1 REGULAMENTO DO SERVIÇO DE CONSULTA PSICOLÓGICA DA
FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
A Universidade do Porto é uma Fundação Pública com regime de direito privado, instituída pelo Decreto-Lei n.º 96/2009, de 27 de abril, que tem por missão a criação de conhecimento científico, cultural e artístico, a formação de nível superior fortemente ancorada na investigação, a valorização social e económica do conhecimento e a participação ativa no progresso das comunidades em que se insere.
A Fundação integra um estabelecimento de ensino constituído, entre outros serviços, por unidades orgânicas de ensino e de investigação, designadas por Faculdades, cujos Estatutos foram aprovados pelo Despacho Normativo 8/2015 e publicados no Diário da República, 2.ª série — N.º 100 — 25 de maio de 2015.
Dentre essas Faculdades, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) tem por missão, tal como prevê o artigo 2.º dos seus Estatutos, assegurar formação, investigação, prestação de serviços à comunidade e extensão cultural em domínios das Ciências Sociais e Humanas, nomeadamente da Psicologia e das Ciências da Educação, referenciadas às realidades locais e nacionais, assim como às dinâmicas da internacionalização, pautadas por critérios de excelência, de relevância e responsabilidade social no respeito pelos direitos humanos.
Dentro da sua missão, a FPCEUP tem como um dos seus fins, como prevê o artigo 4.º n.º 1 al.
f), a cooperação com as diversas instituições, grupos e outros agentes, numa perspetiva de valorização recíproca, através da investigação, da extensão e da prestação de serviços especializados à comunidade. É neste âmbito e como forma de execução desta competência, que é editado o presente regulamento. Através dele pretende-se disciplinar o funcionamento do serviço de consulta psicológica da FPCEUP, incluindo a fixação de um conjunto de direitos dos utentes, razão pela qual o regulamento tem natureza externa.
O projeto de regulamento foi submetido a consulta pública, nos termos do artigo 110.º n.º 3 da Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro.
2 Assim e com fundamento no artigo 9.º dos Estatutos da FPCEUP, homologados por Despacho n.º 12708/2016, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 203, de 21 de outubro de 2016, alterado pelo Despacho 5169/2020, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 86, de 4 de maio de 2020, é aprovado o presente regulamento, dotado de eficácia externa, para efeitos do artigo 135.º do Código do Procedimento Administrativo.
ARTIGO 1.º
(OBJETO)
1. O presente regulamento disciplina o funcionamento do Serviço de Consulta Psicológica da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, adiante designado SCP.
2. O Serviço de Consulta Psicológica (SCP) presta serviços especializados à comunidade em estreita articulação com as atividades de investigação científica, de docência e de formação dos estudantes da FPCEUP e está sediado nas instalações da FPCEUP, sita na Rua Alfredo Allen s/n, 4200-135 Porto.
ARTIGO 2.º
(ÂMBITO DA ATIVIDADE)
A atividade do SCP compreende as modalidades de intervenção psicológica especializada, dirigidas a populações e problemáticas biopsicossociais diversas, através da:
a) prestação de serviços de consulta de psicologia individual;
b) intervenção psicológica em grupo;
c) realização de avaliações pedidas por entidades externas como tribunais;
d) prática clínica associada à investigação.
ARTIGO 3.º
(UNIDADES DE ATUAÇÃO) 1. O SCP organiza-se e integra as seguintes unidades:
a) Unidade de Consulta Psicológica de Jovens, Adultos e Idosos;
b) Unidade de Consulta Psicológica de Crianças e Adolescentes;
c) Unidade – Gabinete de Estudos e Atendimento a Agressores e Vítimas;
d) Unidade de Consulta de Psicologia da Saúde;
e) Unidade de Consulta de Neuropsicologia;
3 f) Unidade de Consulta Psicológica de Comportamentos Aditivos.
ARTIGO 4.º
(RECURSOS HUMANOS)
1. O SCP é composto por docentes da FPCEUP, funcionários não docentes e colaboradores externos, na dependência da Diretora da Faculdade, nos termos do artigo 52.º n.º 1 dos correspondentes Estatutos.
2. Dos recursos humanos a que se refere o número anterior, são atribuídas funções de atendimento psicológico, avaliação e orientação aos que tiverem formação clínica e estejam inscritos na Ordem dos Psicólogos Portugueses, nos termos do artigo 46º do Estatuto da Ordem dos Psicólogos Portugueses, aprovado pela Lei n.º 57/2008, de 4 de setembro.
3. Os/as docentes, os/as colaboradores/as externos e os/as técnicos/as superiores têm cédula profissional e assumem funções de atendimento psicológico e orientação de estudantes em atividades de intervenção psicológica e de investigação no âmbito de unidades curriculares do Mestrado em Psicologia.
ARTIGO 5.º
(CONSTITUIÇÃO E FUNÇÕES DO CONSELHO COORDENADOR DO SCP)
1. O Conselho Coordenador do SCP é constituído por todos os/as Coordenadores/as Científicos de cada Unidade.
2. São funções do Conselho Coordenador do SCP:
a) Coordenar as várias Unidades no que respeita aos aspetos administrativos e logísticos;
b) Propor a realização de despesas e aquisições e quaisquer alterações que impliquem com o funcionamento e/ou gestão financeira do SCP, submetendo a proposta ao órgão competente para o efeito;
c) Definir políticas de funcionamento interno relativamente à distribuição de pedidos não direcionados para uma unidade em específico ou para um/a psicólogo/a);
d) Gestão de listas de espera;
e) Propor à Direção da FPCEUP o nome do/a Coordenador/a Geral do SCP, após eleição, cujo mandato coincide com o da Direção;
f) Zelar pela proteção de dados dos utentes, assegurando-se de que os mesmos estão devidamente informados quanto ao tratamento dos seus dados pessoais, respeitando o Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril
4 de 2016, assim como pela Lei n.º 58/2019 de 8 de agosto e demais legislação aplicável neste domínio;
g) Definir as práticas de realização de consultas visionadas pelos estudantes de diversas unidades curriculares dos Mestrados envolvidos no SCP.
3. O Conselho Coordenador do SCP reúne, no mínimo, 3 vezes por ano, ainda que possam ser realizadas reuniões extraordinárias em função das necessidades.
ARTIGO 6.º
(COORDENADOR/A E VICE-COORDENADOR GERAL DO SCP)
1.O/A Coordenador/a Geral do SCP é nomeado/a pela Direção da FPCEUP, sob proposta do Conselho Coordenador do SCP, após eleição, de entre os elementos que o compõem, assumindo funções durante um mandato de duração coincidente com a Direção da FPCEUP.
São funções do Coordenador Geral do SCP:
a) Zelar pelo cumprimento do regulamento em vigor;
b) Convocar reuniões com o Conselho Coordenador sempre que necessário;
c) Articular com o Secretariado a gestão de problemas logísticos e de recursos materiais necessários ao seu bom funcionamento;
d) Gerir financeiramente os recursos gerais do SCP, submetendo ao órgão competente as correspondentes propostas nessa matéria.
2. O SCP possui um vice-coordenador que é eleito pelos seus pares em reunião do Conselho Coordenador e a quem cabe coadjuvar as funções do Coordenador ou substituí-lo, em caso de necessidade.
ARTIGO 7.º
(COORDENADOR/A DE UNIDADE)
1.Cada Unidade é coordenada por um/a docente doutorado/a, que integra por inerência o Conselho Coordenador do SCP.
2. Dentro de cada Unidade podem existir outras subunidades, coordenadas por um supervisor/a científico, também docente doutorado/a.
3. Ao/à Coordenador/a de cada Unidade são atribuídas as seguintes funções:
a) Assumir a responsabilidade técnico-científica pelo bom funcionamento da sua Unidade;
b) Gerir os recursos financeiros próprios auferidos pela Unidade;
5 c) Promover a formação específica dos seus técnicos no âmbito das consultas que
realizam;
d) Fazer a distribuição de serviço aos técnicos colaboradores;
e) Nomear supervisores científicos para áreas específicas dentro da sua Unidade, se for necessário.
ARTIGO 8.º
(SECRETARIADO DO SCP)
O SCP dispõe de um Serviço de Secretariado, com as seguintes funções:
a) Atendimento ao público e marcação de consultas;
b) Registo diário, com comunicação mensal ao/à Coordenador/a de cada Unidade, das consultas efetuadas (psicólogo, cliente e tipo de pagamento), faltas e desistências;
c) Receção de pagamentos e envio para o Serviço Administrativo-financeiro;
d) Gestão das marcações e agendas dos/as psicólogos/as, reserva das salas de consulta e rentabilização dos espaços;
e) Manutenção, em adequadas condições de utilização, dos espaços.
ARTIGO 9.º
(MARCAÇÃO DE CONSULTAS)
1. As primeiras consultas devem ser marcadas via telefone ou e-mail, pelo próprio ou pelo tutor legal, no caso de crianças/adolescentes, e pelos tribunais quendo se trata da realização de perícias.
2. O secretariado deverá ser responsável pela marcação e encaminhamento dos pedidos de consulta para os/as psicólogos/as, competindo-lhe recolher junto do cliente os dados de identificação, motivo do pedido e referenciação.
3 A marcação das consultas seguintes deverá ser efetuada pelo secretariado, por indicação do/a psicólogo/a.
ARTIGO 10.º
(CANCELAMENTO DE CONSULTAS)
1. Caso o/a psicólogo/a não possa realizar a consulta, compete ao secretariado informar o/a cliente com a máxima antecedência possível e efetuar nova marcação.
6 2. Caso o/a cliente não possa comparecer à consulta marcada deverá avisar o SCP, com 24 horas de antecedência, de modo a que os outros clientes possam beneficiar da desistência.
3. Caso o/a cliente esteja atrasado para a consulta, deverá comunicar ao serviço.
4. Após cancelar ou faltar à consulta, deverá ser o/a cliente a efetuar uma nova marcação.
5. Se o/a cliente faltar, sem justificação válida, mais de três vezes à consulta, sem desmarcar com 24 horas de antecedência, o processo de acompanhamento será encerrado.
6. No caso de o/a cliente não contactar o serviço durante 30 dias consecutivos a contar da data da última consulta, exceto em processos de intervenção por imposição judicial, aplicar-se-á a consequência prevista no número anterior, não inibindo este facto a marcação de nova consulta.
ARTIGO 11.º
(PAGAMENTO DAS CONSULTAS)
1. Os/As clientes deverão proceder ao pagamento tabelado (anexo 1), no ato de consulta, em numerário ou multibanco, junto ao secretariado, com exceção dos pedidos solicitados pelos tribunais.
2. Nos casos em que a consulta ocorra em formato online, deverão proceder ao pagamento da mesma através de referência multibanco.
3. Caso não seja efetuado o pagamento da consulta, o processo do/a cliente poderá ficar em suspenso, até que o valor em dívida seja saldado.
4. Em situações de dificuldades financeiras extraordinárias, sempre que pretendam que seja aplicada a taxa moderadora, devem apresentar a respetiva declaração de IRS que confirme o direito à aplicação da redução do valor da consulta.
ARTIGO 12.º
(INVESTIGAÇÃO)
1. A participação em qualquer investigação deverá ser autorizada explicitamente pelas pessoas com as quais se realizará, ou pelos seus pais ou tutores, caso se trate de menores e/ou incapacitados.
ARTIGO 13.º
(DIREITO DOS CLIENTES)
7 1. À prestação de serviços do SPC e, nomeadamente, ao exercício das funções de psicólogo aplica-se o código deontológico da prática profissional da psicologia adotado pela Ordem de Psicólogos Portugueses, de acordo com o disposto no regulamento n.º 258/2011, publicado no Diário da República – 2.ª Série, n.º 78, a 20 de abril de 2011.
2. Cabe ao serviço a salvaguarda do consentimento informado por parte dos clientes e do sigilo de quaisquer elementos que sejam recolhidos no âmbito da intervenção/investigação.
3. O/A cliente poderá, a qualquer momento, desistir do processo terapêutico e/ou da investigação em que participa, devendo informar o/a psicólogo/a da sua intenção.
ARTIGO 14.º
(PAGAMENTO DE CONSULTAS A COLABORADORES EXTERNOS)
1. Os colaboradores externos são pagos pelas consultas/sessões realizadas, de acordo com a tabela estabelecida pelo SCP e aprovada pela Direção da FPCEUP (ver anexo 1). Nos casos em que as consultas/sessões tenham sido gratuitas ou pagas à taxa moderadora, estas poderão ser pagas aos colaboradores por determinação do/a Coordenador/a de cada Unidade
ARTIGO 15.º
(INSTALAÇÕES) 1. O SCP é composto por (ver anexo 2):
a) Treze salas de consulta, estando quatro delas equipadas com espelho unidirecional para a prática de observação de consultas;
b) Uma sala de serviço de secretariado;
c) Uma sala de espera;
d) Uma sala técnica.
ARTIGO 16.º
(REVISÃO)
O presente regulamento será revisto por iniciativa do Conselho Coordenador do SCP ou do Conselho Executivo da FPCEUP e o respetivo projeto proposto ao órgão legal e estatutariamente competente para a sua aprovação.
ARTIGO 17.º
(INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA)
8 Quaisquer dúvidas ou omissões resultantes da aplicação deste regulamento serão resolvidas por decisão do órgão legal e competente para a sua aprovação.
ARTIGO 18.º
(ENTRADA EM VIGOR)
O presente regulamento entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação no Diário da República.
9 ANEXO 1
PREÇÁRIO
Modalidade Preço
Consulta Individual 32 euros
Consulta da Casal/Familiar 40 euros
Consulta de Neuropsicologia e NeuroReabilitação 1ª consulta – 40 euros Restantes – 32 euros Consulta de Grupo de Orientação Vocacional - 12 sessões (SCPOV) 150 euros (valor total)
Consultoria para Pais (SCPOV) 50 euros
Consultoria para Profissionais (SCPOV) 75 euros
Taxa Mínima 8 euros
Protocolos Sob Consulta
Relatórios 20 euros
10 ANEXO 2
