MOVIMENTO
ASSOCIATIVO
DO BIBLIOTECÁRIO:
ESTUDO
COMPARATIVO
ENTRE O DO BRASIL
E O DO REINO UNIDOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
RELATORIO DE VIAGEM DA SECRET ÁRIA GERAL DA FEBAB
À INGLATERRA - EST ÁGIO NA L1BRARY ASSOCIATION LAB
INTRODUÇÃO
A permanência na I nylaterra de 5 a 21 de setembro de 1985, teve por obje-tivo facilitar o desenvolvimento de ati-vidades comuns pela LA e FEBAB, encorajando desenvolvimento de proje-tos cooperativos e promovendo oportu-nidades para os profissionais bibliotecá-rios dos dois parses estreitarem suas rela-ções, bem como incrementar e aper-feiçoar as relações profissionais dos
mes-mos.
2 DESENVOLVIMENTO
De 6 a 8 real izou-se em Manchester o 169 Encontro Anual de Bibliotecários Jur (dicos promovido pela British and Irish Association of Law Librarians; de 9 a 13 visita à sede da Library Asso-ciation, LA, tendo havido a 9 uma
reu-MARIA ANGÉLICA C. MARTORANO
Sccrcuíria Ccrul tia1l:IJJ\B
ruao com os Chefes dos Departamentos da LA, a 10 visita à Divisão de Serviços de Biblioteca e Informação, a 11 visita
à Editora da LA Ltda e à Divisão de Ser-viços de Mão de Obra e Educação, a 12 houve uma reunião da Comissão de Ser-viços de Biblioteca e Informação, a 13 visita à Divisão de Serviços da Adminis-tração e Finanças e Membros Associados.. de 16 a 19 houve o Congresso Anual da LA, o "Information 85" em Bourne-mouth; dia 20 volta a Londres para visi-ta à Biblioteca e ao Departamento de Pu-blicações da LA.
3 AVALIAÇÃO
Enquanto que no Brasil há 26 Associa-ções de Bibliotecários congregadas pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, FEBAB, no Reino Unido há tão somente a Library Association,
bo Revista Brasileira de Bibliotecono~ia e Documentação 19 (114):66-75, dez./1986
MOVIMENTO ASSOCIATlVO DO BIBLIOTECÁRIO:
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O DO BRASIL E O DO REINO UNIDO
LA. embora haja instituições ligadas à do desenvolvimento da Biblioteconomia E
área como ASLlB (Associação de Gerên- ciências afins, o que a FEBAB e sua!
cia da Informação), lnstitute of Informa- Associações fazem. No Brasil o movi
tion Scientists, Society os Archivists e mento associativo é voluntário; no Reine
Standing Conference of National and Unido é pago; a LA possui um Corpe
University Libraries. No Brasil há órgãos Executivo, o Secretariado, remunerado
fiscalizadores do exercicio profissional Em relação à estrutura, aLA, fundada
como o Conselho Federal de Biblioteco- em 1877, passou a ter importância de
nomia e os Conselhos profissionais em seu desenvolvimento reconhecida pele
assuntos de interesse público, e fixa pa- aval de um "Royal Charter" em 1898,
drões para a conduta profissional de seus com caráter beneficiente (no Brasil
membros. No Brasil há um Sindicato
de Bibliotecários, o do Estado de São
Paulo; no Reino Unido não há, embora
a LA exerça esse papel pois oferece
parâ-metros quando ofertas de emprego são
anunciadas e coopera com sindicatos na
tentativa de melhorar condições de
ser-viço. No Brasil existe a Associação
Bra-sileira de Escolas de Biblioteconomia e
Documentação, ABEBD, no Reino Unido
a LA desempenha essa tarefa, pois
apro-va cursos de dezessete escolas de
Biblio-teconomia e Ciência da Informação da
Grã-Bretanha e lança linha de ação nas
várias funções da Biblioteconomia, a LA
premia as qual ificações profissionais,
pro-move encontros, congressos, conferências,
seminários, exposições para melhor
capa-citar seus membros e mantê-Ios informados
utilidade pública) em ,1964 e com
Patro-nato Real em 1977. Seu objetivo é de
unir todas as pessoas engajadas ou interes
sadas em serviço de biblioteca com o
propósito de promover a melhor
adrninis-tração de bi bl iotecas e encorajar a peso
quisa bibliográfica. ~ composta dc
Conselho, eleito anualmente e sem
remu-neração, composto de especialistas de
diversas áreas e regiões do Reino Unido,
mantenedores da pol úica da profissão
e supervisores de sua implementação
conforme as recomendações de comissões,
e também do Corpo Executivo, cornpos
to de Chefe Executivo responsável pe
10 trabalho do Secretariado, por sua vez
dividido em Divisões e Departamentos.
O Conselho e o Secretariado formam o
seguinte organograma:
Maria Angélica C. Martorano
Membros Eleitos
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Comissão 1':Àl'Cutiv~;--r
I
Cabine te dor
LWClI tivo
Membros
Com iss<iotil'Serviços I Ramos. (~n;po~~tl
-'
ISeções l'Organi-:
: z açõ« ligados à :
~LA,
COllli,\S50 lIL'Serviços de Bibliotvcu c Intonnucão
COllli"ão de Bibliografia ('
Tccnologiu da Informação
L' No nnuhzação
Cumissiio de MJo de Obra ~~!
Corulicô,' de Serviço
l
Comixsflo d,' lducacâo •
.J
Ldiroru da L.A, LIda .•
A L.A, é responsável pelo Fórum Nacional em normas bibliográficas e pela Comissão de coordenação de acesso-on-line do Reino Unido. É membro fundador da I F LA, membro da F I O e participa do programa da UNESCO através da Comissão Nacional Britanica do PGI (Programa Geral de Informação), membro fundado. da Commonwealth Library Association (COMLA),
O gabinete do Chefe do Executivo é responsável por assuntos de gerência,
SECRETARIADO
J
Divisão de Serviços de LI:inanças c AssociadosAdministração
68
Divisão de Servcos de Biblioteca e Informação
Divisão de Serviços ele Mão de Obra c Educação
r
~,ditora da LA LIda c Clive Binglcy LIda
e assuntos legais e parlamentares. Isto porque a LA mantem ligação formal e informal com os Ministérios e Departa-mentos ligados à Biblioteconomia e In-formação concernentes às Casas do Parla-mento; eis porque do Chefe não ser Bibliotecário, e sim polrtico, desde 1984 o Chefe é um ex-pol (tico do Parlamento, George Cunnunqhan, que tem como assistente Rob Palrner . Esse Gabinete é também responsável pelo Editor: Jane Jenkins, responsável pelos anúncios
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 19 (1/4):66-75, dez./1986
MOVIMENTO ASSOCIATfVO DO BIBLIOTECÁRIO:
ESTIJDOOOMPARATIVO ENTRE O DO BRASIL E O DO REINO UNIDO
em geral e de mercado de trabalho, Oavid Will, e pelo Bibliotecário Alan Macgregor. A Editora fornece aos associados a publicação mensal gratuita "Library As-sociation Record", publicação que se auto-financia pelos anúncios pagos, e o "Vacancies Supplement" que também se auto.fiQancia pelos anúncios de oferta de emprego, também pagos. A Biblioteca, mantida agora financeiramente pela British
l.ibrarv, com 6 bibliotecários. sendo Deputy Librarian Andrea Polden, e 6 funcionários, presta serviço à comunidade bibliotecária do Reino Unido, formando uma Seção de Serviços Públicos da Divisão de Referência da British Library, podendo ser utilizada pelos membros da
LA e funcionários da Bristich Library, preferencialmente, mas também por outras pessoas, possuindo serviços de fotocópias. Os principais assuntos cobertos são: Biblioteconomia, por per iodos históricos ou área geográfica; Documentação e Ciência da Informação, com ênfase da parte prática e literatura seletiva da parte teórica; Bibliografia: literatura seletiva da bibliografia histórica, obras de arte e exemplos de bibliografias enumerativas e de assunto; Leitura: literatura seletiva de hábito de leitura, alfabetização de adultos e literatura infantil; Meios de produção e distribuição da informação : Iiteratu ra seletiva sobre autoria, publicação, impres-são, venda, e textos básicos sobre censu ra e direitos autorais; Tecnologia da infor-mação: automação, telecomunicações, reprografia, acervo e distribuição da informação, I nclui materiais como livros e fOlhetos: acerca de 60.000 volumes (com
-um crescimento de 2.000 volumes ao ano por compra, com exceção de relatórios que são doados): Periódicos: 1.000 t (tu los correntes, sendo que possui todos os que são resumidos na publicação "Libra-ry Information Science Abstracts", liSA; relatórios de pesquisa: 6.000, sendo que os dos Estados Unidos são em micro-fichas; teses e dissertações;" materiais audio-visuais : cerca de 300 entre video cassetes, filmes e slides; e catálogos de equipamentos de bibliotecas do Reino Unido, Utiliza para catalogação o AACR-2 e para classificação Dewey, 19~ edição, e a partir de 1976 há uma parte do acervo classificada pela Classificação do CRG, Como serviços, possui a Sala de Leitura com aparelhagem para leitura de micro-fichas e microfilmes, de livre acesso; apenas uma pequena parte do acervo é de uso restrito; contem coleção de refe-rência de bibliografias, dicionários, diretó-rios, enciclopédias, normas, publicações oficiais; possui também jornais em in-glês dos últimos Dez anos, e são indexa-dos artigos de 100 periódicos, Possui também Serviços de auxrlio ao usuário, como preparo de listas de leitura de qual-quer assunto da área, editoração, arqui-vo e fontes de informação. Possui como publicações: CARBLiS (Current Aware-ness Bulletin for Librarians and Informa-tion Scientists}, publicação mensal, com objetivo de ressaltar desenvolvimento cor-rente em serviços e técnicas de bibliote-ca e informação, e publicar os recursos e serviços da Biblioteca, incluindo Seções informativas de fontes, notas de outras seções da Divisão de Referência e da
Maria Angélica C. Martorano
própria British Library como um todo,
e contem listas de periódicos, notas
so-bre os novos livros e periódicos
adquiri-dos e resumos das teses; publica
também a F LA Theses, com resumos de
todas as teses recebidas pelos Membros
honorários da Library Association desde
1964; e ainda LA l.ibrarv Readung List,
com seleção de referências à literatura
em tópicos de interesse corrente
profis-sional.
A Divisão de Serviços de
Administra-ção, Finanças e Assoei ados possu i três
Departamentos : o de Administração,
Contabilidade e Finanças e o de
Associa-dos, Divisão essa dirigida pelo
Secreta-rio G.S. Mann. Além da rotina de
recep-ção, telefone, telex, datilografia e
repro-grafia, o Departamento Administrativo é
responsável pela rotina diária na sede,
pelo pessoal, segurança contra incêndio,
manutenção de máquinas e
atrnoxarita-do, pela Sala de Espera dispon (vel dur
an-te o dia para rnernbi os e o pessoal para
encontros sociais, onde há uma cozinha
para
wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ieuniões profissionais e sociais, queforneceu o almoço no dia 12; possui
ainda um mostruário de publicações e
produtos comercializados pelo Fundo
Assistencial da Associação como cartões
de Natal. Esse departamento é dirigido
por Mrs. J.E. De Vos, possuindo apenas
mais uma funcionária, mas com grande
uso de autornacão e desburocratização;
o controle do ponto é efetuado pelo
próprio funcionário, bem como não há
controle sobre a retirada de material do
almoxarifado por funcionários que apenas
deixam preenchidos formulários de retira
70
da de material. Lá é feito o controle dos
salários de pessoal do Secretariado,
sendo que os aumentos são efetuados a
1<? de janeiro, 1<? de abril e 1<? de
outu-bro. Trabalham sete horas por dia e
rece-bem horas extras; não há licença para
gestante, mas recebimento de pecúnia
por três meses; quanto a férias, no
primei-ro ano são vinte dias; no segundo e até
cinco anos um mês; após cinco anos dois
meses, aumentando um mês a cada
cin-co anos. O Departamento de
Contabili-dade e Finanças também tem como
ele-mento importante o computador no
pre-paro de orçamentos e conferência de
re-ceita e despesa de relatórios financei ros
passados com o mais recente em
segun-dos, sendo dirigido por Mr Wi lIy Burns,
que conta com Ms F. Ryan, Accounts
Controller, Ms Barbara Greadback, Cashier,
e mais dois funcionários para o controle
de orçamento e das despesas, sendo
uma digitadora. Como a Associação é
uma sociedade de serviços e publicações
da profissão, seus serviços incluem
finanças e gerência, tendo que se
preocu-par com gastos feitos pelos membros,
pois nada é feito às expensas do
Secreta-riado; são realizadas pela LA as despesas
com passagens, estadas, cursos feito pelo
Secretariado bem como gastos com
pessoas por ele recebidas, o que não
acontece no movimento assoei ativo do
Brasil, pois os membros além de não
rece-berem remuneração, convocados,
obriga-toriamente, para participar de
Assem-bléias, ainda gastam com passagem,
estada e outros gastos. O Departamento
de Associados é dirigido por Mr Don
MOVIMENTO ASSOCIATIVO DO BIBLIOTECÁRIO:
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O DO BRASIL E O DO REINO UNIDO
Robertson e possui apenas uma
funcioná-ria e controlam os pagamentos de
anui-dade e mudanças de endereços de 24.000
associados sendo que ainda no ano de
1985 até a data: 13 de setembro, haviam
sido incorporados cerca de 10.000
sócios; é grandemente utilizado o
compu-tador, e pode a impressora acoplada ao
computador imprimir a qualquer
mo-mento a lista de associados, em ordem
alfabética, por local, com a situação de
cada associado. Publ ica a .. Record"
idealizada por esse Departamento com
colaboração e financiamento dos Ramos,
GrupoS, Seções· e OrganiLações a ela
ligados. A tabela de anuidade varia
con-forme o salário do profissional, cerca de
10% do salário anual, e as vantagens
ofe-recidas estão contidas no folheto de
di-vulgação "The Library Association: Why
vou should jouin" como: oportunidade
de encontrar bibliotecários de áreas
variadas desde a públ ica a setores
pri-vados, o periódico mensal "The
Associa-tion Record" e o "Vacancies
Suple-rnent ", taxas reduzidas com eventos e
cursos, uso da biblioteca, conselhos em
relação ao desenvolvimento pessoal e
salários; oportunidade de receber o tI'.
tulo ALA, Associare Library Association
ou FLA, Fellow Library Association;
preços substancialmente reduzidos para
livros e periódicos da Associação; e uso
da Sede para encontros de trabalho e
encontros informais.
A divisão de Servicos de Biblioteca e
Informação cuida d~ desenvolvimento
da pesquisa e técnica concernente a
bi-bliotecas e serviços de informação como
catalogação, classificação, estati'sticas de
bibl iotecas, com a responsabi lidade de
áreas como: estações de cabo e satélite,
publicação eletrônica e entrega de
doeu-mentos, automação, acesso on-line ,
micro-computadores em bibloteca, video-texto:
e mantém relações com a TE LECOM
Britanica e seus serviços, particularmente
o PRESTE L, e relacionamento similar
existe na Comissão Brasileira de
Documen-tação Tecnológica da FEBAB. É ligado ainda ao pessoal de bibliotecas e
servi-ços de informação da Instituição de
Nor-malização Britanica, o que acontece com
a FEBAB que tem participação nas reu·
niões do INMETRO. Está dividida em
dois Departamentos: o de Pesqu isa e
Desenvolvimento dirigido por Mrs Ann
Hobart, Development Scretary; do
traba-lho chamou· me a atenção as orientações
para bibliotecas de deficientes e de
presos; possui ainda o Departamento de
Bibliografia e Informação que trata
dos serviços on -line : aspectos legais, que
deram origem a "Guidelines: data
pro-tection and the library and information
community", departamento dirigido por
Verina Horsnell tendo C0l110 assistente
Peter Miller. A Divisão é dirigida por Mr.
Russel Bowden, Deputy Executive e é
secletariado por Ms Brenda Srni th. O
O DeiJartamento de Pesquisa e Desenvol·
vimento é o que administra o programa
de pesqu isa da Associação e, através de
um Fundo de Financiamento, tem
incen-tivado a pesquisa e manutenção de peso
quisas em bibliotecas, sendo que a
Asso-ciação, para incentivar o desenvolvimento
do conheci mento p.otissronel. oferta
Ille-Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 19(1/4):66-75, dez./1986
,\
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1I
1
11Maria Angélica C. Martorano
dalhas para trabalhos de pesquisa, de le-vantamento bibliográficos e mesmo de
administração de bibliotecas, como: The Besterman Medal, The Carnegie Medal, The Kate Gr eeriawav Medal, The Mc Colvin Medal. The Robiinson Medal e The Weatley Medal. O Departamento de Bibliografia e Informação recomenda no-vas iniciatino-vas ao Conselho do LA em tudo que se relaciona à Tecnologia da Informação.'
A Divisão de Mão de Obra e Educação é diIigida por Mr Ross Shimmon e dividida
em 2 departamentos: o de Mão de Obra e condições de serviço, flue tem como membros Mr Oavid Ruse, Manpower Secretary e Ms Iricia Reid; e o de Educa-ção que tem como rnembi os Ms Kate Wood, Education Secretarv, Mrs Cathy Principie, Assistant e Mrs Jackie Ouarmly, Continuing Education Officer, uma das Divisões mais organizadas, pois no estágio todas as minhas perguntas estavam res-pondidas em publ icações. A Associação através do Departamento de Educação está relacionada com a educação e treina-mento do pessoal em bibliotecase serviços da informação, profissionais ou não; mantem contato com dezessete Escolas de Biblioteconomia, dando monitoria ao conteúdo dos cursos oferecidos; provê um serviço de consultoria àqueles que desejam entrar na profissão e para mem-bros que desejam atualizar seus conheci-mentos; 01ganiza um programa extensivo de Educação Continuada e uma Subco-missão Permanente traça orientações para treinamento de pessoal de bibliote-cas em todos os ruveis, Bibliotecários ou
72
não. A .Associação não é um sindicato, mas, como parte de sua responsabi Iidade para com seus membros, mantém interes-se e envolvimento nisso, aconselhando sobre salários e condições de serviços de bibliotecáros, através do Departamento de Mão de Obra e Condições de serviço, mantendo convênio com entidades como: The National and Local Government Officers Association (NALGO), The Asso-ciations of University Teachers (AUT), The National Association of Teachers in Further and Higher Education (NA-TFHE) e Institution of Professional Civil Servants (IPCS), informando essas enti-dades sobre as necessienti-dades dos bibliote-cários, com dados estansticos. no sentido de alcançar melhores salários e condições de serviços; através da publicações "Tr ade Union News" fornece informações sobre assuntos de sindicalismo relacionados à
Biblioteca; publica folhetos anuais com informações atualizadas sobre salários dos bibliotecários funcionários públicos, de universidades, de qualificação especia-lizada, e de serviços civis e de saúde, com recomendações de níveis de salários adequados para setores comerciais e industriais, publica anúncios de empregos através da publicação "The Library Assocaition Record Vacancies Supple-ment. "Enfim, a Associação faz represen-tações junto a autoridades, mern bras do parlamento, sindicatos e conselhos locais sobre o papel e situação do serviço de biblioteca.
O setor de Editoração e Vendas tem como Management Director Mr. Char-les Ellis. como Deputy Editor Mrs Chris
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 19 (1/4):66-75, dez./1986
. MOVIMENTO ASSOCIATIVO DO BIBLIOTECÁRIO:
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O 00 BRASIL E O DO REiNO UNIDO
Brockirst, e as atividades de publicação tecários. Os próprios membros contri-da Associação estão agrupadas em duas buem anualmente ao Fundo ou de vez companhias que dominam o mercado da em quando. Está também nessa Divisão Biblioteconomia e Ciência da Informação o Departamento de publicações, onde no Reino Unido; são a Libarry Associa- Ms Jenkins ensinou técnicas de editora-tion Publishin Limited que dá descontos cão para confeção de boletins e dos rela-a seus rela-associrela-ados, publicrela-a uma série imensa tórios, com venda de espaço para anún-de livros e publ ica cinco periódicos: cios, levando essas publ icações a se auto Bristish Humanities I ndex, Current Tech- financi arem, fornecendo à F E BAB farto
nology Index, Library and Information material.
Science Abstracts, Current Research e São Ramos, Grupos e Seções da LA: Journal of Librarianship. A outra é a Association of Assistant Librarians; Au-Clive Bingley Ltd. que' complementa adio-Visual Group; Branch and Mobile lista de publicações da primeira, dedican- Libraries Group; Cataloguing and Inde-do-se a estudantes e profissionais inician- xing GIOUP, (nossa Comissão Brasileira tes de livros de texto e monografias a de Documentação em Processos TécnicOS); eles dirigidas. Tive oportunidade de co- Colleges of Further and Higher Education nhecer a Seção onde são feitos os resumo Group; Cornmunity Services Group; Edu-na área de Biblioteconornia e Ciência cation Librarians Group; Government da I nformação que elabora a publicação Libraries Gr oup: Industrial Group; I
nfor-Library Information Science Abstracts, mation Technology Group; International LISA, onde trabalham quatro resumido- and Comparative Librarianship Group; res; onde constatei que fazem um estudo Library Education Group; Library His para estabelecer o preço da assinatura torv Group; Local Studies Group; Medi-através de um gráfico, segundo custo cal, Health and Welfare Group (similar de vida e inflacão, onde pode ser notado a nossa Comissão Brasileira de Documen-o aumentDocumen-o do oreco ano a ano. Mr Ellis ração Biomédica); Public Libraries Group esclareceu-me que a venda de publicações (nossa Comissão Brasileira de Bibliote-dá um alto lucro a Associação e que para cas públicas e Escolares-CBBPE); Pu-não pagar impostos no final do ano doam blicity and Public Relations Group; o lucro à The Library Association Bene- Rare Books Group; Reference, Special volent Fund, que por ter número no and Information Section; School Libra-Reqistei ed Charity não paga impostos ries Group (nossa CBBPE); University e nem consequentemente a LA. Tal fun- College and Research Section; e Youth do tem como objetivo dar ajuda financei- Libraries Group. Como rarnos. que se-ras a membros, aposentados e dependentes riam nossas Associações possui: Ber k-carentes. Tem ajuda financeira de "Trus- shite, Buchinghamshire end Exfordshire; tees" e presta auxilio à pobreza, doença East Midlands; Easterns; i.onoon and aos membros e dependentes de bibl io- Home Countl ies Northern I rland;
Scot-Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 19 (1/4):66-75, dez./1986
Maria Angélica C. Martoruno
tish Library Association; South Western;
Welsh Library Assocaition; West
Mid-land; e Yorkshire and Humberside, num
total de 12. E está ligada a ARLIS, Cut
Librarians's Societv: Association of
Bri-tish Theological and Philosophical
Libra-ries: I nternational Association of Music
Libraries ramo do Reino Unido;
Libra-ri ans Christian Felowship: Library and
Information Research Group; Map
Cura-tors: Group of the British Cartographic
Societv: Sixth Form Colelge Group;
e Society of Indexers.
Vejamos agora um pouco como são
organizdas suas reuniões, assembléias e
eventos. Os Grupos trabalham em cima de
projetos concretos de
wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
realização quede-vem ser aprovados nessas Reuniões Anuais.
Na reunião em que participei do dia 12
presenciei uma Chefe de Grupo se esgotar
na defesa oral de viabilidade do projeto
do Grupo, mas finalmente foi aprovado
e a cada Reunião todos os Chefes são
cobrados, devendo esclarecer o porquê
do não andamento e caso não tenha
havido progresso, o projeto pode ser
cortado com perigo de extinção do
Gru-po. Eles recebem ajuda de custo, mas
trabalham duramente. O andamento dos
projetos é d ivu Igado por escrito em
fo-lhas amarelas, as yellow papers, não
ha-vendo necessidade dos Chefes falarem;
só perguntam para se inteirarem de
deta-lhes não expostos no relatório, e como é
importante a figura do Chairman, eleito
por eles mesmo para presidir a Reunião.
O Presidente eleito para 1984, Mr Ron
Surridge, que participou cio inicio desses
projetos, é apenas um convidado, e o
74
Chairman, um profissional de
experien-cia, ponderado, por não ter contato
fre-quentemente com os membros dos
Gru-pos, só através dos yellow papers,
inter-vem, arremata as discussões, e os Chefes
respeitam-no, não havendo muita
liber-dade para discussão, e muitas interrupções
justamente por não haver' amizade, só
contato profissional, e o próprio
Chair-main, Mr Peter Lewis aconselhou a que·
tivéssemos no Brasil essa figura, de
gran-de responsabilidade, e que por não ser o
executor percebe mais faci Imente os
erros da execução. Por serem muito
orga-nizados, numa Reunião Anual de apenas
três horas e meia foram resolvidos
proble-mas e aprovados projetos de execução.
Já a Assembléia Geral Anual durou menos
de uma hora e nela são discutidos apenas
problemas como: Aprovação da Ata
ante-rior, da eleição do Conselho para 1985
e do relatório e balanço de 1984, de
novos membros, e da anuidade para 1986,
Tributo aos bibliotecários falecidos e
Moções. Esta foi presidida pelo Presidente
eleito do ano de 1985 Sir Harry
Hook-way, tendo à mesa o Secretário Geral,
The Chief Executive Mr. George
Cun-ninghan e o Tesoureiro eleito de 1984
Mr Labdon. O Presidente abriu a sessão,
agradeceu a presença da representante
do movimento associativo brasileiro e
se-guiu a pauta. Notou-se então a
importân-cia do Secretário Geral responsável por
todas as atividades, e que é remune rado:
dar' pensarem que eu era o único elemento
remunerado da FEBAB; lá é mais
impor-tante o Secretário-Geral, funcionário da
LA do que o Presidente eleito apenas por
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 19(1/4):66-75, dez./1986
MOVIMENTO ASSOCIA TlVO DO BI BLlOTECÁRIO:
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O DO BRASIL E O DO REINO UNIDO
.cão nas áreas de informação geral e espe-cializada, de editoração, de
administra-ção, sobre tudo de pessoal, de segurança, contra incendio principalmente, uma das
preocupações constantes em toda a
In-glaterra em hotéis, escolas, bibl iotecas; noções de contabilidade e finanças, e
per-cebeu-se a importância da automação na
racionalização do trabalho.
Além disso, o mais importante, essa
viagem poderá proporcionar a assinatura de um Convênio Inglaterra versus Brasil
nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, pois a Associação
Ingle-sa dispondo de recursos financeiros
facili-tará o desenvolvimento e aperfeiçoa· mento dessas áreas no Brasil, desde o
ensino, o movimento associativo, até o desenvolvimento e implantação de novas atividades em bibliotecas gerais e sspecia-lizadas. Tive oportunidade de presenciar
o convênio firmado entre a LA e a
Hungrian Library Association com a pre-sença do Ministro da Educação e Cultura da Hungria, estando presente um
repre-sentante da Associação de Bibliotecários da Iugoslávia, que também está pleitean-do esse convênio. Pelo exposto vimos
que o movimento associativo inglês
difere do brasileiro em questões de
estru-tura e organização; o da Hungria é similar ao brasileiro, mais pobre, membros não
remunerados, mas que tem uma vantagem sobre nós: executam um Serviço Nacio-nal de Resumos na área de
Bibliotecono-mia e publicam o Hungrian Library
Abstracts. Entretanto, com a vinda de
Foi uma viagem produtiva, pois além Mr. Russel Bowden ao Brasil poderemos de ter atingido o objetivo, fornecendo conseguir o convênio mediante nossa r;iformações s~bre o d:senvolvimento da recepção, nossa demonstração de respon-_blroteconomla e Ciéncia da Informa- sabilidade, e de boa vontade, o que vrrá çao na Inglaterra, foram aprendidas téc- a ser a glória para o mo~imento associa-rucas: do uso da automação, da computa- tivo bibliotecário brasileiro.
Revista Brast'1'eira de Blblioteconomia. e Documentação 19(1/4):66-75, dez./1986 um ano. Nessa Assembléia estavam
al-gumas pessoas não eleitQras;. não é fe-chada mas os não eleitores ficam
separa-dos recebendo os '!non-voting tlcket ".
Antes da Assembléia houve uma cerimô-nia de entrega de tltu~oS de FLA,
associa-dos há mais de cinco anos e que tenham prestado serviços relevantes à Bibl
íote-conomia e Ciência da Informação. O Congresso Anual "Information
85", anterior à Assembléia, administra-do por Mr Rob Palmer e secretariado por
Mrs .Nicola Caundry foi muito bem
orga-nizado, em local que abrigasse salas das sessões, sala de exposição' que servia
também de refeitório. Na pasta já havia "tickets" para refeição, refrigerantes, eventos, tudo grátis pois já incluidos no
preço ça inscrição. Tive oportun idade de
presenciar o mesmo no Congresso de
Bibliotecários Jurldicos; é muito produ-tivo; não há dispersão, atraso e há
opor-tunidade de uma convivência maior
entre os participantes no horário de refeição e Intervalos. Um dos eventos sociais que me chamou a atencão foi o "Informainment", fusão de ;'Informa-tion" e "Entertainment", onde os
con-gressistas são um espetáculo de sátira aos dirigentes do movimento associativo, com o bom humor do inglês, e cujos
diri-gentes ficam encantados e até se pre-dispõem a corrigir seus erros apontados
sutilmente pelos Bibliotecários Artistas.