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TRANSIÇÃO DO ENSINO MÉDIO PARA O ENSINO SUPERIOR: UM GARGALO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

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Academic year: 2021

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TRANSIÇÃO DO ENSINO MÉDIO PARA O ENSINO SUPERIOR: UM GARGALO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TRANSITION FROM HIGH SCHOOL TO HIGHER EDUCATION: A BOTTLENECK IN BRAZILIAN EDUCATION

Wilton Antonio Machado Junior - wm-junior2012@bol.com.br - Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC) Prof. Dr. Luciani Vieira Gomes Alvareli - luciani.alvareli@gmail.com- Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC); Faculdades Integradas Teresa D’Ávila (FATEA).

RESUMO

A educação pública no Brasil tem se mostrado deficiente, a transição do aluno do ensino médio para o ensino superior tem apresentado gargalos, como: problemas com a interpretação de texto, dificuldade em resoluções de operações matemáticas e a falta de conhecimento multidisciplinar dos estudantes. Atualmente a diferença da formação em uma escola pública para uma particular é muito grande, temos a inversão de situações, como, o fato crescente de a maioria dos universitários que entram nas universidades federais serem da rede particular de ensino. A igualdade entre os alunos vindos de tipos de ensino diferentes só acontece por meio do sistema de cotas imposto pelo governo federal.

Palavras-chave: Educação. Problemas na Educação. Soluções para o Ensino.

Educação Superior. Educação Básica.

ABSTRACT

Public education in Brazil has been deficient, the student's transition from high school to higher education has presented bottlenecks, such as problems with reading comprehension, difficulty resolutions of mathematical operations and lack of multidisciplinary knowledge of students. Currently the difference in formation in a public school in comparision to a private one is very large; we have a reversal of situations, such as the fact that most of the growing university entering the federal universities are the private schools. Equality between students from different types of education only happens through the quota system imposed by the federal government.

Keywords: Education. Education Problems. Solutions for Education. Higher

Education. Basic Education.

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INTRODUÇÃO

A educação é fundamental para o desenvolvimento de um país. Por meio da educação podemos elevar o nível de conhecimento, buscando assim, diminuir a desigualdade social.

A questão da educação brasileira é fortemente discutida devido aos problemas encontrados, principalmente, na educação básica. O Brasil constantemente é visto nos últimos lugares de rankings de avaliação do ensino em todo o mundo.

Esta pesquisa tem o objetivo de fazer uma reflexão sobre a educação brasileira atualmente, enfocando a transição da educação de nível médio para o ensino superior, numa tentativa de diagnosticar possíveis entraves e identificar os principais problemas.

A identificação dos gargalos poderá ajudar a encontrar as causas das deficiências no processo de ensino-aprendizagem. E, a partir disso, procuraremos traçar algumas sugestões para a melhoria do ensino, principalmente, o ensino médio, que no momento é essencial para o desenvolvimento das habilidades exigidas posteriormente nas universidades para a formação de um bom profissional.

A busca pela excelência educacional tem que ser tratada como prioridade do

governo federal, estadual e municipal, pelo fato de somente ela ser capaz de elevar

o conhecimento do país. De alguma forma, alguns programas de pesquisas já vêm

sendo realizados, como por exemplo, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação

Científica (PIBIC) e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica no

Ensino Médio (PIBIC-EM) que estimulam a pesquisa na graduação e no ensino

médio, respectivamente, cultivando desde lá o desenvolvimento de pesquisas e

reflexões. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)

incentiva a pesquisa e a inovação nos cursos de pedagogia, licenciatura e formação

de professores, com os alunos-pesquisadores vivenciando a rotina da escola e suas

características com a implementação de projetos que auxiliam tanto os alunos da

escola parceira de ensino médio, quanto as universidades e seus alunos que podem

pesquisar, refletir com criticidade, o que contribui de forma qualitativa com sua

formação desde os primeiros anos de curso.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 Situação Atual

Atualmente o Brasil está buscando melhorar a educação, desde o ensino básico até o superior. Mas ainda apresenta deficiências, principalmente na educação básica.

Alunos saem do ensino médio com problemas em resolver operações básicas de matemática e de interpretação de texto. Muitos completam o ensino médio praticamente semianalfabetos, sendo que passam, no mínimo cerca de 11 anos estudando, considerando um aluno que estuda da primeira série do ensino fundamental até concluir o ensino médio.

A taxa de alunos concluintes do ensino médio tem se mantido a mesma nos últimos 10 anos, que seria de aproximadamente 1,8 milhão de estudantes por ano (GOIS, A.; DEMÉTRIO, W., 2012).

Segundo dados divulgados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) da pesquisa conhecida como Panorama sobre Educação, que é realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2011 apenas 43,2% da população brasileira de 25 a 64 tem grau de nível médio.

Mas reduzindo esse parâmetro para pessoas que tem entre 25 e 34, a porcentagem sobe para 56,7%. Apesar do crescimento, se compararmos com outros países, tais como: Coréia (98%), Rússia (93,8%), Estados Unidos (89%) e o Chile (87,8%), a quantidade de pessoas que concluíram o ensino médio no Brasil é ínfima.

Porém, a situação é ainda mais precária quando analisamos a população que se encontra na faixa de 55 a 64 anos, onde somente 26% concluiu o ensino médio.

Se afunilarmos a questão, fazendo o mapeamento dentro do Brasil, veremos

que o problema muda conforme o local, apresentando dados exclusivamente entre a

faixa etária de 25 a 64, os possuem a maior taxa de pessoas com ensino médio

completo são: o Distrito Federal com 63,8% (índice comparado ao da Grécia, que

tem 67%) e São Paulo com 53,5% (números próximos ao do Japão, que possui

53,6%). Mas em compensação, os piores estados são: Piauí (27,9%) e Alagoas

(27,7%).

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quantitativos e não qualitativos.

Conforme estudo intitulado de “A Curva de Aprendizagem”, feito pela empresa Pearson, o Brasil é o penúltimo em um ranking que possui no total quarenta países.

Os itens avaliados foram as “habilidades cognitivas e de desempenho escolar” (O GLOBO, 2012). Os critérios usados nesse estudo foram a avaliação dos resultados de testes de matemática, leitura e ciências. O público alvo foram os alunos do ensino fundamental de quarenta países. A Finlândia ficou em primeiro lugar, seguida pela Coréia do Sul e Hong Kong. O Brasil só ficou à frente da Indonésia.

1.2 Problemas encontrados

A educação brasileira vem “sofrendo” com o baixo nível de conhecimento dos alunos que transitam do ensino médio para o ensino superior.

Com o passar dos anos o Brasil tem melhorado o ensino em geral. Mas quando o aluno chega ao ensino superior chega com diversas dificuldades multidisciplinares. O problema parece ser mais grave na educação pública, que muitas vezes tem dificuldades em oferecer um conhecimento mínimo para que o estudante possa conseguir disputar igualmente uma vaga em uma universidade pública com um aluno que venha de escola particular.

Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), em um relatório que tem como responsável a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com base em exames realizados em 65 países em 2009, o Brasil é o 53º colocado na lista. Neste exame foram avaliados 20 mil alunos de 15 anos (sendo alunos de escolas: 239 de federais, 2309 de privadas, 16250 de estaduais e 1329 de municipais), de administração pública ou privada, em três vertentes: leitura, matemática e ciências. Segundo o mesmo estudo (Pisa), 59,4% dos alunos avaliados pelo exame tiveram baixa proficiência na avaliação.

A pontuação média do Brasil no exame foi 401 pontos, desempenho baixíssimo se comparado com os primeiros do ranking: China (577), Hong Kong (546) e a Finlândia (543), a média de todos os países da OCDE foi 496.

Mas estreitando a avaliação para três tipos de administração (federal,

estadual e privada), a discrepância é grande, as escolas estaduais são de longe as

piores na avaliação, como mostra a tabela abaixo:

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Figura 1: Pontos na avaliação Pisa por tipo de administração escolar.

Estadual Particular Federal

Leitura 402,9 516 534,9

Matemática 375,1 486,4 521

Ciências 395,7 504,9 527,7

Média 391,2 502,1 527,6

Fonte: Elaborada pelos autores, 2013.

É surpreendente o desempenho das escolas federais, que segundo o Pisa, o desempenho é superior do que em países desenvolvidos, tais como: Japão, Alemanha e Noruega.

Outro problema no Brasil se relaciona à evasão escolar. O Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) relata que a evasão escolar no ensino fundamental é de 24,3%, consequentemente causa reflexos no ensino médio. De acordo com o mesmo estudo, apenas 49,5% da população brasileira que se encontra acima dos 25 anos tem o ensino médio. Esses números são baixos. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), no ano de 2011, a taxa de reprovação do estudante no ensino médio foi de 13,1%, consequentemente, 11,8% alunos abandonaram o ensino médio.

Se forem considerados apenas alunos de 15 anos, a porcentagem deles que já reprovaram ao menos um ano, chega a 40% (Pisa, 2009).

Segundo Fajardo (2012), muitos alunos do ensino médio não têm perspectivas de continuar seus estudos e fazerem uma faculdade, ou não encontram uma especialização profissional, e em decorrência disso largam o ensino médio e vão procurar um emprego para ajudar na renda familiar.

Já os alunos que concluem o ensino médio em sua maioria não buscam o ensino superior, segundo a pesquisa Panorama sobre a Educação (2011), aproximadamente 12% da população brasileira entre 25 e 64 anos possuem ensino superior.

Conforme o Movimento Todos pela Educação (2012), somente metade dos

estudantes que concluem o ensino médio até os 19 anos. Desta metade que se

formam, apenas 11% tem os conhecimentos esperados de uns dos gargalos da

educação, a matemática.

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São vários os problemas apresentados pela educação brasileira. Mesmo com a abertura de um número cada vez maior de vagas nas universidades brasileiras, um dos maiores causadores da evasão escolar ou do desestímulo dos alunos a cursar o ensino superior é a reprovação do aluno já nos primeiros anos da graduação. Isso acaba por desmotivá-lo, levando-o a optar por trabalhar ao invés de continuar estudando, assim que termina o ensino médio.

É necessário buscar uma forma de ao mesmo tempo diminuir a evasão e aumentar a qualidade, estimulando o aluno a concluir o ensino médio e posteriormente ingressar em uma universidade.

1.3 Medidas sendo tomadas

Com a baixa qualidade e o alto índice de evasão escolar encontrado no ensino básico, existe há necessidade da elaboração de medidas para melhorar a educação, o governo não pode se manter inerte diante dos números negativos do ensino público.

Com os baixíssimos resultados obtidos na educação, o Ministério da Educação (MEC) vai procurar traçar planos para desenvolver o ensino no Brasil, os planos principais são: mudar as grades curriculares e aumentar a carga horária de ensino, fazendo com que todas os alunos estudem em período integral.

Segundo Sandra Garcia (2012), a medida de implantar o ensino em período integral irá possibilitar ao aluno uma maior inserção no mercado de trabalho sem a necessidade dele para de estudar para se profissionalizar, podendo assim terminar os estudos.

2 METODOLOGIA

Este trabalho será desenvolvido por meio de pesquisa exploratória buscando diagnosticar as causas da deficiência do ensino básico do Brasil.

A pesquisa buscará usar dados de fontes instituições que realizam a

avaliação da educação no âmbito nacional e mundial, mostrando a posição do Brasil

em relação a outros países mundiais.

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Com a avaliação das causas e os gargalos será feita para a avaliação das possíveis soluções que poderiam ser efetivamente viáveis para a questão da educação pública brasileira.

CONCLUSÃO

Com o passar dos anos esperamos que o Brasil possa desenvolver sua educação, principalmente a básica, que é a mais importante na vida acadêmica.

Como apresentado no decorrer do trabalho, o ensino básico brasileiro apresenta gargalos que são principalmente no que diz respeito a leitura, matemática e ciências. Esses problemas básicos refletem quando os alunos com deficiências em sua formação ingressam no ensino superior, apresentando dificuldades em aprender diferentes matérias.

O Brasil tem muito o que melhorar ainda principalmente se comparado a outras países de todo o mundo ou mesmo da América do Sul, devem ser traçados planos comparando o que deu certo em outros lugares e que poderiam se encaixar a realidade nacional, buscando a excelência no ensino.

Em suma, a educação é a alavanca que pode impulsionar o Brasil para um pleno desenvolvimento em inovação, tecnologia e capacitação de pessoas. O governo vem como agente principal da mudança que deve ocorrer para o desenvolvimento pleno do ensino, destacando, as escolas públicas estaduais e municipais, que é onde está a maioria da população brasileira matriculada.

REFERÊNCIAS

FARJADO, Vanessa. MEC amplia currículo alternativo para tirar ensino médio público da crise. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/05/mec-amplia- curriculo-alternativo-para-tirar-ensino-medio-publico-da-crise.html. Acesso em: 22 abr. 2013.

G1. Brasil tem a menor média de anos de estudos da América do Sul, diz Pnud.

2013. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/03/brasil-tem- menor-media-de-anos-de-estudos-da-america-do-sul-diz-pnud.html. Acesso em: 25 abr. 2013.

GOIS, Antonio; DEMÉTRIO, Weber. O gargalo do ensino. 2012. Disponível em:

http://oglobo.globo.com/educacao/o-gargalo-do-ensino-6398183. Acesso em: 26 abr.

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INEP. Taxa de emprego para pessoas com ensino superior chega a 85%. 2013.

Disponível em: http://portal.inep.gov.br/visualizar/- /asset_publisher/6AhJ/content/taxa-de-emprego-para-pessoas-com-ensino-superior- chega-a-85?redirect=http%3a%2f%2fportal.inep.gov.br%2f.

Acesso em: 27 jun. 2013.

MARJORIE, Ribeiro. Queremos um Ensino Médio integral e em tempo integral”, afirma coordenadora do MEC. 2013. Disponível em:

http://portal.aprendiz.uol.com.br/2013/01/07/%E2%80%9Cqueremos-um-ensino- medio-integral-e-em-tempo-integral%E2%80%9D-afirma-coordenadora-do-mec/.

Acesso em: 25 abr. 2013.

O Globo. Estudo coloca o Brasil em penúltimo lugar em ranking de

desempenho escolar. 2012. Disponível em:

http://oglobo.globo.com/educacao/estudo-coloca-brasil-em-penultimo-lugar-em- ranking-de-desempenho-escolar-6843385#ixzz2Roel2SYu. Acesso em: 21 abr.

2013.

Revista Abril. O Pisa além do ranking. 2012. Disponível em:

http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/pisa-alem-

ranking-621959.shtml. Acesso em: 26 jun. 2013.

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