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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS JÉSSICA LOURRUANA DOS SANTOS SILVA

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Academic year: 2022

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS JÉSSICA LOURRUANA DOS SANTOS SILVA

CONSULTAS DE ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA DE TUBERCULOSE MULTIRRESISTENTE: Aspectos estatísticos de um serviço de

referência com ênfase em saúde do homem.

PORTO VELHO 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS JÉSSICA LOURRUANA DOS SANTOS SILVA

CONSULTAS DE ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA DE TUBERCULOSE MULTIRRESISTENTE: Aspectos estatísticos de um serviço de

referência com ênfase em saúde do homem.

Trabalho entregue à Banca Examinadora do curso de Enfermagem do Centro de Universitário São Lucas, como requisito para obtenção do título de bacharel em enfermagem.

Orientador: Prof.ª Ma.: Rosa Maria Ferreira de Almeida

PORTO VELHO 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS JÉSSICA LOURRUANA DOS SANTOS SILVA

CONSULTAS DE ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA DE TUBERCULOSE MULTIRRESISTENTE: Aspectos estatísticos de um serviço de

referência com ênfase em saúde do homem.

Trabalho entregue à Banca Examinadora Curso de Enfermagem do Centro de Universitário São Lucas como requisito de aprovação para obtenção do título de bacharel em enfermagem.

Orientador: Prof.ª Ma.: Rosa Maria Ferreira de Almeida

PORTO VELHO, 16 de dezembro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

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Prof. (Nome do Professor orientador) Afiliações

_____________________________________________________

Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações

_____________________________________________________

Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações

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RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo central quantificar as consultas de enfermagem realizadas no período de um ano em um serviço de referência para Tuberculose Multirresistente TB-MR do estado de Rondônia, analisando o perfil dos usuários quanto à adesão do tratamento. Os dados analisados foram coletados de junho de 2015 á junho de 2016. Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativa descritiva, os dados avaliados foram: idade; sexo; tipo de entrada; e escolaridade e quantidade de consultas mensais dos meses pesquisados. A presente pesquisa possibilitou observar o perfil dos pacientes com casos de TB-MR confirmado enfatizando a multirresistência da mesma, notificados no CEMETRON, centro de referência localizado em Porto Velho, capital do estado de Rondônia. Constatou-se, principalmente que é maior o índice da TB-MR em homens se comparados às mulheres. O conhecimento dos indicadores é de suma importância ao enfermeiro possibilitando desenvolver novas ações voltadas ao público alvo apresentando sucesso ao tratamento e aumentando a taxa de adesão e consequentemente cura.

Palavras-Chave: Tuberculose. Saúde do Homem. Tuberculose Multirresistente

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ABSTRACT

ABSTRACT: The main objective of this research was to quantify the nursing consultations carried out over a period of one year in a reference service for Multidrug-Resistant Tuberculosis TB-MR in the state of Rondônia, analyzing the users' profile regarding treatment compliance. The data analyzed were collected from June 2015 to June 2016. It is a descriptive quantitative research, the data evaluated were: age; sex; Type of entry; And schooling and number of monthly consultations of the months surveyed. The present study made it possible to observe the profile of patients with confirmed MR-TB cases emphasizing multidrug resistance, reported in CEMETRON, a reference center located in Porto Velho, capital of the state of Rondônia. It was found, mainly, that the MR-TB index in men is higher when compared to women. The knowledge of the indicators is of paramount importance to the nurse making it possible to develop new actions aimed at the target public, showing success to the treatment and increasing the rate of adhesion and consequently cure.

KEYWORDS: Tuberculosis. Men's Health. Multidrug-resistantTuberculosis

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Sumário

1 INTRODUÇÃO... 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO... 13

2.1 Tuberculose resistente... 13

2.2 Questões de gênero e saúde do homem... 14

2.3 O abandono de tratamento... 16

3 MATERIAL E MÉTODO... 17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 18

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 21

6 REFERÊNCIAS... 22

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INTRODUÇÃO

A grave situação mundial da tuberculose está intimamente ligada ao aumento da pobreza, à má distribuição de renda e à urbanização acelerada. Este quadro contribui para a manutenção da pobreza, pois, como a AIDS, a tuberculose atinge, principalmente, indivíduos que poderiam ser economicamente ativos. A epidemia de AIDS e o controle insuficiente da tuberculose apontam para a necessidade de medidas enérgicas e eficazes de saúde pública. A emergência de focos de tuberculose multirresistente (TBMR), tanto nos Estados Unidos da América, no início dos anos noventa, quanto atualmente, nos países que compunham a antiga União Soviética, tem mobilizado o mundo para a questão da tuberculose. (HIJJAR et al, 2001)

Segundo a OMS, atualmente o Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países que concentram 80% dos casos de TB no mundo. As taxas de TB nas regiões sócioeconomicamente mais frágeis, como o Norte e Nordeste, são mais elevadas que nas demais. Em 2005, a incidência de TB verificada no Brasil foi de 43 casos/100.000. Entretanto, a grande diversidade de situações epidemiológicas, sociais e demográficas no país faz com que esta incidência não traduza a realidade dos centros urbanos onde o problema da TB é mais grave. O MS definiu 315 municípios prioritários para o controle da TB, ou seja, os que apresentam taxa de incidência acima de 100 casos/100.000 habitantes. Estes municípios concentram 70% dos casos de TB do país e estão localizados principalmente nas regiões metropolitanas das grandes cidades brasileiras. (BRASILa, 2014).

Os dados constam no novo boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde. O Brasil conseguiu atingir as metas dos Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de antecedência e, no ano passado, aderiu ao compromisso global de redução de 95% dos óbitos e 90% do coeficiente de incidência da doença até 2035. Possuímos 181 municípios prioritários para o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (BRASILb, 2014).

A atuação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) é de fundamental importância para a redução da morbidade e mortalidade da TB. Os sucessos do PNCT têm sido enormes, mas, apesar da redução em 38,4% na taxa

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da incidência e 35,8% na taxa de mortalidade, de 1990 a 2010, o país ainda figurava entre os 22 países no mundo com maior carga desta doença (MACIEL; SALES, 2016).

Segundo Maciel; Sales (2016) uma das estratégias adotadas pelo PNCT é a busca passiva de casos novos centrada no exame baciloscópico do escarro, ou testes rápidos automatizados, como o GeneXpert, recentemente introduzido em capitais com alta incidência da doença, para os pacientes sintomáticos respiratórios que procuram espontaneamente as unidades de saúde. Nas últimas décadas, o PNCT recomendou que também se fizesse a busca ativa dos contatos (pessoas que convivam regularmente, em um mesmo ambiente, com um paciente diagnosticado com TB), principalmente no domicílio

Em relação ao número de casos novos, a redução nos últimos 10 anos foi de 12,5%. Em 2015, foram notificados 63.189 casos em todo o país, contra 72.213 em 2006. A tuberculose tem cura e o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, gratuitamente, o tratamento, que tem a duração mínima de seis meses e deve ser realizado sem interrupção. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, atualmente, existam no mundo nove milhões de casos novos da doença (BRASIL, 2010).

Estima-se que 57 milhões de pessoas estejam infectadas por pelo bacilo da tuberculose no Brasil. São notificados 85 mil casos anualmente, sendo 71 mil casos novos, com uma incidência de 37,2/100.000 habitantes. Nos homens a tuberculose tem o dobro de incidência (49,6/100.00 habitantes) já nas mulheres são (24,6/100.000 habitantes). No Brasil, o grupo na faixa etária que vai dos 20 aos 49 anos é o mais atingido pela tuberculose, abrangendo em torno de 63% dos casos novos da doença registrados em 2009 (PILLER, 2012).

Após a implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil em 1990, um fator que tem se mostrado preocupante na saúde é TB. Assim também como a implantação do Plano Nacional de Controle da Tuberculose em 1998, as taxas de abandono começaram a cair, devido a estratégia do DirectlyObservedTreatment Short-Course, que tem por meta conseguir 85% de cura dos casos em tratamento e 70% de detecção de casos novos. A estratégia visa ainda, a construção de vínculo entre o profissional de saúde e doente com consequente aumento da adesão ao

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tratamento, além da prevenção da resistência aos medicamentos, reduzindo assim, os casos de abandono do tratamento e aumentando a probabilidade de cura (CECILIO et al, 2013).

Para o Programa Nacional de Controle de Tuberculose (PNCT), Rondônia que possui 1, 749 milhões de habitante tem municípios prioritários que são: a capital, Porto Velho, Ariquemes, Cacoal e Guajará-Mirim, em 2012 foram registrados 548 casos novos de da doença no Sinam( Sistemas de informações sobre agravos de notificações). As taxas de incidências fora de 34.5/100 mil habitantes para os casos bacilíferos. Quanto ao diagnóstico da coinfecção TB-HIV, 65,7% dos casos tiveram testagem realizada, sendo que 38 foram positivos, o que corresponde a um percentual de coinfecção TB-HIV de 6,9%. Entre os casos de tuberculose pulmonar bacilífera diagnosticados em 2011, 73,3% dos pacientes apresentaram cura e 9,6%

abandonaram o tratamento. No mesmo ano, foram registrados 25 óbitos por tuberculose, com uma taxa de mortalidade por causa básica de 1,6/100 mil habitantes (BRASILa, 2014).

A tuberculose, doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é mais frequente na forma pulmonar e bacilífera, que é a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão. Mesmo tendo diagnóstico simples, tratamento e vacina disponível para prevenção das formas mais graves, a tuberculose ainda permanece como um desafio para as políticas públicas de saúde. É a doença infectocontagiosa mais letal do mundo, atinge todas as faixas etárias e é agravada por condições sociais e econômicas precárias (CECÍLIO et al.,2011).

Acompanhando o homem há diversos anos, talvez até desde a época pré- histórica. Existem relatos de traços de TB em ossos humanos pré-históricos encontrados na Alemanha e datados de 8.000 antes de cristo (LUVALO, 2011). O Brasil tem um percentual de cura de TB em 75%, um índice considerado inferior e insatisfatório, os 25% restante é por conta da grande dificuldade para fazer com que o homem infectado finalize esse tratamento influenciando para que ocorra um grande aumento na quantidade de casos (CHIRINOS & MEIRELLES, 2011).

De acordo com os dados supracitados acredita-se que o índice de abando de tratamento à TB seja elevado e inúmeras são as causas que levam a isso, e que as

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consultas de enfermagem sejam insuficientes para dar suporte aos usuários no serviço de referência estadual.

Diante do exposto esta pesquisa justifica-se por trazer um recorte temporal de um ano sobre as consultas de enfermagem à usuários com TB-MR realizadas em um Centro de Referência e verificar o perfil desse usuário, além de possibilitar aos profissionais enfermeiros uma visão holística de seu público, estes podem traçar metas diferenciadas ou mesmo refletir sobre a forma do seu processo de trabalho, visando a melhoria e qualidade do atendimento.

A presente pesquisa possui como objetivo central quantificar as consultas de enfermagem realizadas no período de um ano em um serviço de referência para Tuberculose Multirresistente TB-MR do estado de Rondônia, analisando o perfil dos usuários quanto à adesão do tratamento.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Tuberculoses resistente

Foi coordenada em 1998 a realização do primeiro inquérito Epidemiológico Nacional de Resistência aos Medicamentos utilizados no Brasil pelo CRPHF (Centro de Referencias Professor Hélio Braga) para o tratamento da TB. Em 1999 foi publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia um estudo de efetividade de esquemas alternativos para o tratamento da TBMR (Tuberculose Multirresistente) no Brasil, sendo que este trabalho recebeu, em 2000, o Prêmio Nacional de Pesquisa Clínica oferecido pelo Ministério da Saúde juntamente com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Neste mesmo ano, o Ministério da Saúde considera o regime validado e inicia o Programa de Vigilância Epidemiológica de TBMR com a notificação dos casos e a criação do banco de dados (BRASIL, 2007).

A redução dos índices de abandono de tratamento é uma das principais preocupações em relação à tuberculose. Além disso, o abandono leva à resistência medicamentosa e a recidiva da patologia, as quais impõem dificuldades ao processo de cura, aumentando o tempo e o custo do tratamento. A resistência aos fármacos antiTB é classificada em: Resistência natural – surge naturalmente no processo de multiplicação do bacilo. Resistência primária – verifica-se em pacientes nunca tratados para TB, contaminados por bacilos previamente resistentes. Resistência adquirida ou secundária – verifica-se em pacientes com tuberculose inicialmente sensível, que se tornam resistentes após a exposição aos medicamentos (BRASIL, 2007).

Ainda nesse pensamento o guia de vigilância epidemiológica traz que o homem tem uma grande parcela de culpa por fazer surgir essa resistência adquirida, tratamentos inadequados, a má adesão ao tratamento, medicamentos de má qualidade, fornecimento inadequado pelas farmácias são fatores que contribuem para essa resistência.

Conceito de caso de TBMR no Brasil: Caso confirmado - caso de TB com diagnóstico confirmado por cultura e identificação de Mycobacterium tuberculosis, e teste de sensibilidade, com resistência a (rifampicina + isoniazida) e mais um fármaco; caso provável - Falência ao esquema de retratamento (esquema III) com sensibilidade a rifampicina ou isoniazida (DALCOMO et al, 2007).

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De acordo com o manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil (2010) o problema do abandono persistente do tratamento da TB sensível ou resistente merece ser mais bem avaliado, e deve envolver profissionais de saúde (incluindo a saúde mental), pelo falo de que abandonos sucessivos e/ou recusas reiteradas em submeter-se aos tratamentos preconizados podem levar ao desenvolvimento de bacilos extensivamente resistentes. Estratégias diferenciadas devem ser adotadas, visto que os pacientes colocam em risco a saúde dos seus contatos e da sociedade pela transmissão desses bacilos, que poderão causar uma doença praticamente incurável, até que novos medicamentos sejam disponibilizados.

Alguns fatores de risco para resistência aos medicamentos; 1- Paciente que já tenha passado por tratamento de TB anteriormente; 2- Má adesão ou ingestão intermitente/errada da medicação prescrita; 3- Comorbidades associadas como síndrome de má absorção ou diarreias transitórias; 4- Contato com um caso conhecido de TB-MDR (Tuberculose Multidroga Resistente) ou exposição numa instituição com elevada prevalência de TB-MDR; 5- Paciente sem história clinica de TB mas que vive em exposição em local com risco de transmissão de TB-M(X)DR Tuberculose Multidroga Resistente e Tuberculose Extremamente Resistente (BRASIL, 2009).

2.2 Questões de gênero e saúde do homem

De acordo com Diwan et al (1999), as diferenças sexuais no controle da tuberculose têm sido negligenciadas e é necessário explorar e conhecer essas diferenças, pois 70% das pessoas pobres no mundo são mulheres, e ao compreender essa diferença, o controle da tuberculose obterá mais sucesso em suas ações.

Para Martinez et al (2000) as razões para as diferenças tanto na epidemiologia como na adesão ao tratamento da tuberculose em relação ao sexo são desconhecidas, e o que existe são hipóteses. O mesmo sugere duas hipóteses para explicar o maior número da doença entre os homens: 1) o baixo diagnóstico ou a sub-notificação de tuberculose entre as mulheres, devido as questões socioculturais, preconceito, o que prejudica o acesso aos serviços de saúde. A segunda hipótese é a possível diferença na infecção do M. Tuberculosis e/ou

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progressão da doença. Isso reflete aos fatores socioculturais, e biológicos e na oportunidade de exposição para o bacilo e as condições da progressão e reativação da doença.

Em relação ao homem a proposta da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem almeja qualificara saúde da população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção. O reconhecimento de que os homens adentram o serviço de saúde por meio da atenção especializada deixando de passar pela atenção primaria tem como consequência o agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o SUS.

Apesar de o cenário atual apresentar políticas públicas voltadas especificamente à população masculina, esse processo busca ainda, maturidade e compromisso de todas as partes envolvidas, ou seja, órgãos governamentais, conselhos de saúde, médicos, por meio de associações, pesquisadores, profissionais de saúde representante da sociedade civil (RODRIGUES; RIBEIRO, 2012).

Agravos poderiam ser evitados caso homens realizassem, com regularidade medidas de prevenção primária. Mas o que perceptível é que a resistência masculina a atenção primaria só aumenta, sobretudo o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família, na luta pela conservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas. É necessário fortalecer e qualificar a atenção primária garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos agravos evitáveis (BRASIL, 2008).

De acordo com Figueiredo (2005) a identidade masculina está associada à empatia, a desvalorização do autocuidado com a própria saúde. E para responder mais rápido as suas demandas preferem utilizar serviços de saúde como farmácias e prontos-socorros quando o caso se agrava. As UBS (Unidades básicas de saúde da Família) podem ser uma causa nas dificuldades do acesso dos homens aos serviços pelo fato de sentirem dificuldade para ser atendido, pelo tempo perdido na espera de um atendimento por considerarem as UBS um espaço feminizado e também composto por uma equipe que em sua maioria são mulheres, provocando a sensação de não pertencimento aquele espaço.

Ainda de acordo com o autor supracitado é necessária à transformação da idéia de que os serviços de saúde é um ambiente feminino, e inserir nesse espaço

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as necessidades quando se trata de saúde do homem. Mas não basta modificar somente quantidade de trabalhadores homens e mulheres nesse serviço, tampouco a criação para a população masculina de serviços específicos. Ajudaria bastante se o serviço contasse com mais profissionais do sexo masculino, especialmente na equipe de enfermagem, auxiliaria na concepção de pertencimento dos homens nos serviços de saúde. É necessária uma maior sensibilidade para as interações entre as concepções de gêneros e as demandas traduzidas pelos homens no uso do serviço

Estudam demonstram que a maioria dos homens vive menos que as mulheres e, consequentemente, morrem em quantidade maior, sendo que, a sua expectativa de vida é menor quando comparada a das mulheres. Nesse aspecto, essa diferença de mortalidade entre os gêneros mostra uma situação de saúde desfavorável para os homens e que deve ser considerada pelos serviços de saúde.

(LAURENTI, 1998).

2.3 O abandono de tratamento

Considera-se caso de abandono de tratamento o doente que, após iniciado o tratamento para TB, deixou de comparecer à unidade de saúde por mais de trinta dias consecutivos, após a data aprazada para o seu retorno (BRASIL, 2002).

São diversos os fatores que levam ao abandono do tratamento e são de risco. Detecta-se que: ausência de trabalho fixo, baciloscopia negativa no diagnóstico, uso de bebida frequente de bebida alcoólica, queixas de não perceber melhora clínica durante o tratamento e rejeição ao serviço de saúde, ocorrência de outras doenças, principalmente crônica, falta de informação, tem certa relevância.

(CHIRINOS; MEIRELLES, 2011). A primeira consulta tem papel bastante importante para o paciente não abandonar o tratamento, é o momento que o profissional de saúde tem a oportunidade de conversar sobre a tuberculose, o tratamento, incentivar seu autocuidado, sanar todas as suas dúvidas minimizando as possibilidades do abandono relacionado à inadequada assimilação de informações por parte do cliente e estabelecer uma relação de confiança entre ambos, promovendo uma interação terapêutica efetiva (SOUZA et al., 2010).

Há diferentes níveis de abandono do tratamento, que vão de sua total recusa e do uso de forma errônea dos fármacos utilizados no tratamento e até o

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descumprimento da duração do tratamento. Os períodos que mais ocorre abandonos são os primeiro dois a três meses de tratamento, indicando a necessidade de medidas que reduzam desde o início do tratamento. (FERREIRA et al., 2005).

Como causa do abandono do tratamento alguns fatores foram constatados:

o conceito negativo relacionado à doença e ao tratamento, o etilismo, a ausência de informação, o tabagismo, o uso de drogas, a crença da consecução de cura através da fé, a intolerância medicamentosa, problemas socioeconômico, o retorno de forma rápida dos sintomas no início do tratamento, o longo período de tratamento, a abundante quantidade de comprimidos ingeridos, problemas relacionados ao trabalho desenvolvido por profissionais da saúde (SOUZA et al., 2010).

Gouveia e Bergel (2005) afirmam que dependentes de álcool evidenciam uma probabilidade quase quatro vezes maior de abandonar o tratamento, corrobora- se que o etilismo é um dos fatores, mas envolvidos no abandono em seguida o tabagismo. É conveniente evoluir sessões educativas com o paciente afetado, pelo menos uma que sanasse sobre seus direitos, ao ingressar e ao sair de alta, que deveria ser vista como uma oportunidade para que cada ex-doente possa virar um agente da saúde da comunidade. Isso corrobora a necessidade de um envolvimento e compromisso por parte dos profissionais de saúde/enfermagem em um cuidado mais interativo e integralizado (CHIRINOS e MEIRELLES, 2009).

3 MATERIAL E MÉTODO

Pesquisa de abordagem quantitativa descritiva, este tipo de pesquisa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las, o objetivo da pesquisa quantitativa é obter como resultado índices numéricos que apontam preferências, comportamentos e outras ações dos indivíduos que pertencem a determinado grupo ou sociedade. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.) (SILVA; MENEZES, p.20, 2005).

Para Duarte, et al.,(2014, p.7) a abordagem quantitativa prevê a mensuração de variáveis preestabelecidas para “verificar e explicar sua influência sobre outras, mediante a análise da frequência de incidências e correlações estatísticas”.

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A presente pesquisa foi desenvolvida com base em dados secundários oriundos das planilhas estatísticas do serviço de TB do Centro de Medicina Tropical de Rondônia – CEMETRON. Segundo Malhorta (2006) dados secundários são aqueles que foram coletadas para uma finalidade diferente do problema presente pesquisa.

Na oportunidade foram analisadas as planilhas que continham informações sociodemograficas como: idade; sexo; etnia; procedência; tipo de entrada; e escolaridade.

Os dados foram coletados, analisados e tabulados com o auxílio do programa Excel. Posteriormente confrontados com a literatura atual e científica sobre o assunto e apresentados como forma de resultados e discussão.

Dos dados coletados nas planilhas de estatística e dados de notificação estadual, obteve-se em sua totalidade 42 usuários estes realizam consultas mensais e com o profissional enfermeiro o período pesquisado foi de junho de 2015 a junho de 2016, totalizado 1009 consultas nesse período.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa permitiu observar o perfil dos usuários do programa de Tuberculose –TB do CEMETRON, centro de referência localizado em Porto Velho, capital do estado de Rondônia, observou-se que dos sujeitos em acompanhamento para tratamento de Tuberculose Multirresistente – TB-MR a maioria são do sexo masculino (55%) e com idade entre 18-80 anos. Destes (30,95%) tinham entre 18-30 anos e foi à faixa etária mais prevalente.

Constatou-se, portanto que é maior o índice da TB-MR em homens comparados as mulheres. Quanto à procedência dos sujeitos a maioria é procedente do Município de Porto Velho, capital do estado de Rondônia (80%); a minoria era procedente do interior do estado de Rondônia (20%). No que concerne à escolaridade dos sujeitos pesquisados a maioria (82%) possuem o ensino fundamental incompleto e apenas (18%) tinham o ensino médio completo.

Segundo Lemes; e Raimundo (2014) o uso incorreto de medicações é resultante de efeitos colaterais, o longo período do tratamento e o nível sócio econômico se tornam fatores inerentes ao abandono.

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Estudos mostram que 1/3 dos homens não tem o habito de ir aos serviços de saúde. Dos que não tem o habito de ir serviços de saúde, 55% dizem que não precisa (BRASILa, 2014).

TABELA 01 Total de consultas de enfermagem por mês no ano de 2015 MÊS Nº CONSULTAS %

JUNHO 151 22,7

JULHO 119 17,8

AGOSTO 90 13,5

SETEMBRO 69 10,3

OUTUBRO 71 10,6

NOVEMBRO 98 14,7

DEZEMBRO TOTAL

67 665

10 100%

Fonte: pesquisa do autor, 2016.

De acordo com a Tabela 01 pode-se avaliar o total das consultas realizadas pelo enfermeiro do programa de TB do hospital de referência CEMETRON nos meses de junho á dezembro de 2015, o mês que mais se obteve consultas foi o mês de junho um total de 151 ou 22,7%, logo o mês que se obteve menos foi o mês de setembro, 69 consultas ou 10,3%.

TABELA 02 Total de consultas de enfermagem por mês no ano de 2016 MÊS Nº CONSULTAS %

JANEIRO 49 14,2

FEVEREIRO 62 18

MARÇO 61 17,7

ABRIL 57 16,5

MAIO 61 17,5

JUNHO TOTAL

54 344

15,5 100%

Fonte: pesquisa do autor, 2016.

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A Tabela 02 apresenta as consultas realizadas pelo enfermeiro do programa de TB nos meses de janeiro á junho do ano de 2016 nesse mesmo ano o mês que mais se destacou em consultas foi o mês de fevereiro com 62 consultas ou 18% do total, e o mês com menos atendimentos foi o mês de janeiro com 49 ou 14,2% de consultas.

Campos et al. (2007) admite que a consulta de enfermagem tem o objetivo prestar assistência sistematizada de enfermagem, detectando os problemas de saúde-doença, executando e avaliando cuidados que contribuam para a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde.

Souza (2010) destaca que a primeira consulta de enfermagem para o paciente com diagnostico confirmado de TB tem uma grande importância que é onde o profissional tem a oportunidade de conversar e estreitar a relação profissional – paciente, sanar dúvidas, incentivar no autocuidado, explicar sobre a terapêutica do tratamento, minimizando riscos de abandono.

GRÁFICO 01 - Tipos de entrada de pacientes no serviço de referencia.

Fonte: pesquisa autor,2016.

De acordo com o Gráfico número 01, (50%) dos pacientes são acometidos por casos novos, vale o alerta aos serviços de saúde e gestores, para que possam realizar com mais vigor a prevenção e a promoção da saúde tornando acessível o conhecimento de como evitar a doença, logo o regresso após abandono está em (28,57%) dos casos uma porcentagem relativamente influenciável e visível que o abandono de tratamento é um problema a ser olhado com mais profundidade buscando a compreensão do paciente e os motivos que os levam a isso. Com

50

19,04

28,57

0 20 40 60

CASO NOVO (50%)

RECIDIVA (19,04%)

REGRESSO APÓS ABANDONO (28,57%)

(20)

21

(19,4%) está paciente em recidiva que é o reaparecimento da doença após o período de cura. Reduzir os índices de abandono de tratamento é uma das principais preocupações em relação à tuberculose, o abandono leva à resistência medicamentosa e a recidiva da patologia, impondo dificuldades ao processo de cura, e elevando o tempo e o custo do tratamento (BRASIL, 2007).

Para Cecilio, 2013 após a estratégia do DirectlyObservedTreatment Short- Course, que tem o objetivo de conseguir 85% de cura dos casos em tratamento e 70% de detecção de casos novos construir um vínculo entre o profissional de saúde e o doente com isso irá promover um aumento da adesão ao tratamento, além da prevenção da resistência aos medicamentos, reduzindo assim, os casos de abandono do tratamento e aumentando a probabilidade de cura.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa possibilitou observar o perfil dos pacientes com casos de TB-MR confirmado enfatizando a multirresistência da mesma, notificados no CEMETRON, centro de referência localizado em Porto Velho, capital do estado de Rondônia. O conhecimento dos indicadores é de suma importância ao enfermeiro possibilitando desenvolver novas ações voltadas ao público alvo apresentando sucesso ao tratamento e aumentando a taxa de adesão e consequentemente cura.

Atualmente no Centro de Medicina Tropical de Rondônia no atendimento especializado a TB-MR conta com equipe multiprofissional formada por: médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem a equipe pode fornecer orientações, tanto para os pacientes com TB-MR e outros tipos de TB quanto para os familiares desses pacientes que precisem de um tratamento especializado, tendo em vista a melhor adesão e finalização e sucesso no tratamento.

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6 REFERÊNCIAS

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BRASILb. Ministério da Secretária de Vigilância da Saúde.Panorama da

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Referências

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