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Viva Idade: Uma Proposta de Atividades Físicas e Lazer Para Idosos

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Academic year: 2021

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Viva Idade: Uma Proposta de Atividades Físicas e Lazer Para Idosos

Cristiane Pereira de Oliveira

Estudante de Economia Doméstica e Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Extensão da Universidade Federal de Viçosa. End. Av. Ph Rolfs, Campus Universitário, Alojamento novo, apt°532 Viçosa – MG CEP: 36570-000, e-mail: crist22po@hotmail.com

Natanael Teixeira Alves de Sousa

Graduando em Fisioterapia pela Faculdade de Minas - FAMINAS, End. Rua Carlos Pinto N°

70 apt° 103, centro, viçosa - MG, CEP: 36570-000, e-mail: natanasousa@hotmail.com

Ivani Soleira Gomes

Mestranda em Economia Doméstica Coordenadora do Projeto de Extensão Viva Idade: uma proposta de lazer para Idosos.Universidade Federal de Viçosa End: Av Ph Rolfs, Campus

Universitário, Divisão de Extensão, sala 102. Viçosa – MG, CEP: 36570-000, e-mail: isoleira@ufv.br

Eveline Torres Pereira

Professora Doutora do Departamento de Educação Física, coordenadora do Projeto de Extensão Viva Idade: O Envelhecimento e as Instituições Asilares sobre a Perspectiva do Lazer e da Saúde. Universidade Federal de Viçosa End: Av Ph Rolfs, Campus Universitário,

Divisão de Extensão, sala 102. Viçosa – MG CEP: 36570-000, e-mail:etorres@ufv.br

Apresentação

Atualmente, no Brasil, os idosos representam cerca de 10% da população geral. O censo de 2000 informou que, dos 169,5 milhões de brasileiros, 15,5 milhões têm 60 anos ou mais, sendo que projeções apontam um crescimento desse grupo populacional para 18 milhões até 2010 e 25 milhões até 2025.

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Assim o estudo teve como objetivo desenvolver um trabalho na perspectiva do Lazer e da Atividade física de forma a possibilitar aos idosos, uma melhoria na autonomia e qualidade de vida, através, principalmente de ações ligadas as Atividades de Vida Diária (AVD’s), promover atividades e exercícios físicos diários que desenvolvam os níveis biológicos e psicológicos dos idosos como coordenação, força, equilíbrio, maior independência pessoal, capacidade individual e coletiva.

Referencial teórico

O processo de transição demográfica que hoje o Brasil atravessa em ritmo acelerado se associou, em diversos países, ao aumento da demanda por instituições de longa permanência.

Com esse crescimento, a uma preocupação em relação à capacidade funcional que vem surgindo como novo destaque para a estimativa da saúde desse segmento etário. Esse aumento gera maior probabilidade de ocorrência de doenças crônicas e, com isso, o desenvolvimento de incapacidades associadas ao envelhecimento (MARTINS et al, 2008).

Quando a capacidade funcional começa a se deteriorar é que os problemas começam a surgir. O conceito está intimamente ligado à manutenção da autonomia, dependência e a transferência do idoso para uma instituição, caso não seja possível mobilizar recursos financeiros e familiares para cuidar do idoso em sua própria casa (MARTINS et al, 2008).

As pessoas admitidas num asilo se tornam membro de uma nova comunidade.

Geralmente vivenciam uma radical ruptura de seus vínculos relacionais afetivos.

Independentemente da qualidade da instituição, ocorre normalmente o afastamento da vida

“normal” (OLIVEIRA et al, 2006).

Além da maioria dos asilos públicos não possuírem um numero de profissionais qualificados para a prestação dos serviços, não a espaços suficientes para as realizações de atividades recreativas, entre outras, para garantir o bem estar e uma boa qualidade de vida aos idosos (OLIVEIRA et al, 2006).

Assim o idoso permanece sem privilégio de se beneficiar de uma maior qualidade de vida e bem estar possíveis pelo atual conhecimento de que dispomos. Uma vez que se dá atenção à qualidade de vida e bem-estar do idoso, há maior probabilidade de se evitar doenças psicológicas e fisiológicas (VERAS, 1994).

Acredita também que, ao se favorecer a prática de lazer e atividade física ao idoso, pode-se, igualmente, ajudar a mudar o seu estilo de vida, muitas vezes inativo e sedentário.

Por isso, propõe-se evidenciar a importância da atividade física e do lazer no processo de

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envelhecimento como meio de promoção de uma vida ativa e conseqüente melhora da qualidade de vida (MAZO et al, 2005).

Medeiros (1994) relata que nossa espécie deveria viver em média 150 anos, segundo o relógio biológico. Pondera, no entanto, que para sobreviver o homem não depende apenas da carga genética e sim de todo um meio ambiente. Portanto, não se investe mais em pesquisar formas para prolongar a vida, mais sim, melhorar a qualidade de vida, pois, esta passou a ser preocupação primordial.

Metodologia

O presente estudo vem sendo desenvolvido no asilo com a implementação de atividades de lazer e atividades físicas. É importante ressaltar que todo o trabalho é desenvolvido de forma a estimular a participação dos idosos, não havendo preocupação com o produto final (estético) da atividade, pois são respeitados os limites e comprometimentos de cada um.

Área de estudo

No período entre novembro de 2007 e junho de 2008 foi realizado o projeto Viva Idade: Uma perspectiva de atividades físicas e de lazer para idosos.

A pesquisa foi realizada com idosos moradores da instituição Associação Beneficente de Amparo aos Idosos - ABAI, no município de Guaraciaba, Minas Gerais, a associação é de caráter filantrópico.

População e amostra

O trabalho foi realizado com os 28 moradores da ABAI, em idade que varia entre 43 a 92 anos, sendo dezesseis do sexo feminino e doze do sexo masculino, o que representa 57,14% e 42,85%, respectivamente. E a exemplo do que acontece em outras instituições beneficentes, o asilo também acolhe pessoas que não são consideradas idosas, mas portadoras de necessidades especiais.

Coleta de dados

Para realizar a coleta de dados foi utilizado um questionário de auto-avaliação da capacidade funcional, com a escala proposta por Andreotti e Okuma, (1999) para avaliar a auto-percepção de desempenho de atividades da vida diária dos idosos. Esta escala é

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constituída de quarenta itens. 40. Ao lado de cada atividade citada, havia uma lacuna onde eles deveriam responder como realizam seguindo a seguinte classificação:

A - Não consigo realizar esta atividade.

B - Realizo esta atividade só com ajuda de outra pessoa.

C - Realizo esta atividade sozinha, mas com muita dificuldade.

D - Realizo esta atividade sozinha, mas com um pouco de dificuldade.

E - Realizo esta atividade sozinha e com facilidade

O questionário foi aplicado através de abordagem direta com os idosos

No próprio asilo, após obtenção do consentimento dos mesmos. E foi aplicado no inicio do projeto em novembro de 2007 e ao seu término em junho de 2008.

Resultados e discussões

Alguns aspectos são relevantes para caracterizar os idosos da instituição pesquisada.

Nesse sentido, 57,14% dos pesquisados, na instituição ABAI, são do sexo feminino, tais resultados confirmam a tendência nos estudos relacionados com os idosos, pois a participação masculina raramente ultrapassa os 20%, parecendo ser, no Brasil, uma experiência essencialmente feminina. Ressalta-se, ainda, que, no Brasil, o número absoluto de mulheres idosas tem sido superior quando confrontado com o de homens de 65 anos ou mais. Isso pode acontecer pela existência da mortalidade diferencial de sexo, que prevalece, há longas datas, na população brasileira (BERQUÓ, 1996).

Quanto à faixa etária, 39,28% da instituição têm mais de 80 anos. Estudos relatam que a faixa etária representa ponto importante na população idosa, pelo maior risco em adoecer e apresentar maior grau de dependência, quanto mais avançada ela se apresenta (MARIN, 2002).

No que se refere ao lazer, 46,42% dos idosos da instituição participam de atividades de lazer, porém 53,57% dos idosos são totalmente sedentários.

Os idosos vêem as atividades do projeto como uma possibilidade da vivência de seu tempo disponível, visto que a instituição não oferece atividades lúdicas ou mesmo laborais, uma vez que esta se preocupa em atender necessidades básicas para manutenção da vida (alimentação, higiene, saúde, etc.).

Além disso, os idosos manifestam interesse por aprender coisas novas, pois estas se mostram motivantes e leva-os a tentar superar seus limites, mostrando que são capazes de realizar as diversas atividades propostas, promovendo o bem-estar deles, o que vem a

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confirmar as constatações de Marcellino (1996) sobre lazer e terceira idade, na qual ele afirma que os idosos muitas vezes podem se sentir sem função, devido a dois fatores: 1º Não realizarem alguma atividade remunerada; 2º Por não conseguirem realizar suas atividades com autonomia.

Este resultado também confirma o que Dumazedier (1976) afirma sobre a concepção de lazer, o qual deve ser pautado no conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar- se de livre vontade.

A senilidade influencia na resposta destes idosos à proposta das diferentes atividades, pois, por mais que elas se aproximem da realidade destes, os comprometimentos físicos e mentais devido às perdas da capacidade funcional decorrente ao envelhecimento são fatores limitantes dos idosos na realização de diversas tarefas.

Sabe-se que com o envelhecimento ocorrem várias alterações na capacidade funcional que afetam o desempenho para a realização das atividades de vida diária.

Segundo Andreotti e Okuma (1999), citado por Passos e Oliveira (2001), grande porcentagem de pessoas acima de 60 anos têm algum tipo de dificuldade de realizar tarefas cotidianas. Nota-se uma forte tendência à diminuição da atuação do indivíduo no meio em que vive.

A partir da análise dos referidos questionários, obteve-se os seguintes resultados:

Relação dos resultados da Escala de Auto-Percepção do Desempenho em Atividades da Vida Diária em análise geral.

Período dos testes

Nº de Idosos dentre as classificações

Muito Ruim Ruim Média Boa Muito Boa

Capacidade I (nov-2007) 11 5 5 0 4

Capacidade II (jun- 2008) 12 4 6 2 5

Comparação da Capacidade funcional durante o período de vigência do projeto.

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O que se observa é que o maior número dos idosos apresentava classificação ruim e, representando baixa capacidade funcional. Tais resultados indicavam que o programa deveria incluir exercícios regulares, de forma a contribuir com o desempenho motor na realização das atividades da vida diária (AVD).

Portanto comprova-se que a prática regular de atividades físicas está relacionada com significativa melhora das capacidades funcionais dos indivíduos quando estes atingem o terceiro ciclo de vida (LEE et al., 1997; DIPIETRO, 2001; WESTERTERP; MEIJER, 2001;

citados por VIRTUOSO JÚNIOR et al. 2001).

Isso vem reforçar o que Ueno, 1997; Bonachela, 1999; Baum, 2000;

Rabelo, 2002a; Rabelo, 2002b; Vasconcelos, 2004; dizem que um programa de atividade física pode ser efetivo para a capacidade funcional de pessoas, podendo contribuir certamente para a autonomia do idoso e, sobretudo para a qualidade de vida.

Ao se comparar os resultados dos idosos em geral, visando o início e o final das atividades, percebe-se que após o programa houve melhora no que se refere à classificação das capacidades funcionais dos idosos, pois o número de idosos que compreendem as classificações média, boa e muito boa aumentou. Além disso, obteve-se uma redução do número de idosos na classificação ruim.

Conclusão

Pode-se concluir que a prática de atividades de lazer e atividades físicas para idosos influencia suas vidas de forma positiva, contribuindo para uma maior autonomia e independência, assegurando às mesmas uma melhor qualidade de vida, conforme constatado nos resultados desta pesquisa.

Nesta perspectivas instituições de caráter asilar constituem-se, na maioria das vezes, opção ímpar para uma melhor qualidade de vida desses indivíduos. Porém, é necessário que eles recebam toda ajuda estrutural, tanto de recursos materiais quanto humanos, para se atender, da melhor forma possível, a essa população com características especiais.

Referências Bibliográficas

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