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ACESSIBILIDADE DIGITAL PARA A DIFUSÃO DO CONHECIMENTO 1 DIGITAL ACCESSIBILITY TO DIFFUSE KNOWLEDGE Inaê de Andrade e SILVA 2

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Academic year: 2021

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ACESSIBILIDADE DIGITAL PARA A DIFUSÃO DO CONHECIMENTO

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DIGITAL ACCESSIBILITY TO DIFFUSE KNOWLEDGE

Inaê de Andrade e SILVA2 Leonardo Santos Amancio CABRAL3

Grupo Temático 2. Subgrupo 2.2 Resumo:

O acesso à internet, ainda que com restrições, tem se tornado cada vez mais democratizado, principalmente no atual cenário de pandemia. Nesse contexto, as questões de acessibilidade e de inclusão digital são tema do presente estudo, o qual tem o objetivo de desenvolver um portal acessível para disponibilizar os trabalhos de conclusão de curso (TCCs) da Licenciatura em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos. No âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica (PIBIT/CNPq) e à luz do Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-MAG) e W3C, foi possível compreender e desenvolver um ambiente virtual com usabilidade na perspectiva do Universal Design. Dentre os diversos aspectos do portal, preocupou-se em: a) disponibilizar os TCCs em ordem alfabética com base no primeiro nome dos autores; b) converter os arquivos em dois formatos legíveis por leitores de tela (PDF e ODT); c) fazer a verificação do ambiente com leitores de tela (NVDA e Virtual Vision); d) validar o ambiente com a cooperação de pessoas com deficiência visual (cegueira e baixa visão). Notou-se que o desenvolvimento de um site que considere as questões de acessibilidade é de fundamental importância, enquanto direitos humanos, ao possibilitar o acesso à informação por parte da pessoa com deficiência e demais parcelas da sociedade que possua algum tipo de dificuldade, garantindo assim sua inclusão social e digital.

Palavras-chave: Educação Especial; Pessoas com Deficiência; Tecnologia. Abstract:

Internet access, albeit with restrictions, has become increasingly democratized, especially in the current pandemic scenario. In this context, the issues of accessibility and digital inclusion are the subject of this study, which aims to develop an accessible portal to make available the course conclusion papers (TCCs) of the Special Education Degree at the Federal University of São Carlos. Within the scope of the Institutional Technological Initiation Scholarship Program (PIBIT / CNPq) and in the light of the Accessibility Model in Electronic Government (e-MAG) and W3C, it was possible to understand and develop a virtual environment with usability from the perspective of Universal Design. Among the various aspects of the portal, he was concerned with: a) making available the TCCs in alphabetical order based on the first name of the authors; b) convert the files into two formats readable by screen readers (PDF and ODT); c) check the environment with screen readers (NVDA and Virtual Vision); d) validate the environment with the cooperation of people with visual impairments (blindness and low vision). It was noted that the development of a website that considers accessibility issues is of fundamental importance, as human rights, as it allows access to i

1-Trabalho desenvolvido com apoio financeiro do CNPq.

2-Universidade Federal de São Carlos. Graduanda do Curso de Licenciatura em Educação Especial. Grupo de Pesquisa Identidades, Deficiências, Educação & Acessibilidade (GP-IDEA/CNPq). e-mail: inaeandrade16@gmail.com.

3- Universidade Federal de São Carlos. Docente vinculado ao Departamento de Psicologia e ao quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos. Grupo de Pesquisa Identidades, Deficiências, Educação & Acessibilidade (GP-IDEA/CNPq). e-mail: prof.leonardocabral@gmail.com.

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2 It was noted that the development of a website that considers accessibility issues is of fundamental

importance, as human rights, as it allows access to i

nformation by people with disabilities and other parts of society that have some kind of difficulty, thus ensuring their social and digital inclusion.

Keywords: Special Education; Disabled people; Technology.

1. Introdução.

Atualmente, o principal meio de busca de informações tem sido a internet. No Brasil, segundo o Censo de 2017, cerca de 74,9% dos domicílios possuíam acesso a internet, esse percentual aumentou no ano de 2018, passando a ser de 79,1% (IBGE, 2018). Contudo, os dados descrevem apenas o percentual de domicílios que possuem acesso à internet, não ilustrando assim questões quanto a acessibilidade que os sites possuem.

A World Wide Web Consortium (W3C) estimou que mais de 90% dos sites não são acessíveis para pessoas com deficiência (BOLDYEFF, 2002). Esse fator ganha ainda mais evidência quando se pensa no atual cenário de distanciamento social.

Dessa forma, é de suma importância que existam estudos que discutam as questões de acessibilidade tecnológica, especificamente em ambientes virtuais, considerando-se que “o termo acessibilidade não pode ser tratado apenas como questão de solidariedade, mas, sobretudo deve ser encarada diante da sociedade com a participação de todos, com direito a igualdade” (OLIVEIRA, 2009, p.18).

A acessibilidade é um direito garantido pela Lei n° 13.146/2015, e é definida como: “possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;” (BRASIL, 2015).

Garantir a acessibilidade, portanto, é parte do processo de tornar a sociedade mais inclusiva. O grande crescimento do uso da internet e de seus recursos evidencia a necessidade da inclusão digital, garantindo assim que o indivíduo com deficiência tenha sua autonomia na manipulação e exploração em ambientes on-line. (OLIVEIRA, 2009). Nesse contexto, importa discutirmos de forma mais fundamentada as questões de acessibilidade digital.

1.1. Acessibilidade Digital

Considerando a definição de acessibilidade e entendendo o conceito de inclusão digital, que é a promoção de acessibilidade no uso de recursos de tecnologia e internet de forma autônoma, com o objetivo de “promover a melhoria da vida, garantir maior liberdade social, gerar conhecimento e a troca de informações” (SANTOS; GUIMARÃES, 2007, P. 111), é importante considerar que a Lei n°13.146, de 2015, em seu artigo 3° define que são consideradas “f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.” (BRASIL, 2015). Essas barreiras, assim como barreiras físicas, impedem que a pessoa com deficiência tenha autônoma em suas atividades tornando-a dependente de outra pessoa.

Dessa forma, é possível afirmar que a inclusão digital legitima o acesso à informação não só à pessoa com deficiência, mas a todos da sociedade, uma vez que, através da internet,

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3 é possível acessar e usar as informações e recursos de forma autônoma e eficiente (DIAS,

2002).

Tomando como base os estudos de Galvão e Damasceno (2000), afirma-se que existem quatro tipos de recursos para a promoção da acessibilidade na internet, sendo eles: a) Adaptação físicas ou órteses; b) Adaptação de hardware; c) Software de Acessibilidade; d) Adaptações nas páginas da Internet. Esses recursos variam de adaptações e equipamentos que são ligados a própria pessoa, até o desenvolvimento de sites e ambientes virtuais que levem em conta as necessidades das pessoas com deficiência.

No presente estudo o foco será dado ao último tipo de recurso, Adaptações nas páginas da Internet. Feliciano (2010) destaca que “sítios bem planejados permitem a liberdade para pessoas que tenham limitações no movimento do corpo, sobretudo aqueles que só podem movimentar a cabeça e pessoas com ausência total da visão” (p. 35).

Assim, é fundamental que haja planejamento prévio para o desenvolvimento de

websites, visando identificar elementos sob a perspectiva da acessibilidade, valendo-se de

parâmetros que possam ser seguidos no desenvolvimento de um ambiente on-line.

Com esse objetivo, o governo federal disponibilizou um Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-MAG), visando que a “implementação da acessibilidade digital seja conduzida de forma padronizada, de fácil implementação, coerente com as necessidades brasileiras e em conformidade com os padrões internacionais.” (E-MAG, 2014).

Segundo os parâmetros do e-MAG a construção de um site acessível, deve “englobar diferentes níveis de escolaridade, faixa etária e pouca experiência na utilização do computador, bem como ser compatível com as diversas tecnologias utilizadas para acessar uma página da Web.” (E-MAG, 2014). Dessa forma, ao se pensar em um site acessível todas as parcelas da sociedade são favorecidas, já que a pessoa com deficiência não é a única que possui algum tipo de dificuldade, o que faz com que o acesso à informação se torne difuso e democrático. Ao longo do documento é apresentado diversas recomendações para a construção de um site acessível, sendo elas:

a) Seguir os padrões de linguagem da Web, de forma a garantir a compatibilidade do site com todos os tipos de navegadores, softwares e dispositivos móveis;

b) Recomendações de acessibilidade, como a linguagem de programação, ordem de desenvolvimento e recursos;

c) Avaliação de acessibilidade, que pode ser realizado por softwares e de forma manual através de checklists de validação humana.

Tendo em vista as questões discutidas ao longo do presente trabalho, e constatando-se que não há plataformas de TCCs onlines sob essas orientações, questiona-constatando-se: como os ambientes virtuais e os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Licenciatura em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) podem ser difundidos na perspectiva da acessibilidade?

Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo descrever e analisar os elementos que constituem o desenvolvimento de um portal nos padrões de acessibilidade. Especificamente, a pesquisa objetivou:

a) compreender os aspectos de acessibilidade de arquivos;

b) identificar e explorar validadores de acessibilidade para ambientes virtuais;

c) validar o ambiente virtual com a cooperação de pessoas com deficiência visual (cegueira e baixa visão).

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4 Trata-se de um estudo descritivo e de desenvolvimento de recursos de caráter

tecnológico, o qual envolveu a cooperação interdepartamental das áreas da Educação Especial e da Tecnologia.

Por meio de reuniões e atividades de capacitação, ocorreram reuniões para o planejamento e para o desenvolvimento, considerando-se a definição de informações, arquivos, temas, layout, aspectos e atalhos de acessibilidade.

A análise das informações e do ambiente estão sendo validadas por leitores de tela e por estudantes com deficiência visual (cegueira e baixa visão), em um processo contínuo.

3. Resultados preliminares

Os sites desenvolvidos pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) já são pensados sob a perspectiva da acessibilidade, como linguagem de programação, garantia de controle de todas as ações por parte do usuário, atalhos pelas teclas, mapa de site, alto contraste e janela de LIBRAS. Dessa forma, grande parte das recomendações feitas pelo e-MAG são previstas nos plones da instituição.

Até o presente momento, o site se encontra em processo de desenvolvimento. Para melhor ilustrar, serão apresentadas imagens do site em seu atual momento (imagem 1):

Imagem 1- Página inicial do portal TCC Educação Especial

Fonte: arquivo pessoal da autora.

Para melhor disponibilizar os trabalhos optou-se por organizá-los em diferentes categorias, sendo a primeira delas em ordem alfabética do primeiro nome do autor (imagem 2 e 3):

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Fonte: arquivo pessoal da autora.

Imagem 3- TCC de autores iniciados pela letra A

Fonte: arquivo pessoal da autora.

Ainda, os trabalhos serão organizados nas seguintes categorias, distribuídas em outros três portlets: ano de publicação; temas; e orientadores. Essas informações serão identificadas por meio de análise de conteúdo realizada em relação aos TCCs publicados nos últimos 10 anos do referido curso.

Preliminarmente, é possível cumpre destacar que todos os arquivos autorizados pelos estudantes e orientadores (100 TCCs) podem ser baixados em formato PDF e/ou ODT, já que segundo as recomendações do e-MAG, os documentos devem ser disponibilizados em formatos acessíveis, sendo indicado, principalmente, em HTML ou o ODT, podendo ser em PDF caso haja um dos outros dois primeiros formatos (E-MAG, 2014).

4- Considerações

Mesmo o site não estando completo é possível perceber a importância de um planejamento prévio de sua estrutura que leve em conta as questões de acessibilidade, já o processo de desenvolvimento é trabalhoso e requer organização. Além disso, nota-se que é importante que haja pessoas com deficiência nas discussões referentes a esse desenvolvimento devido à grande diversidade de necessidades que devem ser supridas.

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6 Com o desenvolvimento do portal está sendo possível levantar questões importantes

quando se pensa na inclusão da pessoa com deficiência, já que a sociedade atual não está convivendo em ambientes físicos, mas também em ambientes virtuais, principalmente no atual contexto de distanciamento social, demostrando assim que a inclusão digital se torna cada vez mais necessária.

5-referências

BOLDYREFF, Cornelia. Determination and Evaluation of Web Accessibility. WETICE. Proceedings of the 11th IEEE International Workshops on Enabling Technologies: Infrastructure for Collaborative Enterprises. Pages: 35 – 42.

BRASIL. Lei n°13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência. Diário Oficial da União, Brasília. 2015. DIAS, C. Auditoria da acessibilidade na Web. Revista do TCU, n. 91, jan/mar, 2002.

EMAG. Modelo de Acessibilidade em Governo Eletronico. 2014.

FELICIANO, F.. D. O. Investigação de um modelo de avaliação da acessibilidade de portais na web. 2010. 110 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) –Centro de Informática, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.

GALVÃO, T. A. F.; DAMASCENO, L. L. As Tecnologias da Informação e da Comunicação como

Tecnologia Assistiva, Brasília, PROINFO/MEC, 2000.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios Contínua - PNAD Contínua, Rio de Janeiro: IBGE; 2018.

OLIVEIRA, A. J. A. L. Investigação de uma metodologia de padrões de acessibilidade web

(deficiência visual): caso governo do estado de Pernambuco. 2009. 120 p. Dissertação

(mestrado em ciência da computação)- centro de informática. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.

SANTOS, M. I. A. S.; GUIMARÃES, A. O. Acessibilidade digital: uma estratégia de inclusão digital e social para pessoas com deficiência. In: TUNES, E.; BARTHOLO, R. Nos limites da ação: preconceito, inclusão e deficiência. São Carlos: EdUFSCar, 2007. p. 111-134

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