AJLLGUJWAS CONSIDERA ÇÔJES
f- .
:;• SOBRE
•
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öfitc
(f . ttrtvvh . il 3gttb
<i.
raaaco-fi»'
T H E S E
APRESENTADA ESUSTENTADA PERANTE
A FACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO
,
EM17DE DEZEMBRO DE 1840 ,
/
/o< iSf-n/onic dbdcMe
/jc//ScuYe neyzo
/NAITRAI
.
DA CIDADE DES.
l.
UIZ(PROVÍNCIA DO MARANHAÖ),FidalgoCavallciro da Casa Imperial c DoutorcmMedicinapela mesma Faculdade.
Ondoitbeaucoup exiger deceluiqui sc fait auteurparun
.sujetde gainetd'intérêt,mais celui qui va remplir undevoir dontilnepeuts’exempter,estdigned’excuse dans lesfautes
1
.
AßaiylKE.
qu’ilpourracommettre
.
RIO
DE
JANEIRO ,TYPOGRAPHY IMPERIALECONSTITUCIONAL DEJ
. VILLENEUVE
E COMP. .
RUAD'OUVIUOÜ
,
N.
°65.
I8/1O
.
ü F&Œ miD & iDiB D üS miaiDMiiï m
DO RIO DE
JANEIRO .
OsSrs
.
Doutores Lentes Proprietários.DIRECTOR:O SR
.
DR.
MANOELDOVALLADAôPIUENTEL.
PROFESSORES
.
Os Srs
.
Doutores.Matériasr/ ucleccionâo
.
1
.
ANNO.
Botanica Medica,c princí pios elementares de Zoologia
Pliysica Medica F.F
.
ALLEMSO.
F
.
DEP.
CAMUDO.
2
.
ANNO.
Cbimica Medica,e princípioselementares deMineralogia Anatomiagerale descriptive
J
.
V.
TORRES HOMEM,Examinador J.
M.
N.
GARCIA.3
.
AN.NO.CONS
.
"D.
R.
DOSG.
PEIXOTO.
J.M
.
N.GARCIA,Examinador.
Phvsiologia
Anatomiageralc descripliva
. . . -
t\
.
‘ANNO.
Pathologiageral
.
cPathologiaexternaPalhologiageral,e Pathologiainterna
Malcria medica , Pharmacia , Thcrapeutica
.
e artedeformular.
5
.
"ANNO.
Operações , Apparelbosc Anatomia lopographica
Partos,Enfermidadesdemulheres pejadas cparidas,edeme
-
ninosreccm
-
nascidosL
.
F.
FERREIRA.
J
.
J.DASILVA.
J
.
J.
DEC.
ESILVA.
C.B.MONTEIRO,Examinador
.
F
.
J.
XAVIER ,Examinador.6
.
*ANNO.
T.G
.
DOSSANTOS.
J.M
.
DAC.
JUBIM.
M.DOV
.
PIMENTEL.
M
.
F.
P.
DECARVALHO,Presidente.
Hygienaehislojjjadamedicina MedicinaIrgrfTT ClinicatftqdicaSr
^
Clinica cirúrgica
£
A
.
SLBSTITUTOS
.
( A
.
F.
MARTINS,Examinador.
IA
.
T.DEAQUINO.
5I)
.
M.
DEAZEVEDO.
( L
.
DAC.
FEUO’.
) J
.
li.DAROZA.
IL
.
DEA.
P.
DACUNHA.
Secção dc Scicncias accessorias Secção Cirúrgica SecçãoMedica
SECRETARIO
.
O SR
.
Dn.
LUIZ CARLOSDAFONSECA.
AFaculdade deixanainteira propriedadeeresponsabilidade deseusautoresas opiniões emil
-
lidasnas Tires qnelhe sãoapresentadas
.
A wsmm ù . IBUS mans IPüH 3
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TRIBUTO1>E SAUDADE,GRATIDÃOEAMIZADE DE
3 .
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AMKniE Ä g Ç OE í SIDEISA ÇÕES
\ S O R R K
A (
Tnsfitc
(Trtlavvhal Ctguba .
Entreasaflfecçõesquepodematacarabexigaurinaria
,
heainfiammacáo humadas maisfrequentes,
das mais dolorosas,
cquemaisgravidadeapre-
senta
.
Posto quefrequenteemuitasvezesrebelde,
estaenfermidade foipouco estudada pelosautoresantgos,
epela leitura desuasobrasvê-
se queella não foiobjectodesuaslucubraçóes.
Em tempos menos remotos,
osque deliase occupá rão tinhãosobresuanatureza csobreascausas quea produzemideas mais oumenoserróneas;he assim que huns,enganadospelacôresbranqui-
ç
ada do muco,
julgarãoqueera ochyio,
desviado de seu caminho ordinário,
que aflluia paraabexiga;outros, que ocatarrho vesical dependia de hum principiohumoral,acre,quesedirigia principalmcnte paraestaviscera; ou
-
tros,emfim
,
acreditarãoqueestecatarrho provinhado fluxohemorrhoidal, lloflman foioprimeiro que descreveu esta enfermidadesobadenominação de—
raroveticœ a/fecia: Cullen a denominou—
ischuria mucosa:Linneo achamou
—
viscosidade,dabexiga:Sauvages—
pyuriamucosa: Lieutauddeu-
lheo nomede
—
fluxocatarrhal ,catarrhoda bexiga:estadenominação foi igualmente admittida por Chopart,Bartheze outros.
DEFINIç ãO KSYNONYMIA
. —
Dá-
segeralmenteonomedeCystiteahuma in-
ílammaçãoaguda ouchronica de humaoumaisdasmembranas queentráo composição da bexiga
.
A mórpartedosnosologistasreservão estenomeá iriílumma çãoaguda,
cespecialmentcá que invadeaomesmo
tempotodasas membranasque constituemesteorgâo;descrevem,pelo contrario,
comonome de catarrho,allegmasiada tunicamucosa.
Nósacreditamos que naCystitea rmuibrunamucosa participa mais ou menos dainílummu
ção,
equo noca-
n a
(
<
3 )tarrho vesicalasoutrasmembranasdesta viscera sãoigualmente
inflammadas
: emambososcasos,
compartindoamembranamucosaaiullammacão,
adesig-
naçãoque damosdeCystitecatarrhal nos parece preferível, porisso quese harmonisacoma naturezaeséde daenfermidade
.
Esta affecção tem sidogeralmentedivididacmagudaechronica
.
Para proceder com methodo,
descreveremossuccessivamente,
tantoquanto nos fòr possível,
as causas mais ordinárias que aproduzem,
ossymptomas queapre-
senta em sua marcha
,
esua duração :(aliaremosdepoisde suas terminações diversas, de suascomplicações,
diagnostico,
prognostico,
das alteraçõesque se encontrãodepoisda morte,
eexporemosotratamentoquelheconvém.
CAUSAS
. —
Nósdividimosem1resas ordens de causasquepodemdarnas-
cimentoáCystitecatarrhalaguda:aprimeiraordemcomprehenderáascausas predisponentes
,
a segunda as occasionaesou determinantes,
c a terceiraas metastaticasesympathicas.
CAUSASPREDISPONENTES
. —
No numerodas causaspredisponentescompre-
hendemos
—
a'idadeadulta,
a velhice,
otemperamento sangu í neo,
osan-
guineo
-
nervoso,o sexomasculino(entretanto as mulheres nãoestão isentas),
as estações do outono e doinverno
,
aexposiçãoprolongadaá influencia de hum ar frioeao mesmotempohúmido,
amudanç
a dehuma estaçãosaudavel parahumacmquereinem asalfecçõescatarrhaes,
ahabitaçãodelugaresbaixos ehúmidos(Hippocratestinhajá observadoquea temperaiirafria echuvosa tornava aurina turvaecausava diflieuldade emsua excreção), a vidasedentá-
ria
,
ostrabalhos degabinete,
aequitação,
ohabitode reterpormuito tempo a urina,
ousode bebidas alcoholicas,
oexercícioviolento,
asalfecçõesmoraes
tristes,
oabusodosprazerés doamor,
etc.
CAUSASDETERMINANTES
. —
Tudo quanto determina humaacção irritante dircctasobreamembrana internadabexigadeve ser collocado entre ascausas
determinantes destaalfecção:assim,
ousoinconsideradodascantharidns,
a in-
gestãode bum
veneno ,
asiujecçõesestimulantes feitas nabexiga ounocanal
(
7)
<iauretra,o« diuréticos fortes
, huma
feridapenetrantedobaixoventre,
aope- ra çãoda talha , hum calhctcrismo longoedoloroso,
ademoraprolongada
da* sondas, hum polypo desenvolvido nabexiga,
humcoagulo dc sangue concre-
tado, matérias fecacs endurecidas e accumuladasnorecto
,
humapancada ,
humaquedasobre a regiãohypogastrica,
aherniadabexiga,
humparlolaboíioso
,
duranteoqualesteorgãotenhasido por longo tempocomprimido pela cabeçado feto,
ouferido pelos instrumentos do parteiro;aretençãoprolongada daurina,oscálculos vesicaes,
amasturbação cocoitorepetidos,
comoobservou Lallemand.
Oquedáporém maisfrequentemente lugar áaflecçãoquenos occupa he huma violentablcnorrbagia,cujosc(Feitossetenhãopropagadoaté abexiga.
CAUSAS METASTATICASV.SYMPATHICAS
. —
Collocamosnestaordemdecausastodasasenfermidades que
,
fixadas primitivamente napelle,
nasarticula- ções,etc.
, sedeslocãode suaséde primitivaparasedirigir ábexiga: por exemplo,
otransporte da gotta , de huma alfeceãorheumatica,arthritica,
o retrocessodehum exanthema,
emaxime daserupçõesherpeticas,
que de todas asenfermidades da pelle são ns que mais tendênciatem a dirigir-
se sobrea tunica interna da bexiga;asuppressáo dehum exutorio qualquer, dehumahcmorrhngia habitual,asheinorrhoides,osmenstruos,oslochios, osfluxos brancos, odesapparecimento repentinode suores parciaes,
como dasmãos, dos pés,
dasaxillas,etc.
As membranas mucosastem outresi re- laçõessympathicas,quesãoalgumasvezescausadaaflecçãoquenosoccupa: epois, vemos ainflammaçãodos rins, dos uretères,
da uretra,
davagina,
do utero,da prostata,edas vesículasseminaespropagar
-
seaté abexiga.
A cystitep úde aindaserproduzidaporcontiguidadede.tjscidonasenfermidades<Io perineo
,
napéritonite,etc.
SYMPTOMAS
. —
Os symptomas varião segundoamarcha aguda ou chro-
nicaque segueainflammacão;mas
,
tencionando nósestudar sómente tilecatarrhal aguda,
nãoaencararemos senão poresta face.
Qualquer|tenha sido a causaque determinasse a cystite,cila heordinariamente|
dida dealgunssymptomas febris:odoente pois accusa calefrios,horripilaçõcs
.
Ionsvagasnaregiãolombar
,
sentimentodcfrio nasextremidadesinferiore«; acvs-
>recc
-
( « )
apresenta
- se
inquieto e abatido; masestesphenomenos precursores nãosão constantes. Na
múr parle dos casosainvasãodesta enfermidade lie rapida,
e entãoelluse apresenta commaioroumenor
intensidade nossymptomas que aacompanhão. Hum
doscaracteresmaisconstantesdacystite catarrhal h grande sensibilidade dohypogastrio: odoenteaccusa
dôr aprincipio surda, obscuraeprofunda,
acompanhada decaloracre; maslogodepois, augmen -
tando
-
scaintensidade dos symptomas,
esta dôr torna-
seviva,
esepropaga
ordinariamente pelauretraaté aextremidadedaglande
,
ealgumasvezes ate osrinspelosuretères:asensibilidade do hypogastriohetal,que não consente amenor pressão,
ainda mesmonospontos visinhosdestaregião. Vontade
fre-
quente deurinar
,
acompanhada dedor,incommoda opaciente: aurina he começodesta affecçãoclarael ímpida; calor ehumsentimento depicadas insupportavclsefazemsentir namargemdo anus,
donde resultãofrequentes desejosde ir ábinca,
semcomtudopoderemsersatisfeitos: depoisde esfor-
çosviolentos
,
algumasgottas de urina sãoexpellidas comhum sentimentode caloreprurido.
e a
no
Quando estes accidentesseprolongão
,
trazemnovosainda maisgraves:a bexiga,
estendidapelaurina ,faz saliência acima dospubis; oventreaugmen-
tade volume:amaisligeira coberturasetornainsupportavclaodoente;appa
-
recemcólicas: lodoocorpocobre
-
se dehumsuorapresentando cheiroam-
moniacal
,
devidocertamente áabsorpçãodosprincípios da urinaretida na bexiga.
Se algumasgottasdeurina sãoevacuadas,
parece quechamãonovas dores,
porque logoopruridoouhuma cspeciede ardor com sentimento dc picadassedesperta: nãoharepouso senãoquandoodoente seapproximaao vaso paraurinar:a estagna ção por muito tempo prolongada da urina na bexigac nos uretèrespôdeserseguidadarupturaou dagangrena: os esfor-
ços
,
nãosatisfeitos,
para urinarlanção omiscropacienteemhuma tristezae desesperaçãoqueaggravão aindamais osphenomenosmorbidos.
Observa-
seque
,
depoisdegrande di íTiculdade,
sabeapenaspequena
quantidade de hum liquido espesso,
esbranquiçado,
calgumasvezesamarellado,
misturado com mucosidadesfilamentosas
quescdepositãonofundo do vaso,
acujasparedes
adherem.
Aossymptomas locaes scajunião ordinariamenteosgeraes:com cHcitoa
f<br«
-
augmentaproporcionalmonlcaintensidadedaintlaminação,
huma sedo( 9 )
vivaatormentaoindivíduo;opulsotorna
-
se duroe frequente,
apelle
secca e arida,
alinguaoraseccaorahúmida,branca ,ecoberta de hum indutoama-
rellado; hacupidezde bebidas refrigerantes; algumas
continuo,delirio
,
insomnia,
modorra , convulsões,
cardialgia c mesmo es-
forços para vomitar:nesteestado
,
acessaçãosubita do tenesmo vesical,
da vontade de urinar,
e ofrio dasextremidadesannunciào morte próxima.
Se começ
oda enfermidadeainOammaçâohemuitoforte,
asecrecão mucosa heásvezes supprimida;maistarde porém cila se restabelece,etorna-
semesmoabundante
.
()doentelanç
acomasurinasgrande quantidadedematérias vis-
cosas
,
emesmo pseudo-
membranas, que tem sidoconsideradas poralguns autores comofragmentos da mucosaesfoliada;algumasvezes estas mucosi-
dadesvem misturadasdesangue
,
lanç
ado nabexiga pelarupturade alguns pequenosvasos.
apparece soluço vezes
no
DIJRAçAó
. —
A serie desymplomasqueacabamosdeenumerar tem huma dura çãovariavcl:aaflfccção dequetratamos lierelativa áidade, constitui-
ção
,
sexo,
estação , idiosyncrasia,causa
ecomplicações:aduraçãohe mais ou menos longa,
segundoaintensidade dossymptomas eciïicacia dos meios curativos.
Asmaisdasvezes,
aoquintoou sextodiada in ílammação,
a febre eosoutros symptomas geraes acabão-
se:poucoa p>ucoocursodas urinas serestabelece,
suaemissãohcmenosdolorosa;entretanto,
este fluido hc ainda acompanhadode matérias mucosas,
quemaisoumenos diííicultãoasua sabi-
da:apelletorna
-
seflexivel;finalmenteasmucosidadcs
vãodcsapparecendo,
eodoente marchaparaacura
,
aqual nãotemlugar ordinariamente senão aocabo de trintaouquarenta dias.
TERMINA
çõES. —
Estaenfermidade ,
da mesmamaneiraque outras inílam-
maçóes
,
he susceptivcl dese terminar pela dclitescencia,
resolução, suppu -
ração
,
indura ção, gangrena ,
cpassagem
aoestadochronico.
DEUTESCKNCIA
. —
A delitcsccncianacystite hc rara:esta terminação se da guandoossymptomascess
ãono espaç
odepouco
tempo.
(
1 0)
RESOLUçãO
. —
Maiscommun
)que aterminação antcceflente,
aresolu ção sereconhece pela diminuiçãograduai
dos symptomas inilainmatorios, que
, porfim,totalmentc desapparecem:á svezes ella t«?mliigar pelaemissão de grandecopiade urinas,
ou porhum suor abundante: adôrdiminue,
a uri-
diacom menosdifliculdadeesem mistura desau
-
nahecxpellidado dia cm
gue; asmucosidadestornâo
-
semais raras, ecessão(inalmcnte,
hemcomoos symptomas febris.
doente recobra asforçasque perdèra duranteotrata-
mento daenfermidade
.
SUPPLIîAç
.
Aô. —
Posto quepouco
frequente,
todavia asuppuraçãopóde1erlugar:amembranamucosa ,emvezde secretar,comonoestado ordiná
-
rio
,
mucosidades , secreta pus,
quecorrendocom asurinas,
entãomuiféti-
das,sedeposita nofundo do vaso
.
Póde algumas vezes haverformação de abcessos notecidocellularsubmucoso,
c entãoo pússahe pela cavidade vesical,
ecorre comaurinapelocanal da uretra,
oupenetra asmembranas dorecto,ehelançado peloanus;algumas vezesporém derrama-
senoabdo-
men. Nestaterminaçãoossymptomasdiminuem de intensidade; adôr
.
que eraaguda,torna-
se pulsativa; apparece hum sentimento depesona região dospubis;notão-
secalefriosquesereproduzemporintervallos; opulsotor-
na
-
semolleefrequente;afebreaugmenta paraatarde,
etodas as vezesque odoente toma alimentos.
INDURAçAó
. —
Esta,
quede todasas terminações lie a menosfrequente, sobrevém ás vezesemconsequênciadamarcha chronica da inflammação;a bexiga,longedevoltar aoestadonatural,
torna-
se compacta,
mais durae mais densa.
Quando tal estado tem lugar, aparteaíFectada de induroção torna-seindolente,esuasensibilidadediminue: dodesprezo deste mododc terminaçãopóderesultaradegeneraçãocancerosa.
GANGRENA
.
Posto que rara,agangrenapódetodavia sobrevir cm sequcncia da in ílammação serlevadaaomaiorgráo deintensidade.
Chopnrt,Morgagni
eoutrosofiereccm algumasobservações destegenero . Rcconhcce -
‘eestaterminação quando, tendoas
causas
obrado com violência. tendo
con
-
(
1 1)
?ulo a
bexiga
nimiamente irritada,
ossymptomas,que
erno aprincipio
inten sissimos, cess
ãode subito sem causaapreciavel,
esein queaiuílammação tenha percorrido os seusperíodos;então n sensibilidade da parte torna-
se obtusa,emesmo
nulla;opulsopequeno ,
fraco,
concentrado,
desigualc in-
termittente:appareceosoluçot:a prostração; asurinastomã ohumacòr es
-
cura , eexhalãohum cheiro pútrido
,
e muitas vezessãolanç
adasinvolunta-
riamente; nesteestado
,
ofriodasextremidadesedossuores he seguido de morte prompta.
Agangrenatem ordinariamente lugar apoz huma reten ção de urinasque subsistedesde muitos dias.
Formase huma escara mais ou menos extensa,
ealgumas vezesmúltipla, cuja ruptura acarretalogoamor-
te
,
sobretudoseoderramamento se faz nacavidade abdominal.
Se a escara poremseforma sobre humapequena parte do baixo-
fundodabexiga,
resul-
tahumafistula vesico
-
rectalnohomem,
evesicovaginalna mulher.
KSTADOCHRONICO
. —
Apassagem paraoestado chronico he bastante fre-
quente:faz
-
sereconhecida esta terminaçãopeladiminuiçãogradualelenta de todos ossymptomas geraes, quefiudãopordesapparecer,
ao passo queos locaespersistem,
mas commenor intensidade.
Estatransição saopera algu-
mas vezesde huma maneira insensivcl
.
Humde seus caracteres maissalientes he apresenç
ade materia mucosa naurina,
aindadepoisdodcsapparccimento de todosossymptomas inflammalorios,
matériaque,
longede diminuir,
vai sempreemprogressão,
ealgumasvezes cmquantidadetal,
que fermaameta-
dedoliquido excretado
.
Chopartrefere aobservaçã o de hum velho,
cujo muco formava mais da metade do total da urina.
Boyer observouhumsugei-
tocuja urina tomavapelo resfriamentoaapparenciadehumamateria viscosa efilamentosacomoclara de ovos.
COMPLICA
çõES. —
Acystitecatarrhal póde-
secomplicar comaffccçáo dosrins
,
dos uretères,
do peritoneo.
com hum corpoestranhoque tenha sede na bacia,
etc.
:pódeaindaassociar-
seahumaenfermidade gottosa,
rheu-
matica
,
dartrosa,
vcnercaescrophulosa,
cancerosa,
cscorbutica,
etc.
asua
DIAGNOSTICO
. —
Pelaenumera
çãoque fizemos
dossymptomas
dacvstit«( ' * )
catarrhal
aguda
não hcdiiï
icil reconhecft-
la;entretanto,
comohaoutrasen -
fermidades
dosorgãos genito-
urinarios que podemapresentar
alguns sympto-
mas inteiramente analogos
,
achamo-
nosnãopoucasvezesembaraç
ados em de-
terminar asédeprimitiva domal
,
sobretudo quandooestado iullainmutorio hemuitointenso; ena verdade,
ainílaminaçãoviolenta daporçãoprostatica docollo dabexiga pódesimular aenfermidade
quenosoccupa;mas,
nestes casos,oaspectoda urina,
adòrque experimentaoenfermo,
esobretudooca-
theterismo
,
são,
no nossoentender,
dados bastanteproprios para esclarecero pratico sobreaséde domal.
PROGNOSTICO.
—
Posto que a cystite catarrhalseja encarada como huma enfermidademuiperigosaporcausa da organisaçãoextremamentesensivelda bexiga,
eda naturezaputrcsciveldoliquidocontidoemsuacavidade,
cumpre todavia dizer que agravidadedestaalfccçãoestána razãodasdiversascircums-
tancias que na historia da enfermidade se tempodido apreciar:oprognostico pois será relativoá scausasda allecção
,
áintensidadedos symptomasquea acompanhão,
ánatureza de suascomplicações,
áidade,
sexo,temperamentoe constituição do indiv íduo.
Emíim,
sabe-
se queoprognosticobe tantomais perigoso, quanto aenfermidadetomatal ou tal terminação:assim , asuppu -
ração hebum accidente muitoparatemer,eagangrenainevitavelmente mor
-
tal. Em geral,
p
óde seaífirmar« pieheacystitecatarrhalhumaenfermidade grave,
pois quenoestado agudopóde determinaramorte;epassandoao es-
tado chronico
,
prolongar-
se por muitosannos,
emesmoatormentar até asua ultimahoraoindivíduo quedella hepresa,
depoisdeo terreduzidoaomai*completomarasmo
.
AUTOPSIACADAVéRICA
. —
Pela abertura de cadaveres de indivíduosq' ,
c succumbirúo aestalesãonão se temencontradoalgumasvezes nasuperficie
damembrana mucosada bexigasenãoarborisações mais oumenos extensas, placas malcircumscriptas
,
«lecòr vermelha,
ouaindaroxas.
Seaenfermi -
dadefez grandesprogressos
,
póde-
se descobrirsobrealgunspontos ulcera» mais oumenos extensas,
cmnumero vnriavel,
e a membranamucosaaniollc -
cida. Ouando cilatemsido longa
,
amucosa torna-
scásvezesespessa,
osvasos
sanguíneosseencontrãodilatadose amembrana musculosa muitas
vezes
hv-
o u
( » 5 )
pcrlrophiada:hesabido queesta
hypertrophia
podeserlevada mui longe,
eadquirir
,
segundo Velpeau, huma pollcgada degrossura.
Algumas vezesas paredes da bexigaoíícrecem emsuaespessuraestriasdep úsque eommunicão comointeriordoorgão por fistulas; outras vezes, mais raramente porém, achão-
se fúcoscontendoalgumasonçasdesteliquido.
Se op ússe derramaparaoexterior dabexiga
,
encontrão-
se na pequenahaciacollecções maisou menosabundantes,lie ainda noscasosdesuppiraçãoqueapparecemaspro-
ducçõcspseudo
-
membranosas de que fallão algunsautores:aexpulsão des-
sasmembranaspelauretra fez crer a alguns medicos que atunicamucosa ou aveludada podiaserexpellida em porções comasurinas:Morgagnicilaalguns factosdeste genero
.
Quando odoente succombeágangrena,
notão-
se placasnegrasconvertidascmhumapolpafétida:abexiga apresenta
-
seordinariamente contrahidaereduzida a bumpequenovolume.
TRATAMENTO.
—
Otratamento deveserdirigidosegundoasregrasdoinc-
thodoanalytico
.
Poucasvezes,
ouantes nunca,
anaturezaoperadepersiaso-
lu ção daenfermidade quenosoccupa
.
Os meios therapeuticos a empregar contra acystite catarrhal aguda variãosegundoaidadeeconstituiçã o doindi-
víduo,ográo deintensidade da enfermidade
,
acausa queaproduzio,oseu estado de complicação,
etc. Seopratico hechamadonoprincipio,equandoa enfermidadeliepoucograveenãooflercce symptomasgeraesadebeliar,
cum-
pre entãoatacar a infiammação
,
oppôr-
scáextensãodos symptomasgeraes,
e combaterdirectamcnteascausasdaenfermidade,
excitadoresprimitivosda in* flammação:comeíleito,
hum tratamentoanliphlogistico poucoenergico,
como aapplicaçãodesanguesugasnoperineocnas partesgenitaes, precedidaalgu-
mas vezesdepequenas sangriasgeraes
,
produzhum cffeito salutar:adminis-
trar
-
se-
hãobebidas refrigerantesemucilaginosas,
como o sorode leite, asemul-
sõespreparadascomamêndoas doces
,
asdecocções de cevada,
de gramma,
de raizde althea,
desementesde linhaçaconvenientementeadoçadascomxarope degomma,xaropesimples,etc.
Osclysleresémollientes,
ossemi-
banhos,
ore-
gimeneorepousosãopoderosos
soccorros
therapeuticos.
Masse, pelocon-
trario,aenfermidadeseapresentaemlodooseu vigor
,
seossymptomasgeraes olocaes sãomuitointensos,
eoindivíduo he de temperamentosanguíneo,en-
tãoaprimeira indicaçãohcacalmarainfiammação
,
eoppôr-
se apropagação dospheriomcnosiiií
lainmatorios,
principiando por h u m a larga sangria, rope-
(
<4 )
tindo
-
ahumaoumaisvezes ,
segundoascircuinstancias;cumpre prescrever a dieta absoluta,
empregarsangriaslocaes,
clysteres emollientos,
banhostépidos prolongados,banhosdevapor,esobretudo semi-
banhos preparados complan-
tasemollientescligeiramentenarcóticas;tambémaproveitão asfricçõessobrea regiãohypogastricaeperinealcompommada camphorada
,
bemcomo ascata-
plasmasemollientes c fomenlações da mesmanaturezasobreobaixo
-
ventre.
0empregodepreparaçõesanli
-
spasmodicaseopiadasseráindispensávelseoin-
div íduofôrdotadodesusceptibilidadenervosa
.
Asbebidas devemsertomadas empequenaquantidade,poisseria absurdoencherdetisana humenfermoator-
mentadopeladòr que lhe resultadenão poder urinar:as bebidas tomadas quentes temavantagemde favorecerosuor
,
eesteadesupprir felizmenteas urinas.
Deve-
seevitar comcuidado lodososexcitantessensoriacscintellectuaes
activos,os sonsfortes,
aluz viva,
ostrabalhosdeespirito,
etc.
Depoisdetersatisfeitoá sindicações geraes,omedicodeve dirigirassuas vistasparaas causasparticularesquederãonascimentoá enfermidade;assim, aretençãodasurinas torna
-
semuitas vezeshum epyphenomeno inquietador; ccomo a accumulação deste liquido pódc estenderabexigaaponto depro-
duzirasua ruptura ouparalysia
,
e provocar destarteosmaioresperigos,
a primeiraindicaçãonestecasoheseguramentefaze-
lo evacuardeprompte pelo catheterismo.
Esta operaçãodeve serpraticada comasmaiores precauções: he mister nãointroduzirasonda senãoquanto sejanecessário,eevitarquea extremidade do instrumento vároçar sobre asparedesextremamentesensí-
veisdoorgãoinflammado,'eaugmentai'porseucontactodoloroso ainflam
-
mação :Lallemandrecommendaoempregode grossassondas
,
com ofim de evitar osfalsoscaminhos.
Depoisdeterdadosabidanoliquido
,
alguns aconselhâoinjecçõesémol-
lientesnabexiga;masnóspensamos que
,
pormais innocentequesejaoliqui-
dodequeselancemão
,
aextremairritabilidade da bexiga,
paraaqual,
no estadodesaude,
aurina hehum estimulo menosactive doqueapropria agua a mais pura,
devenospôremguarda contra semelhante pratica.
Algumas cathetcrismolorna-
seimpossível,
aintroducçãoda sondaexperimenta bum obstáculoinvencível,
aindadepoisde se terempregado
os meios anti-
pblogisticos osmaisenergicos
,
depoisdeseterusado internaeexternamente
dacamphora
,
rccom mendada por Chopart,
hemcomo
do laudanoliquido
vezeso( » 5 )
deSydenham
,
empregadoem fomentaçôessobreo hypogastrio:desesperados
,
forç
ahedecidirmo-
nos apraticarapunoçáoacimados pubis,segundoosconselhos dados pelos diversosautores
.
Seaenfermidade depen-
derde humcalculo, oudeoutroqualquer corpoestranho
,
devemo-
nos cer-
tificar de suapresen çapelocatheter
,
cprocederemosentãoáoperaçãodacvs-
totomia
,
oulithotricia.
depoisde acalmadososphenomenosiu ílammatorios. nesses casosQuandoaenfermidadehe devidaámétastase dealguma a ílecçãoartliri
-
lica,rheumatica ougotlosa,aoretrocessode algum exanthema ,aosdartres, ásarna
,
etc.
,devemosinvidar osnossos esforços para chama-
laá sua sédc primitiva:deveseentãoempregar medicamentos diaphoreticos , friecõessec-
cassobre todoocorpo, ouantes fricções com líquidos irritantes, como o annnoniaco
,
etc.
:igualmentcconvém osbanhosquentes,
secundados por bebidassudoríficas:heconveniente applicarsobre a parte primilivamentc affectadaventosasseccas,
sinapismes,emesmoo cautério.
Quando a enfer-
midadetemporcausaadiminuiçãoou
supress
ãodehuma hemorrhagiaou qualqueroutraevacuaçãonatural,
lienecessáriolançar mãodos meios pró-
priosafaze
-
lareapparecer,oquemuitas vezes seconseguemediante oem- pregodassanguesugas ao anus nohomem,
eá vulva na mulher, dos semi-
banlios
,
emesmodosbanhosgoraesedosdevapor.
Se a enfermidade lôr occasionada pela ingestãodascanthandas,
seráconveniente vomitarodoente, eapplicar-
llicotratamento anti-
phlogistico;omesmo tratamento convém aindaquandoo enfermo tenhasidofriccionadocomhumadósebastantefor-
tedamesmasubstancia
.
Acamphora,cuja acção calmante sobre asvias ge-
nito
-
urinarias he bem conhecida,
muito aproveita nestescasos;bem como, além destesmeios,oconservarodoentecm humbanho o maior espa çode tempo quefôrpossivcl.
Se acystite catarrhal he finalmenteo resultado de humestreitamento dauretra,lie mister recorrer entãoaosmeiosdilatatorios.
Quando aenfermidadevaideclinando, serábom
,
em razãoda tendência que ellatema passaraoestado chronico,provocar algumasevacuações,
alim dediminuiroa(11 uxodoshumores para a bexiga,eparaeste fim púde-
scprescrever bebidas diaphoreticasealgunslíquidos purgativos;
dequeestamedica çãonãoproduza a soluçãocompleta da enfermidade
11til aapplicaçãode humcautério nacoxa
.
(lonvirát,unhem tosobroamedicaçãoémollientecrelaxantenocasoporém
_
:,lie não insistirmui-
e muda
-
la parahum reg ímen(
> 6)
ligeiramente excitante
,
por incio dc bebidasamargas ,
lonicus,
deinrus
ôe»aromaticasenitradas
.
Nesta época
daenfermidade póde- sc empregar osba
|.
samicos
,
comoobalsamo dccopahiba ,
a therebentina,
osenoleo
essencial, estassubstanciastem huma aeçãoespecial sobreas vias uri-
etc
.
;ccomooarias
,
bomhcadministradas
sobseusdifferentes modosde preparação.
l>ó.
de-
seprincipiar por daraodoentealimentos solidos e bum pouco devinho generoso
diluido;não sedeveesqueceroexercício moderado,
ahabita
çãode lugares seccoseelevados, coevitar huma vidasedentária; odoente nào de-
vereter nunca a urina, usará dcfricções seccas{»elo corpo
,
evitará ofrioe a humidade, maxime nos pés;deve aindafugir dasaffecções moraes tristes bem como de todaaqualidadede excessos.
Finalmente
,
asdisposiçõesindividuaes,
ogrão e oaspecto daenfermidade
,ascondiçõesatmosphericas geraes, e mesmoas particularesá sestações generode vida
,
fazem variarosmeios therapcuticos.
Nóstemos apresentado'
osmaiscommuns
,
massóopratico exercitadopódcapreciarasindicações es-
peciaeseinstantaneasquedeterminãoe motiváo oseuemprego
.
eao
O deverinexcusavcl de apresentar humatheseafim de obtermos hum ti
-
tuioque tantoalmejamos, afalta de talentos
,
onossoestado valetudinário,
bem comoaestreiteza dotempo, nos
forçãoa apresentar hum trabalhobas-
tante imperfeito:os nossos juizes porém
,
certos d.
imaximade La Bruyère que adoplamos,
relevaráõ sem duvidaasfaltasque houvermos commettido.
Nãopodemosaqui furtar
-
nosaoIllm . Sr
.
Dr.
Pereira<leCarvalhgrato dever de cordialmenle agradecerao oabenignidadecomquesedignou aceitara presidência danossathese
.
um
>DJuiAra AMIDMIISMIL
ï.
Mutationesanni temporunimaxime pariunt morhos:etinipsis tempori
-
businagnæ mutationes turnfrigoris
,
turncaloris,elcœ tera pro rationc eodem modo.
Sect.
Ill,
Aph.
i.
° »II.
lnmorbisacutisextremarum partiuml’rigus
,
malum.
Sect.
Ml, Aph .i.
*111.
Cum morbusinvigorefuerit, tunc vel tenuíssimo victunti necesseest.
Sect
.
I,Aph.
8.“IV
.
I
.
assitudines spontè obortæ,
morbosdenunciant.
Sect . Il,
Aph.
G.°V.
Ad extremos morbos
,
extremaremediaexquisité optima.
Sect.1,
Aph.
6.‘V I
Duobusdoloribus sirnul obortisnonineodem loco
,
vehementior obscu-
ratalternm
.
Sect.
II,Aph. 46 -
°1
,
WTyp.
A,I.iiu,twlM»O.
Esta These
está conforme aos Estatutos .
Kio de Janeiro , 17 de Novembro de 18 J
0.
D u