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INTERAÇÃO ENTRE REAGENTES DE FLOTAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

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XXI FNTMME Natai-RN. novembro 2005.

INTERAÇÃO ENTRE REAGENTES DE FLOTAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

S. Pavlovic 1, P. R. G. Brandão'

1- Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Rua Costa Sena 161 CEP 35400.000 ·-Ouro Preto, MG

[mail :suzana(a!cf.ufop. br

2-Departamento de Engenharia de Minas, Universidade Federal de Minas Gerais.

Rua Espírito Santo 35. CEP 30160.030- Helo Horizonte, MG Em a i I: pbrandao(a;dcm i n. u fmg. br

RESUMO

Amido e outros polissacarídeos são usados no processamento mineral, como depressores no processo de !lotação, favorecendo a separação scletiva. A intcração entre soluções aquosas de amido c suas fraçõcs amilose c amilopectina c o acetato de cteramina utilizado como colctor na !lotação rl'!versa de mincrio de ferro foi pesquisada. Os reagentes foram condicionados em diferentes concentrações c condições de pi I. Evidencias da interação entre os reagentes foram obtidas através de medida da tensão superficial, espectrometria no infravermelho c formação de precipitado, após centrifugação. A alteração da medida da tensão superficial de uma solução contendo surfatante pela presença de um polímero. especialmente se este polímero não tem carátcr surfatantc. é considerada indicativo da interação entre os reagentes. Ambos constituintes do amido interagiram com o coletor, mas apenas nas concentrações mais elevadas de coletor a intcraçào com a amilopectina foi evidenciada. A traves de espectros no infravermelho pôde-se observar que as intensidades das bandas de absorção dencsccram quando os reagentes sofreram maior interaçào, porém sem alteração na freqüência de absorção. O espectro do produto de intcração é predominantemente o espectro do polissacarídeo. Os resultados foram consistentes com a formação de um complexo de inclusão entre o polissacarídeo c o surfatantc.

PALAVRAS CHAVE: interaçào. amido. coletor, medida de tensão superficiaL espectrometria de infravermelho

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S. Pavlovic, 1'. R. <J. Brandão

L INTRODUÇÃO

Em processos minerais como tlotaçào, polímeros do tipo polissacarídcos süo usados na presença de surfatant<:s. A seletividade do processo pode ser afctada pelas intcraçiies entre o surbtantc c o polímero no meio líquido. na interface sólido-líquido ou liquido-gás. Na interface sólido-liquido, não apenas a quantidade de cada reagente adsorvido, mas também a conformação das moléculas na superfície influenciam o pmccsso. Na área mineraL existem vúrios trabalhos que estudam a adsorção de polímeros c surfatantcs na interface sólido-liquido. mas siio poucos os trabalhos que fazem o estudo em solução, apesar destes estudos existirem em outras ún:as (Sivadasan & Somasundaran, 1990). A possibilidade de ocorrer formação de complexo entre o amido c alquilaminas foi discutida por Hendriks & Smith (1972), para sistemas de flotaçào de minério de ferro. Os possíveis mecanismos para formação do complexo seriam: a) atraçào eletrostática entre os ions RNH,' e as moléculas de amido carregadas negativamente: b) I(Jrças de van der Waals; c) ligações de hidrogênio, d) combinação das três anteriores.

Amido de milho

e

um polímero formado basicamente por condcnsaç:io de moléculas de glicose. obtido na indústria de alimentos. que é utilizado, após gclatinizaç<io. como depressor de óxidos de ferro na llotaç<io catiônica rcversa de sílica e também como depressor de minerais de ganga na llotaçào di reta de apatita (Peres & Corrca. 1996). Os prÍIKÍpais componentes do amido são dois polissacarideos: amilop.:ctina c amilose. 1\ amilosc é um polímero linear. com ligações glicosidicas a ( 1~4), que possibilitam as cadeias de amilosc se enrolarem c fonnarem complexos de inclusão CLH11 várias substâncias. A amilopcctina é um polímero altamt.:ntc ramilicado com as mesmas ligat.,·õcs da amilosc c ligações adicionais a (1~6), que fazem a ramificação das cadeias tornando-as menos llcxívcis.

Medidas de tensão superficial foram usadas para determinar a intemção entre polímeros c surfatantcs. Svensson et a/.

( 1996) estudaram através destas medidas a intcraçào entre dodccilsullino de sódio c amilose c amilopcctína e Lundqvist et ai. (2002) a ligação entre brometo de hcxadcciltrimetilamônio. surfatantc catiônico, c amido. Quando a tensão superficial de uma solução surfatante

c

ailcrada na presença de um polímero, cspccialmcntc quando este polímero não

e

um agente tensoativo, pode ser considerado que ocorrem íntcraçôcs ou fonnaçJo de complexos entre estas substâncias (Goddard 19X6 ).

O objetivo deste trabalho é estudar as intcraçõcs entre os surl>ttantL'S colctorcs do tipo amina e os polissacarídcos do amido cm solução.

2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Materiais

Carboidratos: Amido de milho comercial f>tbricado pdas Rctlnaçiies de Milho l3rasil, amilose c amilopcctina, marl·a SIGMA. A amilose apresenta de acordo com o catalogo da SIGMA grau de puroa de 70'~'<,.

Surfatante: Acetato de eteramina com I O ~tomos de carbono na cadeia hidrocarb<inica c grau de neutralização de 4X 52'Yo, denominado Flotigam EDA-B f()rnecido pela Clariant.

Os demais reagentes utilizados formn de grau analítico.

2.2. Métodos

Preparo das solucões: As soluções de amido f<1ram preparadas por gelatinização prévia com hidróxido de sódio 5% pi\·.

As soluçiies eram preparadas diariamente para evitar rctrogradaçào c contaminação microbiológica.

lnteracão amido-amina: A amostra de polissacaridco era preparada na conccntraçào desejada e seu valor de pl-1 ajustado. A uma aliquota dessa solução foram adicionadas soluç<les de amina de concentraçiies diferentes. As soluções fomm agitadas c depois deixadas em repouso: a seguir foram centrifugadas a 4000 rpm. 1\ presença de precipitado pode ser relacionada à formação do complexo. Os testes t(mun feitos em valores de pH 2. 7 c I O. O precipitado l(mnado f(-,j secado em estufa a 60"C e analisado através de espectrometria no infravermelho. Na condição onde um prcçipitado não foi formado, uma aliquota do líquido sobrcnadantc l(>i scçada c este material l(>i analisado por espectrometria no infi·avcrmelho.

Tensão superficial: As medidas de tensão superficial l(>ram feitas no tensiômetro digital Marca Krüss modelo K I O ST utilizando o método da placa de Wílhclmy. Todos os cuidados f<m1111 tomados para evitar-se impurezas. 1\ placa foi lavada com água régia. enxaguada cuidadosam~nlc com água destilada e aquecida cnl chama antes do uso. As medidas de tens5o superficial f<m1m tomadas ú temperatura ambiente de 25"C.

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XXI ENTMME Natal-RN. novembro 2005.

Espectrometria no infravermelho: As anúlises de espectrometria no infravermelho toram feitas pela técnica de transmissão no cspectrômetro Perkin-Elmcr. modelo 1760-X, acoplado a um microcomputador Pcrkin-Elmer, modelo 7700. As amostras sólidas t(mml pesadas c misturadas wm Kl3r para a confecção das pastilhas por prensagem. Os espectros fóram obtidos na condição de resolução 4cm·'. As amostras liquidas foram analisadas distribuindo-as na forma de um filme tino numajancla de KBr.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela I são mostrados os resultados da intcraçüo entre os polissacaridcos c o colctor acetato de etcramina a diversas condiçi\cs de pH. através da altura do precipitado formado. Potk-se observar que, quando a amilopectina foi condicionada com o acetato de dccilctcramina, não houve a f(mnaçào de precipitado em nenhum valor de pH. Quando a amilosc foi condicionada com o acetato de dcciletcnunina, ocorreu a formação do precipitado cm todos os valores de pH. Deve-se ter cuidado ao concluir que a formação do precipitado foi devida à interação entre amilose c acetato de deciletcramina porque o prc~ipitado ocorreu. mesmo quando se fez a centrifugação apenas da amilosc. sem a presença da amina. O precipitado poderia ser atribuído à retrogradaç~o das moléculas de amilose mas, o amido, que é constituído de cerca de 30% de amilose, na ausência de amina não apresentou fórmaçào de precipitado. A altura do precipitado na presença do surfatantc foi maior. O comportamento apresentado pelo amido foi diferente. A altura do precipitado formado foi maior que a correspondente a aonilosc. Ressalta-se que a mesma velocidade de centrifugação foi usada em todos os testes. Apenas a fornu1çiio de precipitado não foi considerada indicação de intcraçào amina-carboidrato: por isto I()Í realizada a caracterização por <.!Spc<.:tromctria no infravermelho.

Tabela I -Altura do precipitado l{m11ado atravcs de condicionamento de earboidratos e acetato de decilcteramina. em diferentes valores de pH, e. após centrifugação.

Precipitado (cm)

pi! Amilo .:ctina Amilose Amido

Pura Complexo Pura ('omplcxo Puro Complexo

2 ()

o

O,X I. O ()

o

7 () () 1,0 1.0

o

2,0

lO ()

o

0,6 1,0

o

2,5

3.1 Espectrometria no infravermelho

Os espectros no nfravenndho da interaçào aonina-carboidrato foram realizados na fraçào de precipitado, quando presente. Quando não houve a formação do prc~ipitado, foi retirada urna !ração do liquido c levada a secar a 60"C.

Desta maneira, os cspe~tros de interaç<io amilopectina-amina e amido-amina cm pH 2 são espectros da fração apenas de líquido.

Antes de discutir os espectros do produto de intcraçào, são apresentados o; espectros no infravermelho do coletor acetato de dccilctcramina.após dissolução cm pll 10. pH 7 c pH 2 c posterior secagem a 60"C (Figura I}. As bandas características do radical alquila, devidas aos cstiramcntos dos grupos Cll.1 c CH2, são observadas nas freqüências de 2950, 2920 c 2RO(K:nf1As bandas correspondentes ao a~etato são obs~wadas cm 1564, 1405, 1335, 1047, 1012,920, 650. 62lcnf1 (Lima & Brandão. 2005}. As bandas correspondentes aos estiramcntos NH ocorrem na região de 3300- 2500cn11. A banda cm li 05cm-' é devida ao cstiramento assimétrico de -C-0-C c é uma banda característica da ligação éter ( Silvcrstein i! I ai .. 1991 ).

Ocorreram algumas alteraçi\cs nos espectros devido a mudanças no pH, que serão discutidas a seguir:

1-Dc~;locamcnto das bandas cm 21 X4, 163(1 c 91 7c m-' para frcqüências menores. quando o pH t(1i reduzido.

Em pH I O. a banda que corresponde ú dct(mnaçào angular simétrica do grupo -N-H aparece cm 1636cm-'; quando o pfl da solução de amina f(1i abaixado para 7. esta banda foi observada em 163<K:m-' e em pH 2 está cm 1615cm-1. Esta banda desloca-se para frcqüências ligeiramente mais altas quando o composto está associado. Em pll 2, esta banda é de intensidade bastante forte. As bandas de combinação -NII. que ocorrem próximas a 21X4crri1também tiveram as freqUências reduzidas, quando o pll diminuiu.

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S. Pavlovic, P. R. G. Brandão

2- Desaparecimento das bandas em 1564. 1405. 649 e 61Jcm·1quando o pH f(,i alterado para 2. Em pll 2. não existe o ânion carboxilato dissociado (acetato) (Lima & Brandão, 2005). assim. as bandas características deste não estão presentes.

3-Aumento de intensidade das bandas cm 1615, 1460 c I JSOcm-1 no espectro da amina, cm pH 2, relativo aos espectros cm pl-1 7 e I O. Em pH 2, as vibrações da cadeia hidrocarbônica tornaram-se mais evidentes.

pH2

....

3000 2000 a• 1!500

.... ••

-1

Figura I -Espectros de transmissão no infravermelho do acetato de cteramina (Flotigam EDA-R) em pH 2, pH 7, pH 10.

Espectros dos produtos de interação

Efeito do pH: A Figura 2 mostra os espectros do amido após condicionamento com o acetato de cteramina em diferentes valores de pi!. A forma geral dos espectros é a do espectro do amido. Este aspecto geral dos espectros no infravermelho de produtos de interaçào de amido e álcoois, de diferentes comprimentos de cadeia, obtidos por Polaczck e/ ai. ( 1999).

também foi a do amido. As principais diferenças entre o espectro do amido c o espectro do complexo ocorreram na faixa entre 1600-1500cm·1 e 1200-1000cm·1: ocorreu o aparecimento da banda a 1568cm·1 nas condições de pH 7 e pH I O. Esta banda é devida ao anion carboxilato proveniente do anion acetato.

O espectro em pH 2 não mostrou qualquer evidência da presença do acetato de deciletcramina. Observou-se que nesse pH, também, não houve a formação de precipitado após centrifugação da solução de amido c acetato de decileteramina.

A banda referente ao estiramcnto de -OH cm pll lO é mais larga do que cm p117 c pH 2. e o centro do contorno da banda ocorreu em freqüência ligeiramente menor (3360cm·1 ).

Efeito do tipo de carboidrato: Nos espedros no infravermelho do produto de interaçào amilopcdina e amina cm pH lO.

pH 7 e pH 2 (Figura 3) podem ser observadas diferenças em relação aos espectros de interaçào amido-amina em diferentes valores de pH. As absorções devidas aos estiramentos de -CII da mnina estão presentes nos espectros em pH 2 c pH 7. As bandas na região entre 1500-1300cn11 estão bastante diferentes. principalmente cm pH I O. No espectro em pH 7, podem ser observadas as bandas do íon carboxilato cm 1570 c 65t\:m·1. Pode-se notar uma pequena banda cm li 05 cn11, que provavelmente é devida ao estiramento -··C-0-C que ocorre na a mina nesta frcqüência, principalmente nos espectros em pH 2 c pH 7.

A Figura 4 apresenta os espectros de intcração da amilosc com o acetato de ctcramina cm diferentes pHs. Os espectros do produto de interação entre o acetato de eteramina c a amilosc apresentaram bandas menos intensas do que os espectros do produto de interaçào com amido e amilopc.:tina. Os cspe.:tros no infravermelho da amilosc apresentam bandas de absorção de menor intensidade do que as presentes nos espectros do amido c da amilopectina. A menor intensidade pode estar relacionada com a maior interação intramolccular (Pavlovic & Brandão. 2003). Porém. a forma geral do espectro do produto de interaçào é a do espectro da amilosc. A única diferença observada foi a presença da banda devida ao íon acetato em freqüência 156tk:m·1, cm pi f I O. Porém. a intensidade desta banda foi muito menor do

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O pH afeta a extensão na qual a complexaçào ocorre c também a forma que os complexos podem assumir. Por exemplo.

as ligações de hidrogénio intramolccular da amilose se tornam mais fracas à medida que o pH aumenta e a proporção de surfatantes na forma molecular cresce paw valores n-.ais básicos do pH, aumentando a tendência à fúrmaçào das ligações de entre as cadeias hidrocarbônicas.

4000 3000 2000 1500

cm-1

1000 400

Figura 2- Espectros de transmissão no infravermelho do produto de interaçào amido-acetato de etemmina (I 0: I), em pH 2, pH 7, pH 10.

4000 3000 2000 1500

cm·1

1000 400

Figure 3-Espectros de transmissão no infravermelho do produto de interaçào amilopectina-acetato de eteramina (I 0: I), cm pH 2, pH 7, pH I O.

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4000 3000

S. Pavlovic. P. R. Ci. Brandão

2000 1500

cm-1

1000 400

Figure 4- Espectros de transmissão nu infravermelho do produto de intcra<;ào amilosc-acctato de ctcramina (I 0: I). cm pll2, pll7. pH 10.

Efeito da concentração: A Figura 5 apresenta os espectros no infravermelho do sistema amido-acetato de decilcteramina em concentrações diferentes cm pll I 0.5. Este valor de pll ~utilizado cm !lotação de minérios de ferro.

4000 3000 2000 1500 1000 400

cm·1

Figura 5 -Espectros de transmissão no infravermelho do produto de intcração amido-acetato de cteramina cm conccntraçôes difl:rentes e pH I O .S.

É interessante observar que mesmo para a quantidade de I: I a ti.mna do espectro permanece como o espectro do amido.

Apenas na concentração de I: I apareccmm bandas de cstiramcnto de C li devidas ao acetato de dccileteramina. Isto pode indicar que nesta concentração ex is tem moléculas de surfatantcs com ligações C li. que cstào no complexo. mas não sotreram intcrações. A banda do ion carboxilato. no número de onda 1570cm·1aumentou de intensidade quando a concentração do acetato de decilctcramina aumentou. A banda cm 650cm·1 devida ao acetato. é mais evidente no

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espectro 1:1. No cspe~:tro tk intcraçào 1:1 notou-se a banda pequena em 1105cm·'. que provavelmente é devida ao cstiramento .. c-O-C que ocorre na dcciktcramina nesta freqUência. CooKiui-se que nos espectros de intcraçào as bandas referentes ao ion acetato c an radical alquila da dccilcteramina são observadas, mas por outro lado, as bandas referentes ao amido estão mais bem deilnidas.

3.2 Medidas da tensão superficial

Os resultados da medida da lcns.io superficial tlls solw,;ôcs de acetato de dccilcteramina cm função do logaritmo da concentração estão apn.:scntados na Figura ô. Esta curva mostra o comportamento geral dos surfatantcs. A tensão superficial decrcs~:e com o amncnto da concentração do surlatante até um valor cm que permanece constante (27mN/m). Além desta concentração do surfatantc ( 150mg/L). é conhecido que as moléculas começam a agregar-se, formando as micdas c não ocorre maior variação da tensão superficial. Durante a execução dos testes, ocorreu maior dificuldade de se fazer as medidas de tensão superticial em tilixas de concentração próximas à concentração micclar critica (valores entre lO c JOOmg/L). Foi nitidamente observado lJUC nessas concentrações o prato não era molhado o suficiente; portanto. o resultado apresentado não era correto c os dados correspondentes não foram apresentados.

Nesta Figura também estão apresentados os resultados de tensão superficial das soluçôes de decilcteramina na presença dos carboidratos amido, amilosc c amilopcctina na concentração de O, I%.. Observa-se que as curvas de tensão superficial cm presença da amilosc c amido são coincidentes. Ambas mostraram resultados de tensão supcrlicial ligciramentç sup~ríores ao da curva da amina. Este comportamento é observado até um valor tn() ior de concentração de amina cm que parece existir um excesso de mokculas de surliltantc para provocar o mesmo abaixamento da tensão supcrticial. Curvas semelhantes a estas toram obtidas para outros sistemas de surfatantes e amido por Lundqvist et a/.

(2002) c Svcnsson et ai. ( 19'!6). A curva de tensão superficial do acetato de deeiktcramina na presença da amilopectina é diferente. Em concentraçôes mais baixas de amina, a rrescnça da amilopedina parec<~ não influenciar a tensão superficial, mas em conccntraçiics mais elevadas o comportamento dos tres carhoidratos é semelhante.

70.0

.~ 50,0

,

g

i

= 40,0 30.0

c

:mo

10.0

-0.5 0.5 1.5

( Ulll'l'IIII"OI\'llu (lu~ llmWI,)

2,5

---+-Amina ...,_Amtl1>l'>l.:

---Ã-Ami&o

~Amilo1<.:1.:tina

3,5

Figura 6 -Medida da tensão superficial do '":etato de deciktcramina na ausência de polissacaridco ( •) c na presença de 0.1 <>,;,:amido J?), amilopectina ( x) c amilosc (: ).

Os resultados de eoncentraçüo de surtiJtante estão apresentados cm mg/L, poot)UC na síntese de surfatantes comerciais os produtos não são compostos puros, não sendo correto, portant.o, representar a concentração cm mol!L. Pode ser observado que o valor de concentração micclar criti..:a do surfatante loi aumentado quando o polissacarideo estava presente. Sundari 1.!1 ui. ( 1991) utilizaram a medida da concentração micclar critica de um surfatantc para monitorar o car<itcr anllfilico ou hidrolobico de polissacaridcos. Obs..:rvaram lJUC a concentração micclar critica de um surfatantc catiônico aumentava em pn:scnça de dcxtrina c este aumento era maior quanto maior o tamanho da molécula de dc~trina. Estes autores mostraram que os rolissacarideos com ligaçi\cs u ( 1-4) podem apresentar confonnaçôcs nas

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S. Pavlovic, P. R. G. Brandão

quais um lado da molécula apresenw apenas ligações CH c, portanto, cadtcr hidrofóbico, explicando a sua associação com radicais alquila de moléculas antífílicas.

4. CONCLUSÕES

A medida da tensão superfkial pode ser usada para caracterizar o mecanismo de ligação entre as moléculas de amido c os coletorcs de flotaçào. A forma da curva de tensão superlicial mostrou que a ligaçüo entre o surlt1tante c a amilosc é diferente da ligação entre o surfatante e a amilopectina.

A amilose pode se ligar ao surfatante formando os complexos de inclusão, alterando a conformação das cadeias e evidências apresentadas neste trabalho para esta condusào fóram: a) os espectros no infravermelho do produto de interação com amilose nào mostraram variações em rdaçào ao espectro da amilose pum: b) a altura do precipitado formado com amilose e surfatante foi menor do que a do amido c surfatante.

A ligação entre amilopectina c surfatante foi evidente apenas cm concentrações superiores de surfatante. Os espectros no infravermelho mostraram diferenças pela presença do acetato de decilctcramina.

S. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ú Enga. Isabel de Sousa Batista Carvalho e aos demais t~cnicos do Dcpto. de Engenharia de Minas da UFMGpelo apoio nas análises realizadas. P.R.G.B também agradece ao CNPq pela bolsa de produtividade de pesquisa c pelo auxílio financeiro.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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