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J Bras Patol Med Lab • v. 47 • n. 2 • p. 157-164 • abril 2011

Avaliação das metodologias M.I.C.E.

®

, Etest

®

e microdiluição em caldo para determinação da CIM em isolados clínicos

Evaluation of M.I.C.E.

TM

, Etest® and CLSI broth microdilution methods for antimicrobial susceptibility testing of nosocomial bacterial isolates

Eloiza Helena Campana1; Cecília Godoy Carvalhaes2; Paula Peraro Barbosa3; Antonia Maria de Oliveira Machado4; Ana Maria de Paula5; Ana Cristina Gales6

Introdução: As fitas Oxoid® M.I.C.Evaluator® (M.I.C.E., Thermo Fisher Scientific, Basingstoke, UK), recém-lançadas no mercado brasileiro, representam uma alternativa rápida para a realização de testes de sensibilidade a antimicrobianos (TSA). Objetivo: Avaliar o desempenho da metodologia M.I.C.E. em relação à microdiluição em caldo (teste de referência) e ao Etest® (BioMérieux, Marcy l’Étoile, France).

Material e métodos: Foram selecionados 160 isolados bacterianos, sendo P. aeruginosa (20), Acinetobacter spp. (20), K. pneumoniae (20), E. coli (20), S. aureus (20), Staphylococcus coagulase-negativa (20), E. faecalis (20) e E. faecium (20). Os TSAs foram realizados por microdiluição em caldo, Etest e M.I.C.E., seguindo-se as recomendações do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI, 2009) e dos respectivos fabricantes. Os resultados foram interpretados segundo os critérios estabelecidos pelo CLSI e comparados por análise de regressão. Resultados: Avaliando-se todas as combinações de antimicrobianos vs. a espécie bacteriana, o desempenho da metodologia M.I.C.E. foi muito bom, apresentando uma concordância geral (variação na concentração inibitória mínima [CIM] ± 1-log2) > 90%, exceto para cefotaxima (85%) e vancomicina (76,3%), quando em comparação com os resultados da metodologia de referência.

Quando comparado com o Etest, a metodologia M.I.C.E. apresentou concordância geral > 96%, com exceção para a combinação amoxicilina/ácido clavulânico (67,5%). Conclusão: Os resultados do TSA obtidos pela metodologia M.I.C.E. apresentaram boa correlação com aqueles obtidos pela microdiluição em caldo e pelo Etest, indicando que essa metodologia é uma alternativa rápida para a determinação da CIM pelos laboratórios de microbiologia clínica. Atenção especial deve ser dada á determinação da CIM para a combinação amoxicilina/ácido clavulânico.

resumo

unitermos Concentração inibitória mínima

antimicrobianos teste de sensibilidade a antimicrobianos Etest M.I.C.E.

abstract

Introduction: The Oxoid® M.I.C.EvaluatorTM methodology (M.I.C.E., Thermo Fisher Scientific, Basingstoke, UK), recently released into the market, represents a rapid alternative to antimicrobial susceptibility testing. Objective:

The objective of this study was to evaluate the performance of M.I.C.E. methodology in relation to broth microdilution (reference test) and Etest® (BioMérieux, Marcy l’Étoile, France). Material and method: A total of 160 bacterial isolates were collected comprising the following species: P. aeruginosa (20), Acinetobacter spp. (20), K. pneumoniae (20), E. coli (20), S. aureus (20), coagulase-negative Staphylococcus (20), E. faecalis (20) and E. faecium (20). Following Clinical Laboratory Standands Institute (CLSI) standards (2009) and the manufacturers’ recommendations, antimicrobial susceptibility testing was performed using broth microdilution method, Etest and M.I.C.E. The results were interpreted according to the criteria established by CLSI and compared through regression analysis. Results: All antimicrobial combinations vs. bacterial species were evaluated and M.I.C.E. methodology yielded good results with general correlation (MIC variation ± 1-log2)

≥ 90%, except for cefotaxime (85%) and vancomycin (76.3%) when compared with the reference method.

The M.I.C.E. results compared to Etest showed general correlation (≥ 96%), except for amoxicillin/clavulanic acid (67.5%) combination. Conclusion: AST results obtained from M.I.C.E. methodology showed a good correlation with those from broth microdilution and Etest, which corroborates its time effectiveness in the determination of MIC. However, the combination of amoxicillin/clavulanic acid requires further attention.

key words Minimal inhibitory concentration Antimicrobial

Antimicrobial susceptibility testing

Etest M.I.C.E.

1. Farmacêutica e bioquímica; mestre em Ciências; Laboratório Alerta/Laboratório Especial de Microbiologia Clínica (LEMC) da disciplina de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

2. Patologista Clínica; mestre em Ciências; Laboratório Alerta/LEMC da disciplina de Infectologia da UNIFESP.

3. Biomédica; Laboratório Alerta/LEMC da disciplina de Infectologia da UNIFESP.

4. Professora afiliada do Departamento de Medicina da UNIFESP; diretora do Laboratório Central do Hospital São Paulo da UNIFESP.

5. Bióloga; diretora da Divisão de Microbiologia Brasil da Thermo Fisher Scientific, São Paulo.

6. Professora adjunta do Departamento de Medicina da UNIFESP; Laboratório Alerta/LEMC da disciplina de Infectologia da UNIFESP; pesquisadora do Conselho Nacional de Ciência e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência e Tecnologia (Processo n. 307816/2009-5).

Este estudo foi parcialmente financiado pela Thermo Fisher Científica, Divisão de Microbiologia Brasil, São Paulo, Brasil.

Primeira submissão em 02/02/11 Última submissão em 02/02/11 Aceito para publicação em 02/03/11 Publicado em 20/04/11

original paper

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Introdução

A determinação do perfil de sensibilidade aos antimi- crobianos, o antibiograma, é uma das principais atividades realizadas por laboratórios de microbiologia clínica. Os resultados desses testes auxiliam na seleção da terapia an- timicrobiana mais adequada. Para a determinação do perfil de sensibilidade, várias metodologias estão disponíveis, porém aquelas consideradas padrão-ouro, como a diluição em ágar e a microdiluição em caldo, são laboriosas para serem executadas por um laboratório de rotina, embora forneçam resultados quantitativos (concentração inibitória mínima [CIM]). Por outro lado, técnicas qualitativas, como a disco difusão, apesar de serem de fácil execução não são capazes de predizer a CIM.

Para o tratamento de infecções leves, a determinação da CIM nem sempre é necessária. No entanto, para o tratamento de infecções graves, principalmente as que acometem pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs), a determinação da CIM auxilia não somente na seleção da terapia antimicrobiana, mas orienta o esquema posológico mais adequado. A determinação da CIM tam- bém é necessária para microrganismos ou combinações de microrganismos/antimicrobianos, em que o teste de disco difusão não é confiável, por exemplo, para glicopeptídeos e S. aureus(10). Dessa maneira, metodologias de fácil execução que forneçam a CIM com acurácia são altamente desejáveis.

A metodologia de gradiente preestabelecido de antimi- crobianos em uma fita plástica, como o Etest® (BioMérieux, Marcy l’Étoile, France), é conveniente na rotina laboratorial por ser versátil e apresentar boa concordância com as metodologias de referência(1, 2, 11). Recém-lançadas no mer- cado brasileiro, as fitas Oxoid® M.I.C.Evaluator® (M.I.C.E., Thermo Fisher Scientific, Basingstoke, UK), representam uma alternativa para a determinação da CIM em teste de sensibilidade a antimicrobianos (TSA).

Este estudo teve como objetivo avaliar comparativamen- te o desempenho das fitas M.I.C.E. em relação ao teste de referência empregado, microdiluição em caldo, e ao Etest. 

Material e métodos

Amostras bacterianas

Foram selecionados aleatoriamente 160 isolados bacte- rianos, sendo 20 isolados de cada uma das seguintes espé- cies: Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter spp., Klebsiella

pneumoniae, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Staphylo- coccus coagulase-negativa, Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. Essas amostras foram coletadas nos últimos cinco anos de pacientes internados no Hospital São Paulo e estavam armazenadas no banco de microrganismos do Laboratório Especial de Microbiologia Clínica (LEMC). Apenas uma amostra por paciente foi incluída no estudo. A identificação bacteriana foi realizada pelo Laboratório de Microbiologia do Hospital São Paulo, conforme os métodos de identificação bacteriana empregados rotineiramente. As amostras foram subcultivadas por duas vezes em ágar sangue antes da realização dos TSAs para garantir que os isolados bacterianos não apresentavam contaminação e estavam metabolicamente ativos.

Teste de sensibilidade a antimicrobianos

Os TSAs foram realizados pela metodologia de micro- diluição em caldo, considerada a técnica padrão-ouro, e por meio das fitas de gradiente antimicrobiano Etest(Bio- Mérieux, Marcy l’Étoile, France) e M.I.C.E. (Thermo Fisher Scientific, Basingstoke, UK), segundo a recomendação do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI)(3) e dos fabri- cantes, respectivamente.

As seguintes combinações de patógenos e antimicro- bianos foram avaliadas: P. aeruginosa e Acinetobacter spp.

(grupo não fermentadores; gentamicina, ciprofloxacina e imipenem); K. pneumoniae e E. coli (grupo Enterobacteria- ceae; ampicilina, amoxacilina/clavulanato, gentamicina, ciprofloxacina, cefotaxima e imipenem); S. aureus e SCN (grupo estafilococos; ciprofloxacina, eritromicina, genta- micina, oxacilina, linezolida e vancomicina); E. faecalis e E.

faecium (grupo enterococos; ampicilina, gentamicina high level [HL], linezolida e vancomicina). A interpretação da CIM foi realizada, independentemente, por três observa- dores para a confirmação dos resultados. Para o controle de qualidade dos testes de sensibilidade, utilizaram-se as amostras da American Type Culture Collection (ATCC): E.

coli ATCC 25922, P. aeruginosa ATCC 27853, S. aureus ATCC 29213 e E. faecium ATCC 29212.

Para as três metodologias, o inóculo bacteriano foi pre- parado em caldo Müeller-Hinton (MH) e a turbidez ajustada a 0,5 da escala de McFarland (1,5×108 UFC/ml), utilizando o turbidímetro digital (Baxter,Sacramento, EUA).

A mesma suspensão do inóculo bacteriano foi semeada em placa de ágar MH e em até 15 minutos após sua prepara- ção e as fitas Etest ou M.I.C.E., contendo os antimicrobianos especificados anteriormente, foram dispensados sobre a placa. As placas foram incubadas a 35oC por um período de

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16-24 horas em aerobiose. A leitura da CIM foi determinada como a concentração de antimicrobiano correspondente à intersecção entre a fita de Etest ou M.I.C.E. e a área de cres- cimento bacteriano. Para agentes bacteriostáticos, como a linezolida, a CIM, pelas metodologias Etest e M.I.C.E., foi determinada como a concentração que inibiu 90% e 80%

do crescimento bacteriano, respectivamente. As CIMs foram ajustadas à escala logarítmica na base 2. Na Figura pode- mos observar o teste de sensibilidade para quatro isolados bacterianos pelas metodologias Etest e M.I.C.E..

Resumidamente, as placas de microdiluição em caldo foram confeccionadas manualmente, utilizando-se o sal dos antimicrobianos relacionados anteriormente diluídos em água milli-Q e conservados em freezer a -70oC até o momento da utilização. Após serem inoculadas, as placas foram incubadas a 35oC, em ar ambiente, por 16-24 horas. As CIMs para cada amostra foram determinadas após o período de incubação mediante a leitura visual das placas. A CIM foi definida como a menor concentração de antimicrobiano

capaz de inibir o crescimento bacteriano. As amostras foram classificadas em sensíveis ou resistentes, empregando-se os limites de sensibilidade preconizados pelo CLSI(4).

Análise estatística

Os resultados das CIMs obtidas pelas técnicas de mi- crodiluição em caldo, Etest e M.I.C.E. foram comparados por análise de regressão. A concordância geral foi definida quando o resultado da CIM obtida pelo Etest ou M.I.C.E.

variou ± 1-log2 diluição da CIM obtida pela microdiluição em caldo. O resultado foi considerado discordante quando houve diferença ≥ 2-log2diluições entre os resultados. Os resultados também foram interpretados em relação à con- cordância da categoria de sensibilidade. Eles foram conside- rados concordantes quando as CIMs obtidas pelas diferentes metodologias encontravam-se em uma mesma categoria de sensibilidade estabelecida pelo CLSI. Além disso, as taxas de erros leves, graves e muito graves também foram calculadas

Figura – Teste de sensibilidade a antimicrobianos pelas fitas MICE e Etest. (A) S. aureus: VA, vancomicina; LZD, linezolida; LZ, linezolida; E, eritromicina; EM, eritromicina; (B) P. aeruginosa: CN, gentamicina; GM, gentamicina; IPM, imipenem; IP, imipenem;

(C) K. pneumoniae: IPM, imipenem; IP, imipenem; AMP, ampicilina; AM, ampicilina; (D) E. faecium: VA, vancomicina; CN, genta- micina de alto nível; GM, gentamicina de alto nível; AMP, ampicilina; AM, ampicilina.

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segundo os critérios do CLSI(7). Foram definidas como erro leve a mudança da categoria sensível ou resistente para a intermediária ou desta para a sensível ou resistente entre as metodologias de referência e avaliada; erro grave, a mu- dança da categoria sensível pela metodologia de referência para resistente pela metodologia testada (falsa-resistência pela metodologia teste); e erro muito grave, a mudança da categoria de resistente pela metodologia de referência para a sensível pela metodologia testada (falsa-sensibilidade pela metodologia teste). Foram consideradas aceitáveis taxas de até 1,5% para erros muito graves, 3% para erros graves e 10% para erros leves(4). Os resultados obtidos pela metodologia M.I.C.E. também foram comparados com os obtidos pelo Etest. Todas as análises foram realizadas com auxílio do programa SPSS® for Windows, versão 17.0 (IBM Corporation®, Nova York, EUA, 2008).

Resultados

Desempenho das fitas M.I.C.E. e Etest em relação ao teste de referência, microdiluição em caldo

Um total de 160 isolados clínicos e 11 antimicrobianos diferentes foram testados, compondo 38 combinações de antimicrobianos/microrganismos (Tabela 1).

As taxas de concordância geral por categoria e os erros apresentados pela metodologia M.I.C.E. em relação ao teste de referência podem ser observadas na Tabela 2.

De maneira geral, a concordância geral, considerando- se a variação de ± 1-log2, foi de 93,7% e a concordância categórica, 94,6%. Todos os antimicrobianos obtiveram concordância geral ≥ 90% entre essas metodologias, com exceção da cefotaxima (85%) e da vancomicina (76,3%).

Apesar de esses dois antimicrobianos apresentarem resul- tados de concordância geral < 90%, as porcentagens de erros foram consideradas nos limites aceitáveis.

A concordância entre as categorias de sensibilidade foi excelente para todos os antimicrobianos, exceto para a combinação de amoxicilina-clavulanato, que foi de apenas 62,5%. Foi observada uma tendência a CIMs mais elevadas pela metodologia M.I.C.E. Taxas superiores àquelas con- sideradas aceitáveis para erros leves (30%) e erros graves (7,5%) foram constatadas para essa combinação, porém, não houve a detecção de erros muito graves.

Da mesma maneira, os resultados obtidos pela me- todologia Etest apresentaram excelente correlação com a microdiluição em caldo para todos os antimicrobianos testados, exceto para cefotaxima (82,5%) e vancomicina (88,8%) (Tabela 3). A concordância entre categorias para a combinação de amoxicilina-clavulanato foi de apenas 77,5%, semelhante aos resultados do M.I.C.E., porém com

Tabela 1 Concordância geral das fitas M.I.C.E. e Etest em relação ao teste de referência, microdiluição em caldo, para cada grupo de microrganismo

Antimicrobianos enterobacteriaceae

a

(40) Não fermentadores

b

(40) Estafilococos

c

(40) Enterococos

d

(40)

MICE Etest MICE Etest MICE Etest MICE Etest

AMP 100% 100% 95% 100%

AMX/CLV 90% 97,5%

CIP 100% 97,5% 97,5% 97,5% 85% 95%

CTX 85% 82,5

ERI 100% 100%

GEN 100% 97,5% 95% 92,5% 95% 97,5%

GEN HL 100% 100%

IMI 97,5% 100% 100% 100%

LNZ 97,5% 100% 100% 100%

OXA 90% 95%

VAN 72,5% 90% 80% 87,5%

Total 95,4% 95,8% 97,5% 96,7% 90% 96,3% 93,8% 96,9%

AMP: ampicilina; AMX/CLV: amoxacilina/clavulanato; CIP:ciprofloxacina; CTX: cefotaxima; ERI: eritromicina; GEN:gentamicina; GEN HL: gentamicina de alto nível; IMI: imipenem; LNZ: linezolida; OXA: oxacilina; VAN: vancomicina; a:K. pneumoniae (20) e E. coli (20); b: P. aeruginosa (20) e Acinetobacter spp.

(20); c: S. aureus (20) e SCN (20); d: E. faecalis (20) e E. faecium (20).

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Tabela 2 Concordância e erros dos resultados das fitas M.I.C.E. em relação ao teste de referência (microdiluição em caldo)

Antimicrobianos N. de testes Concordância

(MIC ± 1-log

2

) (%) Discordância (%) Erros leves (%)

Erros graves

(%)

Erros muito graves (%)

Concordância por categoria

(%)

AMP 80 78 97,5 2 2,5 1,3 0 0 98,8

AMX/CLV 40 36 90 4 10 30 7,5 0 62,5

CIP 120 113 94,2 7 5,8 3,3 0 0 96,7

CTX 40 34 85 6 15 2,5 0 0 97,5

ERI 40 40 100 0 0 2,5 0 0 97,5

GEN 120 116 96,7 4 3,3 7,5 0 0 92,5

HEN HL 40 40 100 0 0 0 0 0 100

IMI 80 79 98,8 1 1,3 0 0 0 100

LNZ 80 79 98,8 1 1,3 0 0 0 100

OXA 40 36 90 4 10 0 0 0 100

VAN 80 61 76,3 19 23,8 7,5 0 0 92,5

Total 760 712 93,7 48 6,3 4,6 0,8 0 94,6

AMP: ampicilina; AMX/CLV: amoxacilina/clavulanato; CIP: ciprofloxacina; CTX: cefotaxima; ERI: eritromicina; GEN: gentamicina; GEN HL: gentamicina de alto nível; IMI: imipenem; LNZ: linezolida; OXA: oxacilina; VAN: vancomicina.

Tabela 3 Concordância e erros dos resultados das fitas Etest em relação ao teste de referência (microdiluição em caldo)

Antimicrobianos N. de testes Concordância

(MIC ± 1-log

2

) (%) Discordância (%)

Erros leves (%)

Erros graves

(%)

Erros muito graves (%)

Concordância por categoria

(%)

AMP 80 80 100 0 0 1,3 0 0 98,8

AMX/CLV 40 39 97,5 1 2,5 20 0 2,5 77,5

CIP 120 115 95,8 5 4,2 3,3 0 0 96,7

CTX 40 33 82,5 7 17,5 2,5 0 0 97,5

ERI 40 40 100 0 0 0 0 0 100

GEN 120 114 95 6 5 9,2 0 0,8 90

GEN HL 40 40 100 0 0 0 0 0 100

IMI 80 80 100 0 0 0 0 0 100

LNZ 80 80 100 0 0 0 0 0 100

OXA 40 38 95 2 5 0 0 0 100

VAN 80 71 88,8 9 11,2 6,3 0 0 93,8

Total 760 730 96,1 30 3,9 3,9 0 0,3 95,8

AMP: ampicilina; AMX/CLV: amoxacilina/clavulanato; CIP: ciprofloxacina; CTX: cefotaxima; ERI: eritromicina; GEN: gentamicina; GEN HL: gentamicina de alto nível; IMI: imipenem; LNZ: linezolida; OXA: oxacilina; VAN: vancomicina.

(6)

resultados apresentando tendência a valores inferiores aos da metodologia de referência.

Desempenho das fitas M.I.C.E. em relação ao Etest

A avaliação geral dos testes das fitas de sensibilidade M.I.C.E. e Etest em relação ao teste de referência pode ser observada na Tabela 4. A concordância geral entre as fitas Etest e M.I.C.E., considerando a variação de ± 1-log2, foi de 96,7% e a concordância de categorias, 95,1% (Tabela 5).

No entanto, para a combinação amoxicilina-clavulanato, obtivemos apenas 67,5% de concordância geral, 40% de erros leves e 15% de erros graves, o que gerou uma con- cordância de categorias de apenas 45%.

Discussão

Em geral, todos os antimicrobianos obtiveram uma concordância geral ≥ 90% para a fita M.I.C.E.

em relação ao teste de referência, com exceção da cefotaxima e da vancomicina. A baixa taxa de con- cordância (76,3%) para vancomicina provavelmente é decorrente das diferenças na detecção da CIM desse

agente antimicrobiano pelas técnicas baseadas na difusão em ágar e microdiluição em caldo. Estudos anteriores reportaram que as CIMs para vancomicina obtidas por técnicas de difusão ou diluição em ágar apresentaram CIMs superiores àquelas determinadas pela técnica de microdiluição em caldo(5, 8, 9).

A concordância geral entre a metodologia M.I.C.E. e a microdiluição em caldo, método de referência, foi muito boa (93,7%) e semelhante àquela obtida pelo Etest (96,1%). Esses índices foram superiores aos observados por Mushtaq et al. (>

88% para M.I.C.E. e > 86% para Etest)(6). Os autores relataram também taxas semelhantes de concordância geral para cefo- taxima (89,9%) diante do grupo Enterobacteriaceae, mas não para a combinação vancomicina/cocos Gram-positivos. Essa diferença poderia ser explicada pelo método de referência dis- tinto utilizado em nosso estudo (ágar diluição vs. microdiluição em caldo)(5, 9). No mesmo trabalho, Mushtaq et al. relataram uma fraca correlação entre as fitas de imipenem diante do grupo Enterobacteriaceae (81,7% e 82,5% para M.I.C.E. e Etest, respectivamente). Em contrapartida, nossos resultados mostra- ram excelente desempenho dessas fitas (97,5% e 100% para M.I.C.E. e Etest, respectivamente). Esses resultados discrepantes podem ser explicados pelas diferentes espécies de enterobacté- rias testadas por cada um dos estudos. Mushtaq et al. incluíram espécies de Citrobacter spp., Enterobacter spp., Proteus spp. e

Tabela 4 Concordância dos resultados das fitas M.I.C.E. e Etest em relação ao teste referência (microdiluição em caldo)

Antimicrobianos N. de testes

MICE Etest

Concordância

geral (%) Concordância por

categoria (%) Concordância

geral (%) Concordância por categoria (%)

AMP 80 97,5 98,8 100 98,8

AMX/CLV 40 90 62,5 97,5 77,5

CIP 120 94,2 96,7 95,8 96,7

CTX 40 85 97,5 82,5 97,5

ERI 40 100 97,5 100 100

GEN 120 96,7 92,5 95 90

GEN HL 40 100 100 100 100

IMI 80 98,8 100 100 100

LNZ 80 98,8 100 100 100

OXA 40 90 100 95 100

VAN 80 76,3 92,5 88,8 93,8

Total 760 93,7 94,6 96,1 95,8

AMP: ampicilina; AMX/CLV: amoxacilina/clavulanato; CIP:ciprofloxacina; CTX: cefotaxima; ERI: eritromicina; GEN:gentamicina; GEN HL: gentamicina de alto nível; IMI: imipenem; LNZ: linezolida; OXA: oxacilina; VAN: vancomicina.

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Tabela 5 Concordância e erros dos resultados das fitas M.I.C.E. em relação às fitas Etest Antimicrobianos N. de testes Concordância

(MIC ± 1-log

2

) (%) Discordância (%)

Erros leves (%)

Erros graves

(%)

Erros muito graves (%)

Concordância por categoria

(%)

AMP 80 77 96,3 3 3,8 0 0 0 100

AMX/CLV 40 27 67,5 13 32,5 40 15 0 45

CIP 120 117 97,5 3 2,5 3,3 0 0 96,7

CTX 40 39 97,5 1 2,5 0 0 0 100

ERI 40 40 100 0 0 2,5 0 0 97,5

GEN 120 116 96,7 4 3,3 8,3 0 0 91,7

GEN HL 40 40 100 0 0 0 0 0 100

IMI 80 80 100 0 0 0 0 0 100

LNZ 80 79 98,8 1 1,3 0 0 0 100

OXA 40 40 100 0 0 0 0 0 100

VAN 80 80 100 0 0 0 0 0 100

Total 760 735 96,7 25 3,3 4,1 0,8 0 95,1

AMP: ampicilina; AMX/CLV: amoxacilina/clavulanato; CIP: ciprofloxacina; CTX: cefotaxima; ERI: eritromicina; GEN: gentamicina; GEN HL: gentamicina de alto nível; IMI: imipenem; LNZ: linezolida; OXA: oxacilina; VAN: vancomicina.

Salmonella spp., além de espécies de E. coli e Klebsiella spp.

Segundo os autores, a baixa concordância para imipenem nesse grupo poderia ser explicada pela subjetividade na leitura das CIMs em espécies de Proteus, devido à formação de “véu”.

A metodologia M.I.C.E. apresentou valores aceitá- veis para erros leves e graves, de acordo com os limites estabelecidos pelo CLSI, exceto para a combinação amoxicilina-clavulanato. Observamos uma tendência a valores maiores de CIM para essa combinação quando a metodologia M.I.C.E.foi empregada, tanto para isolados de K. pneumoniae como de E. coli. Essa tendência também foi relatada por Mushtaq et al. (78,3% de concordância geral para Enterobacteriaceae)(6). Esse fato pode ser decorrente das características dos isolados clínicos testados ou pode estar relacionado com a estabilidade do clavulanato na fita ou seu armazenamento (2-8oC). Dessa maneira, novos estudos devem ser realizados com maior número de amostras bac- terianas para a confirmação desses resultados. Erros muito graves não foram observados por nosso estudo.

As técnicas de M.I.C.E. e Etest apresentaram concor- dância excelente com a técnica de referência para todos os antimicrobianos avaliados, com exceção da combinação amoxicilina-clavulanato (67,5%), assim como reportado por Mushtaq et al. (70,6%)(6).

Conclusão

À medida que novos métodos para a avaliação da sen- sibilidade a antimicrobianos tornam-se disponíveis comer- cialmente, é importante estabelecer seu desempenho em comparação com os métodos de referência, microdiluição em caldo e diluição em ágar. A fita M.I.C.E. foi desenvolvida como uma alternativa para a determinação da CIM, e os resultados obtidos neste estudo demonstraram excelente correlação com a microdiluição em caldo para a maioria dos antimicrobianos testados.

Os dados obtidos indicaram que ambas as fitas (M.I.C.E. e Etest) apresentaram resultados equivalentes entre si e boa acurácia quando comparadas à técnica de microdiluição em caldo recomendada pelo CLSI. É importante salientar que, para a metodologia M.I.C.E., a combinação amoxicilina-clavulanato apresentou ten- dência a valores de CIM superiores àqueles determinados pelo teste de referência, ao contrário do Etest, em que os resultados apresentaram-se inferiores ao teste de referência.

Portanto, a técnica M.I.C.E. constitui uma excelente opção para a determinação da CIM pelos laboratórios de

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microbiologia clínica. A leitura da CIM é facilitada pela alternância de cores na fita,sendo que sua apresentação individual e sua estocagem a 2-8oC são fatores que contri- buem para seu fácil manejo na rotina laboratorial.

Agradecimentos

À equipe do Laboratório Central do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Endereço para correspondência Eloiza H. Campana

Rua Leandro Duprét, 188 CEP: 04025-010 – São Paulo-SP Tel./Fax: (11) 5576-4748 e-mail: elocampana@gmail.com

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