• Nenhum resultado encontrado

Cad. Saúde Pública vol.17 número4

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Cad. Saúde Pública vol.17 número4"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

A FEVER IN SALEM: A NEW IN TERPRETATION OF THE N EW ENGLAND WITCH TRIALS. Laurie Wi n n Carlson. Chicago, Ivan R. Dee, Inc., 1999. 224 pp. ISBN : 1-56663-253-6.

H i s t ó ria s d e b ru xa s se m p re exerc e ra m u m gra n d e fascínio n o ser h um an o, e xem p lo recen te d isso send o o e n o rm e su ce sso a lcan ça d o p ela sé rie d e livro s in -f a n t o - j u ven is Ha r ry Po t t e r. Epid em ias t am b ém cau -sam gran de interesse p op ular, e não som ente por m o-t i vo s relacion ad o s a u m a p erce pçã o d e risco p e ssoal d e se ad qu ir ir a d oe n ça. Exe m p los re ce nt es tam b ém n ã o faltam : d e p ou co s an os p ara cá ep id em ias d e in -fecção p elo víru s Eb ola , n a Áfr ica, p or h antavíru s, nas A m é ri c a s, e d e e n c efalop at ia esp on gifo rm e b ov i n a (d oe nça da va ca lou ca) e feb re aftosa, n a Eu rop a, têm ocup ad o as m a nch etes d e jorn ais d o m u nd o inteiro.

A Fe ver in Salem : a New In t e r p retation of th e N ew En glan d W itch Tr i a l sé u m livro qu e d esp er ta a cu ri o -sid ade p elos d ois a ssu n tos, b ru x a ria e ep ide m ias, qu e a b o rd a e te nta re l a c i o n a r. A autora, Lau rie Win n Ca r l-son, p ro c u ra d em on strar que o fam oso ep isódio o c o r-rid o e m 1692 e m Salem , cid ad e n ort e - a m e rican a d o Estad o d e Ma s s a c h u s e t t s, no q ua l vint e m u l h eres fo-ram en forcadas com o bru x as p or terem su p ostam en te en feiti çad o ou tros m ora d o res d o loca l, os qu a is ap re-s e n t a ram re-sin t om are-s n eu rológicore-s e p re-siq u i á tricore-s, foi conseqü en te a u m a ep id em ia . Esta teria sido um a e p id em ia id e e n ce fa lite let ár gica , id o en ça qu e só se t or -n a ria co-n h ecid a -n o i-n ício d o sécu lo XX, e a q ua l vo l-to u a receb e r a ten çã o m ais recen t em e nt e em fu n ção d o film e Te m p o d e De s p e rtar (Aw ak en i n g s), b a se ad o em livro h o m ô nim o de Ol i ver Sa c k s.

A au t or a d e scre ve a or gan ização socia l d os colo -n os p u rita-n os da Nova I-n g l a t e r ra -n o século XVII, cu jo en ten d im e n to é essen cial p ara se com p reen d e r o ti-p o d e r ea ção d a ti-po ti-p u la ção d e Salem a u m a sér ie d e caso s d e m an ifestaçõ es n e ur ológicas e p siqu iá tri c a s e m m o ra d o r es d o vilar e j o. Fa to in t er e s s a n t e, e qu e c o r ro b o ra a h ip ót e se d e e n ce falite , é d e qu e n ã o só h u m a nos m as ta m bé m an im ais, com o o gad o b ov i n o, f o ra m acom et id os. Basea d a e m far ta d ocu m e n tação d a ép oca a au t ora d e scre ve e m d e talh e os sin tom as e a evolu ção clín ica d os “d o e n t e s”, e com o a in ab ilid a -d e -d o s m é-d ico s locais e m con si-d erar qu e se tra t a s s e d e con d ição m éd ica fez co m qu e a e xp licaçã o alte r-n a t i va , b r u x a ria , fo sse a a ceita , co m t od as a s su as c o n s e q ü ê n c i a s.

A h ip óte se d e q u e t en h a o corr id o u m a ep id e m ia d e en cefalit e em Sa le m é b e m elab o ra d a e re l a t i vam en t e b evam d o cuvam en t ad a. De qu e se tr atasse d e en -ce falite let árgica, n em tan to. A au to ra d e d ica um cap ítu lo in te iro à “e cap id em ia esqu e cid a” (en cefalite le -t á rgica), e o u -t ro co rr ela cion an d o- a a o o co r r id o em Salem . Ne ssa p ar te d o livro a s evid ên cias ap re s e n t ad a s n ã o são tã o fort e s, e a co n clu sã o ad e qu e o ep isó -d io -d e Salem ten h a si-d o u m a e pi-d em ia -d e e n cefalite l e t á rgica e não d e ou tro tipo d e encefa lite p arece algo

fo rçad a. Um cap ítulo in te re ssan te é o qu e d iscu te a s explica çõ es a lte rn a t i vas q u e t êm sid o o fe re cid as a o ep isód io d as b ru xa s d e Sa le m , in clu in d o h iste ria co-l e t i va e erg o t i s m o.

Aceitan do ou n ão o leitor a hip ótese da autora n ão dim in ui o fascín io desp ertado p elo livro p ela sua origi-nalidad e e com o exem plo d e in vestigação qu e congre-ga asp ectos m é dicos, ep id em iológicos, socio lógicos e h i s t ó ri c o s. Nesse sen tid o é de particu lar interesse p ara p rofissionais de saú de en volvid os em vigilân cia ep ide-m iológica e n o con trole d e d oen ças tra n s ide-m i s s í ve i s.

S é rgio de An drad e Ni s h i o k a Faculdade de Medic in a,

Un i versid ad e Fe d e ral d e Ub e r l â n d i a , Ub erlân d ia, Bra s i l .

A CIÊNCIA DA SAÚDE. Naomar de Almeida Fil h o . São Paulo, Editora Hucitec, 2000. 255 pp. ISBN: 85-27105-30-6

A relação en tre o su jeito e o ob jeto d o con h ecim e nt o te m sid o a lvo d e at e n çã o e sp ecial p or p ar te d e d ife-ren te s co rife-ren te s cien tífica s e filo sóficas, p ri n c i p a l-m en te a pa rtir d o fin al d o século XIX. At u a l l-m e n t e, es-ta relação vem rece be nd o u m a aten ção re d o b rad a, na m e d id a em qu e vários a u tore s p ó m o d ern o s, con s-cie n te s d a in sta b ilid a d e d as p rá ticas e re s u l t a d o s c i e n t í f i c o s, têm recom en dad o enfaticam en te, qu e etas p rá tic as se tra n s f o rm e m n u m te m a p a ra si m e s-m a s, colocan d o e s-m q ue st ão os eles-m en t os teór ico s e e m p í rico s im p lícit o s e m su a p r óp ria o rgan iza çã o e i n s t ru m e n t o s. Ul t rap assan do o lim ia r d e u m a d iscu s-sã o esp ecífica so b re o alca n ce e os lim it es d e u m a ciência d a saú de, este livro con ta a h istór ia d e u m en -c o n t ro feliz en tre um p esq u isad o r e u m -cer to d o m í-n io te m át ico, va le í-n d o p o rtaí-n t o co m o u m ií-n stigaí-n te i n s t ru m en to d e re flexã o e p ist em o lógica sob re o su-jeito qu e d ese ja con h e cer e os ob jetos qu e vão se d e-line an d o no de cor re r d o p rocesso d e con he cim en to.

O texto resu lta d a sín te se d o Me m o rial elab ora d o pelo au tor pa ra con cu rso d e Professor Titular em Ep i-d em iologia i-d o Institu to i-de Saú i-d e Co l e t i va i-d a Un i ve r-sid ad e Fe d e ral d a Bah ia , estru t u ran d o- se e m d e ze s-seis cap ít u lo s qu e an alisam d esd e a su a in iciação n o ca m p o d a Ep id e m iolo gia at é os p r ojeto s qu e d e sen -vo l ve atu alm e n te. Um argum en to cen tr al su ste n t a a a rticu la ção en t re os cap ítu lo s: a p en as a Ep i d e m i o l o-gia re v ela p oten ci a lid a d es p a ra se con st i tu ir com o

Ciên cia d a Saú d e. Ao lon go d o texto, vaise con stru i n

(2)

Cad . Sa úd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 17 (4):1 0 38 -1 04 3 , jul-ag o , 2 00 1 com o s p ares (e co m os ím p ares), co n figu ra n d o u m a

h i s t ó ria h um an a e d ive rtid a , n a qu al o s ce n á rio s são d e s c ri t o s, o s a tores têm ro s t o, p referências e u m esti-lo p rópr io n ão ap en as d e p en sar, m as d e ser.

Nos três pr i m e i ro s cap ítu lo s o au tor elab ora u m a e t n o g ra fia d o se u p r i m e i ro e n co n t ro co m a Ep i d e-m io logia, oco rr id o n a Esco la d e Sa ú d e Púb lica d a Un i ve rsid a d e Jo h n Ho p kin s em 1985, id e n tifica a s c o r ren te s d e p en sam en t o qu e in flu e n ciaram d ecisi-vam e n te su a for m açã o n o s n íveis d e Grad u aç ão em Me d icin a, Me s t ra d o e Do u t or ad o e re la ta su as p ri-m e i ra s experiên cias d e p esqu isa no âri-m b ito d a ep id e-m io logia p siqu iát rica. Nest e âe-m b it o, re ve la algu n s d etalh es sobre a criação de n ovos in strum en tos e p ro-ced im entos d e pesqu isa qu e exerc e ra m influ ência d c i s i va n a á re a, ta n to d en tro d o pa ís q ua n to n o e xt eri o r. Ao na rra r esta p eri m e i ra fase d e su a carre i ra , o au -to r r e vela u m a ten d ên cia p a ra o en fo qu e tra n s d i s c p l i n a r, a p roxim a n d o -se grad u a lm e n t e d as Hu m a n i-d ai-d es (p art i c u l a rm en te i-d a An trop ologia) e i-d a Fi l o s ofia d a Ciê n cia. Est a t en d ên cia aliás po d e ser vislu m -b rad a em tod a a n ar ra t i va, se n d o r et om ad a co m ê n-fase n a p arte fin al d o livro.

Nos cap ítu los su b seqü en te s (4, 5 e 6) o au to r an a-lisa a segu n d a fase de sua carre i ra, e lab oran d o a críti-ca à m eto d ologia ep id em ioló gicríti-ca, a p artir d a d iscu s-sã o d e a lgu m a s p reo cu p açõ e s cen tra is: o p ro b l e m a d a cau salid ad e, a d efe sa d e u m a p lu ri c a u s a l i d a d e, a crítica ao p o sitivism o e pid em iológico, a co n testa ção d e ce r tos d o gm a s m et o d oló gicos e a exp lo ra ção d e e s t ratégias altern a t i va s d e p esqu isa , afirm and o q u e o c ri t é rio d a p rova e p id em iológica resid e n o “ê x ito n a p rom oção da saú d e e n a p re ven ção e con trole d e d oen -ç a s” (p. 66).

No sexto cap ítu lo, Nao m ar d e Alm eid a Filh o cir-c u n s cir-c re ve m ais cir-cla ram en te o eixo d a s p re o cir-c u p a ç õ e s q u e d e sen vo l veu a p art ir d o fin a l d o s a n o s 80: u m a “ep iste m e to d o logia d a Ep i d e m i o l o g i a” b a se ad a n u -m a h ist ó ria d a d iscip lin a , cap az d e a b or d ar ta n to os a van ços in stru m e n t a i s, re p rese ntad os p elos m o d elos d e in vestigação e pelas técnica s, qu an to as d ificu ld a-d es teó ri c a s, p or exem plo : o at raso n a sua “c o n s t i t u i-ção com o u m cam p o in stitu cion al d e sab e r au tô n o-m o”, “a au sên cia d e d eb a te t eó ri c o” e a “d e s va l o ri z a-ção ep iste m ológica d a p róp ria d iscip lin a”. De m od o s i m u l t â n e o, exp licita a sua p osição d en tro d o d e b at e e p ist em o ló gico e p o lít ico, re a f i r m a n d o “a fo rça d os p roce ssos socia is n a d e t er m in açã o d a saú d e co le ti-va”, d efe n d e n d o o p o n t o d e vista d e qu e a saú d e e a d o e n ça d eve m se r com p ree n d id as co m b ase n u m a “filo sofia co n siste n te” qu e vai se d e fin in d o n ão a p e-n as a p art ir d os seu s co e-n d icio e-n a e-n t es e xt e re-n o s, m as ao in terior m esm o das su as p rática s.

O cap ítu lo 7 co ntém várias cr íticas à Ep i d e m i o l o-gia Clín ica. No cap ítu lo 8 o a u tor re c u p e ra “as d ef in ições p arad igm áticas p rópria s d a Ep i d e m i o l o g i a ,s i l e n -ciad as n a su a p ratica cien tífi ca cot id ian a”. Di a l o g a n -d o com o Pa ra -d igm a -d a Ca u sa li-d a -d e p rop õe o Pa ra-d igm a ra-d o Risco, u m a tentativa ra-d e preench er lacun as e qu estões d e m od o m ais flexível, logo m ais com p atíve l com a tra n s i t o riedade dos fenôm enos ob serva d o s. No cap ítu lo 9, o au tor d iscu te o m od elo teórico d a d eter-m in ação social d as d oen ças, id en tificand o u eter-m a ad e-são ao m on ocausalism o que a con cep ção deste m ode-lo p re t e n d e ria sup era r, afa stan do-se assim d as n ecessid ad es e d em andas d o cam po ep idem iológico, care n -te d e refle xõe s sob re “o sim b ó lico e a cotid ian id ad e”.

No cap ítu lo 10, tr at a d e p o le m iza r as c ategor i a s risco e cau sa, (re fletin d o sob re o p a p el qu e jogam o sen so co m u m e o co tid ia n o ), b em co m o com o u t ra s p o l a r id ad es: te or ia e p rá tica, o b jeto e con texto, ind ivid u al e co letivo, pe ssoa e p op u lação, b ioló gico e so -cial, qu alitativo e qu an tita tivo, a b strato e con cre t o. A d e s c o n s t ru ção d e stas p o lar izações b aliza a b usca d e s u p e ração d as “p r áticas p re ve n t i vas pre d i t i va s” n a d i-re çã o d e “u m a Ci ên ci a d a Saú d e ca p az d e an te- ve r f o r m a s ,f i g u ra s , vi sões e cen á rios em v ez d e p ré-d iz e r

a lgu m as m ed id as e seu s efeitos” (p. 133).

A p artir d o cap ít u lo 11, d e sen h a-se o con texto d a reflexão d esenvolvid a p elo a u tor n os an os n oven ta. A l e i t u ra d est e cap ítu lo é d e cisiva p o is n ele são co n s-t ru íd as cer s-ta s lin h as d e con s-tin u id a d e e n s-tre d iss-tin s-tos a u t o res e cor re n t e s, q ue n ão ob stan te suas difere n ç a s f o rn e c e ram as coo rd e n a d as d e u m flexível p ro c e s s o d e “m a t u ração ep istem ológica”. Situ an d o-se n o pon to d e co nve rgência en tre vários ava n ç o s, con qu ista s, er-ro s, acert o s, ce rt e zas e in cert e zas acu m u lad os n o d ec o r rer d o tem p o, o autor m an eja tan to um a econseciên -cia do alcan ce e d os lim ites d o cam p o tra t a d o, qu an to u m a co n sciê n cia d os se u s p r óp r io s lim ite s e po t en -c i a l i d a d e s. Dialogan d o -com Ra b i n ow, Rh oy Bh a s k a r, Bo u rdieu , Fou cau lt, Juan Sam aja, Bru n o Latou r, K h u n , e t c., su p era u m a p re ocup ação co m p ossíveis ecle tis-m os teóri c o s, tis-m an tend o-se fiel à su a ten d ência (re ve-la d a n o in ício d a su a cam inh ad a) pa ra refletir sob re a saú d e co m u m pé fin cado na Epid em iologia e o ou tro n o d iálo go p er m an en te co m ou tro s cam p os d o co-n h e c i m e co-n t o, p art i c u l a rm eco-nte com as Ciêco-ncias So c i a i s. Fi n a l m e n t e, n os ú lt im o s ca p ítu los, Na om ar d e Alm eid a Filh o se coloca fren te às a ltern a t i vas teóri c o -m etod oló gica s atu ais qu e e le -m es-m o con tr ib u iu p ara c o n s t ru i r, b u scan d o algu m a s saíd a s a t ra vé s d a d is-cu ssão sob re q ua tro term os: a p r áx i s, d esen h an d o as lin h as ger ais d e u m a t eoria d as relações e n tre m o d o d e vid a e saú d e ; a p l u ral id ad e, con str u in d o u m a “e t-n o g rafia d a p rática epid em ioló gica”; a c o m p l ex id ad e, p rop on do u m n ovo p arad igm a ep id e m iológico cap az d e re c u p e rar a cu ltu ra, o sen so com u m , o cotid ian o e a h istór ia h u m an a; a t ra n sd i sc ip l in ar id ad e, su geri n -d o (atra vés -d a s in te rface s en tre as ciên cias so cia is e a s ciên cia s d a saú d e ) a n ece ssid a d e d e u m a “f o rm a re n ova d a d e i n tegraçã o glob al d e u m con h ecim en to c o l e t i vam en te con stru íd o” (p. 220).

Con fessa n d o se atu alm en t e p re o cu p a d o em fa zer avan çar as d iscu ssõ e s n o se n t id o d e “u m tra t a -m e n t o ep ist e -m o ló gico e te ó r ico d o o b jet o --m o d elo Sa ú d e”, o au tor en cerra o livro afirm an d o o seu en vo l-vim en to n um a lu ta p ara “p re p a rar a Ep i d e m i o l o g i a p a ra cu m p r ir o se u p ote ncial, m ere cen d o a ju sta d e -sign açã o d e Ciê ncia da Sa ú d e”.

Lu zin ete Sim ões Mi n e l l a De p a rtam en to d e Ciên cias So c i a i s,

Pro g ram a d e Pós-Gradu ação em Sociologia Política, Un i versidade Fe d e ral d e San ta Ca t a rina, Fl o ri a n ó p o l i s, Bra s i l .

M AN UAL M ERCK DE IN FORM ACION M EDICA PARA EL HOGAR. Barcelona, Océano. 1573 pp. ISBN 84-494-13 58-3

(3)

Ba s e i a - s e, segu n d o seu s ed itore s, n o secu lar Man u a l M e rck de Diagn óstico e Te ra p ê u t i c avo ltad o p ar a p ro-fissionais de saú de. O gran d e d esafio é ap resen tar es-te novo Ma nu al e m lin gu agem e clareza ta l qu e possa se r e n ten d id o e ap rove itad o p ela p op u la ção, sem n o e n ta n to p e rd e r se u rigor e qu a lid a d e t é cn ica e se m p e r m itir qu e o leito r o su b stitu a p elo acon selha m en -t o esp ecializad o. E es-t a -tare fa ne m sem p re é fácil. Se p or u m lad o é gran d e a cu riosid ad e po p u la r e a p roc u ra d e in fo rm a ções a roce rroca d e d oen ça s e tra t a m e n -t o s, d escr evê -los d e m od o q u e p o ssam se r en -te n d i-d os e u tilizai-d os sem r iscos i-d ecorren tes i-d e a uto-i-diag- uto-diag-n óstico o u au to -m e d ica ção é uto-diag-n o m íuto-diag-nim o m u ito d elic a d o. Há qu e se en fatizar sem p re as ar m ad ilh as e ten -t açõ es qu e o cor re m qu a n d o o lei-t o r, p o r-tad o r d e a l-gu m sin t om a o u co m all-gu m a d ú vid a e m r elaçã o a qu alqu e r d oe n ça, se id en t ifiqu e com algu m cap ítu lo e d isp en se a ava liação m éd ica. Um a rea ção co m u m e p e rigosa p arece ser : “ist o é exat am en te o q u e eu es-t o u sen es-tin d o, p o r es-t an es-t o e ses-ta é a d o e n ça qu e es-te n h o e p reciso (o u n ã o) t ra ta r m e d e st a m a n eira”. É p re c i s o d eixar claro q ue a fu n ção d e u m Man u a l d est e tipo é i n f o r m ar e or ie n t ar a p o p u laçã o e n ão levá la a su -b est im a r a ne cessid ad e d o p arecer esp ecializa do. Se-r ia u m gu ia con su ltivo fácil e Se-ráp id o, qu e en sin asse o leitor a p re ven ir e o aju d asse a en t en d er a d oe nç a, o t ratam en to e o lin gu ajar m éd ico.

Segu nd o se u d iretor ed ito rial, Ro b e rt Be rk ow, es-te foi d ese n volvid o p ara re sp o n d er à s n ece ssid ad es d o p ú b lico qu e ap esa r d a falta d e e spe cia liza çã o, já lia o Man u al origina l. Assim , e sta “t ra d u ç ã o” p ara n ão esp ec ialista s ter ia com o fu n çã o p rin cip a l fa cilitar o e n ten d im en to e evitar in terp ret ações e rrôn e as. Ad e-q u a d a m e n t e, Be rk ow d e sc re ve o cu id a d o em re t i ra r d e sta ver são asp ecto s d a sem io lo gia e t er a p ê u t i c a , p e c u l i a res d e esp ecialist as e acrescen ta: “n en h u m li-v ro p od e su bsti t u i r a h ab ilid a d e e o con selh o d e u m m éd i co e est e n ã o p reten d e su b st it u i r o m éd ico n em c o n s t i t u i r-se d e u m livro d e a u to-con su lta... as in for-m a ções for-m éd i ca s n ele con ti d as aju d efor-m ao leit or a co-m u n i c a r- se de co-m an eira co-m a is efi ca z coco-m seu co-m éd i co e c o m p reen d er d e form a m ais com p leta os p rob lem as e su as altern ativas possíve i s”. Em b o ra esta seja u m a ati-tu d e é tica, n o esco p o d a fu n çã o d o Ma n u al, n ã o h á com o gara n t i r, a n ã o ser atravé s d o cu id a d o na exp o-sição d e in form a çõe s em cada cap ítulo, qu e su a m eta se rá alcançad a sem ri s c o s. E foi isso qu e p ro c u ra m o s o b s e rvar n a an á lise d e ste t ra b a l h o. Po r m ais q u e se re ssalte a fin alid ad e d o livr o, é d e se esp e ra r qu e u m leito r a flito, co m d ú vid a s so b re a lgu m sin t o m a o u d oen ça, p a sse ao cap ítulo qu e lhe é in tere s s a n t e, sem se d eter n o pr ólogo e n o gu ia a o leitor, n ão sen d o as-sim alertad o p ara as a rm ad ilhas d a com p ree nsã o d e-t u r p a d a .

O m an u al é ap resen t ad o em d u as se çõ es gerais e 22 clínicas. Já n a se ção 1 ca b e u m a re s s a l va. Os sin to-m as a p resentad os coto-m o sen do d e enfer to-m ida des to-m o r-tais são b astan te com u n s a u m a série d e d oen ças n ão n e c e s s a ria m e n t e gra ve s , o qu e p od e in icia lm e n t e ca u sar algu m a con fu são. Dor, tra n s t o rn os gast ro i n t e s t i n a i s, lesões d e pe le e e sgotam en to n ão sã o exc l u -s i vo-s d a-s p atologia-s term i n a i -s. No entan to, o texto exp l i c a t i vo a segu ir em referên cia a cad a u m d estes sin -tom as é b astan te esclare c e d o r, orien ta e d esm istifica m u it o s d o s tem or es r elacion ad os à s d oe n ça s term n a i s. Ao discu tir, n a seção 2, os asp ecto s farm a c o l ó g i-cos e farm aco d in âm ii-cos o m anu al cum pre seu p ap el

i n f o rm a t i vo e ed u ca d or. Na ap rese nt açã o d os fárm acos a e xp lica ção so b re n om en clatu ra é b em op o rt u -n a, d iscu t i-n d o o p or q u e d e vá rio s -n om es p a ra u m a m e sm a d r oga e a p r ese n ta n d o os ge n é ri c o s, t ão em voga a tu alm e n t e, e qu e vem ge ran d o d ú vid as e n o m es n a p op u la ção. Mo d os d e a d m in ist ra ç ã o, im p o r-tân cia d a ad esã o e o que inter f e re com a resp osta m e-d icam en to sa são e-d ú vie-d as c om u n s, a e-d e qu ae-d a m e n te e s c l a re c i d a s.

(4)

-Cad . Sa úde Púb lica, Rio d e Jane iro , 1 7(4 ):1 03 8 -10 4 3, jul-ag o , 2 0 01 cial d as m edicações d iscu tid as n o texto não im p ed e a

a u t o - m e d i c a ç ã o. Pe lo con tr ár i o, com a p o p u la ri z a-çã o d e gen ér ico s e o h á b it o p erm i s s i vo d e gra n d e p a rt e d os b alcon istas d e d ro g a ri a s, m u it os fárm a c o s p a ssa m a ser ace ssíve i s, e as b u la s ger alm en te con -tém a p o solo gia . Em a lgu ns p aíses, p ara evitar a au to-m e d i c a ç ã o, a to-m aioria d o s to-m ed icato-m en t os veto-m sen d o veicu lad a sem a bu la, qu e fica re tid a n a farm ácia. Es-te n ão é o ca so n o Bra s i l .

Discu tir cad a u m a d as se çõ es se ria re p e t i t i vo e i n o p o rt u n o. No gera l, o Ma n u al at in ge su a p ro p o s i-çã o b ásica , d e in fo rm a r e p re ve n i r, se m a ssu st ar. É b astan te ab ra n g e n t e, e cer ta m en te será in form a t i vo. Pa re ce -m e q u e co n se gu e re sp o n d er ao d e safio d e d e s c re ve r o s m a le s q u e aflige m a p op u lação e o s p rin cip ais p r ob le m as d o cot id ian o em p re ga n d o lin-gu agem acessível. Exp licita sem p re a n ecessid ad e d a co n su lt a m é d ica e d á su b síd ios p a ra q u e o s p ro b l e-m as seja e-m e-m elhor en te nd id o s e exp lan ad o s. Qu a n t o ao rigor e qu a lid ad e técn ica, sã o satisfa tó rios p a ra o p ú b lico q u e a lm e ja at in gir, u m a ve z q u e u m m a io r a p rofu n da m en to cer tam en te le va ria à confu são e d e-s i n t e re e-s e-s e. Ae-s re e-s e-s a l vae-s d izem p rincipa lm en te re e-s p e i-to à d escr ição d o s tra t a m e n t o s, qu e p o d em p erm i t i r a au to-m ed icação q uand o a p op u la ção tem fácil a c e sso a m e d icam en to s q ue d eve riam se r re s t ritos à ve n -d a com receita m é-d ica.

Ev i d e n t e m e n t e, o m an u al reflete o piniõe s e co n-ce it o s d e esp e cia list as, q u e co m o tu d o n a áre a d e Sa ú d e, são tem p ora is e p assíve is d e d iscu ssão. Co m o n ão se t rata d e t exto cie n tífico, acred ito q u e a m e to-d ologia b ásica em p regato-d a na to-d iscu ssão to-d os cap ítu los o m anterá a tu al ain d a p o r algum tem p o.

Lu cia Ma r ia Costa Mo n t e i ro In stitu to Fe rn and es Fi g u e i ra, Fun d ação Oswa ld o Cru z, Rio de Ja n e i ro, Bra s i l .

CHALLEN GING IN EQ UITIES IN HEALTH: FROM ETHICS TO ACTION . T. Evans, M . W hitehead, F. Diderichsen, A. Bhuiya & M . W i rth (ed.). N ew York, Oxford University Press, 2001. 368 pp. ISBN: 019513740X

The Global Health Equity Initiative – A preview of re s u l t s

To d ay h u m a n b e in gs live lon ge r, h e a lth ie r live s, o n a ve ra g e, th an at an y tim e in h istory. Glob al life exp ec-ta ncy h as in crea se d fast er in th e last 40 years th an in t h e p re ce d in g 4000, an d gr owin g kn owled ge a b o u t p u b lic h ea lth an d m ed ica l tech n ologies sugge sts th is t ren d cou ld c on tin u e. No t all gr ou p s h ave b en efited equ a lly fr om t h e se d eve l o p m e n t s, h owe ve r. Ju st a s t h e re a re in equ alities in re s o u r ces in e ve ry n atio n on e a rth , t h ere a re also in equ alitie s in h ea lth , an d a p o-we rfu l relation sh ip exists b eto-ween th em . Th e ga p b et-we en rich an d p oo r in m an y coun t rie s h as b e en gro-win g wid e r in re cen t ye a r s, an d in e qu alit ie s a m on g e th n ic grou ps are an in cre asin g so u rce of con flict in m an y co u n tri e s. Th e h ealt h of d isad van ta ged gro u p s is extr em ely sen sit ive to t h e eco n o m ic, so cia l, a n d p olitical tre n d s.

A for th co m in g volu m e en tit le d C h a ll e n gin g In e-qu ities in He a l t h :f rom Eth i cs to Ac t i o n, is th e result of

fou r year s o f re s e a rch b y a grou p of re s e a rch e rs fro m a ro u n d t h e wor ld – co llec tive ly calle d t h e Gl o b a l Health Equ ity In i t i a t i ve (GHEI). Th e volu m e is u niqu e in its fo cu s on in eq u a lities with in n at io n s – d e ve l o -p in g an d in d u str i a l i ze d – an d th e fa ct th a t r e s e a r-ch e rs a re fr om t h e co u n t ries u n d er stu d y. Us i n g q u a n t i t a t i ve a n d qu a lita tive m e th o d s an d d ra w i n g f rom th e field s of ep id em io lo gy, e con o m ics, an d d e-m o g ra p h y, th e in -d ep t h co u n t r y an a lyses p rov i d e e m p i ric al evid en ce on t he n at ur e an d m agn it u d e o f in eq uity in h e alth . Th ese stu d ies a re com p lem en t ed b y fr on tier th in king on co n ce p tu a l asp ects o f h ealth e qu ity – in clu d in g t he so cia l b a sis of he alth d isp ari-t i e s, ari-th e role of eari-thics in sh ap ing ari-th e con cep ari-t of h e a l ari-t h e q u i t y, gen d er a n d h ea lth e qu it y, ke y m e asu re m e n t a n d fin a n c e issue s, a n d th e ro le o f glo b a lizat io n in sh ap in g h ealth in equ ities. T h ro u gh o u t th e vo l u m e, a s t ron g focu s on th e role of p olicy-m a kin g in exacerb a-tin g or m itiga a-ting d isp arities in h ealth is m a in tain ed .

Th e b oo k is o rg a n i zed aro u n d fo u r ce n t ra l t h e-m e s. Pa rt I est ab lish e s sh are d co n ce p t s an d p ri n c ip le s fo r actio n , a n d id e n t ifies t h e et h ica l u n d er ip in -n i-ngs o f a syste m a tic re sp o-n se to h ea lth i-n eq uity. Pa rt II a n alyze s th e m a gn itu d e a n d ca u se s o f th e h ea lt h d i v i d e. Pa rt III d ea ls wit h th e m a in d e te rm in a n t s o f h ea lt h in eq u ities a n d d escr ib es h ow p o licie s fro m m an y sectors im p act h ea lth equ ity. Pa rt IV d ea ls with p olicies to ca re for th ose who are alread y sick, in clu -d in g the re-d u ction of the econo m ic cost of illn ess an-d th e d esign of m ore equ itable health care system s. Pa rt V draws together lesson s from the GHEI to p ut forward a r ob u st p o licy re sp on se to h ealth in equ itie s, re q u i-r in g action aci-ross th e fou i-r b i-roa d th em es of th e b ook. Th e st u d ie s in t his b o ok tell u s som eth in g m o re t h a n wh e re d isa b ilit y an d illn ess a re co n ce n tra t e d a rou n d the wo rld . In so m any cases where on e gro u p is m ore p owe rfu l, or h as gre ater re s o u rces th an an o-t h e r, o-th e less p owe rfu l gro up su ffe rs worse h ea lo-th . In this way, a nation’s h ealth in equ alitie s m ay b e seen as a b arom eter o f its citize n s’ exp er ien ces of social ju sti-ce an d h u m an r i g h t s, a n d rem e d ie s for h ea lth in e-q u alities m u st com e n o t on ly fro m t h e h ealt h secto r, b u t fr om so cial p o lices a t la rg e, in clu d in g fair access to ed u cation , job train ing, en viron m en tal risk re d u c-tion , an d p rotectio n from im p ove ri s h m e n t .

The social basis of health inequalities

(5)

-n e rati-n g trem e -n d o u s m o ral ch alle-n ge s for p owe rf u l i n t e r natio n al co m p an ies, in stitu tion s, an d in d u stri a -l i zed cou n tr ies th em se-lve s.

P o v e rty and marg i n a l i z a t i o n

Pove rty m a y b e se en as b ot h a ca u se, an d a co n se -q u e n c e, of ill h ealth . So m e so cieties p rovid e co m p re-h e n s i ve sa fe ty n e ts for t re-h e p o o r a n d t re-h eir fa m ilie s t h a t lo se wor ke rs to illn ess, b u t t h e glob a l tr en d t ow a rds d ecreasing owe l f a re exp en d itu re is p lacin g gre a -ter nu m b ers of fam ilie s at risk of p ove rt y, illn ess, a nd d e ath . In a d d ition , th e AIDS ep id e m ic is killin g hu ge n u m b e rs of wo rkers in d eve lop in g co u n tries a nd tip -p in g m illion s o f fa m ilies ove r t h e e d ge. Man y o f th e stu dies in this book provid e em pirical eviden ce on th e way th at p ove rty an d m argin aliza tion affect h ea lth .

In Me x i c o, h e alth statu s in d iffe ren t cou n t ries in Me xico was fou n d to b e stron gly associated with th e l e vel o f th e co u n t y’s m a rgin a liza tion (b a sed u p o n a co m p osite in d e x o f social ec on om ic in d ica to rs). Co u n t r ies with h igh illiteracy ra t e s, low earn i n g s, an d ove rc rowd in g, a n d th o se wh ere a h igh p ro p o rt io n of h ou se h o ld s lacke d r un n in g wat er, san ita tion , an d e l e c t ricity h ad high e r d e at h rate s at e ve ry st age o f li-f e, li-from inli-fan cy to ad u lth ood .

In a n in -d e p th stu d y o f Sou th Africa, th e au th o rs fin d th at its classification as a m id dle-incom e c o u n t ry d isgu ises seve re in equ alities. Based on con su m p tion , h alf th e p o p u lat io n live s in p ove rt y. Th o se m ost a t r isk a re m e m b e rs o f fe m a le- he ad e d fam ilies, t h o se with less edu cation, th e u nem p loyed , an d re sid ents o f f o rm er “ h o m e l a n d” are a s. Ne arly all of So u th Afri c a’s p oor are b lack. Ave ra ge h ou seh old in co m e for wh ites is ab ou t five tim es th at of b lacks. In 1993, in fan t m or-ta lity wa s five a n d h alf tim e s h igh e r a m o n g b la cks c o m p a red to wh ites. Th e d ea th s of b la ck infan ts we re ove r wh e lm in gly cau sed b y th e d ise ase o f p ove rt y, m a l n u t rition , an d p re ven t ab le o r cu rab le in fe ctiou s d i s e a s e s, a ll sh oc kin gly co m m o n in su ch a we a l t h y c o u n t r y. Th e se se ve re ra cial h e alth in equ alities we re e st ab lish ed b y Ap a rt h eid b u t t he y p er sist in th e n ew South Afri c a .

Social status

Ra tes of d eath an d illn ess are h igh er for p eo ple eve ryw h e re rywh o occu py t h e lorywe r ru n gs o f th e so cial lad -d e r, eve n in rich co u n tri e s, an -d even a m on g m i-d -d le cla ss p eo p le n ot livin g in p ove rt y. Bu t socia l sta tu s h as d ifferen t expression s in differen t co un tri e s. In th e Un ited St a t e s, b e tter h ea lth se em s close ly cor re l a t e d with in co m e. Th e Jap an ese en joy o n e o f th e h igh e st life expectan cies of an y na tion on earth , b u t evid ence p resen te d in th is volu m e sh ows th at h ealth in equ ali-ties p ersist am on g d ifferen t occu p at ion a l gro u p s. In b ot h Ru ssia a n d Ch ile, e d u catio n ap pe ar s to p r o t e c t p e op le from th e d iso rie n t in g effe cts of re ce n t so cial an d econ om ic cha nges. The life expe ctan cy of Ru s s i a m en h as fallen steep ly sin ce 1965, fr om 64 years to 58, and th is risin g m orta lity is concen trated am on g th os e with less sch oolin g. T h e re is a 9% red u ction in m o rt a-lity for each ad d itional year of ed u cation for m e n and a 7% red u ction for wom en.

G e n d e r

Di f f e re n ce s in h ea lt h sta tu s b et we e n m e n a n d wo -m e n d ep e n d b ot h on b iological d ifferen ce s b et we e n th e se xe s a n d o n social fa cto rs a risin g fr om u n fair ge n d e r r e l a t i o n s. Gen d e r d iffe re n ce s in in com e, in th e d ivision of labo r in th e hom e a nd in e m p loy m e n t , in a cce ss to e d u ca tio n an d m e d ica l ca re, a n d in t he l i b e rties th at d ifferen t m em b ers of society en joy m a y all con trib u te to h ea lth in equ alities be tween m en an d wom en t ha t are in d e p en d e n t o f b io logy. Th e stu d ie s in t h e Glob al Hea lt h Eq u it y In i t i a t i ve d ocu m en t th e ways in wh ich gen d er, h ea lth , a n d so cio eco n om ic factors intersect.

Fo r e xa m p le, d e sp ite its b ro a d co m m itm en t t o gen d er eq u ity, d iscrim in atio n p ersists is Ch in a . Ch i-n e se wom ei-n live lo i-n ger th a i-n m e i-n o i-n a ve ra g e, b u t m o rta lit y r ates a m o n g Ch in ese wo m e n a re still h igh er t igha n tigh ey sigh ou ld b e b ased on in tern atio na l stan -d a r-d s, an -d m a le life exp e ctan cy is r isin g fa ste r th an fe m a le life e xp ect an cy. Sin ce 1987, in fa n t m o rt a l i t y fo r girls h as in cre a se d , so t h at in 1995, it su r p a ssed th a t o f b oys by m ore th an 25%. Ch in a is a lso on e of ve r y few co u n t r ies in wh ich th e su icid e ra te a m o n g fem ales exceed s th at for m ales.

In Ru ssia , on th e oth er h and , wom en n ow ou tlive m en by 13 ye ars on ave ra g e, an d this “gen d er gap” in life expectancy is twice as wide as in othe r d eve l o p e d c o u n t ri e s. Ma le d e a t h ra te s so are d d u rin g Ru s s i a’s h arsh n eolib eral tran sition wh ich was associa ted with h igh lab or tu rn ove r, r isin g u n em ploym en t and stee p d e valu atio n of th e ru b l e. Death s fro m a ccid en ts, vio-l e n c e, and card i ovascu vio-lar d isea se a ccou nt for m ost of th e e xcess lo ss of life am on g Ru ssian m ales. Howe ve r, c o m p a re d t o in te rn at io n al n or m s, Ru ssian wom en a re still fa r in g q u ite p o orly d e sp it e th e ir re l a t i ve ad -van tage over m en .

Economic Tr a n s i t i o n

Most of th e cou n tr ies d escr ib ed in this b ook h ave un -d e rgo n e so m e for m o f eco n o m ic ch an ge -d u rin g th e pa st fifte en ye a r s. Th ese b ro ad ch anges in eco n om ic p olicy h ave frequ en tly b een accom p an ied by a wid e-n ie-n g o f b ot h eco e-n om ic a e-n d h e alth ie-n e qu alit ie s, ae-n d in som e cases, th e worsen in g of a ggregate h ealth sta-t i s sta-t i c s. Th e cau se o f sta-th e se wid en in g h e alsta-th in equ ali-tie s va ries fro m cou n tr y to co u n tr y, as d o t h e a fflic-tion s th at ap p ea r to b e resp onsible for th em .

In Vie tn am , h e a lt h secto r p ri va tiza tion h as p la-ced th e cost o f care o u t of re ach o f m an y Vi e t n a m e s e f a m i l i e s. In Ch in a , econ om ic lib era lizat io n h as p ro -m o t ed lo p sid e d d e ve lop -m e n t, r esu ltin g in u rb an p ro s p e r ity and d ee p en ing ru ral p ove rt y.

(6)

Cad . Sa úd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 17 (4):10 3 8-1 0 43 , jul-ag o , 2 00 1 In Ch ile an d Me x i c o, p ersisten t p ove rty is in cre

a-sin gly con cen trated am on g in d igen ou s p e op le, living in b arren , isolate d com m u n ities.

In d e velop e d co u n t ri e s, lib e ralizat io n h a s also c o n t rib uted to wid enin g h ealth inequ alities. Th e Un i-ted States h as an ap p allin g gap in h e alth ch an ce s b et-we e n so cia l gro u p s , a s d o es t h e Un ite d Ki n g d o m , wh ich h as b ee n st e ad ily we ake n in g it s social safet y ne ts since th e ear ly 1980s.

What can be done?

Th is b o o k d e m o n stra te s t h a t an in d ivid u a l’s h e alt h d e p en d s n ot o n ly o n in b o r n b io logical ch ara c t e ri s-t i c s, b u s-t also on so cio eco n om ic, cu ls-t u ra l, an d e n vi-ron m en tal con d ition s. Po l i c y-m a kers m u st re c o g n i ze th at a ggregat e h ealth in d icat or s su ch as a ve rage life exp ectan cy an d in fan t m o rtality p rovid e in sufficien t i n f o rm a tion a b ou t t h e h e alth o f t h e so cie ties t h e y s e r ve. Th e d ist rib u tion of h ea lt h am on g d iffere n t g rou p s is also a n im p or ta n t focu s for h ea lt h p o lic y a n d re s e a rch , b e ca u se it ca n r efle ct t h e d e gree t o wh ich social in ju st ices p re vail in t h at society. By kee-p in g tra ck o f h e alth in e qu it ie s, kee-p olicy- m a ke rs m ay b ecom e m ore sen sitive to th e wa ys in which the ir ac-t i o n s, n o ac-t on ly in ac-t h e h ealac-t h secac-t or, b u ac-t a lso in o ac-th e r s e c t o r s, m ay actually wid en th e h ea lth gap.

T h e re is m u ch th at gove rn m en ts can d o to re d u -ce h e alth in e q u alit ies. Th ey ca n in ve st in u n ive r s a l e d u cat io n a n d h e a lt h care se r vice s for th o se wh o can n ot afford to p ay, m on itor e nvir on m en tal h azard s an d wo rk relat e d st re s s, a n d a im to r ed u ce u n e m -p l oym e nt . In ad d it io n , th e y can b u ild su -p -po rt i ve e n-v i ron m en ts for m akin g b eh an-vio ral ch anges.

Ab ove all, th e d ozen s of au t h or s in th is b oo k are u n it e d in t h e ir asse r tio n t h at in eq u a lities in h e alth a re n ot inevita b le. Th e fact th at they are a vo id ab l ed e-m an d s t h at we wor k t o ge th e r o n p u r p o sefu l p u b lic p olicie s th at cha lle nge in equ ities in health.

Helen Ep s t e i n

Washin gton, DC, Esta d os Un i d o s.

SAÚDE E EDUCAÇÃO. Victor Vincent Valla ( o rg . ) . Rio de Janeiro, DP&A, 2000. 120 pp.

ISBN 85-86584-96-7

O Sen tid o da Es c o l aé u m a cole ção voltad a p ara o e s-p aço / t em s-p o d o co t id ia n o e scolar ”... e vai d iret o a o assu n to: n o gru p o d e livr os or ien ta d o p ara áreas “t e-m ática s t ra n s versais p resen tes n o cotid ian o d a esco-l a”, o vo esco-lu m e en titu esco-lad o “Saú d e e Ed u c a ç ã o” ab ord a o assu n to co m um a p recisã o gra t i f i c a n t e.

Gratifican te p orqu e tod os os “m i l i t a n t e s” no c a m p o d a saú d e e d a e d u caçã o p ú b lica , em algu m m o -m e n t o, p od e rã o re c o r rer ao s texto s organ iza d os p o r Victor Valla , p ara fin s d ive r s o s, sem pre qu e necessita-rem d e u m a re ferên cia so b re os tem a s re p re s e n t a d o s n este exem plar com a cert e za d e elu cid ar, co m gra n -d e clareza, qu estõ es b ásicas e fu n-d am en tais -d e -d eb a-tes p er m an en tem en te in qu ieta na-tes. Daq u eles d e q ue ninguém con segu e escap ar, seja n u m a rod a inform a l d e d iscu ssão sob re as iniciativa s m in ister iais qu e d e-fin em te rri t ó rio s p olít ico s p ara fut u ro s con cor re n t e s ao car go m á xim o d o pa ís, o u na d eterm inação d e

te-m as a sere te-m efet ivate-m en te co n t e te-m p la d o s p e los fo rm u l a d o res d e p olítica s p úb lica s qu e p rete nd a rm esta -b elecer eixos essen ciais p ara p ropostas de re ais t ra n s-f o rm açõe s na b ase d o sistem a socia l.

Desp id o d e for m alism os a cad êm icos, o s a u to re s f o c a ram a a te n çã o sob re o “p on to d e vist a p o p u la r” p a ra, em lingu agem d ireta e a cessível, segu ir qu estion aestion do os fuestion d am eestion tos d a s rela ções p reseestion tes estion as iestion -t e rfa ce s en -tre escola/ u n id ad e d e saú d e/ com u n id ad e, em m o m en to e xtrem am en te op o rt u n o.

Pe rm ean do o tem a, e in dicad os p o r Valla lo go n os d ois pr i m e i ros capítu los, os preceitos da “ i n ve s t i g aç ã o c ien t ífic a d o p o n t o d e vista p op u lar”, p re t e n d e n d o an alisar se a cr ise d a com p reen são é realm e n te n o s-sa, d iscr etos p r o f i s s i o n a i s / m e d i a d o res d e cu ltu ra s tão d ísp ares e tratad a s tão in d istin tam en te. Di s c re t o s e n q u a n t o a d esin for m a ção e os p recon ce ito s p aira-rem sob re n ossos co raçõ es e m e ntes. Até qu an d o?

Em segu id a, Ey m a rd Mo ur ão Va s c o n c e l o s, in ve s-t iga n d o a con figu ração d o s m ovim en s-t o s sociais n os l e va, in evita ve l m e n t e, a Gram sci n a d e scrição d e u m q u a d ro p olítico qu e in stiga um re t o rn o aos or i g i n a i s, c o n f e rin d o atualidad e ab su rd a a um a corren te filosó-fica pe rte nce n te ao século, já p assad o, q u e cor re ri s-cos d e n ão term i n a r.

Ig u a l m e n t e, Môn ica Pe re g rin o m e rgulh a n as en -t ran ha s d a escola , re sga-ta n d o a -tra j e -t ó ria d o s “s a b e-res escolare s” ao lon go d a “ h i s t ó ria d a organ iza ção d a e scola e su a estru t u ração en qu an to (...) pro d u t o ra d e r elaçõ es d e po d e r”. Até ch e gar a u m a co n clu sã o (?) q u ase pro f é t i c a .

Ne ste co n te xto, La n a Clá u d ia d e So u za Fo n s e c a localiza o ob jeto do en sino d e ciên cias ta nge ncian d o, d esta feita, o s “s a b e res d a saúd ee l a b o rad os com ba-se e m De s c a rtes e incu t id os n u m m od elo exp licat ivo insu ficie nte p ara os fen ôm en os sociais re c e n t e s.

São e ste s fe n ô m e n o s, lo calizad o s p or Jo h n L. McKn igh t em u m a fa ve la – p o r ac aso – d e Ch ica go, qu e p er m item ab stra ir sob re sa úd e c om ot em ap ol ít i -co e su as re p e rc u s s õ e s, q ua n d o tratad as d e m a n eira o p o r tu n a, o ferecen d o u m relato d e exp er iên cia fa ctí-vel em qua lque r com u n id a de, fo rm a l ou in for m al, d o m u n d o.

Os se is ca p ítu lo s, d ivid id os em b re ves 1 20 p ági-n a s, tratam os te m as p r op ostos com b ast aági-nt e coági-n ci-são e d e fo r m a lin e a r, tra n s f o r m a n d o est e p equ e n o l i v ro em u m a im p o r ta n t e re fe r ê n cia p ara o s at o re s e n volvid o s e m p ro cessos d e tra b alh o n o s qu ais a re-lação en tre serviço e u su ári o, até q ua nd o, sim , fore m ro m p id as estas d igressões n a pr ática.

An te s m esm o d e con clu ir e sta resen ha , já tive ou t ras o p or tu n id ad e s d e in d icar e recom en d ar o vo l u -m e, u -m b o-m p ren ú ncio d e to da a coleçã o, pa ra d ive r-sos p r o f i s s i o n a i s, p arc e i ro s e am igo s, d ire t o re s d e u n id ad e s escolares e d e saú d e, p ro f e s s o re s, m édicos, a ssiste ntes sociais, p ed agogas e lid era nças com u nitá-r ias qu e, a cnitá-re d i t o, sa b enitá-r ão ap nitá-re cia nitá-r se u co n t eú d o e tom á -lo com o bon s argu m en tos p ara seguir n a lu ta.

Pe d ro Gi l b e rto Alves d e Lim a Pro g ram a Méd ico de Fa m í l i a ,

Referências

Documentos relacionados

Embora não seja considerado nutriente essencial às plantas, o silício é classificado como elemento benéfico ou útil  podendo  alterar  a  dinâmica 

A variável Declividade também apresenta pequeno efeito na severidade de acidentes, mas apesar de um aumento na Declividade provocar um aumento na frequência de acidentes, a

n.º 1 do artigo 72.º do Código do Trabalho, o empregador deve avaliar a natureza, o grau e a duração da exposição do menor a atividades ou trabalhos condicionados e tomar as

A ausência do Ministério Público nas audiências de instrução e julgamento, desde que devidamente intimado, não acarreta nulidade, conforme jurisprudência, neste

As formas clínicas de leishmaniose dependem das características do parasita (espécie e linhagem) e das características do hospedeiro, traduzindo-se a relação

comprovada na medida em que ela serve de apoio para a gestão da entidade e de instrumento de informação para a sociedade, cujo objetivo final é construir

Foram comparados os valores da amplitude da resposta de ressonância da orelha externa (REUR), resposta de ressonância da orelha externa com uso da amplificação (REAR)

Este trabalho teve por objetivo determinar os níveis de fósforo, no soro sanguíneo e no osso, percentual de cin- zas e densidade específica no osso, e de cobre, cobalto e zinco