Modelagem
Modelagem da da composi composiç ção ão de de carca carcaç ça a de su de suí ínos nos
Prof. Marson Bruck Warpechowski Depto. Zootecnia – UFPR II SIMCARNE – UEL – maio/2013
• Quantidade de carne e gordura
• Rendimento para a indústria
– de carcaça, de cortes, de carne, de banha – de processados (embutidos, curados, cozidos) – Interfere na qualidade da carne e processados
• Rendimento para o produtor – CA, tempo x kg/ano, valor do produto
Composição de carcaça
Porque são diferentes?
Ingredientes das dietas Manejo alimentar Clima/ambiência
Uso de aditivos Peso/idade ao abate Potencial genético
Bebedouros Lotação/N°
Comedouros
Gênero/Castrações
Desafio sanitário
Número de dietas
Balanceamento/processamento/forma física
Composição da carcaça
Comportamento/bem estar
Dá para controlar?
Ingredientes das dietas Manejo alimentar Clima/ambiência
Uso de aditivos Peso/idade ao abate Potencial genético
Bebedouros Lotação/N°
Comedouros
Gênero/Castrações
Desafio sanitário
Número de dietas
Balanceamento/processamento/forma física Comportamento/bem estar
Como considerar tantos fatores e
interações ao mesmo tempo?
Modelagem !!!
• Muito útil em situações multifatoriais
• Permite estimar valores e simular situações integrando diferentes fatores
• Precisa de valores e relações conhecidas (dados empíricos/teoria)
• Permite simular efeitos conjuntos que nunca foram misturados (SISTEMAS)
• Exige validação/avaliação empírica
Sistemas dinâmicos integrados:
Princípios e Aplicações
Classificação dos modelos
• Simples x Complicados
– Quanto? Número de fatores, relações, compartimentos e entradas (inputs)
• Empíricos x Mecanísticos
– Quanto? Profundidade da descrição do(s) mecanismo(s) utilizado(s)
• Deterministas x Probabilísticos
• Estáticos x Dinâmicos
Ex. modelo simples, empírico, linear, estático, paramétrico
- uma variável de entrada
- uma relação estática (não varia com o tempo) - a saída é um valor pontual, sem dispersão
entrada:
CONSUMO
saída:
GANHO DE PESO CA
Sempre igual???
Compartimento 1 Compartimento 2
X N°células X N°células
Tecido 1 Ex. músculo, fígado, rim
Tecido 2 Ex. sangue, tecido adiposo A
Fatores externos
Efeitos sobre parâmetros
Taxas de fluxo
D F
E
• Em modelos mecanístas e dinâmicos, os fatores afetam os parâmetros que descrevem os mecanismos e limites
Efeitos dos Fatores Alguns modelos e sistemas aplicados
NRC 1998… Estima necessidades nutricionais para leitões em crescimento, porcas em gestação e em lactação, considerando curvas de deposição de proteína (cúbica e exponencial), sexo e efeitos de ambiente
Rostagno Estima necessidades nutricionais por fase e categoria animal com base na curva de deposição protéica
INRAPORC Estima e compara necessidades nutricionais, desempenho, eficiência biológica e excreção de dejetos de leitões em crescimento, porcas em gestação e lactação, considerando efeitos de sexo, genótipo, manejo, composição e forma física do alimento, ambiente, alojamento, sistema de produção … EFG Utiliza a descrição do potencial genético para crescimento
com parâmetros da curva de Gompertz. Determina as necessidades nutricionais de energia, proteína e aminoácidos e programa alimentação para maximizar o lucro. Não leva em conta efeitos de composição da dieta
“Motor” dos modelos
• Não cresce sem comer, mas quanto vai comer???
• “Cresce-porque-come” ou
“Come-porque-cresce”?
• “Predição das necessidades nutricionais” ou “Predição do desempenho e deposição”?
• Potencial de deposição imediato (dinâmico) – Homeostase x Homoerese
– Crescimento ponderal dos tecidos
– Disponibilidade x necessidade de nutrientes/energia
• Atendimento das necessidades nutricionais – Consumo (limites físicos e metabólicos x disponibilidade) – Balanceamento (valores disponíveis)
• Controlando-se esses fatores, controla-se a composição do produto
O que determina o crescimento?
“Motor” dos modelos
• Ex. Cresce porque come
– Potencial de consumo baseado em curva polinomial ou não linear de peso vivo – Fatores diminuem o consumo: estresse
térmico, lotação, sexo, ...
– Partição do consumido depende da curva de deposição protéica + gordura mínima – Excesso usado para acumular gordura
Temperatura x Consumo x Idade
Quiniu et al. 2000 Consumoemunidadesde EM mantença(/kg PV0,75)
• Curvas de crescimento/deposição
– Tamanho adulto (platô de peso vivo) – Potencial médio de deposição protéica – Precocidade: ponto de máxima– Forma da curva X Período considerado – Linear, linear-platô, polinomial, não linear – Unifatorial x Multifatorial (superfície) – Efeito de fatores: geral ou por parâmetro
Parâmetros dos modelos
Potencial de deposição: média e dinâmicaTaxa de g anh o de tecid o mag ro
80 90 100 110 120 130 140 150 160
10 30 50 70 90 110 130
Pe s o vivo ( k g) Deposição de proteina corporal (g/dia)
300 325 350
Curva de Crescimento
idade
peso vivo
nascimento
aceleração do crescimento desaceleração do crescimento
maturidade sexual
idade
peso vivo
Tecido adiposo Tecido magro
Curva de Crescimento (consumo à vontade)
Ganho total
Ganho de gordura
Ganho magro
Elaborado com dados empíricos da EMBRAPA-CNPSA (1979) Evolução da composição corporal de suínos de acordo com o peso vivo (kg) - consumo a vontade
20 40 60 80 100 120
Minerais Lipídios Proteína Água
Composição tecidual x química
água
gordura
proteína
água
gordura
proteína
Tecido adiposo Tecido magro
80 g alimento
= 20 g gordura
100 g alimento
= 80 g tecido magro
Composição do ganho de peso de suínos de acordo com a faixa de peso vivo (kg) - consumo à vontade
0%
20%
40%
60%
80%
100%
15-20 20-40 40-60 60-80 80-100 100-120 Água Proteína Lipidios Minerais
Elaborado com dados empíricos da EMBRAPA-CNPSA (1979)
Composição de carcaça e conversão alimentar de suínos
Adaptado de STAHLY 1989 2,5
3 3,5 4
40 45 50 55 60
% tecido magro na carcaça
Conversão alimentar
Média do período de crescimento
InraPorc: Um modelo matemático e uma ferramenta de apoio a decisões para nutrição de suínos
Funcionamento geral
Carcaça
Parâmetros de referência
• Concentração de PB no tecido magro: 23 %
• Concentração de gordura no tecido adiposo: 90 %
• Deposição óssea associada à deposição protéica
• Curvas de deposição protéica para tipos diferentes de suínos (sexo, genótipo,...)
• Consumo e ganho de peso calibráveis para a situação de campo (curva de consumo a vontade)
Exemplo de calculo fatorial
• Necessidade LIS (digestib. ileal padronizada) Mantença = 0,036 g/kg PV0,75
Crescimento = 0,12 g/g PB depositada
• EB x ED x EM x EL (Composição x Digestibilidade)
• EM mantença = 106 kcal/kg PV0,75
• EM deposição proteína = 10,6 kcal/g
• EM deposição gordura = 12,5 kcal/g
Cálculos
• Para os outros AAs essenciais (digest ileal verdadeira)
• Calculados a partir da LIS, em g/dia
• Soma de necessidades para mantença e ganho
• Convertidos para % através do consumo diário calculado AA Mantença Deposição
LIS 100 100
MET 25 27
MET + CIS 123 55
TRE 151 60
TRI 26 18
LEU 70 102
Diferenciais - INRAPORC
• Calibração: permite ajustar fatores locais desconhecidos que afetam consumo e deposição
• Entrada detalhada de manejo alimentar, plano de dietas, composição anatômica da carcaça...
• Permite escolha de diferentes métodos e modelos de ajuste da curva de deposição
• Permite simulação de comparação de cenários
• Simula os efeitos com dinâmica diária
• Balanço final x Soma de oscilações
Exemplo simulação/análise com INRAPORC – Módulo Crescimento Exemplo simulação/análise com INRAPORC – Módulo Crescimento
Exemplo simulação/análise com INRAPORC – Módulo Crescimento
Avaliação do INRAPORC em
condições brasileiras
• Calibração com dados teóricos/médios
• 36 machos castrados e 36 fêmeas
• Inicio com ~20kg e abate com ~110 kg PV
• 2 dietas de crescimento e 2 de terminação
• Controle (Rostagno) x Nova (INRAPORC)
• Consumo a vontade até o abate
Avaliação do INRAPORC em condições brasileiras Rossi et al. 2013 (UFSM)
• Sem efeitos sobre desempenho zootécnico
• Sem efeito sobre carcaças – peso e rendimento de carcaça
– perda no resfriamento, qualidade da carne – Comprimento, quantidade de carne – ET e conformação
• Menor custo e maior da Receita Liquida
Avaliação do INRAPORC em condições brasileiras Rossi et al. 2013 (UFSM)
Avaliação do INRAPORC em condições brasileiras
(experimentos da UFPR 99-2012)• Efeitos de peso de abate (até ~160 kg), sexo, manejo alimentar, genótipos distintos
• Peso e rendimento de carne por cortes
• Principais dúvidas (Brasil – França) – Métodos de abate e avaliação de carcaças – Composição de ingredientes das dietas – Manejo alimentar e ambiência – Interações genótipo ambiente
Efeito de sexo e restrição quantitativa sobre o peso de carcaça fria (Warpechowski et al., 1999)
Geral = 0,83x - 2,7 R2 = 0,90
RC geral = 0,80x + "0"
R2 = 0,90
60 65 70 75 80 85 90 95 100
80 90 100 110 120
Peso de abate (kg)
Peso de carcaça (kg) Castrados AV
Fêmeas AV Castrados 7%RA Fêmeas 7%RA Castrados 14%RA Fêmeas 14%RA Castrados 21%RA Fêmeas 21%RA
Efeito do peso de abate sobre o peso de carcaça de suínos (Experimentos da UFPR)
y = 0,83x - 2,7 R2 = 0,90 y = 0,84x - 5,4
R2 = 0,99
y = 0,86x - 7,5 R2 = 0,98
40 60 80 100 120 140 160
60 80 100 120 140 160 180
UFPR 1999 (68 suínos) UFPR 2010 (250 suínos) UFPR 2009 (160 suínos)
Efeito do nível da restrição quantitativa sobre a percentgem de pernil na carcaça fria (Warpechowski et al., 1999)
Y = 0,13X + 27,7 R2 = 0,32
25 26 27 28 29 30 31 32 33
-7 0 7 14 21 28
Restrição de oferecimento em relação ao controle (%)
Efeito do nível da restrição quantitativa sobre a espessura de toicinho na carcaça (mm) (Warpechowski et al., 1999)
y = 0,026x2 - 0,735x + 32,926 R2 = 0,15
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
-7 0 7 14 21 28
Restrição de oferecimento em relação ao controle (%)
Avaliação do INRAPORC Experimento UFPR 2012
• Simulação de manejo comercial
• Machos castrados x Fêmeas
• Alimentação a vontade ou restrita fixa
• Peso de abate de ~80 a ~160 kg
• Pesagem e ecografia semanal
• Calibração com desempenho à vontade
• Avaliação da predição da carcaça e do efeito de sexo e restrição quantitativa
Avaliação do INRAPORC – UFPR 2012
Avaliação do INRAPORC – UFPR 2012 Avaliação do INRAPORC – UFPR 2012
Avaliação do INRAPORC – UFPR 2012 Medição de espessura de toicinho e de lombo por ecografia
Entre última e penúltima costelas, 6,5 cm lateral à linha dorsal Warpechowski, Pierozan, et al., UFPR (2012)
Medição de espessura de toicinho e de lombo por ecografia
A A B B
17,6 7,5
39,1 50,1
Entre última e penúltima costelas, 6,5 cm lateral à linha dorsal Warpechowski, Pierozan, et al., UFPR (2012)
Avaliação do INRAPORC – UFPR 2012
Predição pelo INRAPORC da espessura de toicinho de suínos entre 80 e 155 kg
y = 1,08x - 2,00 R2 = 0,99
y = 0,98x R2 = 0,98 10
12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
ET calculada (mm)
ET medida (mm)
Avaliação do INRAPORC Experimento UFPR 2012
• INRAPORC foi muito eficiente para predizer desempenho e carcaça de machos castrados e fêmeas antes da puberdade, sob diferentes condições de consumo e até pesos superiores a 150 kg
• Não foi possível calibrar para as fêmeas que entraram em puberdade (>100 kg)
Ganho de peso semanal (kg) de fêmeas suínas entre 80 e 155 kg PV (bolas vermelhas representam média de machos castrados)
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16
28/8 4/9 11/9 18/9 25/9 2/10 9/10 16/10 23/10 30/10 6/11 13/11 20/11 27/11
Warpechowski, Machado, et al., UFPR (2012) Alojadas em grupos de 2-3 fêmeas, sob arraçoamento a vontade ou restrito
Efeito de sexo
(ciclo estral - fêmeas púberes)~80 kg 130 dias
Interactions and 95,0 Percent Confidence Intervals
Cicloestral 0
0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8
GPD kg por dia
Castrados MT-DI1 PE-ES PP-DI2
Alimentação A Vont Restr
Machado, et al. SBZ (2013) PP pré-puberes, PE pró-estro, ES estro, MT metaestro, DI1-2 Diestro
Efeito de sexo
(ciclo estral - fêmeas púberes)Avaliação do INRAPORC Próximos experimentos UFPR
• Modelagem do efeito de ciclo estral sobre comportamento de consumo e deposição
• Avaliação da precisão e exatidão da predição de alterações na formulação da dieta e no manejo alimentar sobre desempenho, carcaça e excreção
• Interações entre qualidade da carcaça e a qualidade da carne
Agradecimentos
• Equipe GPAC – UEL
• Equipe LabSisZoot – UFPR
• PPG Ciências Veterinárias – UFPR
• Ajinomoto Animal Nutrition
• INRA-PEGASE e AgroCampus Ouest
Prof. Marson Bruck Warpechowski Depto. Zootecnia – UFPR
marson@ufpr.br www.ufpr.br/~labsiszoot