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Braz. j. . vol.83 número4

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www.bjorl.org

Brazilian

Journal

of

OTORHINOLARYNGOLOGY

ARTIGO

ORIGINAL

Comparison

of

drug-induced

sleep

endoscopy

and

Müller’s

maneuver

in

diagnosing

obstructive

sleep

apnea

using

the

VOTE

classification

system

Yakup

Yegïn,

Mustafa

C

¸elik

,

Kamïl

Hakan

Kaya,

Arzu

Karaman

Koc

¸

e

Fatma

Tülin

Kayhan

BakırköyDr.SadiKonukTrainingandResearchHospital,DepartmentofOtorhinolaryngology---HeadandNeckSurgery,Istambul, Turquia

Recebidoem3denovembrode2015;aceitoem24demaiode2016 DisponívelnaInternetem30demaiode2017

KEYWORDS Obstructivesleep apnea;

Müller’smaneuver; Drug-inducedsleep endoscopy; VOTEclassification

Abstract

Introduction:Knowledgeofthesiteofobstructionandthepatternofairwaycollapseis essen-tial for determiningcorrect surgicaland medicalmanagementofpatients with Obstructive SleepApneaSyndrome(OSAS).Tothisend,severaldiagnostictestsandprocedureshavebeen developed.

Objective: Todeterminewhetherdrug-inducedsleependoscopy(DISE)orMüller’smaneuver (MM)wouldbemoresuccessfulatidentifyingthesiteofobstructionandthepatternofupper airwaycollapseinpatientswithOSAS.

Methods:Thestudy included63patients (52maleand11female)whowerediagnosedwith OSASatourclinic.Agesrangedfrom30to66yearsoldandtheaverageagewas48.5years. AllpatientsunderwentDISEandMMandtheresultsoftheseexaminationswerecharacterized accordingtotheregion/degreeofobstructionaswellastheVOTEclassification.Theresultsof eachtestwereanalyzedperupperairwaylevelandcomparedusingstatisticalanalysis(Cohen’s kappastatistictest).

Results:There was statistically significant concordance between the results from DISE and MMforproceduresinvolvingtheanteroposterior(73%),lateral(92.1%),andconcentric(74.6%) configurationofthevelum.Resultsfromthelateralpartoftheoropharynxwerealsoin concor-dancebetweenthetests(58.7%).Resultsfromthelateralconfigurationoftheepiglottiswere inconcordancebetweenthetests(87.3%).Therewasnostatisticallysignificantconcordance between the two examinations for procedures involvingthe anteroposterior ofthe tongue (23.8%)andepiglottis(42.9%).

DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2016.05.009

Comocitaresteartigo:YegïnY,C¸elikM,KayaKH,Koc¸AK,KayhanFT.Comparisonofdrug-inducedsleependoscopyandMüller’smaneuver indiagnosingobstructivesleepapneausingtheVOTEclassificationsystem.BrazJOtorhinolaryngol.2017;83:445---50.

Autorparacorrespondência.

E-mail:dr.mcelik@yahoo.com(M.C¸elik).

ArevisãoporparesédaresponsabilidadedaAssociac¸ãoBrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaCérvico-Facial.

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Conclusion:WesuggestthatDISEhasseveraladvantagesincludingsafety,easeofuse,and relia-bility,whichoutweighMMintermsoftheabilitytodiagnosesitesofobstructionandthepattern ofupperairwaycollapse.Also,MMcanprovidesomeknowledgeofthepatternofpharyngeal collapse.Furthermore,wealsorecommendusingtheVOTEclassificationincombinationwith DISE.

© 2016 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC BY license (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

PALAVRAS-CHAVE Apneiaobstrutivado sono;

ManobradeMüller; Endoscopiacomsono induzidopor

fármacos;

Classificac¸ãoVOTE

Comparac¸ãoentreendoscopiacomsonoinduzidoporfármacosemanobradeMüller nodiagnósticodeapneiaobstrutivadosonousandoosistemadeclassificac¸ãoVOTE

Resumo

Introduc¸ão:Oconhecimentodolocaldaobstruc¸ãoedopadrãodecolapsodasviasrespiratórias éessencialparadeterminarotratamentocirúrgicoeclínicocorretosdepacientescomSíndrome deApneiaObstrutivadoSono(SAOS).Paraestefim,váriostesteseprocedimentosdediagnóstico foramdesenvolvidos.

Objetivo:Determinar seaEndoscopiadeSonoInduzidoporFármacos(DISE)ouManobrade Müller(MM) seriamaisbem-sucedidanaidentificac¸ãodolocal deobstruc¸ãoedopadrãode colapsodasviasrespiratóriassuperioresempacientescomSAOS.

Método: Oestudoincluiu63pacientes(52dosexomasculinoe11dosexofeminino)queforam diagnosticadoscomSAOSemnossaclínica.Asidadesvariaramde30a66anoseaidademédiafoi de48,5anos.TodosospacientesforamsubmetidosaDISEeMMeosresultadosdestesexames foramcaracterizados deacordocomaregião/graude obstruc¸ão,bemcomo aclassificac¸ão VOTE.Osresultadosdecadatesteforamanalisadosdeacordocomoníveldasviasrespiratórias superioresecomparadosporanáliseestatística(testeestatísticokappadeCohen).

Resultados: Houveconcordância estatisticamentesignificativaentreosresultados daDISEe MMparaosprocedimentosqueenvolvemconfigurac¸ãoanteroposterior(73%),lateral(92,1%)e concêntrica(74,6%)dovéupalatino.Osresultadosdapartelateraldaorofaringetambém esta-vamemconcordânciaentreostestes(58,7%).Osresultadosdaconfigurac¸ãolateraldaepiglote estavamemconcordância entreostestes(87,3%).Nãohouveconcordânciaestatisticamente significativaentreosdoisexamesparaosprocedimentosqueenvolvemaparteanteroposterior dalíngua(23,8%)eepiglote(42,9%).

Conclusão:Sugere-sequeaDISEapresentavárias vantagens,como seguranc¸a,facilidadede usoeconfiabilidade,quesuperamaMMemtermos dacapacidade dediagnosticarlocaisde obstruc¸ãoe opadrão decolapsoda viarespiratóriasuperior. OMM podetambém fornecer algumconhecimentosobreopadrãodecolapsodafaringe.Alémdisso,recomendamosouso daclassificac¸ãoVOTEemcombinac¸ãocomDISE.

© 2016 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este ´e um artigo Open Access sob uma licenc¸a CC BY (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

Introduc

¸ão

Em 1973, Guilleminault descreveu pela primeira vez a apneiaobstrutivadosono(AOS)comoumasíndrome carac-terizada por episódios recorrentes de apneia do sono e hipopneiacausadapelocolapsorepetitivodaviarespiratória superior(VRS).AAOS frequentementeresultaemreduc¸ão dos níveis deoxigênio no sangue e despertardo sono.1 A

síndromede apneia obstrutivado sono (SAOS)pode indu-zirsonolênciadiurnaexcessiva,cefaleiasmatinais,faltade concentrac¸ão,doenc¸as cardiopulmonares e cardiovascula-reseumamenorqualidadedevida.2,3

Apolissonografia,descritapelaprimeiravezem1965por Gastaut, é usada para diagnosticar e avaliar a gravidade

daSAOS.4Noentanto,oconhecimentodolocaldaobstruc¸ão

e dopadrão de colapso das vias respiratórias é essencial para determinar os tratamentos cirúrgicoe clínico corre-tos de pacientescom SAOS. Para essefim, vários exames e procedimentosdediagnóstico têmsidodesenvolvidos.A endoscopia nasal por fibra ópticafoi usada pela primeira vez por Weitzman e Hill para diagnosticar pacientes com SAOS.5,6 Em 1978, a manobrade Müller (MM) foi

introdu-zidaporBorowieckietal.7paradeterminarlocaisdecolapso

dasviasrespiratóriasem pacientescomSAOS.Sheretal.8

(3)

sono.Em1991,CroftePringleintroduziramaendoscopiado sono,umexameendoscópicofeitoduranteosonoinduzido porfármacoparavisualizarocolapsodasviasrespiratórias superiores.9

Neste estudo, foramcomparados dois métodos, DISEe MM,emrelac¸ãoàsuacapacidadedeidentificarolocaleo graudecolapsodasviasrespiratóriassuperiores,que carac-terizamosdeacordocomaclassificac¸ãoVOTE.

Método

Foifeitaumarevisãoretrospectivadedadoscoletadosde novembro 2013 a agosto de 2014, em nosso hospital, no DepartamentodeOtorrinolaringologia,CirurgiadeCabec¸ae Pescoc¸o.Havia63pacientesincluídosnoestudo,52homens e11mulheres,commédiade48,5±8,9anos(variac¸ão30 a66).Foramincluídospacientescomumíndicede apneia--hipopneiasuperiora5,determinadoporumestudodosono duranteanoite.Foramexcluídospacientesque apresenta-vamqualquerumadasseguintescaracterísticas:índice de apneia-hipopneiainferiora5;menosde18anos;índicede massacorporal(IMC)superior a40;históriadecirurgiado sono anterior; graus 3-4daAmerican Society of Anesthe-siologists(ASA); e pacientes que recusaramo tratamento cirúrgico. Cadapaciente foi avaliado com base na escala desonolênciadeEpworth(ESS),índicedeapneia-hipopneia (IAH),IMCecircunferênciadopescoc¸o.

MM e DISE foram feitas nos pacientes com SAOS pelo mesmocirurgião.Umdescongestionantenasaltópicoeum anestésicotópico(lidocaína10%)foramaplicadosemambas as fossas nasais. Os pacientes foram colocados em decú-bitodorsal sobre amesa dasaladecirurgia comasluzes reduzidas.Umlaringoscópiodefibraópticaflexívelfoi pas-sadoatravésdacavidadenasalanestesiadaatéalaringee asobservac¸ões foramgravadas digitalmente.O padrão, o locale ograu decolapso dasvias respiratóriassuperiores foramcaracterizadosdeacordocomaclassificac¸ãoVOTE. Foram avaliados os seguintes locais das vias respiratórias superiores:véupalatino,paredelateraldaorofaringe, lín-guaeepiglote.Todosospacientesreceberamasinformac¸ões necessárias para procedercom a MM, que foi então feita pormeiodamanutenc¸ãodeinspirac¸ãomáximacomaglote abertacontraasviasrespiratóriasoraisenasaisfechadas.A mesmamanobrafoirepetidaparacadaníveldasviasaéreas superiores.Ograudecolapsodasviasrespiratórias superio-resfoidivididoemtrêscategorias:obstruc¸ãototal,parcial eausente,todasdeacordocomaclassificac¸ãoVOTE.DISE tambémfoifeitanos pacientesem umasaladeoperac¸ão silenciosa,comcadapacienteemposic¸ãodedecúbito dor-sal.Primeiramente,atropina(0,5mg/kg)foiaplicadapara reduzirasecrec¸ãodasviasrespiratóriassuperiorese,então, um descongestionante e um anestésico tópico (lidocaína 10%)foramaplicadosemambasascavidadesnasais.Durante oprocedimento,oximetriaeritmoscardíacosforam moni-toradosporumaequipeanestésicaeooxigêniosuplementar foi administrado por uma máscara blow-by (ou, quando necessário, uma cânula nasal). A sedac¸ão foi obtida com umainfusãodeprotocolopadrãodetitulac¸ãodepropofol, comec¸ou a umataxa de50-75 mcg/kg/min. Paraos paci-entesqueapresentavam roncoouapneiasobstrutivas,um laringoscópiodefibraópticaflexívelfoiinseridoatravésda

cavidadenasalanestesiada.Em seguidaaoDISE,usamoso sistema de classificac¸ão VOTE para avaliar o colapso das viasrespiratóriassuperiores.Paratodosospacientes,ambos os procedimentos endoscópicos foram feitos pelo mesmo cirurgião.Todosospacientesforaminformadose fornece-ramconsentimentoporescrito.Oprotocolodesteestudofoi aprovadopeloComitêdeÉticadomesmohospital(número 2014/164).

Análiseestatística

OsoftwareestatísticoNumberCruncherStatisticalSystem (NCSS) 2007 (UT, EUA) foi usado para as análises estatís-ticas. Osdadosforam avaliadoscom métodos estatísticos descritivos (p.ex., média, desvio padrão, mediana, inter-valointerquartil).Osresultadosdeambososprocedimentos foramanalisadospelotesteestatísticokappadeCohen.Os resultadoscomumvalorp<0,05foramconsiderados esta-tisticamentesignificativos.

Resultados

OIAHmédioparatodosospacientesfoide33,8±20,5 even-tos/he varioude5a 94,6eventos/h.OIMC médiofoide 29,2±4,3kg/m2 e variou de19,6-38,3kg/m2. A

circunfe-rênciamédiadopescoc¸ofoide41±3,1cm,comvaloresque variavamde33a46cm.AESSEmédiafoide9,5±6,4,com valoresquevariamde0a24.Osresultadosdetodosesses testesestãolistadosnatabela1.

Entre os 63 pacientes, 30 deles deitados em uma configurac¸ão anteroposterior, cinco em uma configurac¸ão emperfil e 27em umaconfigurac¸ão concêntrica apresen-taram obstruc¸ão relacionada com o véu palatino, como observadotantoporMMcomoDISE.Paracadaumadessas configurac¸ões,houveconcordânciasignificativano diagnós-ticodeobstruc¸ãorelacionadacomovéupalatinoentreos doismétodos(anteroposterior,73%;␬=0,55,p<0,05;perfil,

92,1%;␬=0,348, p<0,05;e concêntrica,74,6%, ␬=0,555, p<0,05)(fig.1).

Ambas astécnicas endoscópicas identificaram 50 paci-entes com obstruc¸ão relacionada com a orofaringe na configurac¸ãoemperfil(58,7%;␬=0,414,p<0,05);nenhum

apresentavaobstruc¸ãoem configurac¸õesanteroposteriores ouconcêntricas, de acordo com ambos os procedimentos (fig.2).

Noníveldalíngua,20pacientesnaconfigurac¸ão antero-posteriorforamdiagnosticadoscomcolapsogravedasvias respiratórias superiores, quando examinados via MM, em

Tabela1 Demografiadopaciente

Característica Média

Idade,anos±DP 48,5±8,9 Sexomasculino,n(%) 52(82,5%) IAH,eventos/h±DP 33,8±20,5

CP,cm±DP 41,0±3,1

ESE,n±DP 9,5±6,4

Mallampati3-4,n(%) 59(93,7%)

(4)

C P

AP

Concordância 73 92,1 74,6

Discordância 27 7,9 25,4

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Percentagem (%)

Colapso relacionado com o véu

46

17 5

5

4

1

Figura1 Concordânciadediagnósticodecolapsorelacionado comovéuem configurac¸õesanteroposterior,perfil e concên-trica(AP,anteroposterior;P,perfil;C,concêntrica).

Discordância Concordância

Percentagem (%) 58,7 41,3

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem (%)

Concordância de diagnóstico de colapso orofaríngeo em configuração em perfil

39

24

Figura2 Concordânciadodiagnósticodecolapsoorofaríngeo emconfigurac¸ãoemperfil.

Discordância Concordância

Percentagem (%) 23,8 76,2

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem (%)

Concordância do diagnóstico de colapso da língua em configuração anteroposterior

15

48

Figura3 Concordânciadodiagnóstico decolapsodalíngua emconfigurac¸ãoanteroposterior.

comparac¸ão com51pacientesdiagnosticados pormeiode DISE.Issorevelaumafaltadeconcordâncianodiagnóstico de colapso grave relacionado com a língua entre os dois métodos(76,2%;␬=0,026,p>0,05)(fig.3).

No nível da epiglote (configurac¸ão anteroposterior), observou-secolapsograveem11pacientesexaminadospor MMemcomparac¸ãocom39pacientes,quandoexaminados porDISE,oquedemonstrafalta deconcordânciaentreos doismétodos(57,1%;␬=0,107,p>0,05).

P AP

Concordância 42,9 87,3

Discordância 57,1 4,4

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Percentagem (%)

Concordância do diagnóstico de colapso da epiglote em configurações anteroposterior e em perfil

2 36

55

8

Figura4 Concordânciadodiagnósticodecolapsodaepiglote emconfigurac¸õesanteroposterioreemperfil(AP, anteroposte-rior;P,perfil).

Em contrapartida, na configurac¸ão em perfil, cinco pacientes examinadospor MM, em comparac¸ão com nove pacientesexaminadosporDISE,foramdiagnosticados com colapso davia respiratória superiorgrave, oque demons-tra concordância significativa (87,3%; ␬=0,383, p<0,05)

(fig.4).

Discussão

Aidentificac¸ãodolocaledopadrãodecolapsodavia respi-ratória superior é essencial para prescrever com precisão abordagens terapêuticas para pacientes com SAOS. Além disso, ospacientessãopropensosa terdiferenteslocaise padrõesdecolapsodavia respiratóriasuperior,bemcomo uma gama de graus de gravidadeda doenc¸a. Portanto, a identificac¸ãodeumtratamentocirúrgicoprecisopara paci-entescomSAOSiráreduzirgastosdesnecessários.10,11

Vários métodos têm sido usados para diagnosticar a presenc¸a de colapso grave da via respiratória superior específicodeumnível.12,13Em1977,Weitzmanetal.5

intro-duziramumexameendoscópicoparaidentificarolocalde colapsodaviarespiratóriasuperiorempacientescomSAOS. Umatécnicaquetemsidoprontamenteusadaemcenários clínicosé a MM.Essatécnica podeserfeitaem pacientes comSAOSparadeterminarolocaldaobstruc¸ãonasvias res-piratóriassuperiores,umavez queé ummétodobaratoe defácilexecuc¸ãoquepodefornecerinformac¸õesvaliosas. Nopresenteestudo,aMMfoifeitaemposic¸ãodedecúbito dorsal diferente daquela de estudos anteriores. O meca-nismo responsável pelo agravamento daOSA em decúbito dorsalpermaneceobscuro.Omaisprováveléqueserefira aoefeitodagravidadesobreotamanhoouaformadavia respiratória superior. Umavia respiratória faríngea menor naposic¸ãosupina,queatornamaisvulnerávelaocolapso,é umaexplicac¸ãointuitiva.Noentanto,estudossobreo tama-nhodafaringeentreasduasposturassãoinconsistentes.2,3

(5)

que,apesardasdiferenc¸asdeexperiênciados examinado-res,haviaumaaltaconcordânciainterexaminadorefoium examevalioso.Noentanto,umalimitac¸ãoéqueeleéfeito emumestadodevigíliaeagravidadedocolapsodifereentre umestadoconscienteeinconsciente,provavelmentedevido adiferenc¸asnotônusdomúsculofaríngeosuperior.Poressa razão, muitos estudos têm seconcentrado na endoscopia duranteosono.Borowieckietal.7nãoobservaramqualquer

obstruc¸ãononíveldalaringeduranteo sonodedez paci-entescom apneiado sonoe hiperssonia.Crofte Pringle15

introduziramaDISEem1991.Essetipodeendoscopia visua-lizadiretamenteocolapsodasviasrespiratóriassuperiores empacientesdeitadosemposic¸ãosupina.

A DISE tem sido frequentemente usada em ambientes clínicos. No entanto,a nossa compreensãodas vantagens associadas à DISEfoi obscurecida devido à multiplicidade e complexidadedos sistemas de classificac¸ão usados para compararosresultadosentreosestudos.15---18

VáriosestudoscompararamosresultadosobtidoscomMM aosrelatadoscomDISE.Soaresetal.19reportaramqueesses

métodos endoscópicos produziram diagnósticos semelhan-tesdecolapsoretropalatalem53pacientescomSAOS.No entanto,aDISEdemonstrouumaincidênciamuitomaiorde colapsoretrolingualgravedoqueaMM.Além disso, Cava-liere et al.20 demonstraram que o uso de MM seria mais

provavelmenteindicado paralevantara hipótesede diag-nósticodeobstruc¸ãodalaringeempacientescomSAOS.Em geral,osdadossobreacomparac¸ãodeDISEcomMMem ter-mos deidentificac¸ão dolocal e padrãode colapso davia respiratóriasuperiorpermanecemescassos.

Nesteestudo,comparou-seodiagnósticodoslocaisedo graudecolapsodaviarespiratóriasuperior,deacordocomo sistemadeclassificac¸ãoVOTE,entreosdoismétodos endos-cópicos.EmboraMMsejaumtestedinâmico,enquantoVOTE éumaclassificac¸ãoestáticaparaaidentificac¸ãodolocale padrãodecolapsodaviarespiratóriasuperior,acomparac¸ão dos resultados desses diferentes métodos parece não ser ideal.Portanto,nenhumsistemadeclassificac¸ãodinâmica foi usado para a identificac¸ão do local e o padrão de colapso das vias respiratórias superiores na literatura. O sistemadeclassificac¸ãoVOTEfornececonhecimento estatís-ticovaliosodeobstruc¸ãodasviasrespiratóriassuperiorese apenasaobstruc¸ãopodeserdeterminadacomoconfigurac¸ão anteroposterior, em perfil ouconcêntrica. Portanto,pode ser inadequado para a identificac¸ão exata do colapso da via aérea superior. O sistema de classificac¸ão VOTE con-tém as estruturas mais comumente envolvidas, o grau e a configurac¸ão da obstruc¸ão relacionados a elas. Embora o sistema de classificac¸ão VOTE não reflita o grau de eventos obstrutivos das vias respiratórias superiores de maneiraexata,proporcionaumconhecimentovaliosopara aidentificac¸ãodo locale opadrãodecolapso davia res-piratóriasuperior. Nãoexisteconsensosobreosistemade classificac¸ãodopadrãoouroparaidentificac¸ão decolapso davia respiratória superior. Além disso, o uso de um sis-temadeescoreuniversalpodefacilitaraavaliac¸ãocientífica dos estudos feitos em centros únicos, bem como estu-dosmulticêntricos,oquepossibilitandoacomparac¸ãodos resultados.17,20 Afalta dedadosdificulta oesclarecimento

deváriasquestõescontroversas.Aclassificac¸ãoVOTEéum método de avaliac¸ão qualitativo medido como o grau de

eventosobstrutivosdasviasrespiratóriassuperiores,quese concentraem estruturasprimárias quecontribuem parao colapsodasviasrespiratóriassuperioresesuarelac¸ãocoma gravidadedocolapso.20,21Agravidadeassociadadocolapso

e a sua classificac¸ão dependemde experiências e confia-bilidade do cirurgião.17 A obstruc¸ão das viasrespiratórias

superioreséclassificadacomonenhuma,parcialetotal;uma classificac¸ãogeral, masqueéútil paraorientarasopc¸ões detratamento para pacientes com SAOS, uma vez que é difícildeterminarumaporcentagemexatadeobstruc¸ãoem pacientes.

A úvula e o palato mole são os principais fatores envolvidos no colapso do nível velofaríngeo em pacien-tes com SAOS.16,22 A obstruc¸ão desse nível pode ocorrer

porcolapsoemumaconfigurac¸ãoanteroposterior,em per-filouconcêntrica.21 Emnossoestudo,houveconcordância

estatisticamentesignificativaentreos doisprocedimentos endoscópicos para todas as configurac¸ões com relac¸ão à obstruc¸ãorelacionadacomavelofaríngea.

Tonsilas, tecidos daparedelateraldafaringeque con-sistemem musculatura e coxins gordurosos parafaríngeos adjacentes, contribuem para o colapso do nível orofa-ríngeo em pacientes com SAOS.12,13 A obstruc¸ão nesse

nívelpodeocorrervia colapsonaconfigurac¸ão emperfile concêntrica.23 Observou-se concordância estatisticamente

significativanodiagnósticodeobstruc¸õesrelacionadascom aorofaringena configurac¸ãoemperfilentreosdois méto-dos.

A obstruc¸ão relacionada com a língua é um achado comumem pacientescomSAOSe éidentificada principal-menteemumaconfigurac¸ãoanteroposterior.23 Adilatac¸ão

dotônusmusculardalínguaémaispronunciadaem pacien-tescomSAOS.22---24Emnossoestudo,apresenc¸aeograude

obstruc¸ãodalínguadiferiampelométodo,MMindicacolapso graveem20pacienteseDISEindicaquedagraveem51 paci-entesnaconfigurac¸ãoanteroposteriornoníveldalíngua.No presenteestudo,apresenc¸adeobstruc¸ãodalínguafoimaior doquenosestudosanterioresnaliteratura.Variáveisde con-fusão abordadas incluem sedac¸ão profunda, escores mais elevados de Mallampati, observac¸ão extremamente sensí-veleexameprolongado.Nopresenteestudo,nãousamosa monitorac¸ãodeíndicebispectralparadeterminar,deforma objetiva,oníveldesedac¸ão.Alémdisso,nãoafirmamosque oníveldesedac¸ãofoisemelhanteemtodosospacientes.Em segundolugar,existeumaheterogeneidadeentreopresente estudoeoutrospublicadoscomrelac¸ãoaoescore de Mal-lampati.Emterceirolugar,aexperiênciadocirurgiãopode afetaraidentificac¸ãodolocaledopadrãodecolapsodavia respiratóriasuperior.Emgeral,diversas variáveissão dife-rentesentreospacientescomSAOS,inclusiveidade,índice demassacorporal,cirurgiasanteriores,variáveis cefalomé-tricas,sexoeetnia,quecontribuemparaaheterogeneidade entreopresenteestudoeoutrosjápublicados.

(6)

EmumestudoprospectivodeGregorioetal.1relatou-se

quemaisobstruc¸õesretroglossaisforamdetectadasdurante aendoscopiadosono,emcomparac¸ãocomMM. Poroutro lado,DISEnãoéumestadodesononatural.Nosononatural, háumareduc¸ãonotônusdomúsculogenioglossoduranteo sonoNREMeREM,queé maispronunciadana AOSdoque o normal. Durante a sedac¸ão inconsciente com propofol, reduc¸õesnotônusdogenioglossotambémocorremepodem contribuirparaocolapsodabasedalíngua.

Aslimitac¸õesdesteestudosãootamanhodaamostra,a faltadoníveldesedac¸ãoeainexistênciaderandomizac¸ão. Seodesenhodoestudofosserandomizado, comamostras maiores,poderiasermaisvalioso.

Conclusão

Observou-seconcordânciaestatisticamentesignificativano diagnósticodeobstruc¸õesrelacionadascomovéuea oro-faringe entre MM e DISE. Em contraste, não observamos essa concordânciaentreas técnicasquando identificamos obstruc¸ãorelacionadacomalínguaeaepiglote.Noentanto, MMpodeserfeitaempacientescomSAOSparadeterminar olocaldaobstruc¸ãonasviasaéreassuperiores,umavezque éummétodobaratoedefácilexecuc¸ão,quepode proporci-onaralgumconhecimentodopadrãodecolapsodafaringe. NossosresultadossugeremqueaDISEéummétodofácilde usar,seguroeválidoparaidentificaragravidadedocolapso davia respiratória superior em diferentes níveis das vias respiratórias.Tambémrecomendamosousodaclassificac¸ão VOTEemcombinac¸ãocomaDISE.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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Tabela 1 Demografia do paciente
Figura 2 Concordância do diagnóstico de colapso orofaríngeo em configurac ¸ão em perfil.

Referências

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