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Todo o Mundo É Alguém (João 4:1 42)

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Academic year: 2022

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Conheça o Mestre

Todo o Mundo É Alguém (João 4:1–42)

Um menino de sete anos escreveu a seguinte mensagem a um psicoterapeuta infantil:

Querido Doutor Gardner:

O que está me chateando é que, há muito tempo, uma pessoa grande, (era um menino de 13 anos de idade) me chamou de “tartaruga”, e sei que ele disse isso por causa da minha cirurgia plástica.

E eu acho que Deus me odeia por causa da minha boca. Quando eu morrer, provavelmente ele vai me mandar para o inferno.

Com amor, Chris1

Atualmente muitos sofrem de baixa auto- estima. Costumamos chamar isso de “complexo de inferioridade”. Independentemente do nome, quem sofre disso pensa não ter muito valor.

Queremos salientar que “Todo o mundo É Alguém”. A passagem bíblica é João 4. Dizem que João 4 fala mais do caráter de Jesus do que qualquer outro capítulo do Novo Testamento.

UMA DECISÃO ESTRANHA (JOÃO 4:1–4)

João 3 é o pano de fundo para nossa lição.

Jesus estivera na festa da Páscoa. Numa tarde durante a festa, ele conversou com um notório líder judeu chamado Nicodemos. São desse diálogo as lindas palavras de João 3:16. Depois da festa, Jesus ficou na Judéia por um tempo e fez muito sucesso – o que causou um conflito com os discípulos de João Batista. Mas, a maior preocupação de Jesus consistia no fato relatado

em 4:1: “Os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João”.

Jesus queria evitar um confronto cara a cara com os fariseus, pois isso poderia resultar em Sua morte prematura. Então, Jesus decidiu deixar a Judéia e ir para o norte da Galiléia.

A essa altura é que deparamos com o estranho versículo: “E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria” (v. 4). A Palestina compreendia a extensão de aproximadamente duzentos quilômetros de ponta a ponta.

Dentro dessa área havia três divisões do território. No extremo norte ficava a Galiléia;

no extremo sul, a Judéia; e no meio, Samaria. Os judeus geralmente andavam qualquer distância, a fim de evitar atravessar o centro de Samaria.

Iam para o leste, rumo ao rio Jordão,atravessavam o rio, e depois viajavam para o norte, pela Peréia até chegarem perto do Mar da Galiléia. Então, atravessavam o rio Jordão em direção à Galiléia.

A viagem direto para o norte durava três dias;

com o desvio,de seis a nove dias. Era, grosso modo, o equivalente a ir do Paraná para Minas Gerais, passando pelo Mato Grosso do Sul.2

Por que Jesus tinha que passar por Samaria?

Uma sugestão é que Jesus estava com pressa porque João fora preso,3 e Ele queria impedir que os discípulos de João fossem dispersos. Contudo, o fato de Jesus ter parado dois dias em Sicar parece excluir essa possibilidade. Eu sugiro que

“era-lhe necessário” porque havia ali uma mulher especial e uma cidade cheia de almas preciosas – um povo amadurecido para a colheita espiritual.

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“Era-lhe necessário” porque na visão de Deus todo o mundo é alguém!

UMA MULHER PECADORA (JOÃO 4:5–8)

“Chegou, pois, a uma cidade samaritana chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José” (v. 5). Sicar ficava mais ou menos no meio da província. “Estava ali a fonte de Jacó”

(v. 6a). Essa fonte é um dos poucos lugares das terras bíblicas que se pode apontar com certeza e dizer: “É neste ponto aqui”. E a fonte ainda está lá – a cerca de um quilômetro de onde ficava a antiga cidade de Sicar.

“Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte” (v. 6b). João, que escreveu este Evangelho para convencer os homens de que Jesus é o Filho de Deus (João 20:30, 31), tem mais a dizer a respeito da humanidade de Jesus do que qualquer outro evangelista. É João quem registra que Jesus disse na cruz: “Tenho sede” (João 19:28). Jesus estava cansado, exausto, com fome e sede, assim como nós ficamos.

Pelos cálculos judaicos,4 era “por volta da hora sexta” (v. 6c), ou seja, meio-dia. O versículo 8 diz que “seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos”. Jesus mandara eles irem a algum lugar do primeiro século equivalente a uma mercearia ou lanchonete de hoje, onde conseguissem comida.5

“Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água” (v. 7a). Essas poucas palavras falam muito a respeito dessa mulher. As mulheres normalmente não buscavam água ao meio-dia.

Elas tiravam água de manhã e à tardezinha – nas horas mais frescas do dia. Ir buscar água era um evento social, uma função comunitária. As mulheres conversavam e ficavam a par das novidades. Mas essa mulher foi à fonte ao meio-dia, na hora mais quente. Alem disso, os arqueólogos descobriram nascentes de fontes perto de Sicar. Essa mulher andou quase um quilômetro para pegar água. Tudo isso sugere que ela era rejeitada socialmente na concepção das mulheres daquela cidade. Aparentemente, ela tomou esse curso de ação para evitar olhares atravessados e cochichos.

UM PEDIDO SURPREENDENTE (JOÃO 4:7, 9)

“Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.” ...Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu

judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” (vv. 7b, 9a).

Para compreender esse intercâmbio, precisamos saber algo sobre o relacionamento entre judeus e samaritanos. Todos já vimos problemas raciais – e todo preconceito comove o coração de Deus – mas a maioria de nós nunca viu nada semelhante ao ódio entre judeus e samaritanos.6 Um ódio que retrocedia muitos anos. Os samaritanos eram um povo miscigenado, resultado do exílio das dez tribos do norte na Assíria, em 727 a.C.7 Os judeus do Reino do Norte se casaram com gentios enviados pelos assírios.8 Os filhos desses casamentos mistos eram os samaritanos.

Para os judeus, a destruição da pureza racial era quase um “pecado imperdoável”. Ainda hoje, em famílias estritamente judias, se um dos filhos se casa com alguém fora da religião judaica, a família realiza um funeral pelo filho; de acordo com a concepção deles, esse filho está morto.

Pelo menos três fatos surpreendentes são vistos na conversa de Jesus com a mulher.

1) Como já mencionado, a pessoa a quem Jesus pediu água era uma samaritana. 2) Essa pessoa era uma mulher. Os judeus não se dirigiam a uma mulher em público (observe v. 27). Um rabino judeu nem falava com a própria esposa ou filha em público. Na seita dos fariseus havia um grupo denominado “os esfolados sangrentos”, porque fechavam os olhos sempre que viam uma mulher – daí, iam de encontro a paredes, árvores e coisas parecidas. 3) Como veremos, ela não era simplesmente uma mulher, mas uma mulher de caráter moral questionável.

Um contraste deliberado entre os indivíduos que Jesus encontrou nos capítulos 3 e 4 parece ser esboçado. Em João 3 Jesus encontrou-se com Nicodemos, que era: 1) judeu; 2) homem e 3) um indivíduo com elevados padrões morais e integridade. Em João 4 Jesus encontrou-se com uma mulher num poço, que era: 1) samaritana;

2) mulher e 3) uma pessoa de baixo caráter moral.

Ambos precisavam de salvação. Jesus tratou a mulher com tanta graça, afeto e respeito quanto tratou Nicodemos. Por quê? Porque todo o mundo é alguém.

Quer seja você religioso, quer não; quer seja homem, quer seja mulher; quer tenha elevada moral, quer tenha uma vida cheia de problemas;

quer pertença a uma elevada classe social, quer seja considerado um “joão-ninguém”, Deus o

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ama. Você foi feito à imagem de Deus (Gênesis 1:26). Você é a pessoa mais especial para Deus.

Jesus morreu na cruz por você – e teria morrido mesmo que você fosse o único que precisasse dEle!

João insere uma palavra de explicação no relato da conversa de Jesus com a mulher, junto à fonte: “(porque os judeus não se dão com os samaritanos)” (v. 9b). Isto não quer dizer que os judeus não tenham qualquer relação com os samaritanos. Eles mantinham relações financeiras (afinal, os discípulos tinham acabado de ir à cidade para comprar alimentos). João estava enfatizando que normalmente eles não tinham relações sociais. Uma versão inglesa da Bíblia (New English Bible) apresenta uma tradução alternativa: “judeus e samaritanos não comem no mesmo prato”. Os judeus não comiam nem bebiam na mesma louça que os samaritanos porque os consideravam impuros. Mas, quando Jesus pediu a essa mulher um copo d’água, Ele estava disposto a beber do copo dela. Por que Jesus confrontou o costume do Seu povo? Porque essa mulher era especial para Ele. Porque todo o mundo é alguém para o Senhor.

UMA AFIRMAÇÃO ALARMANTE (JOÃO 4:10–15)

“Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus [o próprio Jesus, que Deus deu ao mundo, João 3:16] e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias e ele lhe daria água viva”

(v. 10). Os judeus chamavam a água corrente de

“água viva”, em contraste com a água que tiravam de um poço. Mais relevante, porém, é o fato de os profetas usarem o termo “água viva” para se referir ao poder e à presença de Deus, que podia saciar a sede espiritual de um indivíduo.9 Assim, Jesus referiu-se à vitalidade espiritual, ao potencial da vida espiritual.

Como sempre acontecia, os “alunos” de Jesus não entenderam.

“Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo [naquele tempo tinha de trinta a quarenta e cinco metros de profundidade];10 onde, pois, tens a água viva?

És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu e, bem assim, seus filhos, e seu gado?”

(vv. 11, 12).

Esta situação entre Jesus e Seus ouvintes era

comum. Ele fazia uma afirmação alarmante em linguagem enigmática, e, sem compreender, seus ouvintes a interpretavam literalmente. Então, Jesus os conduzia a um discernimento espiritual.

“Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água [i.e., da água deste poço] tornará a ter sede”

(v. 13). Esta é uma verdade que se aplica a tudo na vida. Bebemos e tornamos a ficar com sede.

Comemos e tornamos a ficar com fome.

Temos momentos alegres, mas o sentimento de felicidade fenece, e tornamos a ansiar por prazer.

Tudo na vida passa rapidamente – quer seja o sucesso, quer seja a popularidade, quer seja o prazer.

E Jesus continuou: “...aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”

(v. 14). Jesus estava falando da força, da alegria e do poder de se achar no caminho cristão. Com efeito, ele estava dizendo: “Eu estou trazendo tudo o que os profetas disseram que viria por meio do Messias. Você pode ter uma vida abundante!”

Isso soou maravilhoso aos ouvidos da mulher, mas ela ainda não tinha idéia do que Jesus queria dizer com aquilo. “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la” (v. 15). De fato, ela disse: “Que ótimo! Chega de andar quase um quilômetro, debaixo do sol quente, para pegar água! Estou cansada de carregar esse cântaro!”

UMA PERGUNTA SENSATA (JOÃO 4:16–18)

Agora que Jesus tinha a atenção da mulher, estava pronto para operar no coração dela. Ele não era um cirurgião tímido. “Disse-lhe Jesus:

Vai, chama teu marido e vem cá” (v. 16). Antes de irmos até Cristo, precisamos primeiro parar e olhar para nós mesmos de maneira franca e honesta... olhar no espelho da Palavra de Deus...

para nos vermos como somos. Era isso que Jesus estava forçando a mulher a fazer.

“Ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido” (v. 17a). Até esta altura da conversa, não tinham faltado palavras à mulher. Ela se mostrara desembaraçada, quase irreverente. Mas agora ela tinha pouco a dizer – apenas três palavras em português (no grego também são

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três). Seu desconforto é quase visível.

“Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade” [i.e., você falou a verdade]

(vv. 17b, 18).

Colocar-se face a face com Cristo pode ser inicialmente uma experiência desconfortável.

Logo depois desse episódio, Jesus prosseguiu até a Galiléia e voltou a Cafarnaum. Pedro voltou para pescar. Em Lucas 5 temos a história da pesca maravilhosa, quando Pedro já viajara extensamente com Jesus. Mas, pela primeira vez, ele viu plenamente a glória e o poder de Jesus ali, e viu-se sob a luz daquela glória, suplicando:

“Jesus, retira-te de mim porque sou pecador”

(Lucas 5:8).

Alguns dizem que a culpa não faz parte da mensagem do evangelho, mas faz. Deus não quer que sintamos culpa por toda a vida, mas a apreciação da misericórdia e da graça de Deus começa com o discernimento de nossas necessidades espirituais!

Observe que Jesus estava completamente consciente de quem e o que era essa mulher.

Mais tarde, Ele deixou que uma pecadora o ungisse, e Seus inimigos pensaram que Ele não soubesse que tipo de mulher era ela.11 Jesus sabia que espécie de mulher era ela – assim como sabia que espécie de mulher era essa samaritana. Ela ainda era especial para Ele. Quando Jesus olha para nossas vidas e corações, Ele não vê somente a maldade, os problemas, e as lutas; Ele também vê a bondade, o potencial, o que podemos nos tornar com a ajuda de Deus. Neste caso, Ele viu uma mulher que podia mobilizar uma cidade inteira em direção à fé. Com Jesus, todo o mundo é alguém!

UMA DISCUSSÃO SIGNIFICATIVA (JOÃO 4:19–26)

Quando Jesus pôs a nu as necessidades espirituais da mulher, como ela reagiu? Ao que parece, ela mudou de assunto (v.19)!12 (Você já estudou a Bíblia com alguém e quando atingiu o ponto de suas necessidades espirituais, essa pessoa simplesmente mudou de assunto?)

“Senhor, disse a mulher, vejo que tu és profeta” (v. 19). Os samaritanos utilizavam somente os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, de Gênesis a Deuteronômio. Tais

livros falam pouco a respeito de profetas. Mas os samaritanos haviam aprendido mais com os judeus do que queriam admitir. Essa mulher sabia dos profetas e pensou que Jesus fosse um.

Por isso, na verdade ela disse: “Deixe-me fazer-lhe uma pergunta, Profeta”. “Nossos pais adoravam neste monte” (v. 20a). Após Neemias recusar a ajuda dos samaritanos,13 eles construíram seu próprio templo no Monte Gerizim. Eles inventaram muitas estórias fantasiosas sobre o monte: foi onde Abraão viera para sacrificar seu filho Isaque; foi onde Melquisedeque encontrou-se com Abraão; foi onde o primeiro altar a Deus foi erigido quando os israelitas entraram na terra prometida.14 O Monte Gerizim, que não ficava longe de Sicar, era-lhes o lugar mais sagrado. A mulher deve até ter levantado as mãos quando se referiu a “este monte”. “Vós [i.e., os judeus], porém, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar”

(v. 20b). A indagação implícita era: “Quem está certo?”

Q uando Jesus olha para nossas vidas e corações, Ele... vê a bondade,

o potencial, o que podemos nos tornar com a ajuda de Deus.

Jesus respondeu que brevemente nenhum deles estariam certos: “Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai” (v. 21). No reino do Messias por vir, não seria o lugar a coisa importante, mas a Pessoa. (O premilenismo diz que Jerusalém será restaurada como centro de adoração. As palavras de Jesus nos advertem de que nada seria acrescentado além da verdade.)

Ele continuou: “Vós adorais o que não conheceis;

nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus” (v. 22). Jesus disse que

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“a salvação vem dos judeus” porque o Messias veio por intermédio da nação judaica. Além disso, os primeiros pregadores do evangelho, como Pedro e Paulo, seriam judeus. Mais tarde, os primeiros cristãos também seriam judeus.

Embora Jesus amasse e se preocupasse com essa mulher, Ele não hesitou em dizer que ela estava errada moral e doutrinariamente. Aceitar alguém não significa aceitar o que está errado na vida dela. Se um amigo está errado moral e/ou doutrinariamente e não dizemos nada a ele, isto não é amor; é falta de amor.

A seguir, disse Jesus: “Mas vem a hora, e já chegou [o estabelecimento do reino, a igreja, se tornaria realidade em apenas alguns meses daquele momento], em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (v. 23). O “onde?” da adoração não tem importância; o “quem?” e o “como?”, sim. Quem? “O Pai”. Como? “Em espírito” – do coração como é o desejo de Deus. “Em verdade”

– de acordo com as instruções de Deus. Na oração sacerdotal de Jesus em João 17, Ele disse: “‘a tua palavra é a verdade’” (João 17:17).

Este grandioso resumo da verdadeira adoração prossegue: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (v. 24). Podemos aprender muito deste versículo sobre adoração – mas nesta lição em particular estamos primordialmente interessados no relacionamento entre Jesus e seus circunstantes.

“Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias,15 chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas” (v. 25). O conceito de Messias é outro empréstimo que os samaritanos tomaram dos judeus. Observe como a fé da mulher estava crescendo. Primeiro ela se referiu a Jesus como um “judeu” (v.9), depois como

“senhor” (v.11), depois como um “profeta”

(v. 19). Agora,o modo como Jesus falou fê-la lembrar-se do “Messias” (v. 25; veja também v. 29).

“Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo” (v. 26).16 O texto original traz literalmente: “Eu sou17, aquele que está falando com você”. Jesus estava dizendo: “Você está procurando o Messias? Sou eu! Você está procurando respostas? Sou eu! Você está pro-

curando esperança, ajuda e algo para matar a sua sede interior? Sou eu!”

UM INTERVALO ESTIMULANTE (JOÃO 4:27–38)

Os discípulos retornaram com a comida.18

“Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? Ou: Por que falas com ela?” (v. 27).

“Quanto à mulher, deixou o seu cântaro”

(v. 28a). Largar o cântaro ali demonstrou sua euforia e indicava que ela pretendia voltar.

“Foi à cidade e disse àqueles homens [obs: aos homens, mas não às mulheres]: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!

Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele”

(vv. 28b–30).

Enquanto os samaritanos caminhavam até o poço, Jesus utilizou esse tempo para ensinar Seus discípulos.

“Nesse ínterim, os discípulos lhe rogavam dizendo: Mestre, come! Mas ele lhes disse:

Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis. Diziam, então, os discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura, alguém trazido o que comer?” (vv. 31–33).

Assim como ensinara Nicodemos e a mulher, Jesus ensinou seus discípulos. Primeiro, ele lançou uma frase enigmática, que eles não compreenderam e interpretaram literalmente.

Em seguida, Ele os levou a um entendimento espiritual: “Disse-lhes Jesus: A minha comida [i.e., meu alimento espiritual] consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (v.34). Os discípulos de Jesus tiveram muita dificuldade em compreender seu professor! Jesus, porém, estava interessado neles, apesar de suas deficiências. Ele explicava pacientemente – porque todo o mundo é alguém!

Jesus então substituiu a figura da comida pela colheita – fonte de alimentação. Ele citou um conhecido provérbio judaico sobre a espera pela colheita: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (v. 35). Em outras palavras: “quando se planta a semente, sabe-se que há quatro meses antes da colheita. Pode-se anuir que a situação

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aqui em Samaria é a mesma, mas a semente fora plantada algum tempo atrás”.19 Agora é a hora da ceifa! Como Jesus disse, “Os campos...

branquejam para a ceifa”: talvez Ele tenha apontado para os samaritanos em suas túnicas brancas, que vinham da cidade.20

UMA COLHEITA SATISFATÓRIA (JOÃO 4:39–42)

No momento em que Jesus completou Seus discurso sobre colheita,21 os samaritanos chegaram.

“Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito. Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias” (vv. 39, 40).

Apesar de qualquer propósito persuasivo que Jesus pudesse ter em relação a chegar à Galiléia, Ele passou dois dias com esse povo de sangue misto porque todo o mundo é alguém.

“Muitos outros creram nele, por causa da sua palavra” (v. 41) – quando viram Jesus pessoalmente, e ouviram o que Ele tinha a dizer, quando viram como Ele se conduzia e como amava a todos.

Será que Jesus estava certo ao chamar essas pessoas marginalizadas de “campo maduro para a colheita”? Observe o último versículo do texto:

“e diziam à mulher: Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo” (v. 42).

Que afirmação maravilhosa: “sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo”! (grifo meu). Os seguidores mais íntimos de Jesus , os apóstolos, pensavam que Ele era o Salvador dos judeus; eles não entenderam de outra forma até que Deus enviasse uma visão especial a Pedro.22 Por outro lado, estes samaritanos viram Jesus como o Salvador do mundo!

CONCLUSÃO

Se você está “no mundo”, se você está

caminhando sobre a terra, Jesus é seu Salvador.

Você é especial para Ele! Ele o ama, Ele se preocupa com você, e Ele dedicará tempo a você.

Ele morreu por você, e Ele nunca vai desistir de você. Por quê? Porque todo o mundo é alguém – e

você é alguém.

NOTAS

11Citado por James Dobson em Esconde-esconde, São Paulo: Ed. Mundo Cristão, 1992.

12Esta ilustração pode ser personalizada para outras áreas: ir de um local para outro por um extremo desvio de rota.

13Mateus 4:12.

14Alguns pensam que João usou a contagem romana aqui. Mas a maioria acredita que ele tenha usado a contagem judaica.

15Os nomes das mercearias mais famosas ou lancho- netes e restaurantes podem ser citados aqui.

16Muitos já viram esse tipo de ódio profundo. Os ouvintes compreenderão uma comparação entre essa experiência e a que existia entre judeus e samaritanos.

172 Reis 17:6.

182 Reis 17:24.

19Veja Salmo 36:9; Isaías 35:7; Jeremias 17:13; e passagens afins.

10Desde aquele tempo atiravam pedras nele, e hoje são quase quinze ou vinte metros de profundidade Agora ele está tampado.

11Cf. Lucas 7:39.

12É possível que ela não estivesse mudando de assunto. Talvez estivesse perguntando onde poderia oferecer sacrifício pelos seus pecados (v. 20).

13Cf. Neemias 4:1–3; 6:1–4.

14Para glorificar o Monte Gerizim, eles vituperaram as Escrituras e a história.

15“Messias” é uma palavra hebraica que significa “o ungido”. “Cristo” é a palavra grega equivalente e também significa “o ungido”.

16Já que os inimigos de Jesus não estavam à espreita dEle (como de costume), sua afirmação sobre Sua identidade foi mais enfática do que o normal.

17“Eu sou” é uma declaração de divindade (cf. Êxodo 3:14); o Evangelho de João utiliza o termo para enfatizar que Jesus é o Filho de Deus.

18Nos E.U.A. diríamos: “Voltaram com hambúrgueres e fritas”; na Austrália: “...peixe e batatas chips”; [nas maiores cidades do Brasil: “um marmitex” – Nota do Tradutor].

19Veja o versículo 38: “...outros trabalharam” . Não sabemos os detalhes. Talvez Jesus se refira ao ensinamento do Antigo Testamento sobre o Messias, que os samaritanos aprenderam. Alguns acreditam que uma das obras de João Batista era com os samaritanos.

20O “amadurecimento” dos samaritanos não foi apenas provado pela sua receptividade nessa ocasião, mas também pela colheita realizada por Filipe em Atos 8.

21João 4:36–38.

22Atos 10:9–16, 34, 35.

Autor: David Roper Série: Conheça o Mestre

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