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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUARIAS, CONTABILIDADE E SECRETARIADO – FEAACS DEPARTMENTO DE ECONOMIA APLICADA CURSO DE CIÊNCIAS ECNÔMICAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUARIAS,

CONTABILIDADE E SECRETARIADO – FEAACS

DEPARTMENTO DE ECONOMIA APLICADA

CURSO DE CIÊNCIAS ECNÔMICAS

BRUNO ALVES DA COSTA SILVA

UMA ANÁLISE SOBRE A EXPANSÃO DOS BANCOS E SUA

LUCRATIVIDADE ATRAVÉS DA PLURALIDADE DOS

SERVIÇOS OFERTADOS.

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BRUNO ALVES DA COSTA SILVA

UMA ANÁLISE SOBRE A EXPANSÃO DOS BANCOS E SUA

LUCRATIVIDADE ATRAVÉS DA PLURALIDADE DOS

SERVIÇOS OFERTADOS.

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia Aplicada da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Prof. PhD. Paulo de Melo Jorge Neto.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

S578a Silva, Bruno Alves da Costa.

Uma análise sobre a expansão dos bancos e sua lucratividade através da pluralidade dos serviços ofertados / Bruno Alves da Costa Silva. – 2012.

57 f.; il.; enc.; 30 cm.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza, 2012.

Orientação: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge Neto. 1. Bancos 2. Instituições financeiras I. Título.

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BRUNO ALVES DA COSTA SILVA

UMA ANÁLISE SOBRE A EXPANSÃO DOS BANCOS E SUA

LUCRATIVIDADE ATRAVÉS DA PLURALIDADE DOS

SERVIÇOS OFERTADOS.

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia Aplicada da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Aprovada em 19/06/2012

BANCA EXAMINADORA

Prof. PhD. Paulo de Melo Jorge Neto (Orientador)

Prof. Dr. Marcelo de Castro Callado

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. PhD. Paulo de Melo Jorge Neto, por sua presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e normatização deste Trabalho de Conclusão de Curso. Por acreditar e confiar em mim e, por me transmitir essa confiança mútua em sua sabedoria.

Aos participantes da banca examinadora, Prof. Dr. Marcelo de Castro Callado e Prof. Ms. Rogerio Moreira de Siqueira, pelas valiosas colaborações, sugestões e críticas construtivas. Bem como, a todos os professores que me serviram como exemplo dentro do campo acadêmico, contribuindo para minha formação pessoal e profissional.

A minha família, amigos e, especialmente a minha namorada, companheira e amiga, Samily Gomes Filgueira, com quem eu mais compartilhei minhas angústias e meus momentos mais difíceis dos últimos tempos e a qual muito contribuiu para aprimoramento deste trabalho, com o dispêndio de sua atenção e seu saber.

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RESUMO

O estudo ora apresentado busca identificar e compreender, a partir de um olhar sócio-histórico-econômico, o processo de expansão dos bancos brasileiros, traçando sua definição e seus tipos existentes no Brasil, trabalhando o Sistema Financeiro Nacional – SFN e enfocando em dados relevantes acerca dos lucros bancários obtidos através da pluralidade na oferta de serviços, executando, inclusive, atividades não originalmente bancárias. O intuito da análise aqui realizada é confirmar - ou não - as hipóteses levantadas, as quais se referem ao aumento e fidelização de clientes e ao impacto positivo na economia bancária, para tanto nos fundamentamos em uma compilação de autores que estudam temas concernentes ao assunto aqui abordado, bem como nos valemos da realização de entrevistas, por meio de questionários, que contribuem e enriquecem a discussão ora posta.

Palavras-chave: Sistema Financeiro. Bancos. Serviços Financeiros não Bancários.

ABSTRACT

The study presented here seeks to identify and understand, from a socio-historical-looking economy, the expansion of Brazilian banks, tracing its definition and types existing in Brazil, working on the National Financial System - SFN and focusing on relevant data about bank profits obtained by the plurality in the provision of services running, including activities not originally bank. The purpose of the analysis performed here is to confirm - or not - the hypothesis, which is related to the increase and customer loyalty and positive impact on bank savings, we have considered for both on a compilation of authors who study topics pertaining to the subject here addressed, and we make use of interviews, through questionnaires, which contribute to and enrich the discussion now put.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Lucro do Itaú 41

Gráfico 2: Lucro do Bradesco 43

Gráfico 3: Lucro Banco do Brasil 44

Gráfico 4: Lucro Santander 46

Gráfico 5: Lucro Caixa 47

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 08

2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 11

2.1 Breve Histórico 11

2.2 Conselho Monetário Nacional 15

2.2.1 Comissão de Valores Mobiliários 18

2.2.2 Banco Central 19

3. A EXPANSÃO DOS BANCOS E OS IMPACTOS NA ECONOMIA

BRASILEIRA 23

3.1 Tipos de Bancos 23

3.2 Sistema Bancário Brasileiro 26

3.3 Desenvolvimento Econômico e os Bancos 29

4. O DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES NÃO BANCÁRIAS E A

LUCRATIVIDADE DOS BANCOS 34

4.1 Pluralidade das Operações Bancárias 34

4.1.1 Atividades não bancárias 34

4.1.2 Derivativos 35

4.1.3 Securitização 36

4.2 Análise da Lucratividade dos cinco maiores bancos brasileiros. 37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

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8 1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa busca, por meio de uma compilação de informações, identificar e compreender, a partir de um olhar econômico, o processo de expansão dos bancos e a pluralidade de serviços executados pelos mesmos, sendo este, portanto, o objetivo principal deste estudo.

A justificativa da escolha de tal temática deu-se primeiramente devido a sua relevância, visto a importância para o desenvolvimento econômico do país, além da proximidade que temos - orientando e orientador - com o assunto, visto o fato de o aluno ser bancário e o professor ser estudioso da área de finanças.

Nesse contexto a hipótese norteadora deste estudo consiste na presunção de que o banco com interesse de aumentar e fidelizar a sua carteira de clientes, disponibiliza serviços - ditos não bancários, por serem além do binômio emprestar/guardar dinheiro – que possibilitam um em aumento de seus lucros.

Entendemos que é relevante elucidar acerca da lucratividade bancária e realizar pesquisa de campo (a qual será abordada no capítulo três deste estudo) com funcionários dos cinco maiores bancos do país (nas agências com lócus em Fortaleza/CE), no intuito de enriquecer a discussão ora trazida e confirmar ou não as hipóteses levantadas.

Compreender o funcionamento das instituições financeiras no Brasil contemporâneo exige, sobretudo, uma análise histórica de todo o contexto macroeconômico que antecede o processo de estabilização econômica e, por consequência, examinar como se deu a adaptação do Sistema Financeiro Nacional - SFN a uma dinâmica alterada por processos intensos de abertura para a entrada de instituições bancárias estrangeiras.

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9 também são responsáveis pela oferta de recursos financeiros que possibilitam a expansão do investimento e do produto.

No capítulo dois, adentramos na categoria central desta abordagem - bancos - trazendo sua definição, enfocando nos tipos de bancos existentes no Brasil, trabalhando o desenvolvimento do Sistema Bancário Brasileiro e analisando os impactos da expansão dos bancos na economia do país. Consideramos aqui eventos como a implementação do Plano Real, a estabilização da inflação, a privatização de bancos estatais, o saneamento dos privados e a abertura do governo para a entrada de instituições financeiras estrangeiras.

Em uma economia capitalista moderna, os bancos possuem uma função extremamente importante, provendo as modalidades de crédito necessárias para a realização de investimentos. O momento macroeconômico também exerce grande influência no desempenho dos bancos, visto que estes buscam obter cada vez mais a maximização de seus lucros, dadas as oportunidades oferecidas pelo cenário contemporâneo.

A instituição bancária eficiente para uma economia em expansão é aquela que consegue responder as demandas existentes. Nessa perspectiva, o terceiro capítulo traz dados relevantes acerca do lucro bancário, no que concerne as “velhas” e “novas” atividades realizadas pelos bancos.

A lucratividade de cada banco, inicialmente, é exibida em uma tabela geral e em seguida analisada individualmente, no intuito de propiciar uma melhor visualização através de gráficos, com recorte temporal no período compreendido entre os anos 2000 a 2010 e intercalando-os com as respostas dos entrevistados, visto que é neste capítulo que apresentaremos a pesquisa de campo, com a finalidade de estabelecer uma relação teoria/empiria, pois não nos fundamentamos somente nos referenciais teóricos estudados, mas também nos embasamos nos conceitos apresentados por quem trabalha cotidianamente com a oferta desses serviços dentro de cada instituição pesquisada.

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10 bancos – objeto de estudo deste trabalho. Entretanto, foi possível compilar informações que serviram de subsídios para a realização de uma pesquisa bibliográfica e documental amplamente qualificada que proporcionou o embasamento deste trabalho acadêmico.

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11 2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Acerca do Sistema Financeiro Nacional - SFN, temos que este pode ser definido como um conjunto de instituições financeiras que acondicionam a política e a instrumentação econômico-financeira do país, mantendo o fluxo monetário entre poupadores e investidores, bem como intermediando e fornecendo liquidez às transações de compra e venda dos ativos financeiros.

Nesse sentido, para efeito de escrita, nos fundamentaremos no conceito trazido por Ricardo J. Ferreira (2005) que define o SFN como sendo um “conjunto de instituições e órgãos que regulam, fiscalizam e executam as operações relativas à circulação de moeda e crédito”.

2.1 Breve histórico

O desenvolvimento do Sistema Financeiro Brasileiro tem como marco inicial a vinda da Família Real portuguesa, datada de 1808, mesmo período em que foi criado o Banco do Brasil, concretizando a criação de tal Sistema.

Ao longo do tempo, novas organizações econômico-financeiras foram surgindo, gerando a expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazo como a Inspetoria Geral dos Bancos (1920), no ano subsequente são implantadas a Carteira de Redescontos do Banco do Brasil e a Câmara de Compensação do Rio de Janeiro (1921) e alguns anos depois também a de São Paulo (1932), dentre outros bancos e instituições privadas e a Caixa Econômica Federal (CEF), fortalecendo cada vez mais o referido Sistema.

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12 Esse período pós-guerra, mas especificamente de 1945 a 1964, foi abalizado por uma etapa de transição entre a estrutura simples de intermediação financeira da primeira metade do século e a estrutura complexa montada a partir das reformas institucionais de 1964 e 1965. Ainda em 1945 no Brasil é empregada a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que futuramente em 1964, pela lei n° 4.595/64, torna-se o Banco Central do Brasil.

Para além desta, outras leis também trouxeram relevantes alterações no Sistema Financeiro Nacional, como, por exemplo, a lei n° 4.380/64 que instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, criou o Banco Nacional de Habitação - BNH e implementou o Sistema Financeiro de Habitação, bem como a lei n° 4.728/65 que regulou o mercado de capitais e estipulou medidas para seu desenvolvimento.

Nesse momento, o Sistema Financeiro Brasileiro passou a contar com o maior e mais diferenciado quantitativo de intermediários financeiros não bancários, com setores peculiares de atuação. Concomitantemente, foi expressiva a ampliação da pauta de ativos financeiros, constituindo um novo leque de opções para aplicação de poupanças e sendo criado, em consequência disto, condições mais concretas para o acionamento do trâmite de intermediação.

Remetendo-nos novamente as décadas de 50 e 60, podemos apontar a criação do Conselho Monetário Nacional - CMN, do Banco Nacional de Desenvolvimento - BNDES, do Sistema Financeiro da Habitação e do Banco Nacional da Habitação, como causa impulsionadora para que o país adentrasse em um novo ciclo econômico e, é nesse mesmo momento que o Sistema Financeiro Nacional passa a ser regulamentado através do CMN e do Banco Central - BACEN, que por sua vez, tornam-se os principais órgãos do Sistema.

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13 liquidação com títulos públicos como as Letras do Tesouro Nacional e as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional.

Em de meados da década de 80, após o fim da ditadura militar que governou o país por 21 anos, acontecimentos importantes de redemocratização tiveram impacto no Sistema Financeiro do país, entre eles, podemos destacar o mais relevante, a saber: a promulgação da Constituição Federal de 1988, a qual traz em seu bojo, mais especificamente no Título VII, Capítulo IV, artigo 192 o qual diz que:

O Sistema Financeiro Nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.1

Tal inovação, estabelecida pelo legislativo, foi prontamente considerada pelo estudioso do assunto, Rodolfo Maia (1999) que lança a seguinte análise:

Até o advento da Constituição vigente o SFN não havia sido objeto de específico disciplinamento constitucional. Com efeito, nas Constituições brasileiras anteriores não encontramos qualquer referência expressa.

Nessa perspectiva, temos que a Constituição de 88 procura organizar o Sistema Financeiro Nacional de modo a alavancar o desenvolvimento e a estabilização do país e a convir com as aspirações da coletividade, bem como com o equilíbrio econômico, culminando em uma nova roupagem do SFN.

Assim, temos que o Sistema Financeiro Nacional, atualmente, é estruturado em Entidades Supervisoras que são encarregadas por supervisionar o bom funcionamento do sistema, e monitoram junto com seu órgão normativo; e Entidades Operadoras que são representadas pelas empresas que operam no Sistema Financeiro.

A estrutura supracitada é decomposta em dois subsistemas. O Subsistema de Supervisão tem o papel de controlar as instituições que realizam operações econômico-financeiras, além de determinar os parâmetros para a permuta entre unidades com excedentes financeiros para as com necessidades financeiras. No que concerne ao

1 Disponível em http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf192.htm, acesso em 19 de abril de 2012 às

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14 Subsistema Operativo, temos que o mesmo é composto por instituições que operam de modo a realizar a transferência de recursos entre poupador e tomador, em concordância com os preceitos estabelecidos pelo Subsistema de Supervisão.

Admite ainda a classificação em subsistema monetário e não monetário, onde o primeiro tem o poder de criar liquidez a partir da emissão de moeda dada por meio da multiplicação dos depósitos e; o subsistema não monetário, apenas realiza a intermediação dos recursos entre agentes econômicos superavitários e deficitários.

Para melhor visualização, a referida estrutura é ilustrada na tabela abaixo:

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15 2.2 Conselho Monetário Nacional

No que concerne ao Conselho Monetário Nacional (CMN) temos que este é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional. Vale ressaltar que o mesmo foi instituído pela, já citada anteriormente, Lei 4.595/64, de 31 de dezembro de 1964, a qual traz em seu art. 2° a extinção do Conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências.

Tal Conselho foi criado com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso econômico e social do país, com funções deliberativas, cujas normas são de observância obrigatória por todas as instituições do SFN. No decorrer dos anos foi alterado, sempre que necessário, objetivando atender as demandas econômico-financeiras postas ao país.

Nessa perspectiva, o CMN funciona como o conselho de política econômica do país, uma vez que o próprio é responsável pelo estabelecimento do conjunto de instruções da política monetária, creditícia e cambial, assumindo a incumbência de constituir a política da moeda e do crédito, no intuito de estabilizar a moeda e o desenvolvimento econômico e social brasileiro.

Atualmente, se subdivide em: Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários, os quais serão detalhados em tópicos específicos no discorrer desta pesquisa. Vale acrescentar que sua composição é: Ministro da Fazenda, como Presidente do Conselho; Ministro do Planejamento, responsável pelo orçamento e gestão e; Presidente do Banco Central do Brasil.

O CMN delibera através de resoluções e por maior parte dos votos, incumbindo ao seu presidente à prerrogativa de decidir, nos casos de urgência e relevante interesse, submeter a exame e aprovação dos demais membros, devendo, nesse caso, conferir a decisão ao colegiado, na primeira reunião posterior à prática do ato.

No que se refere aos objetivos do CMN, fundamentados em Ferreira (2005) podemos citar:

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• Regular o valor interno da moeda, por meio da prevenção e correção dos surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, das depressões econômicas e de outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais;

• Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamentos do país, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;

• Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, públicas ou privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do país, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional;

• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;

• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;

• Coordenar as políticas monetária e creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa.

No tocante as funções, dentre outras, Ferreira (2005) aponta enquanto privativas do CMN:

• Autorizar a emissão de papel-moeda;

• Aprovar os orçamentos monetários, que são preparados pelo Banco Central e por meio dos quais são estimadas as necessidades globais de moeda e crédito;

• Fixar diretrizes e normas da política cambial e, inclusive, compra e venda de ouro e quaisquer operações em moeda estrangeira;

• Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas;

• Estabelecer normas relativas à fiscalização, constituição e funcionamento das instituições financeiras;

• Estabelecer normas sobre a política de taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários;

• Disciplinar as operações de câmbio;

• Deliberar sobre a estrutura técnica e administrativa do Banco Central;

• Identificar as características gerais das cédulas e das moedas;

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• Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, imobilizações ou outras relações patrimoniais, a serem observadas pelas instituições financeiras;

• Delimitar o capital mínimo das instituições financeiras;

• Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras;

• Impor recolhimento de até 100% dos depósitos à vista e de até 60% do total dos demais depósitos e/ou títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal;

• Determinar os encaixes obrigatórios;

• Regulamentar as operações de redesconto e de empréstimo efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas ou privadas de natureza bancária;

• Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;

• Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no país as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem, nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejam estabelecer-se;

• Regular a utilização do crédito no mercado de valores mobiliários;

• Deliberar a política a ser observada na organização do mercado de valores mobiliários;

• Determinar as atividades da CVM que devam ser exercidas de forma coordenada com o Banco Central do Brasil;

• Definir os tipos de instituições financeiras que poderão exercer atividades no mercado de valores mobiliários, bem como as espécies de operações que poderão realizar e de serviços que poderão prestar nesse mercado;

2.2.1 Comissão de Valores Mobiliários - CVM

A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal, delegada à função de normatização e fiscalização do mercado de valores mobiliários emitidos por sociedades anônimas que celebrem, negociem, seus títulos com o público.

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18 o funcionamento hábil e regular das bolsas de valores, de mercadorias e de instituições auxiliares que operem nesses mercados, sempre levando em consideração o futuro financeiro do país.

Nesse sentido, temos que no tocante as suas funções prioritárias, destacam-se as de disciplina de mercado e fiscalização, sendo de competência, portanto a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado, bem como a negociação e a intermediação no mercado de valores mobiliários; a organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores e das bolsas de mercadorias e de futuros; a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; a auditoria de companhias abertas; e os serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Vale ressaltar outras atribuições não menos importantes, como: fixar limites máximos de preços e comissões cobradas pelos intermediários; fiscalizar companhias de capital aberto; suspender a negociação de valores mobiliários; decretar recesso das bolsas de valores; divulgar informações para orientar os participantes do mercado; efetuar o registro para negociação em bolsa de valores e no mercado de balcão; e expedir normas aplicáveis às companhias abertas.

Tais funções culminam com o alcance dos objetivos, isto é, assegura o funcionamento eficiente dos mercados, protegendo inclusive os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários, bem como previne modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado.

Podemos acrescentar ainda a função de estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários e incitar as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas, buscando a expansão e o bom funcionamento do mercado de ações, promovendo práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários.

2.2.2 Banco Central do Brasil - BACEN

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19 da criação do BACEN, as autoridades monetárias brasileiras eram a Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, o Banco do Brasil - BB e o Tesouro Nacional, que em conjunto, exerciam funções típicas de um Banco Central paralelamente ao desempenho de suas atribuições próprias.

A Lei Brasileira n° 4.595/64 de 31 de dezembro de 1964, em seu art. 8°, transformou a Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC em uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro na, já então, capital do país – Brasília/DF, designado de Banco Central da República do Brasil - atualmente, Banco Central do Brasil - com personalidade jurídica e patrimônio próprio.

A constituição de 1988 prevê em seu artigo 192, a elaboração de lei complementar do Sistema Financeiro Nacional, que deve substituir a lei nº 4.595/64, abrangendo vários e importantes aspectos da estruturação e atuação do Banco Central.

O BACEN é considerado o banco dos bancos em função de receber os depósitos compulsórios e reservas voluntárias dos bancos, bem como por garantir a liquidez do sistema bancário, por meio de operações de redesconto. Assume também o papel de gestor do Sistema Financeiro Nacional, uma vez que é de sua competência elaborar normas, nos limites fixados pelo CMN, permitir o funcionamento das instituições, fiscalizar as instituições financeiras e decretar intervenção.

O Banco Central é o principal executor da Política Monetária, responsável pelo controle dos meios de pagamento, assumindo inclusive a função de banco emissor, quando emite moeda. Admite ainda o posto de banqueiro do Governo, visto que é responsável pela administração da dívida pública interna e externa, por ser gestor e fiel depositário das reservas internacionais do País, por ser representante junto às instituições financeiras internacionais e por constituir-se recebedor de depósitos da União.

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20 existe representação em Curitiba/PR e Porto Alegre/RS e; na região Centro Oeste é a própria sede central de Brasília/DF.

Os resultados alcançados pelo Banco Central do Brasil são incorporados ao seu patrimônio. É de sua competência cumprir as funções que lhe são conferidas pela legislação vigente e executar as normas livradas pelo Conselho Monetário Nacional. Assim, temos que se constituem como funções do BACEN:

• Funções Executivas - quando apenas implementa as resoluções do Conselho Monetário Nacional;

• Funções de Controle ou Fiscalização - quando direta ou indiretamente controla o cumprimento dos dispositivos regulamentares;

• Funções Próprias - quando exerce funções que lhe foram atribuídas pela lei.

Tendo ainda uma gama de funções privativas. Compete, exclusivamente, ao Banco Central do Brasil:

• Emitir papel-moeda e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional;

• Executar os serviços do meio-circulante;

• Receber os recolhimentos compulsórios e também os depósitos voluntários das instituições financeiras;

• Realizar operações de redescontos e empréstimos a instituições financeiras bancárias;

• Exercer o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei;

• Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira;

• Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas;

• Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, bem como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e similares, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional;

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• Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam funcionar no País; instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; que possam praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadual e municipal, ações, debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento; e, por fim, que consigam alterar seus estatutos.

• Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais;

• Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo CMN;

• Entender-se, em nome do governo brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras;

• Promover, como agente do governo federal, a colocação de empréstimos internos e externos, podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços;

• Regular o mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo, para esse fim, comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior;

• Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo CMN;

• Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros documentos;

• Prover, sob controle do CMN, os serviços de secretaria do Conselho Monetário Nacional.

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22 O BACEN é o agente da sociedade na busca do equilíbrio do poder de compra da moeda nacional, viabilizando a proteção da poupança nacional e o fluxo de recursos do exterior, estimulando novos investimentos, bem como a elevação dos padrões de produção e consumo da sociedade brasileira, zelando pela apropriada liquidez da economia e mantendo as reservas internacionais do país em níveis regulares, gerando o aprimoramento do Sistema Financeiro Nacional.

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23

3. A EXPANSÃO DOS BANCOS E OS IMPACTOS NA ECONOMIA

BRASILEIRA.

Para analisarmos o crescimento do setor bancário brasileiro, faz-se necessário primeiramente conceituar banco, identificar quais os principais tipos existentes no Brasil, estabelecer um breve histórico acerca do desenvolvimento do Sistema Bancário Brasileiro e avaliar quais os impactos da expansão dos bancos para a economia do país.

Nessa perspectiva temos que um banco é uma instituição que está contida no Sistema Financeiro Nacional, onde é regulado pelo Banco Central do Brasil e que realiza as funções de gerar renda as economias e poupanças por meio do pagamento de juros, financiar o consumo e o investimento das pessoas e empresas através da arrecadação de poupança, bem como executar serviços de pagamentos e recebimentos também para seus clientes, pessoa física ou jurídica, e para tanto cobra tarifas.

3.1. Tipos de bancos

Acerca dos tipos de bancos temos que os principais são os de desenvolvimento, os comerciais, os de investimento e os múltiplos, os quais serão descritos neste subtópico. Ainda existem os chamados regionais e a caixa econômica. No Brasil, exemplos de bancos regionais são o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia, com funções semelhantes à do Banco Nacional do Desenvolvimento - BNDES, por isso não nos ateremos neste, visto que trataremos logo mais sobre os bancos de desenvolvimento.

Sobre caixa econômica, exemplificaremos com a Caixa Econômica Federal- CEF, são como os bancos comerciais, podem também receber depósitos à vista do público além dos depósitos em cadernetas de poupança. A grande diferença está na prioridade de atuação com financiamentos habitacionais e empréstimos em geral a particulares.

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24 longo prazo, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado.

As formas de captação são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico. Um banco de desenvolvimento é aquele que financia, normalmente a uma taxa de juros inferior à do mercado, projetos cuja finalidade é promover o desenvolvimento econômico de uma determinada região ou grupos de países.

Ainda sobre os Bancos de Desenvolvimento, sabemos que as operações ativas são empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenha sede, conforme a resolução de número 394, do Conselho Monetário Nacional, de 1976.

No que concerne aos Bancos Comerciais temos que estes podem ser de iniciativa pública ou privada, são classificados como instituições monetárias por terem o poder de criação de moeda escritural. Recebem depósitos à vista em contas de movimento, mas também trabalham com depósitos à prazo. Têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. Conforme a Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 2.099 de 1994, este tipo de banco deve ainda ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar apenas a expressão "Banco".

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25 oferecer uma série de serviços, como assessoria na realização de negócios em geral, projetos, dentre outros.

Os Bancos de Investimentos devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de Investimento", Conforme a Resolução do Conselho Monetário Nacional de número 2624 de 1999. No Banco de Investimento não tem contas correntes, as aplicações se originam em Certificados de Depósito Bancário - CDB e Recibos de Depósito Bancário - RDB captados através de repasses de recursos internos e externos pela venda de cotas de fundos de investimentos por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos.

Um banco de investimento é uma instituição que auxilia pessoas físicas ou jurídicas a alocar seu capital nos mais diversos tipos de investimento, como por exemplo, no mercado financeiro. O principal objetivo é aumentar o prazo das operações e financiamento para que às empresas tenham a chance de se reestruturar econômica e financeiramente.

Por fim, no que se refere aos Bancos Múltiplos, temos que estes, assim como os Comerciais, podem ser de natureza financeira pública ou privada e é regido pela mesma resolução que define que na sua designação social deve constar a expressão "Banco". Ou seja, pela Resolução do Conselho Monetário Nacional, número 2099 de 1994.

(28)

26 O Banco Múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Os bancos múltiplos de grande porte apresentam, normalmente, um leque bem diversificado de carteiras, o que de certa forma confirma a hipótese levantada inicialmente neste estudo, a qual traz que os bancos que realizam atividades plurais, executando inclusive, os serviços ditos não bancários, pois são os que fidelizam mais clientes e crescem mais em termos de lucratividade.

3.2 Sistema Bancário Brasileiro

O Sistema Bancário Brasileiro perpassou grandes mudanças nos últimos trinta anos, especialmente em de meados anos 90, quando o Plano Real, ao alcançar êxito na estabilização da economia, conferiu um intenso processo de adequação aos bancos instalados no país.

O Plano Real foi responsável por profundas transformações no Sistema Bancário Brasileiro, sendo estas comparáveis, em termos de importância, às mudanças provocadas pela reestruturação dos anos 60. Este Plano comprometeu o funcionamento dos bancos no Brasil, que se viram impelidos a um célere empenho de reorganização estratégica de suas operações.

Inicialmente, os bancos tiveram que habituar-se a escassez das receitas inflacionárias, que historicamente se posicionavam em um patamar em torno de 2% do PIB, chegando a atingir 4% entre 1990 e 1993. Já em 1995, um ano após o lançamento do plano de estabilização, estas receitas foram reduzidas para 0,1% do Produto Interno Bruto - PIB, de acordo com Molina (2005).

Entretanto, a perda de receitas oriundas da inflação não concebeu uma queda muito relevante na lucratividade dos bancos. Isto se deve ao fato de que houve substituição das receitas inflacionárias por receitas de serviços bancários, o que implicou em um acentuado empenho dos bancos em adequar suas atividades ao panorama contemporâneo.

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27 1994 e 1997. Com isso, os bancos viram seus fantásticos ganhos de floating desaparecerem, o que levou a uma mudança de estratégia operacional em todo o setor, na qual os ganhos gerados pela inflação deveriam ser rapidamente substituídos por receitas advindas de serviços prestados pelos bancos, colocando os clientes como fator decisivo para a garantia da rentabilidade das instituições financeiras. (MOLINA; 2005).

Diante dessa perspectiva, os bancos que captavam uma boa carteira de clientes conseguiram perpassar a etapa pós-estabilização sem maiores dificuldades. Outros bancos não conseguiram manter sua saúde financeira sem os ganhos inflacionários, devido a uma carteira de clientes pouco diversificada e pouco rentável, e principalmente, devido à insolvência de uma parcela expressiva de seus devedores.

Nesse contexto de estabilidade econômica, o governo promoveu a abertura do mercado financeiro local aos bancos estrangeiros, isto se deveu também a queda das taxas de inflação, as políticas de estabilização econômica implantadas no Plano Real e ao processo de reestruturação do setor financeiro nacional (que incluía a privatização dos bancos estaduais e o saneamento dos bancos privados).

A partir do final dos anos 90 as mudanças ocorridas no setor bancário brasileiro passaram a ser conduzidas com mais frequência pelo mercado, devido à maior abertura do setor bancário à competição internacional e aos desenvolvimentos tecnológicos, com impulso sobre o processamento das informações e os canais alternativos de serviços (terminais de autoatendimento, internet, banco eletrônico, etc.).

Com a chegada dos bancos estrangeiros no mercado nacional iniciou-se uma gama de fusões, incorporações e aquisições nunca vista na história do país. Esses tipos de acordo abrangeram não somente bancos vindos de fora, pois além deles foram registradas compras entre os bancos nacionais.

3.3 Desenvolvimento Econômico e os Bancos

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28 Fator determinante para a expansão dos bancos na contemporaneidade é a oferta de crédito, embora entendendo que a mesma também ofereça risco, pois supondo uma situação em que vários clientes solicitam empréstimo bancário e estes não efetuem o pagamento estipulado, isso culmina em um déficit para o banco. Em contrapartida se estes pagarem os valores acordados em dia, o banco lucra através dos juros embutidos, bem como através de multas quando atrasarem a prestação.

Nesse sentido, temos que estas operações de oferta de crédito tanto refletem nos lucros e expansão dos bancos, quanto impactam no desenvolvimento econômico do país. Levando sempre em consideração que estas perturbações podem ser positivas ou negativas. A implicação que o setor bancário exerce um aumento da produtividade, na acumulação de capital, na taxa de poupança privada e no crescimento em geral, acelera a ampliação do fator de produtividade total, com repercussões positivas no crescimento econômico em longo prazo.

Contudo, se considerarmos o nível macroeconômico, estas instituições têm se mostrado ineficientes, seja na esfera de sua contribuição para o financiamento do desenvolvimento, seja no que cabe à integração de parcela importante da população ao mercado de crédito e de serviços financeiros.

Acerca da relação entre setor bancário e crescimento econômico, temos que, partindo de países com baixa renda para países com alta renda per capita, os bancos em geral e outras instituições financeiras crescem em importância, enquanto que o desempenho do Banco Central em destinar recursos, diminui. Observa-se ainda que, à medida que a renda cresce, o sistema financeiro aloca mais crédito para o setor privado. O desenvolvimento do setor bancário é medido como a razão entre crédito bancário a empresas e o crescimento econômico através do PIB. Contudo, não podemos desconsiderar o problema de pouca oferta de crédito privado, decorrente de elevadas taxas de juros e da restrição de crédito, já que a principal opção dos bancos é a compra de títulos públicos.

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29 um dos fatores fundamentais para o crescimento econômico. Nesse sentido entendemos que para aumentar o ritmo de acumulação do capital e acelerar o crescimento econômico faz-se necessário uma diminuição no custo das concessões de crédito.

Ao compararmos o Brasil com outros países, notamos uma discrepância no que tange a oferta de crédito. Conforme dados do Banco Mundial (2002) o volume de crédito ao setor privado representava 35% do PIB brasileiro, enquanto no Japão, um país com alto índice de desenvolvimento, a taxa era de 175% do PIB; mesmo comparado ao Chile, país com crescimento econômico semelhante ao do Brasil, à taxa de oferta de crédito corresponde a 68% do PIB. Diante desse quadro, temos que a disponibilidade de crédito no Brasil ainda está aquém para um país com suas proporções.

Ainda segundo os dados do Banco Mundial (2002) no tocante a cobrança de juros pelos empréstimos concedidos no país, o Brasil está entre os que cobram a maior taxa de juros e multas nos parâmetros mundiais. A taxa básica de juros real deduzida à inflação é aproximadamente de 9,5% ao ano. Abaixo apenas da Turquia, onde o custo do dinheiro está na casa dos 11,6% anuais. Se tomarmos a China como exemplo, país cuja economia é campeã em crescimento, a taxa real é negativa em 0,7%, contudo na China não existe Previdência Social que torna a poupança um investimento quase que obrigatório, assim devido aos grandes bancos chineses serem estatais o governo consegue redirecionar a oferta de crédito para área desejada.

Os bancos brasileiros são muito hábeis nas áreas de onde extraem maior lucro, como a atração de capital ou gestão de recursos de terceiros. Assim, temos que, apesar de tão avançados e rentáveis, os bancos brasileiros são avaliados como ineficientes quando o assunto é crédito. Isto se deve aos elevados custos administrativos e de pessoal em relação à carteira de empréstimos.

Em suma, temos que o sistema financeiro brasileiro oferta um limitado volume de crédito como proporção do Produto Interno Bruto e ainda cobra taxas recorde de intermediação financeira, configurada como o spread.

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30 investidores que depositam seu dinheiro em aplicações, basicamente trata-se da diferença entre o preço de compra (procura) e venda (oferta) de uma ação, título ou transação monetária.

Quantitativamente, podemos exemplificar o spread através da simulação de uma aplicação na bolsa de valores, assim, se comprarmos uma ação na bolsa de valores a 0,50 centavos e a vendermos a 2,00 reais, temos um spread de R$ 1,50, essa diferença é tida como mais-valia e se traduz em parte do lucro obtido pelos corretores de títulos.

Nessa perspectiva, fica entendido que quanto maior o spread bancário, maior é o lucro que os bancos têm nas operações de crédito. O spread bancário brasileiro está entre os mais altos do mundo, no entanto, é criticado pelo próprio governo, por economistas independentes, líderes sindicais e diversos empresários, pois em suas opiniões este dinheiro poderia estar movimentando a economia, mas na verdade está sendo absorvido somente pelos bancos.

Aproximadamente um terço (1/3) do total do spread bancário é lucro. Embora tenha havido uma queda na taxa de juros em meados de 1999, o spread bancário no Brasil ainda se sustentou em patamares elevadíssimos em termos internacionais, com cerca de 40% nos anos 2000 - enquanto que no mesmo período era de aproximadamente 12% no México, 3% na Argentina, 6% no Chile, 3% nos EUA e 3% na Zona do Euro.

As altas taxas de juros dos empréstimos vigentes no país elucidam, pelo menos em parte, a alta rentabilidade dos grandes bancos varejistas. Alguns estudos, inclusive, apontam que o spread bancário elevado estaria implicando em uma oligopolização no setor, mas não há nenhuma comprovação disso, nenhuma conclusão sólida em relação a esta hipótese.

A avaliação da Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN traz que a parcela dos depósitos bancários recolhidos compulsoriamente pelo Banco Central é bastante elevada, e estima ser abusiva a tributação sobre as operações de crédito, sem mencionar o grande volume de créditos direcionados.

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31 isso, haveria cada vez menos dinheiro disponível para empréstimos e a um custo crescente.

Para melhor explicarmos sobre a cobrança exorbitante das taxas de juros, nos valemos da fala do atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando o mesmo menciona que:

A taxa de captação é de, no máximo, 9,75% ao ano. [Os bancos] Estão captando a 9,75% e emprestando a 30%, 40%, 50% ou 80% ao ano, dependendo da linha de crédito. Essa situação não se justifica. (GUIDO MANTEGA, 2012)

No entanto, na visão do presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABRAN), Murilo Portugal, temos que este acredita que para que os bancos possam diminuir o spread, faz-se necessário minimizar custos, o que inclui uma redução do depósito compulsório, da tributação, além da regulamentação do cadastro positivo (um cadastro de "bons pagadores") e da permissão de que outros tipos de garantias possam ser dadas pelos tomadores de empréstimos como por exemplo: os depósitos nos planos de previdência complementar.

Contudo, novamente nos fundamentando em Mantega (2012), temos que o argumento da FEBRABRAN é um tanto quanto falho, pois mesmo mantendo-se inalterados, o nível de depósito compulsório, a tributação e a taxa de inadimplência, é possível que os bancos brasileiros deixem de ser os campeões de spread do mundo e reduzam também a taxa de juros de suas linhas de crédito, tendo em vista que o aumento da oferta de crédito pode implicar positivamente no desenvolvimento da economia do país. Afinal,

No ano passado (2011), os bancos brasileiros estiveram entre os mais lucrativos do mundo (...) Se os bancos são tão lucrativos, e isto está nos dados, eles têm margem para reduzir a taxa de juros e aumentar o volume do crédito. (GUIDO MANTEGA, 2012)

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32 financeiro brasileiro, mesmo com a entrada de bancos estrangeiros no mercado nacional, a melhoria do controle oficial e até mesmo após a privatização de bancos públicos, não foram suficientes para alterar o quadro de crédito caro e escasso citado anteriormente.

A falta de crédito e os elevados juros têm como principais vilões os bancos privados, pois os mesmos cada vez mais acumulam receitas, que ficam ainda mais evidentes se comparados aos bancos privados em países mais desenvolvidos. Porém existem outros culpados para tais problemas, e um deles é o governo que devido as suas grandes despesas precisa vender títulos federais pagando elevados juros, que é usado como base das taxas cobradas pelos bancos. "O governo é o principal tomador de recursos no Brasil. É ele que retém a maior parte do crédito disponível", afirma Gabriel Jorge Ferreira,presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e ex-presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABRAN). "

Mesmo este trabalho tendo como recorte temporal o período compreendido entre os anos de 2000 a 2010, vale ressaltar uma medida anunciada recentemente para estimular a redução dos juros bancários no país. O governo anunciou, em abril de 2012, que os dois principais bancos públicos brasileiros, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, deverão reduzir as taxas de juros de suas principais linhas de crédito, inclusive no que se refere ao financiamento habitacional.

Acerca da intermediação financeira temos que ela atua na captação de poupança dos agentes superavitários para repassar aos investidores que necessitam desse capital, e é concretizada por instituições financeiras, como os bancos. Tais instituições se tornam ativas em relação ao processo de investimento, por atuarem como fornecedores de crédito. Essa prática é considerada como a base da economia contemporânea.

Um sistema financeiro competente é fundamental para o crescimento da economia. Tendo como base que os intermediários financeiros executam uma série de atividades que acarretam em uma transação mais eficiente entre os investidores e os poupadores.

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33 é simples, principalmente nos países em desenvolvimento, por consequência de condições diversas que estão relacionados como fatores variados que podem ser concernentes as particularidades econômicas ou até mesmo características socioculturais.

A repressão financeira é exercida através de três vetores principais, a saber: programas de afetação de crédito; elevados níveis de reservas obrigatórias e; controle das taxas de juros que podem acarretar num efeito trágico sobre o Sistema Financeiro que se consolida (embora variando de país para país) na retração da captação de poupanças, na diminuição das receitas disponíveis para os investidores e numa escolha menos eficaz dos projetos para financiar, que culmina em um maior relaxamento dos mutuários na quitação dos empréstimos. Instrumento essencial utilizado pelos governos na estratégia de desenvolvimento é o controle do sistema financeiro.

A liberalização poderá acarretar múltiplos benefícios desde que seja protegido um conjunto de fatores dos quais se sobressaem: o pré-requisito da estabilidade macroeconômica; o fortalecimento institucional do sistema financeiro e; a necessidade de certo gradualismo nas reformas.

As dificuldades sentidas por diversos agentes econômicos no acesso ao crédito formal – devido ao pequeno desenvolvimento deste, à falta de garantias dadas às instituições que concedem os empréstimos, à falta de informação ou ainda como consequência da política econômica seguida, é por demais evidente nos países em vias de desenvolvimento.

(36)

34

4. O DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES NÃO BANCÁRIAS E

A LUCRATIVIDADE DOS BANCOS.

4.1 Pluralidade das Operações Bancárias

Para atender as demandas crescentes do mercado financeiro na contemporaneidade, os bancos passaram a exercer múltiplas funções, no intuito de aumentar sua carteira de clientes e, consequentemente sua lucratividade, passando assim a desenvolver diversas atividades ditas não bancárias.

4.1.1 Atividades não bancárias

O desenvolvimento de operações não bancárias tem seu grande marco nos anos 80, visto que a partir de tal data os bancos passam a incluir esses serviços de maneira concorrencial. Nesse sentido, temos que tais atividades incluem, dentre outras: “trusts” (custódia, administração de bens), fundos mútuos, seguros em geral, gestão de ativos, linhas de crédito, serviços de corretagem de imóveis, venda de moeda estrangeira.

Atualmente, estima-se que cinco em cada dez bancos abrangem em seu pacote de operações, as principais atividades financeiras diversificadas supracitadas. Os clientes exigem uma gama de serviços, porque é mais conveniente e seguro para acessá-los através dos bancos. Assim, alguns bancos podem ser capazes de estabelecer uma vantagem competitiva e lucrar oferecendo esses serviços.

Conforme dito anteriormente, a celeridade do crescimento dessas atividades, classificadas como fora do balanço de negócios dos grandes bancos globais, aumentou significativamente em meados dos anos 80, no período pós ditadura o qual o país tentava se reorganizar sócio-político-economicamente.

(37)

35 Acrescentamos ainda que o marco dos anos 80, deu-se também, em grande parte, devido à expansão dos mercados de derivativos e securitização, os quais serão melhor explicados nos subtópicos a seguir.

4.1.2 Derivativos

De maneira breve, podemos explicar um derivativo como sendo “instrumentos financeiros cujo preço de mercado deriva do preço de mercado de um bem ou de outro

instrumento financeiro" (SANTOS; 1998). Ou seja, é a operação em que o valor das

transações deriva do comportamento futuro de outros mercados, como de ações, câmbio ou juros.Existem derivativos com diferentes finalidades, os principais são os de hedge, alavancagem, especulação e arbitragem.

Hedge assemelha-se a um seguro de preço, assumindo o objetivo de proteger o participante do mercado físico de um bem ou ativo contra variações adversas de taxas, moedas ou preços; Alavancagem concerne aos derivativos que têm grande poder de elevar, já que a negociação com esses instrumentos exige menos capital do que a compra do ativo à vista, assim, ao adicionar posições de derivativos a seus investimentos, você pode aumentar a rentabilidade total deles a um custo menor; Especulação se refere a tomada de uma posição no mercado futuro ou de opções sem uma posição correspondente no mercado à vista. Nesse caso, o objetivo é operar a tendência de preços do mercado; por fim, a Arbitragem denota tirar proveito da diferença de preços de um mesmo produto negociado em mercados diferentes. O objetivo é aproveitar as discrepâncias no processo de formação de preços dos diversos ativos e mercadorias e entre vencimentos.

Seu crescimento tem se dado com bastante celeridade. Alguns desses derivativos são negociados em bolsas organizadas que garantem o contrato entre as duas partes. Conforme Shelagh Heffernan (2005) eles aumentaram 13 vezes entre 1980 e 2000, a uma taxa média anual de 29,4%, embora a taxa de crescimento tenha caído para cerca de 10% ao por ano do novo século.

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36 2002, atestando o rápido crescimento no mercado de balcão. Isto é, em 1988, o tamanho da bolsa comercializado e mercados de balcão eram aproximadamente o mesmo.

A grande expansão dos derivativos está ligada ao crescimento dos investidores bancários e outros mercados financeiros expostos às oscilações do mercado monetário. Dessa forma os derivativos atuam como instrumentos contingentes que permitem que o banqueiro ou investidor se proteja contra alguns dos riscos financeiros.

Devido a essa propriedade de proteger contra riscos financeiros, os derivativos são uma parte importante dos bancos no que tange as técnicas de gestão de risco. Outra função vital é que esses contratos podem também ajudar o banco a cumprir as normas de capital e evitar impostos regulatórios. Um banco pode também aconselhar clientes sobre o uso de derivados para cobrir riscos na sua carteira de serviços.

4.1.3 Securitização

A securitização é uma prática financeira que consiste em agrupar vários tipos de ativos financeiros (notadamente títulos de crédito tais como faturas emitidas e ainda não pagas, dívidas referentes a empréstimos e outros, convertendo-os em títulos padronizados negociáveis no mercado de capitais.

A securitização é a monetização à vista de recebíveis futuros através da emissão de um título representativo destes mesmos direitos creditórios e respectiva venda do mesmo no mercado de capitais. O resultado da securitização de operações de financiamento é o aspecto importante desta combinação de operações bancárias tradicionais com operações de mercado de capitais. Esses títulos são, portanto, caracterizados por um compromisso de pagamento futuro, de principal e juros, a partir de um fluxo de caixa proveniente da carteira de ativos selecionados.

(39)

37 A securitização é utilizada pelo sistema financeiro para obtenção de fundos e divisão de riscos. É uma forma de transformar ativos relativamente não líquidos em títulos mobiliários líquidos, transferindo os riscos associados a eles para os investidores que os compram.

Essa prática se aplica tanto a empresas como a estados. No início dos anos 1990, o governo brasileiro deu início a um processo de reestruturação da dívida pública através de securitização. A proposta do Plano Brady, consistia na troca dos empréstimos anteriores por novos títulos, que poderiam ser negociados posteriormente no mercado, com alongamento dos prazos e redução do serviço da dívida. Assim, débitos oriundos de dívidas assumidas pelos estados e por empresas estatais brasileiras foram repactuados e transformados em títulos públicos emitidos para os credores originais.

Este novo conceito operacional estava até então restrito às empresas não financeiras e vinha sendo utilizado pelas empresas exportadoras e pelas empresas comerciais, com base em normativos próprios editados pelo Banco Central, quem em 1998 lançou a resolução 2493 onde o mesmo passa a regulamentar e autorizar que instituições financeiras pudessem atuar com a securituzação.

No que se refere ao crescimento da securitização também tem sido muito rápida, devido à participação dos bancos nessas emissões de títulos. O processo envolve os seguintes passos: origem, localizando o cliente, geralmente através do banco; análise de crédito, estimando a probabilidade de o mutuário potencial pagar o empréstimo; manutenção de empréstimo, garantindo que a dívida e os juros são pagos a tempo pelo calendário acordado, ou seja, fazer cumprir o contrato de empréstimo.

4.2 Análise da Lucratividade dos cinco maiores bancos brasileiros.

Apresentaremos neste tópico dados relevantes acerca da lucratividade dos cinco maiores bancos brasileiros, os quais são respectivamente: Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santader, Caixa Econômica Federal. Acrescentamos que a análise de lucro é realizada a nível nacional e que o recorte temporal concerne ao período compreendido entre 2000 e 2010, para subsidiar uma análise mais fidedigna ao tema proposto.

(40)

38 um conhecimento mais aprofundado e atualizado do assunto em foco. Aqui já traremos dados estatísticos e a pesquisa de campo realizada, a fim de constatar ou não as hipóteses levantadas inicialmente.

A pesquisa ora apresentada caracteriza-se, essencialmente, por ser um estudo quantitativo descritivo, que segundo RAUEN (2002) “Consiste na solicitação de informações a um grupo estatisticamente significativo de pessoas sobre um problema estudado,

para posterior análise quantitativa e/ou qualitativa”, permitindo que a realização de ricos

levantamentos de dados influencie diretamente nas interpretações de resultados.

No intuito de estabelecer uma relação entre empiria e teoria, procuramos respaldar essa discussão por meio da realização de questionamentos acerca do assunto, através da utilização de técnicas de cunho também qualitativo, com a realização de entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários, o qual segue como apêndice deste trabalho.

Segundo MINAYO (1994):

A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Sem dúvida, para compreender um dado é preciso olhá-lo de perto, observar as sutilezas postas e perceber como elas se ligam a determinantes sócio-político-econômicos. Minayo (1994) ao tratar de uma pesquisa de cunho misto afirma que estas constituem um “Fenômeno de aproximações sucessivas da realidade, fazendo uma

combinação particular entre teoria e dados”, uma vez que, a utilização de dados

qualitativos não inviabiliza a pesquisa quantitativa, mas sim, a enriquece e a torna, muitas vezes, mais esclarecedora.

Nesse sentido, o grupo estudado - questionado acerca do assunto em foco - constará de cinco pessoas, as quais são bancários (as) de agências, situadas em Fortaleza, dos cinco maiores bancos do Brasil, já citados anteriormente.

(41)

39 gráficos, os quais serão intercalados com a visão do entrevistado correspondente ao banco citado, preservando as identidades dos respondentes, utilizando apenas as iniciais de seus nomes.

Importante informar que as perguntas contidas no questionário (o qual segue nos apêndices deste trabalho) se referem ao que o respondente entende por serviço bancário e não bancário, se a execução destes últimos aumenta a carteira de clientes e os fideliza, bem como se aumentam o lucro dos bancos; tudo na visão do entrevistado, com a finalidade de constatar ou não as hipóteses levantadas inicialmente, levando sempre em consideração o recorte temporal dado dos anos 2000 a 2010.

Os dados foram retirados de uma pesquisa realizada por Eduardo Baltazar Diniz em 2011, acerca dos bancos em âmbito nacional, disponível no site: http://www.advivo.com.br/blog/eduardo-diniz/o-lucro-do-bancos-nos-ultimos-dez-anos, acesso em 13 de maio de 2012. Nesse sentido, as tabelas e os gráficos, a seguir, foram criados para fins deste trabalho, mas fundamentados nos dados contidos na referência do site supracitado.

TABELA 1: LUCRO DOS 5 MAIORES BANCOS BRASILEIROS (em bilhões)

Bancos \ Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Itaú 1,841 2,389 2,377 3,152 3,776 5,251 4,300 8,474 10,000 10,067 13,323 64,950 Bradesco 1,740 2,170 2,022 2,306 3,060 5,514 5,050 8,010 7,620 8,012 10,022 55,526 Banco do Brasil 0,974 1,082 2,028 2,381 3,024 4,154 6,044 5,058 8,800 10,148 11,703 55,396 Santander -2,085 1,089 2,818 1,746 1,750 1,643 1,260 1,860 1,581 5,508 3,863 21,033 Caixa 0,372 -4,687 1,081 1,616 1,149 2,070 2,390 2,500 3,888 3,000 3,764 17,143 Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/eduardo-diniz/o-lucro-do-bancos-nos-ultimos-dez-anos.

Tabela: criação do pesquisador para fins da pesquisa ora realizada.

Na tabela acima, podemos perceber que os lucros dos três primeiros bancos são consideravelmente maiores que os demais, bem como pode ser observado também que foi sempre crescente, a cada ano. Sendo o Itaú o líder do ranking em quase todos os anos analisados individualmente, não assumindo o topo apenas nos anos de 2005 – onde quem assume a liderança é o Bradesco e; 2006 e 2009, quando o Banco do Brasil, torna-se o mais lucrativo.

(42)

40 mas ainda se mantendo positivos, sobe novamente em 2009 e cai em 2010. Contudo, mesmo com tal variação, seu lucro total o coloca na quarta posição da tabela.

Acerca da Caixa Econômica Federal, como explanado no capítulo anterior, são como os bancos comerciais, podem também receber depósitos à vista do público além dos depósitos em cadernetas de poupança, mas de fato a grande prioridade de atuação reportar-se aos financiamentos habitacionais e empréstimos em geral a particulares. Mesmo assim, vem ocupando a 5ª posição no ranking dos lucros bancários.

Mesmo não mostrando, os bancos Unibanco e Banco Real na tabela de lucratividade aqui apresentada, é importante destacar que estes vinham em processo gradual de crescimento econômico até 2008, data em que o primeiro realizou fusão com Itaú e o segundo foi comprado pelo Santader. O que, inclusive, justifica a elevação dos lucros de todos estes a partir de 2008, quando, por exemplo o Santader saltou de um lucro de 1,581 bilhões em 2008 e 5,508 bilhões em 2009 após a compra do Banco Real2. Diante do exposto, faremos aqui uma análise mais detalhada destes lucros, na respectiva ordem de classificação e, intercalaremos os gráficos com citações das respostas dadas pelos entrevistados de cada um dos bancos pesquisados – conforme explanado anteriormente - no sentido de enriquecer este estudo e contribuir para futuras análises acerca da temática ora abordada, trazendo visões de pessoas intrinsecas aos serviços não bancários ofertados por estes bancos. Assim, os gráficos a seguir são para melhor compreensão dos dados analisados anteriormente.

Nessa perspectiva, iniciemos pelo Banco Itaú, temos que a média dos lucros na década analisada acima, o coloca em primeiro lugar geral no ranking dos bancos brasileiros – conforme na tabela apresentada anteriormente. Se estudado individualmente ano a ano, haverão poucos os quais não lidera e, mesmo nestes a diferença para o banco que fica em primeiro lugar é pouco significativa. Contudo, percebe-se que a concorrência é bastante acirrada, especialmente entre os três primeiros, onde observamos que crescrem sempre proporcionalmente, implicando em uma equivalência em termos de lucro.

2 Estes dados também foram retirados de uma pesquisa realizada por Eduardo Baltazar Diniz em 2011,

(43)

41 Assim, o Itaú admite a seguinte vizualização:

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/eduardo-diniz/o-lucro-do-bancos-nos-ultimos-dez-anos. Gráfico: criação do pesquisador para fins da pesquisa ora realizada.

O gráfico traduz bem a análise feita anteriormente acerca do Itaú. Sua lucratividade é bastante equilibrada, quase sempre crescente, com um leve decréscimo apenas em 2006 e com um salto nos últimos anos, após a realização da fusão com o Unibanco no ano de 2008 – ano que atingiu uma diferença relevante com relação aos demais bancos, perdurando praticamente o mesmo lucro em 2009 e aumentando signficativamente em 2010, voltando a abrir grande vantagem.

Conforme dito anteriormente, neste espaço introduziremos as respostas dadas ao questionário elaborado para fins desta pesquisa - o qual segue como apêndice, assim, ao analisarmos os dados de cada banco, também explanaremos as interpretações dos respondentes de cada banco.

Nesse sentido, a funcionária do Itaú que foi entrevistada, ao responder a primeira pergunta, a qual indaga sobre o conceito de banco, a mesma definiu da seguinte maneira:

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TABELA 1: LUCRO DOS 5 MAIORES BANCOS BRASILEIROS (em bilhões)

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