de Minas, Santa Catarina, Rio Grande de São Pedro, Goiás e Mato Gros-so. O novo capitão-general, mais conhecido como Morgado de Mateus, foi diretamente instruído pelo futuro Marquês de Pombal a ocupar-se da fronteira oeste ameaçada pelos espanhóis e a fomentar a produção de gêne-ros de exportação.

(Adaptado de Ana Paula Medicci, “São Paulo nos projetos de império”, em Wilma Peres Costa e Cecília Helena de Oliveira, De um império a outro: formação do Brasil, séculos XVIII e XIX. São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2007, p. 243.) a) Cite duas atividades econômicas que sus-tentavam a capitania de São Paulo no século XVIII.

b) Considerando a política territorial na Amé-rica Portuguesa nos séculos XVI e XVII, co-mente as mudanças significativas do século XVIII nesse aspecto.

Resposta

a) A capitania de São Paulo foi berço das ações bandeirantes, responsáveis por atividades como o apresamento de indígenas e de rebanhos e a pesquisa mineral, que dilataram a ocupação por-tuguesa na América. No século XVIII a capitania era rota dos tropeiros que conduziam os muares e outras mercadorias que abasteciam a região mi-neradora (MG). Destacaram-se, também, as mon-ções, expedições que, partindo de Porto Feliz, se-guiam pelo curso dos rios até atingirem Cuiabá

(MT) – área de mineração; eram responsáveis por fornecer tecidos, ferramentas e utensílios à re-gião, adquirindo, em troca, o ouro. A região pos-suía, ainda, uma agricultura de subsistência liga-da ao plantio de trigo, frutas, mandioca e outros gêneros.

b) Durante os séculos XVI e XVII, os portugueses buscaram garantir a posse sobre o território afas-tando os adversários do litoral. Ao mesmo tempo, aprofundaram a colonização ocupando as terras do interior, superando a linha demarcatória de Tordesilhas (1494). Esse avanço foi facilitado pelo período de domínio espanhol (1580-1640), quando houve uma maior presença portuguesa nas áreas do sertão.

No século XVIII, os portugueses buscaram garan-tir o controle definitivo sobre as áreas conquista-das aos espanhóis. Destacam-se, nesse período, a assinatura de tratados como o Tratado de Madri (1750), que consagra o princípio douti possidetis, princípio que determina que o direito de soberania sobre um território pertence àquele que efetiva-mente o ocupa.

Passar de Reino a Colônia É desar [derrota]

É humilhação

que sofrer jamais podia brasileiro de coração.

A quadrinha acima reflete o temor vivido no Brasil depois do retorno de D. João VI a Por-tugal em 1821. Apesar de seu filho Pedro ter ficado como regente, acirrou-se o antagonis-mo entre “brasileiros” e “portugueses” até que, em dezembro de 1821, as Cortes de Por-tugal determinaram o retorno do príncipe. Se ele acatasse, tudo poderia acontecer. Inclusi-ve, dizia d. Leopoldina, “uma Confederação de Povos no sistema democrático como nos Estados Livres da América do Norte”.

(Adaptado de Eduardo Schnoor, “Senhores do Brasil”, Revista de História da Biblioteca Nacional, nº. 48. Rio de Janeiro, set. 2009, p. 36.) a) Identifique os riscos temidos pelas elites do centro-sul do Brasil com o retorno de D. João VI a Lisboa e a pressão das Cortes para que D. Pedro I retornasse a Portugal. b) Explique o que foi a Confederação do Equador.

Questão 3

(3)

Resposta

a) Com o retorno de D. João VI a Portugal, as elites do centro-sul temiam a possibilidade do Brasil ser rebaixado da categoria de reino unido para colônia; já com as pressões para o retorno de D. Pedro para Portugal, elas temiam um processo de independên-cia que poderia fragmentar o território brasileiro; além disso, temiam a participação popular nesse processo e a possibilidade do fim da escravidão. b) Em 12 de novembro de 1823, D. Pedro dissol-ve a Assembleia Constituinte, que pretendia redu-zir os poderes do imperador. O fato provoca vio-lenta oposição em Pernambuco. Além disso, o im-perador não aceita a escolha do liberal Pais de Andrade como presidente da província.

A 2 de junho de 1824, Pais de Andrade proclama a Confederação do Equador, “incorporando” no Brasil o sistema americano, ou seja, implantar no Brasil um modelo de república inspirado no exem-plo dos Estados Unidos, no qual os estados pos-suem bastante autonomia em relação ao governo central, isto é, uma república federativa.

O movimento foi violentamente reprimido, haven-do um total de 16 condenações à morte.

A aventura à Amazônia liderada pelo natura-lista Louis Agassiz estendeu-se de 1865 a 1866 e passou por várias regiões do Brasil: de Minas Gerais ao Nordeste e à Amazônia. Foi orientada pela teoria criacionista, que se opu-nha à teoria de Charles Darwin. Apesar de participar da expedição, o filósofo norte-ame-ricano Willian James questionou alguns este-reótipos sobre os trópicos.

(Adaptado de Maria Helena P. T. Machado, “Algo mais que o paraíso”, Revista de História da Biblioteca Nacional, nº. 52. Rio de Janeiro, jan. 2010, p.70.) a) Qual a importância da teoria de Charles Darwin para o debate científico do século XIX? b) Identifique dois estereótipos relativos às terras e às gentes do Brasil no século XIX.

Resposta

a) O traço dominante do debate científico do sé-culo XIX foi a elaboração de métodos e princípios teóricos, base das ciências modernas. O período foi marcado por descobertas em todas as áreas da ciência, entre elas, a Biologia, com Charles Darwin.

Com a publicação, em 1859, deA origem das espécies, houve um conflito da ciência com o pensamento religioso tradicional. A teoria da evo-lução chocou-se com a religião, porque esta exer-cia jurisdição sobre uma área que diz respeito à ciência, e provocou debates que permanecem ainda hoje. Além de Darwin, outros cientistas do século XIX entraram em choque com a Igreja, que passou a ser vista por muitos como uma força obscurantista.

Charles Darwin somava-se aos outros cientistas do período, criando uma nova forma de pensa-mento, produzindo um impacto nas formas tradi-cionais.

A ciência, ao contrário das investigações metafísi-cas, oferecia um universo de leis e ordens verifi-cáveis, podendo ser cada vez mais compreendida à medida em que se acumulava o conhecimento científico.

b) De maneira geral, no século XIX aprofun-dou-se o racismo, na explicação das diferenças entre os povos. Os povos não europeus eram vistos como inferiores, mesmo sendo coloniza-dos por europeus, pois eram, na maioria, frutos da miscigenação.

Em relação às terras, associava-se as condições climáticas ao desenvolvimento material. Assim, di-fundia-se a proposição de que o clima tropical conduzia a uma impossibilidade de constituir-se uma civilização desenvolvida, tornando os ho-mens indolentes.

A Primeira Guerra Mundial abalou profun-damente todos os povos envolvidos, e as revo-luções de 1917-1918 foram, acima de tudo, re-voltas contra aquele holocausto sem prece-dentes, principalmente nos países do lado que estava perdendo. Mas em certas áreas da Europa, e em nenhuma outra mais que na Rússia, foram mais que isso: foram revolu-ções sociais, rejeirevolu-ções populares do Estado, das classes dominantes e do status quo.

(Adaptado de Eric Hobsbawm, Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 262-263.) a) Relacione a Primeira Guerra Mundial e a situação da Rússia na época.

b) Cite e explique um princípio da Revolução Russa de 1917.

Questão 5

(4)

Resposta

a) A Rússia participou da Primeira Guerra Mundial ao lado da entente composta, inicialmente, por ela, pela Inglaterra e pela França.

O seu relativo isolamento geográfico, em relação a seus aliados, associado ao atraso econômico do país, entre outras questões, conduziu-a a uma participação desastrosa no conflito. Enfren-tando a Alemanha e a Áustria-Hungria na frente oriental, os russos tiveram grandes baixas no seu exército. Internamente o conflito agravou a falta de gêneros alimentícios, sendo considerado um fator para a eclosão da revolução em fevereiro de 1917. As constantes derrotas russas e a deserção em massa entre seus soldados resultou na con-dução da guerra pelo próprio czar Nicolau II, apro-fundando ainda mais a malsucedida campanha militar do Império Russo.

Em fevereiro de 1917, o czar foi deposto e o novo governo liderado pelo primeiro-ministro Lvov man-teve a Rússia na guerra.

As derrotas militares e as manifestações contra a continuidade na guerra, culminaram com a tomada do poder pelos bolcheviques em outubro de 1917. O novo governo liderado por Lênin, em janeiro de 1918, retira-se da guerra assinando uma paz em separado com a Alemanha (Brest-Litovsky). b) Em fevereiro de 1917 (primeira fase da revolu-ção), o novo governo liderado por Lvov assumiu após a abdicação do czar Nicolau II. O que mo-veu essa fase revolucionária, em geral, foi o caos instalado no país com a Primeira Guerra Mundial. A Duma (Legislativo), que dirigia o governo provi-sório, era formada por várias tendências políticas, mas de maioria dos Constitucionalistas Democrá-ticos (cadetes), que, apesar das promessas de re-tirar a Rússia da guerra, reafirmaram seu apoio à entente, provocando um maior descontentamento popular e insurreições.

Quando, em outubro de 1917, os bolcheviques as-sumiram o poder, defendiam, entre outras questões:

que a estrutura centralizada do partido conduziria à revolução, rejeitando, assim, qualquer mudança gradual;

a ditadura do proletariado, que construiria uma ordem socialista, tendo o Partido Bolchevique como vanguarda da revolução;

a distribuição de terras aos camponeses, anu-lando os latifúndios;

a nacionalização das indústrias, coletivizando a produção;

o fim da participação russa na Grande Guerra, pois considerava o conflito como resultado do choque de imperialismos;

uma paz imediata com a Alemanha, sem inde-nizações e sem anexações;

que todo o poder fosse controlado pelos sovie-tes (conselhos).

A população brasileira, segundo o censo de 1920, era de 30.635.605 habitantes. O núme-ro de votantes, entretanto, era restrito, con-forme a tabela abaixo:

População apta a votar, 1920

População Número

Total 30.635.605

Menos analfabetos, sobram 7.493.357 Menos as mulheres, sobram 4.470.068 Menos os estrangeiros, sobram 3.891.640 Menos os menores de 21 anos,

sobram 3.218.243

(Adaptado de http://www.usp.br/revistausp/59/09-josemurilo.pdf. Acesso em 18/10/2011.) a) Indique duas práticas políticas existentes durante a Primeira República (1889-1930). b) Cite duas mudanças que ampliaram o elei-torado brasileiro após a Primeira República.

Resposta

a) Entre as práticas políticas existentes na Pri-meira República, podemos indicar:

constantes fraudes eleitorais;

"voto de cabresto" ou "voto de curral", no qual o eleitor rural votava no candidato indicado pelo seu "coronel".

b) A Constituição de 1891 restringia bastante o número de eleitores, pois, de acordo com seu texto, só votavam brasileiros alfabetizados e maiores de 21 anos.

A partir de 1930, com as seguidas constituições, o direito ao voto foi estendido às mulheres, aos maio-res de 18 anos e aos analfabetos. Além disso, o voto tornou-se obrigatório para estes e facultativo aos menores de 18 anos e maiores de 16 anos.

No dia 14 de dezembro de 1968, os leitores mais atentos do Jornal do Brasil puderam perceber que o jornal apresentava mudanças. Apesar do sol de dezembro, por exemplo, a previsão meteorológica anunciava no alto da primeira página, à esquerda: “Tempo negro.

Questão 7

(5)

Temperatura sufocante. O ar está irrespirá-vel. O país está sendo varrido por fortes ventos”. Pela primeira vez, no lugar dos edito-riais, eram publicadas fotos: na maior, um lu-tador de judô, gigante, dominando um garoto. O título da foto: “Força hercúlea”.

(Adaptado de Zuenir Ventura, 1968: o ano que não terminou. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 288-289.) a) Por que o Jornal do Brasil apresentava al-terações no dia seguinte à edição do Ato Institucional 5 (AI-5), de 13/12/1968?

b) Que relação o jornal quis estabelecer entre o contexto político e a foto do lutador e o ga-roto?

Resposta

a) No dia 13 de dezembro de 1968, o governo militar baixou o Ato Institucional nº 5, concedendo poderes excepcionais ao presidente da República e impondo uma ditadura. O jornal, de maneira metafórica, protesta por meio da previsão do tem-po e da fotografia.

b) Com a imposição do AI-5 e o início efetivo da ditadura, somados à truculência do regime militar, segundo o jornal iniciávamos um “tempo negro”, em que a força bruta (do lutador) se impõe à do garoto (cidadãos) com uma “força hercúlea”.

Faz cerca de vinte anos que "globalização" se tornou uma palavra-chave para a organiza-ção de nossos pensamentos no que respeita ao funcionamento do mundo. A palavra "glo-balização" entrou recentemente em nossos discursos e, mesmo entre muitos "progressis-tas" e "esquerdis"progressis-tas" do mundo capitalista avançado, palavras mais carregadas politica-mente passaram a ter um papel secundário diante de "globalização". A globalização pode ser vista como um processo, uma condição ou um tipo específico de projeto político.

(Adaptado de David Harvey, Espaços de Esperança. São Paulo: Edições Loyola, 2006. p. 79.) a) Identifique uma característica política e uma cultural do processo de globalização. b) Quais as principais críticas econômicas dos movimentos antiglobalização?

Resposta

a)

Característica política do processo de globali-zação: uma das mais importantes características políticas do processo de globalização constitui-se no estabelecimento de limites à soberania dos Esta-dos Nacionais associado ao processo de formação de blocos político-econômicos regionais, que im-põem orientações comuns aos países-membros dos referidos blocos. Com o esfacelamento do mun-do polarizamun-do da época da Guerra Fria, tomou-se consciência de que a formação de alianças e blo-cos regionais passaram a se constituir meios para enfrentar os grandes desafios da Nova Ordem Mundial. Por essa via, a soberania dos Estados Na-cionais sofre limitações em favor de políticas co-muns dos referidos blocos regionais. Podemos citar, como exemplo, a forma pela qual a presente crise econômico-financeira de alguns dos países-mem-bros da União Europeia vem sendo enfrentada, en-volvendo, para além da intervenção nas economias nacionais, a mudança de governo, tal como ocorreu na Grécia e na Itália.

(6)

cas levaram muitos países a um endividamento que excede em muito a sua respectiva capacida-de produtiva e por extensão capacida-de honrar as dívidas contraídas, e por essa via terem sido de alguma forma forçados a adotar políticas econômicas re-cessivas, cujas implicações levam ao desem-prego, ao corte de salários, de benefícios sociais, bem como de gastos públicos nos setores de se-gurança, educação e saúde.

A noção de cidadania gerada pela visão libe-ral a partir do século XVIII foi uma resposta do Estado às reivindicações da sociedade, e levou à institucionalização dos direitos civis, direitos políticos e direitos sociais. Mais con-temporaneamente, a noção de cidadania re-define a ideia de direitos. O ponto de partida é a concepção de um direito a ter direitos e in-clui a criação de novos direitos que emergem de lutas específicas.

a) O que são direitos civis e direitos sociais? b) Dentre as “novas” gerações de direitos no contexto da cidadania, pode-se falar nos direitos difusos e coletivos e até em direitos bioéticos. Dê dois exemplos desses direitos da nova geração.

Resposta

a)

O que são direitos civis:

Até o século XVIII, no Ocidente Europeu vigorava uma sociedade fundamentada na desigualdade. Distinguiam-se três grandes estratos (conhecidos como "ordens" ou "estados" ou "estamentos"). A tra-dição consagrava no topo da sociedade "os que oram", ou seja, os integrantes do clero; em seguida, os que "guerreiam por Deus", ou seja, os nobres; e, na base da sociedade, "os que trabalham", ou seja, todos aqueles que não pertenciam ao clero ou à no-breza. Os dois primeiros estratos possuíam privi-légios, ocupando postos na administração, bem como gozavam da isenção no pagamento de im-postos. Cabia ao chamado Terceiro Estado o sus-tento desse tipo de ordem social, conhecida como a época do Antigo Regime.

Transformações econômicas, sociais e políticas no século XVIII assinalam a crise do Antigo Regime, que se expressa pela Revolução Industrial na Inglaterra e pela Revolução Francesa, coroando de êxito um movimento intelectual conhecido como Iluminismo (ou Ilustração) que condena o Antigo Regime, propõe formas representativas de gover-no em oposição aos regimes políticos absolutistas

até então vigentes e a abolição de privilégios, pro-clamando a igualdade de todos perante a lei. Nesse contexto emergem os chamados "direitos civis", que transformam os súditos em cidadãos. Consagram-se como direitos civis fundamentais a liberdade de pensamento, de expressão, o direito de ir e vir, o direito de reunião e de escolher os seus governantes, entre outros.

O que são direitos sociais:

As transformações econômicas provocadas pela Revolução Industrial, para além da ampliação do consumo de bens e serviços, provocaram tam-bém o aprofundamento de desigualdades econô-micas que se expressaram em acentuados níveis de concentração social, regional e setorial das rendas. Face a esse quadro, tomou-se consciên-cia de que não bastavam os chamados "direitos civis", mas que eram necessárias medidas que assegurassem a igualdade de oportunidades para todos os membros da sociedade. Passaram, en-tão, a se assegurar os chamados "direitos sociais" que se expressam, por exemplo, na promulgação de ampla legislação trabalhista que garanta um salário mínimo, férias, aposentadoria, entre ou-tros. Para a sociedade como um todo, direito ao acesso à educação, à saúde, à segurança públi-ca, entre outros.

b) "Direito a ter direitos", "direitos difusos e coleti-vos", e "direitos bioéticos":

Contemporaneamente, aos já consagrados direi-tos civis e sociais, acrescentam-se os direidirei-tos de minorias étnicas, sexuais, religiosas, de gêneros, de dispor do próprio corpo – que envolvem, por exemplo, o direito ao aborto e ao uso das célu-las-tronco, e a doação de órgãos –; os direitos aos portadores de necessidades especiais, o direi-to de dispor da própria vida (eutanásia); de prote-ção a crianças, idosos, animais; e de preservaprote-ção ambiental.

Para o Ministério do Meio Ambiente, o pro-cesso de desertificação gera uma perda de cinco bilhões de dólares por ano ao Brasil (cerca de 1% do Produto Interno Bruto) e já atinge gravemente 66 milhões de hectares no semiárido brasileiro e 15 milhões de pessoas em áreas do Bioma Cerrado e da Caatinga. No Brasil, 62% das áreas suscetíveis à deserti-ficação estão em zonas originalmente ocupa-das por caatinga, sendo que muitas já estão bastante alteradas.

(Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2011). http://www.mma.gov.br/sitio/index.php. Acessado em 15/08/2011.)

Questão 10

(7)

Considerando o texto acima, responda: a) O que é desertificação e quais são as suas causas?

b) Quais os impactos sociais associados à de-sertificação?

Resposta

a) Desertificação é a perda da capacidade biológi-ca e econômibiológi-ca do solo com o consequente em-pobrecimento progressivo da paisagem.

O processo de desertificação é causado por fato-res naturais (empobrecimento do solo em regiões com longos períodos de estiagem, áreas áridas e semiáridas do globo) e antrópicos (queimadas, agropecuária predatória e mineração desordena-da).

b) A desertificação pode intensificar a miséria e a fome nas regiões onde o seu estágio é avan-çado.

Considerando o território norte-americano após a 2ª Guerra Mundial, o chamado Sunbelt, que abrange os Estados da Califórnia, Arizona, Texas, Novo México, Luisiana e Flórida, se destacou pelo dinamismo de sua economia. a) Aponte as principais características econô-micas do Sunbelt americano.

b) Indique duas características da agricultu-ra norte-americana moderna.

Resposta

a) OSun beltamericano corresponde às porções Sul, Sudeste e costa do Pacífico dos Estados Unidos e apresenta como principais característi-cas econômicaracterísti-cas a presença das indústrias petro-química (Texas e Califórnia) e aeroespacial e dos tecnopolos (Califórnia, Texas e Flórida); na agropecuária, destaque para os cultivos tropicais e a fruticultura irrigada; e, como polo turístico, a famosa indústria do entretenimento (cinema e parques temáticos).

b) Entre as principais características da moderna agricultura norte-americana, podemos citar, entre outras: uso intensivo de máquinas agrícolas, irri-gação e fertilizantes; alta especialização (belts

agrícolas) e bastante integração à indústria (com-plexo agroindustrial); elevada produtividade; e uso do conhecimento científico.

Sob uma perspectiva histórica, a incidência de fogo nas matas remonta a mais de 22.000 A.P. (antes do presente). No final da última glaciação, antes da chegada do homem às Américas, o clima era seco e frio, os incêndios só ocorriam por causas naturais, sendo em geral causados por raios. Ao lado da chuva, propiciava-se o manejo natural do material combustível existente (...). A sedentarização do homem no território nacional levou à prá-tica da queimada tipo “coivara” adotada pelos índios. Posteriormente, com a colonização, adotou-se também a prática das queimadas.

(Adaptado de Plano de Ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas: cerrado. Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2011, p.56.) a) Quais as diferenças entre a coivara prati-cada pelo índio e o processo de queimada ado-tado pelo colonizador?

b) Quais os impactos decorrentes da queima-da sistemática aos ecossistemas naturais e ao homem?

Resposta

a) A coivara praticada pelos índios possuía uma relação mais equilibrada com a natureza, pois as tribos indígenas escolhiam áreas que pudessem ser cultivadas sem grandes agressões à floresta, à fauna e ao equilíbrio ecológico como um todo. O colonizador não apresentava as mesmas preo-cupações com o ambiente, pois empregava o fogo para a abertura indiscriminada de campos agrícolas e pastos.

b) As queimadas geram diversos impactos ambien-tais aos ecossistemas naturais e ao homem, como a grande emissão de carbono, contribuindo para o agravamento do efeito estufa, o comprometimento da biodiversidade e promove o esgotamento do solo (apesar da fertilização ocorrida inicialmente), abrin-do caminho para os processos de desertificação.

A Amazônia é uma das mais antigas periferias do sistema mundial capitalista. Seu povoa-mento e desenvolvipovoa-mento se deram de acordo com o paradigma da economia de fronteira, significando, com isso, que o crescimento

eco-Questão 12

Questão 13

(8)

nômico é visto como linear e infinito, sendo imperativo sustar esse padrão baseado no uso predatório das suas riquezas naturais e do saber de suas populações tradicionais.

(Adaptado de Bertha K. Becker, “Geopolítica da Amazônia”. Estudos Avançados, 19, nº 53, 2005, p. 72) a) O que se pode entender por economia de

fronteira?

b) Aponte dois exemplos de populações tradi-cionais na Amazônia.

Resposta

a) Economia de fronteira é aquela que vem incor-porar ao espaço econômico estabelecido uma re-gião distante e pouco integrada até então. b) Como exemplos de povos tradicionais da Ama-zônia temos os seringueiros, os indígenas e os povos ribeirinhos.

“Em 1883, a violenta erupção do vulcão indo-nésio de Krakatoa riscou do mapa a ilha que o abrigava e deixou em seu rastro 36 mil mortos e uma cratera aberta no fundo do mar. Os efeitos da explosão foram sentidos até na França; barômetros em Bogotá e Washington enlouqueceram; corpos foram dar na costa da África; o estouro foi ouvido na Austrália e na Índia”.

(S. Winchester, Krakatoa – o dia em que o mundo explodiu. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003, contracapa.) a) Por que no sudeste da Ásia, onde se localiza a Indonésia, há ocorrência de vulcões? Por que as encostas de vulcões normalmente são densamente povoadas?

b) Por que a atividade vulcânica deste tipo de vulcão pode causar o resfriamento nas tempe-raturas médias em toda a Terra?

Resposta

a) Porque o Sudeste Asiático faz parte do Círculo de Fogo do Pacífico, região limítrofe de placas tectônicas, caracterizada por intensa atividade vulcânica e sísmica. As rochas extrusivas vulcânicas formadas no entorno dessas áreas (ricas em mine-rais) dão origem a solos férteis, proporcionando o desenvolvimento agrícola e a ocupação humana.

b) Ao lançar na atmosfera um grande volume de material particulado, forma-se uma nuvem espessa e extensa de poeira que leva a uma menor absorção da radiação solar pela superfície terrestre e consequente diminuição da temperatura.

O mundo chegou a sete bilhões de pessoas em 2011. Nossa espécie já ocupa tanto espaço, com plantações, cidades, estradas, poluição e lixo que, para alguns cientistas, entramos em um novo período geológico, o Antropoceno. As atividades humanas já seriam a força mais relevante para moldar a superfície da Terra. Alimentar e dar conforto a toda essa gente pode exaurir os recursos naturais.

(Adaptado “O planeta dos humanos”. Revista Época, Especial População, 06/jun/2011, p. 87.) a) Aponte duas explicações para a maior dis-ponibilidade de alimentos nas décadas recen-tes, situação nunca antes existente na histó-ria humana.

b) Considerando a sustentabilidade ambien-tal, quais seriam os principais desafios para alimentar e dar conforto a todos os seres hu-manos?

Resposta

a) A maior disponibilidade de alimentos no mundo atual ocorre por dois motivos: primeiro, pelo au-mento intensivo, isto é, pela maior produtividade devido ao uso de máquinas, fertilizantes, irrigação, sementes geneticamente melhoradas e outros recursos tecnocientíficos; segundo, pelo aumento extensivo, ou seja, pelas novas áreas sendo des-tinadas à agropecuária. É importante destacar que essas duas situações quase sempre ocorrem simultaneamente.

b) Um primeiro desafio seria estabelecer um equilí-brio entre a pegada ecológica da população mun-dial e a biocapacidade do planeta, pois o nosso modelo de produção e consumo supera a capaci-dade do planeta em repor os recursos naturais explorados e em absorver os resíduos gerados pelas atividades humanas. Outro desafio seria distribuir melhor a riqueza produzida para gerar um maior bem-estar social a um maior número possível de pessoas.

Questão 15

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O mapa abaixo indica a ocorrência de queda de neve na América do Sul. Observe o mapa e responda às questões.

a) Que fatores climáticos determinam a dis-tribuição geográfica da ocorrência de queda de neve na América do Sul?

b) Quais são as condições momentâneas de estado de tempo necessárias para a ocorrên-cia de precipitação em forma de neve?

Resposta

a) Entre os fatores climáticos, podemos destacar: a altitude, a latitude, as massas de ar (massa po-lar) e as correntes marítimas frias.

b) As principais condições de tempo são: baixas temperaturas e elevada umidade do ar.

A Política Estadual de Recursos Hídricos, a partir de 1991, determina, para o Estado de São Paulo, a Bacia Hidrográfica como unida-de físico-territorial unida-de planejamento, tendo os Comitês de Bacias como os órgãos gestores. Considerando esta afirmação, responda: a) O que é uma bacia hidrográfica? Que ele-mentos topográficos compõem uma bacia? b) Aponte dois tipos de conflitos de uso da água numa unidade de bacia hidrográfica.

Resposta

a) É uma área drenada por uma rede hidrográfica, ou seja, pelo rio principal e seus afluentes. Os elementos topográficos são os vales, os divisores de água e as vertentes.

b) Os conflitos envolvendo o uso da água numa unidade de bacia hidrográfica decorrem da busca do equilíbrio entre três variáveis: o aumento do consumo (devido ao crescimento populacional, à expansão urbano-industrial e à expansão agrope-cuária); a disponibilidade de água com qualidade para suprir a demanda, que não poderá superar a capacidade de reposição dos recursos hídricos (com a expansão e a melhoria da infraestrutura de captação, tratamento e distribuição); e a pre-servação dos mananciais (com a proteção das ca-beceiras e fundos de vale), evitando a poluição e o desperdício.

Questão 17

Referências

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