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Instrumentação ultrassônica para caracterização do processo de formação de hidrato

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Academic year: 2021

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(1)´ ´ UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANA ´ ˜ EM ENGENHARIA ELETRICA ´ PROGRAMA DE POS-GRADUAC ¸ AO E ´ INFORMATICA INDUSTRIAL. PAULINE BOSTELMANN. ˜ ULTRASSONICA ˆ ˜ INSTRUMENTAC ¸ AO PARA CARACTERIZAC ¸ AO ˜ DE HIDRATO DO PROCESSO DE FORMAC ¸ AO. ˜ DISSERTAC¸AO. CURITIBA 2016.

(2) PAULINE BOSTELMANN. ˜ ULTRASSONICA ˆ ˜ INSTRUMENTAC ¸ AO PARA CARACTERIZAC ¸ AO ˜ DE HIDRATO DO PROCESSO DE FORMAC ¸ AO. Dissertac¸a˜ o apresentada ao Programa de P´osgraduac¸a˜ o em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a como requisito parcial para obtenc¸a˜ o do grau ´ de “Mestre em Ciˆencias” – Area de Concentrac¸a˜ o: Engenharia De Automac¸a˜ o E Sistemas. Orientador:. CURITIBA 2016. Prof. Dr. Fl´avio Neves Jr.

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(5) Aos meus pais, C´elia e Siegmar, que sempre me apoiaram..

(6) AGRADECIMENTOS. ` minha fam´ılia, aos meus pais e minha irm˜a por todo carinho, apoio e incentivo A recebido. Ao meu orientador Prof. Fl´avio Neves J´unior da UTFPR pela orientac¸a˜ o, dedicac¸a˜ o e acompanhamento ao longo deste trabalho. Ao professor Amadeu Sum da Colorado School of Mines por sua atenc¸a˜ o e contribuic¸a˜ o no entendimento de hidratos. Aos professores Daniel Pipa e Rigoberto Morales pelas contribuic¸o˜ es neste trabalho. Aos colegas do LASCA e do LACIT pela ajuda em experimentos e companheirismo. A todos que de alguma forma contribu´ıram para este trabalho. ` Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) por meio do Programa de Recursos A Humanos da ANP para o setor de Petr´oleo e G´as - PRH-ANP/MCT(PRH10-UTFPR) que apoiaram financeiramente este projeto. ` REPSOL- SINOPEC pelo apoio financeiro e t´ecnico, atrav´es do projeto de P&D A ˜ E DEPOSIC¸AO ˜ DE HIDRATOS, CONTRATO: P&D-C-008-13. ESTUDO DA FORMAC¸AO.

(7) Apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP – , da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP – , do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT – por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor Petróleo e Gás – PRH-ANP/MCT – e do Programa de Formação de Recursos Humanos da PETROBRAS - PRH10-UTFPR e da Repsol Sinopec..

(8) Que vossos esforc¸os desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia imposs´ıvel. (Charles Chaplin).

(9) RESUMO. ˆ ˜ BOSTELMANN, Pauline. INSTRUMENTAC¸AO ULTRASSONICA PARA ˜ DO PROCESSO DE FORMAC¸AO ˜ DE HIDRATO. 84 f. Dissertac¸a˜ o CARACTERIZAC¸AO – Programa de P´os-graduac¸a˜ o em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2016. Atualmente, entre os grandes desafios na ind´ustria petrol´ıfera est˜ao os hidratos. Hidratos, tamb´em conhecidos como clatratos, s˜ao estruturas cristalinas formadas por a´ gua ligada por pontes de hidrogˆenio e estabilizadas por uma mol´ecula h´ospede. Hidratos est˜ao presentes na natureza e podem se formar em alguns processos industriais, criando obst´aculos e impondo desafios na a´ rea de garantia de escoamento. Em tubulac¸o˜ es de petr´oleo, hidratos al´em de representar riscos, dificultam o escoamento, ocasionando paradas e preju´ızos. Ainda n˜ao existe um modo de monitoramento da formac¸a˜ o de hidrato na ind´ustria. Entre as t´ecnicas de instrumentac¸a˜ o propostas para isso se destaca a de ultrassom. Esta possui caracter´ısticas desej´aveis para a ind´ustria como robustez, baixo custo de implantac¸a˜ o, f´acil manutenc¸a˜ o, operac¸a˜ o em tempo real e n˜ao intrusiva. O presente trabalho tem por objetivo identificar o processo de formac¸a˜ o de hidrato utilizando a t´ecnica de ultrassom, desde seus primeiros est´agios, a fim de evitar bloqueios e paradas em tubulac¸o˜ es. O estudo foi realizado utilizando duas bancadas experimentais, uma para formac¸a˜ o est´atica de hidratos e outra que possibilitava agitac¸a˜ o e portanto formac¸a˜ o em condic¸o˜ es mais pr´oximas da realidade. Os recipientes foram resfriados com aux´ılio de um banho termost´atico, nos quais o hidrato foi formado e analisado atrav´es do ultrassom por diferentes m´etodos. O THF (tetrahidrofurano) foi escolhido como mol´ecula h´ospede por se formar em condic¸o˜ es mais amenas de temperatura e press˜ao e ter estrutura similar a` do hidrato formado pelo g´as natural, presente nas tubulac¸o˜ es de petr´oleo. A aquisic¸a˜ o do sinal do ultrassom foi feita ao longo do processo de formac¸a˜ o do hidrato. Os resultados experimentais mostraram mudanc¸as nas ondas ultrassˆonicas e nas propriedades ac´usticas dessas, possibilitando a detecc¸a˜ o da presenc¸a e formac¸a˜ o da estrutura. Pela velocidade ac´ustica foi poss´ıvel caracterizar a propriedade de crescimento real do hidrato. Palavras-chave: Hidratos, Ultrassom, Tetrahidrofurano, Garantia de escoamento..

(10) ABSTRACT. BOSTELMANN, Pauline. ULTRASONIC INSTRUMENTATION FOR CHARACTERIZATION OF THE PROCESS OF HYDRATE FORMATION. 84 f. Dissertac¸a˜ o – Programa de P´os-graduac¸a˜ o em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2016. Currently, among the biggest challenges in oil industry are the hydrates. Hydrates, also known as clathrates, are crystalline structures formed by water connected by hydrogen bonds that are stabilized by a guest molecule. Hydrates are present in nature and they can be formed in some industrial processes, creating obstacles and imposing challenges in the flow assurance area. In oil pipelines, hydrates represent risk and cause difficulties, which may even prevent the flow, causing downtime and losses. There is no technique for monitoring the hydrate formation in industry. Among the instrumentation techniques being proposed one of the most promising is the ultrasound. It has desirable characteristics to the oil industry such as robustness, low cost deployment, easy maintenance, real time operation and non intrusiveness. The main purpose of this dissertation is to identify hydrate formation process, from its early stages, in order to avoid pipe blockages and unnecessary stops of the production. This study was conducted using two test benches, one for static formation and one that provides agitation approaching to real condition of hydrates formation. The benches were cooled with a thermostatic bath, in which hydrate was formed and analyzed using ultrasound by different methods. THF (tetrahydrofuran) was chosen as guest molecule, because it forms hydrates under mild conditions of temperature and pressure, and provides similar structure to hydrates formed by natural gas, present in oil pipelines. Ultrasound signal acquisitions were made during the hydrate formation. The experimental results show changes in the ultrasonic waves and in the acoustic properties, thus enabling to detect the presence and formation of the structure. Using acoustic velocity it was possible to determine hydrates properties such as hydrate growth. Keywords: Hydrates, Ultrasound, Tetrahydrofuran, Flow assurance..

(11) LISTA DE FIGURAS. FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 5 FIGURA 6 FIGURA 7 FIGURA 8 FIGURA 9 FIGURA 10 FIGURA 11 FIGURA 12 FIGURA 13 FIGURA 14 FIGURA 15 FIGURA 16 FIGURA 17 FIGURA 18 FIGURA 19 FIGURA 20 FIGURA 21 FIGURA 22 FIGURA 23 FIGURA 24 FIGURA 25 FIGURA 26 FIGURA 27 FIGURA 28 FIGURA 29 FIGURA 30 FIGURA 31 FIGURA 32 FIGURA 33 FIGURA 34 FIGURA 35 FIGURA 36. – Bloqueio de hidrato em uma tubulac¸a˜ o de petr´oleo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Definic¸o˜ es de medic¸a˜ o n˜ao invasiva e n˜ao intrusiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – N´umero de publicac¸o˜ es relacionadas aos hidratos ao longo das d´ecadas do s´eculo XX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Acidentes causados em remoc¸a˜ o de hidratos. (a) Acidente em cotovelo (b) Acidente com v´alvula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Tipos de estruturas de hidratos mais comuns. (a) Estrutura I (b) Estrutura II (c) Estrutura H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Cavidades que comp˜oem as estruturas de hidrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Modelo de aglomerac¸a˜ o de hidrato em sistemas dominados por o´ leo . . . . . – Crescimento de hidrato na interface da a´ gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Curva temperatura-press˜ao de formac¸a˜ o de hidrato para v´arias substˆancias – Ondas ultrassˆonicas. (a) Longitudinal (b) Transversal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Coeficiente de reflex˜ao e transmiss˜ao em ensaio de ultrassom . . . . . . . . . . . – Diagrama de sistema de ensaio com ultrassom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Aquisic¸a˜ o em sistema pulso-eco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Exemplo de A-scan de ultrassom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Bancada utilizada para ensaio por imers˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Diagrama dos sistemas utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Diagrama da bancada para ensaio est´atico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Vis˜ao da bancada para ensaio est´atico completa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Vis˜ao superior da bancada para ensaio est´atico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Diagrama da bancada para ensaio com agitac¸a˜ o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Disposic¸a˜ o dos furos na caixa externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Vis˜ao da bancada para aquisic¸a˜ o com agitac¸a˜ o completa . . . . . . . . . . . . . . . . – Pulsador-receptor 5077PR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Pulso quadrado gerado pelo pulsador-receptor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – PXI da National Instruments . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R – Interface do programa de visualizac¸a˜ o do LabVIEW ................. R. – Interface do programa de aquisic¸a˜ o do LabVIEW .................... – Crescimento do hidrato ao longo do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Deslocamento no pulso de ultrassom resultante da movimentac¸a˜ o do cilindro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Ecos recebidos no transdutor. (a) Sem formac¸a˜ o de hidrato (b) Com formac¸a˜ o de hidrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Onda de referˆencia sem hidrato obtida para processamento . . . . . . . . . . . . . . – Comparac¸a˜ o da formac¸a˜ o de hidrato com a referˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Determinac¸a˜ o do tempo de trˆansito em um meio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Sinal de ultrassom. (a) Antes da compensac¸a˜ o (b) Depois da compensac¸a˜ o de alinhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Sinal de ultrassom em Modo-B sem hidrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . – Modo-B ap´os aplicac¸a˜ o de cada passo. (a) Transformada Hilbert (b) Valor. 16 17 21 23 24 25 27 27 28 33 34 35 36 37 39 40 42 43 43 44 45 45 46 47 47 49 49 52 53 54 56 57 57 58 59.

(12) FIGURA 37 – FIGURA 38 – FIGURA 39 – FIGURA 40 – FIGURA 41 – FIGURA 42 – FIGURA 43 –. FIGURA 44 FIGURA 45 FIGURA 46 FIGURA 47 FIGURA 48 FIGURA 49 FIGURA 50 FIGURA 51. – – – – – – – –. FIGURA 52 –. logar´ıtmico (c) M´ascara de reduc¸a˜ o dos ecos mais significativos . . . . . . . . . Sinal de ultrassom ao longo da formac¸a˜ o. (a) Referˆencia (b) Aquisic¸a˜ o com 17 minutos (c) Aquisic¸a˜ o com 34 minutos (d) Aquisic¸a˜ o com 52 minutos Ecos da segunda parede do recipiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ecos da segunda parede do recipiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mudanc¸as na interface acr´ılico com hidrato. (a) Coeficiente de reflex˜ao (b) Impedˆancia ac´ustica do hidrato sendo formado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Energia do sinal ao longo do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Energia do sinal ao longo do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Imagens Modo-B da formac¸a˜ o do hidrato. (a) Referˆencia (b) Aquisic¸a˜ o com 201 minutos (c) Aquisic¸a˜ o com 403 minutos (d) Aquisic¸a˜ o com 603 minutos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Amplitude do eco da parede oposta ao longo do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . Energia do sinal ao longo do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Energia do sinal ao longo do tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Reta da taxa de crescimento do hidrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ponto de in´ıcio da formac¸a˜ o de hidrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Comparac¸a˜ o das curvas de crescimento de hidrato com diferentes janelas . Curva da energia pelo crescimento do hidrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Comparac¸a˜ o das curvas de crescimento de hidrato com valores obtidos por simulac¸a˜ o. Condutividade t´ermica k=0.7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Comparac¸a˜ o das curvas de crescimento de hidrato com valores obtidos por simulac¸a˜ o. Condutividade t´ermica k=0.525 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 60 64 65 65 67 68 69. 70 71 72 73 74 75 75 76 77 77.

(13) LISTA DE TABELAS. TABELA 1 TABELA 2 TABELA 3 TABELA 4 TABELA 5 TABELA 6. – – – – – –. Classificac¸a˜ o das t´ecnicas de medidas de ultrassom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . H´ospedes mais comuns de hidratos e suas ocupac¸o˜ es nas estruturas . . . . . . Especificac¸o˜ es servo-motor utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Dados ac´usticos dos meios - teste est´atico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Coeficiente de reflex˜ao e impedˆancia do meio ao longo do tempo . . . . . . . . Dados ac´usticos dos meios - teste com agitac¸a˜ o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 18 25 42 63 66 68.

(14) LISTA DE SIGLAS. UTFPR LASCA LACIT MEG THF FFT PRF VI PPGEM. Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a Laborat´orio de automac¸a˜ o e sistemas de controle avanc¸ado Laborat´orio de ciˆencias t´ermicas Monoetileno glicol Tetrahidrofurano Fast Fourier Transform Pulse Repetition Frequency Virtual Instrument Programa de P´os-Graduac¸a˜ o em Engenharia Mecˆanica e de Materiais.

(15) ´ SUMARIO. ˜ 1 INTRODUC ¸ AO .............................................................. 1.1 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ BIBLIOGRAFICA ´ ˜ TEORICA ´ 2 REVISAO E FUNDAMENTAC ¸ AO ............. ˜ DE HIDRATOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1 IDENTIFICAC¸AO 2.1.1 Breve Hist´orico de Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.2 Garantia de Escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.3 Propriedades e Caracter´ısticas dos Hidratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.4 Formac¸a˜ o de Hidratos de THF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.5 Considerac¸o˜ es sobre formac¸a˜ o de hidratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2 ESTADO DA ARTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3 ULTRASSOM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1 T´ecnicas de Medic¸a˜ o Ultrassˆonicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1.1 Pulso-eco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1.2 M´etodos de An´alise de Ondas Ultrassˆonicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ 2.4 CONSIDERAC¸OES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 APARATO E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ ESTATICO ´ 3.1 SISTEMA DE MEDIC¸AO ......................................... ˜ COM AGITAC¸AO ˜ 3.2 SISTEMA DE MEDIC¸AO .................................. ˜ 3.3 SISTEMA DE AQUISIC¸AO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3.1 Pulsador-Receptor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3.2 M´odulo de aquisic¸a˜ o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ 3.4 CONSIDERAC¸OES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 TESTES E PROCESSAMENTO DOS DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1 PROCEDIMENTO DOS TESTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2 PROCESSAMENTO DO SINAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ 4.3 INCERTEZA DE MEDIC¸AO ................................................. ˜ 4.4 CONSIDERAC¸OES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ DE HIDRATO POR SISTEMA ESTATICO ´ 5.1 FORMAC¸AO ....................... ˜ DE HIDRATO POR SISTEMA COM AGITAC¸AO ˜ 5.2 FORMAC¸AO ................ ˜ 5.3 CARACTERIZAC¸AO DO HIDRATO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ 5.4 CONSIDERAC¸OES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ 6 CONCLUSOES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˆ REFERENCIAS .................................................................. 15 18 19 20 20 21 22 23 29 30 30 32 34 36 36 38 39 41 41 44 46 47 50 51 51 53 61 62 63 63 68 72 77 79 81.

(16) 15. 1. ˜ INTRODUC ¸ AO. Escoamentos multif´asicos s˜ao fenˆomenos comuns na explorac¸a˜ o, produc¸a˜ o e transporte de petr´oleo, que em determinadas condic¸o˜ es favorecem a formac¸a˜ o de hidratos, que podem bloquear a tubulac¸a˜ o causando perdas de produc¸a˜ o e podendo ocasionar acidentes, impondo desafios na a´ rea de garantia de escoamento. Hidratos, tamb´em designados de clatratos, s˜ao estruturas cristalinas formadas por a´ gua ligada atrav´es de pontes de hidrogˆenio, e que possuem a estrutura estabilizada por uma mol´ecula h´ospede, em geral um hidrocarboneto. Os hidratos est˜ao presentes na natureza e podem se formar em alguns processos industriais, sendo um obst´aculo a ser contornado para garantir o escoamento, prevenindo a formac¸a˜ o ou permitindo que essa ocorra de maneira controlada de forma que o escoamento consiga carregar as part´ıculas de hidrato e evitar ac´umulos nas paredes das tubulac¸o˜ es e instalac¸o˜ es. (SLOAN; KOH, 2007). Hidratos podem ser encontrados na natureza em reservas, principalmente nos oceanos, e representam uma potencial fonte energ´etica. Tamb´em podem ser encontrados em processos industriais como explorac¸a˜ o de petr´oleo. Nas tubulac¸o˜ es de petr´oleo, hidratos dificultam e podem at´e impedir o escoamento, como pode ser visto na Figura 1. Em tubulac¸o˜ es para explorac¸a˜ o de petr´oleo, os hidratos se formam atrav´es da combinac¸a˜ o de g´as natural e a´ gua em uma estrutura cristalina. A estrutura e´ semelhante a` do gelo. Para a formac¸a˜ o s˜ao necess´arias condic¸o˜ es espec´ıficas de temperatura e press˜ao (baixas temperaturas e/ou altas press˜oes) algo comum em tubulac¸o˜ es de petr´oleo em plataformas offshore (SLOAN et al., 2011). Em geral a pr´atica industrial busca impedir a formac¸a˜ o dos hidratos, evitando completamente riscos de formac¸a˜ o de plugues e bloqueios. Um plugue de hidrato pode levar v´arios dias e at´e semanas para ser removido (KELKAR et al., 1998). Uma parada na produc¸a˜ o pode custar milh˜oes de d´olares para a ind´ustria (GUO et al., 2005). Por´em com os altos custos para uma prevenc¸a˜ o total da formac¸a˜ o, algumas empresas fazem a chamada administrac¸a˜ o de risco de hidratos..

(17) 16. Figura 1: Bloqueio de hidrato em uma tubulac¸a˜ o de petr´oleo Fonte: CHR. Em uma instalac¸a˜ o industrial, e´ poss´ıvel identificar a formac¸a˜ o de hidratos por um bloqueio abrupto seguido de queda de press˜ao, menor quantidade de a´ gua chegando ao separador, menor produc¸a˜ o de g´as, podendo haver outras mudanc¸as nas condic¸o˜ es do sistema (CHANDRAGUPTHAN; NOUNCHI, 2010). Varias t´ecnicas de medic¸a˜ o tˆem sido desenvolvidas nos u´ ltimos anos, buscando soluc¸o˜ es para hidratos em laborat´orios de pesquisa. Este campo de pesquisas ainda oferece grandes oportunidades. Pesquisas podem ser realizadas buscando utilizar o hidrato como recurso energ´etico ou considerando que esse e´ um obst´aculo na extrac¸a˜ o de poc¸os em condic¸o˜ es desfavor´aveis, buscando formas de evit´a-lo ou monitor´a-lo. Embora tenham sido h´a muito tempo descobertos, os hidratos eram mera curiosidade de laborat´orio antes de virar preocupac¸a˜ o da ind´ustria em 1934. Atualmente representam um campo de pesquisas, em que se envolve t´ecnicas e m´etodos advindos de a´ reas desde a mecˆanica dos flu´ıdos at´e instrumentac¸a˜ o (SLOAN et al., 2011). Entre as t´ecnicas de instrumentac¸a˜ o sendo propostas para a detecc¸a˜ o de hidratos se destaca a de ultrassom. Esta possui caracter´ısticas desej´aveis a` ind´ustria como robustez, n˜ao utilizar radiac¸a˜ o ionizante, apresentar baixo custo de implantac¸a˜ o, ser de f´acil manutenc¸a˜ o e n˜ao intrusiva. Geralmente, existem quatro parˆametros ac´usticos no sinal de ultrassom que podem ser utilizados como indicac¸a˜ o da cristalizac¸a˜ o do hidrato: a velocidade do som no meio, a amplitude, o espectro de frequˆencia e o desvio de fase do sinal de ultrassom. Entre eles o.

(18) 17. espectro de frequˆencia e a amplitude s˜ao caracter´ısticas bastante est´aveis em relac¸a˜ o a mudanc¸as de temperatura e press˜ao, e tamb´em s˜ao sens´ıveis ao aparecimento de part´ıculas em soluc¸o˜ es, baseadas na absorc¸a˜ o caracter´ıstica e dispers˜ao da energia sonora. A velocidade do som no meio e´ mais sens´ıvel a` temperatura do que a` nucleac¸a˜ o, que e´ o aparecimento das primeiras part´ıculas de hidrato, devido a` quantidade limitada de n´ucleos de hidrato (ZAIN et al., 2005). O ultrassom pode ser aplicado em soluc¸o˜ es com m´edia e alta concentrac¸a˜ o de part´ıculas em suspens˜ao e em cˆamaras de processos, al´em de n˜ao serem significativamente degradados para uma ampla faixa de condic¸o˜ es de processo. O ultrassom fornece medidas em tempo real e os sistemas s˜ao compactos, robustos e relativamente baratos, especialmente comparados com outras t´ecnicas.. Sondas de ultrassom podem ser utilizadas para medir. densidade de fluidos e de soluc¸o˜ es com part´ıculas em suspens˜ao, a distribuic¸a˜ o de tamanho dessas part´ıculas, concentrac¸a˜ o e perfis de velocidade (BOND et al., 2003). Outras vantagem dessa t´ecnica e´ a possibilidade de medic¸a˜ o n˜ao-invasiva e n˜aointrusiva, n˜ao afetando o escoamento. A Figura 2 ilustra o conceito.. Figura 2: Definic¸o˜ es de medic¸a˜ o n˜ao invasiva e n˜ao intrusiva Fonte: (ASHER, 1997). As sondas podem ser aplicadas em tanques e tubulac¸o˜ es em condic¸o˜ es normais de temperatura e press˜ao assim como em temperaturas e press˜oes mais elevadas. As aplicac¸o˜ es mais usuais de ultrassom s˜ao divididas em quatro arranjos b´asicos de acordo com a t´ecnica utilizada na monitorac¸a˜ o e os parˆametros medidos e mostrados na Tabela 1. O uso da t´ecnica de ultrassom j´a e´ largamente aceita na industria sendo tamb´em muito aplicado na detecc¸a˜ o de interfaces formadas por fases distintas em escoamentos bif´asicos al´em de acompanhar condic¸o˜ es de processos de mistura, sedimentac¸a˜ o, estratificac¸a˜ o ou transporte de soluc¸o˜ es com part´ıculas (BOND et al., 2003)..

(19) 18. Tabela 1: Classificac¸a˜ o das t´ecnicas de medidas de ultrassom. Fonte: (BOND et al., 2003). 1.1. OBJETIVO Este trabalho tem por objetivo realizar o estudo da deposic¸a˜ o de hidrato utilizando. t´ecnicas de medic¸o˜ es ultrassˆonicas, estudando a viabilidade do ultrassom como t´ecnica para identificar o hidrato em tubulac¸o˜ es. Para isso foi preciso construir uma bancada experimental em material apropriado para o estudo e avaliac¸a˜ o das t´ecnicas de an´alise de ultrassom que funcionam como melhores indicadores da formac¸a˜ o de hidratos. Tamb´em e´ objetivo deste trabalho a caracterizac¸a˜ o dos meios e a realizac¸a˜ o de testes de formac¸a˜ o de hidratos em condic¸o˜ es diferentes, tentando aproximar o melhor poss´ıvel em laborat´orio as condic¸o˜ es industriais..

(20) 19. 1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO No cap´ıtulo 2 s˜ao apresentados os fundamentos da t´ecnica de ultrassom, utilizada neste. trabalho, e uma revis˜ao bibliogr´afica sobre a a´ rea de hidratos. O cap´ıtulo 3 explica os testes realizados, a montagem da bancada e escolha da instrumentac¸a˜ o para a realizac¸a˜ o desses testes. O cap´ıtulo 4 descreve os procedimentos dos testes e as t´ecnicas de an´alise de sinal utilizadas no sinal de ultrassom adquirido. O capitulo 5 apresenta e discute os resultados obtidos, com dados de ultrassom adquiridos a partir da formac¸a˜ o de hidrato. O capitulo 6, e final, apresenta as conclus˜oes, com base nas discuss˜oes realizadas, e os poss´ıveis trabalhos futuros..

(21) 20. 2. ˜ BIBLIOGRAFICA ´ ˜ TEORICA ´ REVISAO E FUNDAMENTAC ¸ AO. Este cap´ıtulo apresenta uma revis˜ao bibliogr´afica e a fundamentac¸a˜ o te´orica, a respeito de hidratos e de t´ecnicas existentes para identificar o seu processo de formac¸a˜ o em tempo real. Inicialmente s˜ao apresentados os estudos na a´ rea de hidratos e suas caracter´ısticas, tamb´em como este fenˆomeno est´a associado ao tipo de escoamento. Em seguida e´ apresentado o estado da arte de instrumentac¸a˜ o para medic¸a˜ o da formac¸a˜ o de hidratos. E por fim e´ apresentada a t´ecnica de medic¸a˜ o ultrassˆonica e suas caracter´ısticas que ser´a utilizada nessa dissertac¸a˜ o. 2.1. ˜ DE HIDRATOS IDENTIFICAC¸AO Em tubulac¸o˜ es de explorac¸a˜ o de petr´oleo, transportando g´as natural, os hidratos se. formam atrav´es da combinac¸a˜ o de g´as e a´ gua em uma estrutura cristalina semelhante ao gelo e que possui propriedades parecidas. Para a formac¸a˜ o de hidratos em um ambiente s˜ao necess´arias condic¸o˜ es espec´ıficas de temperatura e press˜ao, baixas temperaturas e/ou altas press˜oes, algo frequente em tubulac¸o˜ es de petr´oleo. Atualmente as pr´aticas industriais de controle e prevenc¸a˜ o costumam fazer a administrac¸a˜ o do risco de hidratos, permitindo a sua formac¸a˜ o, mas n˜ao uma aglomerac¸a˜ o de hidratos. Isso devido aos altos custos envolvidos para um prevenc¸a˜ o total. Em uma instalac¸a˜ o offshore e´ usualmente dif´ıcil detectar hidratos, principalmente em est´agios iniciais, antes destes se aglomerarem em um plugue e causarem queda de press˜ao no escoamento ou ainda a diminuic¸a˜ o da quantidade de a´ gua no separador. Neste contexto, se insere o presente trabalho que busca a avaliac¸a˜ o do uso de ultrassom como t´ecnica capaz de identificar e monitorar o processo de formac¸a˜ o de hidratos desde o seu in´ıcio, antecipando o momento de formac¸a˜ o completa do plugue..

(22) 21. 2.1.1. ´ BREVE HISTORICO DE ESTUDO A importˆancia dos hidratos na ind´ustria n˜ao era reconhecida antigamente, pois no. princ´ıpio se extraia g´as natural a press˜oes relativamente baixas, assim os hidratos n˜ao eram encontrados. Somente no s´eculo vinte com a expans˜ao da ind´ustria que comec¸ou a se operar em altas press˜oes. Com isso descobriu-se que tubulac¸o˜ es e equipamentos estavam sendo bloqueados por algo que parecia gelo, mas em temperaturas muito altas para ser de fato gelo. Somente em 1930 que Hammerschmidt (1934) demonstrou que o que bloqueava as tubulac¸o˜ es eram na realidade hidratos e que estes s˜ao uma mistura de a´ gua e componentes do g´as natural (CARROLL, 2014). As pesquisas envolvendo hidratos passaram por trˆes momentos importantes: a sua descoberta em 1810, em 1934 quando comec¸am a causar preocupac¸a˜ o na ind´ustria de g´as natural e a partir de 1960 quando foram descobertos hidratos naturais de milh˜oes de anos no ´ fundo do oceano e regi˜ao permafrost, que e´ o solo na regi˜ao do Artico (SLOAN; KOH, 2007). Assim, ap´os a descoberta ao longo do s´eculo seguinte, iniciaram-se pesquisas com a finalidade de caracterizar esses hidratos, identificando as substˆancias formadoras e buscando descobrir a sua composic¸a˜ o e propriedades f´ısicas. A Figura 3 mostra um gr´afico por d´ecada com o n´umero de publicac¸o˜ es relacionadas a hidratos. E´ observado o crescimento da curva em dois pontos especiais na d´ecada de 1930, quando hidratos foram encontrados na ind´ustria petrol´ıfera, e na de 1960 quando foram encontrados na natureza.. ´ Figura 3: Numero de publicac¸o˜ es relacionadas aos hidratos ao longo das d´ecadas do s´eculo XX Fonte: (SLOAN, 2005). Duas propriedades dos hidratos s˜ao a base para os estudos que viabilizam uma previs˜ao de bloqueios: hidratos possuem estruturas distintas, que assim que foram identificadas.

(23) 22. possibilitaram definic¸o˜ es de modelos termodinˆamicos e, somado a isso os hidratos se formam de maneira r´apida, assim dados em laborat´orio podem ser obtidos em horas/dias, muito mais r´apido que asfaltenos, por exemplo, que s˜ao substˆancias que tamb´em causam bloqueios em instalac¸o˜ es industriais e que podem levar dias/semanas para se formarem (SLOAN, 2005). 2.1.2. GARANTIA DE ESCOAMENTO A garantia de escoamento na ind´ustria de o´ leo e g´as e´ um problema que foca no. desenvolvimento de t´ecnicas mais seguras de operac¸a˜ o a fim de assegurar um transporte ininterrupto na produc¸a˜ o. Entre os problemas estudados na garantia de escoamento est˜ao hidratos, parafinas e asfaltenos, que podem causar bloqueios (ZERPA et al., 2011). Com formac¸a˜ o r´apida, os hidratos costumam ser um dos problemas mais s´erios e comuns em tubulac¸o˜ es no fundo do mar. Ao longo dos 70 anos ap´os a descoberta do hidrato na ind´ustria petrol´ıfera, foi adquirido um conhecimento capaz de evitar sua formac¸a˜ o, por´em os custos associados ao gerenciamento de risco podem ser muito menores do que os de se evitar completamente hidratos. Os gastos em instalac¸o˜ es de produc¸a˜ o de petr´oleo podem ultrapassar US$1 bilh˜ao, sendo que 39% dos gastos s˜ao em poc¸os e 38% em tubulac¸o˜ es. Por ser um grande risco para se assumir sozinho, empresas formam parcerias, levando informac¸o˜ es para o novo projeto, e criando um conhecimento geral de garantia de escoamento (SLOAN, 2005). A prevenc¸a˜ o da formac¸a˜ o e agregac¸a˜ o de hidratos custa mais US$200M para a ind´ustria de petr´oleo e g´as natural (SUM et al., 2009). A maior parte dos componentes encontrados no g´as natural forma hidratos, o que o torna um dos grandes problemas em produc¸a˜ o, processamento e transporte de g´as natural e derivados. Tamb´em, h´a o fator de que hidratos podem ocasionar acidentes graves se n˜ao tratados da forma correta (CARROLL, 2014). . Com potencial de causar acidentes, plugues de hidratos devem sempre ser removidos com cuidado. Conforme a Figura 4, uma das formas que um plugue pode causar dano a` linha e´ quando vai de encontro a um cotovelo em alta velocidade, causando rompimento da tubulac¸a˜ o. Outra forma e´ causando um aumento na press˜ao da linha em trechos anteriores a presenc¸a de uma v´alvula, por exemplo (SLOAN et al., 2011)..

(24) 23. Figura 4: Acidentes causados em remoc¸a˜ o de hidratos. (a) Acidente em cotovelo (b) Acidente com v´alvula Fonte: (SLOAN et al., 2011). 2.1.3. PROPRIEDADES E CARACTER´ISTICAS DOS HIDRATOS Hidratos de gases naturais s˜ao compostos s´olidos de a´ gua e g´as. Estas mol´eculas de. g´as, denominadas de h´ospedes, podem ser N2 , CH4 , H2 S, CO2 , entre outros. Nos u´ ltimos anos grandes dep´ositos de hidratos de g´as natural com potencial energ´etico foram achados no fundo do oceano e regi˜ao de permsfrost ao redor do mundo (LIU et al., 2010). As mol´eculas h´ospedes ficam presas dentro das cavidades formadas pelas mol´eculas de a´ gua que est˜ao conectadas por pontes de hidrogˆenio e novos compostos formadores de hidrato continuam a ser encontrados em novas aplicac¸o˜ es na ind´ustria. A mol´ecula da a´ gua tem uma carga positiva e uma negativa causada pelos dois pares de el´etrons livres do oxigˆenio, o que faz da mol´ecula um permanente dipolo. A ponte de hidrogˆenio na a´ gua e´ causada pela atrac¸a˜ o dessas cargas em mol´eculas vizinhas (SLOAN; KOH, 2007). Tamb´em, esta ligac¸a˜ o de ponte de hidrogˆenio alinha em orientac¸o˜ es regulares as mol´eculas de a´ gua, e a presenc¸a de certos compostos as estabiliza. Estes se formam com a presenc¸a de a´ gua e h´ospede em quantidades suficientes, em condic¸o˜ es espec´ıficas de temperatura e press˜ao (CARROLL, 2014). Os hidratos s˜ao compostos n˜ao estequiom´etricos, pois sua composic¸a˜ o n˜ao e´ constante. Podem formar diferentes estruturas cristalinas, as mais comuns denominadas de estrutura I, II e H como na Figura 5 (SUM et al., 2009). Somente a I e a II s˜ao encontradas em tubulac¸o˜ es de produc¸a˜ o de petr´oleo. Estas estruturas n˜ao estequiom´etricas n˜ao devem ser confundidas com outros tipos de hidratos estequiom´etricos que ocorrem, como por exemplo, quando a a´ gua se combina com alguns tipos de sais. Hidratos concentram em at´e 180 vezes o volume padr˜ao de g´as (SLOAN,.

(25) 24. Figura 5: Tipos de estruturas de hidratos mais comuns. (a) Estrutura I (b) Estrutura II (c) Estrutura H Fonte: (SLOAN; KOH, 2007). 1998). O tamanho da mol´ecula determina a estrutura e a proporc¸a˜ o de tamanho com a qual o h´ospede cabe na cavidade de acordo com as condic¸o˜ es de temperatura e press˜ao de formac¸a˜ o do hidrato. As mol´eculas de hidratos s˜ao compostas por cavidades b´asicas que combinadas formam um bloco que por sua vez formam uma estrutura. Essas cavidades podem ser vistas na Figura 6. A cavidade pequena 512 faz parte da composic¸a˜ o de todas. Ela possui doze faces pentagonais, formada por a´ gua conectada por pontes de hidrogˆenio. N˜ao h´a ligac¸a˜ o entre as mol´eculas de a´ gua da cavidade e a mol´ecula h´ospede (SLOAN et al., 2011). As estruturas I e II s˜ao c´ubicas, enquanto a H e´ hexagonal. O gelo tamb´em e´ uma estrutura hexagonal. O maior contraste entre estas estruturas e´ que o gelo e´ formado por uma substˆancia pura. Ainda assim, como 85% da estrutura do hidrato consiste de a´ gua, muitas propriedades s˜ao parecidas com as do gelo. ˚ que incluem metano, etano, di´oxido A estrutura I e´ formada por mol´eculas de 4,2 a 6 A, de carbono e sulfeto de hidrogˆenio. Nitrogˆenio e outras mol´eculas pequenas como o hidrogˆenio ˚ formam a estrutura II como h´ospedes u´ nicos. Mol´eculas maiores (6 A˚ < d < 7 (d < 4,2 A) ˚ como propano e iso-butano formam hidratos de estrutura II. Algumas maiores como o isoA) pentano podem ainda formar a estrutura H se acompanhados de uma mol´ecula pequena como.

(26) 25. Figura 6: Cavidades que comp˜oem as estruturas de hidrato Fonte: (SLOAN et al., 2011). metano ou nitrogˆenio (SLOAN; KOH, 2007). Hidrocarbonetos l´ıquidos tamb´em podem formar hidratos. O requisito necess´ario para formac¸a˜ o de hidratos e´ a presenc¸a de uma mol´ecula formadora, a´ gua suficiente e a combinac¸a˜ o correta de press˜ao e temperatura, sem relac¸a˜ o com a fase da mol´ecula formadora. Costuma-se normalmente referir-se a hidratos de g´as, o que d´a a impress˜ao errada de que eles apenas se formam com gases (CARROLL, 2014). Na Tabela 2 est˜ao os principais formadores e suas proporc¸o˜ es dentro das cavidades, indicando a estrutura que o g´as forma quando puro pela letra “F”. Tabela 2: H´ospedes mais comuns de hidratos e suas ocupac¸o˜ es nas estruturas. Diˆametro molecular da cavidade Mol´ecula formadora. Estrutura I. Mol´ecula. ˚ 512 Tamanho (A). CH4. 4.36. C2 H6. Estrutura II. 512 62. 512. 512 64. 0.86F. 0.74F. 0.87. 0.66. 5.5. 1.1. 0.94F. 1.1. 0.84. C3 H8. 6.28. 1.2. 1.1. 1.3. 0.94F. i-C4 H1 0. 6.5. 1.4. 1.1. 1.3. 0.98F. n-C4 H1 0. 7.1. 1.4. 1.2. 1.4. 1.1. Fonte: (SLOAN et al., 2011).

(27) 26. Em 1949, Von Stackelberg descobriu a relac¸a˜ o entre o tamanho da mol´ecula e o tipo de hidrato formado. Eventualmente atinge-se um limite e mol´eculas acima de 7A˚ n˜ao formam hidratos com estrutura I ou II. Posteriormente descobriu-se que essas mol´eculas formam outros hidratos com estrutura H quando combinados com outra mol´ecula pequena (CARROLL, 2014). Uma mol´ecula muito grande para uma cavidade pequena n˜ao forma a estrutura como h´ospede u´ nico, apenas quando combinado com outra mol´ecula. Assim um g´as puro pode formar a estrutura I e quando combinado com uma mol´ecula grande formar a II ou a H. Outros fatores que facilitam a formac¸a˜ o s˜ao a turbulˆencia, seja por velocidade de escoamento ou agitac¸a˜ o e pontos de nucleac¸a˜ o como imperfeic¸o˜ es na tubulac¸a˜ o e cotovelos (CARROLL, 2014). O hidrato n˜ao necessariamente se acumula no mesmo local aonde e´ formado. Esse pode fluir pela tubulac¸a˜ o, especialmente na fase l´ıquida, e tende a se acumular em locais nos quais ocorre normalmente o ac´umulo de l´ıquidos. Quando o´ leo e g´as s˜ao escoados numa linha, eles sempre veem acompanhados de a´ gua, ent˜ao as trˆes fases est˜ao presentes e a maneira de formac¸a˜ o do hidrato depende das diferentes condic¸o˜ es das fases. A interface entre as fases de a´ gua e g´as representa o local ideal para a formac¸a˜ o dos hidratos e em sistemas o´ leo dominante, a presenc¸a de o´ leo e´ maior, ent˜ao a a´ gua se encontra emulsificada, o que aumenta a superf´ıcie de contato entre as fases. A nucleac¸a˜ o e´ associada com um tempo de induc¸a˜ o em estado metaest´avel, no qual o sistema e´ termodinamicamente favor´avel a` formac¸a˜ o de hidratos. Como este e´ um processo estoc´astico, o sistema pode ficar metaest´avel de minutos at´e dias, dependendo das condic¸o˜ es de mistura, composic¸a˜ o e geometria. E´ necess´ario um modelo para descrever como, quando e onde os hidratos se formam em tubulac¸o˜ es para prevenir a agregac¸a˜ o e poss´ıveis bloqueios (SUM et al., 2009). O modelo para sistemas o´ leo dominante pode ser visto na Figura 7, o qual cont´em um sistema multif´asico com a´ gua, o´ leo e g´as. As part´ıculas de a´ gua ficam emulsificadas no o´ leo e bolhas de g´as ficam dispersas na fase aquosa. Como hidratos s˜ao formados por 85% de a´ gua e 15% de g´as, eles normalmente se formam na interface g´as-´agua. Quando a a´ gua est´a emulsificada em o´ leo, o hidrato se forma na interface o´ leo-´agua com o g´as dissolvido no o´ leo como na Figura 8 (SLOAN et al., 2011). Inicialmente uma pel´ıcula de hidrato se forma rapidamente ao redor da superf´ıcie da part´ıcula de a´ gua emulsificada, at´e o momento que essa e´ completamente coberta. Essa pel´ıcula diminui a velocidade do crescimento por causar a separac¸a˜ o de fases. A pel´ıcula em volta da.

(28) 27. Figura 7: Modelo de aglomerac¸a˜ o de hidrato em sistemas dominados por o´ leo Fonte: (ZERPA et al., 2011). a´ gua continua a crescer e a a´ gua e´ consumida para formar hidrato at´e que esteja completamente convertido. Esse processo pode levar horas ou at´e dias dependendo do tamanho das part´ıculas.. Figura 8: Crescimento de hidrato na interface da a´ gua Fonte: (SLOAN et al., 2011). Ap´os a convers˜ao das part´ıculas, forc¸as de atrac¸a˜ o chamadas de capilaridade fazem com que o hidrato comece a se aglomerar e assim hidratos completamente convertidos se acumulam na parede da tubulac¸a˜ o e se aglomeram at´e formarem um plugue. Plugues ocorrem durante processos transientes e operac¸o˜ es n˜ao recorrentes como in´ıcio ou partida do escoamento ap´os uma emergˆencia. Hidratos n˜ao se formam durante a operac¸a˜ o normal da linha. Quando o escoamento e´ reiniciado e a a´ gua est´a saturada de g´as comec¸a a se formar hidrato nas part´ıculas de a´ gua. A acumulac¸a˜ o dessas part´ıculas resulta na formac¸a˜ o de um plugue (SLOAN et al., 2011). A Figura 9 cont´em a curva temperatura-press˜ao para hidratos de v´arias substˆancias. Nela, H e´ utilizado para hidratos, I para gelo, V para g´as, LW e LHC representam as fases l´ıquidas de a´ gua e hidrocarbonetos. A regi˜ao de formac¸a˜ o de hidrato est´a a` esquerda das linhas de trˆes fases (I-H-V),(LW -H-V) e (LW -H-LHC ). Hidrato e´ um problema substancial em produc¸a˜ o em alto mar e linhas, principalmente pela produc¸a˜ o e transporte de g´as e petr´oleo ser realizada em a´ guas cada vez mais profundas, que s˜ao associadas a press˜oes mais elevadas e baixas temperaturas, propiciando entrar na regi˜ao de formac¸a˜ o de hidrato..

(29) 28. Figura 9: Curva temperatura-press˜ao de formac¸a˜ o de hidrato para v´arias substˆancias Fonte: (SLOAN; KOH, 2007). Usualmente se utiliza grandes quantidades de metanol ou glicol para deslocar a curva de equil´ıbrios para fora da a´ rea de formac¸a˜ o de hidratos. Estrat´egias mais atuais se utilizam de t´ecnicas de gerenciamento da formac¸a˜ o de hidratos ao inv´es de evit´a-la completamente. Assim, o hidrato flui junto com o escoamento. A formac¸a˜ o do hidrato e´ bem menos compreendida do que a sua termodinˆamica, por estar relacionada a` massa e aos efeitos de transferˆencia de calor. Na a´ gua, a concentrac¸a˜ o de metano e´ 1000 vezes menor do que em hidratos, assim como a a´ gua em vapor no metano tamb´em e´ pequena, ent˜ao isso explica porque o crescimento e´ mais prov´avel de ocorrer na interface g´as/´agua (SUM et al., 2009). O gerenciamento de risco costuma ser em in´umeras aplicac¸o˜ es mais econˆomico do que evitar completamente operac¸a˜ o na regi˜ao de formac¸a˜ o de hidrato, pois em alguns casos a quantidade de inibidor necess´aria e´ t˜ao elevada que torna a pr´atica economicamente invi´avel. No gerenciamento de riscos se permite que part´ıculas de hidratos se formem e continuem fluindo pela tubulac¸a˜ o, sem causarem aglomerac¸a˜ o. Para isso e´ preciso determinar como os hidratos se formar˜ao naquele sistema, especialmente a sua dependˆencia do tempo (SLOAN et al., 2011)..

(30) 29. M´etodos de prevenc¸a˜ o incluem inibidores tradicionais e t´ecnicas de controle de risco. Os inibidores incluem os termodinˆamicos como metanol e MEG (Monoetilenoglicol), calor nas tubulac¸o˜ es ou reduc¸a˜ o de press˜ao para evitar a regi˜ao de formac¸a˜ o de hidratos. Na t´ecnica de controle de risco se tem os inibidores cin´eticos e os anti-aglomerantes (LV et al., 2013). Os inibidores termodinˆamicos atuam deslocando a curva de formac¸a˜ o de hidrato e levando essa para regi˜ao livre. Eles fazem isso alterando a energia de interac¸a˜ o molecular ao competir pelas pontes de hidrogˆenio. Quanto mais inibidor, mais mol´eculas de a´ gua ser˜ao impedidas de participarem da formac¸a˜ o do hidrato e assim ser˜ao necess´arias uma press˜ao mais alta e temperatura mais baixa para formar o hidrato. J´a os inibidores cin´eticos retardam a formac¸a˜ o e o crescimento de hidratos. Esses inibidores s˜ao pol´ımeros que aderem a superf´ıcie do hidrato, tornando mais dif´ıcil a nucleac¸a˜ o e o crescimento. Os anti-aglomerantes permitem a formac¸a˜ o de hidratos, inclusive aceleram o processo, mas mantem o fluxo de hidratos cont´ınuo impedindo a sua agregac¸a˜ o. A capilaridade ou a forc¸a de atrac¸a˜ o entre as part´ıculas de hidrato s˜ao bloqueadas, mas a efetividade desse bloqueio depende do tipo de fluxo, sendo mais eficiente para fluxos com altas velocidades. A t´ecnica mais usada para prevenc¸a˜ o de hidratos e´ a de inibidores termodinˆamicos, por´em com a produc¸a˜ o indo para a´ guas cada vez mais profundas, a inibic¸a˜ o total da formac¸a˜ o por esses m´etodos pode chegar ao seu limite econˆomico (LV et al., 2013). Assim a ind´ustria busca soluc¸o˜ es de gerenciamento de risco e para isto e´ necess´ario informac¸a˜ o acurada sobre quando os hidratos ir˜ao formar e dissociar. 2.1.4. ˜ DE HIDRATOS DE THF FORMAC¸AO O hidrato de tetrahidrofurano (THF) e´ um dos an´alogos para hidratos de g´as mais. utilizados em pesquisas, seja substituindo o hidrato de g´as pelo hidrato de THF, por quest˜oes de condic¸o˜ es do estudo, ou acrescentando o THF para diminuir a press˜ao de formac¸a˜ o de outros hidratos. A necessidade de elevadas press˜oes adiciona uma complexidade ao estudo de formac¸a˜ o de hidratos em laborat´orio. Como THF e´ completamente misc´ıvel em a´ gua e possui condic¸o˜ es de formac¸a˜ o facilmente ating´ıveis, ele possui vantagens em relac¸a˜ o aos hidratos de g´as quando se trata da sua formac¸a˜ o em laborat´orio. Assim, o THF costuma ser estudado no lugar dos hidratos de g´as, com a vantagem deles formarem a mesma estrutura, apesar de n˜ao se ter certeza se possuem as mesma propriedades de hidratos (STROBEL et al., 2009)..

(31) 30. THF forma hidratos de estrutura II (composic¸a˜ o de THF·17H2O) e e´ f´acil de ser sintetizado por se formar a 278K em press˜ao atmosf´erica. As mol´eculas de THF ocupam as cavidades grandes e interagem pouco com as mol´eculas de a´ gua. Esse sistema costuma ser bastante estudado em laborat´orio por t´ecnicas como espectroscopia Raman, uma t´ecnica fotˆonica de alta resoluc¸a˜ o, e com infravermelho (PRASAD et al., 2007). De acordo com BATHE et al. (1984) a velocidade do som no gelo e´ de 3870 m/s e a do hidrato de THF de 3513 m/s. Por terem propriedades parecidas seria realmente esperado um resultado pr´oximo, especialmente para os hidratos de estrutura II. 2.1.5. ˜ ˜ DE HIDRATOS CONSIDERAC¸OES SOBRE FORMAC¸AO Nessa parte foi explicado a fundamentac¸a˜ o te´orica a respeito dos hidratos,. apresentando suas caracter´ısticas e implicac¸o˜ es na ind´ustria. Foi apresentado como ocorre a formac¸a˜ o e os desafios que essa imp˜oe para identificac¸a˜ o. Na segunda parte ser´a apresentado o estado da arte e como funciona a t´ecnica de ultrassom, escolhida para estudo da formac¸a˜ o de hidrato. 2.2. ESTADO DA ARTE A formac¸a˜ o de hidratos pode ser identificada considerando os seguintes fatos: por. queda de press˜ao, menor quantidade de a´ gua no separador ou menor produc¸a˜ o de g´as. Baseado nesses indicadores, v´arias t´ecnicas de identificac¸a˜ o de hidratos tˆem sido desenvolvidas. Para sistemas onshore, dois m´etodos s˜ao mais adequados: detecc¸a˜ o de imagens t´ermicas e detecc¸a˜ o de raios gama. Para sistemas offshore, al´em dos dois m´etodos j´a citados, os mais indicados s˜ao: medic¸a˜ o de press˜ao interna, resposta ac´ustica do sistema e uso de inibidores (CHANDRAGUPTHAN; NOUNCHI, 2010). As imagens t´ermicas funcionam com uma cˆamera que utiliza espectro infravermelho como indicador de temperatura do sistema. Mede a variac¸a˜ o da temperatura e e´ afetada pelo revestimento do tubo e pelas variac¸o˜ es na espessura da parede. O densitˆometro de raios gama cont´em um emissor e um sensor externo a` tubulac¸a˜ o. A transmiss˜ao dos raios e´ uma func¸a˜ o da densidade do conte´udo do tubo e deve ser utilizado aliado a um sensor de temperatura, pois, por exemplo, as densidades da a´ gua e do hidrato s˜ao muito parecidas..

(32) 31. Medic¸o˜ es de press˜ao podem ser feitas de maneiras diversas, tais como diminuindo a press˜ao no final da tubulac¸a˜ o e monitorando seus efeitos, ou injetando g´as natural e medindo como a press˜ao aumenta ao longo da tubulac¸a˜ o. Como o aumento da press˜ao e´ proporcional a` quantidade de g´as injetado, e´ poss´ıvel determinar a distˆancia entre o ponto de entrada at´e o ponto de bloqueio. Em alguns casos, quando o bloqueio est´a pr´oximo a` plataforma, e´ poss´ıvel localizar o ponto com a adic¸a˜ o de inibidores. O volume de inibidor injetado possibilita essa determinac¸a˜ o. Entretanto, devido aos efeitos de retenc¸a˜ o de l´ıquido nas tubulac¸o˜ es e seu comprimento, esse m´etodo e´ na maioria dos casos ineficiente (CHANDRAGUPTHAN; NOUNCHI, 2010). Uma outra forma diz respeito a` resposta ac´ustica do sistema, utilizando ultrassom. Pode-se utilizar, por exemplo, a resposta em frequˆencia e o tempo de trˆansito de um sinal de ultrassom para identificar a formac¸a˜ o de hidrato, medindo as mudanc¸as nesses parˆametros do sinal, analisando desde a plataforma at´e o bloqueio (CHANDRAGUPTHAN; NOUNCHI, 2010). Existem quatro vari´aveis ac´usticas que podem ser utilizadas como indicac¸a˜ o da cristalizac¸a˜ o do hidrato: a velocidade do som no meio, a amplitude, o espectro de frequˆencia e de desvio de fase do sinal de ultrassom. Entre eles, o espectro de frequˆencia e a amplitude s˜ao bastante robustos a mudanc¸as de temperatura e press˜ao, e sens´ıveis ao aparecimento de part´ıculas em soluc¸o˜ es baseadas na absorc¸a˜ o e na dispers˜ao da energia sonora por essas part´ıculas (ZAIN et al., 2005). O que representam caracter´ısticas de interesse no estudo do hidrato. Nos u´ ltimos anos, algumas t´ecnicas foram desenvolvidas para detectar a formac¸a˜ o de hidrato com uso de instrumentac¸a˜ o, como a medic¸a˜ o pela constante diel´etrica (ZAIN et al., 2005), espectrografia Raman (SHARMA et al., 2005) e o ultrassom medindo a velocidade ac´ustica (MAZLOUM et al., 2011). As t´ecnicas para identificar constante diel´etrica costumam ser invasivas e a espectroscopia Raman tem um custo elevado. Assim a soluc¸a˜ o por instrumentac¸a˜ o baseada em ultrassom e´ uma boa relac¸a˜ o custo benef´ıcio. No trabalho de ZAIN et al. (2005) foi desenvolvido um sistema de medic¸a˜ o com ultrassom utilizando uma c´elula de teste que podia trabalhar em altas press˜oes. Foi observado que ocorreu a formac¸a˜ o de hidratos em 1085 minutos, que foi indicada por uma queda acentuada da press˜ao do sistema, enquanto a temperatura se mantinha praticamente est´avel. Neste caso, a FFT e a amplitude do sinal de ultrassom responderam a` mudanc¸a de fase muito antes desse momento, inclusive antes da queda de press˜ao. Com 1070 minutos, a FFT e a amplitude ca´ıram acentuadamente, o que pode indicar que j´a havia formac¸a˜ o de hidrato em momentos anteriores.

(33) 32. a 1085 minutos. Al´em disso, a diminuic¸a˜ o da FFT com 970 minutos sugere que a nucleac¸a˜ o do hidrato comec¸ou 100 minutos antes do seu crescimento. GOODENOUGH et al. (2005) desenvolveram um sistema para calcular a atenuac¸a˜ o e a velocidade do som em soluc¸o˜ es contendo part´ıculas insol´uveis. A velocidade de fase e o espectro de atenuac¸a˜ o s˜ao calculados com a transformada de Fourier dos pulsos recebidos. Em relac¸a˜ o ao sinal de ultrassom, a amplitude, o tempo de trˆansito em v´arias distˆancias e a variac¸a˜ o dessas medidas podem ser utilizados para calcular a atenuac¸a˜ o e a velocidade do som. A atenuac¸a˜ o e´ melhor para medir a composic¸a˜ o da fase dispersa e o tamanho de part´ıculas, enquanto que a velocidade do som e´ melhor para composic¸a˜ o de qu´ımicos em n´ıvel molecular (GOODENOUGH et al., 2005). Outro sistema de medic¸a˜ o de formac¸a˜ o de hidratos baseado em ultrassom (ANDERSEN et al., 1997) (1997) analisa a amplitude da onda ultrassˆonica em um flowloop para verificar dep´osito de hidrato nas paredes do tubo. A an´alise foi feita atrav´es do efeito de ringing (m´ultiplas reflex˜oes) do sinal de ultrassom que e´ observado da parede de ac¸o da tubulac¸a˜ o. Com estes m´etodos de detecc¸a˜ o espera-se poder futuramente detectar n˜ao apenas a presenc¸a de hidrato, como o in´ıcio da formac¸a˜ o, quanto est´a se formando e como esta formac¸a˜ o est´a ocorrendo, seja deposic¸a˜ o na parede ou part´ıculas ao longo da tubulac¸a˜ o. Alem desses trabalhos citados, n˜ao foram encontrados na literatura outros que tratem da detecc¸a˜ o de formac¸a˜ o de hidratos atrav´es de t´ecnica ultrassˆonica. Este trabalho analisa portanto a viabilidade de se construir um aparato de instrumentac¸a˜ o baseada em ultrassom para realizar tal detecc¸a˜ o. 2.3. ULTRASSOM Uma onda ultrassˆonica e´ uma onda mecˆanica com frequˆencia superior a 20kHz, n˜ao. aud´ıvel pelo ouvido humano. Essas ondas podem se propagar em meios l´ıquidos, s´olidos e gasosos. A onda de ultrassom e´ gerada pela aplicac¸a˜ o de uma energia el´etrica a um transdutor formado por um material piezoel´etrico. A vibrac¸a˜ o deste material emite o pulso de ultrassom e a interac¸a˜ o do pulso com o meio retorna sinais de reflex˜ao ao transdutor. As ondas ultrassˆonicas podem ser longitudinais ou transversais. As ondas de interesse desse trabalho s˜ao as longitudinais, que causam movimento de part´ıculas no mesmo sentido de.

(34) 33. propagac¸a˜ o. As ondas transversais se propagam melhor em meios s´olidos. A Figura 10 ilustra a diferenc¸a.. Figura 10: Ondas ultrassˆonicas. (a) Longitudinal (b) Transversal Fonte: (KRAUTKRAMER; KRAUTKRAMER, 1990). Os coeficientes de reflex˜ao e transmiss˜ao indicam quanto do sinal e´ refletido e transmitido no meio e s˜ao importantes no desenvolvimento de t´ecnicas baseadas em ultrassom. Os valores desses coeficientes s˜ao relacionados com a diferenc¸a de impedˆancia ac´ustica entre dois meios. Esta impedˆancia, Z, e´ definida como a resistˆencia do material para propagar uma onda de ultrassom, e pode ser calculada pela Equac¸a˜ o 1. Z = ρ ×V. (1). na qual ρ e´ a densidade do l´ıquido (g/cm3 ) e V a velocidade do som no meio (m/s). Com a impedˆancia ac´ustica e´ poss´ıvel calcular em cada interface, entre os meios com impedˆancias ac´usticas Z1 e Z2 , os coeficientes de reflex˜ao com a Equac¸a˜ o 2  R=. Z2 − Z1 Z2 + Z1. 2 (2). e transmiss˜ao com a Equac¸a˜ o 3 . Z2 − Z1 T = 1− Z2 + Z1. 2 .. (3). A Figura 11 demonstra como esses conceitos influenciam na propagac¸a˜ o de uma onda.

(35) 34. de ultrassom em meios diferentes. A onda incidente, por exemplo, se propaga pelo ac¸o e chega com uma amplitude na interface com a a´ gua. Ao encontrar a interface, parte desse sinal retorna como a onda refletida e parte e´ transmitida e se propaga pela a´ gua. A amplitude de cada onda e´ definida pelas Equac¸o˜ es 2 e 3.. Figura 11: Coeficiente de reflex˜ao e transmiss˜ao em ensaio de ultrassom Fonte: (KRAUTKRAMER; KRAUTKRAMER, 1990). 2.3.1. ˆ ´ ˜ ULTRASSONICAS TECNICAS DE MEDIC¸AO T´ecnicas n˜ao invasivas para caracterizac¸a˜ o de material possuem muitas aplicac¸o˜ es. na ind´ustria, especialmente em situac¸o˜ es com acesso limitado, pois a medic¸a˜ o pode ser feita por fora da tubulac¸a˜ o, ainda possuindo a vantagem de n˜ao interferir com o escoamento(GUNARATHNE; CHRISTIDIS, 2002). A industria tem uma tradic¸a˜ o de utilizar t´ecnicas baseadas em ultrassom para inspec¸a˜ o de instalac¸o˜ es no que se chama de ensaios n˜ao destrutivos. Ensaios n˜ao-destrutivos baseados em ultrassom geralmente focam em detectar defeitos, principalmente rachaduras em instalac¸o˜ es. As aplicac¸o˜ es recentes focam em estudos.

(36) 35. para refinar a t´ecnica permitindo-se detectar defeitos cada vez menores e possibilitando a determinac¸a˜ o do tamanho da rachadura de forma acurada. A interac¸a˜ o da onda com o material influencia o resultado da inspec¸a˜ o e, assim, v´arios m´etodos s˜ao desenvolvidos para corrigir esse efeito (SMITH, 1987). A interac¸a˜ o do material com o ultrassom pode ser utilizada para obter tamb´em informac¸o˜ es sobre a estrutura e as caracter´ısticas de substˆancias, fazendo com que t´ecnicas de ensaios n˜ao-destrutivos ganhem atenc¸a˜ o, por ser poss´ıvel caracterizar e descrever o meio em estudo, sem interferir com o funcionamento desse. Essa caracterizac¸a˜ o inclui obter parˆametros dos materiais como: elasticidade, tamanho, porosidade e quantidade de part´ıculas (SMITH, 1987). A obtenc¸a˜ o de sinais de ultrassom necessita de equipamentos espec´ıficos, que comp˜oem o sistema de medic¸a˜ o e o de aquisic¸a˜ o como na Figura 12. O de medic¸a˜ o e´ respons´avel por gerar os pulsos e medir o meio de interesse, recebendo os ecos que retornam ao transdutor. O sistema de aquisic¸a˜ o e´ respons´avel por digitalizar os ecos e deix´a-los dispon´ıveis para processamento.. Figura 12: Diagrama de sistema de ensaio com ultrassom Fonte: (SCHMERR, 1998). Na Figura 12, os pulsos s˜ao gerados por um pulsador, que envia um sinal de centenas de volts e excita o transdutor de ultrassom. O pulso, ao encontrar uma interface reflete e retorna ao transdutor para ser novamente transformado em sinal el´etrico. Esse sinal el´etrico e´ recebido no receptor e pode passar ou n˜ao por um oscilosc´opio antes de ser digitalizado. Esse sinal e´ amplificado para ent˜ao ser disponibilizado em um computador para processamento..

(37) 36. 2.3.1.1. PULSO-ECO A an´alise da onda ultrassˆonica permite que parˆametros ac´usticos e mecˆanicos do. material sejam extra´ıdos. Geralmente os sinais n˜ao se encontram sobrepostos, sendo poss´ıvel analisar o sinal no dom´ınio do tempo e da frequˆencia e obter informac¸o˜ es de velocidade, atenuac¸a˜ o e densidade do material (BUSTILLO et al., 2014). Um sistema pulso-eco funciona com um gerador que produz pulsos el´etricos, os quais s˜ao convertidos em pulsos ultrassˆonicos ap´os passarem pelo transdutor. O pulso ent˜ao se propaga pelo meio at´e colidir com a parede do material que cont´em a amostra e e´ refletido, voltando para o transdutor. Assim, cada pulso e´ parcialmente transmitido e parcialmente refletido, permitindo calcular a velocidade do som e a atenuac¸a˜ o da onda por meio das ondas recebidas. A distˆancia da c´elula analisada e´ a metade da distˆancia que o pulso percorre neste m´etodo. Assim a velocidade pode ser calculada medindo-se o intervalo de tempo entre dois ecos (AWAD et al., 2012). A Figura 13 ilustra o conceito.. Figura 13: Aquisic¸a˜ o em sistema pulso-eco Fonte: Autoria pr´opria. 2.3.1.2. ˆ ´ ´ METODOS DE ANALISE DE ONDAS ULTRASSONICAS A an´alise de ondas de ultrassom pode ser feita pela an´alise dos pr´oprios A-scans e suas. propriedades ou com aplicac¸a˜ o de m´etodos de an´alise. A-scans s˜ao os sinais que representam a amplitude do pulso em func¸a˜ o do tempo, como pode ser observado na Figura 14. Os m´etodos de an´alise s˜ao classificados como param´etricos, quando o sinal e´ modelado com o uso de equac¸o˜ es, e n˜ao-param´etricos, que realizam an´alise de imagens criadas a partir dos A-scans. M´etodos param´etricos e n˜ao-param´etricos s˜ao muito utilizados para inspec¸a˜ o de pec¸as e busca de falhas. Entre os trabalhos realizados com m´etodos param´etricos est˜ao o de DOYLE;.

(38) 37. Figura 14: Exemplo de A-scan de ultrassom Fonte: Autoria pr´opria. SCALA (1978) que utiliza equac¸o˜ es para definir caracter´ısticas dos sinais como amplitude, tempo de trˆansito e frequˆencia. Tamb´em DEMIRLI; SANIIE (2001) utilizam equac¸o˜ es para descrever completamente um sinal de ultrassom, com largura de banda, tempo de trˆansito, fase, amplitude, frequˆencia central e ainda a quantidade de ecos presentes no sinal. M´etodos n˜ao-param´etricos reconstituem uma imagem da pec¸a de interesse utilizandose de v´arios pulsos disparados ao longo desta e com os A-scans obtidos e´ poss´ıvel analisar a pec¸a em sua totalidade. Trabalhos que analisam os pr´oprios A-scans podem obter v´arias informac¸o˜ es a respeito das caracter´ısticas e propriedades da onda. ANDERSEN et al. (1997) realizaram uma pesquisa na qual com a amplitude de onda mediu-se a espessura de deposic¸a˜ o de parafina e formac¸a˜ o de hidrato, utilizando a correlac¸a˜ o entre um sinal de referˆencia e um sinal alterado pelas formac¸o˜ es. KUTS et al. (2009) em seu trabalho mediram espessura de meios com uso de transformada Hilbert e da separac¸a˜ o de fases, baseado na ideia de que em um sistema multicamadas os ecos se sobrep˜oem.. ROMMETVEIT (2011) tamb´em trabalhou com a. envolt´oria do sinal utilizando a transformada Hilbert, em que realizou a separac¸a˜ o dos ecos e a supress˜ao do eco de referˆencia. J´a RAISUTIS et al. (2008) fizeram um estudo para medir sistemas multicamadas tamb´em, mas baseado no tempo de trˆansito..

(39) 38. 2.4. ˜ CONSIDERAC¸OES FINAIS Nesse cap´ıtulo foi apresentada uma revis˜ao bibliogr´afica e a fundamentac¸a˜ o te´orica. contendo conceitos sobre hidratos, como se formam em tubulac¸o˜ es de petr´oleo e m´etodos para evit´a-los. Foram exemplificadas algumas formas dispon´ıveis atualmente para fazer a detecc¸a˜ o dessa formac¸a˜ o. Tamb´em foram apresentados os fundamentos de ultrassom, como funciona a medic¸a˜ o, t´ecnicas de an´alise, al´em dos equipamentos necess´arios para um ensaio com ultrassom. No pr´oximo cap´ıtulo ser´a detalhado os equipamentos e procedimentos adotados nos testes realizados..

(40) 39. 3. APARATO E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL. Foram desenvolvidas duas bancadas experimentais para realizac¸a˜ o dos testes de avaliac¸a˜ o da formac¸a˜ o do hidrato com ultrassom. Essas permitiram analisar duas situac¸o˜ es: formac¸a˜ o est´atica e formac¸a˜ o com agitac¸a˜ o. Os dois sistemas de medic¸a˜ o utilizam o mesmo sistema de aquisic¸a˜ o que e´ explicado a seguir. As duas bancadas s˜ao compostas por uma caixa maior, na qual o transdutor e´ submerso em um flu´ıdo, e um recipiente de formac¸a˜ o de hidrato e o transdutor respons´avel pela medic¸a˜ o. O uso de um transdutor imerso permite utilizar o flu´ıdo presente na caixa como acoplante al´em de permitir um melhor controle de temperatura do experimento. A Figura 15 ilustra a bancada para um ensaio com ultrassom por imers˜ao.. Figura 15: Bancada utilizada para ensaio por imers˜ao Fonte: Autoria pr´opria. Em um ensaio por imers˜ao e´ necess´ario manter uma distˆancia m´ınima do transdutor ao recipiente de interesse para evitar o que e´ chamado de campo pr´oximo do transdutor. Esse campo pr´oximo faz com que os ecos recebidos se percam entre os picos e depress˜oes causados pelo feixe de ultrassom que foi gerado. Assim, o transdutor deve ser posicionado.

(41) 40. a uma distˆancia, para que fique no seu campo distante, ou seja, ap´os o u´ ltimo pico de interferˆencia, apesar de o sinal possui divergˆencia maior nessa situac¸a˜ o. (KRAUTKRAMER; KRAUTKRAMER, 1983). R Nesse estudo foram utilizados dois modelos de transdutores, um da Panametrics R com frequˆencia central de 5MHz e um da Met-Flow com frequˆencia de 4MHz.. Para formac¸a˜ o do hidrato e´ preciso garantir uma temperatura espec´ıfica, assim se fez necess´ario o uso de um sistema de resfriamento. Foi escolhido um banho termost´atico da Julabo, modelo F12-EH. Como o sistema de resfriamento se relaciona com os outros sistemas pode ser visto na Figura 16. O banho termost´atico resfria a bancada que serve para estudo do sinal e fica no sistema de medic¸a˜ o.. Figura 16: Diagrama dos sistemas utilizados Fonte: Autoria pr´opria. De acordo com dados obtidos no site da Julabo (JULABO, 2012), o equipamento pode ser utilizado para resfriar ou aquecer e funciona bem para controle de temperatura externo ou no pr´oprio banho termost´atico. Aplicado para controle de temperatura de −20 ◦ C at´e +150 ◦ C. Possui um PID de controle de temperatura que garante uma margem de variac¸a˜ o de 0, 03 ◦ C..

Referências

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